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A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

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afirma Freud, gera um problema: se no trabalho <strong>de</strong> luto também há um gran<strong>de</strong> dispêndio <strong>de</strong>energia, por que, ao seu fim, ele não resulta em mania?Segundo ele, é impossível respon<strong>de</strong>r a este impasse diretamente; no entanto, ofereceuma conjetura. Diz ele que, no luto, o trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinvestimento das catexias objetaiscolocadas no objeto perdido é feito <strong>de</strong> forma tão gradual e lenta que, ao seu término, a energianecessária a este trabalho <strong>de</strong> luto tenha também se dissipado. Freud afirma que tanto a<strong>melancolia</strong> como o luto partilham da característica <strong>de</strong> separar aos poucos a libido <strong>de</strong> suascatexias <strong>de</strong> objeto. Já a <strong>melancolia</strong> seria um buraco que, exercendo uma pressão sobre aenergia psíquica, consumi-la-ia. Assim, ao se encontrar livre da pressão ao fim do acessomelancólico, ocorreria uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> energia. A energia consumida na <strong>melancolia</strong>,que, ao seu término, estaria livre, tornando possível a mania, estaria ligada à regressão dalibido ao narcisismo e conseqüentemente à regressão <strong>de</strong>sta libido ao ego. Esta regressão, queinstala a luta pelo objeto <strong>de</strong>ntro do ego, exigiria uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> catexia muito elevada,po<strong>de</strong>ndo posteriormente, ao fim <strong>de</strong>sta luta, resultar em mania. Freud <strong>de</strong>tém suas conjecturasneste ponto, apontando ser necessário, antes <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a mania, ter maior compreensãoda economia da dor física e da dor mental.Encontramos ainda importantes contribuições sobre a <strong>melancolia</strong> em alguns trabalhosposteriores <strong>de</strong> Freud, que não têm como tema principal a <strong>melancolia</strong>, mas que são permeadospela reflexão <strong>de</strong>ste estados e das contribuições oferecidas por ele para a compreensão damente normal. Os trabalhos são Psicologia das massas e análise do ego, <strong>de</strong> 1921, e O ego e oid, <strong>de</strong> 1923. Juntamente com o artigo Sobre o narcisismo: uma introdução, <strong>de</strong> 1914, elesformam o grupo <strong>de</strong> trabalhos essenciais para a compreensão das idéias propostas em Luto e<strong>melancolia</strong> (1917[1915]). Ambos serão tomados para estudo no capítulo posterior.113

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