13.07.2015 Views

A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

prontamente à pretensão <strong>de</strong> oferecer uma solução para esta complexa problemática. Caberia,ainda, nos <strong>de</strong>termos mais um pouco nesta questão, a fim <strong>de</strong> apresentar ao leitor uma idéiamais formal, examinando o que alguns autores pensam a respeito.A <strong>de</strong>finição da <strong>melancolia</strong> como uma neurose narcísica reservou um lugar especificopara este sofrimento psíquico, e <strong>de</strong>stacou o narcisismo como sua questão central – temos aquia expressão do fenômeno <strong>de</strong> menos valia do melancólico, representado pela auto<strong>de</strong>svalorizaçãoe pela falta <strong>de</strong> auto-estima. Também o estudo dos sentimentos <strong>de</strong> culpa,encerrada pelas auto-injúrias e auto-acusações nos melancólicos, <strong>de</strong>stacou por sua vez aambivalência, que ocupa, ao lado do narcisismo, o lugar <strong>de</strong> elementos centrais da <strong>melancolia</strong>.Estes dois aspectos <strong>de</strong>ram origem a duas correntes distintas no pensamento sobre a <strong>de</strong>pressãoe <strong>melancolia</strong>. Tais correntes divi<strong>de</strong>m-se entre aquelas que se baseiam na ênfase <strong>de</strong>stes estadosna ambivalência e aquelas que se apóiam na dimensão narcísica. A primeira, representadaespecialmente por Abraham (1911, 1924), e seguida por Rado (1928), Klein (1935, 1940,1946), Finichel (1946) e Jacobson (1953, 1971), centra sua compreensão da <strong>melancolia</strong>através da evidência dos embates internos da ambivalência – um superego cruel e um egosubjugado – ten<strong>de</strong>ndo a dar um especial relevo ao sentimento <strong>de</strong> culpa. Aqui o que se nota é oembate entre as instâncias e a predominância dos componentes <strong>de</strong>strutivos que não po<strong>de</strong>m serabsorvidos nas relações com os objetos. Esta corrente ten<strong>de</strong> a consi<strong>de</strong>rar o caráter psicótico da<strong>melancolia</strong> (DELOUYA, 2001, p.36).A corrente <strong>de</strong> autores apoiados na dimensão narcísica para o entendimento psíquico da<strong>melancolia</strong> aposta suas fichas nos percalços que rondam o período da constituição do ego, istoé, o nascimento do sujeito do eu, e que acarretam em uma forte sensibilida<strong>de</strong> narcísica e emconseqüentes carências no ego. A <strong>melancolia</strong> aqui é conseqüência <strong>de</strong> frustrações traumáticasou <strong>de</strong>scuidos precoces, e se manifesta por carência narcísica. Temos aqui uma aproximaçãocom a indicação <strong>de</strong> Freud sobre a <strong>melancolia</strong> ser uma neurose narcísica, afastando assim a<strong>melancolia</strong> das psicoses e a colocando no contexto das neuroses. Gero (1936), Sharpe (1944),Bibring (1953) e Bowby (1969) são os principais autores que formam esta corrente(DELOUYA, 2001, p.36).Finichel (2000 [1946]), autor do livro Teoria psicanalítica das neuroses, acredita quea <strong>de</strong>pressão em grau ligeiro ocorre em toda neurose, e que, em grau mais elevado, é <strong>de</strong> todosos sintomas o mais terrível no tormentoso estado psicótico da <strong>melancolia</strong>. Entretanto, concebea perda da auto-estima como a essência dos estados <strong>de</strong>pressivos em conseqüência dossentimentos <strong>de</strong> culpa.77

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!