A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO
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RESUMOTEIXEIRA, M. A. R. A <strong>concepção</strong> <strong>freudiana</strong> <strong>de</strong> <strong>melancolia</strong>: elementos para umametapsicologia dos estados <strong>de</strong> mente melancólicos. Dissertação (mestrado). Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong>Ciências e Letras <strong>de</strong> Assis. UNESP, 2007, 186 f.Atualmente fala-se muito sobre <strong>de</strong>pressão. Este estado tornou-se muito comum no tempoatual, sendo um fato raro encontrar alguém que não tenha tido, com ele, algum contato diretoou indireto. Nosso interesse <strong>de</strong> investigação partiu <strong>de</strong>stes estados <strong>de</strong>pressivos, tendo comoreferencial teórico a psicanálise. Foi Freud que inaugurou os estudos sobre os estados<strong>de</strong>pressivos por meio da compreensão oferecida sobre a <strong>melancolia</strong> em seu conhecido artigoLuto e <strong>melancolia</strong> (1917[1915]). Este trabalho se tornou referência básica para qualquerestudioso que pretenda <strong>de</strong>senvolver um conhecimento sobre os estados <strong>de</strong>pressivos a partir dapsicanálise. Frente a isto partimos do exame <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong>ste artigo freudiano e elegemos oselementos melancólicos (formados pela articulação entre a organização narcísica e aambivalência) como objeto <strong>de</strong> estudo, a fim <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r a <strong>concepção</strong> <strong>de</strong> Freud sobre a<strong>melancolia</strong>. Mantivemo-nos sempre no campo da metapsicologia <strong>freudiana</strong> como referênciaprincipal. Percebemos que um estudo sobre a <strong>melancolia</strong> por meio da metapsicologia acaboupor se tornar um estudo sobre a constituição e o funcionamento da vida psíquica em geral.Neste sentido, notamos que os estados <strong>de</strong>pressivos se tornaram o paradigma originário dopsiquismo e que a idéia <strong>de</strong> separação ou perda do seio materno foi o mo<strong>de</strong>lo aceito em geralpela psicanálise para compreen<strong>de</strong>r o momento do nascimento do ego para alguns, ou <strong>de</strong>integração <strong>de</strong>ste para outros. O comum é que o momento <strong>de</strong> discriminação entre o ego e omundo externo seja provocado pela perda e acompanhado por <strong>de</strong>pressivida<strong>de</strong>, provocandouma mutação que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio <strong>de</strong> prazer até o princípio <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>, ou ainda, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>o narcisismo até o investimento objetal. Os estados <strong>de</strong>pressivos, então, não <strong>de</strong>vem sertomados sempre como patológicos, idéia comum na ciência médica, mas como constitutivosda mente humana, assumindo uma função <strong>de</strong>terminada para esta. Formulamos ainda aexistência <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> mente melancólico, mesmo no funcionamento não patológico,caracterizado pela ação <strong>de</strong> processos psíquicos próprios da <strong>melancolia</strong> – vínculo narcísico,perda (trauma), i<strong>de</strong>ntificação narcísica e ambivalência afetiva. Serão encontradas tambémneste trabalho a narração e uma análise da história da <strong>melancolia</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Antiguida<strong>de</strong>Clássica e, ainda, uma discussão sobre o uso dos termos “<strong>de</strong>pressão” e “<strong>melancolia</strong>” em Freu<strong>de</strong> na psicanálise atual.Palavras-chave: Melancolia, Depressão mental, Luto, Psicanálise, Metapsicologia <strong>freudiana</strong>,Narcisismo.8