13.07.2015 Views

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.envolvimento com gangues e precisarem “<strong>da</strong>r um tempo”;outros afirmam terem abraçado alguma religião e,portanto, as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s gangues passam a serincompatíveis com um novo “estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>”:- Não! Você fala que tá <strong>de</strong> paz... (GFV-2, Jurandir, 16 anos, 1ºano)- Você fala que tá sujo na sua casa, que sua mãe está... (GFV-5, José, 17 anos , 2º ano)- Normal! Sai quem quer! Não, não [fica marcado]! Você falaque está <strong>de</strong> boa... (GFV-3, Pedro, 15 anos grupo focalmasculino, 1º ano)Desta forma, o relacionamento entre integrantes eex-integrantes <strong>de</strong> gangue, costuma ser cordial, porém,sem gran<strong>de</strong>s proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s:- Não, não [saio], nem fico muito. Às vezes eu encontro napraça, ali do Vila do Limão! “O papo está bom e aí como queestá?!” (GFV-3, Pedro, 15 anos, 1º ano)A retaliação só po<strong>de</strong>rá ocorrer caso os exintegrantesvenham a “falar mal” <strong>da</strong> gangue, o que viria aromper os pactos anteriormente estabelecidos eestruturados em relações <strong>de</strong> leal<strong>da</strong><strong>de</strong>, cumplici<strong>da</strong><strong>de</strong> esilêncio:- Mas, no sair, você po<strong>de</strong> apanhar quando sai <strong>de</strong> uma banca! Euacho assim, você está falando mal <strong>de</strong>la <strong>de</strong>pois que você usou:“eu estava naquela banca , mas aquela banca não presta!” aívocê apanha! (GFV-3, Fábio, 15 anos, 1º ano).O que nos chama a atenção aqui refere-se aosmotivos pelos quais os jovens não continuaram a integraras gangues e, portanto, não optaram pela “vi<strong>da</strong> docrime”. Para enten<strong>de</strong>rmos esses motivos, recorremos aELIAS (1997) ao afirmar que a “estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> peculiar doautocontrole mental” tem a mais estreita relação com“a monopolização <strong>da</strong> força física e <strong>da</strong> crescente estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dosórgãos centrais <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Só com a formação relativamenteestável <strong>de</strong>sses monopólios é que as socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s adquiremrealmente essas características, em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong>s quais osindivíduos que as compõem sintonizam-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância,85

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!