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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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116pressupor que o tomador de decisão tem alto grau de controle <strong>sob</strong>re a situação objeto dedeliberação.O modelo racio<strong>na</strong>l cria <strong>uma</strong> imagem do tomador de decisão como <strong>uma</strong>supermáqui<strong>na</strong> calculadora. A matemática e a estatística têm exercido um papel racio<strong>na</strong>lizadore normativo dentro do processo decisório. Os modelos quantitativos como a teoria dos jogos,a teoria <strong>da</strong> informação, a programação linear e a teoria estatística <strong>da</strong> decisão buscampossibilitar a formulação de regras para a toma<strong>da</strong> de decisões <strong>sob</strong>re nível de estoques,utilização <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de produção , controle de quali<strong>da</strong>de, alocação de recursos, etc.Mas o uso de estatísticas para a toma<strong>da</strong> de decisão também não pode ser consideradoestritamente racio<strong>na</strong>l. Schwartzman (1997) a<strong>na</strong>lisa os critérios de credibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>sinformações estatísticas e discute o fato de que supostamente elas servirão de base para atoma<strong>da</strong> de decisões racio<strong>na</strong>is. Mas a<strong>na</strong>lisando no Brasil a criação e a história do IBGE o autorafirma que, <strong>na</strong> ver<strong>da</strong>de, a economia brasileira nunca foi dirigi<strong>da</strong> a partir do Ministério doPlanejamento, e duvi<strong>da</strong> que os <strong>da</strong>dos produzidos pelo IBGE tenham jamais sido utilizadossistematicamente pelos governos para seu planejamento de longo prazo, exceto em termosmuito gerais. O mesmo autor lembra que em muitos países as especiali<strong>da</strong>des estatísticas estãoassocia<strong>da</strong>s à <strong>uma</strong> multiplicação de instituições – e os Estados Unidos são provavelmente ocaso extremo, com várias deze<strong>na</strong>s de instituições <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de estatística funcio<strong>na</strong>ndo demaneira autônoma. Quando há conflitos de interesses os órgãos de estatística são convocadosa solucioná-los, processo que, segundo o mesmo autor, envolve <strong>uma</strong> discussão <strong>da</strong>s virtudesmorais, legais e técnicas de ca<strong>da</strong> um, e que geralmente termi<strong>na</strong> com um questio<strong>na</strong>mento porparte do lado perdedor. Conflitos de interesse são traduzidos em questões técnicas, eprocessos técnicos e científicos são traduzidos em decisões – e a neutrali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ciência ésimultaneamente invoca<strong>da</strong> e questio<strong>na</strong><strong>da</strong>.Contrariando essa perspectiva Simon (1957) sugeriu que as decisões <strong>na</strong>s organizaçõe<strong>sob</strong>edecem ao conceito de racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de limita<strong>da</strong>, isto é, restrições de ordem cognitiva(capaci<strong>da</strong>de mental, hábitos, valores e extensão <strong>da</strong>s informações que possui) e social (valores<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> organização e outros grupos), bem como de tempo e recursos de que dispõe.Da teoria <strong>da</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de limita<strong>da</strong> depreende-se que existe um paralelismo entre as decisõesentre no nível individual e no nível organizacio<strong>na</strong>l, visto que em ambos existe <strong>uma</strong> limitação<strong>na</strong> capaci<strong>da</strong>de de processar informações, que são sempre incompletas a respeito do curso deação a ser seguido, e às quais indivíduos são incapazes de atribuir valores definitivos. March eSimon (1993) atestam ain<strong>da</strong> que qualquer empreendimento é decorrente de um duplo sistemade decisões: decisões elabora<strong>da</strong>s pelos gestores e decisões de participação próprias dosfuncionários. Este sistema é conflitante por sua própria <strong>na</strong>tureza, haja vista que os interesses

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