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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008133proposta para abordar estas questões, e a elas respon<strong>de</strong>r, ORTIZ ANGULO toma amaterialida<strong>de</strong> do objeto como intransferível através da tradição oral. Entretanto, ela alerta que amatéria passível <strong>de</strong> transmissão <strong>se</strong>riam os <strong>se</strong>ntidos (significados), ou <strong>se</strong>ja, os conteúdos eformas (os signos abstratos, os simbolismos sócio-históricos), que ao sabor do tempo e da açãodos (as) autores (as) adquiririam objetualida<strong>de</strong>s (reconfigurações) em outros e novos objetos.Este movimento <strong>se</strong> caracterizaria nesta proposta, da <strong>se</strong>guinte forma:Motivos, símbolos, temas, formas, cores, técnicas vão aparecendo uma e outra vez em objetosconcretos, enquanto tenham vigência <strong>de</strong>ntro do grupo, ou <strong>se</strong>ja, enquanto correspondam àsnecessida<strong>de</strong>s e interes<strong>se</strong>s do grupo que os produz. Subsistindo na ba<strong>se</strong>, sofrendo variações <strong>de</strong>acordo com as condições <strong>de</strong> vida concreta <strong>de</strong> cada geração e com a criativida<strong>de</strong> do autor emparticular, todavia mantendo relação com as criações anteriores e <strong>de</strong>terminando as obrasfuturas, caso subsistam ainda aquelas condições materiais e espirituais 182 .Tomar esta caracterização <strong>de</strong> tradição tem algumas vantagens. Uma <strong>de</strong>las é a potênciados objetos concretos como narrativas/textos a respeito das mudanças ou continuida<strong>de</strong>spassadas, pre<strong>se</strong>ntes e futuras <strong>de</strong> um grupo social. Outra é a plasticida<strong>de</strong> com que cada geração,e eu acredito que mesmo uma mesma geração, po<strong>de</strong> materializar esta concretu<strong>de</strong> do objeto e,por con<strong>se</strong>qüência, sua concretu<strong>de</strong> histórica, através da ação/gesto estético individual, ou naspalavras <strong>de</strong> ORTIZ ANGULO, a partir da criativida<strong>de</strong> do autor em particular. No entanto, discordo<strong>de</strong>sta autora em dois pontos <strong>de</strong> sua formulação, a saber: no que toca à impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>transferência da concretu<strong>de</strong> do objeto plástico e <strong>sobre</strong> a forma como é <strong>de</strong>lineado o“aparecimento” dos objetos concretos.Para inferir <strong>sobre</strong> o primeiro ponto, retomo a investigação realizada por BRIGGS 183 entreartesãos (ãs) <strong>de</strong> entalhe em ma<strong>de</strong>ira no Novo México, EUA, apre<strong>se</strong>ntada anteriormente. Esteautor comenta que, em <strong>se</strong>u aprendizado como entalhador, percebeu que a pedagogia assumidapelos (as) mestres-artesãos (ãs), ao ter subjacente a “tradição”, envolvia muito mais do que aprincípio po<strong>de</strong>ria esperar (normas imutáveis e fórmulas fixas), mas, e <strong>sobre</strong>tudo, configurava-<strong>se</strong>qual complexo modo interpretativo que envolvia formas visuais e verbais <strong>de</strong> construção e182 A citação original, a saber: Motivos, símbolos, temas, formas, colores, técnicas van apareciendo una y otra vezen objetos concretos, mientras tengan vigencia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>l grupo, es <strong>de</strong>cir, que correspondan a las necesida<strong>de</strong>s eintere<strong>se</strong>s <strong>de</strong>l pueblo que los produce. Subsisten en la ba<strong>se</strong>, sufriendo variaciones <strong>de</strong> acuerdo con las condiciones<strong>de</strong> vida concreta <strong>de</strong> cada generación y con la creatividad <strong>de</strong>l autor en particular, pero manteniendo relación con lascreaciones anteriores y <strong>de</strong>terminando las obras futuras, si subsisten aún las dichas condiciones materiales yespirituales. ORTIZ ANGULO, Ana (1990) op. cit. p. 84183 BRIGGS, Charles L. (1986) op. cit.

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