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abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

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Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.mesmos, quer em relação ao grupo como um todo, quer,ain<strong>da</strong>, em relação aos <strong>de</strong> fora.Neste sentido, o sentimento <strong>de</strong> pertença aparece <strong>de</strong>forma mais significativa quando em presença do outro,dos <strong>de</strong> fora do grupo. Os Deltas parecem se sentir maispertencentes ao grupo quando olham para fora, para alémdos limites constitutivos do grupo.Segundo Cleidita [6] , “tenho que me locomovermuito pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> um lado a outro <strong>de</strong> João Pessoapara <strong>da</strong>r aula, pois os dois colégios que eu ensino fica umnum canto e o outro no outro oposto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Observoentão muito mesmo as pessoas, as vejo angustia<strong>da</strong>s, vejoelas ansiosas por coisas banais e aí me noto comosortu<strong>da</strong>, pois vejo nelas o que não sou graças por fazerparte do Delta.“O grupo dá na gente uma esperança em algo muito maior quenão encontro nos outros, e olhe que converso muito, bastantemesmo, mas só consigo enxergar nos que são iguais a mim omesmo sentido <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>de</strong> firmeza, <strong>de</strong> bon<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> tolerânciaque faz <strong>de</strong> nós especiais. Esses iguais a mim que eu falo,[pensei que você já soubesse], são os que fazem parte doDelta, estar no grupo permite a quem faz parte o sentimento <strong>de</strong>integri<strong>da</strong><strong>de</strong> e benquerença íntima e <strong>de</strong> saber que não se estásó, mas com e entre amigos, melhor ain<strong>da</strong>, entre iguais”.Fronteiras como movimento relacionalAtravés do <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Cleidita acima é possívelpensar, para o caso Delta, as duas interpretações <strong>da</strong>noção <strong>de</strong> fronteiras discuti<strong>da</strong>s por Hannerz (2001) comonão opostas entre si, mas em constante movimentorelacional. Ambas apontando para a esfera tênue douniverso <strong>de</strong> pertença grupal e, ao mesmo tempo, <strong>da</strong>ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong> do eu, do nós e dos outros enquantoconceitos projetivos <strong>de</strong> configuração comunitária.Movimento relacional que oferece ao pesquisador apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> metodológica <strong>de</strong> pensar a organização Deltaatravés <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> disciplinar interna e psicologizantedo interminável mea culpa individual, além <strong>de</strong> permitir,também, a compreensão pelo pesquisador <strong>da</strong>s formassingulares <strong>de</strong> escamoteamento <strong>da</strong>s disputas internas nogrupo em prol <strong>de</strong> uma visão unitária e igualizante dosmembros em um discurso comunitário. Abre o estudiosoao mesmo tempo para as esferas do medo e53

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