20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 200847Ao configurarem-<strong>se</strong> como reconstrução <strong>de</strong> mitologias aparentemente arcaicas, osgestos/ações realizados por Resplendor, oferecem a metáfora que constitui a transitorieda<strong>de</strong> domovimento furtivo <strong>de</strong> (re)construção das narrativas (orais e objetuais) em face da necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizar-<strong>se</strong>. Acredito que este movimento é complexo, por <strong>se</strong>r uma contínua dialética entrediferentes “formas velhas” (narrativas, costumes, hábitos, tradições, coisas) que geram outra“forma velha” (objetos, personagens, textos, formas <strong>de</strong> atuação), em sua origem já <strong>de</strong>spida,pervertida, (re)<strong>se</strong>mantizada em relação às memórias reconstruídas.Igualmente, este movimento é ambíguo, porque nesta dialética entre “formas velhas”, o<strong>de</strong><strong>se</strong>jo mobilizador é <strong>de</strong> atualização e autoria, ou <strong>se</strong>ja, <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> instauração <strong>de</strong> um ponto<strong>de</strong> vista: aquele que tem (ex)centralida<strong>de</strong> no “Eu”, e não somente <strong>de</strong> manutenção daqueleancestral em relação ao passado ou a um passado. Este aparente paradoxo localiza a questãoem outro lugar, parte do âmbito da relação sujeito/autor e sua ação estética e a lança para olocal da relação sujeito/autor e sua ação política (pensada aqui como relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r), cujarealização <strong>se</strong> dá nos conflitos existentes na circulação e consumo.Grosso modo, o que construo nesta configuração da ação <strong>de</strong> Resplendor e dos <strong>de</strong>maisartesãos (ãs) com quem compartilhei um momento através <strong>de</strong> um evento/ato comunicativoprofundo, é que a individualização dos gestos plásticos artesanais (performances pessoais),propicia com que a arena on<strong>de</strong> a economia simbólica do artesanato realiza <strong>se</strong>us circuitos <strong>de</strong>trocas simbólicas, materiais, lingüísticas, entre outras, possa <strong>se</strong>r mais uma vez, e acredito quenão por última, (re)configurada. E, a partir disso, <strong>se</strong>ja possível apreen<strong>de</strong>r os regimes <strong>de</strong> valorenvolvidos na “novida<strong>de</strong>” do artesanato como objeto cultural (e <strong>de</strong>ste como mercadoria) em<strong>de</strong>terminadas situações e circuitos.Dessa forma, minha investigação não possui condições para comprovar ou mesmoaludir como possível aquele ethos, e isso assumo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já como uma das limitações empíricas emetolológicas <strong>de</strong>sta pesquisa, a saber: a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> generalização, a incompletu<strong>de</strong> eimperfeição das conclusões. Limitação que não obscurece as interpretações realizadas aqui,mas que <strong>se</strong>guramente <strong>de</strong>ixa vazios, lacunas e ausências <strong>de</strong> que não pu<strong>de</strong> dar conta em funçãodos métodos que escolhi para a realização da pesquisa <strong>de</strong> campo, assim como dosprocedimentos para posterior sistematização, reconstrução e interpetação das narrativascoletadas. Somado a isso, minha pouca habilida<strong>de</strong> para lidar com a complexida<strong>de</strong> dosquestionamentos já formulados por intelectuais como GARCIA CANCLINI, NOVELO, LAUER,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!