20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008192Capítulo 3 · Estratégias biográficas da produção artesanal em mercados urbanos:Esboço <strong>de</strong> biografias e <strong>de</strong> coisas3.1. Sumários biográficos do sistema <strong>de</strong> objetos artesanais: mercantilização e/ou<strong>de</strong>smercantilização das coisasNeste momento da análi<strong>se</strong>, <strong>de</strong>ixo <strong>de</strong> enfocar os (as) artesãos (ãs) e as dinâmicas que envolvemestes agentes, na sua constituição como participantes na arena <strong>de</strong> disputas que configura aeconomia política e simbólica do artesanato/cultura popular. Aliás, <strong>de</strong>sloco o foco dos agentes e<strong>processo</strong>s <strong>de</strong> objetualização, para no <strong>se</strong>u lugar olhar as possibilida<strong>de</strong>s biográficas (vida social)do sistema <strong>de</strong> objetos artesanais. Apesar <strong>de</strong> marcar meu <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> foco, <strong>de</strong>ixo claro queesta estratégia não tem por objetivo dar autonomia às coisas-como-mercadorias, mas, sim,explorar mais uma possibilida<strong>de</strong> narrativa <strong>sobre</strong> os significados <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizar-<strong>se</strong>, utilizandodinâmicas que não foram interpretadas nas reconstruções realizadas até aqui.Em meio a esta “pouca” materialida<strong>de</strong> dos fluxos (ou circuitos) biográficos das coisas,fixo minha atenção, num primeiro momento, na circulação/troca econômica, para, logo em<strong>se</strong>guida, assumir a perspectiva dos objetos. Com isso, pretendo interpretar os regimes <strong>de</strong> valorenvolvidos no circuito <strong>de</strong> circulação e consumo do sistema <strong>de</strong> objetos artesanais. Nesteexercício, apoio-me em APPADURAI, para quem as “trocas (exchange) econômicas criam valor.Valor que é incorporado (embodied) nas mercadorias que são trocadas. Focando nas coisas quesão trocadas e não somente nas formas ou funções da troca (exchange), é possível argumentarque o que cria o elo <strong>de</strong> ligação entre troca (exchange) e valor é a política, entendida <strong>de</strong> formaampla” 240 .Para esta proposição, es<strong>se</strong> autor comenta que <strong>se</strong> respalda na antropologia econômicarecente, cuja orientação <strong>de</strong>sloca a análi<strong>se</strong> para a interpretação dos fluxos <strong>de</strong> valoresincorporados (embodied) pelas mercadorias, no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> suas vidas sociais, em lugar <strong>de</strong>privilegiar a produção ou o consumo como fenômenos autônomos. Acredito <strong>se</strong>r importanteesclarecer que, por política, APPADURAI enten<strong>de</strong> não somente as relações <strong>de</strong> privilégio e240 A citação original é: Economic exchange creates value. Value is embodied em commodities that are exchaged.Focusing on the things that are exchanged, rather than simply on the forms or function of exchage, makes it possibleto argue that what creates the link between exchange and value is politics, construed broadly. APPADURAI, Arjun.In: _________ (1986) op.cit. p. 03.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!