Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes
Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes
130conexão entre conhecimento e interesse tem a finalidade de apoiar a afirmação de que a críticado conhecimento só é possível como teoria da sociedade”. (HABERMAS, 1982, p. 23).O Mundo da Vida surge assim como uma contraposição constituída por um consensonormativo a partir da racionalidade comunicativa, através de uma ação comunicativa que lheconfere identidade e que se baseia na solidariedade.No entanto ocorrem processos de mercantilização e burocratização do Mundo da Vida,em constante tensão com o sistema, criando uma disputa do espaço social nos pontos ondeacontece esta interseção. Para Habermas esta é a origem da disputa política fundamental dassociedades contemporâneas.Nesta perspectiva os movimentos sociais – que são lugares privilegiados da açãocomunicativa - vêm preencher a necessidade da defesa da sociedade civil contra a penetraçãodos subsistemas da racionalidade instrumental através do capital e do poder.São movimentos caracterizados pela espontaneidade na organização da sociedade e noestabelecimento de novas formas de relação entre as pessoas, o Estado e o mercado. Nestecontexto as esferas pública e política são incorporadas numa nova lógica social. Ou seja, osmovimentos sociais representam a defesa das formas de solidariedade e identidade postas emrisco pela racionalidade instrumental do sistema.Os movimentos sociais, além disso, afetam diretamente o processo de democratizaçãona sociedade, pois a democratização, segundo Habermas, é conformada pelainstitucionalização dos princípios normativos da racionalidade comunicativa no sistemapolítico. Segundo Habermas este é o papel dos movimentos sociais.Nessa ótica os movimentos sociais conformam também a sociedade civil, ao buscarespaço livre para organização e reprodução da cultura e a formação de identidades esolidariedades. Por isso, esses movimentos, através da sociedade civil, não objetivam o fim domercado ou do Estado, mas sim novas formas de organização resultantes do conflito entre asduas formas de racionalidade.O arcabouço teórico de Habermas compreende assim a institucionalização dasociedade civil, porém no interior de um marco de diferenciação social. A sociedade civil seinstitucionaliza, desta maneira, na mesma lógica de defesa do Mundo da Vida.Os movimentos sociais buscam uma posição privilegiada frente ao sistema, que buscatolhê-los. Para Habermas eles devem ser compreendidos como instituições intermediáriasentre mercado, Estado e sociedade civil, que propõem soluções para os conflitos entre asações derivadas dos dois tipos de racionalidades.
131A teoria política de Habermas afirma que a democracia se baseia nas condiçõescomunicativas nas quais pode ocorrer uma formação discursiva da vontade e da opinião doscidadãos, retomando o projeto histórico-filosófico da modernidade ao atribuir à opiniãopública a função de legitimar o domínio político por meio de um processo crítico decomunicação conformado pelos princípios de um consenso calcado na racionalidade. Destamaneira o consenso social é resultado da Ação Comunicativa, ou seja, uma orientação queresponde ao interesse público por um entendimento recíproco e pela manutenção de umaintersubjetividade sob permanente ameaça. Para Silva e Marinho Júnior (1996) a integraçãoda Teoria da Ação Comunicativa à Ciência da Informação permite, pela compreensão dasocialização da informação em um contexto comunicativo, um lastro para o rastreamento dasnecessidades de informação das comunidades onde se inserem os profissionais desta área.Em conseqüência, o objetivo de uma Teoria Crítica da Democracia, para Habermasconsistiria em compreender de que maneira as sociedades complexas contemporâneas podemgarantir a existência de uma opinião pública estruturante de uma praxis argumentativa quevincule as validades das normas de ação a uma justificação racional. Nesta perspectiva acomunicação torna-se pressuposto da democracia ao possibilitar a livre discussão doscidadãos. Habermas (1984) afirma mesmo que cada cidadão está convocado para ser um“publicador”, falando ao mundo através de seus textos. Ainda em Habermas encontramos aafirmação de que os procedimentos dominantes de legitimação da moderna democracia demassas estão relacionados ao nível administrativo: o sistema político assegura oconsentimento da população pela capitalização das expectativas de cumprimento dosprogramas e, simultaneamente excluindo determinados assuntos da discussão pública.Segundo Webster (1995) isso é feito por meio de deformações burocráticas das estruturas dacomunicação pública, ou por meio de um controle manipulativo dos fluxos de informação, oque tem levado ao declínio da esfera pública por meio de “disinformation strategies”(WEBSTER, 1995, p. 101). Além disso, segundo Gomez (2003), para Habermas a lógicatecnocrática hierarquiza a autoridade do conhecimento científico sobre a vontade política.Para Bolaño (1999) a internet exemplifica a tendência da supremacia da racionalidadedo sistema sobre a racionalidade comunicativa. Segundo este autor a internet representou aemergência de uma nova dimensão da esfera pública, mas, “brindada inicialmente como umaestrutura revolucionária, não hierarquizada, de comunicação entre indivíduos livres e iguais,mostra-se claramente hoje como um espaço formado por uma teia complexa e extremamenteassimétrica de atores, onde a capacidade de comunicação e de acesso à informação relevantedepende justamente daqueles elementos que no passado garantiam o acesso à esfera pública
- Page 81 and 82: 79danças de origem africana como o
- Page 83 and 84: 81a todos”. As cidades mineradora
- Page 85 and 86: 83d) intrepideze) disciplinaf) ceri
- Page 87 and 88: 85ouro da região.Segundo Souza (20
- Page 89 and 90: 87política do Estado pode ser ates
- Page 91 and 92: 89longo do tempo, representou os va
- Page 93 and 94: 91profissionais” mineiros, marca
- Page 95 and 96: 93Magistra é “um direito natural
- Page 97 and 98: 95Itália”. Ou seja, um conjunto
- Page 99 and 100: 972.5 Cultura organizacional - e su
- Page 101 and 102: 99o formalismo, a impunidade, a lea
- Page 103 and 104: 101imobilismo;d) Nos Países Baixos
- Page 105 and 106: 1033 INFORMAÇÃO EM SAÚDE: DESVEN
- Page 107 and 108: 105população como simples consumi
- Page 109 and 110: 107Iriart (2003) defende a importâ
- Page 111 and 112: 109variáveis com a saúde.Silveira
- Page 113 and 114: 111Gomez (2001) ressalta que para F
- Page 115 and 116: 113A particularidade cultural pode
- Page 117 and 118: 1153.3 Informação em saúde e tom
- Page 119 and 120: 117dos empresários e trabalhadores
- Page 121 and 122: 119[...] o que sobressai como parti
- Page 123 and 124: 121As informações em saúde, dest
- Page 125 and 126: 123desenvolvido, enquanto outras, c
- Page 127 and 128: 125Uma outra questão acerca dessa
- Page 129 and 130: 127tiveram igual ou maior ritmo de
- Page 131: 1294 GESTÃO DA INFORMAÇÃO EM SA
- Page 135 and 136: 133questões: a) o problema de como
- Page 137 and 138: 135dos problemas - particularmente
- Page 139 and 140: 137básicas voltadas para assistên
- Page 141 and 142: 139O conceito de sistemas de inform
- Page 143 and 144: 141f) geoprocessamento - permitindo
- Page 145 and 146: 143rede de sistemas e subsistemas d
- Page 147 and 148: 145O paradigma hegemônico da assis
- Page 149 and 150: 147serviços de saúde. Nos países
- Page 151 and 152: 149segundo Starfield (2002) as teor
- Page 153 and 154: 151etnolinguísticos. A entrevista
- Page 155 and 156: 153pensar as idéias de movimentaç
- Page 157 and 158: 155entrevistas foram sempre realiza
- Page 159 and 160: 157concentração de respostas nos
- Page 161 and 162: 159Como esta fase do trabalho teve
- Page 163 and 164: 161O resultado desta estratificaç
- Page 165 and 166: 163amostra foi intencional, por con
- Page 167 and 168: 165regiões para que possam ser ava
- Page 169 and 170: 167tendo antecedido diretamente o c
- Page 171 and 172: 169O número total de entrevistas e
- Page 173 and 174: 1715.4 Considerações sobre a aná
- Page 175 and 176: 173nem cargos, e não foi assinalad
- Page 177 and 178: 1754 - aspectos associados às ciê
- Page 179 and 180: 177A transdisciplinaridade exigiu u
- Page 181 and 182: 179Todas as categorias foram buscad
130conexão entre conhecimento e interesse tem a fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de de apoiar a afirmação de que a críticado conhecimento só é possível como teoria <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de”. (HABERMAS, 1982, p. 23).O Mundo <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> surge assim como <strong>uma</strong> contraposição constituí<strong>da</strong> por um consensonormativo a partir <strong>da</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de comunicativa, através de <strong>uma</strong> ação comunicativa que lheconfere identi<strong>da</strong>de e que se baseia <strong>na</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de.No entanto ocorrem processos de mercantilização e burocratização do Mundo <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>,em constante tensão com o sistema, criando <strong>uma</strong> disputa do espaço social nos pontos ondeacontece esta interseção. Para Habermas esta é a origem <strong>da</strong> disputa política fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong>ssocie<strong>da</strong>des contemporâneas.Nesta perspectiva os movimentos sociais – que são lugares privilegiados <strong>da</strong> açãocomunicativa - vêm preencher a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> defesa <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil contra a penetraçãodos subsistemas <strong>da</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de instrumental através do capital e do poder.São movimentos caracterizados pela espontanei<strong>da</strong>de <strong>na</strong> organização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e noestabelecimento de novas formas de relação entre as pessoas, o Estado e o mercado. Nestecontexto as esferas pública e política são incorpora<strong>da</strong>s n<strong>uma</strong> nova lógica social. Ou seja, osmovimentos sociais representam a defesa <strong>da</strong>s formas de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e identi<strong>da</strong>de postas emrisco pela racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de instrumental do sistema.Os movimentos sociais, além disso, afetam diretamente o processo de democratização<strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de, pois a democratização, segundo Habermas, é conforma<strong>da</strong> pelainstitucio<strong>na</strong>lização dos princípios normativos <strong>da</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de comunicativa no sistemapolítico. Segundo Habermas este é o papel dos movimentos sociais.Nessa <strong>ótica</strong> os movimentos sociais conformam também a socie<strong>da</strong>de civil, ao buscarespaço livre para organização e reprodução <strong>da</strong> cultura e a formação de identi<strong>da</strong>des esoli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>des. Por isso, esses movimentos, através <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil, não objetivam o fim domercado ou do Estado, mas sim novas formas de organização resultantes do conflito entre asduas formas de racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de.O arcabouço teórico de Habermas compreende assim a institucio<strong>na</strong>lização <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de civil, porém no interior de um marco de diferenciação social. A socie<strong>da</strong>de civil seinstitucio<strong>na</strong>liza, desta maneira, <strong>na</strong> mesma lógica de defesa do Mundo <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>.Os movimentos sociais buscam <strong>uma</strong> posição privilegia<strong>da</strong> frente ao sistema, que buscatolhê-los. Para Habermas eles devem ser compreendidos como instituições intermediáriasentre mercado, Estado e socie<strong>da</strong>de civil, que propõem soluções para os conflitos entre asações deriva<strong>da</strong>s dos dois tipos de racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des.