Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.- Fumava um cigarrinho ali, um cigarrinho ali... [<strong>de</strong> maconha](GFV-2, Jandira, 16 anos, 1º ano)Evi<strong>de</strong>ntemente, há também muitos jovens que semantêm apartados dos grupos formados por gangues; natentativa <strong>de</strong> minimizar a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a que seencontram expostos, optam por uma estratégia <strong>de</strong>“invisibili<strong>da</strong><strong>de</strong>” para não se tornarem alvos <strong>da</strong>s açõesviolentas:- Não, é só an<strong>da</strong>r sossegado, não ficar encarando os outros;ficar meio longe <strong>de</strong>les, não passar muito perto! (GFP-2-Roberto, 15 anos, 1º ano)A saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> gangueConforme <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> ex-integrantes sãodiversos os motivos que os levam ao <strong>de</strong>sligamento <strong>da</strong>sgangues. Assim como quando entram estão muitas vezesbuscando emoções diferentes, a transgressão, etc,também saem pelos mesmos motivos, ou seja, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong>ser novi<strong>da</strong><strong>de</strong> e estabeleceu-se uma rotina que segue umprocesso <strong>de</strong> banalização, acaba com a novi<strong>da</strong><strong>de</strong> dostempos iniciais.- Ah! Foi se acabando assim, foi per<strong>de</strong>ndo a graça, aí acabou!(GFV-3, Pedro, 15 anos, 1º ano)- Aí começamos a se afastar, aí eu coloquei o (...), o TA, maisuns 04 moleques na banca, aí nós começamos a fazer nossoIBOPE no EEPG batendo nuns carinhas, e tal, aí eu comecei... [aafastar] Ah! Parava <strong>de</strong> colar com os caras, <strong>de</strong> pichar... Aí,começamos a se afastar, tal, aí eu peguei, cheguei num dia, láno Vale do Sol, os caras estavam indo pichar, aí eu falei: “Tô <strong>de</strong>boa, tô virando crente, quero sair <strong>da</strong> banca (risos) (GFV-2,Jandir, 16 anos, 1º ano)Contrariando a expectativa (representação) <strong>de</strong>incondicional proteção diante <strong>de</strong> adversi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a práticapouco a pouco vai se mostrando diferente <strong>da</strong>representação já que nem sempre os companheiros <strong>de</strong>gangue proporcionam a reciproci<strong>da</strong><strong>de</strong> espera<strong>da</strong>,principalmente na hora <strong>da</strong>s brigas:- Mas também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa que é também. Tem ummoleque que aconteceu isso comigo e agora eu não abraço asbrigas <strong>de</strong>le não. (GFV-5, José, 17 anos, 2º ano)82
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.- Eu não abraço não, tenho certeza que se acontecer issocomigo eu não vou entrar. Eu até vou separar, no máximo, masse tiver que ficar, não! Deixa quieto... (GFV-5, Daniel 16 anos,1º ano)- Você está numa briga, os outros te abandonam, te <strong>de</strong>ixamlá... (GFV-5, Carlos, 17 anos, 2º ano)- Aí é cruel! Não, não apanhei também, né? Era um contra um,só, mas só que eu não agüentava com ele... (GFV-5, Gustavo,17 anos, 2º ano)- que o cara era mais forte que ele(GFV-5, Carlos, 17 anos, 2ºano)- Aí, falaram que iam entrar, mas chegou na hora... ah! éaquela <strong>de</strong>cepção, pá! né? Só que você vê. (GFV-5, Gustavo, 17anos, 2º ano)- Nunca mais! (GFV-5, Daniel, 16 anos, 1º ano)- Porque você confia como sua família mesmo, se mexer comum... (GFV-5, Gustavo, 17 anos, 2º ano)- Tudo junto, né? (GFV-5, Daniel, 16 anos, 1º ano)- É! (vários)Além <strong>de</strong>stes fatores apontados, pu<strong>de</strong>mos observarque outro elemento relevante para o <strong>de</strong>sligamento <strong>de</strong>integrantes <strong>de</strong> gangue é a percepção <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>punição, ou seja, quando a sua vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> se tornamais acentua<strong>da</strong> na sua relação com a polícia do que narelação entre seus pares propriamente. Quandocompanheiros do grupo são flagrados pela polícia eencaminhados para instituições “corretivas” <strong>de</strong> menores(FEBEM, que lhes inspira um gran<strong>de</strong> terror), arepercussão entre os outros integrantes <strong>da</strong> ganguecostuma ser bastante gran<strong>de</strong> no sentido <strong>de</strong> fazê-losrepensar que suas atitu<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ter graves83