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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 200818teórico que dispus ao (re)configurá-la ao logo do texto. Minha opção pela inconstância comrelação à caracterização <strong>de</strong>sta noção, parte do princípio <strong>de</strong> que somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> confrontadasas diferentes formas <strong>de</strong> entendê-la, expostas às subordinações realizadas através das diferente<strong>se</strong>stratégias analisadas, evi<strong>de</strong>nciadas as estratégias <strong>de</strong> resistência e negociação política eestética, <strong>se</strong>r possível configurar a categoria artesanato. Este percurso permite expor suacomplexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>se</strong>ntidos, e apóia a configuração <strong>de</strong> um sistema teórico para interpretação <strong>de</strong>múltiplas manifestações da cultura popular e <strong>de</strong> sua participação na constituição <strong>de</strong> uma<strong>se</strong>nsibilida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna. Ou <strong>se</strong>ja, acredito que apre<strong>se</strong>ntar um conceito fechado neste momento,na forma <strong>de</strong> guia para a interpretação <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvida e aqui exposta, <strong>se</strong>ria arbitrário e negaria apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste <strong>se</strong> realizar <strong>de</strong> diferentes maneiras ao longo do texto.No entanto, como primeira configuração e que <strong>se</strong>rvirá pelo momento para tornar legívelesta noção, entendo artesanato como expressões objetualizadas das culturas humana <strong>de</strong> formageral e, mais especificamente, <strong>de</strong> um grupo social <strong>de</strong>terminado histórica, econômica, política,(re)produtiva, estética e socialmente. Por expressão objetualizada entendo a materialização <strong>de</strong>códigos simbólicos, a manipulação <strong>de</strong> materiais e o exercício <strong>de</strong> gestualida<strong>de</strong>s plásticas,dispostos na configuração <strong>de</strong> enunciados que explicitam <strong>de</strong> alguma forma (aqui interpretada) assubordinações e as resistências aos dispositivos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, as disputas e enfrentamentos entreatores, as fraturas e sombreamentos a respeito da experiência mo<strong>de</strong>rna e sua expressivida<strong>de</strong><strong>se</strong>nsível. Estes enunciados, utilizados pelos (as) participantes da arena <strong>de</strong> disputas da economiasimbólica (e política) do artesanato/cultura popular como estratégias para realização <strong>de</strong>atualizações das performances que atuam, i.é., como acesso a outras possibilida<strong>de</strong>s biográficasdisponíveis, legítimas e reconhecidas na constituição <strong>de</strong> um <strong>se</strong>lf coerente em um cosmos urbanorecente.Dessa forma, o artesanato, manifestação objetualizada das culturas populares, visto apartir <strong>de</strong> sua participação nos <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> racionalização capitalista das práticas prosaicas e,integrado aos circuitos <strong>de</strong> circulação e consumo ordinários e/ou simbólicos, é entendido aquicomo “coisas” que questionam em primeiro lugar a experiência recente do consumo. Isso pelofato <strong>de</strong>stas “coisas” <strong>se</strong> apre<strong>se</strong>ntarem em sua forma <strong>de</strong> coisa/mercadoria: ao mesmo tempoobjeto econômico e objeto simbólico, ou <strong>se</strong>ja, <strong>de</strong> forma ambivalente, “bem” e “memória”.Seqüente a isso, o artesanato questiona ainda a aparente homogeneida<strong>de</strong> do <strong>processo</strong> históricodo capitalismo e das suas formas <strong>de</strong> (re)produção. Sobrepondo a esta “homogeneida<strong>de</strong>”, mesmoque <strong>de</strong> forma subterrânea, a simultaneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes formas sociais <strong>de</strong> produção,

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