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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 200816do capitalismo e da <strong>se</strong>nsibilida<strong>de</strong> recentes. Contudo, sou levado a concordar que estaparticipação <strong>de</strong>sigual, também possibilita com que as formas populares (subalternas) <strong>de</strong>repre<strong>se</strong>ntação, produção, reprodução e reelaboração simbólica compartilham/disputam espaços<strong>de</strong> legitimação numa arena <strong>de</strong> conflitos marcados pelas condições gerais <strong>de</strong> produção,circulação e consumo intercultural e urbano. Esta participação assimétrica expõe que as práticaslaborais, éticas, estéticas, políticas, econômicas, históricas populares (subalternas), estão emconflito com um tipo <strong>de</strong> práticas hegemônicas, e que estes conflitos explicitam formas <strong>de</strong>manifestação <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> heterogênea e fragmentária. Explicita, ainda, o lugar <strong>de</strong>subalternida<strong>de</strong> das camadas populares, em meio às relações sociais <strong>de</strong> produção, circulação econsumo simbólico/cultural ou econômico.Em meio a estas lutas, lanço meu olhar para o “ciclo do boi”, por sua ancestralida<strong>de</strong>, oupelo menos antecedências em relação às práticas rituais e alegóricas populares brasileiras, que,expostas em praça pública, pervertem a or<strong>de</strong>m, carnavalizam as personagens, <strong>de</strong>generam asnormas. Neste calendário do boi, elegi por temporalida<strong>de</strong> mística privilegiada a performancedramática encenada nas ruas e festas e sua objetualida<strong>de</strong>, configurada nos conjunto<strong>se</strong>scultóricos do Boi-<strong>de</strong>-mamão existentes em Florianópolis, Ilha <strong>de</strong> Santa Catarina, na RegiãoSul do Brasil. Minha escolha tem por motivação, por um lado, a centralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta performancedramática num tipo oficial <strong>de</strong> cultura popular na/da Ilha. Por outro, a participação do conjuntoescultórico que a repre<strong>se</strong>nta num circuito <strong>de</strong> circulação econômico e simbólico. Junto a estasduas motivações <strong>de</strong> pesquisa, uma terceira que <strong>se</strong> configurou no <strong>processo</strong> <strong>de</strong> investigação, asaber: a potência que esta performance dramática e sua objetualida<strong>de</strong> possuem <strong>de</strong> <strong>se</strong>r palcoalegórico on<strong>de</strong> as disputas políticas e estéticas são apre<strong>se</strong>ntadas, canibalizadas e adquirem <strong>se</strong>ulugar numa insistente (re)configuração <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> cosmovisão subalterna. Por isso, nemvingança, nem pessimismo, e sim, configuração <strong>de</strong> movimentos, abertura <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s,<strong>sobre</strong>posições <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>se</strong>jos.A proposta aqui apre<strong>se</strong>ntada po<strong>de</strong>ria <strong>se</strong>r resumida da <strong>se</strong>guinte forma: o estudo da<strong>se</strong>stratégias e dispositivos narrativos (verbais e objetualizados), utilizados nos <strong>processo</strong>s <strong>de</strong>atualizações biográficas (pessoais e dos sistemas <strong>de</strong> objetos) <strong>de</strong> artesãos (ãs) mo<strong>de</strong>ladores <strong>de</strong>cerâmica folclórica, acionados com o propósito <strong>de</strong> in<strong>se</strong>rir a si (qual autor-artista) e sua produção(qual objeto cultural) num tipo <strong>de</strong> circuito <strong>de</strong> circulação econômica, simbólica e política na cida<strong>de</strong><strong>de</strong> Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Decanto este enunciado da <strong>se</strong>guinte forma, por objeto<strong>de</strong> investigação, tomo as narrativas verbais reconstruídas no diálogo entre mim e meu (minha)

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