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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008121R. Trabalhou todo o TCC <strong>de</strong>le todo aí, então é um terreno com muito potencial, porque temmata atlântica, tem sambaqui, e juntar (...) <strong>de</strong> repente, fazer um parque alí, tornar público. Éprivado né! ((o terreno))E. Hum-hum.R. Mas é uma área que não po<strong>de</strong> <strong>se</strong>r mais construído nada, né! Então, fazer <strong>de</strong> repente todoum (...) juntar esta parte cultural com (...) que falta muito na ilha né! Essas opções <strong>de</strong> ver acultura <strong>de</strong> ver o ambiente, a cultura, né!E. Hum-hum.R. Os aspectos locais, que não estão <strong>se</strong>ndo valorizados e fazer um complexo né; parque comuma casa <strong>de</strong> cultura aqui. Acho que este é o meu maior sonho, que a gente enxerga e que agente acha possível também, assim (...) <strong>de</strong> fazer.Como Edwilson, o padrão i<strong>de</strong>ntificado é o <strong>de</strong> ação biográfica, mas as motivações sãodistintas e isso ajuda a enten<strong>de</strong>r que as formas <strong>de</strong> produção artesanal e <strong>se</strong>u sistema <strong>de</strong> objetostambém são marcados por estas distintas motivações. Resplendor aborda a questão a partir daperspectiva <strong>de</strong> quem busca pela mediação entre o que ela tinha como trajetória (projeto) – acarreira <strong>de</strong> bióloga – e o que as contingências da vida lhe proporcionaram como eleições,<strong>de</strong>svios, relocalização, ou <strong>se</strong>ja, sua atuação como artesã. Isso é explicitado na construção: Meusonho (...), a gente quer fazer <strong>de</strong>sta casa aqui ((refere-<strong>se</strong> ao ateliê)) um centro cultural. E juntocom a parte (...) ((do artesanato)) quem sabe aliar com a parte ambiental (...). Para Resplendor,criar um centro cultural aproximaria fragmentos <strong>de</strong> <strong>se</strong>u <strong>se</strong>lf que, no cotidiano, estão <strong>se</strong>parados.Isso é exposto na utilização dos marcadores textuais – e junto com (...) quem sabe aliar com (...)- o que resultaria viável a composição <strong>de</strong> uma nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> possível, manejável,aparentemente harmoniosa.Todo o fragmento é uma tentativa <strong>de</strong> Resplendor organizar <strong>se</strong>u <strong>se</strong>lf a partir damaterialização do ateliê, enquanto um espaço on<strong>de</strong> ela po<strong>de</strong>ria reunir, aliar, juntar coisas quesão distintas, sonhos que <strong>se</strong> chocam, mas que são acalentados amorosamente. Os marcadorestextuais – neste caso os verbos utilizados pela artesã – expõem o fato <strong>de</strong> que, caso esta açãobiográfica <strong>se</strong>ja materializada, mesmo que em parte, Resplendor passaria por uma mudança outransformação <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. E as estratégias para esta transformação passariam pela açãopolítica, on<strong>de</strong> ela po<strong>de</strong>ria assumir uma atitu<strong>de</strong> mais ativa com relação a sua performance social,<strong>de</strong>ixando o privado (a casa) e atuando no público.

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