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A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

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disponível no ego e no id, seria Eros <strong>de</strong>ssexualizado, que proce<strong>de</strong> do estoque narcísico <strong>de</strong>libido, que é colocada a serviço do princípio do prazer, para neutralizar bloqueios e facilitar<strong>de</strong>scargas (FREUD, 1923, p.57). Esta energia <strong>de</strong>slocável é libido <strong>de</strong>ssexualizada e po<strong>de</strong> ser<strong>de</strong>scrita como energia sublimada por reter a finalida<strong>de</strong> principal <strong>de</strong> Eros, que é unir e ligar, ouuma tendência à unida<strong>de</strong>, característica do ego. No processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, em que o egoretira para si as primeiras cargas <strong>de</strong> investimento da libido objetal provinda do id, e semodifica, constata-se o processo <strong>de</strong> transformação da libido erótica em libido do ego,envolvendo uma <strong>de</strong>ssexualização, um abandono dos objetivos sexuais (FREUD, 1923, p.58).Isto <strong>de</strong>nota uma importante função do ego em relação a Eros:Apo<strong>de</strong>rando-se assim da libido das catexias do objeto, erigindo-se em objetoamoroso único, e <strong>de</strong>ssexualizando ou sublimando a libido do id, o ego estátrabalhando em oposição aos objetivos <strong>de</strong> Eros, e colocando-se a serviço <strong>de</strong>impulsos instintuais opostos (FREUD, 1923, p. 58).Desta forma, esta função do ego auxiliaria o id a lidar com as tensões provocadas pelalibido – a força que introduz distúrbios no processo da vida – e com o princípio do prazer (atendência a evitar o <strong>de</strong>sprazer). Este auxílio do ego ao id consistiria na sublimação <strong>de</strong> umpouco <strong>de</strong>ssa libido. O movimento que faz o ego se apo<strong>de</strong>rar da catexia <strong>de</strong> libido objetal e seimpor ao id como objeto amoroso, o narcisismo do ego, é, segundo Freud, um narcisismosecundário que foi retirado dos objetos. Outra maneira, ou a primeira e mais imediata, <strong>de</strong> o idlidar com a libido, é procurando a satisfação <strong>de</strong>sta libido <strong>de</strong> maneira não <strong>de</strong>ssexualizada.3.2.3 Culpa e <strong>melancolia</strong>O quinto e último capítulo, “As relações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do ego”, encerra este trabalho <strong>de</strong>Freud e faz algumas referências mais específicas à <strong>melancolia</strong> e à neurose obsessiva. O queestá em pauta nesta parte é o sentimento <strong>de</strong> culpa que, segundo Freud, advém do superego eestá relacionado às neuroses. Logo no início <strong>de</strong>ste capítulo, encontramos uma boa síntesesobre a segunda tópica, isto é, o id, ego e superego:[...] o ego é formado, em gran<strong>de</strong> parte, a partir <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificações que tomam o lugar<strong>de</strong> catexias abandonadas pelo id; [...] a primeira <strong>de</strong>stas i<strong>de</strong>ntificações sempre secomporta como uma instância especial no ego e <strong>de</strong>le se mantém à parte sob forma<strong>de</strong> um superego [...] (FREUD, 1923, p.61).E, mais especificamente, sobre o superego: “[...] por um lado ele foi a primeirai<strong>de</strong>ntificação que se efetuou enquanto o ego era fraco; por outro, é o her<strong>de</strong>iro do complexo<strong>de</strong> Édipo e, assim, introduziu os objetos mais significativos no ego.” (FREUD, 1923, p.61).155

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