20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008217Acredito que a proposta <strong>de</strong>sta autora vai ao encontro do motivo que faz girar minhainvestigação neste momento, a saber: buscar pelos <strong>se</strong>ntidos, construir categorias que permitamo acesso aos significados <strong>sobre</strong>postos, colados, impostos ao corpo dos objetos da culturapopular; perceber o a<strong>de</strong>nsamento das gestualida<strong>de</strong>s e suas intencionalida<strong>de</strong>s realizadas porhomens e mulheres mo<strong>de</strong>ladores da matéria do barro. Afinal, nada mais interessante e<strong>de</strong>safiador teórica e criticamente, que aplicar um conjunto <strong>de</strong> conceitos configurados para refletir<strong>sobre</strong> a escultura recente, a uma parte consi<strong>de</strong>rada limite/periferia <strong>de</strong>ste mesmo corpo <strong>de</strong>objetos: as objetualida<strong>de</strong>s esculturais artesanais.Uma crítica possível a este procedimento que tomo, <strong>se</strong>ria a subordinação do artesanatoà teoria da crítica da arte hegemônica, subordinação para a qual tenho chamado a atenção pordiversas vezes neste ensaio. Entretanto, estou <strong>se</strong>guro a respeito das tensões, fraturas e hiatosque este procedimento causaria à minha argumentação sustentada até aqui. Mas, também tenhoesperança que as pontes construídas <strong>se</strong>jam suficientemente generosas, para que, em meio aestas tensões e fraturas, <strong>se</strong>ja possível perceber apropriações, atualizações e res<strong>se</strong>mantizações.Acredito que estes movimentos acontecem no <strong>se</strong>ntido artesanato-escultura, mas também<strong>de</strong>sconfio que o <strong>se</strong>ntido inverso <strong>se</strong>ja mais comum do que <strong>se</strong> possa julgar. Como exemplopo<strong>de</strong>ria citar as gravuras <strong>de</strong> J. Borges e Gilvan Samico, que marcam a gráfica <strong>de</strong> <strong>de</strong>signers egravadores recentes. Ou, ainda, a obra <strong>de</strong> mestre Noza, mestre <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l que também configuraesta margem da <strong>se</strong>nsibilida<strong>de</strong> recente.Para realizar a empresa que me proponho neste item, foi necessário um recorte nadiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças e conjuntos comprados, organizados em coleções e sistematizados emprotocolos <strong>de</strong> pesquisa, no <strong>de</strong>correr da investigação. Assim, opto por analisar e interpretar umnúmero limitado <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> um conjunto específico que formam 03 (três) das 06 (<strong>se</strong>is) coleçõesmontadas. Respeito, nesta escolha, a repre<strong>se</strong>ntativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes conjuntos no âmbito damo<strong>de</strong>lagem folclórica <strong>de</strong> Florianópolis, SC.Para <strong>de</strong>terminar a repre<strong>se</strong>ntativida<strong>de</strong> das peças, utilizei dois critérios: 1. A pre<strong>se</strong>nça<strong>de</strong>ste conjunto em todos os ateliês investigados, e 2. Sua participação nos circuitos <strong>de</strong> circulaçãoordinária (Mercado Municipal, Casa da Alfân<strong>de</strong>ga, shoppins centers, entre outros) e aquelessimbólicos/culturais (galeiras <strong>de</strong> arte, centros <strong>de</strong> cultura e artes, mu<strong>se</strong>us, e outros). Foi este<strong>se</strong>gundo critério o prepon<strong>de</strong>rante na <strong>de</strong>finição das peças analisadas, isso pelo fato dos objeto<strong>se</strong>scolhidos funcionarem como simulacro <strong>de</strong> todo um conjunto narrativo mais amplo.281 KRAUSS, Rosalind E. (1998) op. cit. p. 06-07.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!