13.07.2015 Views

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.possuir, em número menor, membros distribuídos por outros bairrospopulares <strong>da</strong> capital. Delta é um nome fictício <strong>da</strong>do ao grupo <strong>de</strong> jovensestu<strong>da</strong>do. Não se usa, aqui, o nome com que eles se auto<strong>de</strong>signampara evitar possíveis embaraços para com o grupo ou seus membros.O reconhecimento através do nome, ou <strong>da</strong> <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> si próprioscomo membro, parece construir e ampliar o sentimento <strong>de</strong> pertença aogrupo. Pertencer ou sentir-se pertencendo é ser um Delta.Um primeiroartigo sobre o grupo foi publicado anteriormente; ver, Koury, 2002.[2]Este artigo faz parte <strong>de</strong> uma pesquisa maior sobre MedosCorriqueiros: A construção social <strong>da</strong> semelhança e <strong>da</strong> <strong>de</strong>ssemelhançaentre os habitantes urbanos <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras nacontemporanei<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvido sob a coor<strong>de</strong>nação do autor, peloGREM – Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Sociologia <strong>da</strong> Emoção <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba.[3] Uma <strong>da</strong>s li<strong>de</strong>ranças do Delta, embora faça questão <strong>de</strong> dizer-se ummembro comum como os <strong>de</strong>mais. Rapaz <strong>de</strong> vinte e quatro anos <strong>de</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong>, estu<strong>da</strong>nte <strong>de</strong> engenharia na UFPB, nunca trabalhou, mora comos pais e mais dois irmãos menores, e <strong>de</strong>dica-se integralmente aogrupo, que ele chama <strong>de</strong> “movimento jovem <strong>de</strong> afirmação <strong>da</strong> pessoaem uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> carente <strong>de</strong> fé”. (Entrevista concedi<strong>da</strong> em 20 <strong>de</strong>novembro <strong>de</strong> 2002).[4] Todos os membros do grupo possuem uma espécie <strong>de</strong> codinome,um apelido que, normalmente, diz respeito a uma característica físicaou <strong>de</strong> personali<strong>da</strong><strong>de</strong> do sujeito apeli<strong>da</strong>do. O apelido parece assumiruma espécie <strong>de</strong> marca registra<strong>da</strong> <strong>de</strong> individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>aceitabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, um sinal pessoal distintivo e <strong>de</strong> reconhecimentoindividual no grupo.[5] Jovem <strong>de</strong> 25 anos, estu<strong>da</strong>nte do quarto período do curso <strong>de</strong>graduação em geografia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba, UFPB.Pertence ao Delta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 18 anos. Não trabalha, e <strong>de</strong>dica gran<strong>de</strong>parte <strong>de</strong> suas horas vagas ao grupo, no processo formativo dosquadros bem como na tentativa <strong>de</strong> levar a mensagem Delta paraaqueles não Deltas, mas que tragam em si o germe <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça, istoé, segundo suas palavras, “<strong>de</strong> serem tocados e <strong>de</strong>spertos pelapalavra”. (Entrevista concedi<strong>da</strong> em 23 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003).[6] Casa<strong>da</strong>, 23 anos, cinco <strong>de</strong> grupo, Cleidita entrou para o Deltaatravés do seu atual marido. Forma<strong>da</strong> em Letras pela Unipê –Fun<strong>da</strong>ção Universitária <strong>da</strong> Paraíba, há um ano, dá aulas em duasescolas secundárias <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e preten<strong>de</strong> cursar uma especialização oumestrado em <strong>2004</strong>. (Entrevista concedi<strong>da</strong> ao autor em 20 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>2003).[7] Entrevista realiza<strong>da</strong> em maio <strong>de</strong> 2002 com uma jovem <strong>de</strong> 24 anos,Delta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os <strong>de</strong>zenove. Solteira com dois filhos, mora com a avó,trabalha em uma lanchonete situa<strong>da</strong> na orla marítima <strong>de</strong> João Pessoa eestudou até a oitava série do ensino fun<strong>da</strong>mental. Atualmente namoraum dos membros dos Deltas e está pensando retornar aos estudos.[8] Conheci<strong>da</strong> como Bolinha, a informante é uma moça <strong>de</strong> 22 anos,solteira, com o segundo grau completo e que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 18 anos <strong>de</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong> trabalha no comércio varejista no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mora comuma tia, o pai é presidiário con<strong>de</strong>nado e a mãe morreu quando tinha60

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!