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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 200870dissabores da indústria <strong>de</strong> prata no mercado internacional. Por outro, pelas para criação <strong>de</strong>estratégias para continuar produzindo di<strong>se</strong>ños tradicionais e/ou (re)significar alguns, por meio daatualização formal dos próprios di<strong>se</strong>ños, e/ou da utilização <strong>de</strong> outros materiais junto com a prata.Esta investigadora constroi um panorama sócio-histórico <strong>sobre</strong> a produção artesanal emprata, buscando explicitar a trajetória histórica <strong>de</strong>sta arte no Estado <strong>de</strong> Guerrero. Narra aconstituição e a organização dos ateliês familiares e dos gran<strong>de</strong>s ateilês industriais, pontuandoas cri<strong>se</strong>s pelas quais eles passam no <strong>de</strong>correr da história recente mexicana, <strong>se</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ladoa formação técnica e estética dos mestres e <strong>de</strong> oficiais-aprendizes. Configura, pois, umacartografia e sua análi<strong>se</strong>, dos espaços <strong>de</strong> circulação e comercialização em Taxco e através dasfronteiras norte (o mercado estaduni<strong>de</strong>n<strong>se</strong>) e transatlântica (o mercado europeu).STROMBERG chama a atenção do leitor <strong>de</strong> sua etnografia, para a participação dasmulheres nestes <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> circulação e expõe as estratégias utilizadas por estas para aeficácia da negociação e venda dos objetos. Completa sua investigação, a análi<strong>se</strong> atenta dasinter-relações da produção artesanal <strong>de</strong> jóias e o mercado <strong>de</strong> arte. E, por fim, reflete <strong>sobre</strong> aspolíticas artesanais <strong>de</strong> participação na economia simbólica artesanal e no <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvimento local.GOOD ESHELMAN, através <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> vários anos em comunida<strong>de</strong>sNahuas do Estado <strong>de</strong> Guerrero, durante a <strong>se</strong>gunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 1970 e início dadécada <strong>de</strong> 1980, escreve uma etnografia vital. Analisa a produção, a circulação e o consumo dapintura em papel amate, a partir da compreensão etno-histórica das adaptações econômicas,sociais, jurídicas e morais <strong>de</strong> que os Nahuas lançaram mão para a sua <strong>sobre</strong>vivencia étnica.Resume este <strong>processo</strong> no <strong>se</strong>guinte trânsito: <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> sal no século XIX a pintores <strong>de</strong>papel amate no século XX.Seu envolvimento com os Nahuas possibilita ter um quadro <strong>de</strong> como <strong>se</strong> organiza aestrutura sócio-política e cerimonial <strong>de</strong>sta etnia, assim como a organização econômica da região<strong>de</strong> Ameyaltepec. A investigação é abrangente e nem por isso superficial. Ao com-viver com oshomens e mulheres Nahuas, GOOD ESHELMAN apreen<strong>de</strong> e apre<strong>se</strong>nta suas interações sociais,jurídicas e simbólicas com relação à agricultura, com a casa e os espaços sagrados, com otrabalho e a pintura em papel amate. Ela expõe, em matizes vivos, as tensões entre as gerações<strong>de</strong> pintores, assim como suas relações com outras etnias, com o Estado e as políticasindigenistas <strong>de</strong> assimilação. Narra, ainda, as estratégias que a comunida<strong>de</strong> utiliza para interatuarcom a or<strong>de</strong>m estatal e com as políticas que preten<strong>de</strong>m assimilá-los, convertendo em mestiço oindígena.

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