13.07.2015 Views

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.<strong>da</strong> experiência humana em outros tempos: viviam asangústias, frente à precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> existência, àduali<strong>da</strong><strong>de</strong> física e imaginal. Eles experimentavam o“eterno” dilema entre ser mun<strong>da</strong>no e mortal e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>vir-a-ser sagrado e, <strong>de</strong> alguma forma, imortal.Linhas, Formas e LabirintosA idéia <strong>de</strong> labirinto é utiliza<strong>da</strong> como metáfora paraque se enten<strong>da</strong> o homem <strong>da</strong> cultura barroca como umperegrino. Um ser em busca <strong>da</strong>s razões <strong>da</strong> existência eque, principalmente, busca significados e padrões quepermitam compreen<strong>de</strong>r a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que se transformadiante dos olhos, “<strong>de</strong>baixo dos pés” e “acima <strong>da</strong>scabeças”. Arrisca-se dizer que a imaginação arquetípica<strong>de</strong>ssa cultura projeta na forma labiríntica um sentido <strong>de</strong>introspecção e <strong>de</strong> ensimesmar-se que protege os homens<strong>de</strong> si mesmos, <strong>da</strong>s emoções e percepções que seencontram fora <strong>de</strong> controle, <strong>de</strong> explicação.O labirinto converte a angústia <strong>da</strong> existência e <strong>da</strong>finitu<strong>de</strong> em um constante <strong>de</strong>slocar-se para <strong>de</strong>ntro, aomesmo tempo em que impulsiona a consciência para foraem um contínuo trânsito em busca <strong>da</strong>s experiências nomundo. O Peregrino, exatamente, por sua viagempessoal, <strong>de</strong> introversão e extroversão, torna-se homem do“mundo”: peregrinando e conhecendo, movimentando-sesem rumos muito precisos, sujeitos às novas <strong>de</strong>scobertas,sujeitos ao acaso.A idéia <strong>de</strong> peregrinação se a<strong>de</strong>quou muitoprecisamente ao estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> barroco, isto porque nacultura do século XVI as consciências foram abala<strong>da</strong>s porconhecimentos que trouxeram <strong>de</strong> longe, <strong>de</strong> lugaresdistantes <strong>da</strong> Terra, ou do Cosmos, que se re<strong>de</strong>senhava,outros sentidos para o viver.De qualquer forma, indivíduos em trânsito sãoseres que ameaçam a or<strong>de</strong>m e a ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong> é marcados itinerantes . Eles não po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados e/ouremetidos a um (único) lugar simplesmente porque elesnão pertencem a nenhum lugar, sua fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>sapegoe aparente liber<strong>da</strong><strong>de</strong> amedrontam aqueles que or<strong>de</strong>namseu viver reverenciando pontos fixos, estáveis.Um movimento peregrino é ambíguo em si mesmo,isto porque, entre outras coisas, peregrinar po<strong>de</strong> ser41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!