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A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

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dominou o complexo <strong>de</strong> Édipo e, ao mesmo tempo, colocou-se em sujeição ao id” (FREUD,1923, p.49).Definidas as instâncias psíquicas, suas origens e funções, ele passa a examinar mais<strong>de</strong>talhadamente as relações entre elas. O sentimento <strong>de</strong> culpa, tão comum nos tiposneuróticos, seria uma expressão <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas relações: um conflito entre o ego e o superego,ou, <strong>de</strong> outra forma, um conflito entre mundo externo (representado pelo ego) e interno(representado pelo id e o superego), entre o real e o psíquico. O sentimento <strong>de</strong> culpaconsistiria em uma tensão entre o ego e as exigências e proibições do superego. Uma tensãoentre as proibições e exigências do superego e os <strong>de</strong>sempenhos concretos do ego seriaexperimentada pelo sujeito com sentimento inconsciente <strong>de</strong> culpa:O superego retém o caráter do pai, enquanto que quanto mais po<strong>de</strong>roso o complexo<strong>de</strong> Édipo e mais rapidamente sucumbir à repressão (sob a influência da autorida<strong>de</strong>do ensino religioso, da educação escolar e da leitura), mais severa seráposteriormente a dominação do superego sobre o ego, sob forma <strong>de</strong> consciência(conscience) ou, talvez, <strong>de</strong> um sentimento inconsciente <strong>de</strong> culpa (FREUD, 1923,p.47).O superego, como sabemos, é a parte do ego que aparece como punitiva, ainda que <strong>de</strong>forma pouco <strong>de</strong>finida, no capítulo XI <strong>de</strong> Psicologia <strong>de</strong> grupo e análise do ego. Freudrelaciona, neste viés, as auto-acusações do melancólico ao superego: é ele o responsável pelasacusações voltadas ao objeto que, na <strong>melancolia</strong>, acaba se voltando contra o próprio ego. Pois,em função da i<strong>de</strong>ntificação com o objeto perdido, este último passa a residir introjetado <strong>de</strong>ntrodo ego. Esta noção será ampliada com a introdução do conceito <strong>de</strong> pulsão <strong>de</strong> morte, comoveremos a seguir.3.2.2 A <strong>melancolia</strong> e a pulsão <strong>de</strong> morte“As duas classes <strong>de</strong> Instinto” é o nome do capítulo IV <strong>de</strong>ste trabalho <strong>de</strong> Freud, no qualele trata dos instintos <strong>de</strong> morte e vida (Eros) e das relações <strong>de</strong>stes com o id, o ego e osuperego. Neste capítulo, interessa-nos a explicação que ele oferece para a ambivalência e ossentimentos <strong>de</strong> culpa.Inicialmente Freud apresenta sua nova visão das pulsões recentemente <strong>de</strong>senvolvidaem Além do Principio do Prazer, em 1920. Parte da premissa <strong>de</strong> que as pulsões são divididasem duas gran<strong>de</strong>s classes, sendo Eros, que abrange tanto as pulsões sexuais <strong>de</strong>sinibidas, quantoas inibidas em seu fim, como também as pulsões <strong>de</strong> autoconservação, a classe mais acessívelà observação e ao estudo. Ele tem a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ligação, expansão e preservação da vida.153

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