13.07.2015 Views

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.relação <strong>de</strong> inferiori<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> submissão <strong>da</strong>s namora<strong>da</strong>s.Na proporção em que afirmam que o namoro entreintegrantes é motivo, quase um convite, <strong>de</strong> afastamentodo casal <strong>da</strong> gangue – aqui novamente é (re)estabeleci<strong>da</strong> a<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> gênero, já que cabe aonamorado salvaguar<strong>da</strong>r a parceira e por isso em umembate entre gangues, <strong>de</strong>ve cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> ambos(sua e <strong>de</strong>la), tornando o grupo mais vulnerável, <strong>da</strong>í umdos motivos <strong>de</strong> afastamento.. Entretanto, ao término donamoro, o rapaz, se quiser, po<strong>de</strong> ser reintegradomediante algumas <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> “força”; o mesmonão ocorre com as meninas após o rompimento donamoro:- É, às vezes havia e muita gente fez isso, começou a namorare parou com o grupo, não foi mais lá, não ficou mais junto coma gente, parou <strong>de</strong> pichar; aí também o pessoal <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rouele. Normalmente se alguém vai pegar um cara <strong>da</strong> gangue,então a menina vai apanhar também. Daí você corta o negócio,<strong>da</strong>í você salva ela e fica na boa, só que o cara ain<strong>da</strong> eraconsi<strong>de</strong>rado, quando ele chegasse era consi<strong>de</strong>rado porque agente conhecia. (...) só que <strong>da</strong>í ele vai ter que mostrar serviço,ele vai ter que chegar, ter que fazer umas pichações, ter que irnum lugar mais difícil pichar, cobrir bronca, aí é... (GFV-3,Pedro, 15 anos, 1º ano)Na citação abaixo, referindo-se aos motivos <strong>de</strong>impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reintegração feminina na gangue, maisuma vez é reitera<strong>da</strong> a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> nas relações <strong>de</strong>gênero ao afirmar que a garota ao namorar, per<strong>de</strong> a forçae há alteração <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>:- Não! A menina quando saía, quando as meninas mesmo saíamé que elas iam embora <strong>da</strong> turma, mu<strong>da</strong>vam <strong>de</strong> bairro, iam praoutra ci<strong>da</strong><strong>de</strong> assim, ou começavam a namorar e paravamtambém.[após afastamento mediante namoro] Às vezes eradifícil [ser reintegra<strong>da</strong>] porque, tipo assim, ela per<strong>de</strong>u umcomando, né? Porque conhecia ela <strong>de</strong> um jeito, ela começou anamorar, ela parou, então encara como se fosse, per<strong>de</strong>u aforça, ficou fraca. (GFV-3, Pedro, 15 anos, 1º ano)- Ela não tem opinião própria... (GFV-3, Rafael, 16 anos, 1ºano)Quanto aos ritos <strong>de</strong> ingresso em uma gangue, nãopo<strong>de</strong>mos afirmar que exista uma normatização quantoàquilo que eles <strong>de</strong>nominam por “batizados <strong>de</strong> ingresso”.Há uma certa diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s; alguns,conforme veremos abaixo, afirmaram que o passaporte72

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!