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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008163como parte constituinte <strong>de</strong>sta noção. A modo <strong>de</strong> uma formulação mais plástica <strong>de</strong>staconceituação, acredito que as técnicas configuram-<strong>se</strong> como saber tecnológico. Ou <strong>se</strong>ja, saberesgeneralizados <strong>sobre</strong> as formas <strong>de</strong> fazer/construir coisas (rituais ou ordinárias), cuja pre<strong>se</strong>nça <strong>de</strong>instrumentos permite formar um sistema técnico <strong>de</strong> um grupo ou <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>, em<strong>processo</strong> contínuo <strong>de</strong> atualização (das próprias técnicas, instrumentos e <strong>de</strong><strong>se</strong>nhos), através <strong>de</strong>criação e <strong>de</strong>scarte, assim como <strong>de</strong> contatos e trocas com outros grupos e socieda<strong>de</strong>s.Lembrando <strong>se</strong>r este saber tecnológico entrecortado ou submerso nas dinâmicas sociais maisprofundas, ou <strong>se</strong>ja, está contaminado pelos tempos e espaços vividos, pelas histórias e fórmulaspadronizadas, pelas pedagogias <strong>se</strong>mióticas/<strong>se</strong>miológicas do cotidiano, pelas estéticas e éticasdas formas sociais <strong>de</strong> produção e, em con<strong>se</strong>qüência, pela dinâmica sócio-histórica dos grupossociais.Estabeleço esta aproximação com MAUSS, por compartilhar com este autor a percepção<strong>de</strong> que a indústria e os ofícios permitem uma “<strong>de</strong>scrição viva” <strong>de</strong> um grupo ou socieda<strong>de</strong>.Acredito, igualmente como MAUSS, que “a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> um <strong>se</strong>rviço <strong>de</strong> mesa implicará a história<strong>de</strong> sua fabricação e <strong>de</strong> suas condições <strong>de</strong> uso” 217 , expondo os diferentes discursos (vozes) queatravessam (refletem ou refratam) ou estão contidos naqueles enunciados objetualizados. Pormeio <strong>de</strong>ste procedimento, expõem-<strong>se</strong> as histórias (passadas, pre<strong>se</strong>ntes e futuras) subjacentes àobjetualida<strong>de</strong> das coisas, os <strong>se</strong>ntidos/significados contidos nestas objetualida<strong>de</strong>s; os dispositivos<strong>de</strong> dominação/subordinação, assim como os interes<strong>se</strong>s que estes dispositivos refletem. Além,<strong>se</strong>guramente, das estratégias utilizadas por homens e mulheres que partilham <strong>de</strong> uma condição<strong>de</strong> subalternida<strong>de</strong> e/ou dominação, para lidar com aquelas formas <strong>de</strong> dominação e dispositivos,e a elas/eles resistir, subverter, reconstruir.Para aproximar-me da noção <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>se</strong>nhos/di<strong>se</strong>ños/<strong>de</strong>signs, utilizo uma estratégiacomplexa. Por um lado, concordo com STROMBERG 218 , que <strong>de</strong><strong>se</strong>nho (di<strong>se</strong>ño) é uma categoria216 Importante chamar a atenção que MAUSS, <strong>se</strong>guindo a Reuleau, ainda <strong>de</strong>sdobra a categoria instrumento em trêsníveis, a saber: Herramientas. La herramienta, a la que <strong>se</strong> confun<strong>de</strong> generalmente con un instrumento, es siempresimple, compuesta <strong>de</strong> una sola pieza (ejemplo <strong>de</strong> herramientas: el cortafrío, una cuña, una palanca). Instrumentos.Un instrumento es un compuesto <strong>de</strong> herramientas. Por ejemplo, un hacha que a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> hierro, tiene un mangoque hace palanca; un cuchillo con mango es un instrumento, a diferencia <strong>de</strong>l cortafío; una flecha es un instrumento.Máquinas. Una máquina es un compuesto <strong>de</strong> instrumentos. Por ejemplo, el arco, que incluye la ma<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>l arco, lacuerda y la flecha. MAUSS, Marcel (2006) op. cit. p. 52.217 Minha aproximação da noção maussiana <strong>de</strong> técnica <strong>se</strong> dá a partir <strong>de</strong> <strong>se</strong>u Manual <strong>de</strong> Etnografia. A citaçãooriginal, a saber: la <strong>de</strong>scripción <strong>de</strong> un <strong>se</strong>rvicio <strong>de</strong> mesa implicará la historia <strong>de</strong> su fabricación y <strong>de</strong> sus condiciones<strong>de</strong> empleo. MAUSS, Marcel (2006) op. cit. p. 50.218 STROMBERG, Gobi (1985) op. cit.

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