20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 200832extraverbais (metacomunicativas) implicadas nas condições <strong>de</strong> enunciação (no momento em que<strong>se</strong> dá o diálogo).Seguindo as indicações <strong>de</strong> BAKHTIN, ou dos autores do Círculo <strong>de</strong> Bakhtin e <strong>de</strong> <strong>se</strong>uscomentadores, acredito que o “enunciado implica muito mais do que aquilo que está incluído<strong>de</strong>ntro dos fatores estritamente lingüísticos, o que vale dizer, solicita um olhar para outro<strong>se</strong>lementos que o constituem” 31 , entre estes elementos posso citar o contexto, a situação e ahistória.Todavia, é necessário enten<strong>de</strong>r o que <strong>se</strong> encontra subjacente a esta escolha do método.Parto <strong>de</strong> uma premissa da Etnometodologia, que afirma não <strong>se</strong>r possível para alguém dar conta<strong>de</strong> suas práticas por si mesmo, e, por isso, narrar algo a um (a) outro (a), converte-<strong>se</strong> em um<strong>processo</strong> que ajuda a organizar, ou melhor, a editar a experiência vivida, atribuindo a esta umaor<strong>de</strong>m e um <strong>se</strong>ntido/significado 32 . Esta premissa é completada por outra, originária doInteracionismo Simbólico estaduni<strong>de</strong>n<strong>se</strong>. Os interacionistas afirmam <strong>se</strong>r nos encontros entreindivíduos on<strong>de</strong> <strong>se</strong> configuram os espaços – lingüísticos, <strong>se</strong>mióticos/<strong>se</strong>miológicos ou físicos –nos quais as regras sociais são negociadas e (re) significadas. Ou <strong>se</strong>ja, ao estar em interaçãocom um (a) outro (a), transformamos as regras sociais e constrangimentos, que são nada menosque referentes abstratos, em expressões materiais <strong>de</strong> nosso estar no mundo 33 .Ambas as abordagens, que tomo por ba<strong>se</strong>, são pensadas a partir da noção <strong>de</strong> diálogoBakhtiniano, ou <strong>se</strong>ja, na forma <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> comunicação entre sujeitos, configurado tal qualuma arena <strong>de</strong> discussões e discordâncias, mas também <strong>de</strong> harmonia. E on<strong>de</strong> a narrativa <strong>de</strong>cada um somente <strong>se</strong> constitui ou encontra <strong>se</strong>ntido no discurso <strong>de</strong> um outro, na criação <strong>de</strong> umoutro, em sínte<strong>se</strong>, na relação entre eu e um outro 34 . Completa esta estratégia um princípio daFenomenologia Social que afirma <strong>se</strong>r a vida social orientada pelo saber cotidiano e pelas regras“naturais”, ou <strong>se</strong>ja, orientada pelas práticas cotidianas mediadas pelas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada um31 Conferir BRAIT, Beth; MELO, Rosinei<strong>de</strong> <strong>de</strong>. Enunciado / enunciado concreto / enunciação. In: BRAIT, Beth (org.)(2007) Bahktin: conceitos-chave. 4ª ed. São Paulo: Contexto. p. 67.32APPEL, Michel (2005) op. cit.33 GOFFMAM, Irvin. (2007) A repre<strong>se</strong>ntação do eu na vida cotidiana. 14ª ed. Petrópolis: Vozes.34 Sobre o conceito <strong>de</strong> diálogo, ver MARCHEZAN, Renata Coelho. Diálogo In: BRAIT, Beth (org.) (2006) Bakhtin:Outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto. Ver ainda CLARK, Katerina; HOLQUIST, Michael (2004) MikhailBakhtin. São Paulo: Perspectiva, e, STAM, Robert. (1992) BAKHTIN. Da teoria literária à cultura <strong>de</strong> massa. SãoPaulo: Ática.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!