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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 200831perceber não só a coerência do circuito e o comprometimento dos <strong>se</strong>us participantes, mas suasdiferenças, <strong>se</strong>parações, proibições, modificações e atualizações.Ao refletir <strong>sobre</strong> a organização da economia simbólica do artesanato em FlorianópolisS.C., Brasil, e ao ter alguns contextos mexicanos como testemunhas e parâmetros, busco porapreen<strong>de</strong>r num instante interpretativo: 1. A coerência possível encontrada em meio àcomplexida<strong>de</strong> dos <strong>processo</strong>s sociais <strong>de</strong> (re)produção <strong>de</strong> cultura – material. 2. Os movimentosincessantes das interações humanas no intercâmbio <strong>de</strong> objetos e <strong>se</strong>ntidos. 3. A vida social,como uma instância privilegiada on<strong>de</strong> os indivíduos tomam consciência <strong>de</strong> si mesmos e dos<strong>de</strong>mais, e com esta ação, dão <strong>se</strong>ntido ao estar e atuar no mundo – em específico o mundourbano, multiétnico ou intercultural, capitalista e estratificado recente.Ao assim enten<strong>de</strong>r este capítulo, utilizo a entrevista narrativa – em parte biográfica e emparte temática - como procedimento metodológico. Caracterizado como qualitativa, a entrevistanarrativa biográfica 29 tem por objetivo compreen<strong>de</strong>r as percepções e construções individuais arespeito da realida<strong>de</strong> sócio-histórica, e, com isso, possibilita (re)localizar as mudanças culturai<strong>se</strong>m uma socieda<strong>de</strong> local, ou grupo social <strong>de</strong>terminado. Este procedimento permite enten<strong>de</strong>r a<strong>se</strong>struturas <strong>de</strong> dominação ou controle, a partir dos dispositivos i<strong>de</strong>ntificados em enunciado<strong>se</strong>xtensos. Ou <strong>se</strong>ja, a partir da interação entre o sujeito e o que ele (ela) diz a um outro com quemcompartilha universos simbólicos (conhecimentos, pressupostos, <strong>se</strong>ntimentos), busca-<strong>se</strong> por<strong>se</strong>ntidos, que são atribuídos não só referencialmente, mas também contextualmente, i.é.,<strong>se</strong>ntidos in<strong>de</strong>xicais (indiciais) 30 . Todos estes <strong>se</strong>ntidos compartilhados em meio a situações29 Agra<strong>de</strong>ço ao Professor Doutor Rainer Henrique Hamel e aos colegas que participaram do Taller <strong>de</strong> Metodologia“La entrevista autobiográfica narrativa. Metodologia cualitativa em ciencias sociales”, oferecido pelo Posgrado enCiencias Antropologicas da Universidad Autónoma Metropolitana, unidad Iztapalapa. Este <strong>se</strong>minário cor<strong>de</strong>nado peloDr. Hamel, foi realizado em junho <strong>de</strong> 2007. Naquela oportunida<strong>de</strong>, apre<strong>se</strong>ntei parte <strong>de</strong> minha proposta metodológicapara coleta das entrevistas e a forma <strong>de</strong> aproximação com procedimentos da etnometodologia e da história oral.Este exercício or<strong>de</strong>nou minha aproximação com o campo da antropologia lingüística e da teoria da crítica literária.30 Com relação ao <strong>se</strong>ntido in<strong>de</strong>xical, remeto à formulação <strong>de</strong> BRIGGS a respeito dos conceitos-chave utilizados naanáli<strong>se</strong> e interpretação <strong>de</strong> uma entrevista narrativa. Para este autor os significados em uma narrativa possuem duasformas, a saber: referencial e in<strong>de</strong>xical (indicial). A forma referencial tem relação direta com os conteúdos materiaisdo “mundo real”; contrastivamente a forma in<strong>de</strong>xical (indicial) está relacionada com uma expressão contextual do“mundo real”, ou <strong>se</strong>ja, <strong>se</strong>u <strong>se</strong>ntido <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das fórmulas padronizadas pelo grupo social, i.e., são sinaisintrin<strong>se</strong>camente contextuais que não po<strong>de</strong>m <strong>se</strong>r interpretados <strong>se</strong>m o conhecimento ou relação com a situação emque foram utilizados. BRIGGS, Charles L. (1986) Learning how to ask. Cambridge: Cambridge University Press. Vertambém PRIES, Ludger (1993) Biografia y Sociedad: un enfoque integrativo e interdisciplinario. Anuário ´93. EstudosSociales. Puebla: El Colegio <strong>de</strong> Puebla: Claves Latino Americanas S.A. <strong>de</strong> C.V. (1ª edición, 1994); APPEL, Michel(2005) La entrevista autobiográfica narrativa: fundamentos teóricos y la praxis <strong>de</strong> la análisis mostrada a partir <strong>de</strong>lestudio <strong>de</strong> caso <strong>sobre</strong> el cambio cultural <strong>de</strong> los Otomíes en México. Forum Qualitative Sozialforschung/ Forum:Qualitative Social Re<strong>se</strong>arch [on line journal], 6(2), Art. 16. http://www.qualitative-re<strong>se</strong>arch.net/fqs-texte/2-05/05-2-16-s.htm

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