13.07.2015 Views

A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

A concepção freudiana de melancolia - Faculdades FIO

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

incentivo narcísico <strong>de</strong> continuar a viver ─ <strong>de</strong>sistir do objeto e <strong>de</strong>sligar todo o investimento<strong>de</strong>positado neste. Na <strong>melancolia</strong>, os conflitos ambivalentes seriam responsáveis por umafrouxamento da fixação da libido ao objeto, “<strong>de</strong>svaloriazando-o, rebaixando-o, como quematando-o a pancadas”. A <strong>melancolia</strong> chegaria ao fim ou pelo esgotamento da raiva ou peloabandono do objeto como <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> valor – o objeto não seria mais alvo do enlacenarcisista, sendo assim tomado como não tendo valor, um valor narcísico. Assim, a<strong>melancolia</strong> seria como o luto, um trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>sligamento, mas um <strong>de</strong>sligamento <strong>de</strong> umobjeto narcísico: “Talvez nesse processo o Eu acabe por <strong>de</strong>sfrutar a satisfação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rconsi<strong>de</strong>rar-se melhor e superior ao objeto” (FREUD, 1917 [1915], p.115).Isto só po<strong>de</strong> acontecer se o objeto narcísico, que foi perdido e abandonado, pu<strong>de</strong>r sersubstituído por outro, também narcísico, ou pela recuperação do narcisismo do ego. Tanto emum caso como em outro, isto seria efetuado pelo trabalho da <strong>melancolia</strong>.2.4 A ManiaA <strong>melancolia</strong> chega ao seu fim, o qual muitas vezes é seguido da mania. Vejamos,agora, as consi<strong>de</strong>rações tecidas por Freud sobre a mania, ainda neste artigo:[...] o conteúdo da mania em nada difere do da <strong>melancolia</strong>, que em ambas as<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns lutam contra o mesmo “complexo”, mas que provavelmente, na<strong>melancolia</strong>, o ego sucumbe ao complexo, ao passo que, na mania, domina-o ou opõe <strong>de</strong> lado (FREUD, 1917 [1915], p. 259).A mania é caracterizada por estados <strong>de</strong> triunfo, exaltação e alegria. A tese <strong>de</strong> Freud é<strong>de</strong> que ela ocorre em função <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia que há muito estava sendoconsumida no processo melancólico e que, no estado maníaco, encontra-se totalmenteliberada. Assim, a intensa euforia nada mais seria do que uma intensa <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> energia quehá muito se via consumida no trabalho melancólico.Da mesma forma que a <strong>melancolia</strong>, a mania é um processo inconsciente, “pois aquiloque o ego dominou e aquilo sobre o qual está triunfando permanecem ocultos <strong>de</strong>le”(FREUD, 1917 [1915], p.259). O homem maníaco parece liberado do objeto perdido eprocura vorazmente novas catexias objetais. Mas esta hipótese – sobre a origem <strong>de</strong> mania ─,112

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!