20.07.2015 Views

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

Narrativas sobre o processo de modernizar-se - capes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira CorrêaTe<strong>se</strong> <strong>de</strong> Doutorado PPGICH UFSC | outono 20081042.1.1. Organização da unida<strong>de</strong> social <strong>de</strong> produção artesanalPara contar as histórias <strong>de</strong> um oleiro obrigado a mo<strong>de</strong>rnizar-<strong>se</strong>, SARAMAGO inicia pelamaterialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua oficina: “A morada e a olaria tinham sido construídas neste amplo terreiro,provavelmente uma antiga eira, ou um caldatório, no centro do qual o avô oleiro <strong>de</strong> CiprianoAlgor, que também usara o mesmo nome, <strong>de</strong>cidiu, num dia remoto <strong>de</strong> que não ficou registro nemmemória, plantar a amoreira” 158 . Igual a SARAMAGO, inicio pela materialida<strong>de</strong> dos ateliês <strong>de</strong>Florianópolis, no Estado <strong>de</strong> Santa Catarina, Brasil.Estes ateliês, construídos sob outras eiras, abrigam ao (a) artesão (ã), que na condição<strong>de</strong> mestre in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte capitalista – assumindo características da formulação <strong>de</strong> NOVELO 159 -,conta com sua família, e/ou alguns aprendizes não vinculados formalmente ao ateliê(funcionários às vezes assalariados), para <strong>de</strong><strong>se</strong>mpenhar a maioria dos <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> produção,circulação e consumo. Esta caracterização é similar àquela proposta por MARTÍNEZ PEÑALOZAa respeito dos ateliês e oficinas individuais ou familiares, em <strong>se</strong>u diagnóstico <strong>sobre</strong> o<strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvimento artesanal em México na década <strong>de</strong> 1980 160 .Os ateliês investigados são uma conquista dos (as) artesãos (ãs), e sua construção écon<strong>se</strong>qüência <strong>de</strong> vários anos <strong>de</strong> trabalho – existindo alguns, em contínua (re)construção -, <strong>de</strong>atualizações do trabalho artesanal e suas formas <strong>de</strong> in<strong>se</strong>rção no circuito <strong>de</strong> produção, circulaçãoe consumo, e, em especial, em um circuito <strong>de</strong> consumo cultural. Ao interpretar estes espaços,simultaneamente acredito mapear as trajetórias, motivações, padrões, inovações e repetiçõesocorridas aos (às) artesãos (ãs). Isso por crer que a materialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes espaços e as formas<strong>de</strong> vivê-los, alimenta <strong>de</strong> informações as interpretações <strong>sobre</strong> o fenômeno econômico artesanal.Em geral, os ateliês são espaços construídos próximos ou como extensão da casa. Oque levaria à percepção, num primeiro momento, do trabalho artesanal urbano, ou das formas158 SARAMAGO, José (2000) op. cit. p. 30.159 NOVELO, Victória. In: BEST MAUGARD, Adolfo (1982) op. cit.160 A classificação <strong>de</strong><strong>se</strong>nvolvida no México – teve por ba<strong>se</strong> diretrizes mercadológicas - agrupa os ateliês artesanai<strong>se</strong>m três modalida<strong>de</strong>s, a saber: Primero. El artesano industrial o, si prefiere, en vías <strong>de</strong> industrialización, cuyo capitales relativamente alto; cuenta con empleados y obreros; buena organización; buenas instalaciones y otros elementos<strong>de</strong> or<strong>de</strong>n técnico y artístico, que le permiten una producción <strong>de</strong> alto volumen y <strong>de</strong> buena calidad. Segundo. El obrajeo taller, en el cual el artesano cuenta con una pequeña ayuda <strong>de</strong> asalariados y <strong>de</strong> adminstración, y en don<strong>de</strong> él<strong>de</strong><strong>se</strong>npeña la mayor parte <strong>de</strong> las funciones <strong>de</strong> la producción, las <strong>de</strong> or<strong>de</strong>n comercial y artístico. Tercero. El tallerindividual o familiar, en el cual el propio artesano lleva a cabo todas las fa<strong>se</strong>s <strong>de</strong> la producción y solamente admite afamiliares suyos en los procesos <strong>de</strong> producción y distribución. MARTÍNEZ PEÑALOZA, Porfírio (1988) Arte Populary Artesanias Artísticas en México. Un acercamiento. México D.F.: SEP (Segunda Lecturas – série mexicanas, 108).p. 101-102.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!