20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008216o sistema <strong>de</strong> objetos artesanais, para teorizar e construir um exercício <strong>de</strong> crítica <strong>sobre</strong> estesobjetos e <strong>se</strong>us autores.Interpretar é um termo chave e um dos dispositivos que acionam minha reflexão. Issopelo fato do conjunto <strong>de</strong> objetos que compõem a <strong>se</strong>nsibilida<strong>de</strong> contemporânea, entre eles oartesanato, <strong>se</strong>rem veículos <strong>de</strong> repre<strong>se</strong>ntação que corporificam <strong>se</strong>u significado. Ao modo <strong>de</strong>explicitação <strong>de</strong>sta intrincada relação, DANTO pon<strong>de</strong>ra: “Creio que a noção <strong>de</strong> significadoscorporificados capta um pouco do que aprendi com minha mestra, Suzane K. Langer, que em<strong>se</strong>u melhor livro, Philosophy in a New Key, estabeleceu uma distinção entre o que chamou <strong>de</strong>formas discursivas e formas pre<strong>se</strong>ntificadoras: as obras <strong>de</strong> arte pre<strong>se</strong>ntificam <strong>se</strong>us significado<strong>se</strong>nquanto o significado <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scrição é exterior a es<strong>se</strong>s significados” 279 . Portanto, o acessoaos significados corporificados – ou algo que venho chamando <strong>de</strong> incorporação (embodie) - é ainterpretação.Em meio a (ou no meio <strong>de</strong>) este jogo entre corporificar e incorporar está o objeto (veículo<strong>de</strong> repre<strong>se</strong>ntação), matéria em que o significado é corporificado. Simultânea a este, a questãorelativa à eficácia da incorporação por este objeto <strong>de</strong> significados ou regimes <strong>de</strong> significados.Esta questão tem sua ba<strong>se</strong> na operacionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dois termos: obra e objeto. Para DANTO, “aobra é o objeto mais o significado, e a interpretação explica como o objeto traz em si osignificado que o ob<strong>se</strong>rvador – no caso das artes visuais – percebe e ao qual reage <strong>de</strong> acordocom o modo como o objeto o apre<strong>se</strong>nta” 280 . Via estes procedimentos, também busco enten<strong>de</strong>ros regimes <strong>de</strong> valor simbólico e, con<strong>se</strong>qüentemente, as políticas e os enquadramentos querefuncionalizam o objeto artesanal/cultura popular, na forma <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> “arte popular”. Com isso,pretendo questionar, e <strong>de</strong> alguma forma interpretar, o que escapa às narrativas coletadas, o quetransborda aos enunciados verbais já interpretados em outros momentos.Por procedimento tomo o “estudo <strong>de</strong> caso”, como proposto por KRAUSS. Esta crítica ehistoriadora esgarça este procedimento, para com isso partir, não <strong>de</strong> categorias préestabelecidas,mas do exercício <strong>de</strong> configurar ao longo da análi<strong>se</strong> um “conjunto <strong>de</strong> conceitos quenão apenas revelem as questões esculturais implícitas nas obras particulares estudadas, masque também possam <strong>se</strong>r gerados <strong>de</strong> modo a aplicarem-<strong>se</strong> ao corpo mais vasto <strong>de</strong> objetos quecompõem a história da escultura do século XX” 281 .279 DANTO, Arthur C. (2005) A transfiguração do lugar-comum: uma filosofia da arte. São Paulo: Cosac & Naify. p.18-19.280 I<strong>de</strong>m. p. 19.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!