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A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

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Vale assinalar também que o objeto narcísico, representado em muitos casos por umapessoa, po<strong>de</strong> ser também um trabalho, uma tarefa a cumprir, qualquer coisa que estejavinculada à provação <strong>de</strong> valor do ego, como um i<strong>de</strong>al, por exemplo. Algo que satisfaça osi<strong>de</strong>ais narcísicos do sujeito. Isto significa dizer que o objeto é i<strong>de</strong>alizado? Que há um i<strong>de</strong>al nosujeito exigindo ser satisfeito? Eis algumas questões que serão retomadas adiante.3.1.6 I<strong>de</strong>ntificação e <strong>melancolia</strong> em Psicologia <strong>de</strong> grupo e análise do egoSegundo Freud, a analogia com o luto indicaria que o melancólico teria perdido umobjeto. Mas o que se verifica é que ele per<strong>de</strong>u seu amor próprio, sua auto-estima. Freudresolve este impasse propondo que, se observarmos cuidadosamente as auto-recriminaçõesdas quais o paciente se serve para diminuir seu valor, constataremos que tais críticas sãooriginalmente contra um objeto, um objeto perdido, e que se voltaram contra o próprio ego dosujeito.Esta perda, em ação no próprio ego do sujeito, acontece pelo fato <strong>de</strong> o objeto perdidoser incorporado no ego mediante i<strong>de</strong>ntificação. A idéia <strong>de</strong> Freud (1917 [1915]) é que o egopassa a ser <strong>de</strong>svalorizado e con<strong>de</strong>nado como o (um) objeto perdido, pelo fato <strong>de</strong> o sujeito sei<strong>de</strong>ntificar com ele. A i<strong>de</strong>ntificação consiste no recolhimento da libido, antes investida noobjeto, para o ego. Neste processo, <strong>de</strong> retorno da libido ao ego, o ódio, que era voltado para oobjeto, passa a ser dirigido para o ego.Porém, ao trazer a libido <strong>de</strong> volta ao ego, ela traz consigo o objeto, instalando assimum conflito ambivalente <strong>de</strong>ntro do aparelho psíquico. Nesta parte abordaremos ascontribuições do artigo Psicologia <strong>de</strong> grupo e análise do ego, que tem como principalcontribuição uma abordagem <strong>de</strong>talhada do processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação. São também retomadosos temas da i<strong>de</strong>alização e do i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ego, que prenuncia o surgimento posterior do conceito<strong>de</strong> superego.Em 1921, Freud escreve sobre a psicologia <strong>de</strong> grupo. Nos capítulos VII e XI <strong>de</strong>stetrabalho encontramos referências à <strong>melancolia</strong> e à mania. O capítulo VIII também é <strong>de</strong>fundamental importância por oferecer uma importante <strong>de</strong>scrição da i<strong>de</strong>alização.Examinaremos <strong>de</strong>talhadamente as contribuições <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les <strong>de</strong>vido à sua importânciatanto para a formulação da <strong>concepção</strong> <strong>freudiana</strong> da <strong>melancolia</strong>, quanto para o entendimentodo funcionamento psíquico em geral.135

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