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A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

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E tais usos serão mais bem <strong>de</strong>finidos ao longo do texto.3.1.4 Narcisismo como base da auto-estimaO narcisismo é consi<strong>de</strong>rado a base do sentimento <strong>de</strong> amor próprio e da auto-estima,sendo necessária uma dose <strong>de</strong> investimento libidinal no próprio ego. E esta base dossentimentos <strong>de</strong> amor-próprio são os remanescentes do narcisismo perdido da infância. Sobreesta acepção do narcisismo relacionada à auto-estima, Bleichmar (1983, p.37) comenta: “esteé entendido como valorização que o sujeito faz <strong>de</strong> si mesmo, como a significação que o egocomo representação <strong>de</strong> si toma para o sujeito, quer dizer, como é que este se situa numaescala <strong>de</strong> preferências, <strong>de</strong> valores”.Em Green (1988, p.39) encontramos uma acepção complementar: [...] “é precisoenfiar na cabeça que o amor próprio do adulto está enraizado no amor que a criança seapropria em seu proveito, <strong>de</strong>sviado dos objetos”. Ainda, segundo Rosenfeld (1988, p.140), onarcisismo age como um protetor essencial do self. Tais afirmações mostram que o amorpróprio e o sentimento <strong>de</strong> auto-estima que <strong>de</strong>sfrutamos na ida<strong>de</strong> adulta são herança donarcisismo infantil. Certa quantia <strong>de</strong> amor próprio e auto-admiração são indispensáveis paramanter a saú<strong>de</strong> psíquica, para manter nossa auto-estima. O narcisismo, portanto, é umelemento não só necessário para o psiquismo, mas também saudável. Neste sentido, aorganização narcísica da mente, que começa a ser constituída na infância, é a base <strong>de</strong>sustentação do auto-conceito.É para esta direção que Freud (1914, p.115) aponta em seu trabalho sobre onarcisismo, qual seja, que o auto-conceito (grau <strong>de</strong> estima que o sujeito tem por si) tem uma<strong>de</strong>pendência muito estreita da libido narcísica: “Tudo o que possuímos ou conseguimos, cadaremanescente do sentimento primitivo <strong>de</strong> onipotência que tenha sido corroborado pela nossaexperiência, ajuda a incrementar o autoconceito”. O que dita para o sujeito o que po<strong>de</strong>engran<strong>de</strong>cê-lo ou proporcionar satisfação consigo mesmo, em outras palavras, assegurá-lonarcisicamente, é o chamado “ego i<strong>de</strong>al”, o her<strong>de</strong>iro dos i<strong>de</strong>ais narcísicos da infância. Freud(1914, p.113) explica, sobre esta instância psíquica especial, que, atuando a partir do egoi<strong>de</strong>al, incumbir-se-ia da tarefa <strong>de</strong> zelar pela satisfação narcísica, e que, neste propósito,observaria o ego <strong>de</strong> maneira contínua, sempre medindo-o por esse i<strong>de</strong>al.Finalmente, Freud (1914, p.117) mostra que a auto-estima <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente <strong>de</strong>três elementos, todos eles ligados ao narcisismo. Um é o resíduo do narcisismo infantil –po<strong>de</strong>mos pensar em algo que ficou no ego daquela época do narcisismo, algo que restou <strong>de</strong> si131

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