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Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

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107Iriart (2003) defende a importância de levar em conta, no processo de construção doSUS, aspectos sócio-culturais <strong>da</strong>s representações de <strong>saúde</strong> e doença no país. Cita estudossocioantropológicos <strong>sob</strong>re a dor e problemas nervosos, entre outros, como locais potenciais deembates entre as visões dos profissio<strong>na</strong>is e dos pacientes <strong>sob</strong>re <strong>saúde</strong> e doença. As percepçõese experiências dos pacientes representam um campo que se consoli<strong>da</strong> – a antropologia <strong>da</strong><strong>saúde</strong>, que tem como pressuposto, como afirma Mi<strong>na</strong>yo (1997), que a concepção de <strong>saúde</strong> edoença <strong>na</strong>s classes populares é multifaceta<strong>da</strong>.O estudo de Bonet (2004), caracterizado pelo próprio autor como um “estudo emhospitais”, e não “de hospitais”, porque os aspectos constitutivos e práticos <strong>da</strong> instituição edos trabalhos que ali se desenvolvem são considerados de maneira profun<strong>da</strong>, revela <strong>uma</strong>concepção antropológica (que o autor denominou etnográfica) <strong>da</strong> residência médica.Inspirando-se nos trabalhos de Becker (1961) e outros revela o hospital como “um teatro”onde transcorre a aprendizagem <strong>da</strong> medici<strong>na</strong>. O estudo guar<strong>da</strong> parentesco com estudosetnometodológicos ou microssociológicos – e a ence<strong>na</strong>ção dos dramas no cenário hospital têmum forte comportamento informacio<strong>na</strong>l e comunicacio<strong>na</strong>l – <strong>na</strong> formação de grupos e <strong>na</strong>interação entre superiores, estu<strong>da</strong>ntes e pacientes.A experiência de campo, de molde antropológico, como “usar o jaleco” quebra oafastamento e a neutrali<strong>da</strong>de absoluta do cientista, como nos estudos clássicos de Latour(1989) em suas “etnografias de laboratório”. Isso representa um caminho diferente para oestudo <strong>da</strong> comunicação e <strong>da</strong> informação em categorias profissio<strong>na</strong>is específicas – no caso,profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> <strong>saúde</strong>.Nesse mesmo campo, mas investigando <strong>uma</strong> questão mais contemporânea Struchiner,Gianella e Ricciardi (2005) a<strong>na</strong>lisam as novas tecnologias de informação e educação em<strong>saúde</strong>, diante <strong>da</strong> revolução comunicacio<strong>na</strong>l e informacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de contemporânea. Ele<strong>sob</strong>servaram que elas afetaram as relações fun<strong>da</strong>mentais de espaço e tempo, caracterizando oque Levy (1993) chamou de “conexão <strong>da</strong> h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de consigo mesma”. Isso altera aformação profissio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> área de <strong>saúde</strong>, que passa a abranger não somente os aspectostecnológicos, mas também a dimensão intercultural dos processos <strong>saúde</strong>-doença, atransposição dos registros orais e escritos para a dimensão eletrônica e os impactos dessatransformação, bem como as mu<strong>da</strong>nças culturais por que passam os grupos e as socie<strong>da</strong>des,dimensão que viabiliza um enfoque antropológico dos iguais, desiguais e distintos(SPINELLI, 2005). Para este autor os sistemas de informação em <strong>saúde</strong> <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>continuam com problemas de quali<strong>da</strong>de que dificultam a realização de estudos <strong>sob</strong>redesigual<strong>da</strong>des, especialmente no nível local – <strong>da</strong>í a percepção de que estudos qualitativos

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