13.07.2015 Views

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.classe diante <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retaliação <strong>de</strong> umintegrante <strong>de</strong> gangue:- Eu sou repetente, né? Eu estu<strong>da</strong>va lá no 1º B, aí estava umcara lá que pegou a ca<strong>de</strong>ira e jogou no ventilador e a professoraviu e chamou o diretor, só que ele falou que ia todo mundo <strong>de</strong>suspensão. E o moleque lá na <strong>de</strong>le; ele faltou 03 dias, bobo né?Em vez <strong>de</strong> ir pra escola, mas todo mundo ficou quieto, ninguémfalou, ninguém abriu a boca... Ele era <strong>de</strong> uma gangue! E <strong>da</strong>ídona, ele começou a procurar quem <strong>de</strong>dou ele, mas ninguémtinha <strong>de</strong><strong>da</strong>do. Como ele faltou o diretor mesmo que <strong>de</strong>scobriu.Aí todo mundo começou a ficar com medo: “E agora, se ele meculpar, se ele culpar você?” (GFV-4, Gabriel, 18 anos, 3º ano)São inúmeros os casos discutidos pelos gruposfocais, cujo eixo recai sobre episódios <strong>de</strong> violênciapromovi<strong>da</strong> por gangues, ocorridos no entorno escolar. Oque po<strong>de</strong>mos apreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> narrativa é queesses embates são expressões <strong>de</strong> reafirmação <strong>da</strong>srelações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre os pares; <strong>de</strong>ssa formaestabelecem uma associação entre a representação <strong>de</strong>cruel<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>da</strong> prática <strong>da</strong> violência enquantomecanismo <strong>de</strong> dominação que ultrapassa os agredidos ese instala nos espectadores.- E o medo que nós temos!? Tem uma banca do Malhado aí, quequis aparecer, quer bater em todo mundo aqui na escola. ÉTemidos! TMS! Eles são cheios <strong>de</strong> querer fazer graça. Eles são!Para bater, igual ontem, para bater em um, foram uns 20, aí naPraça. Um molequinho do tamanho do ..., um cocô, umbostinha. Bateram num molequinho em 20! Deram três te<strong>de</strong>[pontapés usando a perna quase que em ângulo obtuso,semelhante aos golpes <strong>de</strong> capoeira com os pés] no moleque, omoleque <strong>de</strong>bulhou no chão, caiu lá! (GFV-3,Fábio 15 anos, 1ºano)[referindo-se ao motivo <strong>da</strong> briga]- Porque passaram a mão na bun<strong>da</strong> <strong>da</strong> menina! (GFV-3,Fábio15 anos, 1º ano)- Mas foi o moleque? (GFV-3,Fausto 15 anos, 1º ano)- Foi o moleque que apanhou. Eu sei que merece, né? Mas nãoera pra bater. Se a namora<strong>da</strong> é sua, quem que vai cobrarbronca, são seus amigos? (GFV-3,Fábio 15 anos, 1º ano)78

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!