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A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

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In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das questões imprecisas e polêmicas que cercam o tema da <strong>de</strong>pressão<strong>melancolia</strong>,como bem coloca Kristeva (1989), situamo-nos numa perspectiva <strong>freudiana</strong>: ésempre pensando a partir <strong>de</strong>ste lugar como referência principal que buscamos compreen<strong>de</strong>r osestados <strong>de</strong>pressivo-melancólicos, ou, como preferimos <strong>de</strong>nominar, “estados <strong>de</strong>pressivos”. Avisão da autora – <strong>de</strong> que a <strong>de</strong>pressão e a <strong>melancolia</strong> são estados indistinguíveis em seu âmago– converge diretamente com nossa investigação em relação à essência <strong>de</strong>stes estados; umponto <strong>de</strong> vista que procuramos elucidar neste trabalho.Bleichmar (1981, 1998, p.36) também aponta para uma essência comum entre osestados <strong>de</strong>pressivos, e sugere uma imagem em que os transtornos <strong>de</strong>pressivos constituem asramas últimas dos caminhos <strong>de</strong> origem que tem um tronco comum. Como vimos em Freud eem alguns autores contemporâneos, há <strong>de</strong>pressão na <strong>melancolia</strong>, embora a primeira sejacompreendida como um estado afetivo, isto é, uma <strong>de</strong>scrição fenomenológica <strong>de</strong> um estadoem que a pessoa se encontra, enquanto a segunda se constitui como uma neurose narcísica –uma estrutura clínica específica. O que buscamos compreen<strong>de</strong>r em primeira instância não sãoas particularida<strong>de</strong>s que possivelmente venham distinguir a <strong>de</strong>pressão e a <strong>melancolia</strong>, ou osinúmeros quadros <strong>de</strong>pressivos, embora tais particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vam ser consi<strong>de</strong>radas, mas simo que po<strong>de</strong>ríamos chamar <strong>de</strong> “<strong>de</strong>nominador comum entre os estados <strong>de</strong>pressivos”. De acordocom a tendência da psicanálise atual, acreditamos ser útil, em termos clínicos, uma distinçãoentre a <strong>melancolia</strong> e a <strong>de</strong>pressão, sem esquecer contudo que, ao faze-lo, estamos na verda<strong>de</strong>entrando em um campo mais amplo e complexo – como assinalado no final do tópico anterior–, o campo das <strong>de</strong>pressões, algo maior e que se refere à constituição, estruturação emanutenção do aparelho psíquico.81

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