20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 200861modificar ou interferir no mundo material e simbólico. Todavia, e como complementação <strong>de</strong>steconceito, creio que junto aos conhecimentos <strong>sobre</strong> o sistema técnico artesanal e sua plástica, oscircuitos <strong>de</strong> produção, circulação e consumo, também constituem esta indústria em contextosurbanos ou rurais.Tomo a categoria formas <strong>de</strong> produção, conceituada por NOVELO 85 , como a maneira queo (a) artesão (ã) <strong>se</strong> apre<strong>se</strong>nta/localiza em relação ao <strong>se</strong>u trabalho, <strong>se</strong>us instrumentos eferramentas; ou, ainda, as relações entre aquele (a) e os <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> produção, e, finalmente,com o produto <strong>de</strong>stes <strong>processo</strong>s. Esta perspectiva tem por objetivo enten<strong>de</strong>r o artesanato, ou aprodução artesanal, não somente por <strong>se</strong>us produtos, mas, também, a partir <strong>de</strong> <strong>se</strong>us <strong>processo</strong>ssociais (econômicos, juridicos, morais, simbólicos). Subjacente a esta perspectiva, encontram-<strong>se</strong>resíduos <strong>de</strong> uma concepção formulada por Marx e Engels <strong>sobre</strong> o artesanato existente no<strong>de</strong>correr do século XIX, a saber: o artesanato <strong>se</strong>ria concebido “como um produto urbano, [que]fun<strong>de</strong> em <strong>se</strong>u interior o trabalho e o capital, o comércio e a indústria” 86 .Esta abordagem a respeito da produção artesanal modifica as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> artesanato,cultura popular, arte popular, artesanato artístico, manualida<strong>de</strong>s, entre outros termos utilizadospara nominar a estes <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> trabalho e sistema <strong>de</strong> objetos 87 . Um exemplo é o casomexicano <strong>de</strong>scrito por NOVELO 88 . Esta autora comenta que diferentes atores (instituições)<strong>sobre</strong>põem caracterizações diversas ao sistema <strong>de</strong> objetos artesanais ou <strong>se</strong>us agentes/autores,a saber: artesanato, <strong>se</strong>ria tudo aquilo que <strong>se</strong> ven<strong>de</strong> em um mercado rural, relacionando oartesanato aos produtos campesinos ou étnicos (produzidos por grupos indígenas para oautoconsumo), regionais, turísticos e <strong>de</strong> clas<strong>se</strong>, em oposição aos vendidos em supermercadosou lojas. Seria ainda, trabalhos manuais feitos por crianças em escolas ou internos em hospitais,utilizado como um <strong>processo</strong> educativo/pedagógico ou uma forma <strong>de</strong> terapia.85 NOVELO, Victoria. (1974) op. cit. Em outro texto, NOVELO comenta que a caracterização das formas <strong>de</strong>produção <strong>de</strong>corre diretamente do estudo das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção, ou <strong>se</strong>ja, da casa ou do ateliê. Esta perspectivatem por ba<strong>se</strong> a análi<strong>se</strong> da força <strong>de</strong> trabalho empregada na produção; dos meios <strong>de</strong> produção; do grau <strong>de</strong> divisão dotrabalho no interior dos ofícios; os ciclos <strong>de</strong> trabalho; a produtivida<strong>de</strong>; as fontes <strong>de</strong> financiamento; o volume <strong>de</strong>produção e <strong>se</strong>u <strong>de</strong>stino. NOVELO, Victoria. In: BEST MAUGARD, Adolfo (1982) op. cit.86 A citação original é: “(…) como un producto citadino, [que] fusionaba <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sí al trabajo y al capital, alcomercio y a la industria”. Retirada <strong>de</strong> ILLADES, Carlos (2001) Estudios <strong>sobre</strong> el artesanato urbano <strong>de</strong>l siglo XIX. 2ªed. Cida<strong>de</strong> do México: Universidad Autónoma Metropolitana – unidad Iztapalapa: Miguel Angel Porrua, GrupoEditorial. p. 11.87 Remeto ao levantamento coor<strong>de</strong>nado por Marta Turok realizado no México. TUROK, Marta (coord.). (1988) ÍndiceBibliográfico <strong>sobre</strong> artesanías. México: SEP: Dirección General <strong>de</strong> culturas Populares.88 NOVELO, Victoria. In: BEST MAUGARD, Adolfo (1982) op. cit.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!