20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008246este <strong>processo</strong> é marcado, em parte, pelas políticas culturais que <strong>de</strong>finem “novos” ou outros“papéis” para as narrativas populares, e em parte pelas pressões que as formas <strong>de</strong> circulaçãoeconômicas imprimem às reor<strong>de</strong>nações das culturas populares.No que toca à objetualida<strong>de</strong> da bernunça, como dito anteriormente, sua superfície-carneé tomada <strong>de</strong> assalto pela cor. Em todas as esculturas, assim como interpretado através do boi, apatética alegria bufa transmuta a fantasmagoria <strong>de</strong>sta personagem em brinquedo lúdico dosparques <strong>de</strong> diversão ao modo Disneylândia. Qual mistério resta ao corpo agitado <strong>de</strong>stapersonagem? Qual extra-realida<strong>de</strong> é re<strong>se</strong>rvada para sua atuação? Como é possível verificar nasfichas técnicas 22, 23, 24 e 25, até mesmo a mais simples repre<strong>se</strong>ntação da personagem per<strong>de</strong>a inexatidão <strong>de</strong> sua existência. A bernunça agora é “bicho” ou “não-bicho” domesticado; <strong>se</strong>ucorpo, antes em movimento incessante <strong>de</strong> inacabamento, é limitado, absorvido pela necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> refuncionalizar a personagem e, por con<strong>se</strong>guinte, a relação com o extra-natural.A mudança biográfica <strong>de</strong>sta personagem não <strong>se</strong> resume em sua domesticação, recai,sim, na refuncionalização <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> imagens e imaginações fantásticas ou <strong>sobre</strong> ofantástico e <strong>de</strong> como estas são (re)apre<strong>se</strong>ntadas, ou <strong>se</strong>ja, trazidas <strong>de</strong> volta para a cena. O<strong>de</strong>slocamento da bernunça anuncia um <strong>de</strong>slocamento das formas <strong>de</strong> performatizardramaticamente o “ciclo do boi”. Anuncia ainda que este ciclo passa por <strong>processo</strong>s <strong>de</strong>atualização que tomam por força motriz a linearida<strong>de</strong>, a estabilida<strong>de</strong> das formas e a coerência doroteiro. O trânsito da performance do boi-<strong>de</strong>-mamão aparentemente <strong>se</strong> realiza da <strong>se</strong>guinteforma: parte do teatro na direção do cinema. Esta alegoria-metáfora que utilizo, tem porjustificativa a potência que ambos, teatro e cinema, pensados na forma <strong>de</strong> signos, possibilitampara configurar este movimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização do boi.toque?” e daí: “quero!” e daí acho que cantavam. Eles faziam a apre<strong>se</strong>ntação, daí a pessoa dava um (...)às vezes até pão, essas coisas, né! Inclusive, tem até um personagem que era pra pegar o pão, pareceque era o urso, o tigre preto, uma coisa assim (...) era o filhote da berunça, daí quando a pessoa dava opão, ele (...) saia es<strong>se</strong> bicho, e ele abria a boca e a pessoa botava o pão alí <strong>de</strong>ntro, daí quem tavabrincando comia es<strong>se</strong> pão, né!E. hum-hum.ED. As crianças comiam es<strong>se</strong> pão (...) e (...) a brinca<strong>de</strong>ira era assim, né! ((não é possível ouvir)), era mais(...) era uma brinca<strong>de</strong>ira mais infantil, assim , né! Me lembro que só uma vez que eu ví um boi assim, quea gente pagou pra tocar aqui na pracinha do estacionamento, que meu tio pagou (...) atualmente nãoexiste mais (...) ((não é possível ouvir)), uma vez teve a Habitasul contratou um boi-<strong>de</strong>-mamão para fazerumas apre<strong>se</strong>ntações aí, e <strong>de</strong>u uma grana muito forte, né! Lavou assim, a égua, pra eles, né! Daícomeçaram , alguns bois, a <strong>se</strong> achar assim! Só podia <strong>se</strong> apre<strong>se</strong>ntar como <strong>se</strong> fos<strong>se</strong> assim, por exemplo,como hoje <strong>se</strong>iscentos reais. Se não <strong>de</strong>s<strong>se</strong> <strong>se</strong>iscentos reais eles num <strong>se</strong> apre<strong>se</strong>ntavam, né! aí começou a<strong>de</strong>scaracterizar, né!

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!