20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008166SAHLINS 223 , que resguarda, na profunda medida <strong>de</strong> sua exatidão, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> homens emulheres carnavalizarem algo caro à socieda<strong>de</strong> capitalista recente: o valor abstrato e o valor <strong>de</strong>troca das coisas (enquanto coisas-como-mercadorias).Aquela formulação da noção <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>se</strong>nho – citada em parágrafo anterior - acredito quesomente subordina os gestos plásticos artesanais, ou a criativida<strong>de</strong> como trata SOTO SORIA, naforma <strong>de</strong> ação (mecânica) <strong>de</strong> materializar objetos, que participam <strong>de</strong> um mundo das mercadoria<strong>se</strong> <strong>de</strong> sua estreita economia política. Com isso, igualmente subordina as discursivida<strong>de</strong>s dacultura popular (verbais, objetuais, performáticas, em sínte<strong>se</strong>) àquela pensada comohegemônica, cuja característica marcante é o estabelecimento (ou fixação) <strong>de</strong>lugares/localizações hierarquizados e <strong>de</strong>siguais. Mesmo Marx, crítico <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> economiapolítica e das formas <strong>de</strong> subordinações capitalistas, não <strong>se</strong>ria tão simplista. Daí a instigantediscussão realizada por este autor a respeito da mercadoria e os fetichismos do valor <strong>de</strong> troca.Contudo, como uma estratégia teórica para a reconstrução da categoria <strong>de</strong> análi<strong>se</strong> a <strong>se</strong>rutilizada – <strong>de</strong>sign -, possibilita configurar os <strong>de</strong><strong>se</strong>jos e imaginações na forma <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong>objetos que, necessariamente - e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua ancestralida<strong>de</strong> - participa <strong>de</strong> circuitos <strong>de</strong> circulaçãosimbólico-econômico-político-histórico, transborda uma ordinária participação no fluxo damercantilização capitalista, ou <strong>de</strong> forma menos explicita: no “real sistema econômico”, comotratam os economistas. Este gesto configurador, plástico e instituidor <strong>de</strong> uma estética artesanal,expõe na forma <strong>de</strong> metáforas escultórias, visuais, narrativas, rituais e tantas outras, as formasque grupos ou socieda<strong>de</strong>s <strong>se</strong> vêem e como repre<strong>se</strong>ntam a si mesmos e a suas práticas sociais.Assim, para utilizar a noção <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>se</strong>nho/<strong>de</strong>sign/di<strong>se</strong>ño realizo uma virada <strong>se</strong>mântica – similaràquela realizada por Resplendor ao atualizar a mitologia do Boi-<strong>de</strong>-mamão – para com issoenunciar com outra inflexão à noção <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>se</strong>nhos 224 .223 SHALINS, Marshall (2003) op. cit.224 Tal virada <strong>se</strong>mântica (ousadia ou irresponsabilida<strong>de</strong> teórica minha) só é possível pelo fato <strong>de</strong> participar, mesmoque perifericamente, dos <strong>de</strong>bates criativos e criadores <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> enunciar esta categoria – <strong>de</strong>sign –realizado no âmbito do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Tecnologia da Universida<strong>de</strong> Tecnológica do Paraná.Agra<strong>de</strong>ço, <strong>de</strong>veras, às Professoras Doutoras Marilda Lopes Pinheiro Queluz, Maristela Mitsuko Ono, LucianaMartha Silviera, Marília Gomes <strong>de</strong> Carvalho, e aos Professores Doutores Luiz Ernesto Merkle e Gilson LeandroQueluz, pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> algumas ativida<strong>de</strong>s e grupos <strong>de</strong> pesquisa no PPGTE e com eles trocarinformações, angústias e achados. Agra<strong>de</strong>ço, ainda, às colegas Marinês Ribeiro dos Santos, Mariuze Men<strong>de</strong>s e àProfessora Dra. Ana Lúcia Santos Verdasca Guimarães, por compartilharem comigo suas inquietações a respeito<strong>de</strong>sta categoria, além <strong>de</strong> fornecerem <strong>se</strong>us ensaios, dis<strong>se</strong>rtações e te<strong>se</strong>s, como matéria <strong>sobre</strong> a qual eu pu<strong>de</strong> ousarrefletir <strong>sobre</strong> a conceituação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign. Para uma importante, e essa sim ousada, produção <strong>sobre</strong> a aproximação do<strong>de</strong>sign com as ciências sociais e humanas, QUELUZ, Marilda Lopes Pinheiro (org) (2005) Design & cultura. Curitiba:Editora Sol; ONO, Maristela (2006) Design e cultura: sintonia es<strong>se</strong>ncial. Curitiba: Edição Aurora; GUIMARÃES, AnaLúcia Santos Verdasca (2007) Design, socieda<strong>de</strong> e cultura: significados dos arranjos espaciais e dos objetos em

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!