abril de 2004 - CCHLA - Universidade Federal da ParaÃba
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Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.Fenômeno que na<strong>da</strong> tem <strong>de</strong> original, em termoshistóricos, mas que agora abrange um “campo mais vasto<strong>de</strong> saberes” .Villaça (ob.cit.:125) <strong>de</strong>staca, ain<strong>da</strong>, que o logos doséculo barroco alicerçava-se sobre dois eixos epistêmicosfun<strong>da</strong>mentais: “o <strong>de</strong>us dos jesuítas e sua metáforaterrestre, o rei”. Dois eixos fun<strong>da</strong>mentais que controlavame mantinham a homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre as formas <strong>de</strong>representação e cognição do mundo. O neobarroco rompecom a homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>, sublinhando a multivoci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sentidos e a carência <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mentos ou <strong>de</strong> certezas.Uma análise do barroco contemporâneo certamenteressaltará a percepção <strong>de</strong> um mundo fragmentado,turbulento, labiríntico.Santos (2001:356), afirma que a cultura Barroca<strong>de</strong>ve ser compreendi<strong>da</strong> “enquanto metáfora cultural” eobserva<strong>da</strong> a partir do estilo artístico, <strong>da</strong> época histórica edo ethos cultural. Esta socie<strong>da</strong><strong>de</strong> impõe uma “análise feita<strong>da</strong>s margens”, ela possui uma “imaginação centrífuga,subversiva e blasfema”.Contrapondo-se a estas formas <strong>de</strong> pensar a culturabarroca, Coutinho (1986:17) adverte que para serentendido como um conceito histórico e “ter vali<strong>da</strong><strong>de</strong>crítica e doutrinária” o termo barroco não <strong>de</strong>ve serutilizado “para <strong>de</strong>signar um tipo <strong>de</strong> expressão que po<strong>de</strong>ocorrer em qualquer cultura e em diversos momentos”.Para os a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong>ssa corrente, o movimento estilístico<strong>de</strong> uma época se limita aos períodos históricos em quesurgem. Assim, o Barroco <strong>de</strong>veria ser apreciado como umestilo artístico-cultural reinante entre os séculos XVI eXVII.Maravall (1997:19-20) embora <strong>de</strong>monstre<strong>de</strong>sacordo, entre as <strong>da</strong>tas que propõe e às que sugereCoutinho (ob.cit.), estabelece como limite <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>do estilo barroco os anos <strong>de</strong> 1605 a 1650. No entanto, oprimeiro estudioso concor<strong>da</strong> com o segundo sobre a idéia<strong>de</strong> que a compreensão <strong>de</strong>sse estilo artístico-cultural <strong>de</strong>veestar fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> na apreensão <strong>de</strong> sua “época <strong>de</strong>fini<strong>da</strong><strong>da</strong> história”. Os dois autores compartilham <strong>da</strong> mesmaopinião quando comentam que as épocas históricas “nãose separam umas <strong>da</strong>s outras por contornos nítidos, masinterpenetram-se, imbricam-se”, não se cortando ou se33