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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 200843alteração/configuração, po<strong>de</strong>ria dizer que, por um lado, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Florianópolis configura-<strong>se</strong>em mo<strong>de</strong>rna Zona Metropolitana <strong>de</strong>vorando/alterando as espacialida<strong>de</strong>s mais locais (os bairrosdo Continente). Por outro, os sujeitos, em suas práticas cotidianas, estabelecem com o espaço(com a cida<strong>de</strong>, com os outros sujeitos e com suas memórias) relações particulares que traçamlinhagens do fazer artesanal (re)inventadas a partir dos <strong>de</strong><strong>se</strong>jos <strong>de</strong> <strong>se</strong> <strong>se</strong>ntirem autorizados eparte <strong>de</strong> um grupo virtual que não <strong>se</strong> materializa como comunida<strong>de</strong>. Um tipo <strong>de</strong> grupo que <strong>se</strong>configura como pontos referenciais dispersos (re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contatos/com-vivência) em um circuitointerpessoal <strong>de</strong> práticas (gestos/ações) estéticas que interferem nos circuitos <strong>de</strong> produção,circulação e consumo, e nas formas <strong>de</strong> estar e viver na socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo recente.Meu primeiro movimento <strong>de</strong> configuração <strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> pesquisa pretendia atentarpara o lugar das narrativas verbais e visuais reorganizadas e materializadas nas peçasmo<strong>de</strong>ladas em cerâmica. Estas pensadas como parte ou geradas por meio das experiênciasvividas e compartilhadas por estes homens e mulheres no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> suas vidas, nesta cida<strong>de</strong>e, em meio aos movimentos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização dos estilos <strong>de</strong> vida, gostos e <strong>de</strong> urbanizaçãogerados por fenômenos sócio-culturais como a globalização. Numa tentativa <strong>de</strong> configurar umaimaginação florianopolitana recente compartilhada, eu acreditava na existência <strong>de</strong> repertórios <strong>de</strong>experiências, imagens, sons, práticas, fórmulas narrativas estabelecidas, performances, gestos,espaços, tempos, e outros aspectos ancestrais, comuns ou interconectados e coletivos quedavam a ba<strong>se</strong> para a ação/gesto estético artesanal neste contexto.Deveras, existe algo que entrelaça as narrativas e performances dos (as) artesãos (ãs)entrevistados (as), e a este “algo” tenho tratado como as formas <strong>de</strong> configurar narrativa eobjetualmente a experiência <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizar-<strong>se</strong>, cuja (re)construção tenho a esperança <strong>de</strong>apre<strong>se</strong>ntar no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste ensaio. Todavia, as distintas origens, trajetórias e experiências,somadas à polifonia exposta nas entrevistas me fez crer que aquele ethos (i<strong>de</strong>al) florianopolitano– e por ethos estou enten<strong>de</strong>ndo, ou restringindo a características como autenticida<strong>de</strong> eespecialização - que daria ba<strong>se</strong> para uma poética <strong>de</strong>stes homens e mulheres na materialização<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> objetos artesanais em face dos <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizar-<strong>se</strong>, <strong>se</strong>ria umaabstração ou mesmo, um <strong>de</strong><strong>se</strong>jo artificial por uma reescritura romântica (e ingênua) <strong>de</strong> um tipo<strong>de</strong> narrativa i<strong>de</strong>ntitária, épica e originária <strong>de</strong> um “povo Ilhéu”, que teria na sua cultura material oestofo para esta história.No lugar <strong>de</strong>s<strong>se</strong> homogêneo, positivo e or<strong>de</strong>nado ethos, encontrei estratégias conflitiva<strong>se</strong>xperimentadas por estes (as) artesãos (ãs) para <strong>se</strong>r, parecer ou produzir-<strong>se</strong> mo<strong>de</strong>rnamente

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