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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008171Fragmento 15Fonte: EN: F01 – R&ED – 02/2006. Turnos 347-351R. É (...) a mo<strong>de</strong>lagem, eu entendo da <strong>se</strong>guinte forma: ela é feita a partir <strong>de</strong> pedaços (...)E. Hum-hum.R. (...) e pedaços geométricos, né, mais ou menos geométricos (...) por exemplo o corpinho<strong>de</strong>ste sapo ((aponta para uma das peças na fotografia)), foi feito a partir <strong>de</strong> um rolo, um cilindroné, aqui então umas esferas (...) e a partir <strong>de</strong>stas formas geométricas que a gente vai colando,tem a parte <strong>de</strong> colagem, que a gente risca com uma argila bem molinha, e vai colando estaspartes e vai procurando fazer <strong>de</strong>saparecer as imendas (...)E. Hum-hum.R. É basicamente isso que eu entendo (...), por esta técnica <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem (...)Para estabelecer uma introdução ao tema, a narradora utiliza o marcador verbal (...) é(...), <strong>se</strong>guido por uma pausa <strong>de</strong> hesitação. Esta estratégia <strong>de</strong> construção do enunciado revela anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um momento para organização ou planejamento, por parte do (a) falante, ou<strong>se</strong>ja, as pausas, silêncios e hesitações utilizados, são dispositivos que permitem à narradora tertempo para preparar-<strong>se</strong>, ou preparar <strong>se</strong>u enunciado 229 . A pausa (hesitação) neste caso <strong>se</strong>rviu,na estruturação da narrativa <strong>de</strong> Resplendor, como forma <strong>de</strong> pren<strong>de</strong>r a atenção do ouvinte e qualprefácio ao tema, a saber: a <strong>de</strong>scrição das técnicas utilizadas na mo<strong>de</strong>lagem.A partir <strong>de</strong> uma perspectiva contextual (in<strong>de</strong>xical), o início do trecho teve como funçãosubordinar o ato <strong>de</strong> narrar <strong>sobre</strong> este saber à prática da mo<strong>de</strong>lagem realizada por Resplendor,assim as<strong>se</strong>gurando, ou legitimando <strong>se</strong>u fazer. Ao afirmar, (...) a mo<strong>de</strong>lagem, eu entendo da<strong>se</strong>guinte forma (...), o verbo enten<strong>de</strong>r, utilizado na primeira pessoa, <strong>se</strong>rviu <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação dostermos em que <strong>se</strong>ria tratado o tema, dito <strong>de</strong> outra forma, expôs <strong>de</strong> que lugar a narradora queriaque sua história fos<strong>se</strong> ouvida, i.é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o relato <strong>de</strong> <strong>se</strong>u conhecimento empírico e não a partir <strong>de</strong>alguma narrativa já estruturada ou conhecida pelo ouvinte. Apesar disso, na posterior explicaçãodos procedimentos técnicos, é possível (re)construir (ouvir) outras vozes (discursos) que<strong>de</strong>slocam a narradora para um lugar periférico, como <strong>se</strong> o que ela narras<strong>se</strong> fos<strong>se</strong>m inferências,hipóte<strong>se</strong>s e informações a respeito do que viu, ouviu ou vivenciou: os conhecimentospadronizados da geometria aprendidos na escola ou aqueles relacionados com as manualida<strong>de</strong><strong>se</strong> sua prática que circulam nos meios massivos ou, ainda, das trocas <strong>de</strong> receitas, entre outros.229 Para aprofundamento no que toca a organização dos turnos e os elementos que compõem as estratégias emuma conversação, como as pausas, silêncios e hesitações, ver MARCUSCHI, Luiz Antônio. (2000) op. cit.

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