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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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108podem trazer informações mais relevantes que as estatísticas oficiais em certos territórios. Omesmo autor revela que entre os países com melhores indicadores de <strong>saúde</strong> estão Chile, CostaRica e Cuba – nenhum deles é <strong>uma</strong> potência econômica. O autor, questio<strong>na</strong>ndo o frenesi portecnologia e pela busca de mais indicadores de condições de <strong>saúde</strong>, pergunta-se: “para que?”.Os dilemas <strong>da</strong> construção de boas condições de <strong>saúde</strong> nos países em desenvolvimentolevam a soluções de caráter <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, regio<strong>na</strong>l ou local. Na Argenti<strong>na</strong> lançando mão de umenfoque antropológico de iniciativas em <strong>saúde</strong> no início do século XXI, após a crise quemarcou o fracasso <strong>da</strong> política econômica neoliberal <strong>na</strong>quele país, Grimberg (2005) observa amobilização popular em “redes de bairros” e outras formas de ação coletiva que incluíram aocupação de clínicas públicas e priva<strong>da</strong>s e formas inéditas de articulação política em que seenvolveram, além de profissio<strong>na</strong>is de <strong>saúde</strong>, cientistas sociais.Segundo Kuper (2002) para Schneider “existem ape<strong>na</strong>s construções culturais <strong>da</strong>reali<strong>da</strong>de. Nesse sentido, a “<strong>na</strong>tureza” e os “fatos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>” não possuem vi<strong>da</strong> independente, anão ser a forma como são definidos pela cultura. Assim, quando os Norte-americanosreferem-se a “laços de sangue” referem-se tanto a laços biológicos como a códigos de condutae outras variáveis sócio-culturais. Por isso o “parente famoso” não é esquecido, embora sejalongínquo do ponto de vista biológico. Os aspectos sociológicos do parentesco também foramestu<strong>da</strong>dos por Geertz (1966) – e suas implicações <strong>na</strong> conformação social incluem a discussãodos modos de viver, adoecer, e morrer.Além disso, a antropologia tem um instrumental adequado para considerar a socie<strong>da</strong>decivil como objeto de estudo, bem como para perceber grupos tais como comuni<strong>da</strong>des de gays,lésbicas, bissexuais e transsexuais que levantam questões <strong>sob</strong>re identi<strong>da</strong>de e diversi<strong>da</strong>defun<strong>da</strong>mentais para a compreensão <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> no mundo contemporâneo (CÁCERES, 2005). Amicrossociologia e a antropologia fornecem suporte teórico para essas análises.Mesmo para “macro-questões” a longa tradição de estudos antropológicos revela <strong>uma</strong>possibili<strong>da</strong>de de contribuição interdiscipli<strong>na</strong>r. Bastos e Travassos (2005) resgatam a longa epolêmica história que une os conceitos de raça e <strong>saúde</strong> pública. A antropologia, que jádesempenhou nessa história conturba<strong>da</strong> diferentes papéis, tem desempenhado hoje, <strong>uma</strong>função fun<strong>da</strong>mental de incluir <strong>na</strong> discussão acerca do conceito de raça, a dinâmica social dosseres h<strong>uma</strong>nos, ultrapassando a base biológica. Essa questão, que está presente tanto <strong>na</strong>sestatísticas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de todos os países quanto <strong>na</strong> expressão <strong>da</strong>s deman<strong>da</strong>s de gruposminoritários, tem de ser abor<strong>da</strong><strong>da</strong> em <strong>uma</strong> dimensão científica multidiscipli<strong>na</strong>r – paraabranger estudos <strong>sob</strong>re religião (judeus negros, por exemplo; árabes e não árabesmuçulmanos, como iranianos e iraquianos; etnias, como “hispânicos” etc.) e a relação dessas

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