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A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

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uma Síntese-rascunho do décimo segundo ensaio metapsicológico <strong>de</strong> 1915, teríamos um total<strong>de</strong> seis <strong>de</strong>stes artigos conhecidos. Quanto aos seis restantes, é possível que tenham sido<strong>de</strong>struídos por Freud. Eis um dos maiores enigmas que paira sobre a psicanálise <strong>freudiana</strong>.Após os artigos metapsicológicos <strong>de</strong> 1915, segue-se uma virada na teoria psicanalítica,com <strong>de</strong>staque especialmente para dois pontos. Com Além do Princípio do Prazer (1920), amudança começa abordando a teoria das pulsões, que passam a ser i<strong>de</strong>ntificadas por “pulsão<strong>de</strong> vida e pulsão <strong>de</strong> morte”. Em O Ego e o Id (1923), consolida-se outra gran<strong>de</strong> mudança como surgimento da “segunda tópica do aparelho psíquico”, <strong>de</strong>finida pelas instâncias quereceberam o nome <strong>de</strong> “id”, “ego” e “superego”. Neste contexto, como bem pontuaramLaplanche e Rosenberg, o artigo Luto e <strong>melancolia</strong> estaria fortemente relacionado a esta“revolução” que se segue aos artigos metapsicológicos. O texto sobre a <strong>melancolia</strong> teria,assim, apresentado problemáticas que <strong>de</strong>saguariam no gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da teoriapsicanalítica dos anos vinte.Estando <strong>de</strong> acordo com estas colocações, Og<strong>de</strong>n (2004) faz outras consi<strong>de</strong>rações quevão mais além <strong>de</strong>stes autores. Sobre Luto e <strong>melancolia</strong>, o autor afirma: “Muito do somcorrente no pensamento psicanalítico atual – e, <strong>de</strong>sconfio, também no pensamentopsicanalítico vindouro – po<strong>de</strong> ser ouvido em Luto e <strong>melancolia</strong>, <strong>de</strong> Freud, se soubermos ouvilo”(OGDEN, 2004, p.97). Tal afirmação consta em recente trabalho do autor, publicado noInternational Journal; trata-se <strong>de</strong> um importante e original artigo que versa sobre ascontribuições <strong>de</strong> Luto e <strong>melancolia</strong> (1917[1915]) para o <strong>de</strong>senvolvimento da psicanálise e dateoria das relações objetais. Neste, o psicanalista mostra que não apenas a teoria <strong>freudiana</strong>,mas também a teoria <strong>de</strong> outros importantes psicanalistas, foram consi<strong>de</strong>ravelmenteinfluenciadas pelas idéias presentes no artigo <strong>de</strong> Freud:Estas sentenças representam uma <strong>de</strong>monstração sucinta e po<strong>de</strong>rosa <strong>de</strong> como Freud,nesse texto, começa a escrever/pensar teórica e clinicamente em termos <strong>de</strong> relaçãoentre aspectos cindidos, pareados e inconscientes do Eu (isto é, sobre relaçõesobjetais internas e inconscientes). Freud reúne pela primeira vez, em uma narrativacorrente, o seu revisado, e agora novo, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mente, apresentando-o em umnível mais alto em termos teóricos (OGDEN, 2004, p.90).Além <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar <strong>de</strong> maneira muito pertinente como este “novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mente”se <strong>de</strong>senha nas páginas do texto freudiano, Og<strong>de</strong>n lembra também que os conhecidos<strong>de</strong>senvolvimentos da teoria <strong>de</strong> Klein – a relação <strong>de</strong> objetos internos, os mecanismos <strong>de</strong> cisão,as <strong>de</strong>fesas maníacas etc. – po<strong>de</strong>m ser encontrados nas entrelinhas do artigo freudiano sobre a<strong>melancolia</strong>, mesmo que ainda <strong>de</strong> forma embrionária ou apenas sugerida. Assim, Og<strong>de</strong>nenfatiza que Luto e <strong>melancolia</strong>, além <strong>de</strong> tratar da <strong>melancolia</strong> como um quadro91

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