21.07.2015 Views

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

Informação na Gestão Pública da saúde sob uma ótica ... - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

105população como simples consumidora de cui<strong>da</strong>dos ignora um fato fun<strong>da</strong>mental. Além disso,as "populações" são sempre constituí<strong>da</strong>s de atores, que buscam soluções, ou seja, sãoprodutores de saber e devem participar <strong>da</strong> elaboração de programas de ação. A questão <strong>da</strong>desigual<strong>da</strong>de e <strong>da</strong>s injustiça é um problema fun<strong>da</strong>mental que tem de ser resolvido para que oestado de <strong>saúde</strong> <strong>da</strong> população possa melhorar mas, segundo o autor, não será com umtecnicismo médico que esses problemas serão elimi<strong>na</strong>dos. O mesmo autor em outro artigomostra a consoli<strong>da</strong>ção do campo <strong>da</strong> antropologia <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> mostrando que,epistemologicamente, ele abriga muitas novas possibili<strong>da</strong>des teóricas e metodológicas.As práticas sanitárias, embora estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s pela epidemiologia, comportam nuanceseconômicas políticas, éticas etc., bem como <strong>uma</strong> interlocução com saberes populares,participação comunitária, modos de vi<strong>da</strong> e outras variáveis que a antropologia pode apreendermais adequa<strong>da</strong>mente que outros campos do conhecimento. A formação dos profissio<strong>na</strong>is de<strong>saúde</strong>, calca<strong>da</strong> <strong>na</strong> biologia, pode não prepará-los para a compreensão <strong>da</strong> dimensão cultural <strong>da</strong>enfermi<strong>da</strong>de, de comportamentos grupais e de interações sociais relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s, como aquelarealiza<strong>da</strong> entre médico e paciente. E essas interações sociais, dos modos de vi<strong>da</strong> às relaçõesprofisio<strong>na</strong>l/enfermo são, além de construções sócio-culturais, fenômenos informacio<strong>na</strong>is.Assim, partindo de considerações <strong>sob</strong>re a <strong>saúde</strong> indíge<strong>na</strong>, a antropologia foi criandonovos espaços de atuação até a compreensão informacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong>s dimensões mencio<strong>na</strong><strong>da</strong>s.Rodrigues (2005), por exemplo, resgata os primeiros estudos antropológicos <strong>sob</strong>re os corpos,para chegar a análise <strong>da</strong> AIDS como doença de transmissão facilita<strong>da</strong> pela cultura <strong>da</strong>globalização - que pode ser associa<strong>da</strong> à socie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> informação. A educação em <strong>saúde</strong>,fenômeno de generalização de informação específica, é limita<strong>da</strong> nesse caso pela dificul<strong>da</strong>de,relata<strong>da</strong> por este autor, de convencer contingentes populacio<strong>na</strong>is africanos para os quais oesperma masculino é rico em significados, a destiná-lo ao lixo, à maneira ocidental.Rodrigues (2001) busca discutir a origem do conhecimento que forma a base <strong>da</strong>medici<strong>na</strong> popular brasileira e baseia sua análise pesquisando sua relação com as múltiplasinfluências que formaram a cultura brasileira. Ele inicia a discussão pela classificação dossistemas de medici<strong>na</strong> popular em “perso<strong>na</strong>lísticos” (quando as crenças <strong>sob</strong>re <strong>saúde</strong> e doençaestão associados principalmente ao universo mágico-religioso) e “<strong>na</strong>turalísticos” (quando asdoenças são compreendi<strong>da</strong>s como origi<strong>na</strong><strong>da</strong>s de forças <strong>na</strong>turais), que é, segundo o autor, osistema domi<strong>na</strong>nte <strong>na</strong> medici<strong>na</strong> popular brasileira.É dessa fonte que, segundo Rodrigues(2001), deriva a assistência médica no Brasil, desde os “leigos curiosos” do Brasil Colônia,passando pelos jesuítas, até a instituição <strong>da</strong> medici<strong>na</strong> formal no século XIX – conhecimentoque, no entanto, ain<strong>da</strong> convive com os saberes <strong>da</strong> medici<strong>na</strong> popular. Em outro trabalho a obra

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!