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Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

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Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 2008117fim, estão as peças recém-mo<strong>de</strong>ladas, recém-queimadas, ainda por pintar, e os experimentos,as tentativas, os fracassos.Este espaço ligado à casa e, através <strong>de</strong> uma porta, à cozinha, é invadido por cheirosque remetem ao íntimo, sons que estão distantes dos espaços exclusivos <strong>de</strong> trabalho – como orádio, a televisão, a pergunta do filho <strong>sobre</strong> o jogo eletrônico. Esta cotidianida<strong>de</strong> que inva<strong>de</strong> oambiente, faz com que os passos perdidos entre a cozinha e o ateliê <strong>de</strong>finam outros limites parao útil e o cotidiano e o excepcional e a criação “artística”. O fato <strong>de</strong> subir e <strong>de</strong>scer <strong>de</strong>graus nãomarca fisicamente os limites, algumas pequenas aberturas – que um dia foram janelas da sala<strong>de</strong> estar – abrem-<strong>se</strong> à nostalgia <strong>de</strong> um espaço que não existe mais, não existem mais aspaisagens olhadas através <strong>de</strong>stas janelas, não existe mais a maresia morna <strong>de</strong> verão que inva<strong>de</strong>as casas à beira-mar. A especialização <strong>de</strong>stes espaços vividos só é relembrada em face dapre<strong>se</strong>nça <strong>de</strong> um (a) outro (a) – um (a) consumidor (a) – mesmo assim por pouco tempo, vistoque esta <strong>de</strong>marcação das performances – artesão (ã)/consumidor (a), obscurece nestaimprecisão do cenário. Ao tratar este (a) consumidor (a) como um (a) amigo (a) que visita, quepo<strong>de</strong> entrar pela porta da cozinha, tomar um café recém-passado, ou comer uma fatia <strong>de</strong> bolo,as performances ganham outras dimensões e a relação <strong>de</strong> consumo, outra exege<strong>se</strong>. Práticasambíguas, vivências heterogêneas, espaços limítrofes.De forma similar, aborda a questão Edwilson, geógrafo, professor, artesão por escolha enão por tradição, homem <strong>de</strong> fala rápida, envolvido com sua comunida<strong>de</strong> e preocupado com atransformação do artesanato em uma indústria lucrativa. Apre<strong>se</strong>nto o fragmento on<strong>de</strong> ele explica<strong>se</strong>u projeto para aproveitar aquela experiência que <strong>de</strong>manda o mercado (consumidor):Fragmento 05Fonte: EN: F02 – ED – 05/2006. Turnos 220 e 551-569ED. O que falta, na verda<strong>de</strong>, aqui na cida<strong>de</strong>, é um local que tives<strong>se</strong> uma divulgação maior das(...), <strong>de</strong>ssas peças, né! É o que a gente tá querendo fazer aqui ((no ateliê)) (...)((em outro trecho da entrevista expõe o projeto))ED. O i<strong>de</strong>al é criar um espaço e (...) não! Aqui as pessoas vão (...) tentar criar <strong>de</strong>ntro daPrefeitura um apoio que (...). Não! As pessoas que vêm a Florianópolis têm que visitar umlocal que <strong>se</strong> produza peças <strong>de</strong> referência cultural, têm que visitar a praia on<strong>de</strong> <strong>se</strong> tenhacontato com a baía, né! E as baías foram fundamentais na fixação do povoamento portuguêsaqui, né! Que as baías são o porto natural mais (...) o melhor porto natural entre o Rio <strong>de</strong>Janeiro e Buenos Aires, então essa (...) o fato <strong>de</strong> existir essa baía aqui é que <strong>de</strong>terminou queFlorianópolis fos<strong>se</strong> uma cida<strong>de</strong> estratégica (...)

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