20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008214uma superfície ou a marca <strong>de</strong> um corpo <strong>sobre</strong> o outro. Por outro, opinião vaga, <strong>se</strong>nsação. Tomopartido <strong>de</strong>stes <strong>se</strong>ntidos para falar <strong>de</strong>stas marcas <strong>de</strong>ixadas na matéria das peças e que <strong>de</strong>notamas opiniões e expõem as <strong>se</strong>nsações vividas.Parto, pois, da materialida<strong>de</strong> dos objetos e, assim, tenho a esperança <strong>de</strong> expor asimpressões (textos) que tornam homens e mulheres conjuntos <strong>de</strong> significados públicos ou não,e, para isso, concordo com KRAUSS <strong>de</strong> que “somos a soma <strong>de</strong> nossos gestos visíveis. Somostão acessíveis aos outros como somos a nós mesmos. Nossos gestos são eles próprios,formados pelo mundo público, por suas convenções, sua linguagem, o repertório <strong>de</strong> sua<strong>se</strong>moções, a partir dos quais apren<strong>de</strong>mos os nossos” 272 .Aliás, utilizando <strong>de</strong>ste esboço, tenho por <strong>de</strong><strong>se</strong>jo expor que a gestualida<strong>de</strong> plástica <strong>de</strong>homens e mulheres da cultura popular configura (igualmente àquela escultural hegemônica) oque KRAUSS 273 chamou <strong>de</strong> <strong>se</strong>nsibilida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, ou <strong>se</strong>ja, as experiências relacionadas comas expressões plásticas (especialmente escultóricas) do século XX. Esta autora formula umainstigante questão <strong>sobre</strong> as manifestações objetualizadas da <strong>se</strong>nsibilida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, da qual eutenho especial interes<strong>se</strong>, para configurar e interpretar o artesanato recente, a saber: O que éuma escultura?A modo <strong>de</strong> resposta, construída a partir da leitura da investigação <strong>de</strong> KRAUSS, po<strong>de</strong>riasintetizar a angústia <strong>de</strong>sta autora da <strong>se</strong>guinte forma: a escultura <strong>se</strong>ria um gesto (meio <strong>de</strong>expressão) que situa sua objetualida<strong>de</strong> na “junção entre repouso e movimento, entre o tempocapturado e a passagem do tempo” 274 . Ou <strong>se</strong>ja, a escultura <strong>se</strong>ria uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>objetualização do tempo e do espaço, po<strong>de</strong>ria até dizer, uma possível objetualida<strong>de</strong> alegóricados diversos cronotopos recentes.KRAUSS afirma ainda que o po<strong>de</strong>r expressivo <strong>de</strong> toda objetualida<strong>de</strong> escultural estánesta tensão da simultaneida<strong>de</strong> (que contém uma experiência implícita <strong>de</strong> <strong>se</strong>qüência) <strong>de</strong> tempoe espaço, movimento e repouso, i.é., no choque, no espasmo entre as diferentes alegoriascronotópicas e suas configurações, <strong>de</strong>limitações e contingências. Esta gestualida<strong>de</strong>configuradora <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong> temporalida<strong>de</strong> e espacialida<strong>de</strong> no âmbito da arte mo<strong>de</strong>rna,acredito <strong>se</strong>r o elo <strong>de</strong> conexão entre escultura e artesanato. Visto que o artesanato, comoexpressão plástica que <strong>se</strong> referencia a um tempo e a um espaço em diálogo com outros tempos272 KRAUSS, Rosalind E. (1998) Caminhos da escultura mo<strong>de</strong>rna. São Paulo: Martins Fontes.273 I<strong>de</strong>m. p. 322.274 I<strong>de</strong>m. p. 06.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!