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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008170potência política, estética e ética do artesanato/cultura popular, na forma <strong>de</strong> narrativa histórica,ou como poética da prosaica e <strong>de</strong> <strong>se</strong>us movimentos neste cosmos urbano fragmentado erecente. Acredito ainda, que ao expor a mo<strong>de</strong>lagem em sua forma mais material – o fazer – (re)construo o gesto plástico artesanal igual ao gesto <strong>se</strong>nsual, cuja expressão <strong>se</strong> realiza pelaimpressão do <strong>de</strong><strong>se</strong>jo <strong>de</strong> homens e mulheres por <strong>de</strong>ixar na superfície <strong>de</strong> barro, uma marca do<strong>se</strong>u trânsito no tempo e no espaço, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marca da existência <strong>de</strong> suas gentes.Foi <strong>se</strong>guindo as indicações <strong>de</strong> SARAMAGO, a respeito <strong>de</strong> uma arqueologia dosmateriais, reveladora <strong>de</strong> uma arqueologia humana, que apre<strong>se</strong>nto o fragmento <strong>de</strong> narrativa emque Resplendor explicou as técnicas utilizadas na mo<strong>de</strong>lagem folclórica. Apre<strong>se</strong>nto o momentoem que esta artesã indicou o lugar on<strong>de</strong> eu escavei as camadas que <strong>se</strong> <strong>sobre</strong>pu<strong>se</strong>ram com otempo e nelas encontrei os fragmentos (cacos), através dos quais reconstruí o <strong>processo</strong> <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>rnizar-<strong>se</strong>, a partir <strong>de</strong> sua perspectiva tecnológica.Chamo a atenção que reconstruo a perspectiva tecnológica, para marcar que esta diferedas outras perspectivas abordadas em itens anteriores, e daquelas ainda por <strong>se</strong>rem analisadasnos posteriores. Todavia, não lhes é indiferente ou autônoma, mas, sim, revela-<strong>se</strong> <strong>de</strong> outrasformas e com outros repertórios (imagens). Isso alerto, por ter consciência <strong>de</strong> que cadaabordagem (ângulo olhado e interpretado) guarda em sua enunciação um aspecto, que não ésimilar àquele exposto em outro momento. E, ao aceitar a parcialida<strong>de</strong> dos pontos <strong>de</strong> vista,acredito que justapor várias perspectivas ajuda a construir alguma imagem legível e portadora <strong>de</strong>uma (ou várias) história (s), mesmo que esta imagem e histórias <strong>se</strong>jam fragmentadas (ao modo<strong>de</strong> uma composição cubista).Este fragmento é simples, <strong>se</strong>co, <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> digressões ou <strong>de</strong> <strong>se</strong>ntidos ambíguos a<strong>se</strong>rem interpretados, além daqueles já pre<strong>se</strong>ntes na materialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>se</strong>u enunciado, ou <strong>se</strong>ja,nos significados das palavras com as quais Resplendor procurou construir sua narrativa. Noentanto, foi nos interstícios, lá on<strong>de</strong> a palavra grafada cruamente não revela os significados, quebusquei a matéria para construir a análi<strong>se</strong>. Foi nos não-dizeres, nas hesitações e nos silêncios,on<strong>de</strong> a narrativa da artesã revelou-<strong>se</strong>. A partir <strong>de</strong>ste fragmento, apre<strong>se</strong>nto o conjunto <strong>de</strong> técnicasque formam o sistema técnico da mo<strong>de</strong>lagem folclórica, para, com isso, expor o jogo oculto naobjetualização do sistema <strong>de</strong> objetos artesanais:

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