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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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125Uma outra questão acerca dessa temática, e que está diretamente relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> aosaspectos informacio<strong>na</strong>is dos serviços de <strong>saúde</strong> diz respeito à ingerência do Estado nosserviços, mesmo privados. Em 2005, conforme afirmado por Varella (2005), o Departamentode Saúde de Nova Iorque obrigou os laboratórios a informar, por via eletrônica, os resultadosdos exames de hemoglobi<strong>na</strong> feitos <strong>na</strong> ci<strong>da</strong>de. Poderia um diagnóstico particular ser tor<strong>na</strong>dopúblico, no caso de <strong>uma</strong> doença não transmissível? Essa obrigação adveio <strong>da</strong> percepção deque ape<strong>na</strong>s 10% dos pacientes diabéticos conheciam seus níveis de hemoglobi<strong>na</strong>, o restante,além desse desconhecimento, mantinha padrões de vi<strong>da</strong> e alimentação incompatíveis com ocontrole <strong>da</strong> doença, isto é – brevemente onerariam os serviços públicos de <strong>saúde</strong>, pagos pelosimpostos de todos, inclusive não diabéticos, ou dos serviços privados de <strong>saúde</strong> que, <strong>na</strong> média,teriam seus custos aumentados. A American Diabetes Association foi favorável à novapolítica, mas os protestos foram tantos que o Departamento de Saúde adotou <strong>uma</strong> medi<strong>da</strong>conciliatória – manteve-se a obrigatorie<strong>da</strong>de, mas o paciente escolhe se quer ter a supervisãoclínica do Departamento de Saúde.Essas questões ilustram questões globais acerca dos serviços de <strong>saúde</strong> no mundocontemporâneo.Embora esses problemas tenham sido apontados, considerando os efeitos dos serviçosde <strong>saúde</strong> em todos os países do mundo, de forma geral os resultados foram muito satisfatóriosem todo o século XX, e continuam melhorando no século XXI, principalmente se se consideraa <strong>saúde</strong> um campo interdiscipli<strong>na</strong>r, e não somente a assistência médica. As taxas demortali<strong>da</strong>de de bebês e crianças até cinco anos caíram em todo o mundo, mas o progresso foidesigual. Quase11 milhões de crianças ain<strong>da</strong> morrem todos os anos antes de completar cincoanos – e a maioria por doenças evitáveis ou tratáveis, como doenças respiratórias, diarréia,sarampo e malária; e a mortali<strong>da</strong>de infantil é maior em países que têm serviços básicos de<strong>saúde</strong> precários.O Brasil encontra-se em <strong>uma</strong> posição singular neste mundo globalizado – e a alcunhade “Belíndia” ilustra também, além <strong>da</strong>s ambigüi<strong>da</strong>des econômicas, o impasse <strong>da</strong> área social e,mais especificamente, do setor <strong>saúde</strong>, onde especiali<strong>da</strong>des sofistica<strong>da</strong>s e o envelhecimentoprogressivo, ain<strong>da</strong> que inicial, <strong>da</strong> população (e os cui<strong>da</strong>dos de <strong>saúde</strong> específicos que elenecessita) convive com a alta incidência de doenças infecciosas (que afetam a grandepopulação infantil), endemias e epidemias recorrentes de doenças que deveriam estar extintashá muitos anos - como malária, febre amarela e dengue. A constituição do SUS deu-se parareverter esse quadro, e os indicadores <strong>da</strong> epidemiologia atestam que, em muitas áreas <strong>da</strong><strong>saúde</strong> os progressos são expressivos. Mendes (1993), portanto, protesta contra o uso

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