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Jornal de Leiria 29 de Novembro de 2012 5JACINTO SILVA DURO2RICARDO GRAÇA3Monte RedondoVoluntáriosrecuperamantiga estaçãoA antiga estação de comboios deMonte Redondo, desactivada hámais de 30 anos, está a ganharuma nova imagem. Arecuperação tem sido levada acabo por um grupo devoluntários, sócios e amigos daAssociação Ecológica OsDefensores, com o apoio deempresas da freguesia, quecedem os materiais. “Em vez deirmos para o café, vamos para asobras. É o nosso convívio de finalde dia”, contou recentemente aoJORNAL DE LEIRIA Paulo Gaspar,presidente da associação, queexplica que o projecto nasceu danecessidade de encontrar umespaço para instalar a sede dacolectividade e da constatação doestado de degradação da estação.População ergue quartelInaugurado há um ano, o quartel dasecção Sul dos Bombeiros Voluntáriosde Leiria, localizado nos Cardosos,custou perto de 600 mil euros, contandoapenas com 145 mil euros deapoios oficiais (120 mil cedidos pelacâmara e 25 mil pela Autoridade Nacionalde Protecção Civil). Tudo o resobraé o resultado de “muito trabalhoe de uma grande generosidade” da comunidade.Uma das formas de financiamentodo projecto é a Liga Pedras Vivas, queconta com quase 500 membros, queassumem a entrega de um donativomensal em “função das suas possibilidades”.Segundo Joaquim Pedro deSousa, esta liga serve de suporte aoempréstimo de 250 mil euros contraídojunto da banca. A restante verbatem sido conseguida através demúltiplas iniciativas, como almoçosconvívio,venda de rifas, peditóriosporta-a-porta ou a realização de pequenosmercados ao domingo noadro da igreja, num trabalho voluntárioque exige “milhares de horas emuita dedicação”.Davide Gonçalves, pároco da freguesia,sublinha a preocupação de envolvera população no projecto, paraque “sinta a obra como sua” e a encarecomo um “espaço comunitário”, commúltiplas valências, que vão desde oculto à cultura. “É uma obra necessáriae a pensar no futuro”, assegura5DRMARIA ANEBELA SILVA41 - Nova igrejada Quintada Alçada2 - Nova igrejade Pousos3 - Lar deColmeias4 - Quartel debombeirosnos Cardosos5 - Antigaestação decomboios deMonteRedondoJoaquim Pedro de Sousa , que diz ser“um prazer participar num projectoque é uma mais-valia para a freguesia”.Este membro do Conselho Económicofrisa que a antiga igreja, compouco mais de 100 lugares sentados,foi construída há mais de 300 anos,quando os Pousos era “uma aldeia”.Nos últimos anos, a freguesia “cresceumuito” e a tendência é para quecontinue a desenvolver-se. “Queremosdeixar uma obra que orgulhe esirva as gerações vindouras”, acrescentao dirigente, frisando que o complexonão serve apenas a vertente religiosa,mas também as áreas social ecultural.to, é o resultado do esforço da população,juntas e empresas das quatrofreguesias envolvidas no projecto:Arrabal, Caranguejeira, Chaínça eSanta Catarina da Serra.“Aquela obra tem inúmeras horasde trabalho gracioso de muitas pessoas.Chegámos a ter no local 30 pedreirose vários pintores e houvemuito material cedido por empresas”,conta Virgílio Gordo, presidente da Associaçãodos Amigos da Secção deBombeiros do Sul do Concelho de Leiria.O dirigente conta que o projectonasceu da necessidade de melhorar asinstalações do quartel da secção deSanta Catarina da Serra, que funcionavanum espaço “bastante precário”.O projecto acabaria por ser alargadoàs freguesias vizinhas, tendo as juntasde então assumido a aquisição deum terreno.Para o financiamento da obra aindaforam tentadas candidaturas afundos comunitários, mas sem sucesso.Esse revés não fez, no entanto,morrer o sonho. E, mesmo sem a garantiade qualquer apoio oficial, aobra arrancou em meados de 2009,sendo concluída em Junho de 2011.“Fizemos peditórios porta-a-porta,almoços e outros eventos de angariaçãode fundos. Conseguimos cercade 2700 sócios, que pagam umaquota anual de 15 euros, e contámoscom o apoio de muitas empresas”, explicaVirgílio Gordo, que não tem dúvidasem afirmar que, sem o apoio dapopulação, a obra não seria concretizada.E já com o quartel concluído a associaçãocontinua a 'socorrer-se' daajuda da comunidade para asseguraro funcionamento da corporação, porqueos apoios oficiais são “insuficientes”.Nesse sentido, continuam aser realizados almoços-convívio eoutros eventos de angariação de fundos.“Sem o apoio da população é difícilfazer face a todas as despesas”.Espaço multi-funcional nascena Quinta do AlçadaA primeira pedra da nova igreja daQuinta do Alçada foi colocada em2005. Aos poucos, a obra tem crescidoe só ainda não está concluída porque,em Agosto do ano passado, umincêndio destruiu por completo oauditório, construído na cave do templo,quando este já se encontravapraticamente concluído. Um rudegolpe na perseverança da comissão daigreja, que tem mobilizado a comunidadeem torno de uma obra que nofinal deverá rondar os dois milhões deeuros.“Sem aquele acto de terrorismo,que afectou também outros espaçosalém do auditório, nunca chegaríamosa esse valor”, nota Rafael Silva, doConselho Económico da igreja, quesublinha que a obra tem sido feita“com o dinheiro e o esforço” da população.Aquele dirigente explicaque, além das iniciativas promovidaspela comissão, como almoços, noitesde fados ou peddy papers, há outraspessoas que se organizam e tambémpromovem eventos de angariação defundos. Foi ainda dinamizado o programaEscada, através do qual a pessoaassume a entrega de um donativomensal, que “pode ser de umeuro”.A par da igreja com capacidadepara 450 pessoas sentadas, o projectocontempla a criação de um auditóriocom cerca de 380 lugares, oito salasde catequese, uma casa mortuáriae três salas polivalentes, que podemser usadas para formação. Apesar dadimensão do empreendimento, RafaelSilva diz que não se trata de umprojecto megalómano, mas sim de“uma obra necessária e a pensar no futuro”e na perspectiva de crescimentoda comunidade onde está inserida.Esse é também o entendimento dopadre Augusto Gonçalves, que frisaque a Igreja de Nossa Senhora de Fátimatem uma área de abrangênciaque envolve o Bairro das Almoínhas,a Quinta do Alçada e a Sismaria, ondemoram “mais de seis mil pessoas”.O sacerdote frisa que, além da componentereligiosa, o espaço tem tambémvalências na área lúdica, culturale formativa. “Não se trata apenasde uma igreja, mas de um espaço multi-funcional,que será útil à população”,observa.Amigos das Colmeiasedificam larA Associação Humanitária Amigosde Colmeias nasceu, em 2001, paralegalizar uma ambulância oferecidapor um emigrante, mas a falta de respostaspara a terceira idade numafreguesia “envelhecida” viria a mudaro rumo da instituição. Em 2006,foi formalizada uma candidatura aoPARES (Programa de Alargamentoda Rede de Equipamentos Sociais)para a construção de um lar e de umcentro de dia para idosos e de umATL num terreno cedido pela junta.No entanto, a obra acabaria poravançar sem o dinheiro do Estado,que só chegaria muito mais tarde epara cobrir apenas 40% do total doinvestimento.Manuel Ferreira, presidente daassociação, conta que ainda antes deavançarem com a angariação defundos junto da população, foi contraídoum empréstimo com o avalpessoal de cinco sócios. “Queríamoster já obra visível para que aspessoas acreditassem no projecto”,explica o dirigente, que enaltece aforma como a população aderiu àcausa. “A adesão foi muito boa.Também porque se percebeu que estávamosa trabalhar para o interesseda comunidade”, nota.A obra custou cerca de 1.3 milhõesde euros, dos quais cerca de 500 milresultaram de um apoio do PARES.A associação contraiu um empréstimono mesmo valor e restante dinheirofoi angariado junto da comunidade.Com o lar a funcionar há cerca deum ano, a associação está já a trabalharna sua ampliação, com a criaçãode mais 11 camas. “É um bomcontributo para a comunidade pois,além de respondermos a uma necessidade,estamos a criar postos detrabalho”, afirma Manuel Ferreira,sublinhando que, neste momento, aassociação já será um dos principaisempregadores da freguesia, contandocom 32 funcionários.