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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008119consumidores (mercado) urbanos. O movimento que <strong>se</strong> efetua é do interior que <strong>se</strong> exterioriza, oprivado que <strong>se</strong> torna público.O fragmento inicia com um trecho que expõe a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da reflexão realizada porEdwilson para organizar <strong>se</strong>u projeto. Assim, explica que: o que falta, na verda<strong>de</strong>, aqui na cida<strong>de</strong>,é um local que tives<strong>se</strong> uma divulgação maior das (...), <strong>de</strong>ssas peças, né! Ao assim proce<strong>de</strong>r, ogeógrafo/artesão chama a atenção aos vazios, a partir do <strong>se</strong>u ponto <strong>de</strong> vista, existentes na vidacultural da cida<strong>de</strong> e, logo em <strong>se</strong>guida, coloca-<strong>se</strong> como agente <strong>de</strong> uma mudança: É o que a gentetá querendo fazer aqui ((no ateliê)) (...). Dessa forma, Edwilson posiciona-<strong>se</strong> não somente comoum artesão que busca in<strong>se</strong>rir-<strong>se</strong> no mercado <strong>de</strong> consumo cultural, como pensam Seu Petrolino eDona Olinda, mas como interventor/propositor <strong>de</strong> políticas culturais para o artesanato e para acida<strong>de</strong>.É certo que sua intervenção chega a <strong>se</strong>r autoritária, quando afirma: (...) Não! as pessoasque vêm a Florianópolis têm que visitar um local que <strong>se</strong> produza peças <strong>de</strong> referência cultural,têm que visitar a praia on<strong>de</strong> <strong>se</strong> tenha contato com a baía, né! A utilização do verbo ter - aspessoas que vêm (...) têm que visitar (...) - transforma a proposição <strong>de</strong> Edwilson em uma or<strong>de</strong>m,que não respeita a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> motivações, que po<strong>de</strong> fazer com que as pessoas <strong>se</strong><strong>de</strong>sloquem. Não respeita, ou não enten<strong>de</strong> as experiências que cada um <strong>de</strong><strong>se</strong>ja com <strong>se</strong>u chegara uma cida<strong>de</strong> diferente; todavia, o que está subjacente a esta construção, ele explicita <strong>de</strong>pois,em trecho que <strong>se</strong>rá analisado em outro momento.O geógrafo/artesão contesta a falta <strong>de</strong> divulgação para o circuito <strong>de</strong> objetos artesanais.Mas, na verda<strong>de</strong>, o que reivindica são espaços para divulgação <strong>de</strong> suas idéias e marca isso coma <strong>se</strong>guinte fra<strong>se</strong>: [as] respostas [estão] aqui na frente <strong>de</strong> casa! Creio que é importante informarque Edwilson <strong>se</strong> coloca muito à vonta<strong>de</strong> para “participar” nas arenas <strong>de</strong> disputas, especialmentepolíticas, que envolvem a cida<strong>de</strong> e, especificamente, o artesanato. Todavia, sua participaçãoefetiva é limitada pelas práticas cotidianas e por sua trajetória <strong>de</strong> vida, que o relocalizam em suareal condição <strong>de</strong> participação: público das disputas políticas (aqui estritamente partidárias).Acredito que a questão da divulgação está relacionada a questões mais complexas queaquelas visualizadas por Edwilson. Suas críticas à Prefeitura ou ao Estado são muitoimportantes; porém, penso que a questão, para além da divulgação, está vinculada à legitimaçãodos espaços <strong>de</strong> circulação e consumo dos objetos artesanais em Florianópolis, ou mesmo aos<strong>processo</strong>s <strong>de</strong> reconhecimento e legitimação dos diferentes sistemas <strong>de</strong> objetos artesanais, e osagentes participantes e <strong>de</strong>finidores das regras <strong>de</strong>ste <strong>processo</strong>. Des<strong>se</strong> modo, as respostas não

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