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RBR 53(3) - Sociedade Brasileira de Reumatologia

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Regras para aplicar tempos verbais apropriados <strong>de</strong> acordo como contexto ou seçãoContexto ou seçãoResumoIntroduçãoMétodos, materiais eresultadosDiscussão/ConclusãoAtribuiçõesDescrição <strong>de</strong> Tabelas e FigurasConhecimento estabelecido eresultados préviosTempo verbal apropriadoPassadoPresente, quando se referir a fatos estabelecidose conhecimento prévioPassadoCombinado <strong>de</strong> passado (quando se referira resultados obtidos no trabalho) epresente (quando se referir a fatos estabelecidose conhecimento prévio); àsvezes po<strong>de</strong> ser utilizado o futuro (especialmentequando se referir a perspectivas<strong>de</strong> trabalhos a serem realizados)PassadoEx.: Andra<strong>de</strong> et al. relataram...PresentePresenteRegras gerais para se obter uma boa escrita em um artigo científico:1. Prefira a voz ativa.2. As sentenças <strong>de</strong>vem ser curtas, claras e objetivas.3. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong>ve ser abreviada quando empregada comvalores numéricos (p. ex., 1 mg), mas escrita por extenso quandoseparada <strong>de</strong> valor numérico. Utilize o Sistema Internacional <strong>de</strong>Unida<strong>de</strong>s (SI units) para <strong>de</strong>finir as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida. Lembre-se<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar um espaço entre o número e a unida<strong>de</strong> (p. ex., 10 mg/dL),exceto quando for porcentagem, que <strong>de</strong>ve estar junto (p. ex., 70%).O plural das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida é a mesma forma do singular (p.ex., 1 mL, 10 mL; 1 h, 10 h). Quando iniciarem a frase, os números<strong>de</strong>vem estar por extenso, e não em algarismo arábico.4. Defina a abreviação na primeira vez que aparecer no texto principal.Após a <strong>de</strong>finição, use sempre a abreviação em vez da forma por extenso.Evite o uso <strong>de</strong> abreviações no título e no resumo.5. Ao escrever em inglês, não utilize contrações (p. ex., prefira does not emvez <strong>de</strong> doesn't).Livro recomendado: Rogers SM. Mastering scientific and medical writing: aself-help gui<strong>de</strong>. Berlin: Springer; 2007.Consi<strong>de</strong>rações éticas e legaisA <strong>RBR</strong> segue as normas do Uniform Requirements for Manuscripts (URM)Submitted to Biomedical Journals <strong>de</strong>senvolvidas pelo The InternationalCommittee of Medical Journal Editors (ICMJE) – fevereiro <strong>de</strong> 2006.Conflito <strong>de</strong> interesseA confiança pública no processo <strong>de</strong> revisão por pares e a credibilida<strong>de</strong>dos artigos publicados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, em parte, <strong>de</strong> como o conflito <strong>de</strong>interesse é administrado durante a redação, a revisão por pares e a<strong>de</strong>cisão editorial. O conflito <strong>de</strong> interesse existe quando um autor (ouinstituição do autor), revisor ou editor tem relações financeiras oupessoais que influenciem <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada (viés) suas ações (taisrelações são também conhecidas como duplo compromisso, interessesconflitantes ou fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>s conflitantes). Essas relações variam entreaquelas com potencial insignificante até as com gran<strong>de</strong> potencialpara influenciar o julgamento, e nem todas as relações representamverda<strong>de</strong>iro conflito <strong>de</strong> interesse. O potencial conflito <strong>de</strong> interesse po<strong>de</strong>existir <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo se o indivíduo acredita ou não que a relação afeteseu julgamento científico. Relações financeiras (tais como emprego, consultorias,posse <strong>de</strong> ações, testemunho <strong>de</strong> especialista pago) são os conflitos<strong>de</strong> interesse mais facilmente i<strong>de</strong>ntificáveis e os mais suscetíveis <strong>de</strong> minar acredibilida<strong>de</strong> da revista, dos autores e da própria ciência. No entanto, po<strong>de</strong>mocorrer conflitos por outras razões, tais como relações pessoais, competiçãoacadêmica e paixão intelectual.Consentimento informadoOs pacientes têm o direito à privacida<strong>de</strong>, que não <strong>de</strong>ve ser infringidasem o consentimento informado. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> informações,incluindo os nomes dos pacientes, iniciais ou números no hospital,não <strong>de</strong>vem ser publicadas em <strong>de</strong>scrições, fotografias e genealogias, amenos que a informação seja essencial para os propósitos científicose o paciente (ou responsável) dê o consentimento livre e esclarecidopara a publicação.O consentimento informado para este propósito requer que o manuscritoa ser publicado seja mostrado ao paciente. Os autores <strong>de</strong>vem i<strong>de</strong>ntificaros indivíduos que prestam assistência a escrever e divulgar a fonte <strong>de</strong>financiamento para essa assistência. Detalhes i<strong>de</strong>ntificadores <strong>de</strong>vem seromitidos se não são essenciais.O anonimato completo é difícil <strong>de</strong> se conseguir; no entanto, no caso<strong>de</strong> qualquer dúvida, o consentimento <strong>de</strong>ve ser obtido. Por exemplo,mascarar a região ocular em fotografias <strong>de</strong> pacientes é uma proteção<strong>de</strong> anonimato ina<strong>de</strong>quada. Se as características <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação sãoalteradas para proteger o anonimato, como na linhagem genética, osautores <strong>de</strong>vem garantir que as alterações não distorçam o significadocientífico. Quando o consentimento informado foi obtido, ele <strong>de</strong>ve serindicado no artigo publicado.Princípios éticosAo relatar experimentos em seres humanos, os autores <strong>de</strong>vem indicarse os procedimentos seguidos estiveram <strong>de</strong> acordo com os padrõeséticos do comitê responsável por experimentação humana (institucionale nacional) e com a Declaração <strong>de</strong> Helsinki <strong>de</strong> 1975, revisado em2000. Se houver dúvida se a pesquisa foi realizada em conformida<strong>de</strong>com a Declaração <strong>de</strong> Helsinki, os autores <strong>de</strong>vem explicar a razãopara sua abordagem e <strong>de</strong>monstrar que o corpo <strong>de</strong> revisão institucionalaprovou explicitamente os aspectos duvidosos do estudo. Ao relatarexperimentos com animais, os autores <strong>de</strong>vem indicar se as orientaçõesinstitucionais e nacionais para o cuidado e a utilização <strong>de</strong> animais <strong>de</strong>laboratório foram seguidas.Registro <strong>de</strong> ensaios clínicosOs ensaios clínicos <strong>de</strong>vem ser registrados segundo recomendação daOMS em www.who.int/ictrp/en/. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> ensaios clínicos incluemensaios preliminares (fase I): um estudo prospectivo com orecrutamento <strong>de</strong> indivíduos submetidos a qualquer intervenção relacionadaà saú<strong>de</strong> (medicamentos, procedimentos cirúrgicos, aparelhos,terapias comportamentais, regime alimentar, mudanças nos cuidados<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>) para avaliar os efeitos em <strong>de</strong>sfechos clínicos (qualquerparâmetro biomédico e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, inclusive medidas farmacocinéticase reações adversas).A <strong>RBR</strong> tem o direito <strong>de</strong> não publicar trabalhos que não cumpram estase outras normas legais e éticas explicitadas nas diretrizes internacionais.Financiamento e apoioOs autores <strong>de</strong>vem, também, informar se receberam financiamento ou apoio<strong>de</strong> instituições como CNPq, CAPES, Fundos Remanescentes da SBR,instituições universitárias, laboratórios etc.


Brazilian Society of Rheumatology (<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>)Foun<strong>de</strong>d on July 15, 1948 (Fundada em 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1948)Executive Board of Directors for the 2012–2014 BienniumDiretoria Executiva para o Biênio 2012–2014Presi<strong>de</strong>nt (Presi<strong>de</strong>nte)Walber Pinto Vieira, CEGeneral secretary (Secretário geral)Francisco José Fernan<strong>de</strong>s Vieira, CE1st secretary (1º secretário)Lauredo Ventura Ban<strong>de</strong>ira, SP2nd secretary (2ª secretária)Rosa Maria Rodrigues Pereira, SPTreasurer (Tesoureiro)José Eyorand Castelo B. Andra<strong>de</strong>, CEVice-treasurer (Vice-tesoureiro)José Roberto Provenza, SPScientific director (Diretor científico)Mittermayer Barreto Santiago, BAElected presi<strong>de</strong>nt (Presi<strong>de</strong>nte eleito)Cesar Emile Baaklini, SPRepresentatives of PANLARRepresentantes junto à PANLARAdil Muhib Samara, SPAntonio Carlos Ximenes, GOFernando Neubarth, RSMaria Amazile Ferreira Toscano, SCRepresentatives of Ministry of HealthRepresentante junto ao Ministério da Saú<strong>de</strong>Ana Patrícia <strong>de</strong> Paula, DFMário Soares Ferreira, DFRepresentatives of AMBRepresentantes junto à AMBEduardo <strong>de</strong> Souza Meirelles, SPGustavo <strong>de</strong> Paiva Costa, DFMorton Aaron Scheinberg, SPSpecialist Title CommissionComissão <strong>de</strong> Título <strong>de</strong> EspecialistaCoordinator (Coor<strong>de</strong>nadora)Emília Inoue Sato, SPMembers (Membros)Fernanda Rodrigues Lima, SPGilda Aparecida Ferreira, MGInes Guimarães Silveira, RSJosé Tupinambá Souza Vasconcelos, PIMarcelo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Pinheiro, SPMauro Goldfarb, RJNafice Costa Araujo, SPRafael Navarrete, GOValeria Valim Cristo, ESWilton Silva dos Santos, DFRheumatology Aid Fund toRheumatology Research and TeachingConselho do Fundo <strong>de</strong> Auxílio aPesquisa e Ensino em <strong>Reumatologia</strong>Acir Rachid, PRAdil Muhib Samara, SPAntônio Carlos Ximenes, GOCaio Moreira, MGCesar Emile Baaklini, SPEmília Inoue Sato, SPFernando <strong>de</strong> Souza Cavalcanti, PEFernando Neubarth, RSGeraldo da Rocha Castelar Pinheiro, RJGeraldo Gomes <strong>de</strong> Freitas, PEHilton Seda, RJIêda Maria Magalhães Laurindo, SPJoão Carlos Tavares Brenol, RSJoão Francisco Marques Neto, SPNílzio Antônio da Silva, GOSebastião Cezar Radominski, PRWalber Pinto Vieira, CEWiliam Habib Chaha<strong>de</strong>, SPHealth Economy CommissionComissão <strong>de</strong> Economia da Saú<strong>de</strong>Coordinator (Coor<strong>de</strong>nadora)Mirhelen Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Abreu, SPMembers (Membros)Ana Cristina <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Ribeiro, SPClaiton Viegas Brenol, RSEduardo <strong>de</strong> Souza Meirelles, SPJussara <strong>de</strong> Almeida L. Kochen, SPRafael Mendonça da Silva Chakr, RSEpi<strong>de</strong>miology CommissionComissão <strong>de</strong> Epi<strong>de</strong>miologiaCoordinator (Coor<strong>de</strong>nadora)Eutilia Andra<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Freire, PBMembers (Membros)Alessandra Souza Braz C. Andra<strong>de</strong>, PBBernardo Matos da Cunha, DFCamila Cruz Leijoto, RJCarlos Augusto F. <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, RJJussara <strong>de</strong> Almeida L. Kochen, SPMirhelen Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Abreu, SPPediatric Rheumatology CommissionComissão <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> PediátricaCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Cláudio Arnaldo Len, SPMembers (Membros)Adriana Maluf Elias Sallum, SPAna Paula Vecchi, GOAndre <strong>de</strong> Souza Cavalcanti, PEBlanca Elene Rios Gomes Bica, RJCarlos Nobre Rabelo Jr., CEClaudia Saad Magalhães, SPClovis Artur Almeida da Silva, SPCynthia Torres Franca da Silva, RJLuciana Brandão Paim Marques, CEMarcia Ban<strong>de</strong>ira, PRMaria Teresa R. A. Terreri, SPTania Caroline Castro, SPTeresa Cristina Robazzi, BAMedia CommissionComissão <strong>de</strong> Comunicação SocialBSR Bulletin (Boletim SBR)Editorial Council (Conselho Editorial)Kaline Me<strong>de</strong>iros Costa Pereira, SPEdgard Torres dos Reis Neto, SPEditors (Editores)Tânia Carolina Monteiro <strong>de</strong> Castro, SPFre<strong>de</strong>rico Augusto Gurgel Pinheiro, SPCollaborator (Colaborador)Plínio José do Amaral, SPBrazilian Journal of RheumatologyRevista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Editors (Editores)Max Victor Carioca Freitas, CERoberto Ezequiel Heymann, SPCoeditors (Coeditores)Eloísa Silva Dutra <strong>de</strong> Oliveira Bonfá, SPHilton Seda, RJJoão Carlos Tavares Brenol, RSMittermayer Barreto Santiago, BAPaulo Louzada-Junior, SPRicardo Fuller, SPSimone Appenzeller, SPBSR Website (Site SBR)Coordinators (Coor<strong>de</strong>nadores)Marcelo Cruz Rezen<strong>de</strong>, MSMaria Roseli Monteiro Callado, CEEthics and Discipline CommissionComissão <strong>de</strong> Ética e DisciplinaCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)José Marques Filho, SPMembers (Membros)Adriana Maria Kakehasi, MGAntonio Carlos Althoff, SCHenrique Josef, SPJoão Elias Moura Jr., SCJosé Geraldo Araújo Paiva, CEJosé Roberto Pereira Santos, ESTeaching and MedicalEducation CommissionComissão <strong>de</strong> Ensino e Educação MédicaCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Francisco Airton Castro da Rocha, CEMembers (Membros)Cesar Emile Baaklini, SPCharles Lubianca Kohem, RSClaudia Diniz Lopes Marques, PEElaine Lira Me<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> Bezerra, RNElisa Martins das N. <strong>de</strong> Albuquerque, RJJozélia Rego, GOMarcelo Pimenta, GO


Maria José Pereira Vilar, RNRicardo Machado Xavier, RSCongresses, Journeys, andEvents CommissionComissão <strong>de</strong> Congressos, Jornadas e EventosCoordinators (Coor<strong>de</strong>nadores)Fernando Neubarth, RSGeorges Basile Christopoulos, ALJosé Roberto Provenza, SPCommission of Relationswith Groups of PatientsComissão <strong>de</strong> Relações comGrupos <strong>de</strong> PacientesCoordinators (Coor<strong>de</strong>nadores)Helenice Alves Teixeira Gonçalves, DFMembers (Membros)Ana Maria Camargo Gallo, SCAna Paula Espinula Gianordoli, ESEduardo <strong>de</strong> Souza Meirelles, SPLuis Piva Junior, DFVal<strong>de</strong>rílio Feijó Azevedo, PRWanda Heloisa Rodrigues Ferreira, RJOccupational Rheumatology CommissionComissão <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> OcupacionalCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Milton Helfenstein Junior, SPMembers (Membros)Anna Beatriz Assad Maia, DFAntônio Techy, PRCésar Augusto Fávaro Siena, SPMarco Aurélio Gol<strong>de</strong>nfum, RSBiobadaBrasil ComissionComissão do BiobadaBrasilCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)David Cezar Titton, PRMembers (Membros)Aline Ranzolin, PEAndré Luiz Shinji Hayata, SPInes Guimarães da Silveira, RSMirhelen Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Abreu, SPPaulo Louzada-Junior, SPRoberto Ranza, MGValéria Cristo Valim, ESRheumatoid Arthritis CommissionComissão <strong>de</strong> Artrite Reumatoi<strong>de</strong>Coordinator (Coor<strong>de</strong>nadora)Licia Maria Henrique da Mota , DFMembers (Membros)Bóris Afonso Cruz, MGClaiton Viegas Brenol, RSGeraldo da Rocha Castelar Pinheiro, RJIeda Maria Magalhães Laurindo, SPJozélio Freire <strong>de</strong> Carvalho, BAManoel Barros Bertolo, SPMax Victor Carioca Freitas, CENilzio Antônio da Silva, GOPaulo Louzada-Junior, SPRina Dalva Neubarth Giorgi, SPRodrigo Aires Corrêa Lima, DFOsteoarthrosis CommissionComissão <strong>de</strong> OsteoartroseCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Ibsen Bellini Coimbra, SPMembers (Membros)Antônio Carlos dos Santos Novaes, SPClaudia Diniz Lopes Marques, PEElda Matil<strong>de</strong> Hirose Pastor, SPFrancisco Saraiva da Silva Júnior, CEHilton Seda, RJJosé Caetano Macieira, SEReno Martins Coelho, RJRicardo Fuller, SPVasculopathies CommissionComissão <strong>de</strong> VasculopatiasCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Roger Abramino Levy, RJMembers (Membros)Adriana Danowski, RJAdriana Maria Kakehasi, MGAlexandre Wagner S. <strong>de</strong> Souza, SPAna Beatriz S. Bacchiega <strong>de</strong> Freitas, RJAndreas Funke, PRCarlos Ewerton Maia Rodrigues, CEDanieli Castro Oliveira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, SPIsabella Vargas <strong>de</strong> Souza Lima, BAJozélia Rego, GOManuella Lima Gomes Ochtrop, RJImage CommissionComissão <strong>de</strong> ImagemCoordinator (Ccoor<strong>de</strong>nador)José Alexandre Mendonça, SPMembers (Membros)And rea B. Vannucci Lomonte, SPCristiane Kayser Veiga da Silva, SPIêda Maria Magalhães Laurindo, SPInês Guimarães Silveira, RSJamil Natour, SPKarine Rodrigues da Luz, SPLaura Maria C. Mendonça, RJSimone Appenzeller, SPVerônica Silva Vilela, RJProcedures CommissionComissão <strong>de</strong> ProcedimentosCoordinator (Ccoor<strong>de</strong>nador)Jamil Natour, SPMembers (Membros)Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro, RJLuiza Helena Coutinho Ribeiro, SPMonique Sayuri Konai, SPRita Nely Vilar Furtado, SPLupus CommissionComissão <strong>de</strong> LúpusCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Evandro Men<strong>de</strong>s Klumb, RJMembers (Membros)Cristina Costa Duarte Lanna, MGEduardo Ferreira Borba Neto, SPEloisa Silva Dutra <strong>de</strong> Oliveira Bonfá, SPEmília Inoue Sato, SPFrancinne Machado Ribeiro, RJJoão Carlos Tavares Brenol, RSLilian Tereza Lavras Costallat, SPLuiz Carlos Latorre, SPMaria <strong>de</strong> Fátima Lobato da Cunha, PAOdirlei Andre Monticielo, RSSpinal CommissionComissão <strong>de</strong> Coluna VertebralCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Marcos Renato <strong>de</strong> Assis, SPMembers (Membros)Ari Stiel Radu Halpern, SPCarlos Appel da Silva, RSJamil Natour, SPJose Gerardo <strong>de</strong> Araújo Paiva, CELuíza Helena Coutinho Ribeiro, SPMaria Amazile Ferreira Toscano, SCRenê Donizeti Ribeiro <strong>de</strong> Oliveira, SPSilvio Figueira Antonio, SPOsteomethabolic Diseases andOsteoporisis CommissionComissão <strong>de</strong> DoençasOsteometabólicas e OsteoporoseCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Sebastião Cezar Radominski, PRMembers (Membros)Ana Patricia <strong>de</strong> Paula, DFCaio Moreira, MGCharlles Heldan <strong>de</strong> Moura Castro, SPCristiano Augusto <strong>de</strong> F. Zerbini, SPElaine <strong>de</strong> Azevedo, SPLaura Maria C. <strong>de</strong> Mendonça, RJMailze Campos Bezerra, CEMarco Antonio Rocha Loures, PRVera Lúcia Szejnfeld, SPSpondiloarthropathies CommissionComissão <strong>de</strong> EspondiloartropatiasCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Célio Roberto Gonçalves, SPRBE Coordinator (Coor<strong>de</strong>nador RBE)Percival Degrava Sampaio Barros, SPMembers (Membros)Antonio Carlos Ximenes, GOEduardo <strong>de</strong> Souza Meirelles, SPGustavo Gomes Rezen<strong>de</strong>, MGIvânio Alves Pereira, SCMarcelo Me<strong>de</strong>iros Pinheiro, SPMauro Wal<strong>de</strong>mar Keisermann, RSThelma Larocca Skare, PRWalber Pinto Vieira, CEWashington Alves Bianchi, RJPsoriatic Arthritis Subcommission(Sub-Comissão <strong>de</strong> Artrite Psoriásica)Claudia Gol<strong>de</strong>nstein-Schainberg, SPRoberto Ranza, MGRubens Bonfiglioli, SPSueli Coelho da Silva Carneiro, RJVal<strong>de</strong>rilio Feijó Azevedo, PRPain, Fibromyalgia and Other PainfulSyndromes of the Soft Parts CommissionComissão <strong>de</strong> Dor, Fibromialgia e OutrasSíndromes Dolorosas <strong>de</strong> Partes MolesCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Marcelo Cruz Rezen<strong>de</strong>, MSMembers (Membros)Aline Ranzolin, PEDaniel Feldman Pollak, SPEduardo dos Santos Paiva, PRJosé Eduardo Martinez, SPJosé Roberto Provenza, SPMarcos Aurélio Freitas Machado, SPNilton Salles Rosa Neto, SPRafael Mendonça da Silva Chakr, RSRoberto Ezequiel Heymann, SPDocumentation and HistoricalRegistry CommissionComissão <strong>de</strong> Documentação eRegistro HistóricoCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Joaquim Jaguaribe Nava Ribeiro, RJ


Members (Membros)Célio Roberto Gonçalves, SPHenrique Josef, SPJosé Eduardo Gonçalves, CEJosé Knoplich, SPJosé Marques Filho, SPLauredo Ventura Ban<strong>de</strong>ira, SPLipe Gol<strong>de</strong>nstein, BAPlínio José Amaral, SPSystemic Sclerosis CommissionComissão <strong>de</strong> Esclerose SistêmicaCoordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Percival Degrava Sampaio-Barros, SPMembers (Membros)Adriana Fontes Zimmermann, SCCarolina <strong>de</strong> Souza Muller, PRCláudia Tereza Lobato Borges, MACristiane Kayser Veiga da Silva, SPEutília Andra<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Freire, PBGiselle Baptista Maretti, RJJoão Francisco Marques Neto, SPMaria Cecília Fonseca Salgado, RJMaria <strong>de</strong> Fátima Lobato da Cunha Sauma, PAMário Newton Leitão <strong>de</strong> Azevedo, RJSheila Marcia <strong>de</strong> A. Fontenele, CESjögren Syndrome Commission(Comissão <strong>de</strong> Síndrome <strong>de</strong> Sjögren)Coordinator (Coor<strong>de</strong>nadora)Valéria Valim Cristo, ESMembers (Membros)Érica Vieira Serrano, ESLeandro Augusto Tanure, MGSandra Gofinet Pasoto, SPSandra Lucia Euzébio Ribeiro, AMVirginia Fernan<strong>de</strong>s Moça Trevisani, SPProfessional Defense Commission(Comissão <strong>de</strong> Defesa Profissional)Coordinators (Coor<strong>de</strong>nadores)Francisco Deoclécio D. Rocha, RNVan<strong>de</strong>r Fernan<strong>de</strong>s, MTMembers (Membros)Francisco Alves Bezerra Neto, RNMatheus Staufackar Carlos, RNInês Cristina <strong>de</strong> Mello Lima, ALMauro Furtado Cavalcante, PIGout Commission(Comissão <strong>de</strong> Gota)Coordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro, RJMembers (Membros)Adil Muhib Samara, SPAntonio José Lopes Ferrari, SPAna Beatriz Vargas dos Santos, RJHellen Mary da Silveira <strong>de</strong> Carvalho, DFEn<strong>de</strong>mic and InfectiousDiseases Commission(Comissão <strong>de</strong> DoençasEndêmicas e Infecciosas)Coordinators (Coor<strong>de</strong>nadores)Izaias Pereira da Costa, MSSandra Lucia Euzébio Ribeiro, AMMembers (Membros)Ana Carolina <strong>de</strong> Oliveira S. Montandon, GOHelena Lucia A. Pereira, AMLuiz Sergio Gue<strong>de</strong>s Barbosa, MTMauro Furtado Cavalcanti, PINatalino Hajime Yoshinari, SPRejane Maria R. <strong>de</strong> Abreu, CERoberta <strong>de</strong> Almeida Pernambuco, SPAssisted Therapy ImmunobiologicalCenters Commission(Comissão <strong>de</strong> Centros <strong>de</strong> TerapiaImunobiológica Assistida)Coordinator (Coor<strong>de</strong>nador)Reno Martins Coelho, RJMembers (Membros)Adrian Nogueira Bueno, MGAna Teresa Amoedo Medrado, BAAntonio Carlos Scafutto, MGClaudio Gol<strong>de</strong>nstein Schainberg, SPEliezer Rushansky, PEEvelin D. Gol<strong>de</strong>nberg M. M. da Costa, SPJosé Eyorand Castelo B Andra<strong>de</strong>, CEJosé Roberto Silva Miranda, SPManoel Barros Bertolo, SPRafael <strong>de</strong> Oliveira Fraga, MGRicardo Jorge <strong>de</strong> Percia Name, RJVan<strong>de</strong>r Fernan<strong>de</strong>s, MTSupervisory Board (Conselho Fiscal)Fernando Neubarth, RSIêda Maria Magalhães Laurindo, SPGeraldo da Rocha Castelar Pinheiro, RJBSR – RegionalsRegionais – SBRRheumatology Society of Alagoas<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Alagoana <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dra. Inês Cristina <strong>de</strong> MelloRheumatology Society of Amazonas<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Amazonense <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dra. Maria do Socorro A. <strong>de</strong> SouzaRheumatology Society of Bahia<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Baiana <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dr. Mittermayer Barreto SantiagoRheumatology Society of Brasília<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> <strong>de</strong> BrasíliaDr. Cleandro Pires <strong>de</strong> AlbuquerqueRheumatology Society of Santa Catarina<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Catarinense <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dr. Gláucio Ricardo Werner <strong>de</strong> CastroRheumatology Society of Ceará<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Cearense <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dr. José Eyorand Castelo Branco <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>Rheumatology Society of Goiânia<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Goiana <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dra. Ana Carolina Oliveira e Silva MontandonRheumatology Society of Maranhão<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Maranhense <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dra. Raquel Moraes da Rocha NogueiraRheumatology Society Mato GrossoAssociação Mato-Grossense <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dr. Van<strong>de</strong>r Fernan<strong>de</strong>sRheumatology Society of Minas Gerais<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Mineira <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dr. Rafael <strong>de</strong> Oliveira FragaRheumatology Society of São Paulo<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Paulista <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dr. Paulo Louzada-JuniorRheumatology Society of Pará<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Paraense <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dr. Otávio Augusto Gomes da PazRheumatology Society of Paraíba<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Paraibana <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dra. Danielle Christinne Soares Egypto <strong>de</strong> BritoRheumatology Society of Paraná<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Paranaense <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dr. Eduardo Santos PaivaRheumatology Society of Pernambuco<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Pernambucana <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dra. Lílian David <strong>de</strong> Azevedo ValadaresRheumatology Society of Piauí<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Piauiense <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dra. Aline do Socorro Miranda RibeiroRheumatology Society of Espírito Santo<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> do Espírito SantoDr. José Roberto Pereira SantosRheumatology Society of Mato Grosso do Sul<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>do Mato Grosso do SulDr. Marcelo Cruz Rezen<strong>de</strong>Rheumatology Society of Rio <strong>de</strong> Janeiro<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> do Rio <strong>de</strong> JaneiroDr. Evandro Men<strong>de</strong>s KlumbRheumatology Society ofRio Gran<strong>de</strong> do Norte<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>do Rio Gran<strong>de</strong> do NorteDr. Francisco Deoclécio Damasceno RochaRheumatology Society of Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>do Rio Gran<strong>de</strong> do SulDr. Marco Aurélio Gol<strong>de</strong>nfumRheumatology Society of Sergipe<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> Sergipana <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Dra. Regina Adalva <strong>de</strong> Lucena Couto OceaBrazilian Society of Rheumatology (<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>)Avenida Briga<strong>de</strong>iro Luiz Antonio, 2.466 – conjs. 93-94 – CEP: 01402-000 – São Paulo, SP, BrasilPhone/Fax: 55 11 3289-7165E-mail:rbreumatol@terra.com.br, sbre@terra.com.brWebsite: www.reumatologia.com.br


REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brVolume <strong>53</strong>. Number 3. May/June 2013Volume <strong>53</strong>. Número 3. Maio/Junho 2013CONTENTS | SUMÁRIOEditorial | EditorialNew recommendations of the Brazilian Society of Rheumatology: a new strategyNovas recomendações da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>: uma nova estratégiaPercival Degrava Sampaio-Barros ............................................................................................................. 225Recommendations of the Brazilian Society of Rheumatology |Recomendações da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Recommendations for the management and treatment of psoriatic arthritisRecomendações sobre diagnóstico e tratamento da artrite psoriásicaSueli Carneiro, Val<strong>de</strong>rílio Feijó Azevedo, Rubens Bonfiglioli, Roberto Ranza, Célio Roberto Gonçalves,Mauro Keiserman, Eduardo <strong>de</strong> Souza Meirelles, Marcelo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Pinheiro,Antonio Carlos Ximenes, Wan<strong>de</strong>rley Bernardo, Percival Degrava Sampaio-Barros ..................................... 227Recommendations for the management and treatment of ankylosing spondylitisRecomendações sobre diagnóstico e tratamento <strong>de</strong> espondilite anquilosantePercival Degrava Sampaio-Barros, Mauro Keiserman, Eduardo <strong>de</strong> Souza Meirelles,Marcelo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Pinheiro, Antonio Carlos Ximenes, Val<strong>de</strong>rílio Feijó Azevedo, Rubens Bonfiglioli,Sueli Carneiro, Roberto Ranza, Wan<strong>de</strong>rley Bernardo, Célio Roberto Gonçalves ......................................... 242Recommendations for the management and treatment of systemic sclerosisRecomendações sobre diagnóstico e tratamento da esclerose sistêmicaPercival Degrava Sampaio-Barros, Adriana Fontes Zimmermann, Carolina <strong>de</strong> Souza Müller,Cláudia Tereza Lobato Borges, Eutília Andra<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Freire, Giselle Baptista Maretti,João Francisco Marques Neto, Maria Cecília Fonseca Salgado,Maria <strong>de</strong> Fátima Lobato da Cunha Sauma, Mário Newton Leitão <strong>de</strong> Azevedo, Sheila Fontenelle,Cristiane Kayser......................................................................................................................................... 258Original Articles | Artigos OriginaisPhysical activity level and physical performance in the 6-minute walk test in womenwith fibromyalgiaNível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física e <strong>de</strong>sempenho físico no teste <strong>de</strong> caminhada <strong>de</strong> 6 minutos em mulherescom fibromialgiaChris Andreissy Breda, André Luiz Félix Rodacki, Neiva Leite, Diogo Homann, Suelen Meira Goes,Joice Mara Facco Stefanello ........................................................................................................................ 276


Ultrasonography for the diagnosis of tendinitis and electromyography for thediagnosis of peripheral neuropathy and upper limb radiculopathy -rheumatologists’ perspectivesUltrassonografia no diagnóstico da tendinite e eletroneuromiografia no diagnóstico da neuropatia periférica e daradiculopatia do membro superior – visão do reumatologistaMilton Helfenstein Jr., Mario Soares Ferreira, Anna Beatriz Assad Maia,César Augusto Fávaro Siena, Antonio Techy .............................................................................................. 282Importance of cutaneous silent period in fibromyalgia and its relationship withdisease characteristics, psychological disor<strong>de</strong>rs and quality of life of patientsImportância do período <strong>de</strong> silêncio cutâneo na fibromialgia e sua relação com as características da doença, distúrbiospsicológicos e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos pacientesEbru Umay, Umit Ulas, Ece Unlu, Hakan Akgun, Aytul Cakci, Zeki Odabasi ............................................ 288Gout in the spineGota axialEduardo Massato Hasegawa, Filipe Martins <strong>de</strong> Mello, Cláudia Gol<strong>de</strong>nstein-Schainberg,Ricardo Fuller ............................................................................................................................................. 296Review Articles | Artigos <strong>de</strong> RevisãoVariables related to work productivity loss in patients with ankylosing spondylitisVariáveis relacionadas com perda da produtivida<strong>de</strong> no trabalho em pacientes com espondilite anquilosanteRenata Frauendorf, Marcelo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Pinheiro, Rozana Mesquita Ciconelli ......................................... 303Case Reports | Relatos <strong>de</strong> CasoErasmus syndrome – silicosis and systemic sclerosisSíndrome <strong>de</strong> Erasmus – silicose e esclerose sistêmicaAryádine Allinne Machado <strong>de</strong> Miranda, Alice Carvalho Nascimento, Isy Lima Peixoto,Juliana Alves Scrignoli, Maria do Socorro <strong>de</strong> Lucena Cardoso, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro ....................... 310Mucha-Habermann diseaseDoença <strong>de</strong> Mucha-HabermannBlanca Elena Rios Gomes Bica, Maria da Glória Costa Reis Monteiro <strong>de</strong> Barros,Carlos Spingola Junior ............................................................................................................................... 314Erratum | ErrataErratum of Gui<strong>de</strong>lines for the diagnosis of rheumatoid arthritisErrata <strong>de</strong> Diretrizes para o diagnóstico da artrite reumatoi<strong>de</strong>[Rev Bras Reumatol 2013;<strong>53</strong>(2):141-157]Licia Maria Henrique da Mota, Bóris Afonso Cruz, Claiton Viegas Brenol, Ivânio Alves Pereira,Lucila Stange Rezen<strong>de</strong>-Fronza, Manoel Barros Bertolo, Max Vitor Carioca Freitas,Nilzio Antônio da Silva, Paulo Louzada-Junior, Rina Dalva Neubarth Giorgi,Rodrigo Aires Corrêa Lima, Ronaldo Adib Kairalla, Alexandre <strong>de</strong> Melo Kawassaki,Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo, Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro ......................................................... 318Erratum of Gui<strong>de</strong>lines for the drug treatment of rheumatoid arthritisErrata <strong>de</strong> Diretrizes para o tratamento da artrite reumatoi<strong>de</strong>[Rev Bras Reumatol 2013;<strong>53</strong>(2):158-183]Licia Maria Henrique da Mota, Bóris Afonso Cruz, Claiton Viegas Brenol, Ivânio Alves Pereira,Lucila Stange Rezen<strong>de</strong>-Fronza, Manoel Barros Bertolo, Max Vitor Carioca Freitas,Nilzio Antônio da Silva, Paulo Louzada-Junior, Rina Dalva Neubarth Giorgi,Rodrigo Aires Corrêa Lima, Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo, Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro ............. 319


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):225–226REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brEditorialNovas recomendações da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong><strong>Reumatologia</strong>: uma nova estratégiaÉ com gran<strong>de</strong> satisfação que vejo publicadas as Recomendaçõessobre diagnóstico e tratamento da artrite psoriásica, 1 daespondilite anquilosante 2 e da esclerose sistêmica 3 da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong><strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (SBR) neste número da Revista<strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (<strong>RBR</strong>). A publicação <strong>de</strong> Consensose Diretrizes sobre diagnóstico e tratamento na área da<strong>Reumatologia</strong> já dura mais <strong>de</strong> duas décadas. Nesse período, asestratégias <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong>sses textos, que servem <strong>de</strong> guiapara a maioria dos reumatologistas e clínicos na condução <strong>de</strong>pacientes com diversas doenças reumáticas, evoluíram bastante.Nas Recomendações publicadas neste número da <strong>RBR</strong>,as Comissões <strong>de</strong> Espondiloartrites e <strong>de</strong> Esclerose Sistêmicada SBR utilizaram as estratégias <strong>de</strong> busca e elaboração do textofinal do Projeto Diretrizes da Associação Médica <strong>Brasileira</strong>(AMB), que exige que todas as afirmações feitas no texto tenhampelo menos uma referência específica, graduada segundosua força <strong>de</strong> evidência. Após a montagem inicial do textofinal, com todas as suas regras pré-estabelecidas, na forma<strong>de</strong> perguntas e respostas, algumas rodadas <strong>de</strong> discussão viainternet foram necessárias para burilar o texto final, que tevea aprovação da SBR e da AMB, que se mostrou uma excelenteparceira na elaboração <strong>de</strong> um texto final que se a<strong>de</strong>quasse àrealida<strong>de</strong> brasileira, sem per<strong>de</strong>r a força <strong>de</strong> evidência <strong>de</strong> todasas suas recomendações. Com essa eficiente parceria, o po<strong>de</strong>r<strong>de</strong>stas recomendações, cada vez mais baseado em evidênciasconsistentes, agora também servirá como instrumento<strong>de</strong> discussão da implantação <strong>de</strong> estratégias governamentaispara diagnóstico e tratamento das doenças reumáticas.Após o advento dos novos critérios classificatórios das espondiloartritrites(EpA) axiais 4 e periféricas 5 pelo grupo ASAS(Assessment on SpondyloArthritis international Society), e da proposiçãodos novas diretrizes <strong>de</strong> tratamento, 6,7 tornou-se indispensáveluma atualização do consenso do tratamento daespondilite anquilosante e da artrite psoriásica, publicado na<strong>RBR</strong> em 2007. 8 Com relação às Recomendações sobre diagnósticoe tratamento da espondilite anqiuilosante, 2 foram incluídastrês questões iniciais sobre a importância dos critérios classificatóriospara EpA axiais e periféricas (Recomendação 1),da ressonância magnética no diagnóstico precoce das EpA(Recomendação 2) e do HLA-B27 como fator prognóstico (Recomendação3). O tratamento dito convencional discutiu afisioterapia (Recomendação 4), os corticosteroi<strong>de</strong>s (Recomendação5), o uso <strong>de</strong> anti-inflamatórios não hormonais (AINH)(Recomendação 6) e das drogas <strong>de</strong> base convencionais, comoo metotrexato (MTX) e a sulfasalazina (SSZ) (Recomendação7). O uso das drogas biológicas, que representou uma revoluçãodo tratamento da espondilite anquilosante (EA), estápresente com sete perguntas sobre os agentes antifator <strong>de</strong>necrose tumoral (anti-TNF), versando sobre indicações (Recomendação8), eficácia (Recomendação 9), segurança (Recomendação10), progressão do dano estrutural (Recomendação11), manifestações extra-articulares (Recomendação 12), troca<strong>de</strong> medicação (switch) (Recomendação 13) e duração do uso(Recomendação 14), além <strong>de</strong> uma pergunta sobre outras drogasbiológicas (Recomendação 15).A artrite psoriásica (AP), <strong>de</strong>ntro do espectro das EpA, tambémvem sendo cada vez mais estudada nas duas últimasdécadas, com a proposição <strong>de</strong> novos critérios classificatórios 9e a atualização das diretrizes sobre tratamento. 10 As atuaisRecomendações sobre diagnóstico e tratamento da artrite psoriásica1 também representam uma atualização do Consensobrasileiro anterior, <strong>de</strong> 2007. 8 As três primeiras questões sãoreferentes aos critérios classificatórios, recomendando oscritérios CASPAR 9 (Recomendação 1), a importância da avaliaçãocutânea, articular e ungueal (Recomendação 2) e osignificativo número <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>s (Recomendação 3).A avaliação do tratamento convencional tem perguntas sobreo uso dos corticosteroi<strong>de</strong>s (Recomendação 4), dos AINH(Recomendação 5) e das drogas convencionais, <strong>de</strong>stacando oMTX, a ciclosporina e a leflunomida (Recomendação 6). O usodos agentes biológicos, especialmente as drogas anti-TNF,têm sete questionamentos, sobre indicações (Recomendação7), eficácia (Recomendação 8), segurança (Recomendação 9),progressão do dano estrutural (Recomendação 10), uso concomitante<strong>de</strong> drogas convencionais (Recomendação 11), troca<strong>de</strong> medicação (switch) (Recomendação 12) e duração do uso(Recomendação 13), além <strong>de</strong> uma pergunta sobre outras drogasbiológicas (Recomendação 14) e eficácia das drogas comação predominante na pele sobre o comprometimento articular(Recomendação 15).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


226 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):225–226A esclerose sistêmica (ES) é uma das mais fascinantes ecomplexas doenças reumatológicas, mas ainda há muito aser aprimorado em seu tratamento. Com o advento dos mo<strong>de</strong>rnosconceitos da ES sine esclero<strong>de</strong>rma, 11 da ES precoce 12e da ES muito precoce 13 e do estabelecimento <strong>de</strong> estratégiasórgãos-específicas, já <strong>de</strong>lineadas nas primeiras Recomendações<strong>de</strong> Tratamento, 14 propostas pelo grupo EUSTAR (EULARSclero<strong>de</strong>rma Trial and Research), po<strong>de</strong>mos antever que o diagnósticoprecoce será indispensável para o sucesso terapêutico.As primeiras três questões versam sobre o diagnóstico daES (Recomendação 1), e a importância da capilaroscopia periungueal(Recomendação 2) e dos autoanticorpos específicos(Recomendação 3) no diagnóstico precoce e no seguimentodos pacientes esclerodérmicos. Dentro das estratégias órgão--específicas, temos perguntas sobre as drogas antifibróticas(Recomendação 4) e o tratamento da calcinose (Recomendação5). Na avaliação do comprometimento vascular, temosquestionamentos sobre o tratamento do fenômeno <strong>de</strong> Raynaud(Recomendação 6), das úlceras isquêmicas (Recomendação7) e da prevenção da recorrência das úlceras isquêmicas(Recomendação 8). O acometimento visceral mais frequente(trato digestivo) também está contemplado com três perguntas,sobre hipomotilida<strong>de</strong> (Recomendação 9), refluxo gastroesofágico(Recomendação 10) e síndrome <strong>de</strong> má absorção(Recomendação 11). Os acometimentos dos órgãos vitais têmperguntas específicas sobre pneumopatia intersticial (Recomendação12), hipertensão arterial pulmonar (Recomendação13), crise renal esclerodérmica (Recomendação 14) e acometimentocardíaco (Recomendação 15).Resumindo, a nova estratégia <strong>de</strong> produção das Recomendações<strong>de</strong> diagnóstico e tratamento das principais doençasreumáticas, segundo as mo<strong>de</strong>rnas regras do Projeto Diretrizesda AMB, representa um ganho significativo na força das Recomendaçõesda SBR.Percival Degrava Sampaio-BarrosPresi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Espondiloartrites da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong><strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (2006-2012); Presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> EscleroseSistêmica da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (2010-2014)E-mail: pdsampaiobarros@uol.com.brREFERÊNCIAS1. Carneiro S, Azevedo VF, Bonfiglioli R, Ranza R, GonçalvesCR, Keiserman M, et al. Recomendações sobre diagnósticoe tratamento da artrite psoriásica. Rev Bras Reumatol2013;<strong>53</strong>(3):227-41.2. Sampaio-Barros PD, Keiserman M, Meirelles ES, PinheiroMM, Ximenes AC, Azevedo VF, et al. Recomendações sobrediagnóstico e tratamento da espondilite anquilosante. RevBras Reumatol 2013;<strong>53</strong>(3):242-57.3. Sampaio-Barros PD, Zimmermann AF, Muller CS, BorgesCTL, Freire EA, Maretti GB, et al. Recomendações sobrediagnóstico e tratamento da esclerose sistêmica. Rev BrasReumatol 2013;<strong>53</strong>(3):258-75.4. Rudwaleit M, van <strong>de</strong>r Heij<strong>de</strong> D, Lan<strong>de</strong>wé R, Listing J, AkkocN, Brandt J, et al. The <strong>de</strong>velopment of the Assessmentof SpondyloArthritis international Society classificationcriteria for axial spondyloarthritis (part II): validation andfinal selection. Ann Rheum Dis 2009;68(6):777-83.5. 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brRecomendações da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Recomendações sobre diagnóstico e tratamento da artritepsoriásica ☆Recommendations for the management and treatment of psoriatic arthritisSueli Carneiro a,b , Val<strong>de</strong>rílio Feijó Azevedo c , Rubens Bonfiglioli d , Roberto Ranza e ,Célio Roberto Gonçalves f , Mauro Keiserman g , Eduardo <strong>de</strong> Souza Meirelles h ,Marcelo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Pinheiro i , Antonio Carlos Ximenes j , Wan<strong>de</strong>rley Bernardo k ,Percival Degrava Sampaio-Barros f,l, *aUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, BrasilbUniversida<strong>de</strong> do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, BrasilcUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, Curitiba, PR, BrasildPontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Campinas, Campinas, SP, BrasileUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Uberlândia, Uberlândia, MG, BrasilfDisciplina <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, BrasilgHospital São Lucas, Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Porto Alegre, Porto Alegre, RS, BrasilhServiço <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Instituto <strong>de</strong> Ortopedia e Traumatologia, FMUSP, São Paulo, SP, BrasiliUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, BrasiljHospital Geral <strong>de</strong> Goiânia, Goiânia, GO, BrasilkCoor<strong>de</strong>nador do Projeto Diretrizes da Associação Médica <strong>Brasileira</strong>, São Paulo, SP, BrasillPresi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Espondiloartrites da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (2006-2012), São Paulo, SP, BrasilElaboração finalDezembro <strong>de</strong> 2012Descrição do método <strong>de</strong> elaboração das evidênciasOs integrantes da Comissão <strong>de</strong> Espondiloartrites da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong><strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (biênio 2010-2012) participaram doCurso <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> Evidências da Associação Médica <strong>Brasileira</strong>,em São Paulo, durante o primeiro semestre <strong>de</strong> 2011. Asquestões foram concluídas em reunião presencial da Comissão<strong>de</strong> Espondiloartrites no dia 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2011, durante aXVIII Jornada Cone Sul <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, em Florianópolis (SC),e foram posteriormente aprovadas por todos os coor<strong>de</strong>nadoresdo Registro Brasileiro <strong>de</strong> Espondiloartrites. As 15 questõesclínicas consi<strong>de</strong>radas relevantes foram estruturadas por meioda estratégia do P.I.C.O. (paciente; intervenção ou indicador;comparação; outcome). As estratégias <strong>de</strong> busca avaliaram asbases <strong>de</strong> dados MEDLINE, EMBASE, Scielo/Lilacs, Cochrane Libraryaté fevereiro <strong>de</strong> 2012 (Apêndice). Os artigos selecionadosna primeira estratégia <strong>de</strong> busca foram submetidos à avaliaçãocrítica das evidências, utilizando-se o escore <strong>de</strong> Jadad. Posteriormente,foram elaboradas as respostas às perguntas das Recomendações,sendo que cada referência bibliográfica selecionadaapresentava o correspon<strong>de</strong>nte grau <strong>de</strong> recomendação eforça <strong>de</strong> evidência científica. Para as Recomendações finais, asreferências bibliográficas foram atualizadas até agosto <strong>de</strong> 2012,redigidas em texto único pelo coor<strong>de</strong>nador, e submetidas aoscoautores em dois turnos, para elaboração do texto final.Grau <strong>de</strong> recomendação e força <strong>de</strong> evidênciaA: Estudos experimentais e observacionais <strong>de</strong> melhorconsistência.B: Estudos experimentais e observacionais <strong>de</strong> menorconsistência.C: Relatos <strong>de</strong> casos (estudos não controlados).D: Opinião <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> avaliação crítica, baseada emconsensos, estudos fisiológicos ou mo<strong>de</strong>los animais.☆Trabalho realizado com a chancela da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>.* Autor para correspondência.E-mail: pdsampaiobarros@uol.com.br (P.D. Sampaio-Barros).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


228 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241ObjetivoEstabelecer as recomendações para o diagnóstico (critériosclassificatórios e avaliação clínica) e o tratamento da artritepsoriásica.IntroduçãoA psoríase cutânea é uma doença bastante frequente, po<strong>de</strong>ndoacometer 1-3% da população. Dentre as manifestaçõesextracutâneas da psoríase, a artrite psoriásica (AP) é amais frequente, afetando 8-42% dos pacientes psoriásicos. Oquadro articular (artrite, entesite e/ou dactilite) po<strong>de</strong> cursarcom significativa limitação funcional dos indivíduos acometidos.Por isso, seu diagnóstico precoce é importante para oestabelecimento <strong>de</strong> estratégias terapêuticas eficientes. Recentemente,com a proposição dos critérios classificatóriosdo grupo CASPAR 1 (B), a caracterização dos pacientes com APficou mais fácil e abrangente – e o advento <strong>de</strong> novas modalida<strong>de</strong>sterapêuticas tornou o tratamento mais eficaz. Aatualização sobre os aspectos diagnósticos e terapêuticosda AP é indispensável para uma melhor e mais abrangentecompreensão da doença.1. Quais são os critérios para se consi<strong>de</strong>rar queum indivíduo tenha artrite psoriásica?Há vários critérios <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> AP:a) Critérios <strong>de</strong> Moll & Wright: psoríase ou história <strong>de</strong> psoríaseou doença ungueal e ausência <strong>de</strong> fator reumatoi<strong>de</strong> (FR)positivo, além <strong>de</strong> um dos seguintes itens clínicos: artriteassimétrica oligoarticular, artrite poliarticular, predominânciainterfalangeana distal, predominância <strong>de</strong> espondilite,artrite mutilante;b) Critérios <strong>de</strong> Bennett: psoríase (pele ou ungueal) e dor ee<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> partes moles e/ou redução na mobilida<strong>de</strong> emao menos uma articulação, além <strong>de</strong> seis dos seguintesitens: artrite interfalangeana distal, artrite assimétrica,ausência <strong>de</strong> nódulos subcutâneos, FR negativo, fluido inflamatóriosinovial, hipertrofia sinovial à biópsia, artriteerosiva <strong>de</strong> pequenas articulações, sacroiliíte, sin<strong>de</strong>smófito,ossificação paravertebral;c) Critérios <strong>de</strong> Vasey & Espinoza: psoríase ou história <strong>de</strong>psoríase ou doença ungueal e um dos seguintes itens:periféricos: envolvimento <strong>de</strong> falange distal, dactilite, artriteassimétrica, osteólise, artrite erosiva, periostite, anquilose;ou centrais: dor ou rigi<strong>de</strong>z em coluna, sacroiliítesimétrica;d) Critérios <strong>de</strong> Fournié (soma <strong>de</strong> 11 pontos): psoríase (6 pontos),história <strong>de</strong> psoríase (3 pontos), artrite interfalangeanadistal (3 pontos), envolvimento inflamatório da colunacervical ou torácica (3 pontos), artrite assimetrica(1 ponto), dor (2 pontos), presença <strong>de</strong> HLA-B16 ou B17 (6pontos), FR negativo (4 pontos), erosão <strong>de</strong> falange distalou osteólise ou anquilose ou formação óssea ou erosãoem tufo (5 pontos);e) Critérios do ESSG: dor inflamatória em coluna ou sinovitee psoríase ou história familiar <strong>de</strong> psoríase;f) Critérios CASPAR: presença <strong>de</strong> doença inflamatória articularconfirmada (articulações, coluna, ou enteses), comao menos três <strong>de</strong>sses elementos: psoríase atual, história<strong>de</strong> psoríase ou história familiar <strong>de</strong> psoríase, dactilite,formação óssea justa-articular (mãos ou pés), FR negativoe distrofia psoriásica ungueal 1 (B). A sensibilida<strong>de</strong> ea especificida<strong>de</strong> dos critérios CASPAR são 99,7% e 99,1%,respectivamente 2 (B).Nos critérios CASPAR, as características clínicas dos pacientessão: psoríase em 100%, distrofia psoriásica unguealem 28,5%, FR negativo em 77,1%, dactilite em 34,2%, formaçãoóssea justa articular em 34,2% dos casos. Além disso, entreas formas <strong>de</strong> apresentação mais comuns estão: predomínioinflamatório articular periférico (81,2%) e acometimento poliarticular(47,8%) 1 (B).Em pacientes com AP, os critérios <strong>de</strong> Bennett foram positivosem 10,2% dos casos, os <strong>de</strong> Moll & Wright em 30,7%, osdo ESSG em 43,5%, os critérios <strong>de</strong> Vasey & Espinoza em 46,1%,os <strong>de</strong> Fournié em 79,4%, e os critérios CASPAR em 89,7% doscasos 3 (B).Em pacientes com AP os critérios clínicos que predominam,com suas respectivas prevalências relativas, sensibilida<strong>de</strong>se especificida<strong>de</strong>s no diagnóstico, são: sinovite (151%, 51%e 100%), entesopatia (140%, 40% e 100%), dactilite (120%, 20% e100%), história familiar (118%, 51% e 67%), lombalgia inflamatória(113%, 13% e 100%) e dor alternada em ná<strong>de</strong>gas (111%,13% e 98%) 4 (B).Na avaliação dos <strong>de</strong>sfechos clínicos <strong>de</strong> pacientes com AP, odomínio mais frequente é a pele [Psoriasis Area Severity In<strong>de</strong>x(PASI) e Physician Global Assessment of Psoriasis (PGAP)], seguidoda articulação (contagem do número <strong>de</strong> articulações acometidas,presença <strong>de</strong> envolvimento interfalangeano distal epresença <strong>de</strong> poliartrite simétrica). Outros domínios clínicosconsi<strong>de</strong>rados são entesite [presença <strong>de</strong> dor, escore MaastrichAnkylosing Spondylitis Enthesitis Score (MASES)], dactilite [número<strong>de</strong> <strong>de</strong>dos acometidos e Infliximab Multinational PsoriaticArthritis Controlled Trial In<strong>de</strong>x for Dactylitis (IMPACT 1)] e doençaungueal [Nail Psoriasis Severity In<strong>de</strong>x (NAPSI)] 5 (B).Recomendação 1Os critérios classificatórios mais utilizados para a artrite psoriásicasão os do CASPAR.2. Há correlação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> entre doençacutânea, ungueal e articular na artrite psoriásica?Em pacientes com AP, a doença <strong>de</strong> pele prece<strong>de</strong> a artrite em60% dos casos, ocorre no mesmo ano em 31%, e a artrite prece<strong>de</strong>as manifestações <strong>de</strong> pele em 9%. Há correlação significativaentre o grau <strong>de</strong> envolvimento da pele (PASI) e o teste <strong>de</strong>Schober. Articulações <strong>de</strong>formadas estão associadas com escorePASI elevado. O escore <strong>de</strong> acometimento <strong>de</strong> couro cabeludoestá correlacionado positivamente com o número <strong>de</strong> articulaçõesacometidas (<strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s, dactilites e envolvimento interfalangeanodistal). De maneira semelhante, há associaçãoentre o envolvimento ungueal e a <strong>de</strong>formação articular, bemcomo o número <strong>de</strong> articulações acometidas 6 (B).


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241229O espessamento ungueal com ou sem irregularida<strong>de</strong> nasuperfície ocorre em 95,7% dos casos <strong>de</strong> AP. O diagnóstico porressonância magnética (RM) do envolvimento ungueal é maisfrequente em pacientes com sinais clínicos <strong>de</strong> onicopatia. Demaneira semelhante, pacientes com anormalida<strong>de</strong>s em interfalangeanasdistais apresentam sinais clínicos <strong>de</strong> onicopatiacom mais frequência, com aumento <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> 49,2% 7 (B).O envolvimento ungueal é significativamente maior entrepacientes com AP do que em pacientes com psoríase apenas(aumento do risco <strong>de</strong> 59%), mas não há relação entre o padrão<strong>de</strong> envolvimento cutâneo e o envolvimento ungueal 8 (B). A áreacutânea acometida em pacientes com psoríase sem artrite équatro vezes maior (9,8%) que em pacientes com AP (2,5%) 9 (B).Recomendação 2Há relação variável <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> entre as manifestaçõescutâneas e o acometimento articular na artrite psoriásica. Asalterações ungueais são mais frequentes nos pacientes comartrite psoriásica.3. Quais são as comorbida<strong>de</strong>s mais associadas àartrite psoriásica?Pacientes com AP, quando comparados com pacientes compsoríase sem artrite, têm aumento <strong>de</strong> 4,9% no risco <strong>de</strong> doençacardiovascular [number need to harm (NNH): 20), <strong>de</strong> 17,5% emhipertensão (NNH: 6), <strong>de</strong> 6,2% em hiperlipi<strong>de</strong>mia (NNH: 16),<strong>de</strong> 5,3% em diabetes tipo II (NNH: 19), <strong>de</strong> 3,5% em obesida<strong>de</strong>(NNH: 32), <strong>de</strong> 4,3% em doença respiratória (NNH: 24), <strong>de</strong> 6,7%em doença gastrointestinal (NNH: 14), <strong>de</strong> 5,7% em doençaneurológica (NNH: 19), <strong>de</strong> 11,4% em <strong>de</strong>pressão ou ansieda<strong>de</strong>(NNH: 9) e <strong>de</strong> 4,7% em câncer (NNH: 21) 10 (B).Há aumento <strong>de</strong> 79% em risco relativo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte vascularcerebral, infarto agudo do miocárdio e morte cardiovascular,semelhante ao <strong>de</strong> pacientes com psoríase sem artrite 11 (B).Pacientes com AP já estabelecida têm aumento <strong>de</strong> 22,9-49,3% no risco <strong>de</strong> hipertensão (NNH: 2-5), <strong>de</strong> 2,2-5,3% em diabetes(NNH: 19-45), <strong>de</strong> 7,4-8,1% em doença <strong>de</strong> Crohn (NNH:12-14) e <strong>de</strong> 6,4-11,8% em doença obstrutiva crônica (NNH:8-15). Já pacientes com AP em fase inicial têm aumento <strong>de</strong>22,8-26,6% no risco <strong>de</strong> hipertensão (NNH: 4) 12 (B). Há aumentoainda <strong>de</strong> 22,9% no risco <strong>de</strong> síndrome metabólica (NNH: 4) 13 (B),<strong>de</strong> aterosclerose e <strong>de</strong> doença vascular periférica 14 (B).Pacientes com AP têm aumento <strong>de</strong> 2-17% no risco <strong>de</strong> apresentarTSH > 3,5 μU/mL, <strong>de</strong> 12-16% <strong>de</strong> apresentar anticorpoantitiroperoxidase > 100 UI/mL e <strong>de</strong> 15-20% <strong>de</strong> apresentar autoimunida<strong>de</strong>tireoi<strong>de</strong>ana (AbTg+ ou AbTPO+) 15 (B).A uveíte é uma comorbida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> estar presente empacientes com AP, <strong>de</strong> maneira unilateral e bilateral, em 25%e 37,5% dos casos, respectivamente, com distribuição semelhantenas apresentações anterior e posterior e <strong>de</strong> instalaçãoinsidiosa em 19% dos pacientes, com tempo médio <strong>de</strong> noveanos após o diagnóstico da artrite 16 (B).Recomendação 3Há aumento no risco <strong>de</strong> associação <strong>de</strong> algumas comorbida<strong>de</strong>sna artrite psoriásica, como doenças cardiovasculares, diabetestipo II, doenças gastrointestinais, respiratórias e neuropsiquiátricas,hipotireoidismo e uveíte.4. Quais são as evidências para o uso <strong>de</strong>corticosteroi<strong>de</strong>s em pacientes com artritepsoriásica?Glicocorticoi<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser utilizados como tratamento adjuvanteem doença localizada (formas oligoarticulares, entesitesou dactilites) 17 (D). O uso <strong>de</strong> injeções <strong>de</strong> corticosteroi<strong>de</strong>(metilprednisolona), em doses variando <strong>de</strong> 5-80 mg, em pacientescom AP, po<strong>de</strong> ser realizado em articulações inflamadasou com lesão, como interfalangeanas (44%), joelhos (21%)e coxofemorais (9,4%). A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta clínica emtrês meses e em seis meses é <strong>de</strong> 41,6% e 51,5%, respectivamente.Das articulações que respon<strong>de</strong>m em três meses, po<strong>de</strong>haver recorrência em 25,5% 18 (B).O uso <strong>de</strong> corticosteroi<strong>de</strong>s sistêmicos em pacientes comAP não foi estudado <strong>de</strong> maneira consistente. Além disso, aopinião especializada contraindica o uso <strong>de</strong> corticoi<strong>de</strong>s sistêmicosno tratamento da psoríase, sendo recomendado emsituações especiais, e nunca <strong>de</strong> forma crônica. Apesar disso,esses medicamentos têm sido prescritos na AP em 24,4-30%dos casos, com precaução, <strong>de</strong>vido a possível piora do acometimentocutâneo 19 (B). Também o uso prolongado <strong>de</strong> glicocorticoi<strong>de</strong>spo<strong>de</strong> produzir resistência no controle da psoríase tratadacom o metotrexato, além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>terminar eventosadversos como osteoporose, redução da tolerância à glicosee aumento das infecções. Sua interrupção po<strong>de</strong> levar à formapustular da psoríase 20 (C).Com frequência <strong>de</strong> 24,4% <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> corticosteroi<strong>de</strong>s sistêmicosem pacientes com AP, o mais comumente prescrito é ametilprednisolona (65,9%). Também são utilizados o <strong>de</strong>flazacorte(22,8%), a prednisona (4,4%), a betametasona (2,3%) e a<strong>de</strong>xametasona (2,3%). A dose média diária <strong>de</strong> metilprednisolonaé <strong>de</strong> 4,5 ± 1,4 mg 21 (C).Recomendação 4O uso <strong>de</strong> corticosteroi<strong>de</strong> injetável intra-articular na artritepsoriásica po<strong>de</strong> ser uma opção terapêutica em doença localizada;entretanto, o uso sistêmico não é recomendado porfalta <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> eficácia e pelo risco <strong>de</strong> eventos adversosgraves, além da recidiva da psoríase cutânea quandoda retirada da droga.5. Quais são as evidências para o uso <strong>de</strong> antiinflamatóriosnão hormonais em pacientes comartrite psoriásica?A prescrição <strong>de</strong> indometacina 50 mg/dia para pacientes comAP po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar resposta clínica (melhora na dor, na limitação<strong>de</strong> movimentos e na rigi<strong>de</strong>z) em 62% dos casos em seguimento<strong>de</strong> oito semanas, po<strong>de</strong>ndo ocorrer eventos adversoscomo vertigem, náusea ou cefaleia 22 (B).A comparação entre indometacina e diclofenaco 75 mg/dia em pacientes com AP <strong>de</strong>monstra resposta clínica nãosignificativa, em oito semanas, com ambas medicações e


230 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241sem diferença entre elas, inclusive em relação aos eventosadversos 23 (B).O anti-inflamatório nimesulida, sobretudo nas doses <strong>de</strong>200 mg e 400 mg/dia, proporciona os seguintes benefícios aospacientes com AP: redução dos escores <strong>de</strong> dor, redução dosescores <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma e rigi<strong>de</strong>z matinal, redução do uso <strong>de</strong> analgésicos,sem aumento significativo <strong>de</strong> eventos adversos 24 (B).O tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP com celecoxibe 200 mgou 400 mg, por duas semanas, aumenta a resposta clínica,medida pelo American College of Rheumatology Respon<strong>de</strong>rs In<strong>de</strong>x20% (ACR20) em 21% [number nee<strong>de</strong>d to treat (NTT): 5] e em 11%(NNT: 9), respectivamente. Entretanto, após 12 semanas <strong>de</strong>seguimento, não há diferença na resposta quando comparamosos pacientes tratados com celecoxibe e os pacientes nãotratados 25 (A).Recomendação 5O tratamento com anti-inflamatórios não hormonais é umaopção terapêutica sintomática e <strong>de</strong> curta duração na artritepsoriásica.6. Quais são as evidências para o uso <strong>de</strong> drogas<strong>de</strong> base convencionais (metotrexato, ciclosporina,leflunomida e sulfasalazina) em pacientes comartrite psoriásica?MetotrexatoO uso do metotrexato na dose <strong>de</strong> 2,5-5,0 mg a cada 12 horas, emtrês doses consecutivas por semana, durante 12 semanas, empacientes com AP, quando comparado a pacientes sem uso <strong>de</strong>metotrexato, não <strong>de</strong>monstra benefício com relação a e<strong>de</strong>ma,rigi<strong>de</strong>z matinal, dor, força ou acometimento articular. Apenasreduz o escore <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> avaliado pelo médico. Em relação aeventos adversos, há distúrbios gastrointestinais, estomatite eaumento dos níveis <strong>de</strong> bilirrubina 26 (B).No seguimento <strong>de</strong> 24 meses <strong>de</strong> pacientes com AP tratadoscom metotrexato 5,0-7,5 mg por semana, não se verifica diferençana resposta clínica (redução ≥ 40% nas articulações inflamadas)quando comparado com pacientes em uso <strong>de</strong> anti--inflamatórios não hormonais (AINHs). De forma semelhante,a avaliação radiológica revela uma diferença não significativa<strong>de</strong> aumento no escore <strong>de</strong> dano articular <strong>de</strong> 16% nos pacientestratados com metotrexato 27 (B).No tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP durante seis meses, aassociação <strong>de</strong> metotrexato aos AINHs <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do tratamentoou no segundo trimestre produz benefício, sem diferençaentre os dois regimes <strong>de</strong> tratamento, com relação à ativida<strong>de</strong>da doença, medida por: (1) contagem <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma ou rigi<strong>de</strong>zarticular, (2) avaliações globais do paciente ou do médico, e (3)escala visual analítica (EVA) <strong>de</strong> dor 28 (B).O tratamento com metotrexato em pacientes com AP comparadocom o tratamento em pacientes com artrite reumatoi<strong>de</strong>durante seis meses revela que os resultados são superiores noscasos <strong>de</strong> artrite reumatoi<strong>de</strong>. Entretanto, em relação ao início daterapêutica, os pacientes com AP têm redução no número <strong>de</strong>articulações acometidas, na dor (EVA) e no escore <strong>de</strong> avaliaçãoglobal <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da doença (pacientes e médicos) e aumentona qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida [Modified Health Assessment Questionnaire(MHAQ) e Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey(SF-36)]. Ainda com relação à ativida<strong>de</strong> da doença, na AP háaumento no número <strong>de</strong> pacientes com DAS ≥ 2,6 e ≥ 3,2, <strong>de</strong> 17%e 29%, respectivamente 29 (B).Os eventos adversos mais frequentes com o uso <strong>de</strong> metotrexatosão náusea, fotossensibilização e aftas (levando a<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>) e elevação dos níveis <strong>de</strong> enzimas hepáticas(35%) 30,31 (B).CiclosporinaA comparação entre ciclosporina (3 mg/kg/dia) e metotrexato(três doses consecutivas <strong>de</strong> 2,5 mg a cada 12 horas na semana)no tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP revela que ambas medicaçõesem 12 meses produzem benefício aos pacientes, comrelação ao e<strong>de</strong>ma e à dor articular, à rigi<strong>de</strong>z matinal, à força, àativida<strong>de</strong> da doença pela avaliação global dos pacientes e médicos,sem diferença entre os dois regimes <strong>de</strong> tratamento. Comrelação aos eventos adversos, entretanto, o tratamento commetotrexato aumenta as enzimas hepáticas, e a ciclosporinanão aumenta 32 (B).O tratamento com ciclosporina (3 mg/kg/dia), comparadocom sulfasalazina (2 g/dia) associada a sintomáticos, ou a sintomáticosapenas (AINHs, analgésicos e/ou prednisona), duranteseis meses, <strong>de</strong>termina melhores resultados, com maiorredução da dor, redução no número <strong>de</strong> articulações acometidas,redução da ativida<strong>de</strong> da doença pela avaliação global <strong>de</strong>pacientes em 34% e <strong>de</strong> médicos em 24%, e melhor escore (ArthritisImpact Measurement Scale e Spondylitis Functional In<strong>de</strong>x).Quando comparado com o tratamento sintomático, a ciclosporina<strong>de</strong>termina aumento nos pacientes que atingem ACR50 eACR70 em 22% e 24%, respectivamente. Os eventos adversossão piora da função renal, distúrbios gastrointestinais e neurológicose hipertensão 33 (A).Em pacientes com AP e resposta incompleta ao metotrexato,o uso <strong>de</strong> ciclosporina (2,5 mg/kg/dia) por 48 semanas reduz orisco <strong>de</strong> acometimento articular em 36% (NNT: 3), além do PASIe do número <strong>de</strong> articulações e<strong>de</strong>maciadas. Não há diferençanos escores <strong>de</strong> dor. Há aumento <strong>de</strong> eventos adversos, comonáusea, cefaleia, parestesia e sensação <strong>de</strong> queimação 34 (B).O tratamento com ciclosporina (2,5-3,75 mg/kg/dia) emcomparação com o adalimumabe (40 mg em semanas alternadas),ou com a combinação <strong>de</strong> ambos, em pacientes com AP,<strong>de</strong>monstra que a combinação aumenta a resposta (Psoriatic ArthritisResponse Criteria) em comparação com a ciclosporina em30% (NNT: 3), aumenta o número <strong>de</strong> pacientes com respostaACR50 em 51% (NNT: 2), melhora o escore Health AssessmentQuestionnaire Disability In<strong>de</strong>x (HAQ-DI) e reduz o uso <strong>de</strong> AINHs e<strong>de</strong> corticosteroi<strong>de</strong>s em 51% (NNT: 2) 35 (B).LeflunomidaO uso da leflunomida (100 mg/dia por três dias seguida <strong>de</strong>20 mg/dia) em pacientes com AP aumenta a resposta, medidapelo Psoriatic Arthritis Response Criteria (PsARC), em 29,2%(NNT: 3), em todos os critérios (dor articular, escore <strong>de</strong> e<strong>de</strong>mae avaliação global). Aumenta, ainda, o número <strong>de</strong> pacientesque atingem ACR20 em 16,3% (NNT: 6) e melhora a qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida, medida pelo HAQ 36 (A).


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241231A <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> no tratamento com leflunomida poreventos adversos é superior (29,2%) à presente no tratamentocom metotrexato (10,8%), apesar <strong>de</strong> essa diferença não sersignificativa. A incidência <strong>de</strong> eventos adversos é superior naleflunomida (38,7 eventos por 100 pacientes/ano) quando comparadoao metotrexato (14,3 eventos por 100 pacientes/ano), etambém eleva as enzimas hepáticas 37 (B). Durante 24 meses <strong>de</strong>seguimento, 33,3% dos pacientes <strong>de</strong>scontinuam o tratamento– 11,1% por falta <strong>de</strong> eficácia e 23,3% por eventos adversos 38 (B).SulfasalazinaApós 24 semanas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP comsulfasalazina (40 mg/kg/dia), não há diferença, em comparaçãocom pacientes não tratados, com relação à dor, rigi<strong>de</strong>zmatinal, avaliação global <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da doença ou índice <strong>de</strong><strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> 39 (B).Não há benefício com relação à dor, força, número <strong>de</strong> articulaçõesacometidas e e<strong>de</strong>ma articular no tratamento <strong>de</strong>pacientes com sulfasalazina (500 mg/dia) por 12 semanas. Asúnicas medidas que <strong>de</strong>monstram benefício são a avaliaçãoglobal <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da doença realizada pelo paciente e pelomédico e o tempo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z matinal 40 (B).O tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP com sulfasalazina(2,0 g/dia) durante 24 semanas <strong>de</strong>termina benefício apenas naredução da dor, medida pela escala EVA. Entretanto, não hádiferença quando comparado a não tratar, com relação à rigi<strong>de</strong>zmatinal, à redução do número <strong>de</strong> articulações acometidase em relação ao escore Ritchie articular in<strong>de</strong>x. Os principaiseventos adversos são náusea, distúrbios gastrointestinais, cefaleia,reações <strong>de</strong> pele, elevação das enzimas hepáticas e dacreatinina 41 (B).Recomendação 6Há controvérsia sobre a eficácia do metotrexato no tratamentoda artrite psoriásica, po<strong>de</strong>ndo ser usado em associaçãocom anti-inflamatórios não hormonais, e com precaução <strong>de</strong>vidoà hepatotoxicida<strong>de</strong>.A ciclosporina é opção eficaz <strong>de</strong> tratamento da artrite psoriásica,e po<strong>de</strong> ter seus resultados potencializados em associaçãocom o adalimumabe.A leflunomida é opção terapêutica na artrite psoriásica,com precaução <strong>de</strong>vido à sua hepatoxicida<strong>de</strong>.A sulfasalazina é opção terapêutica na artrite psoriásica,po<strong>de</strong>ndo reduzir a dor.7. Quais são as indicações para o uso <strong>de</strong> drogasanti-TNF na artrite psoriásica?InfliximabePacientes com diagnóstico <strong>de</strong> AP estabelecida há mais <strong>de</strong> seismeses <strong>de</strong> duração, com falha terapêutica com drogas modificadorasdo curso da doença (DMCDs), com artrite poliarticularperiférica e rigi<strong>de</strong>z matinal <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 45 minutos <strong>de</strong>duração, tratados com infliximabe 5 mg/kg nas semanas 0, 2,6 e 14, po<strong>de</strong>m apresentar aumento na resposta ACR20, ACR50e ACR70 42 (A).Pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> AP estabelecida há mais <strong>de</strong>seis meses <strong>de</strong> duração, com falha terapêutica com DMCDs ouAINHs, com artrite poliarticular periférica e rigi<strong>de</strong>z matinal <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> 45 minutos <strong>de</strong> duração, psoríase em placa, sem tuberculose,infecções, câncer ou insuficiência cardíaca, tratadoscom infliximabe 5 mg/kg nas semanas 0, 2, 6, 14 e 22, com ousem metotrexato, apresentam efeitos na evolução clínica 43 (A).EtanercepteO tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP ativa e resposta ina<strong>de</strong>quadaa AINHs po<strong>de</strong> ser realizado com etanercepte na dose <strong>de</strong> 25mg 2x/semana SC administrado por 12 ou 24 semanas, comou sem associação ao metotrexato 44,45 (A).AdalimumabeEm pacientes adultos com AP ativa mo<strong>de</strong>rada a grave (ao menostrês articulações e<strong>de</strong>maciadas e com dor) e com lesõescutâneas psoriásicas ou história <strong>de</strong> psoríase, resposta ina<strong>de</strong>quadaou intolerância a AINHs, com ou sem associação aometotrexato, sem história <strong>de</strong> sintomas neurológicos sugestivos<strong>de</strong> doença <strong>de</strong>smielinizante, história <strong>de</strong> tuberculose ativaou listeriose, ou a presença <strong>de</strong> infecção grave, o uso <strong>de</strong> adalimumabe40 mg SC em semanas alternadas, por 24 semanas<strong>de</strong> seguimento, po<strong>de</strong> ser analisado frente à melhora na respostaACR20 na 12 a semana e modificação no escore Sharp <strong>de</strong>dano estrutural nas radiografias <strong>de</strong> mãos e pés na 24ª semana.Outros <strong>de</strong>sfechos que po<strong>de</strong>m ser analisados são: ACR50 eACR70, resposta medida pelo PsARC, HAQ-DI e SF-36, na 12ª e24ª semanas, e eventos adversos 46 (B).Em pacientes adultos, com AP ativa mo<strong>de</strong>rada a grave (aomenos três articulações e<strong>de</strong>maciadas e com dor), e com lesõescutâneas psoriásicas <strong>de</strong> placas crônicas; resposta ina<strong>de</strong>quadaa DMCDs; com ou sem associação ao metotrexato ou a DMCDs;sem história <strong>de</strong> uso prévio <strong>de</strong> anti-TNF, ou <strong>de</strong> corticoi<strong>de</strong>s há aomenos quatro semanas, ou <strong>de</strong> tratamento tópico para psoríase,ou <strong>de</strong> fototerapia, ou <strong>de</strong> alefacepte ou siplizumabe com 12 semanas,ou qualquer outro biológico. Sem infecção, ou história<strong>de</strong> tuberculose, ou doença cardíaca, renal, neurológica, psiquiátrica,endócrina, metabólica, hepática, sintomas <strong>de</strong> <strong>de</strong>smielinizaçãoe câncer, o tratamento com adalimumabe 40 mg, emsemanas alternadas por 12 semanas, po<strong>de</strong> produzir efeitos naresposta medida pelo ACR20, ACR50 ou ACR70 47 (A).GolimumabePacientes com AP ativa e resposta ina<strong>de</strong>quada a DMCDs ouAINHs, com ou sem associação ao metotrexato, tratados comgolimumabe 50 mg ou 100 mg a cada quatro semanas, por 20semanas, po<strong>de</strong>m apresentar aumento na resposta ACR20 48 (A).Recomendação 7O tratamento com drogas anti-TNF (infliximabe, etanercepte,adalimumabe, golimumabe) está indicado em pacientes adultos,com artrite psoriásica ativa mo<strong>de</strong>rada a grave (ao menostrês articulações e<strong>de</strong>maciadas e com dor), estabelecidahá mais <strong>de</strong> seis meses, e com lesões cutâneas psoriásicas <strong>de</strong>placas crônicas ou história <strong>de</strong> psoríase; resposta ina<strong>de</strong>qua-


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241233Tabela 1 - Comparação <strong>de</strong> NNT nos diversos tratamentos da artrite psoriásica com anti-TNFDrogasDesfechos (NNT)ACR20 ACR50 ACR70 PsARC HAQ DAS28 Entesite DLQI DactiliteAdalimumabe 2 3 4 3Etarnecepte 2 2 3Golimumabe 2 2 2Infliximabe 2 2 3 2 3 2 6 2NNT, number nee<strong>de</strong>d to treat; ACR, American College of Rheumatology Respon<strong>de</strong>rs In<strong>de</strong>x; PsARC, Psoriatic Arthritis Response Criteria; HAQ, HealthAssessment Questionnaire; DAS-28, Disease Activity Score in 28 joints; DLQI, Dermatology Life Quality In<strong>de</strong>x.a corticoi<strong>de</strong> é semelhante. Há aumento na resposta PsARC em27% (NNT: 4) e redução no escore <strong>de</strong> dactilite e <strong>de</strong> entesite 47 (A).A resposta ACR20/50/70 após 24 semanas é <strong>de</strong> 65%, 43%e 27%, respectivamente, e a resposta PsARC é <strong>de</strong> 75%, semelhanteà <strong>de</strong> 12 semanas 47 (A).GolimumabePacientes com AP ativa e resposta ina<strong>de</strong>quada a DMCDs ouAINHs, tratados com golimumabe 50 mg ou 100 mg a cadaquatro semanas, por 20 semanas, apresentam, em 14 semanas,aumento na resposta ACR20 <strong>de</strong> 42% e 36% nas doses <strong>de</strong>50 mg e 100 mg, respectivamente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da associaçãocom metotrexato. Também em 14 semanas os pacientestratados com golimumabe têm aumento <strong>de</strong> 50% (NNT: 2) naresposta PsARC em ambas doses e <strong>de</strong> 40% na resposta EULAR(DAS-28) em ambas doses 48 (A).Recomendação 8Não há diferença na eficácia no tratamento <strong>de</strong> pacientes comAP com os diferentes anti-TNF (infliximabe, etanercepte, adalimumabee golimumabe), principalmente nas medidas <strong>de</strong>resposta ACR20, PsARC e HAQ.9. Existe diferença <strong>de</strong> segurança entre as drogasanti-TNF em pacientes com artrite psoriásica?InfliximabeNão há aumento <strong>de</strong> eventos adversos com o tratamento <strong>de</strong>infliximabe, sendo os mais comuns: cefaleia, bronquite, infecçãorespiratória, rinite e rash cutâneo 42 (A).Não há aumento <strong>de</strong> eventos adversos, eventos adversosgraves ou infecções nos pacientes tratados com infliximabe(5 mg/kg nas semanas 0, 2, 6, 14 e 22, com ou sem metotrexato)em comparação com aqueles não tratados. A proporção<strong>de</strong> perda na a<strong>de</strong>rência ao tratamento por eventos adversos é<strong>de</strong> 4%, sendo algumas <strong>de</strong>ssas causas o aumento das enzimashepáticas. Os eventos adversos mais comuns são: infecçãorespiratória, cefaleia e po<strong>de</strong> ocorrer câncer 43 (A).EtanercepteO evento adverso mais comum no tratamento <strong>de</strong> pacientescom AP com etanercepte, 25 mg 2x/semana SC, administradopor 12 semanas, é infecção respiratória 45 (A).Pacientes com AP ativa e resposta ina<strong>de</strong>quada a AINHspo<strong>de</strong>m ser tratados com etanercepte na dose <strong>de</strong> 25 mg 2x/semanaSC administrado por 24 semanas, com ou sem associaçãoao metotrexato. Eventos adversos po<strong>de</strong>m ocorrer, comodor torácica, cálculo renal, síncope ou esclerose múltipla. Nãohá aumento <strong>de</strong> evento adverso em relação aos pacientes nãosubmetidos ao tratamento, sendo a maioria mo<strong>de</strong>rados, eo mais comum é infecção respiratória em até dois anos <strong>de</strong>seguimento 44,<strong>53</strong> (A).AdalimumabeO adalimumabe na 24ª semana não tem aumento na incidência<strong>de</strong> eventos adversos comparado aos pacientes nãotratados (infecção respiratória, hipertensão, cefaleia). Eventosadversos graves são artro<strong>de</strong>se, convulsões, meninigiteviral, cálculo renal, pancreatite, plaquetopenia e elevação <strong>de</strong>enzimas hepáticas, que po<strong>de</strong>m levar a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> dotratamento 46 (B). O adalimumabe é seguro na 48 a semana 55 (B).Não há diferença nos eventos adversos em dois anosquando comparado com um ano <strong>de</strong> tratamento com adalimumabe,sendo que 91,6% dos pacientes apresentam umevento, e 16,8% <strong>de</strong>sses ao menos um evento grave. Os eventosmais comuns são colelitíase, infarto do miocárdio, apendicite,infecção urinária, osteoartrite, convulsão, nefrolitíase,tuberculose, linfoma, e 6,7% dos pacientes <strong>de</strong>scontinuam otratamento 56 (B).Os eventos adversos na 12 a semana são menores em 26,7%,sendo a maior parte <strong>de</strong> grau mo<strong>de</strong>rado 47 (A). Há redução nasinfecções em 15,1%, não havendo casos <strong>de</strong> tuberculose, granulomatose,<strong>de</strong>smielinização, lúpus, insuficiência cardíaca oucâncer. Na 24ª semana os eventos adversos são em 54,6%, graves(3,1%), e levam à <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> em 6,2%. Outros eventosadversos são: tosse, nasofaringite, elevação <strong>de</strong> enzimashepáticas, linfoma e câncer 47 (A).GolimumabePacientes com AP ativa e resposta ina<strong>de</strong>quada a DMCDs ou AI-NHs, com ou sem associação ao metotrexato, tratados com golimumabe50 mg ou 100 mg a cada quatro semanas por 20 semanas,apresentam como evento adverso mais frequente em 14semanas a nasofaringite e a infecção respiratória. As infecçõesocorrem mais frequentemente com altas doses, sendo <strong>de</strong> 3% oíndice <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> por eventos adversos. Há elevaçãodas enzimas hepáticas <strong>de</strong> 18-24% e <strong>de</strong> 13-34% dos pacientesrecebendo 50 mg e 100 mg, respectivamente. Po<strong>de</strong> haver ocorrência<strong>de</strong> câncer e tuberculose, requerendo tratamento 48 (A).


234 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241Recomendação 9Não há diferença significativa no perfil <strong>de</strong> segurança das drogasanti-TNF na artrite psoriásica, apesar da difícil quantificaçãodos eventos adversos.10. O uso da terapia anti-TNF é capaz <strong>de</strong> reduziro dano estrutural em pacientes com artritepsoriásica?InfliximabeO uso <strong>de</strong> infliximabe (5 mg/kg) nas semanas 0, 2 e 6, e a cadaoito semanas até a semana 54, em pacientes com AP ativa,avaliados pela radiografia <strong>de</strong> mãos e pés, quanto a erosões eredução do espaço articular pelo escore Sharp/van <strong>de</strong>r Heij<strong>de</strong>modificado, <strong>de</strong>monstra menor progressão radiológica (escoreSharp/van <strong>de</strong>r Heij<strong>de</strong>) na 24ª e na 54ª semanas, quandocomparado com pacientes não submetidos ao tratamento.Com dois anos <strong>de</strong> seguimento, a progressão radiológica é significativamentemenor que a esperada, e os eventos adversospermanecem <strong>de</strong>ntro da estimativa na primeira fase <strong>de</strong>seguimento 51,57 (B).Pacientes com AP ativa tratados com infliximabe 5 mg/kgnas semanas 0, 2, 6 e 14 e <strong>de</strong>pois a cada oito semanas até a50ª semana, e pacientes recebendo a mesma dose a partir dassemanas 16, 18, 22 e <strong>de</strong>pois a cada oito semanas até a 50ª,não apresentam piora radiológica estrutural ou progressão dadoença (medida pelo escore van <strong>de</strong>r Heij<strong>de</strong>/Sharp) em 85% e84% dos casos, respectivamente 58 (B).EtanercepteEm 12 meses <strong>de</strong> seguimento a progressão radiológica <strong>de</strong> doençaé reduzida com o uso <strong>de</strong> etanercepte em −1,03 unida<strong>de</strong>sdo escore Sharp na média. A associação com metotrexato nãoaltera os resultados 44 (A). A progressão radiológica é reduzidaem −1,38 em dois anos <strong>de</strong> seguimento <strong>53</strong> (A).AdalimumabeO tratamento com adalimumabe resulta em inibição significativanas mudanças estruturais nas radiografias. A mudançana media no escore Sharp total entre o início e a 24 a semana é<strong>de</strong> 0,2 para os pacientes recebendo adalimumabe em comparaçãoa 1,0 para os pacientes não tratados 46 (B).Diferenças significativas são também observadas no escore<strong>de</strong> erosão (mudança na média <strong>de</strong> 0,0 nos pacientes recebendoadalimumabe versus 0,6 naqueles não recebendo otratamento ao longo <strong>de</strong> 24 semanas) e escore <strong>de</strong> redução noespaço articular (mudança na média <strong>de</strong> 0,2 nos pacientes recebendoadalimumabe versus 0,4 naqueles não recebendo otratamento ao longo <strong>de</strong> 24 semanas) 46 (B).As mudanças no escore Sharp após 48 semanas são namédia <strong>de</strong> 0,1. As respostas clínica e radiológica in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mda associação com metotrexato 55 (B).A duração média <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> dois anos com adalimumabe<strong>de</strong> 40 mg em semanas alternadas <strong>de</strong>monstra reduçãoou manutenção no escore Sharp <strong>de</strong> 79,1%, semelhante àobtida na 24ª e na 48ª semana. Dos pacientes que não apresentamprogressão radiológica até a 48ª semana, 84,3% mantémausência <strong>de</strong> progressão radiológica 56 (B).O tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP ativa sem história <strong>de</strong>infecções, doença grave, <strong>de</strong>smielinização ou antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>uso <strong>de</strong> anti-TNF, com adalimumabe 40 mg em semanas alternadas,por 24 semanas, avaliados por RM, <strong>de</strong>monstra 65%<strong>de</strong> melhora no e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> medula óssea, ausência <strong>de</strong> melhorano escore <strong>de</strong> erosão, melhora no escore <strong>de</strong> sinovite em 3% eredução <strong>de</strong> 44% no <strong>de</strong>rrame articular 59 (B).Recomendação 10Há redução da progressão radiológica, principalmente medidapelo escore Sharp, em seguimento <strong>de</strong> até dois anos com ouso dos anti-TNF, na artrite psoriásica.11. Deve-se utilizar drogas <strong>de</strong> base convencionais,como metotrexato, leflunomida ou ciclosporina,concomitante às drogas anti-TNF?A associação com DMCDs, como metotrexato, leflunomida,sulfasalazina, hidroxicloroquina, ouro intramuscular, penicilaminaou azatioprina não modifica os resultados <strong>de</strong> pacientescom diagnóstico <strong>de</strong> AP tratados com infliximabe 5 mg/kg 42 (A).O tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP ativa e indicação <strong>de</strong>drogas anti-TNF, com etanercepte na dose <strong>de</strong> 25 mg 2x/semanaSC administrado por 12 semanas, com ou sem associaçãoao metotrexato, aumenta as respostas PsARC e ACR20 45 (A).Pacientes com AP tratados com etanercepte (25 mg 2x/semana) isolado ou em combinação com metotrexato (10 a15 mg/semanal) apresentam sobrevida semelhante em cincoanos <strong>de</strong> seguimento com ambas formas <strong>de</strong> tratamento 60 (B).As respostas ACR20, ACR50 e ACR70 não diferem entre pacientesrecebendo adalimumabe em combinação com metotrexatoe pacientes recebendo apenas adalimumabe 46 (B).A resposta a DMCDs (exceto ciclosporina) dos pacientescom AP ativa mo<strong>de</strong>rada a grave tratados com adalimumabe40 mg, em semanas alternadas, por 12 semanas, com ou semassociação ao metotrexato, é semelhante 47 (A).Pacientes com AP ativa e resposta ina<strong>de</strong>quada a DMCDsou AINHs, tratados com golimumabe 50 mg ou 100 mg a cadaquatro semanas, por 20 semanas, apresentam, em 14 semanas,aumento na resposta ACR20, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da associaçãocom metotrexato 48 (A).O tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP durante 12 meses comciclosporina (2,5-3,75 mg/kg/dia), adalimumabe (40 mg em semanasalternadas) ou com a combinação <strong>de</strong> ambas as drogas<strong>de</strong>monstra resposta semelhante, medida pelo Psoriatic ArthritisResponse Criteria, quando comparado com adalimumabee associação. Entretanto, apresenta resposta ACR50 superiorna combinação (87%), quando comparado com adalimumabeisolado (69%). Há redução ainda na combinação das doses <strong>de</strong>adalimumabe (10%) 35 (B).Recomendação 11A associação <strong>de</strong> drogas modificadoras do curso da doença,como metotrexato, ciclosporina, sulfasalazina ou leflunomi-


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241235da a drogas anti-TNF (infliximabe, etanercepte, adalimumabe,golimumabe) não produz diferença nos resultados obtidoscom os anti-TNF isolados na artrite psoriásica.12. Que evidências suportam a troca (switch)<strong>de</strong> agentes anti-TNF em pacientes com artritepsoriásica?Entre 25% e 33% dos pacientes com AP <strong>de</strong>scontinuam o primeiroanti-TNF com um ano <strong>de</strong> tratamento, <strong>de</strong>vido principalmenteà ineficácia e eventos adversos. A ineficácia aumentacomo causa ao longo do seguimento, enquanto os eventos adversosreduzem. Não há diferença clinicamente significativanos <strong>de</strong>sfechos <strong>de</strong> dor e funcional (HAQ) entre os tratamentospelo primeiro, segundo ou terceiro anti-TNF 61 (B).Dos pacientes com AP tratados com drogas anti-TNF durante6-70 meses, 33% não apresentam resposta a<strong>de</strong>quada(61% por perda <strong>de</strong> eficácia, 25% por eventos adversos e 14%por eficácia reduzida). Dos pacientes com perda <strong>de</strong> eficáciaque migram para um segundo anti-TNF, 92% apresentamresposta a<strong>de</strong>quada. Daqueles que migram para um segundoanti-TNF por evento adversos, 60% apresentam resposta a<strong>de</strong>quada;dos <strong>de</strong>mais que migram para um terceiro, 50% têmresposta a<strong>de</strong>quada. Dos pacientes que migram para um segundoe terceiro anti-TNFs por eficácia reduzida, 70% têm respostaa<strong>de</strong>quada 62 (B).O uso <strong>de</strong> etanercepte 25 mg 2x/semana, e após a 12ª semanaetanercepte 50 mg 2x/semana, em pacientes com APtratados previamente com infliximabe, a resposta PASI50 é <strong>de</strong>45,8%, e a PASI75 é <strong>de</strong> 29,2% em 24 semanas. Mas em pacientessem antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tratamento biológico, as respostasPASI50 e PASI75 são <strong>de</strong> 92,3% e 73,8%, respectivamente 63 (B).Entre os pacientes que completam 12 meses <strong>de</strong> seguimento,75,5% no seu primeiro tratamento continuam com anti--TNF, enquanto 9,5% <strong>de</strong>scontinuam por ineficácia, 10,0% poreventos adversos e 5,0% por outras razões. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>manutenção no primeiro e segundo anos do uso <strong>de</strong> anti-TNFpela primeira vez (infliximabe, etanercepte e adalimumabe) é<strong>de</strong> 82% e 70%, e na primeira troca <strong>de</strong> anti-TNF, a probabilida<strong>de</strong>no primeiro e segundo anos é <strong>de</strong> 74% e 66%. Entre os preditores<strong>de</strong> discontinuida<strong>de</strong> e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> troca está o uso <strong>de</strong>infliximabe em vez <strong>de</strong> etanercepte (Hazard ratio, HR, <strong>de</strong> 2,8em um ano <strong>de</strong> seguimento) 64 (B).A resposta clínica <strong>de</strong> pacientes com AP que recebem o primeirobiológico (infliximabe ou etanercepte ou adalimumabe)é <strong>de</strong> 97% em 12 semanas, sendo que 90% dos pacientes alcançamuma resposta significativa se a troca <strong>de</strong> anti-TNF é requerida.Se consi<strong>de</strong>rarmos apenas os pacientes que trocarampor falta <strong>de</strong> resposta, 40% respon<strong>de</strong>m a um agente <strong>de</strong> segundalinha, enquanto meta<strong>de</strong> respon<strong>de</strong> a uma terceira terapia 65 (B).Dos pacientes com AP, 67% trocam <strong>de</strong> infliximabe para etanercepte.Após três meses <strong>de</strong> etanercepte, a proporção <strong>de</strong> pacientescom resposta PsARC aumenta <strong>de</strong> 10% para 70% (NNT:2), e reduz o escore HAQ. Dos pacientes com AP, 46% trocam<strong>de</strong> etanercepte para adalimumabe. Após três meses <strong>de</strong> adalimumabe,a proporção <strong>de</strong> pacientes com resposta PsARC aumenta<strong>de</strong> 14,3% para 57,1% (NNT: 2) 66 (B).O tratamento <strong>de</strong> pacientes com AP por meio <strong>de</strong> anti-TNF(infliximabe, adalimumabe ou etanercepte) tem 87% <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência/respostaao tratamento, e dos pacientes que trocampara um segundo anti-TNF, a resposta é <strong>de</strong> 81%. A resposta/a<strong>de</strong>rência é melhor em pacientes que substituem o primeiroanti-TNF por eventos adversos (HR <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>0,55) ou em pacientes tratados com infliximabe (HR: 3,22) 67 (B).Recomendação 12A troca <strong>de</strong> anti-TNF nos pacientes com eventos adversos ouresposta ina<strong>de</strong>quada é uma opção que geralmente cursa comresposta terapêutica na artrite psoriásica.13. Quanto tempo se <strong>de</strong>ve utilizar uma drogaanti-TNF no seguimento <strong>de</strong> um paciente comartrite psoriásica?Em pacientes com AP ecebendo etanercepte (50 mg 2x/semanaSC por 12 semanas seguida por 25 mg 2x/semana), a respostaclínica medida por DAS-28, dor (EVA) e PASI, em 48, 96 e144 semanas, respectivamente, é 68 (B):• Após 48 semanas <strong>de</strong> tratamento: redução <strong>de</strong> 76,8% na dor(EVA); redução <strong>de</strong> 44% no DAS-28; PASI50 em 83%, PASI75em 78% e PASI90 em 43%, com PASI médio <strong>de</strong> 70%;• Após 96 semanas <strong>de</strong> tratamento: redução <strong>de</strong> 89,6% na dor(EVA); redução <strong>de</strong> 57% no DAS-28; PASI50 em 87%, PASI75em 81% e PASI90 em 65%, com PASI médio <strong>de</strong> 82%;• Após 144 semanas <strong>de</strong> tratamento: redução <strong>de</strong> 94,7% na dor(EVA); redução <strong>de</strong> 67% no DAS-28; PASI 50 em 96%, PASI75em 92% e PASI90 em 66%, com PASI médio <strong>de</strong> 74%.As respostas ACR20 ao tratamento <strong>de</strong> pacientes com APno seguimento <strong>de</strong> três meses, um ano e dois anos com o infliximabesão <strong>de</strong> 79%, 61% e 80%, respectivamente, e com oetanercepte são <strong>de</strong> 76%, 80% e 90%, respectivamente. Já a respostamedida pelo ACR50, em três meses, um ano e dois anoscom o infliximabe é <strong>de</strong> 64%, 39% e 40%, respectivamente, ecom o etanercepte é <strong>de</strong> 49%, 65% e 68%, respectivamente 69 (B).Após cinco anos, PSARC é <strong>de</strong> 60%, PASI70 <strong>de</strong> 66,7%, PASI90<strong>de</strong> 63,3%, enquanto ACR50 é <strong>de</strong> 56,7% para os pacientes tratadoscom infliximabe (5 mg/kg IV) nas semanas 0, 2, 6, e a cadaoito semanas. Para os pacientes tratados com etanercepte (25mg 2x/semana SC), PsARC é <strong>de</strong> 64%, PASI70 e PASI90 <strong>de</strong> 68%,enquanto ACR50 é <strong>de</strong> 56%. O tratamento com adalimumabe(40 mg SC) em semanas alternadas resulta em resposta PsARC<strong>de</strong> 56%, PASI70 e PASI90 <strong>de</strong> 58% e 50%, respectivamente, enquantoACR50 <strong>de</strong> 50%. No final do tratamento, a sobrevida doinfliximabe é <strong>de</strong> 56,7%, a do etanercepte é 76% e a do adalimumabeé 50% 70 (B).Há aumento <strong>de</strong> 17% nos episódios <strong>de</strong> remissão que ocorremem pacientes com AP tratados com anti-TNF em seisanos <strong>de</strong> seguimento, sendo a duração média do tempo <strong>de</strong> remissão<strong>de</strong> 13 ± 9,4 meses. Durante o período sem tratamento,a frequência <strong>de</strong> remissão nos pacientes tratados com anti--TNF aumenta em 60% em comparação com aqueles tratadoscom metotrexato. A duração da remissão após a interrupçãodo tratamento é <strong>de</strong> 12 ± 2,4 meses 71 (B).A porcentagem <strong>de</strong> pacientes em tratamento com o adalimumabeque alcançam resposta ACR20, ACR50, ACR70 ePsARC, em dois anos, é <strong>de</strong> 57,3%, 42,7%, 29,9% e 63,5%, respectivamente,semelhante à obtida na 48ª semana. A resposta


236 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):227–241completa (HAQ-DI) é <strong>de</strong> 38,5%, e os pacientes que atingem amínima diferença clínica importante no HAQ-DI, no SF-36, noFACIT–F e no DLQI é <strong>de</strong> 47,6%, 50,0%, 76,7% e 56,3%, respectivamente,também semelhante à obtida com 48 semanas 56 (B).Pacientes com AP ativa tratados com etanercepte na dose<strong>de</strong> 25 mg 2x/semana SC administrado por 24 semanas têm aumento<strong>de</strong> 44% (NNT: 2) na resposta ACR20 em 12 semanas, <strong>de</strong>47% (NNT: 2) na resposta PsARC, e <strong>de</strong> 48% (NNT: 2) em 24 semanasda melhora funcional (HAQ) 50 (B). Em 12 meses, ainda,as respostas ACR20 e PsARC são <strong>de</strong> 64% e 84%, respectivamente,semelhante à resposta em 12 semanas 51 (B). Os pacientestratados com etanercepte têm aumento <strong>de</strong> 47,2% na melhoramedida pelo HAQ-DI em 24 semanas, com 41,2% dos pacientesapresentando resposta completa em 48 semanas 52 (A).O tratamento <strong>de</strong> pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> AP com infliximabe5 mg/kg nas semanas 0, 2, 6, 14 e 22 apresenta maioresproporções <strong>de</strong> pacientes que atingem uma resposta ACR20 na14ª semana (47%, NNT: 2) e 24ª semanas (38%, NNT: 2). Na 14 asemana, 33% dos pacientes tratados com infliximabe alcançammaior resposta ACR50 (NNT: 3) e 14% ACR70 (NNT: 7) 7 (B). E essesresultados são mantidos até a 54ª semana <strong>de</strong> tratamento 50 (B).Com dois anos <strong>de</strong> seguimento, a resposta ACR20, ACR50 eACR70 é <strong>de</strong> 45% e 35%, respectivamente 51 (B).Recomendação 13O tratamento com anti-TNF acima <strong>de</strong> seis anos na artrite psoriásica<strong>de</strong>monstra estabilida<strong>de</strong> na eficácia e na segurança obtidano primeiro ano. A interrupção do tratamento após sinais <strong>de</strong>remissão da doença po<strong>de</strong> ser realizada, sendo a persistência doquadro remissivo <strong>de</strong> 12 meses, em média.14. Existem evidências para o uso <strong>de</strong> agentesbiológicos com outros mecanismos <strong>de</strong> ação naartrite psoriásica?UstekinumabeEm pacientes com AP ativa, o tratamento com ustekinumabe90 mg/semana por quatro semanas aumenta a resposta ACR20,ACR50 e ACR70 em 28% (NNT: 4), 18% (NNT: 6) e 11% (NNT: 9), na12ª semana <strong>de</strong> seguimento. Entretanto, nas 24ª, 28ª e 36ª semanasnão há aumento na resposta clínica 72 (B).Na 12 a semana <strong>de</strong> tratamento com ustekinumabe, os pacientestêm redução <strong>de</strong> 88% no escore HAQ-DI e <strong>de</strong> 99% no escoreDLQI, com aumento <strong>de</strong> <strong>53</strong>% no número <strong>de</strong> pacientes comescore DLQI 0 ou 1 73 (B). Po<strong>de</strong> trazer resposta favorável com relaçãoao componente cutâneo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da falta <strong>de</strong> respostaarticular.AbatacepteEm seis meses <strong>de</strong> seguimento, o aumento na proporção <strong>de</strong>pacientes que atingem resposta ACR20 com o tratamento <strong>de</strong>abatacepte é <strong>de</strong> 23% na dose <strong>de</strong> 30/10 mg/kg, e <strong>de</strong> 29% na dose<strong>de</strong> 10 mg/kg. A resposta ACR50 ou ACR70 na dose <strong>de</strong> 10 mg/kg é<strong>de</strong> 25% e 13%, respectivamente. Há aumento <strong>de</strong> resposta ACR20com a dose <strong>de</strong> 10 mg/kg nos pacientes que nunca receberamdrogas anti-TNF <strong>de</strong> 25% (NNT: 4) 74 (B).Recomendação 14Não há evidências, no momento, que sustentem o uso <strong>de</strong>biológicos não anti-TNF no tratamento <strong>de</strong> pacientes com artritepsoriásica.15. As medicações utilizadas no tratamento dapsoríase cutânea apresentam evidência <strong>de</strong> eficácianas manifestações articulares ou periarticulares daartrite psoriásica?Em pacientes com psoríase em placa estável, envolvendo aomenos 10% da superfície corpórea, classificada como mo<strong>de</strong>radaa grave e, adicionalmente, com AP ativa, o tratamento cometanercepte (50 mg/semana ou 100 mg/semana por 12 semanas,seguido <strong>de</strong> 50 mg por mais 12 semanas) <strong>de</strong>termina melhoracutânea <strong>de</strong> 62-70% medida pelo PASI75, e também leva a respostana artrite <strong>de</strong> 70%, 50% e 35%, medida pelo ACR20, ACR50e ACR70, respectivamente, e redução nos escores <strong>de</strong> dactilitee <strong>de</strong> entesite. Analisando os pacientes por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfechocombinado ([Euro-QoL (EQ-5D), PASI e ACR50], o tratamento beneficia31% dos casos 75,76 (A).A maior parte das medicações utilizadas no tratamento dapsoríase também é utilizada no tratamento da AP (adalimumabe,infliximabe, etanercepte, metotrexato, ciclosporina). Os biológicossão as medicações com melhor eficácia e menor eventoadverso, levando a resultados <strong>de</strong>rmatológicos e articularesconcomitantes. Pacientes com psoríase mo<strong>de</strong>rada a grave comhistória <strong>de</strong> AP, submetidos a tratamento com adalimumabe,experimentam redução <strong>de</strong> 83% na dor (EVA), em 16 semanas.Há aumento na resposta concomitante (PASI e ACR20) <strong>de</strong> 99%em 16 semanas 77 (A).Recomendação 15As respostas concomitantes ou combinadas (<strong>de</strong>sfechos cutâneose <strong>de</strong> articulações) estão usualmente presentes nos diversostratamentos com anti-TNF na artrite psoriásica.Conflitos <strong>de</strong> interesseCarneiro S: Participação em board do laboratório MSD. Recebeupagamento para palestras e participação em congressos, simpósiose jornadas dos laboratórios Abbott, Janssen, MSD e Pfizer.Azevedo VF: Participação em consultorias aos laboratóriosAbbott, Janssen, Pfizer e Roche. Recebeu pagamento para palestrase participação em congressos, simpósios e jornadasdos laboratórios Abbott, Bristol-Myers-Squibb, Janssens, MSD eRoche. Investigador em ensaios clínicos executados no Brasilpelos laboratórios BMS, Galen Research, Roche e UCB.Bonfiglioli R: Participação em boards dos laboratórios Abbott,MSD e Pfizer. Recebeu pagamento para palestras e participaçãoem congressos, simpósios e jornadas dos laboratóriosAbbott, Actelion, Janssen, MSD, Pfizer e Roche. Principal Investigadore/ou subinvestigador em ensaios clínicos executadosno Brasil pelos laboratórios Bristol-Myers-Squibb, MSD e Roche.Ranza R: Participação em boards dos laboratórios Abbott,MSD e Pfizer. Recebeu pagamento para palestras e participação


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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brRecomendações da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Recomendações sobre diagnóstico e tratamento daespondilite anquilosante ☆Recommendations for the management and treatment of ankylosing spondylitisPercival Degrava Sampaio-Barros a,b, *, Mauro Keiserman c , Eduardo <strong>de</strong> Souza Meirelles d ,Marcelo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Pinheiro e , Antonio Carlos Ximenes f , Val<strong>de</strong>rílio Feijó Azevedo g ,Rubens Bonfiglioli h , Sueli Carneiro i,j , Roberto Ranza k , Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo l ,Célio Roberto Gonçalves a,maDisciplina <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, BrasilbPresi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Espondiloartrites da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (2006-2012), São Paulo, SP, BrasilcHospital São Lucas, Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Porto Alegre, Porto Alegre, RS, BrasildServiço <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Instituto <strong>de</strong> Ortopedia e Traumatologia, FMUSP, São Paulo, SP, BrasileUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, BrasilfHospital Geral <strong>de</strong> Goiânia, Goiânia, GO, BrasilgUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, Curitiba, PR, BrasilhPontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Campinas, Campinas, SP, BrasiliUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, BrasiljUniversida<strong>de</strong> Estadual do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, BrasilkUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Uberlândia, Uberlândia, MG, BrasillCoor<strong>de</strong>nador do Projeto Diretrizes da Associação Médica <strong>Brasileira</strong>, São Paulo, SP, BrasilmPresi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Espondiloartrites da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (2012–2014), São Paulo, SP, BrasilElaboração finalDezembro <strong>de</strong> 2012Descrição do método <strong>de</strong> elaboração das evidênciasOs integrantes da Comissão <strong>de</strong> Espondiloartrites da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong><strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (biênio 2010-2012) participaramdo Curso <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> Evidências da AssociaçãoMédica <strong>Brasileira</strong>, em São Paulo, durante o primeiro semestre<strong>de</strong> 2011. As questões foram concluídas em reunião presencialda Comissão <strong>de</strong> Espondiloartrites no dia 15 <strong>de</strong> outubro<strong>de</strong> 2011, durante a XVIII Jornada Cone Sul <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>,em Florianópolis (SC, Brasil), e foram posteriormente aprovadaspor todos os coor<strong>de</strong>nadores do Registro Brasileiro <strong>de</strong>Espondiloartrites. As 15 questões clínicas consi<strong>de</strong>radas relevantesforam estruturadas por meio da estratégia do P.I.C.O.(Paciente; Intervenção ou Indicador; Comparação; Outcome).As estratégias <strong>de</strong> busca avaliaram as bases <strong>de</strong> dados MEDLI-NE, EMBASE, Scielo/Lilacs, Cochrane Library até fevereiro<strong>de</strong> 2012 (Apêndice). Os artigos selecionados na primeira estratégia<strong>de</strong> busca foram submetidos à avaliação crítica dasevidências, utilizando-se o escore <strong>de</strong> Jadad. Posteriormente,foram elaboradas as respostas das recomendações – cada referênciabibliográfica selecionada apresentava o correspon<strong>de</strong>ntegrau <strong>de</strong> recomendação e força <strong>de</strong> evidência científica.Para as recomendações finais, as referências bibliográficasforam atualizadas até agosto <strong>de</strong> 2012, redigidas em textoúnico pelo coor<strong>de</strong>nador, e submetidas aos coautores em doisturnos, para elaboração do texto final.☆Trabalho realizado com a chancela da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>.* Autor para correspondência.E-mail: pdsampaiobarros@uol.com.br (P.D. Sampaio-Barros).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257243Grau <strong>de</strong> recomendação e força <strong>de</strong> evidênciaA: Estudos experimentais e observacionais <strong>de</strong> melhorconsistência.B: Estudos experimentais e observacionais <strong>de</strong> menorconsistência.C: Relatos <strong>de</strong> casos (estudos não controlados).D: Opinião <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> avaliação crítica, baseada emconsensos, estudos fisiológicos ou mo<strong>de</strong>los animais.ObjetivoEstabelecer as recomendações para o manejo (critérios classificatóriose avaliação por ressonância magnética e genética)das espondiloartrites e para o tratamento da espondiliteanquilosante.IntroduçãoO conceito das espondiloartropatias soronegativas foi estabelecidoem 1974, quando os pesquisadores ingleses Moll eWright propuseram que se agrupassem em um mesmo conjuntoalgumas doenças até então consi<strong>de</strong>radas completamentedistintas entre si, mas que, na verda<strong>de</strong>, apresentavamdiversas características comuns. Tais características englobavamaspectos clínicos (dor axial inflamatória associada àartrite, predominante em gran<strong>de</strong>s articulações <strong>de</strong> membrosinferiores, e entesopatias periféricas), radiológicos (sacroiliíte)e laboratoriais (soronegativida<strong>de</strong> para o fator reumatoi<strong>de</strong>,pois até a década <strong>de</strong> 1970 alguns pesquisadores consi<strong>de</strong>ravama espondilite anquilosante, EA, como o componente axial daartrite reumatoi<strong>de</strong>) em indivíduos com predisposição genética(ligada ao antígeno <strong>de</strong> histocompatibilida<strong>de</strong> HLA-B27). Esseconjunto incluiu a EA, a artrite psoriásica, a artrite reativa eas artropatias enteropáticas (associadas às doenças inflamatóriasintestinais). 1Em 2009, especialistas do grupo ASAS (Assessment onSpondyloArthritis International Society) propuseram a troca donome do grupo para espondiloartrites (EpA), enfatizando oscomponentes axial (“espondilo”) e periférico (“artrite”) dasdoenças do grupo. Ao mesmo tempo, foram propostos critériosclassificatórios para EpA axiais 2,3 e, posteriormente, EpAperiféricas. 4 Essas mudanças também incluíram a <strong>de</strong>scriçãodos critérios para diagnóstico <strong>de</strong> sacroiliíte por ressonânciamagnética (RM). 5 A proposição <strong>de</strong>sses novos critérios diagnósticose <strong>de</strong> classificação contribuiu para caracterizar melhor oamplo espectro das doenças do grupo.Entre as doenças do grupo das EpA, sem dúvida a EA é amais frequente e aquela que mais bem representa o conjuntodas manifestações clássicas das EpA. Um número significativo<strong>de</strong> pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> EpA indiferenciada,que inicialmente po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>nominados EpA axial nãoradiológica ou EpA periférica nos dias <strong>de</strong> hoje, evoluirão comoEA no seguimento a longo prazo. 6 Por isso, o conhecimentodos critérios classificatórios <strong>de</strong> EpA e <strong>de</strong> EA é importante nodiagnóstico e no seguimento dos pacientes do grupo. Com oadvento <strong>de</strong> novos tratamentos para a EA, a importância <strong>de</strong>um diagnóstico precoce e a instituição <strong>de</strong> um tratamento específicose faz necessária, a fim <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida <strong>de</strong>sses pacientes, geralmente adultos jovens no auge <strong>de</strong>sua vida produtiva.1. Quais são os critérios clínicos para que umindivíduo seja consi<strong>de</strong>rado acometido por umaespondiloartrite?Espondiloartrite axialO grupo ASAS conduziu um estudo Delphi, com a participação<strong>de</strong> todos os seus membros titulares, selecionando todasas possíveis variáveis que <strong>de</strong>veriam ser avaliadas em um pacientecom EpA axial. Essas variáveis foram avaliadas em umestudo prospectivo que incluiu 647 pacientes com dor nascostas <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três meses <strong>de</strong> duração, sem causa <strong>de</strong>finidaou diagnóstico conhecido, com ou sem sintomas periféricos, eque iniciaram sintomas antes dos 45 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, seguidosem 25 centros universitários <strong>de</strong> 16 países.Após avaliação estatística, foram propostos critérios fundamentadosem duas variáveis principais: a sacroiliíte porimagem (radiografia <strong>de</strong> bacia e/ou RM) e o antígeno <strong>de</strong> histocompatibilida<strong>de</strong>HLA-B27. A presença <strong>de</strong> uma variável principal(sacroiliíte por imagem ou HLA-B27 positivo) e <strong>de</strong> um(quando sacroiliíte por imagem) ou dois (quando HLA-B27positivo) critérios característicos das EpA [lombalgia inflamatória,artrite periférica, entesite, dactilite, psoríase cutânea,doença <strong>de</strong> Crohn ou retocolite ulcerativa, boa resposta ao anti-inflamatórionão hormonal (AINH), história familiar <strong>de</strong> EpA,HLA-B27 positivo, proteína C-reativa elevada] é <strong>de</strong>cisiva paraque o paciente seja classificado como EpA axial. A sensibilida<strong>de</strong><strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> critérios foi <strong>de</strong> 82,9%, e a especificida<strong>de</strong>foi <strong>de</strong> 84,4% 2,3 (B).Espondiloartrite periféricaOs critérios do grupo ASAS para EpA periférica são: manifestaçõesarticulares periféricas (artrite ou entesite ou dactilite)associadas a uma ou mais variáveis (psoríase, doença inflamatóriaintestinal, infecção prévia, HLA-B27, uveíte, imagem<strong>de</strong> sacroiliíte), ou a dois ou mais parâmetros (artrite, entesite,dactilite, lombalgia inflamatória no passado, história familiar<strong>de</strong> espondiloartrite), em pacientes com manifestações periféricas<strong>de</strong> início antes <strong>de</strong> 45 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssescritérios é <strong>de</strong> 79,5%, e a especificida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 83,3%. Então,em ambiente clínico <strong>de</strong> prevalência elevada <strong>de</strong> EpA periférica(66,2%), a utilização <strong>de</strong>sse critério diagnóstico eleva a probabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> certeza diagnóstica para 90% 4 (B).Recomendação 1Atualmente, o melhor grupo <strong>de</strong> critérios que permite classificarum paciente como EpA axial ou EpA periférica é aqueleproposto pelo grupo ASAS.2. Qual é o papel da ressonância magnética naavaliação inicial <strong>de</strong> uma espondiloartrite axial?DiagnósticoA utilização da RM, por meio dos componentes e<strong>de</strong>ma, erosão,infiltração gordurosa e anquilose, permite fazer o diag-


244 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257nóstico <strong>de</strong> EpA axial com sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong>90% e 97%, respectivamente, conferindo razão <strong>de</strong> verossimilhançapositiva <strong>de</strong> 30 e, portanto, certeza diagnóstica <strong>de</strong> 97%quando positiva e <strong>de</strong> 91% quando negativa 7 (A).O diagnóstico <strong>de</strong> um número maior que cinco lesões gordurosas<strong>de</strong> Romanus (sinal elevado nas imagens <strong>de</strong> T1 na RM)está associado ao diagnóstico <strong>de</strong> EpA axial em pacientes comlombalgia, com certeza <strong>de</strong> 86% (razão <strong>de</strong> verossimilhança:12,6) 8 (B).PrognósticoA combinação <strong>de</strong> sacroiliíte intensa, diagnosticada na RM,com HLA-B27 positivo, prediz o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> futuraEA (oito anos <strong>de</strong> seguimento), com sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong><strong>de</strong> 62% e 92%, respectivamente, sendo a probabilida<strong>de</strong>pós-teste positiva <strong>de</strong> 80%, e negativa <strong>de</strong> 83%. A sacroiliíteimportante, isolada, prediz o diagnóstico com probabilida<strong>de</strong>pós-teste positiva <strong>de</strong> 50%, e negativa <strong>de</strong> 84% 9 (A).A persistência <strong>de</strong> inflamação ativa nos ângulos vertebrais(shiny corners), diagnosticada pela RM, em pacientes com EAem tratamento com anti-TNFα durante dois anos <strong>de</strong> seguimentoprediz o aumento <strong>de</strong> 14,9% (number nee<strong>de</strong>d to harm,NNH: 7) no risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos sin<strong>de</strong>smófitos.Nos casos em que a inflamação foi tratada com anti-TNFα,esse risco está aumentado em 11,4% (NNH: 8) 10 (A).O seguimento <strong>de</strong> dois a sete anos <strong>de</strong> pacientes com EpAaxial, e a avaliação das mudanças sacroilíacas (escore Danish– erosão, e<strong>de</strong>ma e infiltração gordurosa), por meio da RM, <strong>de</strong>monstramque as alterações crônicas têm risco aumentadonos pacientes com EA. Os escores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> ≥ 2, crônico≥ 1, <strong>de</strong> erosão ≥ 1 e <strong>de</strong> infiltração gordurosa ≥ 4, no início doseguimento, estão associados à cronicida<strong>de</strong> das alterações sacroilíacas,com acurácia diagnóstica <strong>de</strong> 74%, 77%, 79% e 68%,respectivamente 11 (A).Recomendação 2Em pacientes com EpA axial, a ressonância magnética temimportância diagnóstica e prognóstica.3. Quando o HLA-B27 <strong>de</strong>ve ser solicitado em umpaciente com espondiloartrite axial?Espondiloartrite axialA prevalência <strong>de</strong> HLA-B27 positivo em pacientes com EpAaxial está aumentada em 38,2%, em comparação com pacientessem EpA axial. O HLA-B27 é um dos critérios classificatóriosobrigatórios; quando associado com outras variáveis(como imagem e critérios clínicos), permite classificar um pacientecomo EpA axial, com sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong>83,7% e 83,3%, respectivamente, levando à certeza diagnóstica<strong>de</strong> 83% quando positivo e negativo 3 (B).Espondilite anquilosanteEm pacientes com EA, a prevalência <strong>de</strong> HLA-B27 positivo po<strong>de</strong>ser <strong>de</strong> 90,2%. Comparados com pacientes HLA-B27 negativo,os pacientes com EA têm duração maior <strong>de</strong> doença, aumento<strong>de</strong> 23,6% (NNH: 4) no uso prévio ou atual <strong>de</strong> AINH e aumento<strong>de</strong> 18,9% (NNH: 4) no risco <strong>de</strong> indicação <strong>de</strong> biológicos (critérioASAS). Os pacientes HLA-B27 positivo po<strong>de</strong>m ter maior gravida<strong>de</strong>da doença, como aumento no risco <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>socular (38,9% vs. 12,5%), pulmonar (4,2% vs. 0%) e cardíaca(4.3% vs. 0%), associado a valores mais elevados dos índicesfuncional (Bath Ankylosing Spondylitis Functional In<strong>de</strong>x – BASFI)e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> doença (Bath Ankylosing Spondylitis DiseaseActivity In<strong>de</strong>x – BASDAI) 12 (B).A análise dos fatores preditores <strong>de</strong> EA em pacientes comlombalgia inflamatória <strong>de</strong>monstra que a sacroiliíte diagnosticadana RM, quando associada ao HLA-B27 positivo, aumentaa especificida<strong>de</strong> e a sensibilida<strong>de</strong> diagnósticas, emcomparação com a presença isolada da imagem, <strong>de</strong> 84% para92%, e <strong>de</strong> 33% para 62%, respectivamente. Apenas o HLA-B27positivo é capaz <strong>de</strong> predizer doença com 48% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>e <strong>de</strong> afastar doença quando negativo com probabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> 88% 13 (A).Na avaliação <strong>de</strong> pacientes com EA divididos pela ida<strong>de</strong><strong>de</strong> início da doença (< 20 anos, 21-30 anos, 31-40 anos e > 40anos), o HLA-B27 positivo é achado em 94,6%, 90,2%, 74,1%, e61,2% dos pacientes, respectivamente. Então, o HLA-B27 positivoestá associado a ida<strong>de</strong> mais jovem <strong>de</strong> início 14 (B).A chance da presença do gene HLA-B27 em pacientes comEA <strong>de</strong> caráter familial é 344% maior que em pacientes comespondilite esporádica 15 (B).Recomendação 3O HLA-B27 é útil principalmente na avaliação prognóstica, especialmenteem pacientes com EA, sobretudo com relação aotempo <strong>de</strong> início da doença.4. Quais são as evidências para o uso dareabilitação física em pacientes com espondiliteanquilosante?O tratamento <strong>de</strong> pacientes com EA baseado na reabilitaçãopostural e da musculatura flexora e extensora, <strong>de</strong> acordo como método Reeducação Postural Global (RPG), ou por meio <strong>de</strong>20 exercícios (<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> e flexibilida<strong>de</strong> cervical, torácica,e <strong>de</strong> coluna lombar; alongamento <strong>de</strong> musculatura flexora efortalecimento <strong>de</strong> musculatura extensora e exercícios <strong>de</strong> expansibilida<strong>de</strong>torácica), <strong>de</strong>termina significativa melhora emrelação à situação pré-tratamento, mensurada por meio dosescores Bath Ankylosing Spondylitis Metrologic In<strong>de</strong>x (BASMI, queinclui teste <strong>de</strong> Schöber modificado, rotação cervical, flexãolombar e distância intermaleolar), BASDAI e BASFI. A comparaçãoentre as duas formas <strong>de</strong> tratamento revela melhores resultadoscom a reabilitação postural pelo método RPG em atéum ano <strong>de</strong> seguimento 16,17 (A).Pacientes com EA submetidos a programas regulares <strong>de</strong>reabilitação <strong>de</strong> quatro semanas <strong>de</strong> duração são submetidos àavaliação, após 28 semanas, quanto ao estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (avaliaçãoglobal do paciente, dor, rigi<strong>de</strong>z matinal, BASFI, BAS-DAI e fadiga) e segundo o critério ASAS-IC (Assessments inAnkylosing Spondylitis working group’s Improvement Criteria). Osprogramas oferecem avaliação personalizada <strong>de</strong> fisioterapia,


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257245exercícios em grupo, terapia passiva, relaxamento e educaçãodo paciente, com diferença em dois componentes – resistênciaversus mobilida<strong>de</strong>. Após 16 semanas, ambas as formas<strong>de</strong> reabilitação (resistência e mobilida<strong>de</strong>) apresentammelhora significativa nas diversas variáveis (exceto BASDAI),mas a reabilitação centrada na mobilida<strong>de</strong> leva a um aumentona proporção <strong>de</strong> pacientes que alcançam ASAS20 eASAS40 em 27% (number nee<strong>de</strong>d to treat, NNT: 4) e 19% (NNT:5), em comparação com a resistência. Em 28 semanas <strong>de</strong> seguimento,os resultados são superiores nos pacientes comdominância no componente mobilida<strong>de</strong>. Em 16 semanasainda, a mobilida<strong>de</strong> aumenta o benefício, medido pelo teste<strong>de</strong> Schöber (20% e 40%), em 18% e 19%, respectivamente, ecom relação à melhora na flexão lateral (20% e 40%), em 37%e 36%, respectivamente 18 (A).Recomendação 4Os programas <strong>de</strong> reabilitação resultam em benefício aos pacientescom EA, especialmente durante o período <strong>de</strong> realizaçãodos mesmos. Os programas específicos centrados namelhora do componente mobilida<strong>de</strong> apresentam melhoresresultados.5. Quais são as evidências para o uso <strong>de</strong>corticosteroi<strong>de</strong>s em pacientes com espondiliteanquilosante?A comparação entre duas doses <strong>de</strong> metilprednisona (375 mgvs. 1 g IV por três dias) no tratamento <strong>de</strong> pacientes com EAnão responsivos aos AINH <strong>de</strong>monstra que mobilida<strong>de</strong> lombare torácica, dor e rigi<strong>de</strong>z matinal melhoram em ambas asdoses, sem diferença entre elas. Os eventos adversos ocorremem ambos os grupos, sendo os principais tontura, bocaseca, distúrbios <strong>de</strong> sono, irritabilida<strong>de</strong>, impotência e ganho <strong>de</strong>peso 19 (A). A metilprednisona não tem sido mais utilizada naprática clínica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última década, <strong>de</strong>vido a seus efeitoscolaterais e ao surgimento <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s terapêuticas maisavançadas.O tratamento <strong>de</strong> pacientes com EA com dor lombar hámais <strong>de</strong> três meses, por meio da injeção <strong>de</strong> 40 mg <strong>de</strong> acetato<strong>de</strong> triamcinolona na articulação sacroilíaca, guiadopor tomografia computadorizada (TC), permite <strong>de</strong>monstrar,após seis meses <strong>de</strong> seguimento, que há redução na intensida<strong>de</strong>da dor (avaliada por escala visual analógica – EVA)e na sacroiIiíte (avaliada por RM), com sinais <strong>de</strong> aumento<strong>de</strong> resposta <strong>de</strong> 72% (NNT: 1). Há também redução significativano consumo <strong>de</strong> AINH e no sinal <strong>de</strong> Mennell <strong>de</strong> 31%(NNT: 3) 20,21 (B).Recomendação 5A injeção intra-articular com acetato <strong>de</strong> triamcinolona nassacroilíacas po<strong>de</strong> trazer benefício <strong>de</strong> curto a médio prazos,sendo opção terapêutica para os casos não responsivos aouso <strong>de</strong> AINH e com dor isolada nas sacroilíacas. Não háevidências que permitam avaliar o uso <strong>de</strong> baixas doses <strong>de</strong>prednisona (ou corticosteroi<strong>de</strong> equivalente) em espondiliteanquilosante.6. Em que situações o uso contínuo <strong>de</strong> AINH <strong>de</strong>veser recomendado em pacientes com espondiliteanquilosante?A comparação do uso <strong>de</strong> piroxicam 20 mg/dia, meloxicam 15mg/dia ou meloxicam 22,5 mg/dia em pacientes com EA, durante52 semanas, revela redução na intensida<strong>de</strong> da dor em27%, 28% e 27%, respectivamente. O aumento na porcentagem<strong>de</strong> resposta (Ankylosing Spondylitis Functional In<strong>de</strong>x – ASFI) é semelhante,com 6 semanas e 12 meses <strong>de</strong> seguimento, no tratamentocom piroxicam, meloxicam 15 mg e meloxicam 22,5mg, sendo <strong>de</strong> 20%, 33% e 26%, respectivamente. Uma pequenaporcentagem (16% – NNT: 6) <strong>de</strong> pacientes utilizando meloxicam22,5 mg tem que <strong>de</strong>scontinuar o tratamento durante 12meses, em comparação com os <strong>de</strong>mais regimes <strong>de</strong> tratamento.Em 52 semanas, há sinais <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> eventos adversosgastrointestinais <strong>de</strong> 19%, 7% e 5%, respectivamente 22 (A).Pacientes com EA e dor entre 40 mm e 100 mm (EVA) tratadoscom etoricoxibe 90 mg/dia, etoricoxibe 120 mg/dia ou naproxeno500 mg 2x/dia, apresentam melhora significativa nos<strong>de</strong>sfechos dor na coluna (100-mm EVA), na ativida<strong>de</strong> da doençapela avaliação global do paciente (100-mm EVA) e avaliaçãofuncional (BASFI) após seis semanas <strong>de</strong> seguimento. Comparandoas medicações, o etoricoxibe tem resultados superioresao naproxeno, enquanto as doses <strong>de</strong> etoricoxibe têm resultadossemelhantes. Há aumento na proporção dos pacientes queatingem o critério <strong>de</strong> remissão parcial no etorocoxibe 90 mg(NNT: 9), no etorocoxibe 120 mg (NNT: 7) e no naproxeno (NNT:16). Não há diferença entre eventos adversos, sendo os maiscomuns: cefaleia, diarreia, queimação retroesternal, infecçãorespiratória, eventos gastrointestinais e cardiovasculares 23 (A).Em pacientes que necessitam <strong>de</strong> tratamento diário comAINH e que apresentem intensida<strong>de</strong> da dor superior a 50 mm(EVA), a comparação entre celecoxibe 200 mg/dia, celecoxibe400 mg/dia ou naproxeno 500 mg 2x/dia, em 12 semanas,<strong>de</strong>monstra que os três regimes <strong>de</strong> tratamento produzem melhorae benefício em relação à intensida<strong>de</strong> da dor, ativida<strong>de</strong>da doença (avaliação global do paciente – EVA), melhora funcional(BASFI) e eventos adversos. O regime com menor efeitoé o do celecoxibe 200 mg.O evento adverso mais frequente é o distúrbio gastrointestinal,sendo o mais comum a dispepsia. Com o naproxenohá ocorrência <strong>de</strong> eventos graves (úlcera e hemorragia) 24 (A). Acomparação do celecoxibe 200 mg ou 400 mg com o diclofenaco75 mg 2x/dia <strong>de</strong>monstra aumento <strong>de</strong> 13% (NNH: 8) emeventos adversos gastrointestinais no diclofenaco 25 (A).Frente à ação analgésica em pacientes com EA, o númeronecessário para tratar (NNT), em seis semanas <strong>de</strong> seguimento,do etoricoxibe 90 mg, do etoricoxibe 120 mg e do naproxeno1 g, relativo à melhora da dor na coluna (≥ 30%), foi <strong>de</strong> 2, 2e 3, respectivamente; em relação à melhora ≥ 30% no escoreBASDAI, o NTT foi <strong>de</strong> 2, 2 e 3, respectivamente 26 (A).Utilizar AINH (celocoxibe 100 mg ou 200 mg 2x/dia) contínuoou por <strong>de</strong>manda durante dois anos em pacientes com EApo<strong>de</strong> levar a benefícios relacionados aos sinais e sintomas eà progressão radiológica da lesão (Stoke Ankylosing SpondylitisSpine Score) ou a danos relacionados a eventos adversos. Ossinais e sintomas após 24 meses <strong>de</strong> seguimento são semelhantesentre os dois regimes <strong>de</strong> tratamento, mas a progres-


246 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257são radiológica é três vezes maior no regime por <strong>de</strong>mandaem comparação com o regime contínuo. Apesar <strong>de</strong> havermais eventos adversos no regime contínuo, a diferença não ésignificativa. Os eventos adversos mais frequentes são hipertensão,dor abdominal e dispepsia 27 (A).Recomendação 6O uso contínuo <strong>de</strong> AINH é mais eficaz que o uso por <strong>de</strong>manda.Em pacientes com intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dor mo<strong>de</strong>rada a intensa,a prescrição <strong>de</strong> inibidores COX-2 é opção terapêutica <strong>de</strong>longo prazo.7. Quais são as evidências para o uso <strong>de</strong>drogas <strong>de</strong> base convencionais (metotrexato esulfasalazina, entre outras) em pacientes comespondilite anquilosante?MetotrexatoHá evidência <strong>de</strong> que o uso <strong>de</strong> metotrexato 10 mg/semana durante24 semanas em pacientes com EA não produz diferençana ativida<strong>de</strong> da doença, medido pelo BASDAI, e na mobilida<strong>de</strong>,medido pelo BASMI, quando comparado com pacientes semtratamento com metotrexato 28 (B).A resposta (índice composto) ao tratamento <strong>de</strong> pacientescom EA com metotrexato 7,5 mg/semana por 24 semanas éconsi<strong>de</strong>rada quando obtém-se resultado ≥ 20% em ao menoscinco das seguintes escalas: a) Intensida<strong>de</strong> da rigi<strong>de</strong>z matinal(EVA); b) Bem estar físico (EVA); c) Ativida<strong>de</strong> da doença (BAS-DAI); d) Função (BASFI); e) Função (Health Assessment Questionnairefor Spondyloarthropathies - HAQ-S); f) Ativida<strong>de</strong> da doença(Avaliação global do médico – EVA); g) Ativida<strong>de</strong> da doença (Comovocê <strong>de</strong>screve o nível atual <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da doença?). Ao compararesses pacientes com pacientes sem uso <strong>de</strong> metotrexato,observamos aumento <strong>de</strong> 42% (NNT: 2) na resposta (índice composto)em 24 semanas e aumento <strong>de</strong> 32% (NNT: 3) na resposta(BASDAI). Os eventos adversos não diferem entre pacientes emuso ou não <strong>de</strong> metotrexato 29 (A).SulfasalazinaNão há diferença entre o início do tratamento com sulfasalazina(2 a 3 g/dia) e após 3-36 meses <strong>de</strong> tratamento, quanto aos<strong>de</strong>sfechos <strong>de</strong> função física, dor, mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coluna, artriteperiférica e avaliação global do paciente. Entretanto, quandocomparamos os <strong>de</strong>sfechos <strong>de</strong> resposta entre os pacientes tratadoscom sulfa e os não tratados, verifica-se diferença significativafavorável ao tratamento. Quanto ao <strong>de</strong>sfecho rigi<strong>de</strong>z nacoluna, o tratamento com sulfasalazina produz benefício reduzindoo escore (EVA), apesar <strong>de</strong> não haver diferença no <strong>de</strong>sfechoduração da rigi<strong>de</strong>z matinal. Há aumento <strong>de</strong> 0,47 no risco<strong>de</strong> perda <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong>vido a eventos adversos nos pacientestratados com sulfa (redução do risco relativo), com relato <strong>de</strong>reação adversa grave (erupção eritematosa pruriginosa, comnáusea, anorexia e insônia) 30 (A).Em pacientes com EpA axial, a remissão (critérios ASAS eRM) em 48 semanas é superior em pacientes tratados com etanercepte(33%) em comparação com a sulfasalazina (11%). Entretanto,após um ano <strong>de</strong> seguimento não há diferença na manutenção<strong>de</strong> resposta entre as duas formas <strong>de</strong> tratamento 31 (B).LeflunomidaEm pacientes com EA, o número <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> acordocom o critério ASAS20 com o uso da leflunomida (27%) é semelhantea pacientes não submetidos ao tratamento (20%).Após 24 meses <strong>de</strong> tratamento não há diferenças significativasna ativida<strong>de</strong> da doença (BASG), no índice <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da doença(BASDAI), no índice funcional (BASFI), na dor, na mobilida<strong>de</strong>(BASMI) e no e<strong>de</strong>ma articular. Há aumento <strong>de</strong> 20% (NNH:5) no risco <strong>de</strong> eventos adversos: distúrbios gastrointestinais,infecções respiratórias, <strong>de</strong>rmatite e prurido, fadiga, trombosevenosa e aumento <strong>de</strong> enzimas hepáticas 32 (A).Recomendação 7O metotrexato e a sulfasalazina representam opções terapêuticaspara a espondilite anquilosante.8. Quais são as indicações para o uso dosagentes biológicos bloqueadores do fator <strong>de</strong>necrose tumoral (drogas anti-TNF) na espondiliteanquilosante?InfliximabeO tratamento <strong>de</strong> pacientes com EA ativa e grave (BASDAI ≥ 4 edor na coluna ≥ 4 mm – EVA), por meio <strong>de</strong> infusão endovenosa<strong>de</strong> infliximabe (5 mg/kg) nas semanas 0, 2, e 6 po<strong>de</strong> produzirbenefícios relacionados à regressão na ativida<strong>de</strong> da doença em50%, medida pelos critérios <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da doença (BASDAI),índice funcional (BASFI) e mobilida<strong>de</strong> (BASMI).O infliximabe é eficaz em todos os critérios: há aumento<strong>de</strong> 44% (NNT: 2) na porcentagem <strong>de</strong> pacientes com melhorano BASDAI (melhora <strong>de</strong> 50%), em 12 semanas, com melhora<strong>de</strong> 38% no escore em relação à semana anterior ao início dotratamento; redução <strong>de</strong> 27% (NNT: 4) e <strong>de</strong> 17% (NNT: 6) na porcentagem<strong>de</strong> artrite e entesite após 12 semanas; redução <strong>de</strong>37% (NNT: 3) no uso <strong>de</strong> AINH (50%); e aumento <strong>de</strong> 28% (NNT: 4)no número <strong>de</strong> pacientes sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> AINH noperíodo. O evento adverso mais frequente é a infecção respiratória,po<strong>de</strong>ndo também ocorrer tuberculose ganglionar, febreou leucopenia 33 (A).A manutenção do tratamento com infliximabe (5 mg/kg acada seis semanas) após a fase inicial (semanas 0, 2, e 6) e após54 semanas <strong>de</strong>monstra que 47% dos pacientes (NNT: 2) têmredução no BASDAI (redução <strong>de</strong> 50%). O uso <strong>de</strong> medicações temredução <strong>de</strong> 70% com índices <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> artrite periférica eentesite <strong>de</strong> 33,3% (NNT: 3) e redução nas hospitalizações em31% (NNT: 3) 34,35 (B).No seguimento <strong>de</strong> dois anos, 58% dos pacientes alcançaramao menos 50% <strong>de</strong> redução no escore BASDAI, nível semelhante<strong>de</strong> resposta em um ano. Dos pacientes tratados, 94% e 85%alcançaram ao menos 20% <strong>de</strong> resposta no BASDAI nas semanas54 e 102, respectivamente. As mudanças no escore BASFI eBASMI são significativas em relação ao início do tratamento, esemelhantes entre um e dois anos <strong>de</strong> seguimento 36 (A). Durante


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257247o segundo ano <strong>de</strong> seguimento, 90% dos pacientes reportameventos adversos, sendo os mais frequentes a infecção respiratória,a rinite, o herpes, a osteoporose, a síncope, a pancreatitee a metrorragia 37 (B). Após três anos (156 semanas) <strong>de</strong>seguimento, a resposta ao tratamento medida pelo ASAS40é <strong>de</strong> 50% 38 (B). Após cinco anos <strong>de</strong> seguimento, a respostaASAS20 e ASAS40 é <strong>de</strong> 84% e 63%, respectivamente 39 (B).No final <strong>de</strong> oito anos <strong>de</strong> seguimento, um estado <strong>de</strong> menorativida<strong>de</strong> da doença (BASDAI < 3) está presente em 63,6% dospacientes, resultado semelhante ao obtido em três meses <strong>de</strong>seguimento; além disso, 71,4% permanecem com valores <strong>de</strong>BASDAI < 3. A resposta ASAS20 está mantida em 84,8%, ea BASDAI50 está presente em 57,6% dos casos. Os eventosadversos presentes são tuberculose, granulomatose alérgica,pancreatite e piora do estado geral. Há redução <strong>de</strong> entesiteem 30,3% (NNT: 3), da artrite periférica em 21,2% (NNT: 5) eda uveíte anterior em 36% (NNT: 3) 40 (B).O critério ASAS20 como medida <strong>de</strong> resposta ao tratamento<strong>de</strong> pacientes com EA é composto por ao menos 20% <strong>de</strong> melhoraapós o tratamento, com melhora absoluta <strong>de</strong> ao menosuma unida<strong>de</strong> (escala <strong>de</strong> 0 a 10) em ao menos três dos seguintesdomínios, sem <strong>de</strong>terioração na condição inicial: avaliaçãoglobal do paciente, dor em coluna, função (BASFI) e rigi<strong>de</strong>zmatinal (questões 5 e 6 do BASDAI). Pacientes com EA comBASDAI ≥ 4 e dor na coluna ≥ 4 mm (EVA) tratados com 5 mg/kg <strong>de</strong> infliximabe nas semanas 0, 2, 6, 12 e 18 apresentam aumento<strong>de</strong> 42% (NNT: 2) na resposta ASAS20 e <strong>de</strong> 21,1% (NNT:5) na resposta parcial ASAS após 24 semanas <strong>de</strong> seguimento.A resposta BASDAI aumenta em 40,3% (NNT: 2), e a respostaBASFI em 34,2% (NNT: 3). Há ocorrência <strong>de</strong> eventos adversosgraves, como tontura, colecistite, artrite, leucocitose, pneumonia,hemiparesia, lombalgia, febre e ganglioneuroma 36 (A).Em pacientes com EA e escore BASDAI ≥ 4 o tratamentocom infliximabe 3 mg/kg nas semanas 0, 2 e 6 <strong>de</strong>termina, em12 semanas <strong>de</strong> seguimento, aumento na porcentagem <strong>de</strong> pacientesque atingem o ASAS20 em 23,2% (NNT: 4), e que atingemo ASAS40 em 37,9% (NNT: 3). Até um ano <strong>de</strong> seguimentoa dose elevada para 5 mg/kg mantém a resposta clínica. Oseventos adversos mais frequentes são nasofaringite, infecçãorespiratória, prurido, náusea, tontura, cefaleia e febre 41 (A).EtanerceptePacientes com EA ativa, <strong>de</strong>finida como lombalgia inflamatória,rigi<strong>de</strong>z matinal por ao menos 45 minutos e ativida<strong>de</strong> da doençamo<strong>de</strong>rada, submetidos a tratamento com etanercepte 25 mgSC, 2x/semana, por quatro meses, aumentam em 50% (NNT:2) a resposta ao tratamento, <strong>de</strong>finida como melhora ≥ 20% emtrês <strong>de</strong> cinco medidas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da doença (ASAS, BASFI,avaliação global do paciente e escore <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma articular). Asreações adversas mais comuns são infecções leves, diarreia, tinitus,e cefaleia 42 (A).Em pacientes com EA ativa (BASDAI ≥ 4 e dor em coluna ≥ 4mm – EVA) o tratamento com etanercepte 25 mg SC 2x /semana,por seis semanas, produz os seguintes benefícios: aumentoda resposta no escore BASDAI50 em 51% (NNT: 2), aumento noescore ASAS20 <strong>de</strong> <strong>53</strong>,6% (NNT: 2) e aumento na <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong><strong>de</strong> uso <strong>de</strong> AINH em 55% (NNT: 2). No seguimento <strong>de</strong> trêsmeses, 75% dos pacientes apresentam recorrência, e o eventoadverso mais comum é infecção respiratória 43 (A).O tratamento <strong>de</strong> pacientes com EA ativa (escore <strong>de</strong> 30 mmpara rigi<strong>de</strong>z matinal medido por EVA, escore <strong>de</strong> 30 mm paradois <strong>de</strong> três parâmetros – avaliação global do paciente, lombalgiamedido por EVA e escore BASFI) com etanercepte 25 mg SC2x/semana, durante 24 semanas, <strong>de</strong>termina aumento <strong>de</strong> 31%(NNT: 3) no ASAS20 em 12 semanas, aumento <strong>de</strong> 35% (NNT:3) no ASAS20 em 24 semanas, melhora no escore BASDAI e namobilida<strong>de</strong>. Em relação aos eventos adversos, os mais comunssão: linfa<strong>de</strong>nopatia, celulite, infecção respiratória, colite ulcerativa,obstrução intestinal e fraturas ósseas 44 (A). A proporção<strong>de</strong> pacientes que, após 192 semanas <strong>de</strong> tratamento, alcançouas respostas ASAS20 e ASAS40 é <strong>de</strong> 81% e 69%, respectivamente,com aumento <strong>de</strong> 33% e 39% em comparação com o escore<strong>de</strong> duas semanas <strong>de</strong> tratamento 45 (B).Consi<strong>de</strong>rando ativida<strong>de</strong> da EA como a intensida<strong>de</strong> ≥ 30 mm(EVA) medida em quatro domínios [inflamação <strong>de</strong> coluna (escore),lombalgia, avaliação global da ativida<strong>de</strong> da doença e funçãofísica], a prescrição <strong>de</strong> etanercepte (25 mg, 2x/semana) durante12 semanas <strong>de</strong>termina aumento <strong>de</strong> 37% (NNT: 3) na respostaASAS20, aumento <strong>de</strong> 50% na resposta ASAS50, melhora <strong>de</strong> 43%na inflamação <strong>de</strong> coluna e na lombalgia, redução <strong>de</strong> 37% naavaliação global do paciente, melhora <strong>de</strong> 35% no índice funcional(BASFI) e melhora <strong>de</strong> 62% no índice <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> doença(BASDAI). Os eventos adversos mais comuns são: reação alérgicaou hemorragia no local da injeção, cefaleia, náusea, astenia,tontura, diarreia, prurido, dor abdominal e parestesia 46 (A).Pacientes com EA apresentando um dos critérios que <strong>de</strong>finemanquilose <strong>de</strong> coluna grave (quais sejam, duas pontesintervertebrais adjacentes e/ou fusão na coluna lombar; trêspontes intervertebrais adjacentes e/ou fusão da coluna torácica;ou duas pontes intervertebrais adjacentes e/ou fusão nacoluna cervical) po<strong>de</strong>m ser tratados com etanercepte 50 mg/semana durante 12 semanas. Esse tratamento leva à melhorados seguintes parâmetros: aumento <strong>de</strong> 34% (NNT: 3) na porcentagem<strong>de</strong> pacientes que alcançam ASAS20; aumento <strong>de</strong>23% (NNT: 5) nos pacientes que atingem BASDAI50; aumento<strong>de</strong> 25% (NNT: 4) no número <strong>de</strong> pacientes com melhora medidapelo Minimum Clinically Important Improvement (MCII); e melhoranos parâmetros <strong>de</strong> função pulmonar (capacida<strong>de</strong> vital – CV),CV forçada, relação FEV 1/CV. Os eventos adversos mais frequentessão reação infusional e neutropenia 47 (A).EA com ativida<strong>de</strong> inflamatória (BASDAI ≥ 4 e dor em coluna≥ 4) mantida por mais <strong>de</strong> 12 semanas, não responsiva ao tratamentocom ao menos dois AINH por ao menos três meses,po<strong>de</strong> ser tratada com etanercepte 50 mg/semana ou 100 mg/semana, durante 12 semanas, obtendo como resultados: ausência<strong>de</strong> diferença entre as duas formas <strong>de</strong> tratamento comrelação aos parâmetros ASAS20, ASAS40, remissão parcial eBASDAI. Os eventos adversos em ambos os regimes <strong>de</strong> tratamentonão são diferentes, sendo os principais: infecções, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nsgastrointestinais e reações infusionais 48 (A).AdalimumabeO tratamento <strong>de</strong> pacientes com EA não responsiva à AINH comadalimumabe 40 mg em semanas alternadas, por 24 semanas,reduz a dor [medida pelos escores dor total na coluna (EVA),dor noturna (EVA), Medical Outcomes Study Short Form-36 HealthSurvey (SF-36)], melhora a fadiga e a ativida<strong>de</strong> da doença (medidapelo BASDAI), e melhora a rigi<strong>de</strong>z matinal (BASFI) 49 (B).


248 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257Pacientes com EA tratados com adalimumabe 40 mg, em semanasalternadas, por 24 semanas, apresentam benefício comrelação à ativida<strong>de</strong> da doença (BASDAI), à função (BASFI) e àqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida [medida pelo AS Quality of Life Questionnaire(ASQoL)]. Há aumento <strong>de</strong> 27,2% (NNT: 4) no escore Minimum ClinicallyImportant Difference (MCID). A resposta/melhora medidapelo escore ASAS20 e ASAS40 é mantida em dois anos <strong>de</strong> tratamento,sendo <strong>de</strong> 64,5% e 50,6%, respectivamente. O seguimento<strong>de</strong>sses pacientes por três e cinco anos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>monstraestabilida<strong>de</strong> na resposta medida pelos diversos escores, incluindoo SF-36 50-52 (A).GolimumabePacientes com EA, com escore BASDAI ≥ 4, escore <strong>de</strong> dor em coluna≥ 4 (EVA) e resposta ina<strong>de</strong>quada ao uso prévio <strong>de</strong> AINH oudrogas modificadoras do curso da doença, quando tratados comgolimumabe 50 mg ou 100 mg a cada quatro semanas, por 24semanas, apresentam os seguintes resultados: aumento na respostaASAS20 <strong>de</strong> 37,6% e 38,2% nas doses <strong>de</strong> 50 mg e 100 mg,respectivamente; aumento na resposta ASAS40 <strong>de</strong> 28,1% e 38,9%nas doses <strong>de</strong> 50 mg e 100 mg, respectivamente; e aumento daporcentagem <strong>de</strong> pacientes que alcançam escore BASDAI50 em36,1% (NNT: 3). Até a 24 a semana, a proporção <strong>de</strong> pacientes queexperimentou ao menos um evento adverso é <strong>de</strong> 79,9%, semdiferença com relação à dose, mas com aumento em relação apacientes que não fazem uso da droga ativa, estando entre eles:nasofaringite, infecção respiratória, fadiga, cefaleia, diarreia, eritemana injeção e aumento nas enzimas hepáticas. A proporção<strong>de</strong> pacientes com um evento adverso grave é <strong>de</strong> 3,6% com 50mg e <strong>de</strong> 6,4% com 100 mg, estando entre eles: infarto do miocárdio,fadiga, <strong>de</strong>pressão, hipertensão, dor torácica, blefarite,náusea, vomitos, hepatite, influenza-like, dor nas extremida<strong>de</strong>se ganho <strong>de</strong> peso <strong>53</strong> (A). Há sinais <strong>de</strong> benefício com relação à qualida<strong>de</strong>do sono [medido pelo Jenkins Sleep Evaluation Questionnaire(JSEQ)] 54 (A). O seguimento <strong>de</strong>sses pacientes por dois anos mostramanutenção da boa resposta por meio dos diferentes escores 55 .Recomendação 8Os pacientes com espondilite anquilosante ativa e grave, <strong>de</strong>finidaclinicamente como BASDAI > 4, e dor na coluna > 4 mm(EVA) e por ausência <strong>de</strong> resposta em três meses a AINH e/ou adrogas modificadoras do curso da doença po<strong>de</strong>m ser tratadoscom infliximabe 3-5 mg/kg a cada seis a oito semanas em atéoito anos <strong>de</strong> seguimento; ou com etanercepte 50 mg por semana,em até quatro anos <strong>de</strong> seguimento; ou com adalimumabe 40mg em semanas alternadas, em até cinco anos <strong>de</strong> seguimento;ou com o golimumabe 50 mg a cada quatro semanas, em atédois anos <strong>de</strong> seguimento.9. Existe diferença <strong>de</strong> eficácia entre as drogasanti-TNF em pacientes com espondiliteanquilosante?Os principais resultados individuais <strong>de</strong> eficácia <strong>de</strong> infliximabe,etanercepte, adalimumabe e golimumabe nos <strong>de</strong>sfechosBASDAI, ASAS, <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> AINH, hospitalização, artritee entesite estão <strong>de</strong>scritos a seguir.InfliximabeO infliximabe é eficaz nos seguintes critérios: aumento <strong>de</strong> 44%(NNT: 2) na porcentagem <strong>de</strong> pacientes com melhora no BAS-DAI50, em 12 semanas, com melhora <strong>de</strong> 38% no escore em relaçãoà semana anterior ao início do tratamento; redução <strong>de</strong> 27%(NNT: 4) e <strong>de</strong> 17% (NNT: 6) na porcentagem <strong>de</strong> artrite e entesiteapós 12 semanas; redução <strong>de</strong> 37% (NNT: 3) do uso <strong>de</strong> AINH(50%); aumento <strong>de</strong> 28% (NNT: 4) no número <strong>de</strong> pacientes semnecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> AINH no período 33 (A).Após 54 semanas, observa-se que 47% dos pacientes (NNT:2) têm redução <strong>de</strong> 50% no BASDAI; o uso <strong>de</strong> outras medicaçõestem redução <strong>de</strong> 70%; há redução <strong>de</strong> 33,3% (NNT: 3) <strong>de</strong> artriteperiférica e entesite; e há redução nas hospitalizações em 31%(NNT: 3) 34,35 (B).No seguimento <strong>de</strong> dois anos, 58% dos pacientes alcançaramao menos 50% <strong>de</strong> redução no BASDAI, nível semelhante à respostaem um ano. Dos pacientes tratados, 94% e 85% alcançaramao menos 20% <strong>de</strong> resposta no BASDAI nas semanas 54 e102, respectivamente 37 (B).A eficácia medida pelo ASAS40 é <strong>de</strong> 50% 37 (B). Após cinco anos<strong>de</strong> seguimento, as respostas ASAS20 e ASAS40 são <strong>de</strong> 84% e63%, respectivamente 39 (B). No final <strong>de</strong> oito anos <strong>de</strong> seguimento,um estado <strong>de</strong> menor ativida<strong>de</strong> da doença (BASDAI < 3) está presenteem 63,6% dos pacientes – resultado semelhante ao obtidoem três meses <strong>de</strong> seguimento. Além disso, 71,4% permanecemcom valores <strong>de</strong> BASDAI < 3; a resposta ASAS20 está mantidaem 84,8%, e a BASDAI50 está presente em 57,56% dos casos 40 (B).Após 24 semanas <strong>de</strong> seguimento, apresentam aumento <strong>de</strong>42% (NNT: 2) na resposta ASAS20 e <strong>de</strong> 21,1% (NNT: 5) na respostaparcial ASAS. A resposta BASDAI aumenta em 40,3% (NNT:2), e a resposta BASFI em 34,2% (NNT: 3) 40 (A). Em 12 semanas <strong>de</strong>seguimento, <strong>de</strong>termina aumento <strong>de</strong> 23,2% (NNT: 4) na porcentagem<strong>de</strong> pacientes que atingem o ASAS20 e <strong>de</strong> 37,9% (NNT: 3)nos que atingem o ASAS40 40 (A).EtanercepteO uso do etanercepte traz benefícios aos pacientes tratados: aumentaa resposta BASDAI50 em 51% (NNT: 2), o escore ASAS20em <strong>53</strong>,6% (NNT: 2) e a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> AINH em 55%(NNT: 2) 40 (A). Além disso, <strong>de</strong>termina o aumento <strong>de</strong> 31% (NNT:3) no ASAS20 em 12 semanas, o aumento <strong>de</strong> 35% (NNT: 3) noASAS20 em 24 semanas e a melhora no escore BASDAI e namobilida<strong>de</strong> 44 (A).A proporção <strong>de</strong> pacientes que, após 192 semanas <strong>de</strong> tratamento,alcança as respostas ASAS20 e ASAS40 é <strong>de</strong> 81% e 69%,respectivamente, com aumento <strong>de</strong> 33% e 39%, em comparaçãocom o escore <strong>de</strong> duas semanas <strong>de</strong> tratamento 45 (B).O uso <strong>de</strong> etanercepte <strong>de</strong>termina aumento <strong>de</strong> 37% (NNT: 3)na resposta ASAS20, e <strong>de</strong> 50% na resposta ASAS50, melhora <strong>de</strong>43% na inflamação <strong>de</strong> coluna e na lombalgia, redução <strong>de</strong> 37%na avaliação global do paciente e melhora <strong>de</strong> 35% no BASFI e <strong>de</strong>62% no BASDAI 46 (A).AdalimumabeA resposta/melhora medida pelo escore ASAS20 e ASAS40 émantida em dois anos <strong>de</strong> tratamento, sendo <strong>de</strong> 64,5% e 50,6%,respectivamente 50,51 (A).


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257249GolimumabeEm 24 semanas, apresenta os seguintes resultados: aumento<strong>de</strong> 37,6% e 38,2% na resposta ASAS20 nas doses <strong>de</strong> 50 mg e100 mg, respectivamente; aumento 28,1% e 38,9% na respostaASAS40 nas doses <strong>de</strong> 50 mg e 100 mg, respectivamente; eaumento em 36,1% (NNT: 3) da porcentagem <strong>de</strong> pacientes quealcançam BASDAI50 <strong>53</strong>,54 (A).Síntese dos resultados por <strong>de</strong>sfechoAs tabelas 1, 2 e 3 mostram a síntese dos resultados dos <strong>de</strong>sfechosBASDAI, ASAS e redução do uso <strong>de</strong> AINH, respectivamente.Tabela 1 – Aumento no <strong>de</strong>sfecho absoluto (em %) do<strong>de</strong>sfecho BASDAI (20, 50 e < 3) em diversos tempos<strong>de</strong> seguimento (12, 24, 54, 102 semanas e 8 anos), pormedicação (infliximabe, etanercepte, adalimumabe,golimumabe), em comparação com placeboMedicação BASDAI 20 BASDAI 50 BASDAI < 3Tempo <strong>de</strong>seguimento12sem54sem102semTempo <strong>de</strong>seguimento12sem24sem54semTempo <strong>de</strong>seguimento8 anosInfliximabe 94% 85% 44% 40,3% 58% 63,6%Etanercepte 62% 51% 23%AdalimumabeGolimumabe 36,1%Artrite e entesiteInfliximabeRedução <strong>de</strong> 27% (NNT: 4) e <strong>de</strong> 17% (NNT: 6) – 12 semanas.Redução <strong>de</strong> 33% (NNT: 3) – 54 semanas.HospitalizaçãoInfliximabeRedução <strong>de</strong> 31% (NNT: 3) – 54 semanas.Os <strong>de</strong>sfechos comuns entre as medicações permitem compará-lasindiretamente por meio do cálculo do NNT dos <strong>de</strong>sfechosprincipais: BASDAI 20 e 50, ASAS 20 e 40 e redução nouso <strong>de</strong> AINH (50%) (tabela 4).Tabela 2 – Aumento no <strong>de</strong>sfecho absoluto (em %)do <strong>de</strong>sfecho ASAS (20 e 40) em diversos tempos <strong>de</strong>seguimento (12, 24 sem e > 2 anos), por medicação(infliximabe, etanercepte, adalimumabe, golimumabe),em comparação com placeboMedicação ASAS 20 ASAS 40Tempo <strong>de</strong> seguimento Tempo <strong>de</strong> seguimento12sem24sem> 2anos12sem24sem> 2anosInfliximabe 23,2% 42% 84,8% 37,9% 63%Etanercepte 37% 35% 33% 39%Adalimumabe 64,5% 50,6%Golimumabe 37,6% 28,1%Recomendação 9Os agentes biológicos anti-TNF (infliximabe, etanercepte, adalimumabee golimumabe) <strong>de</strong>monstraram benefício no tratamento<strong>de</strong> pacientes com EA, em relação aos critérios BASDAIe ASAS, e ao uso <strong>de</strong> AINH. Nenhuma droga mostrou-se maiseficaz que as outras.10. Existe diferença <strong>de</strong> segurança entre asdrogas anti-TNF em pacientes com espondiliteanquilosante?Existe informação heterogênea relativa a eventos adversosentre as quatro medicações a serem expostas, provavelmente<strong>de</strong>vido a fatores como o tempo <strong>de</strong> seguimento, ao número <strong>de</strong>estudos consistentes disponíveis, à multiplicida<strong>de</strong> dos eventosque ocorrem, e à parcial informação recuperada. Apesardisso, muitos eventos adversos são comuns a todas as formas<strong>de</strong> tratamento.InfliximabeO evento adverso mais frequente é infecção respiratória, po<strong>de</strong>ndoocorrer tuberculose ganglionar, febre, granulomatosepulmonar ou leucopenia. A <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> por eventos adversossérios ocorre em 12% 33 (A).Alta proporção <strong>de</strong> pacientes (82,2%) apresenta mais <strong>de</strong> umevento adverso. A maioria dos eventos adversos é <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>mo<strong>de</strong>rada, sendo que 3,5% dos pacientes apresentamTabela 3 – Aumento no <strong>de</strong>sfecho absoluto (em %) do<strong>de</strong>sfecho redução no uso <strong>de</strong> AINH (50%) em diversostempos <strong>de</strong> seguimento (8,12 e 54 sem), por medicação(infliximabe, etanercepte), em comparação complaceboMedicação Redução no uso <strong>de</strong> AINH (50%)Tempo <strong>de</strong> seguimento8 sem 12 sem 54 semInfliximabe 37% 70%Etanercepte 55%eventos adversos sérios (tontura, colecistite, artrite, leucocitose,pneumonia, hemiparesia, lombalgia, febre e ganglioneuroma),e 2,7% dos pacientes <strong>de</strong>scontinuam o tratamento. Outroseventos adversos são faringite, rinite, elevação transitória dasenzimas hepáticas, e náusea 36 (A).Há ocorrência <strong>de</strong> 12% <strong>de</strong> eventos adversos graves, sendoa taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6%. Durante o segundo ano <strong>de</strong>seguimento, 90% dos pacientes reportam eventos adversos,sendo os mais frequentes: infecção respiratória, rinite, herpes,mialgia, pancreatite e reação infusional 37 (B).Po<strong>de</strong>m ocorrer 90,8% <strong>de</strong> eventos adversos, com maioria <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>rada intensida<strong>de</strong>, 18,4% graves, requerendo hospitalização9,2%, e <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2,6%. Os eventos adversosmais frequentes são nasofaringite, infecção respiratória, prurido,náusea, tontura, cefaleia e febre 41 (A).


250 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257Tabela 4 – Número necessário para tratar (NNT)no tempo máximo <strong>de</strong> seguimento, por medicação(infliximabe, etanercepte), em comparação com placeboMedicaçãoDos pacientes que <strong>de</strong>scontinuam o tratamento, 55% o fazemem função <strong>de</strong> eventos adversos, dos quais os mais frequentessão aumento das enzimas hepáticas, reação infusionale perda da eficácia. Outros eventos adversos presentessão: tuberculose, granulomatose alérgica, pancreatite e piorado estado geral. Há redução <strong>de</strong> 30,3% (NNT: 3) na entesite, <strong>de</strong>21,2% (NNT: 5) na artrite periférica e <strong>de</strong> 36% (NNT: 3) na uveíteanterior 40 (B).EtanercepteAs reações adversas mais comuns são: infecções leves, reaçõesno local da injeção, diarreia, tinitus, fasciculação orbicular,cefaleia e infecções respiratórias, náusea, astenia, tontura,dor abdominal e parestesias 42,43,46 (A).Po<strong>de</strong> haver <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5% no tratamento com etanerceptepor eventos adversos, sendo os mais comuns: linfa<strong>de</strong>nopatia,celulite, infecção respiratória, colite ulcerativa,obstrução intestinal e fraturas ósseas 44 (A).Os eventos adversos graves (câncer <strong>de</strong> pulmão e neutropenia,5%) po<strong>de</strong>m levar a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> do tratamento. Oseventos adversos mais frequentes (62% dos casos) são: reaçãoinfusional e neutropenia 47 (A).Cinquenta por cento dos pacientes po<strong>de</strong>m apresentareventos adversos, sendo 5% <strong>de</strong>stes graves (diarreia com dorabdominal e distensão). Os principais <strong>de</strong>les são infecções, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nsgastrointestinais e reações infusionais 48 (A).AdalimumabeDurante dois anos <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> adalimumabe, os eventos adversosmo<strong>de</strong>rados mais comuns (5%) são nasofaringite,infecção respiratória e cefaleia, doença <strong>de</strong> Crohn, sendo10% <strong>de</strong> eventos adversos graves, 4,5% <strong>de</strong> eventos levandoà <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, neoplasias em 1,3%, e uveítes em3,9% 50 (A).GolimumabeDesfechoBASDAI (NNT) ASAS (NNT) Redução <strong>de</strong>20 50 20 4050% no uso <strong>de</strong>AINH (NNT)Infliximabe 1 2 1 2 1Etanercepte 2 5 3 3 2Adalimumabe 2 2Golimumabe 3 3 3Até a 24 a semana, a proporção <strong>de</strong> pacientes que experimentamao menos um evento adverso é <strong>de</strong> 79,9%, sem diferençacom relação à dose, mas com aumento em relação a pacientesque não fazem uso da droga ativa, estando entre eles:nasofaringite, infecção respiratória, fadiga, cefaleias, diarreia,eritema na injeção, aumento nas enzimas hepáticas,e ao menos uma infecção (48,6%). A proporção <strong>de</strong> pacientescom um evento adverso grave é <strong>de</strong> 3,6% com 50 mg e <strong>de</strong>6,4% com 100 mg, estando entre eles: infarto do miocárdio,fadiga, <strong>de</strong>pressão, hipertensão, dor torácica, blefarite, náusea,vomitos, hepatite, influenza-like, dor nas extremida<strong>de</strong>se ganho <strong>de</strong> peso. Por esses eventos, 2,9% <strong>de</strong>scontinuam otratamento <strong>53</strong> (A).Recomendação 10Os eventos adversos mo<strong>de</strong>rados e graves, e a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>ao tratamento apresentam índices e tipos semelhantes nosquatro regimes <strong>de</strong> tratamento (infliximabe, etanercepte, adalimumabee golimumabe). Nenhuma droga mostrou-se maissegura que as outras.11. O uso da terapia anti-TNF é capaz <strong>de</strong> reduziro dano estrutural em pacientes com espondiliteanquilosante?InfliximabeO tratamento <strong>de</strong> pacientes com EA com infliximabe 5 mg/kg reduz o número <strong>de</strong> lesões ósseas (pela RM) em 30 semanas<strong>de</strong> seguimento. Esse resultado é superior quandocombinado ao metotrexato, em comparação ao tratamentoisolado com metotrexato. Um aumento significativona <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> mineral óssea ocorre em pacientes tratadoscom infliximabe, sobretudo no fêmur, na bacia e nacoluna 56 (A).Em pacientes com EA tratados com infliximabe 5 mg/kg, a cada seis semanas, por três anos, po<strong>de</strong>m ser avaliadospelo Stokes Ankylosing Spondylitis Spinal Score modificado(mSASSS), consi<strong>de</strong>rando como lesão a presença <strong>de</strong> ao menosum sin<strong>de</strong>smofito (mSASSS > 2), e pela progressão radiográfica,<strong>de</strong>finida como mudança <strong>de</strong> 0 a 1 para sin<strong>de</strong>smófitosou anquilose (mSASSS > 2). Nesse período há aumento doescore mSASSS e do número maior <strong>de</strong> pacientes (aumento<strong>de</strong> 11,3% – NNH: 8) com lesões radiológicas, sendo o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> novas lesões maior nos primeiros dois anos<strong>de</strong> tratamento, <strong>de</strong>sacelerando no período seguinte 57 (B).O uso <strong>de</strong> infliximabe 5 mg/kg durante 96 semanas empacientes com EA leva a aumento no escore mSASSS, sendoque 34% têm piora <strong>de</strong> um ou mais pontos no escore.Além disso, parte <strong>de</strong>sses pacientes pioram dois ou maispontos no escore (19,9%), três ou mais (14,7%) e quatro oumais pontos (10,9%) 58 (B).EtanercepteAs mudanças no escore radiológico <strong>de</strong> lesão óssea (mSASSS)na coluna cervical e lombar, após 96 meses <strong>de</strong> tratamentocom etanercepte, são semelhantes às que ocorrem em pacientessem tratamento, com piora no escore em relação aoinício do tratamento 59 (B).Recomendação 11O uso <strong>de</strong> drogas anti-TNF (infliximabe e etanercepte) não produzredução no dano estrutural em pacientes com espondiliteanquilosante.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–25725112. Existem evidências para eficácia e segurança dasdrogas anti-TNF nas manifestações extra-articularesem pacientes com espondilite anquilosante?UveíteEntre pacientes com EA tratados com infliximabe, a incidência<strong>de</strong> uveíte anterior é <strong>de</strong> 3,4 por 100 pacientes/ano emcomparação com pacientes tratados com etanercepte, <strong>de</strong> incidência7,9 por 100 pacientes/ano. Em pacientes não tratadosa incidência <strong>de</strong> uveíte anterior é <strong>de</strong> 15,6 por 100 pacientes/ano, diferença significativa em comparação com as medicaçõesanti-TNF 60 (B).O uso <strong>de</strong> adalimumabe 40 mg em semanas alternadas por12 semanas em pacientes com EA reduz a incidência <strong>de</strong> uveíteanterior em 51% (NNT: 2); reduz, em 58% (NNT: 2), a incidência<strong>de</strong> uveíte anterior em pacientes com história <strong>de</strong> uveíte,em 68% (NNT: 2) em pacientes com história recente, em50% (NNT: 2) em pacientes com uveíte anterior sintomática eem 45% (NNT: 2) em pacientes com uveíte crônica; e reduz arecorrência <strong>de</strong> uveíte em 58% (NNT: 2) 61 (B).Doença inflamatória intestinalEm pacientes com EA, estima-se a incidência <strong>de</strong> doenças inflamatóriasintestinais (doença <strong>de</strong> Crohn e colite ulcerativa) em1,3 casos por 100 pacientes/ano. O tratamento <strong>de</strong>sses pacientescom anti-TNF por período <strong>de</strong> 14 a 156 semanas tem resultadosdistintos na <strong>de</strong>pendência do uso do infliximabe, etanercepteou adalimumabe: 0,2 paciente/ano, 2,2 pacientes/ano e 2,3 pacientes/ano,respectivamente, sendo essa diferença favorávele significativa ao uso <strong>de</strong> infliximabe. O tratamento com infliximabe(0,04) reduz o risco <strong>de</strong> doença inflamatória intestinalem 42% (NNT: 2), quando comparado ao etanercepte, e em 12%(NNT: 8) quando comparado com o adalimumabe 62 (B).PsoríaseA utilização <strong>de</strong> adalimumabe, etanercepte e infliximabe empacientes com EA po<strong>de</strong> cursar com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>psoríase [psoríase vulgar (placa psoriásica) ou palmoplantarpustulosa], em tempo médio <strong>de</strong> quatro meses. Entretanto, emcerca <strong>de</strong> 40% <strong>de</strong> pacientes com psoríase <strong>de</strong> base o uso <strong>de</strong> anti--TNF po<strong>de</strong> produzir resolução das lesões 63 (C).OsteoporoseComo efeito do uso <strong>de</strong> agentes anti-TNF após dois anos empacientes com EA, po<strong>de</strong> haver aumento da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> mineralóssea em coluna e fêmur, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da presença <strong>de</strong> sin<strong>de</strong>smófitoslombares. As mudanças na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> óssea da colunalombar estão correlacionadas, em dois anos <strong>de</strong> seguimento, àsmudanças nos escores BASDAI e BASFI. Não há diferenças entreos resultados obtidos com o infliximabe e o etanercepte 64 (C).Recomendação 12Com relação às manifestações extra-articulares, os medicamentosanti-TNF reduzem a incidência <strong>de</strong> uveíte anterior empacientes com espondilite anquilosante, po<strong>de</strong>m reduzir a incidência<strong>de</strong> doença inflamatória intestinal (especialmente oinfliximabe), apresentam resultados controversos quanto abenefício ou dano em relação à indução <strong>de</strong> psoríase cutânea,e causam aumento da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> mineral óssea alinhado coma resposta clínica em espondilite anquilosante.13. Quais são as evidências que suportam a troca(switch) <strong>de</strong> agentes anti-TNF em pacientes comespondilite anquilosante?Dos pacientes com EA que apresentam <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> dotratamento com infliximabe (5 mg/kg a cada seis a oito semanas,durante os últimos dois anos) por falha clínica (ausência<strong>de</strong> redução no escore BASDAI), 70% respon<strong>de</strong>m à troca poretanercepte, com redução no BASDAI médio <strong>de</strong> 7,1 (± 3,6) para4,1 (± 7,3), em 10 meses <strong>de</strong> seguimento 65 (C).Pacientes com EA tratados com 5 mg/kg <strong>de</strong> infliximabe acada oito semanas, com falha em manter uma resposta clínica<strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> acordo com o critério ASAS20, po<strong>de</strong>m ser tratadoscom 50 mg <strong>de</strong> etanercepte por 24 a 54 semanas, semapresentar eventos adversos graves (reação infusional, tontura,cefaleia), mas com os seguintes benefícios: 78% <strong>de</strong> respostaASAS20, 52% <strong>de</strong> ASAS50 e 39% <strong>de</strong> ASAS70, em 24 semanas;e 74% <strong>de</strong> resposta ASAS20, 61% <strong>de</strong> ASAS50 e 39% <strong>de</strong> ASAS70,em 54 semanas; mudança no escore BASDAI <strong>de</strong> 6,9 (± 1,3) para3,1 (± 3,1) na 24ª semana e <strong>de</strong> 2,9 (± 1,7) na 54ª semana 66 (B).Ao <strong>de</strong>finirmos resposta ao tratamento com anti-TNF empacientes com EA a partir <strong>de</strong> resposta <strong>de</strong> 50% no escore BAS-DAI, uma resposta clínica é obtida em 75% dos pacientes quemudaram <strong>de</strong> infliximabe para etanercepte, e em 57,1% naquelesque trocaram <strong>de</strong> etanercepte para adalimumabe. Pacientesque trocaram <strong>de</strong> agente anti-TNF por eventos adversos oueficácia ina<strong>de</strong>quada apresentam resposta clínica semelhante(70% e 61,5%, respectivamente). Os pacientes que trocaram <strong>de</strong>infliximabe para etanercepte após três meses mostram respostaem 83,3% (NNT: 1) 67 (B).O uso <strong>de</strong> medicações anti-TNF (infliximabe, etanercepte,adalimumabe) no tratamento <strong>de</strong> pacientes com EA po<strong>de</strong>, após12 semanas, <strong>de</strong>terminar 88% <strong>de</strong> resposta clínica (medida pelosescores BASDAI e BASFI). Dos pacientes que não respon<strong>de</strong>m,ou que durante o tratamento, apesar da resposta, apresentamreações adversas, 13% trocam <strong>de</strong> anti-TNF, sendo que<strong>de</strong>sses, 93% apresentam resposta clínica após a mudança 68 (C).Pacientes com EA severa em tratamento com infliximabe,etanercepte ou adalimumabe po<strong>de</strong>m precisar trocar <strong>de</strong> anti--TNF (17% dos casos) <strong>de</strong>vido a ineficácia (67%) ou eventos adversos(28%). Desses pacientes, 67% e 86% mantêm resposta(medida pela redução <strong>de</strong> 50% no BASDAI) em 6 e 12 meses,respectivamente. O valor médio do BASDAI (IQR) antes da trocaé <strong>de</strong> 6,92, e após a troca <strong>de</strong> tratamento , em 3, 6 e 12 meses,é <strong>de</strong> 3,98, 3,70 e 2,92, respectivamente 69 (B).Dos 38% dos pacientes com EA que não obtiveram respostaclínica após o tratamento com agentes anti-TNF em três aquatro meses, cerca <strong>de</strong> 24% e 11%, respectivamente, precisam<strong>de</strong> um segundo e terceiro agente anti-TNF diferente. Dos pacientestratados com o segundo anti-TNF, 46% obtêm respostaa<strong>de</strong>quada. Dos pacientes que requerem o terceiro agente anti--TNF, 100% obtêm resposta completa 70 (B).


252 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257Pacientes que trocam <strong>de</strong> medicações anti-TNF (16%) sãotratados com seu primeiro medicamento (etanercepte, infliximabeou adalimumabe) por média <strong>de</strong> 294 dias, e começam osegundo anti-TNF em média <strong>de</strong> 32 dias após <strong>de</strong>scontinuar oprimeiro. O etanercepte é administrado SC, na dose <strong>de</strong> 25 mg2x/semana ou 50 mg 1x/semana. O infliximabe é prescrito IVnas semanas 0, 2, 6 e a cada seis a oito semanas, com dosemédia <strong>de</strong> 4-5 mg/kg. O adalimumabe é administrado SC nadose <strong>de</strong> 40 mg quinzenal. Após três meses da primeira troca<strong>de</strong> anti-TNF, a resposta clínica medida por BASDAI50, ASAS20e ASAS40 é <strong>de</strong> 25%, 47% e 30%, respectivamente. Após trêsmeses <strong>de</strong> tratamento com o segundo anti-TNF, a resposta medidapelo BASDAI50, ASAS20 e ASAS40 é alcançada em 28%,40% e 30%, respectivamente. Não há diferença na respostaobtida entre a primeira e a segunda troca 71 (B).A troca <strong>de</strong> anti-TNF por resposta insuficiente ou eventosadversos po<strong>de</strong> produzir aumento em três meses <strong>de</strong> 14% e 21%na resposta BASDAI 50 e ASAS 40, respectivamente, na primeirae segunda troca 71 (B).Recomendação 13A troca <strong>de</strong> agente anti-TNF po<strong>de</strong> representar uma opção <strong>de</strong>estratégia terapêutica quando ocorre resposta clínica ina<strong>de</strong>quadaou eventos adversos.14. Quanto tempo se <strong>de</strong>ve utilizar uma drogaanti-TNF no seguimento <strong>de</strong> um paciente comespondilite anquilosante?O tratamento da EA por 102 semanas com infliximabe (5 mg/kg) <strong>de</strong>monstra que os resultados <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 42% na respostaclínica (ASAS20), obtidos na 24ª semana, são mantidosnesse segundo período. A resposta clínica medida peloASAS20 nas duas semanas <strong>de</strong> tratamento aumenta <strong>de</strong> 34%para 89%. Apesar <strong>de</strong> até a 102ª semana 97,5% dos pacientesapresentarem eventos adversos, durante o período <strong>de</strong> tratamentonão há diferença <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> eventos adversosentre a 24ª semana e a 102ª semana. O aumento em relação apacientes não tratados com infliximabe é <strong>de</strong> <strong>de</strong> 22% (NNH: 5).O evento adverso mais frequente é a infecção do trato respiratóriosuperior (48,7%) 72 (A).No seguimento <strong>de</strong> dois anos, 58% dos pacientes tratadoscom infliximabe alcançaram ao menos 50% <strong>de</strong> redução no escoreBASDAI, nível semelhante <strong>de</strong> resposta em um ano. Dospacientes tratados, 94% e 85% alcançaram ao menos 20% <strong>de</strong>resposta no BASDAI nas semanas 54 e 102, respectivamente. Oseventos adversos no segundo ano (90% dos pacientes) <strong>de</strong> tratamentoocorrem em proporção semelhante ao primeiro ano 37 (B).A remissão parcial, <strong>de</strong>finida como escore ≤ 2 em cada umdos quatro domínios ASAS (PatGA, NRS-P, BASFI e BASDAI), éatingida em 34,2% dos pacientes com EA em cinco anos <strong>de</strong>tratamento com infliximabe, em comparação a 36,8% comtrês anos <strong>de</strong> tratamento. Após cinco anos <strong>de</strong> tratamento, aeficácia do infliximabe permanece estável em relação a tratamento<strong>de</strong> três anos, com escore médio BASDAI <strong>de</strong> 2,5 e 2,5,escore BASFI <strong>de</strong> 3,0 e 2,9, PatGA <strong>de</strong> 2,7 e 2,6 e BASMI <strong>de</strong> 2,8 e2,6, respectivamente. Não há diferença na ocorrência <strong>de</strong> eventosadversos entre os dois períodos (94%) 39 (B).Ao final <strong>de</strong> oito anos <strong>de</strong> seguimento, um estado <strong>de</strong> menorativida<strong>de</strong> da doença (BASDAI < 3) está presente em 63,6% dospacientes tratados com infliximabe, resultado semelhante aoobtido em três meses <strong>de</strong> seguimento; além disso, 71,4% permanecemcom valores <strong>de</strong> BASDAI < 3. A resposta ASAS20 estámantida em 84,8%, e a BASDAI50 está presente em 57,6% doscasos. Dos pacientes que <strong>de</strong>scontinuam o tratamento, 55% ofazem <strong>de</strong>vido a eventos adversos, dos quais os mais frequentessão aumento das enzimas hepáticas, reação infusional eperda da eficácia 40 (B).Durante cinco anos <strong>de</strong> seguimento há aumento <strong>de</strong> 50%(NNT: 2) na a<strong>de</strong>são ao tratamento com infliximabe, por reduçãona recorrência dos sintomas 73 (B).A proporção <strong>de</strong> pacientes que após 192 semanas <strong>de</strong> tratamentocom etanercepte alcançou a resposta ASAS20 é <strong>de</strong> 81%,e <strong>de</strong> 69% para ASAS40, com aumento <strong>de</strong> 33% e 39%, respectivamente,em comparação com o escore <strong>de</strong> duas semanas <strong>de</strong>tratamento. Há aumento <strong>de</strong> 14,1% em eventos adversos e <strong>de</strong>4,7% em <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, quando comparado com pacientesnão tratados com etanercepte 45 (B).A resposta/melhora ao tratamento com adalimumabe, medidapelos escores ASAS20 e ASAS40, é mantida durante trêsanos <strong>de</strong> tratamento, sendo <strong>de</strong> 64,5% e 50,6%, respectivamente.Além disso, o benefício medido pelos escores BASDAI, BASFIe SF-36, obtidos na 24ª semana, são mantidos até a 156ª semana.Os eventos adversos levam à <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> em 4,5%dos casos em dois anos <strong>de</strong> tratamento com adalimumabe, eem 30% em três anos 50 (A).Recomendação 14A utilização <strong>de</strong> drogas anti-TNF na espondilite anquilosantepor longo prazo costuma manter resposta clínica, sem aumento<strong>de</strong> eventos adversos. Atualmente, estima-se que seuuso <strong>de</strong>va ser por tempo in<strong>de</strong>terminado.15. Existem evidências para o uso <strong>de</strong> agentesbiológicos com outros mecanismos <strong>de</strong> ação naespondilite anquilosante?RituximabeO tratamento <strong>de</strong> pacientes com EA ativa (BASDAI > 4) semantece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> anti-TNF com 1000 mg <strong>de</strong> rituximabedurante 24 semanas produz resposta clínica ASAS20, ASAS40ou BASDAI50, <strong>de</strong> 30%, 10% e nenhuma resposta, respectivamente.Em pacientes com antece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> falha terapêuticaao anti-TNF, a resposta ASAS20, ASAS40 ou BASDAI50 é <strong>de</strong>40%, 30% e 50%, respectivamente 74 (B).TocilizumabePaciente com diagnóstico <strong>de</strong> EA e doença <strong>de</strong> Crohn não responsivaao tratamento com três agentes biológicos (infliximabe,abatacepte e certolizumabe), tratada por 11 meses comtocilizumabe (8 mg/kg a cada 15 semanas), apresentou BASFIestável (6,0), melhora do BASDAI <strong>de</strong> 6,1 para 4,3, e reduçãodo e<strong>de</strong>ma e da rigi<strong>de</strong>z matinal 75 (C). Paciente com EA não responsivaa infliximabe, etanercepte e adalimumabe, medicado


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–2572<strong>53</strong>com tocilizumabe 8 mg/kg a cada quatro semanas, apresenta,após 26 semanas, melhora BASDAI <strong>de</strong> 6,1 para 3,6 e reduçãono ASDAS (Ankylosing Spondylitis Disease Activity Score) <strong>de</strong> 5,8para 1,6, apesar <strong>de</strong> a RM <strong>de</strong>monstrar persistência dos sinaisinflamatórios 76 (C). Paciente com EA com falha terapêuticaapós cinco anos <strong>de</strong> tratamento com medicações anti-TNF(infliximabe, etanercepte e adalimumabe), tratada com tocilizumabe8 mg/kg, apresentou, após quatro semanas, reduçãoBASDAI <strong>de</strong> 3 para 0,9, BASFI <strong>de</strong> 6 para 1,5 e ASDAS <strong>de</strong> 2,2 para1,3 (após 12 meses, a redução <strong>de</strong> ASDAS foi <strong>de</strong> 0,9) 77 (C).AbatacepteEm pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> EA e doença ativa (escoresBASDAI e dor lombar ≥ 4), o tratamento com abataceptedurante 24 semanas leva a resposta ASAS40 em 13% dos pacientessem antece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> anti-TNF e em 0% em pacientesnão responsivos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> tratamento préviocom ao menos dois AINH. O mesmo ocorre com a respostaASAS20, com índices <strong>de</strong> 27% e 20%, respectivamente. Nãohá sinais <strong>de</strong> resposta nos escores BASDAI e ASDAS nos pacientes,sejam os sem contato prévio com anti-TNF ou semresposta 78 (B).Recomendação 15O uso <strong>de</strong> rituximabe e abatacepte não é eficaz, e não justificaseu uso em pacientes com espondilite anquilosante. A evidênciadisponível <strong>de</strong> tocilizumabe não permite recomendá-lo.Conflitos <strong>de</strong> interesseSampaio-Barros PD: Participação em boards dos laboratóriosAbbott, MSD e Pfizer. Recebeu pagamento para palestras eparticipação em congressos, simpósios e jornadas dos laboratóriosAbbott, Actelion, Jansenn, MSD, Pfizer e Roche. PrincipalInvestigador em ensaios clínicos executados no Brasil pelolaboratório Roche.Keiserman M: Participação em consultorias aos laboratóriosAbbott, MSD e Pfizer. Recebeu pagamento para palestrase participação em congressos, simpósios e jornadas dos laboratóriosAbbott, Actelion, Janssen, MSD, Pfizer e Roche. Investigadorem ensaios clínicos executados no Brasil pelos laboratóriosBristol-Myers-Squibb, MSD e Roche.Meirelles ES: Participação em boards dos laboratórios Janssene Pfizer. Recebeu <strong>de</strong> pagamento para palestras e participaçãoem congressos, simpósios e jornadas dos laboratóriosAbbott, AstraZeneca, Janssen, Lilly, MSD, Pfizer, Roche, Sanofi--Aventis e Servier. Investigador principal em ensaios clínicosexecutados no Brasil pelos laboratórios Novartis e Roche.Pinheiro MM: Participação em board da MSD. Recebeu pagamentopara palestras e participação em congressos, simpósiose jornadas dos laboratórios Abbott, Janssen, Novartis,MSD, Pfizer e Roche. Principal Investigador em ensaios clínicosexecutados no Brasil pela Roche.Ximenes AC: Participação em boards dos laboratórios Bristol,MSD e Pfizer. Recebeu pagamento para palestras e participaçãoem congressos, simpósios e jornadas dos laboratóriosAbbott, Aché, Janssen, Pfizer e Roche. Principal Investigadorem ensaios clínicos executados no Brasil pelos laboratóriosMSD, Pfizer, Roche e UCB.Azevedo VF: Participação em consultorias aos laboratóriosAbbott, Janssen, Pfizer e Roche. Recebeu pagamento para palestrase participação em congressos, simpósios e jornadasdos laboratórios Abbott, Bristol-Myers-Squibb, Janssens, MSDe Roche. Investigador em ensaios clínicos executados no Brasilpelos laboratórios BMS, Galen Research, Roche e UCB.Bonfiglioli R: Participação em boards dos laboratórios Abbott,MSD e Pfizer. Recebeu pagamento para palestras e participaçãoem congressos, simpósios e jornadas dos laboratóriosAbbott, Actelion, Janssen, MSD, Pfizer e Roche. Principal Investigadore/ou subinvestigador em ensaios clínicos executadosno Brasil pelos laboratórios Bristol-Myers-Squibb, MSDe Roche.Carneiro S: Participação em board do laboratório MSD. Recebeupagamento para palestras e participação em congressos,simpósios e jornadas dos laboratórios Abbott, Janssen,MSD e Pfizer.Ranza R: Participação em boards dos laboratórios Abbott,MSD e Pfizer. Recebeu pagamento para palestras e participaçãoem congressos, simpósios e jornadas dos laboratórios Abbott,Janssen, MSD, Pfizer e Roche. Principal Investigador emensaios clínicos executados no Brasil pelo laboratório Roche.Bernardo W: Não há conflitos <strong>de</strong> interesse.Gonçalves CR: Participação em boards dos laboratórios Abbotte MSD. Recebeu pagamento para palestras e participaçãoem congressos, simpósios e jornadas dos laboratórios Abbott,Aché, Aventis, Janssen, MSD e Pfizer. Investigador em ensaiosclínicos executados no Brasil pelo laboratório Roche.ApêndiceQuestão 1Quais são os critérios clínicos para que um indivíduo sejaconsi<strong>de</strong>rado acometido por uma espondiloartrite?Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease AND specificity[Title/Abstract]Questão 2Qual é o papel da ressonância magnética na avaliação inicial<strong>de</strong> uma espondiloartrite axial?(Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease) AND Magnetic Resonance ImagingAND (specificity[Title/Abstract] OR (prognos*[Title/Abstract]OR (first[Title/Abstract] AND episo<strong>de</strong>[Title/Abstract]) ORcohort[Title/Abstract]))Questão 3Quando o HLA-B27 <strong>de</strong>ve ser solicitado em um paciente comespondiloartrite axial?(Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease OR AnkylosingSpondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis OR Marie--Struempell Disease) AND HLA-B27 AND (specificity[Title/


254 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257Abstract] OR (prognos*[Title/Abstract] OR (first[Title/Abstract]AND episo<strong>de</strong>[Title/Abstract]) OR cohort[Title/Abstract]))Questão 4Quais são as evidências para o uso da reabilitação física empacientes com espondilite anquilosante?(Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease OR AnkylosingSpondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis OR Marie--Struempell Disease) AND HLA-B27 AND (specificity[Title/Abstract] OR (prognos*[Title/Abstract] OR (first[Title/Abstract]AND episo<strong>de</strong>[Title/Abstract]) OR cohort[Title/Abstract]))Questão 5Quais são as evidências para o uso <strong>de</strong> corticosteroi<strong>de</strong>s em pacientescom espondilite anquilosante?(Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease OR AnkylosingSpondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis OR Marie--Struempell Disease) AND (Steroids OR Androstanes OR AndrostanolsOR Androstenes OR Cardanoli<strong>de</strong>s OR Car<strong>de</strong>noli<strong>de</strong>sOR Cardiac Glycosi<strong>de</strong>s OR Sterols OR Cyclosteroids OR EstranesOR Estrenes OR Gonanes OR Homosteroids OR TestolactoneOR Hydroxysteroids OR Ketosteroids OR 17-Ketosteroids ORNorsteroids OR orandrostanes OR Norpregnanes OR PregnanesOR Pregnadienes OR Pregnanediol OR Pregnanediones ORregnanetriol OR Pregnanolone OR Pregnatrienes OR PregnenesOR Tetrahydrocortisol OR Sapogenins OR Secosteroids ORBeclomethasone OR Chlormadinone OR Cyproterone OR FluorinatedOR Betamethasone OR Dexamethasone OR FlumethasoneOR Fluocinolone OR Fluocortolone OR FluorometholoneOR Fluoxymesterone OR Fluprednisolone OR FlurandrenoloneOR Flurogestone OR Paramethasone OR Triamcinolone ORPrednisolone OR Hydrocortisone OR corticosteroids OR MineralocorticoidsOR Glucocorticoids OR Hydroxycorticosteroids)AND ((clinical[Title/Abstract] AND trial[Title/Abstract]) OR clinicaltrials[MeSH Terms] OR clinical trial[Publication Type] ORrandom*[Title/Abstract] OR random allocation[MeSH Terms]OR therapeutic use[MeSH Subheading])Questão 6Em que situações o uso contínuo <strong>de</strong> AINH <strong>de</strong>ve ser recomendadoem pacientes com espondilite anquilosante?(Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease) AND (Anti-Inflammatory AgentsOR Cyclooxygenase 2 OR COX-2 OR rofecoxib OR IbuprofenOR celecoxib OR Naproxen OR Acetaminophen OR NSAIDOR paracetamol OR parecoxib OR diclofenac OR aspirin ORmeloxicam OR acetylsalicylic OR piroxicam) AND (randomizedcontrolled trial[Publication Type] OR (randomized Title/Abstract] AND controlled[Title/Abstract] AND trial[Title/Abstract]))Questão 7Quais são as evidências para o uso <strong>de</strong> drogas <strong>de</strong> base convencionais(metotrexato e sulfasalazina, entre outras) em pacientescom espondilite anquilosante?Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease OR AnkylosingSpondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis OR Marie-StruempellDisease AND (methotrexate OR leflunomi<strong>de</strong> OR sulfasalazineOR gold sodium OR hydroxychloroquine OR ciclosporin)Questão 8Quais são as indicações para o uso dos agentes biológicos bloqueadoresdo fator <strong>de</strong> necrose tumoral (drogas anti-TNF) naespondilite anquilosante?Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease AND (Tumor Necrosis Factor-alphaOR golimumab OR infliximab OR adalimumab OR etanercept)Questão 9Existe diferença <strong>de</strong> eficácia entre as drogas anti-TNF em pacientescom espondilite anquilosante?Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease AND (Tumor Necrosis Factor-alphaOR golimumab OR infliximab OR adalimumab OR etanercept)Questão 10Existe diferença <strong>de</strong> segurança entre as drogas anti-TNF empacientes com espondilite anquilosante?Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease AND (Tumor Necrosis Factor-alphaOR golimumab OR infliximab OR adalimumab OR etanercept)Questão 11O uso da terapia anti-TNF é capaz <strong>de</strong> reduzir o dano estruturalem pacientes com espondilite anquilosante?Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease AND (Tumor Necrosis Factor-alphaOR golimumab OR infliximab OR adalimumab OR etanercept)Questão 12Existem evidências para eficácia e segurança das drogas anti--TNF nas manifestações extra-articulares em pacientes comespondilite anquilosante?(Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease) AND (Tumor Necrosis Factor-alphaOR golimumab OR infliximab OR adalimumab OR etanercept)AND (Uveitis OR Iridocyclitis OR Cardiovascular Diseases ORPulmonary Fibrosis OR Lung diseases OR Extra-articular ORExtra articular OR Inflammatory Bowel Diseases OR psoriaticarthritis OR Psoriasis OR Crohn Disease OR bone)Questão 13Quais são as evidências que suportam a troca (switch) <strong>de</strong>agentes anti-TNF em pacientes com spondilite anquilosante?


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):242–257255Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid SpondylitisOR Marie-Struempell Disease AND switch* AND (randomizedcontrolled trial[Publication Type] OR (randomized[Title/Abstract] AND controlled[Title/Abstract] AND trial[Title/Abstract]))Questão 14Quanto tempo se <strong>de</strong>ve utilizar uma droga anti-TNF no seguimento<strong>de</strong> um paciente com espondilite anquilosante?(Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid SpondylitisOR Marie-Struempell Disease) AND (Tumor Necrosis Factor--alpha OR golimumab OR infliximab OR adalimumab OR etanercept)Questão 15Existem evidências para o uso <strong>de</strong> agentes biológicos com outrosmecanismos <strong>de</strong> ação na espondilite anquilosante?Spondylitis, Ankylosing OR Bechterew’s Disease ORAnkylosing Spondyloarthritis OR Rheumatoid Spondylitis ORMarie-Struempell Disease AND (rituximab OR tocilizumab ORabatacept OR Antibodies, Monoclonal)REFERÊNCIAS1. 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brRecomendações da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Recomendações sobre diagnóstico e tratamento da esclerosesistêmica ☆Recommendations for the management and treatment of systemic sclerosisPercival Degrava Sampaio-Barros a,b, *, Adriana Fontes Zimmermann c ,Carolina <strong>de</strong> Souza Müller d , Cláudia Tereza Lobato Borges e ,Eutília Andra<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Freire f , Giselle Baptista Maretti g , João Francisco Marques Neto h ,Maria Cecília Fonseca Salgado i , Maria <strong>de</strong> Fátima Lobato da Cunha Sauma j ,Mário Newton Leitão <strong>de</strong> Azevedo k , Sheila Fontenelle l , Cristiane Kayser maPresi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Esclerose Sistêmica da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (2012-2014), São Paulo, SP, BrasilbDisciplina <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Hospital das Clínicas, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, BrasilcUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina, Florianópolis, SC, BrasildHospital das Clínicas, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, Curitiba, PR, BrasileUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Maranhão, São Luís, MA, BrasilfUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba, João Pessoa, PB, BrasilgUniversida<strong>de</strong> do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, BrasilhFaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas, Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas, Campinas, SP, BrasiliCentro <strong>de</strong> Ciências Biológicas, Escola <strong>de</strong> Medicina e Cirurgia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, BrasiljUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pará, Belém, PA, BrasilkServiço <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, BrasillUniversida<strong>de</strong> Estadual do Ceará, Fortaleza, CE, BrasilmDisciplina <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Departamento <strong>de</strong> Medicina, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, BrasilElaboração finalJaneiro <strong>de</strong> 2013Descrição do método <strong>de</strong> elaboração das evidênciasOs integrantes da Comissão <strong>de</strong> Esclerose Sistêmica da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong><strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (biênio 2010-2012) participaramdo Curso <strong>de</strong> Elaboração <strong>de</strong> Evidências da AssociaçãoMédica <strong>Brasileira</strong>, em São Paulo, durante o primeiro semestre<strong>de</strong> 2011. As questões foram propostas e discutidas pelainternet, no segundo semestre <strong>de</strong> 2011. As 15 questões clínicasconsi<strong>de</strong>radas relevantes foram estruturadas por meioda estratégia do P.I.C.O. (Paciente; Intervenção ou Indicador;Comparação; Outcome). As estratégias <strong>de</strong> busca avaliaram asbases <strong>de</strong> dados MEDLINE, EMBASE, Scielo/Lilacs, CochraneLibrary até setembro <strong>de</strong> 2012 (Apêndice). Os artigos selecionadosna primeira estratégia <strong>de</strong> busca foram submetidos àavaliação crítica das evidências, utilizando-se o escore <strong>de</strong>Jadad. Foram consi<strong>de</strong>rados também estudos observacionaise séries <strong>de</strong> casos na ausência <strong>de</strong> ensaios clínicos randomizados.Foi realizada inserção <strong>de</strong> estudos relevantes obtidos porbusca manual. Posteriormente, foram elaboradas as respostasàs perguntas das Recomendações, em que cada referênciabibliográfica selecionada apresentava o correspon<strong>de</strong>ntegrau <strong>de</strong> recomendação e força <strong>de</strong> evidência científica. Paraas Recomendações finais, as referências bibliográficas foramatualizadas até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2012, redigidas em texto únicopelo coor<strong>de</strong>nador, e submetidas aos coautores em quatroturnos, para elaboração do texto final.☆Trabalho realizado com a chancela da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>.* Autor para correspondência.E-mail: pdsampaiobarros@uol.com.br (P.D. Sampaio-Barros).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275259Grau <strong>de</strong> recomendação e força <strong>de</strong> evidênciaA: Estudos experimentais e observacionais <strong>de</strong> melhorconsistência.B: Estudos experimentais e observacionais <strong>de</strong> menorconsistência.C: Relatos <strong>de</strong> casos (estudos não controlados).D: Opinião <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> avaliação crítica, baseada emconsensos, estudos fisiológicos ou mo<strong>de</strong>los animais.ObjetivoEstabelecer as recomendações para o manejo e para o tratamentoda esclerose sistêmica.IntroduçãoA esclerose sistêmica (ES) é uma doença crônica do tecido conjuntivocaracterizada por manifestações ligadas à fibrose e disfunçãovascular da pele e dos órgãos internos. Acredita-se quesua prevalência possa variar entre 30 e 300 indivíduos acometidospor milhão <strong>de</strong> pessoas adultas. Os critérios classificatóriospropostos em 1980 pelo American College of Rheumatology (ACR)são eficientes em i<strong>de</strong>ntificar os pacientes com doença bem <strong>de</strong>finida,1 posteriormente classificados em forma clínica limitadae difusa. 2 No século XXI, com a proposição dos novos critériospara ES sine esclero<strong>de</strong>rma, 3 ES precoce 4 e ES muito precoce, 5 oespectro da doença foi consi<strong>de</strong>ravelmente aumentado, tambémpermitindo o diagnóstico precoce <strong>de</strong> um número significativo<strong>de</strong> pacientes.É importante que se tenha conhecimento da variada gama<strong>de</strong> manifestações cutâneas (fibrose e calcinose), vasculares (fenômeno<strong>de</strong> Raynaud, FRy, e úlceras isquêmicas) e viscerais (<strong>de</strong>stacando-sehipomotilida<strong>de</strong> esofágica e intestinal, refluxo gastroesofágico,pneumopatia intersticial, hipertensão pulmonar, criserenal esclerodérmica, miocardioesclerose e arritmia cardíaca) daES. 6 A capilaroscopia periungueal 7 e os autoanticorpos específicos8 também são importantes instrumentos para diagnósticoe planejamento terapêutico do paciente esclerodérmico. Outroaspecto importante da ES é que seu tratamento está baseado emestratégias órgão-específicas, já que cada manifestação clínicapo<strong>de</strong> precisar <strong>de</strong> uma medicação diferente e específica.1. Quais são os critérios classificatórios paraesclerose sistêmica?Existem várias proposições <strong>de</strong> estratificação da ES com critérios<strong>de</strong> classificação 9 (A).Os critérios <strong>de</strong> classificação mais utilizados na prática clínicadiária são os da American Rheumatism Association (ARA),atualmente ACR, propostos em 1980 1 (D). Esses foram os primeiroscritérios externamente validados, estabelecendo umpadrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição da doença para comparar grupos <strong>de</strong> pacientes<strong>de</strong> diferentes centros, e possibilitam a classificação dopaciente como ES na presença do critério maior ou dois oumais dos critérios menores:• Critério maior: esclero<strong>de</strong>rmia proximal (fibrose simétricada pele proximal às metacarpofalangeanas (MCF) ou metatarsofalangeanas(MTF).• Critérios menores: esclerodactilia; ulcerações <strong>de</strong> polpas digitais ou reabsorção <strong>de</strong> falangesdistais, como resultado <strong>de</strong> isquemia; fibrose nas bases pulmonares, presente na radiografia<strong>de</strong> tórax.Pelos critérios <strong>de</strong> LeRoy et al., 3 os pacientes com diagnóstico<strong>de</strong> ES po<strong>de</strong>m ser classificados em duas formas clínicas:ES cutânea difusa (ESd), com início do FRy <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ano,envolvimento cutâneo com tendência à rápida progressão, afetandotronco, face e membros, crepitação tendínea, comprometimentovisceral precoce (fibrose pulmonar, crise renal, doençagastrointestinal difusa, miocardioesclerose); e ES cutânea limitada(ESl), com FRy presente durante anos, envolvimento cutâneocom ritmo lento e restrito às extremida<strong>de</strong>s (até cotovelose joelhos, e face) ou ausente, incidência tardia <strong>de</strong> hipertensãoarterial pulmonar (HAP), calcinose, telangiectasias e alta incidência<strong>de</strong> anticorpo anticentrômero (ACA) 2 (B). As prevalências<strong>de</strong> ESd, ESl e ES em combinação com outra doença do tecidoconjuntivo foram <strong>de</strong> 36,9%, 57,5% e 5,6%, respectivamente 10 (B).Uma avaliação mais recente dos anticorpos específicos paraES sugeriu que os critérios <strong>de</strong> LeRoy têm prevalência divergenteem relação aos anticorpos específicos: à medida que o ACAesteve presente em 46,7% dos pacientes classificados comotendo ESl, ocorreu em somente 6% dos classificados comoESd; já o anticorpo antitopoisomerase1 (anti-Scl-70) ocorreuem 23,4% dos pacientes classificados como ESl e em 60,8% dosclassificados como ESd 6 (B).No ano 2000 foram propostos critérios para o diagnóstico daES sine esclero<strong>de</strong>rma, uma situação pouco frequente na qual oacometimento visceral específico está presente na ausência doacometimento da pele. A ES sine esclero<strong>de</strong>rma seria caracterizadapela presença <strong>de</strong> FRy objetivo, associado à positivida<strong>de</strong>do fator antinuclear (FAN) e à ocorrência <strong>de</strong> um acometimentovisceral específico da ES, como a hipomotilida<strong>de</strong> esofágica distal,a hipomotilida<strong>de</strong> do intestino <strong>de</strong>lgado, a fibrose intersticialpulmonar, a hipertensão pulmonar primária, a miocardiosclerosee a crise renal esclerodérmica 3 (B).Em 2001, LeRoy e Medsger propuseram critérios para ES precoce,que permitem classificar o paciente como ES em estágiosiniciais antes do aparecimento do comprometimento cutâneoou manifestações viscerais características, baseado em:• evidência objetiva (observada pelo médico) <strong>de</strong> FRy mais microangiopatiapadrão SD (sclero<strong>de</strong>rma pattern) na capilaroscopiaperiungueal (CPU) ou autoanticorpos específicos paraES (anticentrômero, anti-Scl 70, anti-RNA polimerase III); ou• evidência subjetiva (citada na anamnese, mas não observadapelo médico) <strong>de</strong> FRy mais microangiopatia padrão SD naCPU e autoanticorpos específicos para ES 4 (B).Em muitos casos, os conceitos <strong>de</strong> ES precoce e ES sine esclero<strong>de</strong>rmasão superponíveis. Existem discussões sobre a ESsine esclero<strong>de</strong>rma ser incluída no espectro da ES com envolvimentocutâneo limitado ou se <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada uma entida<strong>de</strong>nosológica distinta.Finalmente, a European League Against Rheumatism (EULAR)e o grupo EULAR Sclero<strong>de</strong>rma Trial and Research (EUSTAR) <strong>de</strong>senvolveramcritérios <strong>de</strong> classificação para ES muito precoce,


260 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275incluindo exames laboratoriais e capilaroscopia periungueal,ainda não validados. Presença <strong>de</strong> FRy e e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> <strong>de</strong>dos comFAN positivo <strong>de</strong>manda a solicitação <strong>de</strong> anticorpos específicos(anticentrômero e anti-Scl70) e capilaroscopia periungueal(CPU). Caso seja encontrado autoanticorpo específico positivoou padrão SD na CPU, o paciente é consi<strong>de</strong>rado como ES muitoprecoce, e a investigação <strong>de</strong> acometimento visceral da ES <strong>de</strong>veser realizada 5 (B).Recomendação 1A classificação da esclerose sistêmica em limitada e difusaé a que mais bem reflete a história natural da doença,mostrando diferenças clínicas claras. Anticorpos específicos(anticentrômero e anti-Scl70) e padrão <strong>de</strong> esclero<strong>de</strong>rmia nacapilaroscopia periungueal são consi<strong>de</strong>rados critérios comgran<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> confirmatória para ES na fase muitoprecoce da doença.2. Qual é o papel da capilaroscopia periunguealno diagnóstico precoce e no seguimento daesclerose sistêmica?A capilaroscopia periungueal (CPU) possibilita o diagnósticodiferencial precoce entre indivíduos com FRy primário e secundário;o padrão capilaroscópico associado à ES (padrão SD)é altamente associado com a evolução para ES (P = 0,00001,sensibilida<strong>de</strong> 94%, especificida<strong>de</strong> 92%, valor preditivo positivo52%, valor preditivo negativo 99%, [OR 163; IC95% 97,89-271,47]) 11,12 (A). A presença <strong>de</strong> anticorpos antinúcleo tem impactoprognóstico (HR = 9,70), quando associado ao padrão SD, empacientes com FRy primário que evoluem para ES 13 (A).O aparecimento precoce <strong>de</strong> capilares dilatados/megacapilarese micro-hemorragias na CPU é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância parao diagnóstico precoce da ES. Essas alterações são mais frequentesna fase ativa da doença, enquanto a presença <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong><strong>de</strong>svascularização capilar, a <strong>de</strong>sestruturação da arquitetura doleito capilar e a presença <strong>de</strong> capilares ramificados/arbustos representamo dano vascular da fase avançada da ES 14 (A).Diferentes equipamentos po<strong>de</strong>m ser utilizados para a realizaçãoda CPU – entre eles o estereomicroscópio, o vi<strong>de</strong>ocapilaroscópioe o <strong>de</strong>rmatoscópio 7 (A). O estereomicroscópio evi<strong>de</strong>ocapilaroscópio são consi<strong>de</strong>rados métodos com melhorsensibilida<strong>de</strong> e acurácia para avaliação da microangiopatia periféricaassociada ao padrão SD 13 (A). Um estudo mostrou boaacurácia na avaliação dos capilares periungueais com a utilização<strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoscopia, com sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 83,1% e especificida<strong>de</strong><strong>de</strong> 100% para o diagnóstico <strong>de</strong> ES 15 (A).Estudos mostram também associação entre alterações naCPU e risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> úlceras digitais. O índicecapilaroscópico <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> úlcera <strong>de</strong> pele (CSURI), com reprodutivida<strong>de</strong>validada e calculado pela fórmula DxM/N; 2 on<strong>de</strong> Dé o diâmetro máximo <strong>de</strong> megacapilar, M é o número <strong>de</strong> megacapilares(diâmetro ≥ 50 μm) e N é o número <strong>de</strong> capilares nafileira distal; é altamente preditivo no aparecimento <strong>de</strong> úlceradigital na ES, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> três meses após a avaliação por vi<strong>de</strong>ocapilaroscopia(sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 92,9% [IC 95% 83,0-98,0]; especificida<strong>de</strong>81,4% [IC 95% 74,8-86,8]; cut-off <strong>de</strong> 2,96 e área abaixoda ROC <strong>de</strong> 0,884 [IC 95% 0,835-0,922]) 16,17 (A).A CPU também é consi<strong>de</strong>rada uma ferramenta útil para aavaliação da gravida<strong>de</strong> da ES. Em pacientes com ES e duração<strong>de</strong> doença ≤ 5 anos, um estudo observou correlação positivaentre as alterações capilaroscópicas avaliadas por meio do estereomicroscópioe a presença <strong>de</strong> infiltrado em vidro-fosco natomografia <strong>de</strong> tórax <strong>de</strong> alta resolução, sugerindo que a CPUpossa ser útil na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fatores preditivos <strong>de</strong> envolvimentopulmonar 18 (A). Essa correlação também existe com ograu <strong>de</strong> envolvimento <strong>de</strong> outros órgãos-alvo (digestivo, renal,musculoesquelético) [P < 0,01] 19 (A).Recomendação 2A capilaroscopia periungueal (CPU) permite diagnóstico precoceda esclerose sistêmica, bem como é útil para avaliar agravida<strong>de</strong> da doença e seu prognóstico.3. Qual é o papel dos autoanticorpos nodiagnóstico precoce e no seguimento dospacientes com esclerose sistêmica?A <strong>de</strong>tecção e a quantificação <strong>de</strong> anticorpos específicos tornaram-secomponentes importantes no diagnóstico, classificaçãoe prognóstico da ES 10 (B).Anticorpos específicos da ESAnticorpo anticentrômero (ACA)Está presente em 60-82% dos pacientes com ESl e 2-7% naquelescom ESd 6 (B). O padrão específico observado na imunofluorescênciaindireta (IFI) com células HEp-2 permite a i<strong>de</strong>ntificaçãodosACA 20,21 (B).Os pacientes ACA positivo têm um período <strong>de</strong> latênciamaior (média 6,5 ± 10 anos) até o surgimento da primeiramanifestação além do FRy, em comparação com aqueles comanticorpos anti-Scl70 (média 2.4 ± 5.6 anos), o que po<strong>de</strong>, emmuitos casos, atrasar o diagnóstico 6,22 (B).Alguns estudos mostram associação entre ACA positivo epresença <strong>de</strong> calcinose, HAP e úlcera digital 6,22 (B).Anticorpo anti-DNA topoisomerase I (anti-Scl-70)Tem sensibilida<strong>de</strong> variável, sendo encontrado em 26-76%dos pacientes, com especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 98-99,6%, <strong>de</strong>terminadopor imunodifusão dupla ou imnunoblot 6,23,24 (B). Po<strong>de</strong> estarpresente em 40-70% dos pacientes acometidos pela ESd eem 36% dos classificados como ESl 6,23 (B). Anti-Scl-70 positivoestá associado com maior prevalência <strong>de</strong> acometimentocutâneo-visceral mais rápido, miosite, fibrose pulmonar epericardite 24 (B).Outros autoanticorpos associados com ESAnti-RNA polimeraseHá três classes <strong>de</strong> enzimas RNA polimerase (I, II e III). A positivida<strong>de</strong>do anticorpo anti-RNA polimerase I/II/III está associadacom presença da ESd (77,8%; outros grupos 12,4%; P < 0,001;risco relativo, RR, 6,3). Os doentes positivos para anti-RNA polimeraseI e II também têm incidência maior <strong>de</strong> ESd, porémsem significância estatística (ESd 42,9%; outros 15,7%) 25 (B).


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275261Pacientes anti-RNA polimerase positivo têm incidência significativamentemaior <strong>de</strong> envolvimento renal (29,0%; outros11,3%; P < 0,05; RR = 2,6), sendo que aqueles com anti-RNA polimeraseI/II/III têm 40% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> doença renal 25 (B).Anti-U3-RNP (fibrilarina)Observados mais frequentemente em pacientes mais jovens,do sexo masculino e em negros. A presença <strong>de</strong> antifibrilarinaestá associada com ESd, sendo observada em menos <strong>de</strong> 10%dos pacientes com ES 26,27 (B).Anti-Th/TO RNPAssociados à ESl <strong>de</strong> pior prognóstico, com pneumopatia intersticiale hipertensão pulmonar mais graves 8,28 (D).Recomendações 3A pesquisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados autoanticorpos é útil para auxiliarno diagnóstico da esclerose sistêmica. O anticorpo anticentrômeroé classicamente associado à esclerose sistêmicalimitada. A <strong>de</strong>tecção do anti-Scl-70 tem forte associação coma esclerose sistêmica difusa, além do importante valor prognóstico(acometimento cutâneo-visceral mais rápido, miosite,fibrose pulmonar e pericardite). Os autoanticorpos anti-RNApolimerase estão associados com a esclerose sistêmica difusae com o comprometimento renal da doença.4. Quais tratamentos são benéficos para oespessamento cutâneo na esclerose sistêmica?O escore cutâneo total modificado <strong>de</strong> Rodnan (ECT-RM) avalia oespessamento da pele por meio da palpação <strong>de</strong> 17 áreas do corpo(<strong>de</strong>dos das mãos, dorso das mãos, braços, antebraços, pés,pernas, coxas, face, tórax e abdomen) usando uma escala <strong>de</strong>0-3, on<strong>de</strong> 0 = normal, 1 = espessamento leve, 2 = espessamentomo<strong>de</strong>rado e 3 = espessamento intenso. O ECT po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 0(nenhum espessamento) a 51 (espessamento intenso em todasas 17 áreas) 29 (B). Outra opção <strong>de</strong> mensuração do espessamentocutâneo po<strong>de</strong> ser realizada pelo durômetro manual digital,por meio <strong>de</strong> uma escala contínua em seis locais (antebraços,coxas, e pernas); a soma da média das medidas dos seis locaisé utilizada 30 (B).Dois ensaios-clínicos avaliaram o metotrexato no acometimentocutâneo da ES. O primeiro estudo avaliou o efeito dometotrexato intramuscular na dose <strong>de</strong> 15 mg semanais compossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumento da dose para 25 mg semanais em29 pacientes com ES e duração <strong>de</strong> doença maior que três anos,com progressão do espessamento cutâneo ou úlceras digitaispersistentes nos últimos seis meses. No seguimento <strong>de</strong> 24 semanas<strong>de</strong> tratamento, 68% dos casos respon<strong>de</strong>m com benefício<strong>de</strong> ECT ≥ 30%, que é a soma <strong>de</strong> escore <strong>de</strong> 0-4 obtido em 26 sítiosanatômicos (escore <strong>de</strong> Rodnan original), avaliando o espessamentocutâneo 31 (B). Em outro ensaio clínico com 71 pacientescom ES e escore cutâneo mínimo <strong>de</strong> 5 (escore UCLA), o tratamentoinicial com 10 mg <strong>de</strong> metotrexato por semana nos primeirosdois meses (aumentando para 15 mg por semana), emcomparação a pacientes não tratados, produziu redução significativano ECT modificado <strong>de</strong> Rodnan e no escore UCLA, <strong>de</strong>22,5% e 20%, respectivamente, em 12 meses <strong>de</strong> seguimento 32 (A).Pacientes com ES recebendo D-penicilamina (250 mg/diaou 125 mg/dias alternados) diariamente (aumentando <strong>de</strong> umacápsula no primeiro e segndo meses para duas cápsulas nosterceiro e quarto meses, três cápsulas do quinto ao sétimomês e quatro cápsulas nos seguintes meses, totalizando até1000 mg no primeiro grupo), por 24 meses, apresentam o mesmoresultado medido pelo ECT modificado <strong>de</strong> Rodnan (reduçãono escore <strong>de</strong> 4,8 ± 10,3 com alta dose, e <strong>de</strong> 6,9 ± 8,4 combaixa dose 33 (A). O resultado similar obtido com tratamentoem altas doses e baixas doses (consi<strong>de</strong>rado como dose placebo),associado ao elevado índice <strong>de</strong> efeitos colaterais relacionadoa droga, fez com que a maioria dos reumatologistas nãomais prescrevesse a D-penicilamina na última década.A relaxina humana recombinante foi testada em pacientescom ES com tempo <strong>de</strong> doença maior que cinco anos, comECT modificado <strong>de</strong> Rodnan <strong>de</strong> pelo menos 20, nas doses <strong>de</strong>25 mg/kg/dia ou 100 mg/kg/dia, por meio <strong>de</strong> infusão SC contínua,comparado a nenhum tratamento, por 24 semanas. Autilização <strong>de</strong> 25 mg/kg/dia produziu escores cutâneos menoresdo que nos pacientes sem tratamento (redução <strong>de</strong> 23,6%,27,5% e 28,7% em 4, 12 e 24 semanas, respectivamente). Noentanto, pacientes que receberam 100 mg/kg/dia <strong>de</strong> relaxinanão tiveram benefício quando comparados com pacientesnão tratados 34 (A). O ECT-RM foi semelhante entre os grupostratados e não tratados nas semanas 4, 12, e 24. A <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>da relaxina na 24ª semana produziu em alguns casosefeitos colaterais renais graves, cursando com redução noclearance <strong>de</strong> creatinina e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> crise renal ouhipertensão arterial graus 3 ou 4 35 (A). Como a relaxina humanarecombinante não se mostrou melhor que o placebo naavaliação cutânea e visceral em pacientes com ESd, e cursoucom efeitos colaterais renais graves após sua suspensão, nãotem indicação no tratamento da ES.Em pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> ES e ECT-RM ≥ 16, o tratamentoutilizando colágeno tipo I oral na dose <strong>de</strong> 500 μg/dia por12 meses não apresenta modificações no escore cutâneo. Apesardisso, a análise do subgrupo <strong>de</strong> pacientes com doença entre 3 e10 anos revelou redução significativa no escore cutâneo (7,9 vs.2,9) 36 (A). A utilização do colágeno como medicação antifibróticaé uma boa perspectiva terapêutica, que ainda precisa ser maisa<strong>de</strong>quadamente avaliada.O uso <strong>de</strong> infusões endovenosas <strong>de</strong> iloprosta nas doses <strong>de</strong>0,5 ng/kg/min ou 2 ng/kg/min, uma vez ao dia, por 21 dias, empacientes com ES, em um ano <strong>de</strong> seguimento, não modificou oECT-RM 37 (B).Estudo duplo-cego, randomizado, comparado com placebo,utilizando ciclofosfamida oral diária em 158 pacientes, tendocomo <strong>de</strong>sfecho primário a resposta relacionada à pneumopatiaintersticial, revelou melhora significativa (P < 0,01) dos escores<strong>de</strong> pele com 12 e 24 meses <strong>de</strong> tratamento. Tal melhora <strong>de</strong>sapareciacom a suspensão da medicação 38 (A), e foi mais significativanos pacientes com ESd 39 (A).Estudo aberto avaliando 25 pacientes com ES <strong>de</strong> início recente(< 24 meses), sem tratamento prévio, que fizeram uso <strong>de</strong>micofenolato <strong>de</strong> mofetil (dose média <strong>de</strong> 2,0 g/dia; tempo médio<strong>de</strong> uso <strong>de</strong> 18,2 ± 8,7 meses), mostrou melhora significativa noECT-RM (<strong>de</strong> 24,5 ± 8,6 no início para 14,5 ± 10,9 ao final) e na áreacutânea afetada (<strong>de</strong> 36 ± 16% para 14 ± 13,3%) em 15 pacientesque concluíram o estudo. O teste <strong>de</strong> função pulmonar permaneceuestável ao final do estudo; biópsias <strong>de</strong> pele realizadas em


262 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275três pacientes revelaram marcante redução no acúmulo <strong>de</strong> fibrascolágenas 40 (B).Em um ano <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> pacientes com ES e pneumopatiaintersticial com rituximabe (375 mg/m 2 ) houve reduçãosignificativa no ECT-RM <strong>de</strong> 5,13 e 8,65, em um e dois anos <strong>de</strong> seguimento,respectivamente. O aumento na melhora com o uso<strong>de</strong> rituximabe é <strong>de</strong> 18,45% 41,42 (A).Estudo aberto <strong>de</strong> fase IIa, avaliando mesilato <strong>de</strong> imatinibe nadose <strong>de</strong> 400 mg/dia, em 30 pacientes com ESd, por 12 meses,mostrou que houve diminuição no ECT-RM (6,6 pontos ou 22,4%)ao final do tratamento nos 24 pacientes que completaram o estudo,com mais evi<strong>de</strong>ntes após seis meses <strong>de</strong> tratamento, sendoobservado tanto em pacientes com ES <strong>de</strong> início recente quanto<strong>de</strong> início tardio 43 (B). Houve 171 eventos adversos, dos quais 24foram consi<strong>de</strong>rados sérios.Outro estudo aberto, fase I/IIa, avaliando 20 pacientes com ESe pneumopatia intersticial em ativida<strong>de</strong> em uso <strong>de</strong> mesilato <strong>de</strong>imatinibe revelou, nos 12 pacientes que completaram o estudo,que o ECT-RM inicial (18,7 ± 10,1) diminuiu, em média, 3,9 unida<strong>de</strong>sP < 0,001) 44 (B). Sete pacientes não continuaram no estudo <strong>de</strong>vidoa efeitos colaterais. Efeitos colaterais comuns, como fadiga,e<strong>de</strong>ma facial, náusea/vômito, diarreia, rash generalizado e proteinúriaocorreram em mais <strong>de</strong> 20% dos pacientes; esses efeitoscolaterais estiveram associados a doses maiores que 600 mg/dia.Recomendação 4O metotrexato é a primeira opção terapêutica para o espessamentocutâneo progressivo nos pacientes com esclerosesistêmica. A ciclofosfamida, o micofenolato <strong>de</strong> mofetil e o rituximabepo<strong>de</strong>m representar opções terapêuticas nos casosnão responsivos ao tratamento com metotrexato.5. Quais tratamentos são benéficos para acalcinose subcutânea na esclerose sistêmica?Tratamento farmacológicoOs dados sobre o papel da warfarina no tratamento da calcinoseem pacientes com ES são conflitantes. Temos três estudosque mostram melhora com uso <strong>de</strong> baixa dose (1 mg/dia; 12-18meses) 45-47 (C) e um quarto estudo que relata a não efetivida<strong>de</strong>do tratamento 48 (C). O tratamento com warfarina é mais efetivoem pacientes com calcinose na fase inicial. Nenhum estudomostra aumento <strong>de</strong> hemorragia ou alteração do tempo <strong>de</strong> coagulaçãocom uso <strong>de</strong> baixa dose.O diltiazem em pacientes com ESl, na dose <strong>de</strong> 240-480 mg/dia por um a dois anos, reduz ou melhora a calcinose, com benefícioclínico do paciente 49 (C). Uma dose menor (180 mg/dia)não causa a mesma resposta clínica, apenas discreta melhoraradiológica 50 (C).Em pacientes com ES e calcinose, a minociclina (50 ou 100mg/dia) em esquema terapêutico cíclico (tratamento por quatroa oito semanas, seguido <strong>de</strong> suspensão por três a quatromeses), reduz a presença <strong>de</strong> ulcerações e inflamação, porémdiminui discretamente o tamanho da calcinose 51 (C).A colchicina por via oral na dose <strong>de</strong> 1 mg/dia por três meses,em paciente com ES e calcinose, aumentou a cicatrização dasulcerações e reduziu a inflamação associada 52 (C).Outros medicamentos, como os bisfosfonatos (risedronato),a imunoglobulina endovenosa e o rituximabe, usados em pacientescom ESl, também mostraram benefício reduzindo a calcinoseem alguns pacientes (resultado <strong>de</strong> relatos <strong>de</strong> caso) <strong>53</strong> (C).Tratamento não farmacológicoA cirurgia <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada uma opção após várias falhasterapêuticas e quando a calcificação é bem <strong>de</strong>limitada, pois aumentao risco <strong>de</strong> infecção e <strong>de</strong> necrose <strong>de</strong> pele 54 (C).O laser <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono (laser CO 2) po<strong>de</strong> ser utilizadopara “vaporização” <strong>de</strong> calcinose superficial em pacientes comsíndrome CREST 55 (C).A litotripsia por ondas <strong>de</strong> choque extracorpórea (LECO) po<strong>de</strong>ser efetiva e com baixa morbida<strong>de</strong> em pacientes com síndromeCREST e calcinose ulcerada, reduzindo o número <strong>de</strong> calcificaçõese o tamanho das ulcerações 56 (C).Recomendação 5A warfarina po<strong>de</strong> ser efetiva na fase inicial da calcinose; odiltiazem po<strong>de</strong> reduzir ou melhorar a calcinose; e a minociclinaou a colchicina melhoram a cicatrização das ulceraçõese a inflamação da calcinose. Não há tratamento que tenha semostrado completamente eficaz para a calcinose na esclerosesistêmica.6. Quais tratamentos são benéficos para ofenômeno <strong>de</strong> Raynaud na esclerose sistêmica?Bloqueadores dos canais <strong>de</strong> cálcioOs bloqueadores dos canais <strong>de</strong> cálcio, especialmente os di-hidropiridínicos,são consi<strong>de</strong>rados drogas eficazes no tratamentodo FRy secundário à ES. 57 Os bloqueadores dos canais <strong>de</strong>cálcio diminuem o número <strong>de</strong> ataques isquêmicos (weightedmean difference, WMD, −8,31; IC 95%: −15,71 a −0,91; P = 0,03) e agravida<strong>de</strong> dos mesmos em 35% (standard mean difference, SMD,−0,69; IC 95%: −1,21 a −0,17; P = 0,01), com até duas semanas<strong>de</strong> tratamento. O uso da nifedipina na dose <strong>de</strong> 10-20 mg, 3x/dia, reduz o número dos ataques isquêmicos (WMD: −10,21; IC95%: −20,09 a −0,34; P = 0,04) entre 2 e 12 semanas 57 (B). A nifedipina<strong>de</strong>ve ser utilizada como primeira opção no tratamentodo FRy do paciente com ES.Em um estudo clínico randomizado, a nicardipina nãomostra redução estatisticamente significativa (P > 0,05) nafrequência e gravida<strong>de</strong> dos ataques isquemicos 58 (B).O diltiazem, comparado com placebo, não mostroueficácia 59 (B) na redução da frequência ou gravida<strong>de</strong> do FRy emum ensaio clínico. Apesar <strong>de</strong> não haverem ensaios clínicoscontrolados, a anlodipina também po<strong>de</strong> ser uma opção à nifedipinano tratamento do FRy 60 (D).Análogos da prostaciclinaUm ensaio clínico randomizado com placebo mostrou quea iloprosta endovenosa na dose <strong>de</strong> 0,5-2 ng/kg/minuto emseis horas durante cinco dias consecutivos reduz em médiao número <strong>de</strong> ataques isquêmicos (39,1-22,2%; P = 0,005) e


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275263diminui a gravida<strong>de</strong> (34,8-19,7%; P = 0,01) das crises em aténove semanas 61 (B). Três semanas <strong>de</strong> tratamento com iloprosta,aplicado EV durante seis horas em baixa dose (0,5 ng/kg/min), é tão eficaz quanto alta dose (dose máxima toleradaaté 2 ng/kg/min). Ambos reduzem a frequência do FRy (40%)e sua duração (30%) até uma semana após o término dotratamento 37 (B). No entanto, <strong>de</strong>vemos lembrar que a iloprostanão está disponível comercialmente no Brasil e que o custo--benefício <strong>de</strong>sfavorável restringe sua indicação para pacientescom casos graves <strong>de</strong> FRy associado à ES.A iloprosta oral, na dose <strong>de</strong> 50 μg 2x/dia por seis semanas,não reduz a duração, a frequência e a severida<strong>de</strong> dos ataquesisquêmicos, na análise <strong>de</strong> 6 e 12 meses (P > 0,05 para todos os<strong>de</strong>sfechos) 62 (B).A iloprosta endovenosa (2 ng/kg/min/8h por 3-5 dias consecutivose <strong>de</strong>pois um dia a cada 6-8 semanas) mostra ser ligeiramentesuperior (P = 0,04) à nifedipina (30-60 mg/dia) nocontrole dos sintomas do FRy <strong>de</strong> pacientes com ES 63,64 (B).Os efeitos adversos relatados com a iloprosta incluemnáusea/vômito (83%), dor mandibular (69%), mialgia (34%),diarreia (28%) e calafrios (17%). Com a nifedipina, a taquicardiaé relatada em 6% 63,64 (B).Bloqueadores alfa-adrenérgicosDois estudos mostram resultados mo<strong>de</strong>stos com prazosin notratamento do FR 65 (A). Em um estudo com maior número <strong>de</strong>pacientes incluídos (20), o uso do prazosin VO (3 mg/dia poroito semanas) mostra uma redução na frequência <strong>de</strong> ataquespor semana (MD: −3,5; IC 95%: −5,85 a −1,15) e uma taxa <strong>de</strong>efeitos colaterais <strong>de</strong> 18% 66 (B).Antagonistas dos receptores da endotelinaA bosentana, um antagonista oral dos receptores da endotelina,em pacientes com ES e FRy sem úlcera digital pré-existente;na dose <strong>de</strong> 62,5 mg 2x/dia por quatro semanas, seguido <strong>de</strong> 125mg 2x/dia por 12 semanas não melhora a frequência, a duração,a dor ou a severida<strong>de</strong> dos ataques <strong>de</strong> FRy (P > 0,05) 67 (B).Inibidores da enzima conversora <strong>de</strong> angiotensina I (IECA) eantagonistas <strong>de</strong> receptores da angiotensina IIO quinapril, na dose <strong>de</strong> 80 mg/dia, ou em dose máxima tolerada,não reduz a frequência (diferença média, DM, <strong>de</strong> 0,3; IC95%: −5,6 a 6,3) e a gravida<strong>de</strong> (DM: 0,1; IC 95%: −6,1 a 6,3) dosataques <strong>de</strong> FRy 68 (B).A losartana (50 mg/dia), quando comparada com a nifedipina(40 mg/dia), por 12 semanas, não mostra diferença significativana frequência e na gravida<strong>de</strong> dos ataques <strong>de</strong> FRysecundário a ES, na análise <strong>de</strong> 3 e 15 semanas (P > 0,05) 69 (B).Inibidores da fosfodiesteraseUm ensaio clínico com um número pequeno <strong>de</strong> pacientescom tadalafila, na dose <strong>de</strong> 20 mg em dias alternados por seissemanas, em pacientes com ES ou doença mista do tecidoconjuntivo, em uso <strong>de</strong> bloqueadores dos canais <strong>de</strong> cálcio (72%também tomando outros vasodilatadores), mostrou reduçãoda frequência (2,29 vs. 3,37; P = 0,0004), da duração (34 minvs. 55 min; P = 0,02) e da gravida<strong>de</strong> (P < 0,0005) dos episódios<strong>de</strong> FRy 70 (B). Em outro ensaio clínico com tadalafila como monoterapia,20 mg/dia por quatro semanas, em mulheres comFRy secundário a ES, não houve redução na frequência (P =NS), na duração (P = NS) e na gravida<strong>de</strong> (P = NS) dos ataquesisquêmicos 71 (B).Análise dos ensaios clínicos com reduzido número <strong>de</strong> pacientes,estudos abertos e relatos <strong>de</strong> casos avaliando a sil<strong>de</strong>nafilamostraram redução da gravida<strong>de</strong> e do número <strong>de</strong> crises<strong>de</strong> FRy em pacientes com ES 72 (D).O uso da sil<strong>de</strong>nafila <strong>de</strong> liberação prolongada, na dose <strong>de</strong>100 mg/dia por três dias, seguido <strong>de</strong> 200 mg/dia por 25 dias,em pacientes com FRy secundário à ESl, reduziu a frequênciados episódios por semana (44% vs. 18,1%; P = 0,034), mas nãoreduziu a duração e a dor (P = NS) 73 (B). Essa é uma boa opçãoterapêutica nos pacientes com ES não responsivos aos bloqueadores<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> cálcio. No entanto, a sil<strong>de</strong>nafila <strong>de</strong>liberação prolongada não está disponível no mercado brasileiro.Outros medicamentosO ciclofenil não é efetivo no tratamento do FRy secundário àES 74 (B).A ketanserina não reduz a frequência [DM (fixo): 25,20 (IC95%: 22,55, 27,85)] e a duração [DM (fixo): 4,10 (IC 95%: 3,57,4,63)] <strong>de</strong> FRy secundário à ES 75 (A).A atorvastatina, comparada com placebo, não melhora agravida<strong>de</strong> do FRy secundário à ES (DM: −0,8; IC 95%: −2,52 a0,92; P = 0,35) 76 (B).O uso <strong>de</strong> antioxidantes (selênio, betacaroteno, vitamina E,vitamina C e metionina associados com alopurinol) em pacientescom FRy secundário à ES não reduz o número e a duraçãodos ataques em até 10 semanas 77 (B).Recomendações 6Bloqueadores dos canais <strong>de</strong> cálcio po<strong>de</strong>m reduzir a frequênciae a gravida<strong>de</strong> dos ataques isquêmicos em pacientes comfenômeno <strong>de</strong> Raynaud secundário à esclerose sistêmica. Devemser as drogas <strong>de</strong> primeira linha no tratamento do fenômeno<strong>de</strong> Raynaud da esclerose sistêmica.A iloprosta endovenosa diminui o número <strong>de</strong> ataques isquêmicose sua gravida<strong>de</strong>. A dose baixa é tão eficaz quanto aalta dose em pacientes com fenômeno <strong>de</strong> Raynaud secundárioà esclerose sistêmica. Não está disponível no Brasil.O uso da sil<strong>de</strong>nafila <strong>de</strong> liberação prolongada em pacientescom fenômeno <strong>de</strong> Raynaud secundário à esclerose sistêmicalimitada reduz a frequência dos ataques. Não está disponívelno Brasil.7. Quais tratamentos são benéficos para asúlceras isquêmicas na esclerose sistêmica?Análogos da prostaciclinaDois ensaios clínicos randomizados mostraram efeitos benéficosda iloprosta endovenosa no tratamento <strong>de</strong> úlceras isquêmicas.Em um ensaio clínico, a iloprosta EV (0,5-2 ng/kg/


264 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275min, em seis horas <strong>de</strong> infusão, durante cinco dias consecutivos),comparado com placebo, mostrou um número maior <strong>de</strong>pacientes com cicatrização completa <strong>de</strong> lesão digital isquêmicacutânea (úlcera, fissura ou paroníquia) em 85% (numbernee<strong>de</strong>d to treat, NNT = 1) até 10 semanas 78 (B). Em outro ensaioclínico, o grupo que fez uso <strong>de</strong> iloprosta apresentou 14,7% amais <strong>de</strong> pacientes com cicatrização <strong>de</strong> pelo menos 50% donúmero <strong>de</strong> lesões digitais em até três meses em comparaçãoao grupo placebo, porém sem significância estatística (P =0,06) 61 (B). A iloprosta EV não reduziu o número <strong>de</strong> pacientescom novas lesões até nove meses (NNT = NS) 61 (B).Três semanas <strong>de</strong> tratamento com iloprosta, aplicado EVdurante seis horas em baixa dose (0,5 ng/kg/min), foi tãoeficaz quanto alta dose (dose máxima tolerada até 2 ng/kg/min). A alta dose reduziu em 76,2% o número <strong>de</strong> úlceras digitais,e a baixa dose em 61% na análise <strong>de</strong> uma semana apóso término do tratamento. Não houve diferença na redução<strong>de</strong> úlceras digitais entre as duas terapias, com significânciaestatística (P = NS) 37 (B).Comparando a iloprosta EV (0,5-2 ng/kg/min/8 horas emtrês dias consecutivos e uma infusão adicional na semana8) com a nifedipina (30 mg/dia, aumentando para 60 mg/dia após quatro semanas, durante 12 semanas), observou-seredução no número <strong>de</strong> lesões digitais (úlcera, fissura e paroníquia)em ambos os grupos, sem diferença entre os doistratamentos em 16 semanas (DM: −0,8; IC 95%: −2,09 a 0,49;P = 0,20) 64 (B).O uso do alprostadil (prostaglandina E1) em infusões endovenosasmostrou melhora sintomática em 17 <strong>de</strong> 20 infusõesem 12 pacientes, com cicatrização <strong>de</strong> 35 das 65 úlcerasisquêmicas entre duas e seis semanas após tratamento, compersistência dos benefícios por período entre 1-18 meses 79 (C).Um ensaio clínico que comparou a eficácia da iloprosta com oalprostadil endovenoso em pacientes com FRy e úlceras digitaismostrou melhora significativa na cicatrização das úlcerasem ambos os grupos 80 (B). Porque a iloprosta não é atualmentecomercializada no Brasil, a infusão endovenosa do alprostadiltornou-se uma opção em casos <strong>de</strong> úlceras isquêmicas gravesrefratárias ao tratamento convencional.Antagonistas dos receptores da endotelinaA bosentana foi avaliada em dois ensaios clínicos randomizadoscom pacientes com ES. Em pacientes com ES e pelo menosuma úlcera digital (UD) ativa, a bosentana (62,5 mg VO, 2x/diapor quatro semanas e 125 mg 2x/dia por mais 20 semanas),comparado com placebo, reduziu em 30% o número <strong>de</strong> novasúlceras digitais (média ± ES: 1,9 ± 0,2 vs. 2,7 ± 0,3; P = 0,04), até24 semanas. Não foi observado efeito do tratamento, no tempo<strong>de</strong> cicatrização completa, até 24 semanas, para todas asUDs já existentes (HR 0,94, IC 95% 0,65-1,37, P = 0,74) ou paratodas as novas UD (HR: 1,40; IC 95%: 0,78-2,51; P = 0,26) 81,82 (A).Inibidores da fosfodiesteraseEm um estudo tipo cruzado com pequeno número <strong>de</strong> pacientescom ES ou doença mista do tecido conjuntivo, em uso <strong>de</strong>bloqueadores dos canais <strong>de</strong> cálcio (72% também tomando outrosvasodilatadores), a tadalafila (20 mg/dias alternados porseis semanas), comparando com placebo, cursou com cicatrizaçãoem 100% das lesões digitais (úlcera ou fissura), comparadocom 23% do grupo placebo (P < 0,001; NNT = 2) e preveniuo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas lesões isquêmicas em 92% (P =0,001) 70 (B). Como não foi avaliada a ação da tadalafila comodroga vasodilatadora isolada na condução <strong>de</strong> úlceras isquêmicasna ES, sua eficácia não fica bem estabelecida.Em um estudo aberto avaliando a sil<strong>de</strong>nafila em 19 pacientescom ES com úlceras digitais refratárias ao tratamentoconvencional, o tratamento com sil<strong>de</strong>nafila (50-150 mg/dia)levou à redução significativa no número <strong>de</strong> úlceras ao final <strong>de</strong>um período <strong>de</strong> seis meses 83 (B).Outros medicamentosA atorvastatina (40 mg/dia por quatro meses), comparadacom placebo, reduziu o número total <strong>de</strong> UD (DM: −0,6; IC 95%:−1,15 a −0,04; P = 0,03) e o número <strong>de</strong> novas UDs (P = 0,003), naanálise <strong>de</strong> quatro meses, em apenas um estudo clínico 76 (B).Recomendações 7Em pacientes com esclerose sistêmica, a iloprosta endovenosaaumenta o número <strong>de</strong> úlceras digitais ativas cicatrizadas.A baixa dose é tão eficaz quanto a alta dose, e não existe diferençana redução do número <strong>de</strong> lesões digitais com o uso<strong>de</strong> iloprost endovenoso ou nifedipina. Não está disponível noBrasil.O alprostadil endovenoso po<strong>de</strong> ser uma opção para o tratamento<strong>de</strong> úlceras isquêmicas graves refratárias ao tratamentoconvencional, <strong>de</strong>vido à não disponibilida<strong>de</strong> da iloprosta nopaís.Em pacientes com esclerose sistêmica, a bosentana diminuio aparecimento <strong>de</strong> novas úlceras digitais.O uso da sil<strong>de</strong>nafila po<strong>de</strong> contribuir para a redução do número<strong>de</strong> úlceras digitais.8. Quais são os tratamentos <strong>de</strong> manutenção parase evitar a recorrência <strong>de</strong> úlceras isquêmicas naesclerose sistêmica?Antagonistas dos receptores da endotelinaDois ensaios clínicos randomizados com bosentana versusplacebo mostraram redução significativa no número <strong>de</strong> novasúlceras digitais em pacientes com ES no grupo bosentana. Emensaio clínico com 122 pacientes com ESd ou ESl e históriaprévia <strong>de</strong> UD, o tratamento com bosentana, por 12 semanas,reduziu em 48% o número <strong>de</strong> novas úlceras digitais, particularmentenos pacientes com ESd e com múltiplas UDs [RAPI-DS-1 study] 81 (A).Em um segundo ensaio clínico, com vinte e quatro semanas<strong>de</strong> tratamento com bosentana em pacientes com pelomenos uma úlcera digital isquêmica ativa, houve redução donúmero <strong>de</strong> novas UDs em 30%, com melhor resultado naquelesportadores <strong>de</strong> UDs múltiplas[RAPIDS-2 study] 82 (A).A dose preconizada da bosentana é <strong>de</strong> 62,5 mg 2x/ao diano primeiro mês e 125 mg 2x/dia a partir do segundo mês<strong>de</strong> tratamento. Os efeitos adversos com o uso da bosentanaincluem elevação das transaminases (14-12,5%), diarreia


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275265(9%), e<strong>de</strong>ma periférico (18,8%), taquicardia ventricular epneumonia 81,82 (A).Recomendação 8Como tratamento da prevenção da recorrência <strong>de</strong> novas úlcerasisquêmicas, recomenda-se os antagonistas dos receptoresda endotelina, em particular a bosentana.9. Quais tratamentos são benéficos para ahipomotilida<strong>de</strong> esofágica e intestinal na esclerosesistêmica?A metoclopramida melhora a pressão do esfíncter inferiordo esôfago e o esvaziamento gástrico, porém não melhora amotilida<strong>de</strong> esofágica 84,85 (C). A <strong>de</strong>speito da não existência <strong>de</strong>estudos randomizados <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a metoclopramida e adomperidona, prescritas 30 minutos antes das refeições, sãoutilizadas <strong>de</strong> rotina na manutenção do tratamento <strong>de</strong> pacientescom hipomotilida<strong>de</strong> esofágica.O uso prolongado (seis meses) <strong>de</strong> octreoti<strong>de</strong> <strong>de</strong> longa duração– um análogo da somatostatina – em pacientes comES e doença do intestino <strong>de</strong>lgado que não respon<strong>de</strong>m ao uso<strong>de</strong> pró-cinéticos po<strong>de</strong> melhorar os sintomas e a qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sses indivíduos 86 (C). A associação <strong>de</strong> octreoti<strong>de</strong> eeritromicina po<strong>de</strong> melhorar os sintomas relacionados coma pseudo-obstrução intestinal (distensão, dor abdominal enáuseas) 87 (C).Recomendação 9Os agentes pró-cinéticos (metoclopramida, domperidona, octreoti<strong>de</strong>)<strong>de</strong>vem ser utilizados para melhorar os sintomas relacionadoscom a dismotilida<strong>de</strong> gastrointestinal.do RGE e da esofagite. O tratamento com o lanzoprazol 30mg/dia, após seis meses, <strong>de</strong>monstra melhora nos sintomas(queimação retroesternal, regurgitação e disfagia, com aumentona frequência <strong>de</strong> diarreia). Entretanto, em 12 meses<strong>de</strong> seguimento, há piora nos sintomas <strong>de</strong> disfagia 91 (B).O esôfago <strong>de</strong> Barrett é uma complicação <strong>de</strong>corrente doRGE crônico, inclusive em pacientes com ES. Durante o seguimento<strong>de</strong>sses pacientes em três anos, 3% ao ano evoluicom displasia <strong>de</strong> alto grau ou a<strong>de</strong>nocarcinoma esofágico. Aincidência <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nocarcinoma aumenta progressivamentenos pacientes com displasia 92 (B).Na presença <strong>de</strong> sintomas esofágicos, principalmente <strong>de</strong>refluxo, pacientes com ES não responsivos ao tratamentocom medicamentos po<strong>de</strong>m ser submetidos a vários tipos <strong>de</strong>procedimentos cirúrgicos, incluindo esofagectomia, fundoplicaturalaparoscópica com ou sem gastroplastia e Y-Rouxlaparoscópico, para tratamento do RGE. Após a avaliação <strong>de</strong>dois anos, a disfagia é reduzida (0,42 vs. 1,86), e há melhorcontrole do refluxo 93 (B). No entanto, po<strong>de</strong> haver recidiva tardiado quadro esofágico em pacientes com ES, razão pelaqual essas cirurgias não são comuns em pacientes esclerodérmicos.Recomendação 10Os inibidores <strong>de</strong> bomba <strong>de</strong> próton melhoram a esofagite <strong>de</strong>refluxo e os sintomas <strong>de</strong> refluxo gastroesofágico, e consequentementeas complicações locais ou respiratórias. Noscasos não responsivos ao tratamento clínico, a cirurgia po<strong>de</strong>trazer benefício.11. Quais tratamentos são benéficos paraa síndrome <strong>de</strong> má absorção na esclerosesistêmica?10. Quais tratamentos são benéficos para orefluxo gastroesofágico e suas complicações naesclerose sistêmica?Pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> ES com duração média <strong>de</strong>seis anos, sem uso <strong>de</strong> medicação, em diferentes estágios <strong>de</strong>gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acometimento esofágico (estágio I a IV), apresentamcomprometimento distinto com relação ao sistemarespiratório. Há aumento <strong>de</strong> 30-40% no acometimentopulmonar nos estágios graves <strong>de</strong> doença esofágica, incluindoo refluxo gastroesofágico (RGE), com piora na função ena <strong>de</strong>terioração progressiva respiratória em dois anos <strong>de</strong>seguimento 88 (B).A ES com história <strong>de</strong> RGE e sintomas típicos, como queimaçãoretroesternal ou regurgitação ácida, po<strong>de</strong> ser tratadacom omeprazol 20 mg 2x/dia por seis semanas, ou omeprazol20 mg associado à ranitidina 300 mg. Como resultado, hámelhora no escore <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e nos sintomas, semdiferença entre as duas formas <strong>de</strong> tratamento 89,90 (B).O trato gastrointestinal é um dos sistemas mais acometidosna ES, com 44% dos pacientes sofrendo <strong>de</strong> RGE e 15%<strong>de</strong> dismotilida<strong>de</strong> esofágica. O tratamento com inibidores <strong>de</strong>bomba <strong>de</strong> próton é recurso terapêutico para os sintomasA dismotilida<strong>de</strong> esofágica e as anormalida<strong>de</strong>s na função intestinalsão importantes manifestações da ES, po<strong>de</strong>ndo terum efeito significativo na absorção <strong>de</strong> nutrientes e no estadonutricional <strong>de</strong>sses pacientes. Em relação à ingesta <strong>de</strong>nutrientes, a medidas antropométricas e ao estado nutricionalbioquímico, pacientes com ES e sintomas gastrointestinais,quando comparados com pacientes saudáveis,<strong>de</strong>monstram semelhança na ingesta <strong>de</strong> nutrientes e energia,mas com redução na ingesta <strong>de</strong> fibras, vegetais e frutas.Há aumento <strong>de</strong> 50% no risco <strong>de</strong> má nutrição nos pacientescom ES 94 (B). Utilizando-se escore <strong>de</strong> avaliação do estadonutricional (Malnutrition Universal Screening Tool – MUST),verifica-se que 18% dos pacientes com ES encontram-se emelevado risco <strong>de</strong> má nutrição, a qual está correlacionadacom falta <strong>de</strong> apetite e distensão abdominal 95 (B).Estudos abertos mostram melhora no tratamento comantibióticos, que terminou com os sintomas <strong>de</strong> má-absorção,e a normalização do teste <strong>de</strong> D-Xilose e da absorção<strong>de</strong> vitamina B12 após tratamento com antibióticos em pacientescom ES. Houve aumento do apetite e ganho <strong>de</strong> peso,correção da anemia e redução da distensão abdominal e dador 96,97 (C).Um estudo com pequeno número <strong>de</strong> pacientes com EScom sintomas compatíveis com má absorção intestinal


266 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275e não responsivos a tratamento prévio com agentes pró--cinéticos, que receberam octreoti<strong>de</strong> 0,1 mg SC 2x/ dia ouoctreoti<strong>de</strong> 20 mg/mês intramuscular mostrou uma significativaredução na gravida<strong>de</strong> dos sintomas após seis meses<strong>de</strong> tratamento (0,7 ± 0,5; P = 0,003) 86 (C).Pacientes com sinais <strong>de</strong> falência intestinal, com proliferaçãobacteriana, má absorção e ausência <strong>de</strong> resposta a antibióticospo<strong>de</strong>m beneficiar-se <strong>de</strong> nutrição parenteral parasuporte nutricional 98 (B).Um estudo que avaliou o efeito da rifamicina (400 mg3x/dia) por 10 dias em pacientes com ES com sinais <strong>de</strong>proliferação bacteriana intestinal mostrou erradicação daconcentração anormal bacteriana em 73,3% e redução nossintomas em 72,7% dos casos 99 (B). Apesar <strong>de</strong> não haver estudoprospectivo randomizado, a rotação <strong>de</strong> antibióticos(preferencialmente metronidazol, tetraciclina, amoxacilinae ciprofloxacina) é geralmente preconizada nos casos <strong>de</strong>diarreia crônica <strong>de</strong>vido à proliferação bacteriana em síndrome<strong>de</strong> alça estagnada em pacientes com ES.Recomendação 11O uso <strong>de</strong> procinéticos, como o octreoti<strong>de</strong>, melhora a gravida<strong>de</strong>dos sintomas relacionados à motilida<strong>de</strong> intestinal.Antibióticos em esquema <strong>de</strong> rotação po<strong>de</strong>m ser utilizadospara erradicar a proliferação bacteriana.Suporte nutricional (nutrição parenteral) po<strong>de</strong> ser benéficonos casos mais graves <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição.12. Quais tratamentos são benéficos para apneumopatia intersticial na esclerose sistêmica?A pneumopatia intersticial rapidamente progressiva presentena ES, entre outras doenças autoimunes, po<strong>de</strong> sertratada com ciclofosfamida (6-9 ciclos IV – 0,5 g/m 2 <strong>de</strong> áreacorpórea), junto a um curso <strong>de</strong> 50 mg <strong>de</strong> prednisolona, nadose <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> 5-7,5 mg/dia, obtendo-se melhorana tolerância ao exercício e na função pulmonar. No seguimento<strong>de</strong> 10 meses, os achados radiológicos <strong>de</strong> base permanecemestáveis 100 (C).Pacientes com ES, fisiologia pulmonar restritiva, dispneiae evidência <strong>de</strong> doença pulmonar intersticial inflamatóriarecebendo ciclofosfamida oral (≤ 2 mg/kg/dia) por dois anosapresentam melhora na capacida<strong>de</strong> vital forçada (CVF) <strong>de</strong>2,5%, mantida por 24 meses. Há aumento na frequência <strong>de</strong>eventos adversos com o uso <strong>de</strong> ciclofosfamida, mas não hádiferença significativa em comparação a pacientes não tratadoscom relação a eventos adversos graves 38 (A).A presença <strong>de</strong> pneumopatia difusa, diagnosticada por TC<strong>de</strong> alta resolução anormal (aspecto <strong>de</strong> “vidro fosco”) e/ou<strong>de</strong>terioração da capacida<strong>de</strong> vital forçada e/ou da capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> difusão do monóxido <strong>de</strong> carbono (DLCO), em pacientescom ES há 14,2 ± 8,3 meses, po<strong>de</strong>m ser tratados com pulsosmensais <strong>de</strong> ciclofosfamida IV (750-1.000 mg/m 2 ) combinadocom 1 g <strong>de</strong> metilprednisolona, e entre o tratamento, dosesorais diárias <strong>de</strong> esteroi<strong>de</strong>s (6-8 mg <strong>de</strong> metilprednisolona).Após 6, 24 e 48 meses <strong>de</strong> tratamento, a DLCO <strong>de</strong>teriorou em23,1%, 33,3% e 41,6%; melhorou em 15,3%, 16,6% e 33,3%;e estabilizou em 61,5%, 50% e 25% dos casos, respectivamente.Em 6, 12, 24 e 48 meses <strong>de</strong> tratamento a CVF <strong>de</strong>teriorouem 15,3%, 23,0%, 33,3% e 33,3%; melhorou em 7,6%,15,3%, 16,6% e 16,6%; e estabilizou em 76,9%, 61,5%, 50,0% e50,0%, respectivamente. Em relação à imagem da TC <strong>de</strong> tórax,houve <strong>de</strong>terioração em 38,4%, e melhora ou estabilizaçãoem 61,5%. Não há complicações relacionadas a eventosadversos 101 (C).Em pacientes com ES e pneumopatia intersticial, em trêsanos <strong>de</strong> seguimento, o uso <strong>de</strong> ciclofosfamida (1 g/m 2 /dose aomês por 12 meses) associado a prednisona (60 mg/dia duranteum mês) não produziu diferença na capacida<strong>de</strong> vitalforçada, no volume expiratório forçado, na difusão <strong>de</strong> CO ena ocorrência <strong>de</strong> infecção, quando comparado ao tratamentocom ciclofosfamida isolada 102 (A).A análise <strong>de</strong> pacientes com ES e diagnóstico <strong>de</strong> pneumopatiaintersticial difusa tratados com ciclofosfamida oral(1-2,5 mg/kg/dia) ou endovenosa (500-750 mg/m 2 ) comparadocom pacientes não tratados, ou tratados com azatioprinapor 12 meses, apresentam os seguintes resultados: nãohouve diferença entre as formas <strong>de</strong> tratamento com relaçãoà CVF ou à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> difusão do CO. Há, entretanto, melhorasignificativa na CVF e na difusão <strong>de</strong> CO, em 12 meses,quando os dados dos pacientes em estudos experimentais eobservacionais são analisados em conjunto. Não há diferençaentre o tratamento oral ou EV com a ciclofosfamida 103 (A).O tratamento da pneumopatia intersticial associado à EScom ciclofosfamida 0,4 g/m 2 /mês associado a prednisona0,8 mg/kg/dia <strong>de</strong>monstra melhora em todos os pacientes em12 meses (escore <strong>de</strong> dispneia, tomográfico e na CVF), apesarda recorrência em 48 meses, que justifica a terapia <strong>de</strong>manutenção 104 (B).O uso <strong>de</strong> corticosteroi<strong>de</strong>s em baixas doses (equivalentesa prednisona 5-10 mg/dia) no tratamento <strong>de</strong> manutençãoda pneumopatia intersticial é usado <strong>de</strong> rotina no Brasil. Éimportante, em casos <strong>de</strong> ESd com menos <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong>duração <strong>de</strong> doença, ter cuidado com o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong>crise renal esclerodérmica, observada em pacientes com doses<strong>de</strong> 15 mg ou mais <strong>de</strong> prednisona.Durante período <strong>de</strong> quatro semanas, pacientes com ES epneumopatia intersticial progressiva (presença <strong>de</strong> imagemem “vidro fosco” ou reticular estendida ao menos à confluênciavenosa), medicados com bosentana (62,5 mg 2x/dia,aumentando para 125 mg 2x/dia após quatro semanas) durante12 meses, não apresentam aumento <strong>de</strong> benefício comrelação à caminhada <strong>de</strong> 6 minutos, na mortalida<strong>de</strong> ou melhorana prova <strong>de</strong> função pulmonar, ou na capacida<strong>de</strong> vitalforçada, quando comparado a pacientes não medicadoscom bosentana 105 (A).Um estudo retrospectivo analisando 109 pacientes comESd que receberam micofenolato <strong>de</strong> mofetil, comparadocom 63 controles que utilizaram outros imunossupressores,revelou menor frequência <strong>de</strong> fibrose pulmonar clinicamentesignificante (P = 0,037) e melhor sobrevida em cinco anos (P= 0,027) no grupo em uso <strong>de</strong> micofenolato 106 (B).Ensaios clínicos com pequeno número <strong>de</strong> pacientes mostraramque o rituximabe po<strong>de</strong> ser eficiente no tratamento dapneumopatia intersticial da ES. Um estudo avaliando 15 pacientesem uso <strong>de</strong> rituximabe (dois ciclos <strong>de</strong> 375 mg/m 2 comintervalo <strong>de</strong> duas semanas, no início e após 24 semanas),comparados a seis pacientes em tratamento convencional,


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275267mostrou que o uso do rituximabe esteve associado a melhorasignificativa na CVF (P = 0,0018) e na difusão <strong>de</strong> CO (P =0,017), associado a melhora no escore <strong>de</strong> pele (P < 0,001) 41 (A).Houve manutenção da melhora observada na CVF e na difusão<strong>de</strong> CO após dois anos <strong>de</strong> tratamento 42 (A).Recomendação 12A pneumopatia intersticial associada à esclerose sistêmicatem benefício no tratamento com ciclofosfamida. O micofenolato<strong>de</strong> mofetil e o rituximabe po<strong>de</strong>m representar alternativaspara o tratamento nos casos não responsivos à ciclofosfamida.13. Quais tratamentos são benéficos para ahipertensão arterial pulmonar na esclerosesistêmica?A prevalência <strong>de</strong> HAP em pacientes com ES é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 9%,conforme dados <strong>de</strong> uma recente metanálise 107 (B). Nesse grupo<strong>de</strong> pacientes a hipertensão pulmonar po<strong>de</strong> ocorrer como formapré-capilar (por HAP ou secundária à pneumopatia intersticial)ou pós-capilar (secundária à doença cardíaca esquerda). Odiagnóstico preciso dos mecanismos envolvidos é imperativopara a <strong>de</strong>cisão terapêutica. Um estudo recente i<strong>de</strong>ntificou a reduçãodo volume <strong>de</strong> difusão alveolar <strong>de</strong> monóxido <strong>de</strong> carbono(< 70%) como fator associado a um aumento no risco <strong>de</strong> hipertensãopré-capilar na ES 107 (B).A hipertensão pulmonar é uma condição hemodinâmica<strong>de</strong>finida por pressão média <strong>de</strong> artéria pulmonar ≥ 25 mmHgem repouso, com pressão capilar pulmonar ≤ 15 mmHg, medidaspor cateterismo cardíaco direito.Recentemente, recomendações para o tratamento da HAPforam publicadas pelas <strong>Socieda<strong>de</strong></strong>s Europeias <strong>de</strong> Pneumologiae Cardiologia 108 (D). O tratamento da HAP po<strong>de</strong> ser dividido emtratamento convencional e específico. O tratamento convencionalda HAP inclui medidas gerais, como oxigenioterapia (empacientes com saturação <strong>de</strong> oxigênio < 90% no repouso ou apósexercício), uso <strong>de</strong> diuréticos (para o tratamento da sobrecarga<strong>de</strong> volume na insuficiência cardíaca direita) e digoxina (parao tratamento da insuficiência cardíaca direita complicada porarritmia atrial), além <strong>de</strong> anticoagulação (indicada em pacientescom “HAP grave”, sem <strong>de</strong>finição específica). O uso <strong>de</strong> bloqueadores<strong>de</strong> canais do cálcio em altas doses (como a nifedipina) éreservado ao pequeno grupo (< 2%) <strong>de</strong> pacientes que apresentamvasoreativida<strong>de</strong> positiva (diminuição da pressão pulmonararterial média ≥ 10 mmHg com redução para níveis ≤ 40 mmHg,com melhora ou normalização do índice cardíaco) pelo testeagudo com vasodilatador durante teste hemodinâmico 108 (D).O tratamento específico da HAP baseia-se no uso <strong>de</strong> trêsgrupos <strong>de</strong> vasodilatadores que agem em três vias envolvidasna fisiopatologia da doença: os prostanoi<strong>de</strong>s (epoprostenol, iloprosta),os antagonistas dos receptores da endotelina (bosentanae ambrisentan) e os inibidores da fosfodiesterese-5 (sil<strong>de</strong>nafilae tadalafila) 108 (D).Análogos da prostaciclinaO epoprostenol IV foi a primeira droga específica aprovadapara o tratamento da HAP. Ensaio clínico randomizadocom pacientes com doenças do espectro da ES, com tratadoscom epoprostenol IV (≤ 2 ng/kg/min) associado à terapiaconvencional, comparado ao tratamento apenas com aterapia convencional, <strong>de</strong>monstrou os seguintes resultadosem 12 semanas: aumento <strong>de</strong> 108 m na distância percorridaem 6 minutos; redução <strong>de</strong> 26 mmHg na pressão arterial pulmonar;redução <strong>de</strong> 25,5 mmHg/L por minuto na resistênciavascular; redução em 50% dos casos na classe funcional; emelhora no escore <strong>de</strong> dispneia e <strong>de</strong> fadiga. Não houve diferençasignificativa na mortalida<strong>de</strong>. Os eventos adversos incluem:dor, náusea, anorexia, sepse, celulite, hemorragia epneumotórax 109 (A). No entanto, além <strong>de</strong> não estar disponívelcomercialmente no Brasil, o epoprostenol requer cuidadosespeciais <strong>de</strong>vido ao uso em bomba <strong>de</strong> infusão contínua.Diversos análogos da prostaciclina, como iloprosta (inalatóriaou endovenosa), trepostinil e beraprost, tambémmostraram resultados favoráveis em pacientes com HAPidiopática, mas são poucos os estudos mostrando sua eficáciana ES 108 (D) 110 (B).Antagonistas dos receptores da endotelinaA bosentana foi avaliada em ensaio clínicos randomizados,mostrando ter sido capaz <strong>de</strong> promover melhora no teste <strong>de</strong>caminhada <strong>de</strong> 6 minutos, associada à melhora hemodinâmica<strong>de</strong> pacientes com HAP, incluindo pacientes com HAPassociada à ES 111,112 (A). No primeiro ensaio clínico, pacientessintomáticos graves, com hipertensão pulmonar primáriaou secundária à ES (classe funcional III–IV), distância percorridaem 6 minutos entre 150-500 m, pressão pulmonarmédia ≥ 25 mmHg, pressão capilar pulmonar < 15 mmHg eresistência vascular pulmonar > 240 dyn s cm −5 foram randomizadospara receber 62,5 mg <strong>de</strong> bosentana 2x/dia porquatro semanas iniciais, seguido <strong>de</strong> dose <strong>de</strong> 125 mg 2x/diapor 12 semanas, ou placebo. Os resultados, quando comparadoscom pacientes não tratados, mostraram melhora nadistância percorrida em 6 minutos (diferença <strong>de</strong> 76 m), melhorado índice cardíaco (aumento <strong>de</strong> 1,0 L min –1 m –2 ), reduçãona resistência vascular pulmonar (redução <strong>de</strong> 415 dyns cm −5 ) e redução no índice <strong>de</strong> dispneia (Borg) no grupo querecebeu bosentana 111 (A).Já a ambrisentana, nas doses <strong>de</strong> 5-10 mg/dia, tambémmostrou resultados favoráveis em ensaios clínicos com pacientescom HAP idiopática e em estudos iniciais com pacientescom ES 113,114 (B).Inibidores da fosfodiesterase-5A sil<strong>de</strong>nafila foi avaliada em um ensaio clínico randomizadocom 278 pacientes com hipertensão pulmonar <strong>de</strong> causaidiopática, associada com doença <strong>de</strong> tecido conjuntivo (15%com ES), ou após correção cirúrgica <strong>de</strong> shunt pulmonar-sistêmico.Os pacientes receberam sil<strong>de</strong>nafila nas doses <strong>de</strong> 20,40 ou 80 mg 3x/dia, por 12 semanas, resultando em aumentona distância percorrida em 6 minutos <strong>de</strong> 45 m (+13,0%),46 m (+13,3%) e 50 m (+14,7%), respectivamente. Todas asdoses <strong>de</strong> sil<strong>de</strong>nafila levaram à melhora hemodinâmica eda classe funcional. Os efeitos adversos mais comuns sãocefaleia, rubor facial, hipotensão, dispepsia e diarreia 115 (A).Uma análise post-hoc <strong>de</strong> um subgrupo <strong>de</strong> pacientes com ES


268 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275e outras doenças do tecido conjuntivo incluídos no estudoacima mostrou aumento na distância percorrida em 6 minutosno grupo tratado. Houve também melhora <strong>de</strong> classefuncional em 29% a 42% dos pacientes, comparado com 5%nos pacientes não tratados 116 (B).A tadalafila também se mostrou útil para o tratamentoda HAP, com melhora da capacida<strong>de</strong> do exercício, qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida e redução da piora clínica em ensaio clínico com406 pacientes com HAP, incluindo 95 pacientes com HAPassociada a doenças do tecido conjuntivo 117 (A).Terapia combinadaA terapia combinada também vem sendo objetivo <strong>de</strong> diversosensaios clínicos, e po<strong>de</strong> ser uma opção para pacientesque não respon<strong>de</strong>ram a<strong>de</strong>quadamente à monoterapia 108 (D).Recomendação 13O tratamento da hipertensão arterial pulmonar na esclerosesistêmica inclui terapia convencional e o uso <strong>de</strong> trêsclasses <strong>de</strong> medicações específicas: os análogos da prostaciclina(epoprostenol, iloprosta), os antagonistas dos receptoresda endotelina (bosentana) e os inibidores da 5-fosfodiesterase(sil<strong>de</strong>nafila, tadalafila).14. Quais tratamentos são benéficos para a criserenal esclerodérmica?Durante o seguimento <strong>de</strong> pacientes com ES por quatroanos, 13% <strong>de</strong>senvolvem crise renal, dos quais 56% estavamem uso <strong>de</strong> prednisona, comparado com 26% dos pacientessem crise renal (30%). Em 90% dos pacientes em uso <strong>de</strong>prednisona a dose é ≤ 10 mg/dia até a instalação da criserenal 118 (B). A mortalida<strong>de</strong> dos pacientes com ES em cincoanos é <strong>de</strong> 15%, sem diferença na incidência <strong>de</strong> crise renalou na mortalida<strong>de</strong> entre os pacientes em uso <strong>de</strong> altas (750-1.000 mg/dia) ou baixas doses (125 mg em dias alternados)<strong>de</strong> D-penicilamina 33 (A).Em pacientes com ES, a proporção <strong>de</strong> crise renal po<strong>de</strong> ser<strong>de</strong> 2,8%. Alguns fatores relacionados a medicações favorecema ocorrência <strong>de</strong> crise nesses pacientes, como o uso <strong>de</strong>AINHs, esteroi<strong>de</strong>s em alta dose (> 20 mg/dia), ciclosporina,penicilamina e procedimento cirúrgico. Na apresentação dacrise renal, a maioria dos pacientes apresentava hipertensãograve (94%), insuficiência cardíaca (56%) e anemia microangiopáticahemolítica (81%), e rapidamente progrediram parainsuficiência renal, com hematúria e proteinúria. A evoluçãoclínica da crise renal é pobre, apesar da conduta anti-hipertensivaagressiva (inibidores da ECA, vasodilatadores, betabloqueadores).A mortalida<strong>de</strong> é elevada nos primeiros dias esemanas, e alguns pacientes po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver dano renalpermanente, necessitando <strong>de</strong> diálise e transplante renal. Otratamento com inibidores da ECA por 12 meses produz boaevolução em 50-61% dos casos 118 (B).Na presença <strong>de</strong> ES, a crise renal é caracterizada pela ocorrênciaaguda <strong>de</strong> hipertensão arterial, redução na função renal(redução <strong>de</strong> 30% na filtração glomerular), associadas aum dos seguintes fatores: anemia hemolítica microangiopática,retinopatia hipertensiva, e<strong>de</strong>ma pulmonar, oligúria ouanúria, ou biópsia renal excluindo outras causas. Em pacientescom ESd (78% dos casos) há aumento <strong>de</strong> 10% no risco<strong>de</strong> crise renal, quando comparado com a ESl. Na evoluçãoclínica, 36% <strong>de</strong>sses pacientes não requerem diálise; 23% sãodialisados e recuperam a função renal (bom prognóstico);41% requerem diálise e não recuperam a função renal (mortalida<strong>de</strong>elevada); e, daqueles que sobrevivem, 33% permanecemem diálise por cinco anos. A sobrevida é <strong>de</strong> 82% emum ano, 74% em dois anos, 71% em três anos, 59% em cincoanos, e 47% em 10 anos 119 (B).A aguda e progressiva oligúria por insuficiência renal e/ou a aguda e progressiva hipertensão ocorrendo no curso<strong>de</strong> pacientes com ES induz ao diagnóstico <strong>de</strong> crise renal,que ocorre em 14% <strong>de</strong>sses pacientes após quatro anos doprimeiro sintoma não Raynaud. Geralmente 20% e 60%<strong>de</strong>sses pacientes já estão em uso <strong>de</strong> inibidores da ECA ecorticosteroi<strong>de</strong>s, respectivamente, quando a crise renal seinstala. Após quatro anos <strong>de</strong> seguimento, 56% dos casos requeremdiálise temporária ou crônica;, nenhum chega aotransplante renal, e dos pacientes em diálise permanente(40%) a mortalida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 90%. Todos os pacientes recebeminibidores da ECA, com aumento das doses após a instalaçãoda crise renal. A associação com bloqueadores do canal<strong>de</strong> cálcio, betabloqueadores e alfa- e betabloqueadorespo<strong>de</strong> ser necessária. A sobrevida em um e cinco anos é <strong>de</strong>78% e 69%, respectivamente, e a sobrevida em diálise crônicaé <strong>de</strong> 50% e 41%, respectivamente. Os fatores prognósticos<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> e diálise crônica, na vigência <strong>de</strong> crise renal,são: ida<strong>de</strong> > <strong>53</strong> anos, pressão arterial normal e necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> diálise no diagnóstico da crise renal 120 (B).Os critérios para diagnóstico <strong>de</strong> crise renal hipertensivaem pacientes com ES são pressão arterial sistólica > 140mmHg, pressão arterial diastólica > 90mmHg, aumento napressão sistólica > 30 mmHg ou na diastólica > 20 mmHg,associado a um dos seguintes fatores: aumento na creatininasérica > 50% do início ou na creatinina sérica > 120%da normalida<strong>de</strong>; proteinúria > 2 vezes; hematúria > 2 vezes;trombocitopenia < 100.000 plaquetas/mm 3 ; hemólise; encefalopatiahipertensiva. Os critérios <strong>de</strong> crise renal normotensivaem pacientes com ES são: creatinina sérica > 50%do início ou > 120% da normalida<strong>de</strong> e um dos seguintes fatores:proteinúria > 2 vezes; hematúria > 2 vezes; trombocitopenia< 100.000 plaquetas/mm 3 ; hemólise; encefalopatiahipertensiva.Consi<strong>de</strong>rando, então, os critérios para diagnóstico <strong>de</strong> criserenal hipertensiva e normotensiva em pacientes com ES,é possível avaliar a distribuição, a evolução clínica e o prognóstico<strong>de</strong>sses pacientes: 87% têm crise renal hipertensivae 22% estão em uso <strong>de</strong> inibidor da ECA ou 5% em uso <strong>de</strong>bloqueador renina angiotensina ou 50% em uso <strong>de</strong> corticosteroi<strong>de</strong>s,antes <strong>de</strong> a crise renal se instalar. No seguimento<strong>de</strong> um ano, 50% dos pacientes permanecem em diálise oufalecem 121 (B).Na incidência <strong>de</strong> 12% <strong>de</strong> crise renal em pacientes com ES,20% <strong>de</strong>senvolvem a crise com mais <strong>de</strong> seis meses antes dodiagnóstico <strong>de</strong> ES, 70% entre seis meses ou <strong>de</strong>pois do diagnóstico<strong>de</strong> ES, e 10% após seis meses do diagnóstico <strong>de</strong> ES.Em 20% dos casos a evolução é boa, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diálise.Dos 80% que necessitam <strong>de</strong> diálise, apenas 20% entre um


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275269e dois anos ficam livres da diálise. O transplante renal po<strong>de</strong>ser utilizado em 30% dos casos, com todos esses pacientesutilizando micofenolato mofetil, azatioprina, ciclosporina outacrolimus, não apresentando rejeição pós-transplante e recuperandoa função renal. A sobrevida <strong>de</strong> cinco e 10 anos é<strong>de</strong> 58% e 40%, respectivamente, para os pacientes com criserenal, e <strong>de</strong> 90% e 76%, respectivamente, para os pacientes semcrise renal 122 (B).Recomendação 14Os pacientes com esclerose sistêmica e crise renal <strong>de</strong>vem sertratados com inibidor da ECA em altas doses; diálise e transplanterenal são reservados para os casos que não recuperama função renal precocemente.15. Quais tratamentos são benéficos para oacometimento cardíaco na esclerose sistêmica?Na ES, 10-35% dos pacientes po<strong>de</strong>m ter sintomas cardíacosou arritmias, e a origem cardiopulmonar é responsável por70% da mortalida<strong>de</strong>, com envolvimento cardíaco responsávelpor 11,4-36% das mortes 123-126 (C). Dos pacientes semevidência clínica <strong>de</strong> doença cardíaca, 52-55% têm prejuízono fluxo coronariano 127,128 (C). Parte <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>feitos perfusionaissão fixos, e a redução na perfusão cardíaca é observadaem 82% dos casos 129,130 (C). A prevalência <strong>de</strong> doença coronarianaarterial é <strong>de</strong> 22% nos pacientes com ES, sendo a distribuiçãocomparada com a população <strong>de</strong> referência (comeventos estimados) <strong>de</strong> 47% com angina típica, 50% com anginaatípica e 93% em pacientes com dor não anginosa oucom restrição ventilatória 131 (C).Há sinais <strong>de</strong> benefício <strong>de</strong> agentes vasodilatadores naperfusão miocárdica após a administração IV <strong>de</strong> dipiridamol,no tratamento com a nifedipina, nicardipina ou captopril132-135 (C). O benefício da nifedipina (20 mg, 3x/dia poruma a duas semanas) na perfusão miocárdica po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstradopor meio do estudo perfusional por PET scan eda RM, com aumento <strong>de</strong> 38% no índice global <strong>de</strong> perfusãoe redução <strong>de</strong> 39% no número <strong>de</strong> pacientes com mais <strong>de</strong> umsegmento com <strong>de</strong>feito perfusional 129,136,137 (C).Em pacientes com ES há redução na fração <strong>de</strong> ejeção <strong>de</strong>ventrículo esquerdo (< 55%), <strong>de</strong>pressão sistólica <strong>de</strong> ventrículodireito e diastólica <strong>de</strong> ventrículo esquerdo, com 29%dos pacientes com hipocinesia 138-141 (C). O benefício <strong>de</strong> vasodilatadoresna disfunção miocárdica também foi <strong>de</strong>monstradopor meio da nicardipina (40 mg), com melhora na fração<strong>de</strong> ejeção ventricular esquerda e direita 129,138,142 (C).Na presença <strong>de</strong> arritmias ventriculares em pacientes comES em tratamento concomitante com drogas antiarrítmicas(amiodarona, carvedilol, bloqueadores <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> cálcio),ciclofosfamida e vasodilatores, po<strong>de</strong>-se observar ao ECG osseguintes <strong>de</strong>feitos na condução: BAV <strong>de</strong> 1º grau, bloqueiofascicular anterior esquerdo e bloqueio <strong>de</strong> ramo direito, comcasos > 1.000-5.000 contrações ventriculares prematuras, taquicardiaventricular não sustentada, arritmias ventricularese supraventriculares 143 (C). Em 70% dos pacientes, durante36 meses <strong>de</strong> seguimento, o uso <strong>de</strong> cardioversores implantáveisnesses pacientes <strong>de</strong>monstra ausência <strong>de</strong> choques eritmo cardíaco normal. Os casos apresentando taquicardiaventricular têm reversão com o dispositivo 144 (C).Recomendação 15A frequência <strong>de</strong> doença cardíaca em pacientes com esclerosesistêmica ten<strong>de</strong> a ser elevada (doença miocárdica,coronariana e arrítmica), sendo indicado o tratamento específico,como bloqueador <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> cálcio (nifedipina,nicardipina), inibidores da enzima conversora <strong>de</strong> angiotensina(captopril), amiodarona, carvedilol e revascularizaçãodo miocárdio.Conflitos <strong>de</strong> interesseSampaio-Barros PD: Participação em boards dos laboratóriosAbbott, Janssen, MSD e Pfizer. Recebeu pagamento parapalestras e participação em congressos, simpósios e jornadasdos laboratórios Abbott, Actelion, Jansenn, MSD, Pfizere Roche.Maretti GB: Recebeu bolsa para aperfeiçoamento em capilaroscopiaperiungueal do laboratório Actelion.Os <strong>de</strong>mais autores <strong>de</strong>claram a inexistência <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong>interesse.Apêndice - Estratégias <strong>de</strong> busca por questãoclínica com o número <strong>de</strong> artigos recuperados eselecionadosQuestão 1Quais são os critérios classificatórios para esclerose sistêmica?(((Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic OR Systemic Sclerosis) ANDspecificity[Title/Abstract]) OR ((Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic ORSystemic Sclerosis) AND (classification OR criteria) AND(sensitiv*[Title/Abstract] OR sensitivity and specificity[MeSHTerms] OR diagnos*[Title/Abstract] OR diagnosis[MeSH:noexp]OR diagnostic * [MeSH:noexp] OR diagnosis,differential[MeSH:noexp] OR diagnosis[Subheading:noexp])))Questão 2Qual o papel da capilaroscopia periungueal no diagnósticoprecoce e no seguimento da esclerose sistêmica?((Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic OR Systemic Sclerosis) ANDspecificity[Title/Abstract]) OR ((Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic ORSystemic Sclerosis) AND (classification OR criteria) AND(sensitiv*[Title/Abstract] OR sensitivity and specificity[MeSHTerms] OR diagnos*[Title/Abstract] OR diagnosis[MeSH:noexp]OR diagnostic * [MeSH:noexp] OR diagnosis,differential[MeSH:noexp] OR diagnosis[Subheading:noexp])))Recuperado: 1138Selecionado: 12Questão 3Qual o papel dos autoanticorpos no diagnóstico precoce e noseguimento dos pacientes com esclerose sistêmica?


270 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275(((Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic OR Systemic Sclerosis) ANDspecificity[Title/Abstract]) OR ((Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic ORSystemic Sclerosis) AND (classification OR criteria) AND(sensitiv*[Title/Abstract] OR sensitivity and specificity[MeSHTerms] OR diagnos*[Title/Abstract] OR diagnosis[MeSH:noexp]OR diagnostic * [MeSH:noexp] OR diagnosis,differential[MeSH:noexp] OR diagnosis[Subheading:noexp])))Recuperado: 1138Selecionado: 28Questão 4Quais tratamentos são benéficos para o espessamento cutâneona esclerose sistêmica?(Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic OR Systemic Sclerosis) AND (cutaneousOR skin OR thick* OR tissue) AND (randomized controlledtrial[Publication Type] OR (randomized[Title/Abstract]AND controlled[Title/Abstract] AND trial[Title/Abstract]))Recuperado: 137Selecionado: 21Questão 5Quais tratamentos são benéficos para a calcinose subcutâneana esclerose sistêmica?Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic OR Systemic Sclerosis) AND (calcinosisOR calcium OR subcutaneous)Recuperado: 1374Selecionado: 28Questão 6Quais tratamentos são benéficos para o fenômeno <strong>de</strong> Raynaudna esclerose sistêmica?(Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic OR Systemic Sclerosis) AND RaynaudAND (randomized controlled trial[Publication Type] OR(randomized[Title/Abstract] AND controlled[Title/Abstract]AND trial[Title/Abstract]))Recuperado: 56Selecionado: 20Questão 7Quais tratamentos são benéficos para as úlceras isquêmicasna esclerose sistêmica?(Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic OR Systemic Sclerosis) AND (ulcerOR ulcers OR ulceration OR ulcerative)Recuperado: 766Selecionado: 8Questão 8Quais os tratamentos <strong>de</strong> manutenção para se evitar a recorrência<strong>de</strong> úlceras isquêmicas na esclerose sistêmica?(Sclero<strong>de</strong>rma, Systemic OR Systemic Sclerosis) AND (ulcerOR ulcers OR ulceration OR ulcerative) AND (recurrence ORrelapse OR refractory OR follow-up OR cohort OR time factorsOR response OR recru<strong>de</strong>scence OR prognosis)Recuperado: 270Selecionado: 21Questão 9Quais tratamentos são benéficos para a hipomotilida<strong>de</strong> esofágicae intestinal na esclerose sistêmica?(sclero<strong>de</strong>rma, systemic OR systemic sclerosis) AND (esophagealdiseases OR esophagus OR intestinal diseases OR intestin*OR motility OR bloating OR distention) AND (sclero<strong>de</strong>rma,systemic OR systemic sclerosis) AND (esophageal diseases OResophagus OR intestinal diseases OR intestin* OR motility ORdismotility OR bloating OR distention)Recuperado: 397Selecionado: 31Questão 10Quais tratamentos são benéficos para o refluxo gastroesofágicoe suas complicações na esclerose sistêmica?(sclero<strong>de</strong>rma, systemic OR systemic sclerosis) AND (GastroesophagealReflux OR Gastric Acid Reflux OR GERD OR EsophagealReflux)Recuperado: 233Selecionado: 12Questão 11Quais tratamentos são benéficos para a síndrome <strong>de</strong> má absorçãona esclerose sistêmica?(sclero<strong>de</strong>rma, systemic OR systemic sclerosis) AND (MalabsorptionSyndromes OR absorption OR malnutrition OR nutritionalstatus OR Intestine, Small OR Parenteral Nutrition ORProtein-Losing Enteropathies OR Exudative Enteropath*)Recuperado: 508Selecionado: 19Questão 12Quais tratamentos são benéficos para a pneumopatia intersticialna esclerose sistêmica?(sclero<strong>de</strong>rma, systemic OR systemic sclerosis) AND(Lung Diseases, Interstitial OR Interstitial Pneumonia OR InterstitialPneumonitis) AND ((clinical[Title/Abstract] ANDtrial[Title/Abstract]) OR clinical trials[MeSH Terms] OR clinicaltrial[Publication Type] OR random*[Title/Abstract] OR randomallocation[MeSH Terms] OR therapeutic use[MeSH Subheading])Recuperado: 258Selecionado: 26Questão 13Quais tratamentos são benéficos para a hipertensão pulmonarna esclerose sistêmica?(sclero<strong>de</strong>rma, systemic OR systemic sclerosis) ANDHypertension, Pulmonary AND ((clinical[Title/Abstract] ANDtrial[Title/Abstract]) OR clinical trials[MeSH Terms] OR clinicaltrial[Publication Type] OR random*[Title/Abstract] OR randomallocation[MeSH Terms] OR therapeutic use[MeSH Subheading])Recuperados: 3<strong>53</strong>Selecionados: 7


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):258–275271Questão 14Quais tratamentos são benéficos para a crise renal esclerodérmica?(sclero<strong>de</strong>rma, systemic OR systemic sclerosis) AND (KidneyDiseases OR Acute Kidney Injury OR Renal crisis ORHypertension, Renal OR Renal Dialysis)Recuperados: 1495Selecionados: 7Questão 15Quais tratamentos são benéficos para o acometimento cardíacona esclerose sistêmica?(sclero<strong>de</strong>rma, systemic OR systemic sclerosis) AND (cardiacdiseases OR heart diseases) AND ((clinical[Title/Abstract]AND trial[Title/Abstract]) OR clinical trials[MeSH Terms] ORclinical trial[Publication Type] OR random*[Title/Abstract] ORrandom allocation[MeSH Terms] OR therapeutic use[MeSHSubheading])Recuperados: 267Selecionados: 10REFERÊNCIAS1. Johnson SR, Feldman BM, Hawker GA. Classification criteriafor systemic sclerosis subsets. J Rheumatol 2007;34:1855-63.2. Masi AT, Rodnan GP, Medsger TA Jr, Altman RD, D’AngeloWA, Fries JF, et al. 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):276–281REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brArtigo originalNível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física e <strong>de</strong>sempenho físico no teste <strong>de</strong>caminhada <strong>de</strong> 6 minutos em mulheres com fibromialgiaChris Andreissy Breda a , André Luiz Félix Rodacki a , Neiva Leite b , Diogo Homann b ,Suelen Meira Goes a,c , Joice Mara Facco Stefanello c, *aCentro <strong>de</strong> Estudos do Comportamento Motor (CECOM), Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Educação Física (PPGEDF), Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>raldo Paraná (UFPR), Curitiba, PR, BrasilbNúcleo <strong>de</strong> Pesquisa em Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vida, PPGEDF, UFPR, Curitiba, PR, BrasilcLaboratório <strong>de</strong> Pesquisa em Psicofisiologia do Exercício e Esporte, PPGEDF, UFPR, Curitiba, PR, BrasilinformaçõesresumoHistórico do artigo:Recebido em 27 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2012Aceito em 13 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2012Palavras-chave:Dor crônicaAtivida<strong>de</strong> motoraAptidão físicaCaminhadaIntrodução: A fibromialgia (FM) é uma condição dolorosa crônica que causa comprometimentoda capacida<strong>de</strong> funcional, possivelmente pela adoção <strong>de</strong> um comportamento se<strong>de</strong>ntário.No entanto, pouco se sabe sobre o nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física (NAF) e sua relação com o<strong>de</strong>sempenho físico em mulheres com FM.Objetivos: Comparar o NAF, avaliado por meio do International Physical Activity Questionnaire(IPAQ), e o <strong>de</strong>sempenho físico, mensurado pelo teste <strong>de</strong> caminhada <strong>de</strong> 6 minutos(TC6) <strong>de</strong> mulheres com e sem FM, além <strong>de</strong> investigar possíveis relações entre NAF e <strong>de</strong>sempenhofísico em ambos os grupos.Métodos: Participaram do estudo 30 mulheres com o diagnóstico <strong>de</strong> FM (pacientes) e 28 mulheressaudáveis (controles) que respon<strong>de</strong>ram ao IPAQ e realizaram o TC6.Resultados: Pacientes e controles autorrelataram similar NAF, consi<strong>de</strong>rando tanto o escoretotal quanto todos os subcomponentes do IPAQ (P > 0,05). Porém, as pacientes apresentarampior <strong>de</strong>sempenho físico no TC6 (pacientes: 441,8 ± 84,1 m vs. controles: 523,9 ± 80,3 m;P < 0,01). Não existiram relações entre a distância caminhada no TC6 e as variáveis do IPAQpara o grupo controle. Entretanto, para as pacientes, a distância caminhada no teste apresentoucorrelações significativas (P < 0,05) com o escore total e com os subcomponentestransporte, ativida<strong>de</strong>s domésticas e ativida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada do questionárioIPAQ.Conclusões: Mulheres com FM apresentaram NAF similar às mulheres sem FM, mas pior <strong>de</strong>sempenhofísico. Esse comprometimento funcional po<strong>de</strong> estar relacionado ao estilo <strong>de</strong> vidaadotado, uma vez que houve relação entre o NAF e o <strong>de</strong>sempenho físico nessas pacientes.© 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.* Autor para correspondência.E-mail: joice@ufpr.br (J.M.F. Stefanello).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):276–281277Physical activity level and physical performance in the 6-minute walk testin women with fibromyalgiaabstractKeywords:Chronic painMotor activityPhysical fitnessWalkingIntroduction: Fibromyalgia (FM) is a chronic pain condition that causes impaired functionalcapacity, possibly through the adoption of se<strong>de</strong>ntary behaviour. However, little is knownregarding physical activity level and its relationship with physical performance in womenwith FM.Objectives: To compare physical activity level, assessed using the International PhysicalActivity Questionnaire (IPAQ), and physical performance, measured using the six-minutewalk test (6MWT), in women with and without FM, and to examine the possible relationshipsbetween physical activity level and physical performance in both groups.Methods: The study inclu<strong>de</strong>d 30 women diagnosed with FM (patients) and 28 healthy women(controls) who answered the IPAQ and performed the 6MWT.Results: Patients and controls self-reported similar physical activity level, consi<strong>de</strong>ring boththe total score and all IPAC subcomponents (P > 0.05). However, the FM patients had worsephysical performance in the 6MWT (patients, 441.8 ± 84.1 m vs. controls, 523.9 ± 80.3 m; P


278 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):276–281mento ocorreu em dois hospitais públicos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba,Paraná. As pacientes foram convidadas a participar doestudo após serem examinadas por médicos reumatologistase aten<strong>de</strong>rem aos seguintes critérios <strong>de</strong> inclusão: ida<strong>de</strong> entre20 e 50 anos e índice <strong>de</strong> massa corporal (IMC) entre 18,5 e 39,9kg/m 2 . Os critérios <strong>de</strong> exclusão estabelecidos foram doençascardíacas, doenças pulmonares não tratadas, outras condiçõesreumatológicas, osteoporose, alterações osteomuscularesgraves e usuárias <strong>de</strong> dispositivos para realização <strong>de</strong> suastarefas cotidianas. Essas informações foram obtidas por meiodo autorrelato das avaliadas e da verificação <strong>de</strong> seus prontuários.Entre as pacientes avaliadas, quatro foram excluídas:três por não preencherem a<strong>de</strong>quadamente o questionário euma por <strong>de</strong>sistir do TC6 antes da conclusão do teste. Dessaforma, foram analisados os dados <strong>de</strong> 30 pacientes. Para comporo grupo controle foram convidadas 28 mulheres sem odiagnóstico <strong>de</strong> FM, funcionárias da universida<strong>de</strong>. A seleção dogrupo controle obe<strong>de</strong>ceu aos mesmos critérios <strong>de</strong> inclusão eexclusão das pacientes.Após as participantes assinarem o termo <strong>de</strong> consentimentolivre e esclarecido, todas foram submetidas a avaliaçõesantropométricas para mensurar a massa corporal (balançadigital) e a estatura (estadiômetro fixo na pare<strong>de</strong>), conformeo Anthropometric Standardization Reference Manual, 17 para a obtençãodo IMC. Na sequência, respon<strong>de</strong>ram ao questionárioInternational Physical Activity Questionnaire (IPAQ), versão longa,que tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estimar o nível habitual <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>física. 18 Esse instrumento gera informações referentes à frequênciae à duração das ativida<strong>de</strong>s, consi<strong>de</strong>rando os últimossete dias, e mensura o NAF relacionado a vários tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s(trabalho, transporte, tarefas domésticas, lazer) ou a diferentestipos <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s (caminhadas, ativida<strong>de</strong>s físicas<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas ou vigorosas).O <strong>de</strong>sempenho físico das avaliadas foi mensurado pormeio do TC6, realizado em um corredor plano <strong>de</strong> 30 metros<strong>de</strong> comprimento, seguindo as recomendações da AmericanThoracic Society. 14 Cada participante realizou um teste, e, aofinal <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les, a distância percorrida foi registradaem metros.Para a análise estatística, o teste <strong>de</strong> Shapiro-Wilk foi utilizadoinicialmente para verificar a normalida<strong>de</strong> dos dados, eo teste <strong>de</strong> Levene, para verificar a homogeneida<strong>de</strong> das variânciasao comparar os dois grupos. Correlação <strong>de</strong> Pearson e oteste t in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte foram usados para os dados paramétricos,e correlação <strong>de</strong> Spearman e o teste U <strong>de</strong> Mann-Whitney,para os dados não paramétricos. Os dados foram analisadospelo programa STATISTICA (STATSOFT Inc., versão 7.0). Adotou-seo nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> P < 0,05.ResultadosA tabela 1 apresenta as características gerais da amostra. Osdois grupos foram similares quanto à ida<strong>de</strong> e ao IMC. A comparaçãodo NAF entre o grupo <strong>de</strong> pacientes e controles saudáveisestá apresentada na tabela 2. Tanto para o NAF geralquanto para os subcomponentes do questionário IPAQ nãoforam encontradas diferenças estatisticamente significativas,o que <strong>de</strong>monstra que ambos os grupos foram similares emrelação ao comportamento ativo.A figura 1 mostra que a distância caminhada pelos doisgrupos durante a realização do TC6 apresentou diferença significativa– o grupo <strong>de</strong> pacientes teve <strong>de</strong>sempenho físico piorque o grupo controle.Algumas correlações foram realizadas, e não se constataramcorrelações estatisticamente significativas para o grupo<strong>de</strong> pacientes envolvendo a variável distância no TC6 e as variáveisida<strong>de</strong> (r = −0,11; P = 0,54) e IMC (r = −0,21; P = 0,25). Ascorrelações realizadas entre a distância caminhada no TC6 eTabela 1 – Características <strong>de</strong>mográficas eantropométricas da amostraControles(n = 28)Pacientes(n = 30)Ida<strong>de</strong> (anos) 40,7 ± 6,3 42,6 ± 5,8 0,17Massa corporal (kg) 70,6 ± 13,1 72,4 ± 9,3 0,67Estatura (cm) 160,7 ± 6,3 158,9 ± 5,3 0,25IMC (kg/m 2 ) 27,2 ± 5,1 28,7 ± 3,9 0,21IMC, índice <strong>de</strong> massa corporal.Dados expressos em média ± <strong>de</strong>svio padrão. Teste t in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntee teste U <strong>de</strong> Mann-Whitney foram utilizados para comparar os doisgrupos quando as variáveis apresentaram distribuição paramétricae não paramétrica, respectivamente.PTabela 2 – Comparação do nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física entre pacientes e controles saudáveisControles (n = 28) Pacientes (n = 30) PMédia ± DP Mediana Mín-Máx Média ± DP Mediana Mín-MáxIPAQ (total) 710,5 ± 619,7 510,0 130-2865 677,8 ± 632,7 417,5 50-2270 0,15Trabalho 145,1 ± 239,3 45,0 0-825 58,6 ± 103,1 0,0 0-360 0,84Transporte 88,2 ± 85,7 55,0 0-350 71,8 ± 54,1 72,5 0-200 0,71Doméstico 435,5 ± 505,7 227,5 0-2040 489 ± 600,5 242,5 0-1920 0,55Lazer 41,6 ± 74,6 0 0-285 58,3 ± 87,8 0 0-360 0,12Caminhada 149,8 ± 97,0 150,0 15-<strong>53</strong>0 130,3 ± 121,4 100,0 0-435 0,54AF mo<strong>de</strong>rada 552,5 ± 608,8 372,5 0-2640 519,5 ± 610,5 257,5 0-1920 0,62AF vigorosa 8,2 ± 29,6 0 0-150 28 ± 73,9 0 0-360 0,60AF, ativida<strong>de</strong> física. Dados expressos em média ± <strong>de</strong>svio padrão, mediana, e amplitu<strong>de</strong> (mínimo e máximo). Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida adotada =minutos/semana. O nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física geral (IPAQ total) é gerado pela soma dos subcomponentes (trabalho + transporte + doméstico +lazer) ou pela soma dos tipos <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s (caminhada + ativida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada + ativida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>vigorosa). Teste t in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e teste U <strong>de</strong> Mann-Whitney foram utilizados para comparar os dois grupos quando as variáveis apresentaramdistribuição paramétrica e não paramétrica, respectivamente.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):276–281279Distância (metros)Figura 1 – Desempenho físico <strong>de</strong> controles e pacientes noteste <strong>de</strong> caminhada <strong>de</strong> 6 minutos. Teste t in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte foiutilizado para comparar os dois grupos.as variáveis referentes ao NAF são apresentadas na tabela 3.Não foram encontradas correlações significativas para o grupocontrole. Porém, para o grupo com FM, verificou-se correlaçãopositiva entre a distância caminhada e o tempo gasto comativida<strong>de</strong>s relacionadas ao <strong>de</strong>slocamento ativo como meio <strong>de</strong>transporte, ativida<strong>de</strong>s domésticas, ativida<strong>de</strong>s que requeremintensida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas e o NAF geral. Quando os dois gruposforam combinados, observou-se que o tempo semanalgasto com caminhadas também se relacionou ao melhor <strong>de</strong>sempenhodo TC6.Discussão65062560057555052550047545042540037<strong>53</strong>50523,9 ± 80,3Controlesp < 0,01441,8 ± 84,1PacientesA habilida<strong>de</strong> para mensurar o comportamento relacionado àativida<strong>de</strong> física é útil, principalmente para enten<strong>de</strong>r a associaçãoentre ativida<strong>de</strong> física e saú<strong>de</strong>. 19 Em pacientes com FM,essas informações se mostram necessárias para po<strong>de</strong>r traçarintervenções mais a<strong>de</strong>quadas a essa população. No entanto,Tabela 3 – Correlação entre a distância caminhada noTC6 e o nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> físicaPacientes Controles CombinadoIPAQ (total) 0,40* 0,36 0,37*Trabalho 0,24 0,01 0,21Transporte 0,38* 0,23 0,28*Doméstico 0,41* 0,16 0,28*Lazer 0,04 0,33 0,10Caminhada 0,26 0,20 0,28*AF mo<strong>de</strong>rada 0,42* 0,24 0,35*AF vigorosa 0,13 0,24 0,10TC6, teste <strong>de</strong> caminhada <strong>de</strong> 6 minutos; AF, ativida<strong>de</strong> física.*Correlação significante ao nível <strong>de</strong> P < 0,05. Correlações foramrealizadas para os dois grupos avaliados e combinando os doisgrupos (controles + pacientes). Correlação <strong>de</strong> Pearson e correlação<strong>de</strong> Spearman foram utilizadas quando as variáveis apresentaramdistribuição paramétrica e não paramétrica, respectivamente.embora se presuma que esses pacientes sejam menos ativosfisicamente, a quantificação e a caracterização da ativida<strong>de</strong>física em indivíduos com FM são escassas, e a maioria dosestudos é recente. Os achados do presente estudo <strong>de</strong>monstraramque pacientes e controles saudáveis não diferiramem relação ao NAF, quando avaliados pelo IPAQ. Enquantoos resultados obtidos neste estudo mostraram que os doisgrupos foram similares quanto ao tempo semanal gasto paraexecução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s laborais, <strong>de</strong> locomoção, domésticas e<strong>de</strong> lazer, e também em relação às diferentes intensida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s físicas, outros estudos 4,20 mostram resultados divergentes,tanto utilizando métodos indiretos <strong>de</strong> avaliação doNAF – como o questionário IPAQ – quanto utilizando métodosdiretos – como os acelerômetros.Entre os fatores que po<strong>de</strong>m explicar tais diferenças, encontram-sea falsa percepção que os pacientes com FM po<strong>de</strong>mter no momento <strong>de</strong> relatar informações retrospectivasreferentes ao tempo gasto e ao tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s executadasnos últimos dias. 4 As informações relatadas por esses pacientescostumam ser superestimadas, quando confrontadas comdados adquiridos por meio <strong>de</strong> acelerômetros, indicando nãohaver associação entre medidas indiretas e diretas da avaliaçãodo NAF. 4,21 Isso sugere que instrumentos autorrelatadosfalham em capturar a<strong>de</strong>quadamente o comportamento referenteà ativida<strong>de</strong> física em pacientes com FM. 4 Ainda que nãoseja a única opção disponível para avaliar o NAF, o autorrelatoé uma forma mais prática e barata para esse propósito. Ouso dos acelerômetros esbarra em alguns <strong>de</strong>safios, principalmenterelacionados à sua tecnologia e aplicação, 19 além dopreço <strong>de</strong> cada aparelho, o que torna seu uso restrito. Mesmoque existam divergências na literatura sobre a comparaçãodo NAF entre pacientes e controles saudáveis, a intensida<strong>de</strong>dolorosa parece não ser um fator limitante para a prática <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong> física, pois parece não existir relação entre dor eNAF nesses pacientes. 4 Entretanto, <strong>de</strong>ve ser ressaltado que amensuração e a quantificação do NAF em pacientes com FMainda é pouco explorado, o que inviabiliza discussões maisaprofundadas acerca do assunto.In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do método utilizado para quantificaro NAF, o estímulo à prática regular <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física parapacientes com FM tem se mostrado essencial. Consi<strong>de</strong>randoque o exercício físico, como tratamento não farmacológicopara essa população, 22 po<strong>de</strong> auxiliar na melhora ou namanutenção do condicionamento físico <strong>de</strong>sses pacientes,acredita-se que sua prática regular po<strong>de</strong> proporcionar maiorsensação <strong>de</strong> bem-estar geral, 23 melhorando os outros sintomasassociados à FM. Evidências científicas têm mostradobenefícios, sobretudo dos exercícios aeróbicos, na capacida<strong>de</strong>funcional e, possivelmente, na dor na FM. 24 Fontaine etal. 25 propuseram um estudo em que pacientes com FM foramestimulados a aumentar o NAF habitual, por meio <strong>de</strong> váriassessões <strong>de</strong> curta duração ao longo do dia, na maioria dosdias da semana, com ativida<strong>de</strong>s com intensida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada,com o objetivo <strong>de</strong> melhorar os sintomas observados naFM. Comparado ao grupo controle (pacientes que não foramestimulados a se exercitar), o grupo intervenção diminuiu aintensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dor. No estudo seguinte, os mesmos pesquisadores26 <strong>de</strong>monstraram que alguns meses após o términoda intervenção, os benefícios adquiridos com esse programanão foram sustentados ao longo do tempo, pois o grupo que


280 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):276–281sofreu a intervenção diminuiu significativamente o NAF. Evidênciasrecentes, envolvendo a avaliação da ativida<strong>de</strong> físicae o mecanismo do sistema nervoso central responsável peloprocessamento e pela modulação da dor, por meio <strong>de</strong> ressonânciamagnética, sugerem que pacientes ativos fisicamentee que evitam períodos <strong>de</strong> sustentado comportamento se<strong>de</strong>ntárioparecem manter <strong>de</strong> forma mais a<strong>de</strong>quada a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> modular a dor, se comparados àqueles pacientes menosativos ou que gastam a maior parte do tempo com ativida<strong>de</strong>sse<strong>de</strong>ntárias. 6,20 Essas informações indicam que a prática regular<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física é importante para promover melhorasnas manifestações observadas na FM. O hábito <strong>de</strong> adotarum estilo <strong>de</strong> vida ativo é percebido e enfatizado pelos própriospacientes. Em uma pesquisa realizada pela internetsobre o nível <strong>de</strong> conhecimento dos pacientes em relação àdoença, as perguntas que apresentaram maiores índices <strong>de</strong>acertos abordavam questões relacionadas à ativida<strong>de</strong> físicae/ou ao exercício físico. 27Ao comparar o <strong>de</strong>sempenho físico dos dois grupos avaliadosno presente estudo, observou-se que o grupo com FMapresentou pior <strong>de</strong>sempenho físico comparado ao grupo controlesaudável. A distância caminhada no TC6 por pacientese controles, e a magnitu<strong>de</strong> da diferença observada entre osgrupos, foram similares aos resultados encontrados em outrosestudos realizados no Brasil 28,29 e no exterior. 30,31 Alémdisso, os dois grupos apresentaram ida<strong>de</strong>, IMC e NAF similares,o que indica que esses fatores não influenciaram diretamenteo <strong>de</strong>sempenho no TC6 em um ou em outro grupo.Por outro lado, Mannerkorpi et al. 32 verificaram relação diretaentre a distância caminhada no TC6 e a resistência muscular<strong>de</strong> membros inferiores em mulheres com FM. Recentemente,Homann et al. 33 <strong>de</strong>monstraram que, durante a execução doTC6, mulheres com FM, comparadas às mulheres saudáveis,relatam maior intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dor e percepção <strong>de</strong> esforço emtodos os momentos do teste. Também foi i<strong>de</strong>ntificada exacerbaçãoda dor e do esforço, principalmente no final do teste,em mulheres com FM, 33 o que indica que esses fatores po<strong>de</strong>mlimitar o <strong>de</strong>sempenho no TC6.Acredita-se que em algumas condições em que existe limitaçãoda saú<strong>de</strong> vários fatores possam interferir na capacida<strong>de</strong>física e funcional, entre eles a ida<strong>de</strong>, o IMC, fatores físicos epsicológicos e características peculiares da doença. No casoda FM, as principais manifestações observadas e a severida<strong>de</strong>da doença apresentam relação com o comprometimentodo <strong>de</strong>sempenho físico e com o autorrelato para a realizaçãodas tarefas cotidianas. 11,34,35 Porém, fatores comportamentaisque po<strong>de</strong>m ser alterados, como a influência do NAF ou o fato<strong>de</strong> o indivíduo ser se<strong>de</strong>ntário, pouco ou muito ativo sobre o<strong>de</strong>sempenho físico, são pouco abordados na condição da FM.No presente estudo, embora as mulheres com e sem FMnão tenham apresentado diferenças para o NAF total e paraos diferentes tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e intensida<strong>de</strong>s realizadas, ogrupo <strong>de</strong> pacientes com FM apresentou menor <strong>de</strong>sempenhofísico. No entanto, fatores como ida<strong>de</strong> e IMC não mostraramcorrelações significativas com a distância caminhada no TC6,tanto para pacientes quanto para controles. Assim, essas duasvariáveis, que geralmente limitam o <strong>de</strong>sempenho no TC6 esão usadas em diferentes equações para predizer a distânciacaminhada, pareceram não limitar o <strong>de</strong>sempenho no teste.Ao analisar possíveis relações entre o NAF e a distância caminhada,verificou-se que não existiram correlações significativaspara o grupo controle. Mas, para o grupo <strong>de</strong> pacientes comFM, constatou-se que as correlações, <strong>de</strong> fracas a mo<strong>de</strong>radas,foram significativas. Isso sugere que o tempo semanal gastocom ativida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> locomoção, ativida<strong>de</strong>s domésticas,ativida<strong>de</strong>s que requerem intensida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas e o NAF totalpo<strong>de</strong> estar relacionado ao <strong>de</strong>sempenho físico no TC6 empacientes com FM – ou seja, uma baixa performance no TC6po<strong>de</strong> ser indicativo <strong>de</strong> redução no NAF. Jones et al. 34 tambémverificaram que o NAF influenciou o <strong>de</strong>sempenho do TC6 empacientes com FM.O presente estudo teve como principais limitações o uso<strong>de</strong> informações autorrelatadas para mensurar o NAF. Porém,técnicas mais refinadas e precisas ainda são um obstáculopara esse propósito. Além disso, não foram avaliadas outrascondições características da FM que po<strong>de</strong>riam gerar mais informaçõese estabelecer relações mais precisas sobre o quefoi avaliado no presente estudo.Em síntese, os resultados encontrados no presente estudoapontaram que mulheres com FM autorrelataram NAF similara mulheres saudáveis. Entretanto, as pacientes apresentarampior <strong>de</strong>sempenho físico no TC6, e isso po<strong>de</strong> ter sido influenciadopelo NAF, pois existiram correlações significativas para adistância caminhada no teste com alguns tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>se o nível total <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física relatado por essas pacientes.Essas informações po<strong>de</strong>m ser úteis no momento <strong>de</strong> prescreverum tratamento focado na manutenção e na melhora docondicionamento físico, a fim <strong>de</strong> evitar perdas progressivas dafunção física em pacientes com FM.Agra<strong>de</strong>cimentosÀ Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior(CAPES), pela concessão <strong>de</strong> bolsas <strong>de</strong> estudos.Comitê <strong>de</strong> éticaComitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Setor<strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná(UFPR), Curitiba, Paraná, registrado sobre o número CEP/SD:1161.086.11.06.FinanciamentoCoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior(CAPES), pela concessão <strong>de</strong> bolsas <strong>de</strong> estudos.Conflitos <strong>de</strong> interesseOs autores <strong>de</strong>claram não haver conflitos <strong>de</strong> interesse.REFERÊNCIAS1. Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, Bombardier C,Gol<strong>de</strong>nberg DL, et al. The American College of Rheumatology


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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):282–287REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brArtigo originalUltrassonografia no diagnóstico da tendinite eeletroneuromiografia no diagnóstico da neuropatiaperiférica e da radiculopatia do membro superior – visão doreumatologista ☆Milton Helfenstein Jr. a, *, Mario Soares Ferreira b , Anna Beatriz Assad Maia c ,César Augusto Fávaro Siena d , Antonio Techy eaDisciplina <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, BrasilbServiço <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Hospital <strong>de</strong> Base do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, Brasília, DF, BrasilcUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília, Brasília, DF, BrasildJustiça Fe<strong>de</strong>ral, Seção Judiciária <strong>de</strong> São Paulo, Ribeirão Preto, SP, BrasileJustiça Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, Seção Judiciária do Paraná, Ponta Grossa, PR, BrasilinformaçõesresumoHistórico do artigo:Recebido em 22 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012Aceito em 5 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2013Palavras-chave:UltrassonografiaEletroneuromiografiaTendiniteNeuropatiaRadiculopatiaObjetivo: Averiguar o valor que os reumatologistas brasileiros conferem ao exame <strong>de</strong> ultrassonografiapara o diagnóstico <strong>de</strong> tendinite e ao exame <strong>de</strong> eletroneuromiografia para odiagnóstico da neuropatia periférica e da radiculopatia dos membros superiores.Material e métodos: No total, 165 reumatologistas respon<strong>de</strong>ram a uma pesquisa <strong>de</strong> opiniãoanônima (enviada pela internet), sobre diversas situações relativas aos dois exames, noque diz respeito aos seguintes questionamentos: confiabilida<strong>de</strong>, precisão no diagnóstico,importância e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses exames para confirmação diagnóstica e credibilida<strong>de</strong> etreinamento dos profissionais que executam os exames.Resultados: O estudo revelou que a maioria dos reumatologistas reconhece que esses examessão operador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, que não confia integralmente nos resultados observados,que tais exames não são imperativos para os diagnósticos elencados, e que os profissionaisque executam esses exames <strong>de</strong>veriam ser mais bem treinados para fornecer resultadosmais confiantes.Conclusão: Para os reumatologistas brasileiros, os resultados <strong>de</strong>sses exames <strong>de</strong>vem ser interpretadoscom cautela e não são <strong>de</strong>finitivos para o diagnóstico; a ultrassonografia musculoesqueléticae a eletroneuromiografia <strong>de</strong>vem ser realizadas por profissionais capacitados;<strong>de</strong>ve haver melhor preparo dos executores <strong>de</strong>sses exames em nosso meio.© 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.☆Trabalho realizado pela Comissão <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> Ocupacional da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, São Paulo, SP, Brasil.* Autor para correspondência.E-mail: m.helfen@terra.com.br (M.Helfenstein Jr).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):282–287283Ultrasonography for the diagnosis of tendinitis and electromyography forthe diagnosis of peripheral neuropathy and upper limb radiculopathy -rheumatologists’ perspectivesabstractKeywords:UltrasonographyElectromyographyTendinitisNeuropathyRadiculopathyObjective: To ascertain the value ascribed by Brazilian rheumatologists to ultrasonography(US) for diagnosing tendinitis and to electromyography (EMG) for diagnosing peripheralneuropathy and upper limb radiculopathy.Material and methods: In total, 165 rheumatologists answered an anonymous survey (sentvia the internet) concerning the two exams, with respect to the following characteristics:reliability, diagnostic accuracy, the importance and necessity of these tests for diagnosticconfirmation, and the credibility and training of the professionals who perform the tests.Results: The study revealed that most of the rheumatologists recognised that these examsare operator-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt, that clinicians do not rely entirely on the results, that these examsare not mandatory for the diagnoses listed, and that professionals who perform these examsshould be better trained to provi<strong>de</strong> reliable results.Conclusions: The Brazilian rheumatologists believe the following: the results of these examsshould be interpreted with caution and are not <strong>de</strong>finitive for diagnosis; musculoskeletal USand EMG should be performed by trained professionals; and there must be better preparationof the professionals who perform these exams.© 2013 Elsevier Editora Ltda. All rights reserved.IntroduçãoA ultrassonografia (US) e a eletroneuromiografia (ENMG) sãoexames complementares com muitas aplicações na práticamédica diária. No contexto litigioso, estão entre os examesmais frequentemente observados nos processos trabalhistas,com o objetivo <strong>de</strong> comprovarem as alegadas doenças, quasesempre dos membros superiores, particularmente no contextodas lesões por esforços repetitivos (LER) ou dos distúrbiososteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).Esses dois métodos têm indicações clínicas bem diferentes,mas têm em comum o fato <strong>de</strong> serem totalmente operador--<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Os executores <strong>de</strong>sses exames complementares<strong>de</strong>vem ser médicos e <strong>de</strong>vem ter conhecimentos da anatomiado sistema musculoesquelético, <strong>de</strong> neuroanatomia, eletrofisiologia,patologia do aparelho locomotor, além <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>remseus respectivos princípios e suas técnicas. 1A US consiste em um exame <strong>de</strong> imagem que prescin<strong>de</strong> <strong>de</strong>radiação e está fundamentado no registro da imagem resultanteda reflexão <strong>de</strong> ondas sonoras <strong>de</strong> alta frequência emitidaspelo aparelho chamado ecógrafo. 2 São utilizados transdutoresque transformam pulsos elétricos em mecânicos e vice-versa.As faixas <strong>de</strong> frequência mais comumente utilizadas paraavaliar os tendões oscilam entre 5 e 10 MHz. O formato dotransdutor é importante, uma vez que os tendões são, em suamaioria, alongados e apresentam arquitetura interna fibrilar,refletindo o feixe ultrassônico com diferentes intensida<strong>de</strong>s edireções, requerendo transdutor <strong>de</strong> geometria linear. 3,4O termo “tendinite” implica em um processo inflamatóriono tendão. Quando a inflamação é restrita à bainha queenvolve alguns tendões, o processo é chamado “tenossinovite”.Entretanto, não há evidência <strong>de</strong> processo inflamatório namaioria dos estudos histopatológicos, bioquímicos e molecularescom as chamadas tendinites. 5-8 Este tem sido o motivopelo qual alguns autores sugeriram que o melhor termo a serutilizado seja “tendinose”, que significa processo <strong>de</strong>generativotendíneo. 9,10A natureza precisa do processo <strong>de</strong>generativo ainda é matéria<strong>de</strong> <strong>de</strong>bate. Há diversos fatores que contribuem para atendinose, incluindo acúmulo <strong>de</strong> glicosaminoglicanos, calcificaçãoe acúmulo <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os. Esses fatores também foramencontrados em tendões assintomáticos e não implicam, necessariamente,em enfermida<strong>de</strong>. 11-14O termo “tendinopatia” foi empregado por radiologistaspara <strong>de</strong>screver diversas situações que afetam os tendões, incluindoruptura tendínea, dor crônica, alterações sequelares e<strong>de</strong>generativas. Este termo não assume conhecimento fisiopatológicosobre uma eventual enfermida<strong>de</strong> subjacente.Por ser um exame operador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, o resultado falso--positivo da US constitui-se em uma variável que não po<strong>de</strong> ser<strong>de</strong>sprezada quando se cogita o diagnóstico da tendinite. 15,16Fatores que contribuem para os resultados falso-positivossão o in<strong>de</strong>vido manuseio técnico, o curto tempo dispensadoà execução dos exames e a falta <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> anatomiados operadores. Ainda, por meio <strong>de</strong> um posicionamentoina<strong>de</strong>quado do transdutor <strong>de</strong> imagem do aparelho <strong>de</strong> US,po<strong>de</strong>-se criar uma falsa imagem sugestiva <strong>de</strong> tendinite. A estefenômeno dá-se o nome <strong>de</strong> anisotropia. O tendão é uma estruturaanisotrópica, isto é, sua reflexão varia com o ângulo <strong>de</strong>incidência da onda sonora emitida pelo transdutor do aparelho<strong>de</strong> US. Se o feixe <strong>de</strong> onda sonora estiver oblíquo ao tendão,a reflexão será menor, aparecendo áreas <strong>de</strong> hipoecogenicida<strong>de</strong>artefatual, que po<strong>de</strong> ser confundida com tendinite. Este fenômenoanisotrópico foi <strong>de</strong>scrito em 1958 por Dussik. 17A anisotropia tem sido frequente e é uma das responsáveispelos resultados falso-positivos <strong>de</strong> tendinites e tenossinovites.18,19 Também é bem sabido que há muita variação inter- e


284 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):282–287intraoperadores entre os resultados dos exames <strong>de</strong> US musculoesquelética.20-24Por esses e outros motivos, as alterações encontradas nasUS <strong>de</strong>vem ser interpretadas com cautela e não <strong>de</strong>vem ser hipervalorizadaspara explicar os sintomas clínicos, pois po<strong>de</strong>mnão estar relacionadas aos achados <strong>de</strong> exame físico. 25A ENMG é uma técnica <strong>de</strong> monitoramento dos fenômenosbioelétricos que ocorrem nas membranas celulares das fibrasmusculares esqueléticas. A <strong>de</strong>spolarização produz ativida<strong>de</strong>elétrica, que se manifesta como potencial <strong>de</strong> ação da unida<strong>de</strong>motora, a qual é registrada graficamente como eletromiograma.O eletromiógrafo registra a ativida<strong>de</strong> elétrica presente nomúsculo em contração, <strong>de</strong>corrente da ativação neuromuscularem condições normais. 26,27O sinal eletromiográfico é o somatório algébrico <strong>de</strong> todosos sinais <strong>de</strong>tectados em <strong>de</strong>terminada área, po<strong>de</strong>ndo ser afetadopor proprieda<strong>de</strong>s musculares, anatômicas e fisiológicas,assim como pelo controle do sistema nervoso periférico e pelainstrumentação utilizada para a aquisição dos sinais. O registroeletromiográfico permite observar o comportamento eletrofisiológicodo músculo em diferentes condições fisiológicase patológicas. O exame inclui a introdução <strong>de</strong> eletrodos emforma <strong>de</strong> agulhas na musculatura esquelética ou por eletrodos<strong>de</strong> superfície. Os eletrodos que enviam ao eletromiógrafosinais elétricos que correspon<strong>de</strong>m às trocas iônicas que ocorremao nível celular, e registram a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s motorasisoladas em repouso ou em ativida<strong>de</strong>. Os sinais obtidossão amplificados e registrados na tela <strong>de</strong> um computador. 28,29Os fatores responsáveis por resultados falso-positivos coma ENMG dos membros superiores envolvem: interferência nare<strong>de</strong> elétrica do ambiente no qual o exame é executado, mãosfrias, estado emocional do indivíduo (tensão, preocupação,ansieda<strong>de</strong>), dimensões do carpo e peso corporal (particularmentepara a neuropatia do mediano – síndrome do túnel docarpo), falhas técnicas, entre outros.Embora a sistematização da anamnese e da semiologiatenha seu valor intrínseco pouco contestado tecnicamente, osurgimento <strong>de</strong> métodos complementares ao diagnóstico, cadavez mais sofisticados, po<strong>de</strong> trazer ao leigo um falso conceito<strong>de</strong> que tais métodos são os <strong>de</strong>terminantes do diagnóstico final.Especificamente quanto às tendinites e às neuropatias,objetos frequentes <strong>de</strong> litígios trabalhistas nos quais o médicopo<strong>de</strong> ser visto inadvertidamente como árbitro, a supremaciada história clínica e do exame físico se impõe. Observaçãorigorosa dos sintomas, exame físico com realização <strong>de</strong>manobras semiológicas especificas, verificação da eventualcorrespondência entre a unida<strong>de</strong> musculotendínea solicitadano trabalho e a lesionada, questões sobre a organizaçãodo trabalho e o ambiente laboral e possível associação comdoenças sistêmicas e com variações congênitas são aspectosimperativos. Esses são apenas alguns dos parâmetros que nãopo<strong>de</strong>m passar <strong>de</strong>spercebidos, sob a pena <strong>de</strong> o médico incorrerem diagnósticos equivocados que po<strong>de</strong>m traduzir-se em ônusprevi<strong>de</strong>nciário, entre outras consequências.Para avaliar a percepção dos especialistas quanto a essesdois exames complementares utilizados para avaliação dastendinites, neuropatias compressivas e radiculopatias dosmembros superiores, realizamos uma pesquisa <strong>de</strong> opinião,aplicando um questionário construído com assertivas a respeito<strong>de</strong>sses métodos diagnósticos.Material e métodosO estudo foi conduzido por meio <strong>de</strong> um questionário elaboradopela Comissão <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> Ocupacional da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong><strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> (SBR), enviado para os reumatologistasvia internet, por e-mail da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>pelo “SBR – NEWSLETTER”.Os critérios <strong>de</strong> inclusão para a escolha dos reumatologistasque receberam o questionário foram: ser sócio da SBR, terseu en<strong>de</strong>reço atualizado junto à instituição e trabalhar comoreumatologista tanto em clínicas privadas como em instituiçõespúblicas. Os critérios <strong>de</strong> exclusão resumiram-se à nãoobservância dos critérios <strong>de</strong> inclusão. Essa foi a maneira maissegura para garantir a qualida<strong>de</strong> dos dados.O questionário foi composto por 11 questões, com dois tipos<strong>de</strong> resposta: “concordo” e “não concordo”. Foram abordadosaspectos diferenciados <strong>de</strong> situações que envolvem os doisexames, US e ENMG, tais como: confiabilida<strong>de</strong>, variabilida<strong>de</strong>das conclusões, necessida<strong>de</strong> da realização <strong>de</strong>sses examespara o diagnóstico das enfermida<strong>de</strong>s (tendinite, neuropatiaperiférica e radiculopatia), competência do profissional queexecuta esses exames e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong>sseexecutor.Todas as respostas foram respondidas por meio do sitewww.surveymonkey.com, com link disponível no e-mail enviadopela SBR (NEWSLETTER), acessível somente pelos reumatologistas.O questionário respondido foi enviado para análiseda Comissão <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> Ocupacional da SBR. O períododa coleta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>u-se entre junho <strong>de</strong> 2011 e setembro <strong>de</strong>2011. Todas as informações colhidas foram arquivadas numbanco <strong>de</strong> dados.O número <strong>de</strong> participantes do estudo foi calculado peloteste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt para obtenção do número necessário parauma amostra homogênea e significativamente representativa.Tomando como base os 1448 reumatologistas inscritos eativos na SBR (dado fornecido pela própria SBR), para um erroamostral <strong>de</strong> 5% (padrão buscado), um intervalo <strong>de</strong> confiança<strong>de</strong> 95% e um percentual mínimo <strong>de</strong> 10%, obteve-se que aamostra para ser representativa <strong>de</strong>veria ter mais <strong>de</strong> 147 respon<strong>de</strong>dores.A análise estatística foi somente do tipo <strong>de</strong>scritiva e inferencial.O cálculo das percentagens em que cada opção <strong>de</strong>resposta foi assinalada para cada pergunta foi feito <strong>de</strong> formaisolada para cada assertiva.ResultadosAs perguntas e respostas estão <strong>de</strong>talhadas na tabela 1. Participaramda pesquisa 165 reumatologistas. Portanto, a amostraobtida <strong>de</strong> 165 respon<strong>de</strong>dores apresenta IC 95% em termos <strong>de</strong>significância estatística e, consequentemente, representa aopinião do reumatologista brasileiro.Evi<strong>de</strong>nciou-se forte concordância <strong>de</strong> opinião. Em quatroquestões houve praticamente unanimida<strong>de</strong> nas respostas.Quase todos concordam que US e ENMG são exames operador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes(98% e 84%, respectivamente), portanto comresultados variáveis e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da qualida<strong>de</strong> do aprendizado<strong>de</strong> cada executor.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):282–287285Tabela 1 – Questionamentos e respostas da pesquisaPergunta Resposta Resultado1. A ultrassonografiamusculoesquelética é um exameoperador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, po<strong>de</strong>ndohaver, por esse motivo, gran<strong>de</strong>variabilida<strong>de</strong> nas conclusões<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> exame <strong>de</strong> imagem.2. Confio no resultado do exame <strong>de</strong>ultrassonografia para diagnóstico<strong>de</strong> tendinites.3. A ultrassonografia é exameindispensável para que eupossa confirmar ou afastaro diagnóstico <strong>de</strong> tendinite emmembro superior.4. A eletroneuromiografia é umexame operador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,po<strong>de</strong>ndo haver gran<strong>de</strong>variabilida<strong>de</strong> nos laudosdiagnósticos.5. Confio no resultado <strong>de</strong>eletroneuromiografia para odiagnóstico <strong>de</strong> radiculopatia ouneuropatia periférica <strong>de</strong> membrosuperior.6. A eletroneuromiografia é umexame indispensável para queeu possa confirmar ou afastar odiagnóstico <strong>de</strong> radiculopatia ouneuropatia periférica <strong>de</strong> membrosuperior.7. Consi<strong>de</strong>ro <strong>de</strong>terminantes paraminha conclusão diagnósticaos resultados dos exames<strong>de</strong> ultrassonografia e <strong>de</strong>eletroneuromiografia.8. Preciso reconhecer tecnicamenteo trabalho do profissionalque realiza os exames <strong>de</strong>eletroneuromiografia e <strong>de</strong>ultrassonografia para aceitá-loscomo verda<strong>de</strong>iros.9. Consi<strong>de</strong>ro fi<strong>de</strong>digno e aceitointegralmente todo resultado <strong>de</strong>exame <strong>de</strong> eletroneuromiografiae ultrassonografiamusculoesquelética que recebo.10. Deve existir melhortreinamento doultrassonografista para haverresultados mais confiáveis para odiagnóstico <strong>de</strong> tendinite.11. Deve existir melhortreinamento doeletroneuromiografistapara haver resultados maisconfiáveis para o diagnóstico <strong>de</strong>radiculopatias ou neuropatiaperiférica.Concordo 161 (98%)Não concordo 4 (2%)Concordo 92 (56%)Não concordo 73 (44%)Concordo 22 (13%)Não concordo 143 (87%)Concordo 139 (84%)Não concordo 26 (16%)Concordo 110 (67%)Não concordo 55 (33%)Concordo 55 (33%)Não concordo 110 (67%)Concordo 44 (27%)Não concordo 121 (73%)Concordo 148 (90%)Não concordo 17 (10%)Concordo 3 (2%)Não concordo 162 (98%)Concordo 161 (98%)Não concordo 4 (2%)Concordo 161 (98%)Não concordo 4 (2%)Cerca da meta<strong>de</strong> (44%) dos reumatologistas não confia noresultado do exame <strong>de</strong> US para o diagnóstico da tendinite, e agran<strong>de</strong> maioria (87%) não consi<strong>de</strong>ra esse exame indispensávelpara tal diagnóstico. Precisamente 1/3 dos reumatologistasnão confiam no resultado <strong>de</strong> ENMG para o diagnóstico <strong>de</strong>radiculopatia ou neuropatia periférica <strong>de</strong> membro superior,e exatamente 2/3 dispensam tal exame complementar paraefetivar tais diagnósticos. Cerca <strong>de</strong> 3/4 (73%) dos reumatologistasapontam que esses dois exames complementares nãosão <strong>de</strong>terminantes para a conclusão diagnóstica.A imensa maioria (90%) precisa conhecer tecnicamente otrabalho dos profissionais que os realiza para que os respectivoslaudos mereçam credibilida<strong>de</strong>. Essa constatação, muitoprovavelmente, justifica as respostas dadas às questões 2 e 5,que dizem respeito à confiança nos resultados <strong>de</strong>sses exames(tabela 1).As respostas mais <strong>de</strong>terminantes, fornecidas por 98% dosparticipantes do estudo, apontam que os reumatologistas nãoconsi<strong>de</strong>ram fi<strong>de</strong>dignos e não aceitam integralmente os resultados<strong>de</strong> ENMG e US musculoesquelética e, ainda, que <strong>de</strong>vehaver melhor treinamento do ultrassonografista e do eletroneuromiografistapara resultados mais confiáveis com essesexames complementares.DiscussãoUma proporção dos médicos e, principalmente, <strong>de</strong> pacientesse apoia em resultados <strong>de</strong> exames complementares. Nocaso <strong>de</strong> tendinites, neuropatias periféricas e radiculopatias,os exames mais solicitados para a efetivação diagnóstica sãoUS e ENMG.Tais exames passaram a ter maior peso na <strong>de</strong>cisão dosjulgadores das pendências da área <strong>de</strong> doenças ocupacionais.Entre os exames complementares anexados aos autosdos processos ou solicitados pelos peritos do juízo, a US e aENMG são os mais prevalentes e citados como comprovaçãodiagnóstica em suas conclusões. Muitas vezes, esses examescorrespon<strong>de</strong>m à única “prova” documental. Outras vezes, oslaudos <strong>de</strong>sses exames são o que direciona e influencia a propedêutica,mesmo quando não há sintomas <strong>de</strong>clarados naprévia anamnese.A hipervalorização <strong>de</strong>sses exames tem sido matéria <strong>de</strong><strong>de</strong>bate e <strong>de</strong> confronto nas disputas litigiosas e, também, nabusca <strong>de</strong> afastamentos do trabalho junto à instituição previ<strong>de</strong>nciária.Muitos leigos acreditam que os resultados <strong>de</strong> USe ENMG são <strong>de</strong>finitivos para o diagnóstico das enfermida<strong>de</strong>sdos tendões e dos nervos. No cenário do litígio, é <strong>de</strong> sumaimportância que o perito médico saiba que sua conclusãodiagnóstica pericial é tão importante quanto <strong>de</strong>ixar claro qualo estado da arte para a conclusão diagnóstica, bem como ospossíveis confundidores.A US dos tendões do ombro, por exemplo, tem sensibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> 50%, especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 87% e eficácia <strong>de</strong> 56%. Asvariações da ecogenicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser encontradas em tendõesnormais. A ecogenicida<strong>de</strong> aumenta quando o feixe <strong>de</strong>sons inci<strong>de</strong> perpendicularmente ao tendão, e diminui quandoo feixe sonoro é recebido obliquamente; algumas áreashipoecoicas situadas nas regiões <strong>de</strong> inserção do tendão po<strong>de</strong>mser artefatos causados pela obliquida<strong>de</strong> do tendão nessaregião. 30Achados ultrassonográficos falso-positivos do manguitorotador po<strong>de</strong>m ser causados pela técnica (anisotropia, posicionamentodo transdutor, sombra acústica pelo septo do<strong>de</strong>ltoi<strong>de</strong>), pela anatomia (intervalo do manguito rotador, in-


286 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):282–287terface supraespinhal/infraespinhal, junção musculotendínea,inserção fibrocartilaginosa) ou por outro motivo (critériospara o diagnóstico <strong>de</strong> lesões do manguito rotador, heterogeneida<strong>de</strong>tendínea, sombra acústica por tecido cicatricial oucalcificação, a<strong>de</strong>lgaçamento do manguito rotador). 31Por outro lado, uma anamnese cuidadosa e uma a<strong>de</strong>quadasemiologia po<strong>de</strong>m contribuir com 90% dos diagnósticoscorretos <strong>de</strong> tendinite do ombro, com sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 91,3%e especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 88,9%, confirmadas por cirurgia, semo auxílio <strong>de</strong> qualquer exame complementar. 32 A boa propedêutica,portanto, supera esse exame <strong>de</strong> imagem nessasituação. 33O mesmo po<strong>de</strong> ser afirmado em relação aos resultados ultrassonográficosfalso-positivos para tendinites em cotoveloe punho. A US do tendão extensor comum tem alta sensibilida<strong>de</strong>,mas baixa especificida<strong>de</strong> na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> epicondilitelateral, 34 e a aparência hipoecogênica <strong>de</strong> anisotropia po<strong>de</strong> serconfundida com tenossinovite <strong>de</strong> punho por alguns profissionais<strong>de</strong>spreparados. 35Um estudo realizado no Brasil que avaliou a correlaçãodos achados clínicos com os laudos dos exames subsidiários<strong>de</strong>monstrou que a US apresentou elevados índices <strong>de</strong> falso--positivos (71%) e falso-negativos (4%) em relação ao exameclínico <strong>de</strong>talhado realizado na mesma época. Os resultadosfalso-positivos mais encontrados foram tenossinovites diagnosticadasno epicôndilo medial e/ou lateral do úmero, on<strong>de</strong>não existe tecido sinovial, e também no terço proximal do antebraço,ao nível da massa muscular flexora, on<strong>de</strong> não há nemtendões nem sinóvia. 36Tais aspectos não diminuem a importância da US comométodo complementar ao diagnóstico, mas se constituemem evidência contrária à sua ina<strong>de</strong>quada valorização comométodo que possa estabelecer, por si só, um diagnóstico.O mesmo po<strong>de</strong> ser afirmado em relação à ENMG. No mesmoestudo brasileiro, citado anteriormente, esse exame apresentousignificante índice <strong>de</strong> falso-positivos para síndromedo túnel do carpo em pacientes com queixas <strong>de</strong> parestesiasinespecíficas e generalizadas em membros superiores. 36Tem sido muito discutido como tal exame po<strong>de</strong> ajudar acaracterizar plenamente as neuropatias periféricas, incluindoos princípios <strong>de</strong> eletrodiagnóstico, e como <strong>de</strong>tectar e interpretaros resultados. 37 A avaliação da condução do nervorepresenta um componente do diagnóstico <strong>de</strong> uma neuropatiaperiférica ou <strong>de</strong> uma radiculopatia. Entretanto, exigemuita atenção aos seus <strong>de</strong>talhes, pois o operador e a máquinapo<strong>de</strong>m cometer erros que po<strong>de</strong>m afetar a interpretaçãocorreta dos dados da condução nervosa e da natureza <strong>de</strong>uma enfermida<strong>de</strong> do nervo. 38Para otimizar o aproveitamento <strong>de</strong>sse exame, é precisoum entendimento básico <strong>de</strong> como ele funciona, quando ecomo solicitá-lo, e sobre suas inerentes limitações. 39No que diz respeito aos quadros dolorosos musculoesqueléticos,no caso em questão, dos distúrbios tendíneos enervosos, área em que o anseio por tornar objetiva e concretauma das experiências mais subjetivas que é a dor, temosque admitir que a tentativa <strong>de</strong> resumir, agrupar, quantificar,rotular e, sobretudo, visualizar esse fenômeno, é absolutamentecompreensível e por <strong>de</strong>mais humana. Entretanto,exatamente por ser subjetiva a questão da dor, a tentativa<strong>de</strong> <strong>de</strong>fini-la topograficamente num contexto <strong>de</strong> história clínicae exame físico, até o momento não foi suplantada porqualquer método complementar para o diagnóstico, comonos <strong>de</strong>monstram, irrefutavelmente, a literatura científica ea prática médica diária.Isso é <strong>de</strong> extrema relevância para o cenário <strong>de</strong> LER eDORT, no qual os médicos frequentemente se <strong>de</strong>param coma subjetivida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>clarados quadros dolorosos, os quais,na maioria das vezes, não estão correlacionados com a topografia<strong>de</strong> uma tendinite ou <strong>de</strong> uma neuropatia periféricacompressiva ou <strong>de</strong> uma radiculopatia e, discrepantemente,tem recebido tais rótulos diagnósticos fundamentados tãosomente nos resultados dos laudos <strong>de</strong> US e ENMG.ConclusõesOs reumatologistas brasileiros, cientes dos aspectos acimadiscutidos, concordam que US e ENMG são exames operador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntese, portanto, não superestimam seus resultadosquando tais exames são realizados por profissionaisa quem eles não conhecem em quem não confiam. Nessassituações, muitos dos laudos <strong>de</strong>sses exames complementaresnão são valorizados na conclusão diagnóstica do reumatologista.Eles também <strong>de</strong>clararam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorpreparo dos executores <strong>de</strong>sses exames.Os resultados obtidos com esta pesquisa estão em concordânciacom os dados da literatura e alertam sobre <strong>de</strong>terminadoslaudos <strong>de</strong>sses exames complementares. Tambématentam ao fato <strong>de</strong> que, como o próprio nome condiz, taisexames servem apenas para complementar o raciocínio clínico.Assim, a arte <strong>de</strong> ouvir o paciente e saber examiná-lo<strong>de</strong>ve ainda prevalecer. 40-42 Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado a semiologiae transferir a responsabilida<strong>de</strong> do diagnóstico paraum exame totalmente operador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e passível <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> inter- e intraoperador. Permanece, portanto,o velho aforismo: “a propedêutica médica é soberanafrente a qualquer exame complementar”.Por fim, os autores <strong>de</strong>stacam o valor <strong>de</strong>sses dois examescomplementares e são favoráveis à realização dos mesmospara o auxílio na elucidação diagnóstica <strong>de</strong> certos casos,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que realizados por mãos tecnicamente competentes.Conflitos <strong>de</strong> interesseOs autores <strong>de</strong>claram não haver conflitos <strong>de</strong> interesse.REFERÊNCIAS1. Padua L, Hobson-Webb LD, Martinoli C. Nerve conductionand ultrasound: will the wedding give birth to newmorpho-functional measures? Clin Neurophysiol2010;121(2):130-1.2. Bianchi S, Martinoli C. Ultrasound of the musculoskeletalSystem. Springer Verlag; 2007, p.974.3. Sernik RA, Cerri GG. Ultra-sonografia – Sistemamusculoesquelético. Reimpressão Sarvier; 2002, p.240.4. Sernik RA, Cerri GG. 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):288–295REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brArtigo originalImportância do período <strong>de</strong> silêncio cutâneo na fibromialgiae sua relação com as características da doença, distúrbiospsicológicos e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos pacientesEbru Umay a, *, Umit Ulas b , Ece Unlu a , Hakan Akgun b , Aytul Cakci a , Zeki Odabasi baMinistério da Saú<strong>de</strong>, Ankara Diskapi Yildirim Beyazit Training and Research Hospital, Departamento <strong>de</strong> Medicina Física e Reabilitação,Ankara, TurquiabGulhane Military Medical Aca<strong>de</strong>my, Departamento <strong>de</strong> Neurologia, Ankara, TurquiainformaçõesresumoHistórico do artigo:Recebido em 26 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2012Aceito em 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2012Palavras-chave:FibromialgiaPeríodo <strong>de</strong> silêncio cutâneoDeficiênciaIntrodução: O período <strong>de</strong> silêncio cutâneo (PSC) é um reflexo protetor inibitório da colunavertebral e seus aferentes consistem em fibras nervosas A-<strong>de</strong>lta. Nosso objetivo foi avaliarpacientes com fibromialgia (FM) e controles saudáveis para <strong>de</strong>terminar as diferenças entreos grupos em relação à duração e latência do PSC, e quando presente, <strong>de</strong>terminar se há algumarelação com as características da doença, distúrbios psicológicos e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.Materiais e métodos: Trinta e dois pacientes com FM e 32 voluntários saudáveis foram incluídosno estudo. Os dois grupos foram comparados em relação à latência e duração doPSC em ambos os membros superiores e inferiores. Características da doença, distúrbiospsicológicos e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos pacientes foram avaliados utilizando o FibromyalgiaImpact Questionnaire (FIQ), e o Short Form-36 (SF-36). Os pacientes com medida <strong>de</strong> PSC igualou inferior às do grupo controle foram comparados com aqueles com valores mais elevadosdo que os controles em termos <strong>de</strong> características da doença, estado psicológicos e qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida.Resultados: Latências significativamente prolongadas <strong>de</strong> PSC nos membros superiores e inferioresforam <strong>de</strong>terminadas em pacientes comparados com os controles. Observou-se quea prolongamento da latência do PSC no membro inferior estava associado com a gravida<strong>de</strong>da doença e incapacida<strong>de</strong> funcional.Conclusões: Latências do PCS nos membros superiores e inferiores em pacientes com FMsão mais longas do que em voluntários saudáveis. Além disso, o prolongamento da latênciado PSC no membro inferior está associado com a gravida<strong>de</strong> da doença e incapacida<strong>de</strong>funcional física.© 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.* Autor para correspondência.E-mail: ebruumay@gmail.com (E.Umay).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):288–295289Importance of cutaneous silent period in fibromyalgia and itsrelationship with disease characteristics, psychological disor<strong>de</strong>rs andquality of life of patientsabstractKeywords:FibromyalgiaCutaneous silent periodDisabilityIntroduction: Cutaneous silent period (CSP) is an inhibitory spinal protective reflex and itsafferents consist of A-<strong>de</strong>lta nerve fibers. We aimed to evaluate patients with fibromyalgia(FM) and healthy controls to <strong>de</strong>termine any differences between the groups in terms of CSPduration and latency, and if present, to <strong>de</strong>termine whether there is any relationship withdisease characteristics, psychological disor<strong>de</strong>rs and quality of life.Materials and methods: Thirty-two patients with FM and 32 healthy volunteers were inclu<strong>de</strong>din the study. The patient and control groups were compared in terms of CSP latency andduration in both upper and lower extremities. Disease characteristics, psychological disor<strong>de</strong>rsand quality of life of patients were assessed using the Fibromyalgia Impact Questionnaire(FIQ) and Short Form-36 (SF-36). Patients with CSP measurements equal to or lowerthan those of the control group were compared with those with higher values than controlsin terms of disease characteristics, psychological status and quality of life.Results: Significantly prolonged CSP latencies in both upper and lower extremities were<strong>de</strong>termined in patients compared to controls. We found that prolongation of CSP latency inthe lower extremity is associated with disease severity and functional disability.Conclusions: CSP latencies in both upper and lower extremities in patients with FM are longerthan in healthy volunteers. Moreover, prolongation of CSP latency in the lower extremityis associated with disease severity and physical functional disability.© 2013 Elsevier Editora Ltda. All rights reserved.IntroduçãoA fibromialgia (FM) é uma síndrome <strong>de</strong> dor crônica, caracterizadapor dor generalizada e pontos dolorosos em áreasanatômicas específicas, cuja etiologia ainda não é compreendida,apesar <strong>de</strong> todas as novas <strong>de</strong>scobertas. 1 Alguns sinais esintomas, incluindo fadiga crônica, dores <strong>de</strong> cabeça, distúrbiosdo sono, distúrbios psicológicos, síndrome do intestinoirritável e da bexiga irritável, dismenorreia, distúrbios sensoriaistais como parestesia e disestesia sem neuropatia, e fenômeno<strong>de</strong> Raynaud, são comuns na FM. 1,2Embora a etiopatogenia ainda não esteja totalmente elucidada,estudos relataram que vários fatores po<strong>de</strong>m ser efetivos,como disfunção neuroendócrina e autoimune e predisposiçãogenética. 3 Além disso, estudos têm <strong>de</strong>monstrado que ahiper-excitabilida<strong>de</strong> dos neurônios espinais e supra-espinaisna FM <strong>de</strong>sempenha um papel importante no <strong>de</strong>senvolvimentoe na manutenção da dor crônica. 4,5Estudos que utilizaram o reflexo flexor nociceptivo (RFN)para <strong>de</strong>monstrar a excitabilida<strong>de</strong> dos neurônios do cornodorsal da medula espinal, que se formaram com as fibras periféricasC (aferente nociceptivo), relataram que essa excitabilida<strong>de</strong>em pacientes com FM causa sensibilização central edor crônica. 6,7O método <strong>de</strong> avaliação das fibras A-<strong>de</strong>lta (o outro aferentenociceptivo) é o período <strong>de</strong> silêncio cutâneo (PSC). 8 O RFN eo PSC são as partes excitatória e inibidora do mesmo reflexo<strong>de</strong> proteção da coluna vertebral, respectivamente. 9 Emborao PSC tenha sido medido em vários músculos, utilizando diferentesmétodos, há apenas um estudo na literatura soreo tema, 10 e somente o membro superior foi avaliado nesseestudo. De acordo com nosso conhecimento, nenhum estudona literatura avaliou a relação entre o PSC e a duração dadoença, o nível <strong>de</strong> dor, o número total <strong>de</strong> sintomas e pontosdolorosos, a gravida<strong>de</strong> da FM, os distúrbios psicológicos e aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.Dessa forma, nosso objetivo foi comparar os pacientes comFM e controles saudáveis para <strong>de</strong>terminar qualquer diferençana duração e na latência do PSC nos membros superiores einferiores e, na presença do mesmo, <strong>de</strong>terminar a existência<strong>de</strong> uma relação entre o PSC e características da doença, distúrbiospsicológicos e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.Materiais e métodosPopulação do estudoTrinta e dois pacientes internados na Clínica <strong>de</strong> Medicina Físicae <strong>de</strong> Reabilitação que haviam sido diagnosticados com FM<strong>de</strong> acordo com os critérios <strong>de</strong> classificação do American Collegeof Rheumatology (ACR) <strong>de</strong> 1990 foram incluídos no estudo. 1Trinta e dois voluntários saudáveis que consistiam em funcionáriosdo hospital e parentes <strong>de</strong> pacientes foram incluídosno estudo como controles.Os critérios <strong>de</strong> exclusão para os pacientes e os voluntáriosforam os seguintes: presença <strong>de</strong> qualquer doença neurológicacentral e/ou periférica, tais como neuropatia periférica,radiculopatia ou esclerose múltipla, doença musculartal como miopatia inflamatória ou miosite, qualquer doençainflamatória, endócrina, cardíaca ou psiquiátrica, osteoartrite,trauma da mão ou do pé, tenossinovite ou histórico<strong>de</strong> cirurgia. Pacientes grávidas ou amamentando ou os que


290 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):288–295AbreviaçõesFM:RFN:PSC:EMG:LMD:VCM:VCS:APB:TA:MUAP:EVA:FIQ:BDI:BAI:SF-36:SPSS:OR:HHA:NMDA:SNC:fibromialgiareflexo flexor nociceptivoperíodo <strong>de</strong> silêncio cutâneoelectromiogramalatência motora distalvelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução motoravelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução sensorialmúsculo abductor pollicis brevismúsculo tibialis anteriorpotencial <strong>de</strong> ação da unida<strong>de</strong> motoraEscala Visual AnalógicaFibromyalgia Impact QuestionnaireBeck Depression InventoryBeck Anxiety InventoryShort Form-36Statistical Package for the Social Sciencesodds ratioeixo hipotálamo-hipófise-adrenalN-metil-D-ácido aspárticosistema nervoso centralhaviam recebido qualquer medicamento psicotrópico e/ouanti-histamínicos no mês anterior também foram excluídosdo estudo.Os pacientes e voluntários com avaliações musculoesqueléticase neurológicas normais, incluindo amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>movimento, força muscular, sensação superficial e reflexoprofundo do tendão, e que tinham parâmetros laboratoriaisnormais, incluindo hemograma completo, exame <strong>de</strong> urinacompleto, ESR, vitamina B12, testes <strong>de</strong> função da tireoi<strong>de</strong>, etestes bioquímicos, incluindo eletrólitos e enzimas do fígado,rim e músculo foram incluídos no estudo.Pacientes e voluntários foram informados sobre o estudo etodos forneceram consentimento por escrito antes do início domesmo. O estudo foi aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética local e foirealizado <strong>de</strong> acordo com os princípios da Declaração <strong>de</strong> Helsinki.Testes eletrofisiológicosAvaliações eletrofisiológicas foram realizadas no laboratório<strong>de</strong> eletrofisiologia do Departamento <strong>de</strong> Neurologia na GülhaneMilitary Medical Aca<strong>de</strong>my usando um dispositivo <strong>de</strong> eletromiografia(EMG) <strong>de</strong> 2+8 canais (Me<strong>de</strong>lec Synergy-Oxford,Reino Unido) e <strong>de</strong> acordo com o protocolo <strong>de</strong>scrito por Oh. 11A temperatura ambiente era <strong>de</strong> 24 ± 1°C e a temperatura dapele dos pacientes e dos voluntários era <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 32°C. Asmedições no membro superior foram realizadas na posiçãosentada, e as medidas nos membros inferiores foram feitasna posição supina.Testes <strong>de</strong> condução nervosaTestes <strong>de</strong> condução nervosa sensorial foram realizados nosnervos mediano direito, ulnar esquerdo e sural direito. Testes<strong>de</strong> condução nervosa motora foram realizados nos nervos medianodireito, ulnar esquerdo, peroneal direito e tibial esquerdo.Latência motora distal (LMD) (ms) e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduçãomotora (VCM) em nervos motores e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduçãosensorial (VCS) (m/s) em nervos sensoriais foram registrados.Avaliação do PSCOs nervos sensoriais foram estimulados no membro inferiorutilizando um eletrodo <strong>de</strong> barra, e no membro superior comeletrodo em anel. Em primeiro lugar, o limiar sensorial foi encontrado.Para esse propósito, uma corrente eléctrica <strong>de</strong> 0,5ms <strong>de</strong> duração começando com uma intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,6 mAfoi aplicada lateralmente ao maléolo lateral no membro inferiore ao segundo <strong>de</strong>do do membro superior. A menor intensida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>terminada pelo aumento gradual da intensida<strong>de</strong> atéque fosse sentida pelo indivíduo, foi registada como o limiar<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> sensorial. As medições do PSC foram realizadasnos membros superior e inferior direitos, utilizando osmúsculos abductor pollicis brevis (APB) e tibial anterior (TA),respectivamente.O segundo <strong>de</strong>do do membro superior direito foi estimulado,e foram obtidos registros do músculo APB. Antes da gravação,o paciente foi orientado a realizar abdução do polegarcom esforço máximo, e a amplitu<strong>de</strong> máxima do potencial <strong>de</strong>ação da unida<strong>de</strong> motora (MUAP) foi medida na tela.Foi solicitado aos indivíduos que realizassem abdução dopolegar com amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> MUAP <strong>de</strong> pelo menos 25% da amplitu<strong>de</strong>máxima <strong>de</strong> MUAP. Enquanto o paciente executava aabdução, o nervo mediano era estimulado a uma intensida<strong>de</strong><strong>de</strong> 15 vezes o limiar sensorial. Cinco registros foram obtidos aintervalos <strong>de</strong> 30 segundos. A latência e duração do PSC forammedidas pela média <strong>de</strong> cinco traçados. O endpoint quando ainibição observável e clara da ativida<strong>de</strong> muscular se iniciavaera consi<strong>de</strong>rado como a latência do PSC (ms). A duração doPSC (ms) foi <strong>de</strong>terminada medindo o tempo entre o ponto <strong>de</strong>inibição da ativida<strong>de</strong> muscular e o ponto em que começou aretornar à ativida<strong>de</strong> muscular basal. O nervo sural foi estimuladosuperficialmente lateralmente ao maléolo lateral nomembro inferior direito, e registros foram obtidos do músculoTA utilizando o mesmo método <strong>de</strong>scrito acima.Testes clínicosAs características da doença, incluindo sua duração, sintomasassociados com a FM e o nível <strong>de</strong> dor foram avaliados. Onúmero <strong>de</strong> pontos dolorosos e sintomas foram registrados. Onúmero total <strong>de</strong> sintomas foi calculado e registrado. O nívelgeral <strong>de</strong> dor sentida nas últimas 48 horas foi avaliado pelaescala visual analógica (EVA) com 0-10 cm.Para avaliar gravida<strong>de</strong> da doença, incapacida<strong>de</strong> funcionale qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida específica, utilizou-se o questionário FibromyalgiaImpact Questionnaire (FIQ). 12 O escore total foi avaliadoentre 0-100, com uma pontuação mais elevada mostrandoum maior impacto da síndrome sobre o paciente.Para avaliar possíveis sintomas <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão nos pacientes,utilizou-se o questionário Beck Depression Inventory(BDI), 13 e para avaliar sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> foi utilizado oBeck Anxiety Inventory (BAI). 14 Vinte e uma perguntas do tipoLikert foram feitas com essas escalas, e cada questão foi avaliadaentre 0-3.A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida geral dos pacientes foi avaliada como questionário Short Form-36 (SF-36). 15 Assim, foram criados


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):288–295291dois subgrupos <strong>de</strong> escores, como saú<strong>de</strong> física e saú<strong>de</strong> mental.O escore total foi avaliado entre 0-100.ComparaçõesOs grupos pacientes e controles foram comparados em termos<strong>de</strong> latência e duração do PSC nos membros superiorese inferiores. Subgrupos foram constituídos <strong>de</strong> acordo com alatência do PSC e os níveis <strong>de</strong> duração que foram <strong>de</strong>terminadascomo significativamente diferentes entre os gruposcom base no PSC médio do grupo controle. Pacientes commedidas <strong>de</strong> PSC iguais ou abaixo dos valores do grupo controle(grupo 1) foram comparados com pacientes com medições<strong>de</strong> PSC acima dos valores do grupo controle (grupo2), em termos <strong>de</strong> duração da doença, número total <strong>de</strong> sintomase pontos dolorosos, nível <strong>de</strong> dor avaliado pela EVA,escore no FIQ, níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão e ansieda<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida.Análise estatísticaA análise dos dados foi feita utilizando-se o programa StatisticalPackage for Social Sciences (SPSS Inc., EUA), versão 11.5,para Windows. As estatísticas <strong>de</strong>scritivas foram apresentadascomo média ± <strong>de</strong>svio padrão e mediana para variáveis contínuase número <strong>de</strong> observação (%) para as variáveis nominais,utilizando o teste do qui-quadrado. Diferenças estatisticamentesignificativas entre os grupos em relação às variáveiscontínuas foram estudadas utilizando-se o teste U <strong>de</strong> Mann--Whitney (<strong>de</strong> acordo com o teste <strong>de</strong> Kolmogorov-Smirnov, asvariáveis contínuas não apresentavam distribuição normal),e as variáveis nominais com o teste <strong>de</strong> qui-quadrado <strong>de</strong> Pearson.A significância da diferença nas variáveis entre os grupos1 e 2 foi analisada por meio do teste do qui-quadrado <strong>de</strong>Pearson. A análise <strong>de</strong> regressão foi utilizada para correlaçõessignificativas, utilizando os valores do grupo 1 como a variável<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Valores <strong>de</strong> P < 0,05 foram consi<strong>de</strong>rados estatisticamentesignificantes.ResultadosA mediana da ida<strong>de</strong> dos 64 participantes incluídos no estudo(46 [71,9%] do sexo feminino, 18 [28,1%] do sexo masculino)era 41,00 (38,<strong>53</strong> ± 8,02) anos. A distribuição e comparação dascaracterísticas <strong>de</strong>mográficas e os valores <strong>de</strong> condução dosnervos motores e sensoriais dos pacientes (n = 32) e <strong>de</strong> voluntários(n = 32) <strong>de</strong> acordo com grupos estão apresentadosna tabela 1. Não houve diferença significativa entre os gruposem termos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, sexo e valores da condução sensorial emotora (P > 0,05).A distribuição e a comparação da latência e a duração doPSC medidas nos músculos APB e TA <strong>de</strong> pacientes e controles<strong>de</strong> acordo com os grupos estão mostradas na tabela 2.Enquanto as latências médias do PSC nos membros superiorese inferiores dos pacientes eram <strong>de</strong> 87,25 e 107,75 ms eas durações do PSC eram <strong>de</strong> 46,25 e 51,15 ms, respectivamente,os valores nos controles eram 80,75 e 101,62 ms (latência) e48,75 e 54,50 ms (duração), respectivamente.Latências significativamente prolongadas <strong>de</strong> PSC em ambosos membros superiores e inferiores foram <strong>de</strong>terminadasTabela 1 – Distribuição e comparação das características<strong>de</strong>mográficas e valores <strong>de</strong> condução nos nervos motorese sensoriais <strong>de</strong> pacientes e voluntários, <strong>de</strong> acordo como grupoTabela 2 – Distribuição e comparação da latência eduração do PSC medido nos músculos APB e TA <strong>de</strong>pacientes e controles <strong>de</strong> acordo com os gruposPCS (ms)Membro superiorLatênciaDuraçãoMembro inferiorLatênciaDuraçãoGrupo <strong>de</strong>pacientes(n = 32)n(%), média ± DPGrupo <strong>de</strong>pacientes(n = 32)Média ± DP87,60 ± 7,4947,17 ± 7,33108,85 ± 10,0352,91 ± 13,20Grupocontrole(n = 32)n(%), média ± DPIda<strong>de</strong> (anos) 39,59 ± 7,03 37,47 ± 8,89 0,293GêneroFemininoMasculinoLMD nervo medianodireito (ms)VCM nervo medianodireito (m/s)LMD nervo ulnaresquerdo (ms)VCM nervo ulnaresquerdo (m/s)LMD nervo peronealdireito (ms)VCM nervo peronealdireito (m/s)LMD nervo tibialesquerdo (ms)VCM nervo tibialesquerdo (m/s)VCS nervo medianodireito (m/s)VCS nervo ulnaresquerdo (m/s)VCS nervo suraldireito (m/s)26 (81,3)6 (18,7)20 (62,5)12 (37,5)Grupocontrole(n = 32)Média ± DP79,77 ± 8,1549,92 ± 9,74103,42 ± 10,3755,93 ± 9,11nos pacientes em comparação com os indivíduos no grupocontrole (P < 0,05).A distribuição <strong>de</strong> duração da doença, o número total <strong>de</strong>sintomas e pontos dolorosos, o nível <strong>de</strong> EVA, o escore no FIQ,os níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão e ansieda<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dospacientes estão apresentados na tabela 3.Em relação aos subgrupos formados <strong>de</strong> acordo com a latênciamédia do PSC no grupo controle (doentes com valoresiguais/inferiores versus valores mais elevados em compara-P0,0010,1510,0370,692APB, músculo abductor pollicis brevis; TA, músculo tibialis anterior;DP, <strong>de</strong>svio padrão; PSC, período <strong>de</strong> silêncio cutâneo.P0,0982,57 ± 0,18 2,43 ± 0,37 0,06959,32 ± 3,23 59,48 ± 4,36 0,8712,21 ± 0,18 2,14 ± 0,33 0,98268,30 ± 10,59 64,75 ± 9,60 0,16<strong>53</strong>,45 ± 0,72 3,67 ± 0,81 0,26254,56 ± 5,14 <strong>53</strong>,63 ± 6,37 0,5244,06 ± 0,77 3,83 ± 0,80 0,24046,26 ± 3,75 47,38 ± 5,32 0,33554,93 ± 2,21 55,62 ± 3,06 0,30058,21 ± 4,21 57,45 ± 4,09 0,46951,77 ± 7,46 51,45 ± 6,83 0,859DP, <strong>de</strong>svio padrão; LMD, latência motora distal; VCM, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>condução motora; VCS, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução sensorial.


292 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):288–295Tabela 3 – Distribuição da duração da doença, númerototal <strong>de</strong> sintomas e pontos dolorosos, nível <strong>de</strong> dor naEVA, escore no FIQ, níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão e ansieda<strong>de</strong> equalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos pacientesParâmetrosGrupo dos pacientes(n = 32)Média ± DPDuração da doença (anos) 5,40 ± 2,97Número total <strong>de</strong> sintomas (0-37) 25,<strong>53</strong> ± 8,88Número <strong>de</strong> pontos dolorosos (0-18) 15,56 ± 2,15Nível <strong>de</strong> dor (EVA: 0-10 cm) 8,03 ± 0,98Escore no FIQ (0-100) 66,71 ± 9,48Nível no Beck Depression Inventory (0-63) 20,93 ± 11,15Nível no Beck Anxiety Inventory (0-63) 22,78 ± 11,85Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaNível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física (0-100)Nível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental (0-100)ção com os controles), observou-se que, embora o número <strong>de</strong>pacientes com latência normal <strong>de</strong> PSC no membro superior(grupo 1 para o membro superior) fosse 4 (12,5%), o número<strong>de</strong> pacientes com latência normal no membro inferior (grupo1 para a membro inferior) foi 12 (37,5%).As comparações entre o grupo 1 e o grupo 2 para membrossuperiores e inferiores, em termos <strong>de</strong> duração da doença, númerototal <strong>de</strong> sintomas e pontos dolorosos, nível <strong>de</strong> dor avaliadapela EVA, escore no FIQ, níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão e ansieda<strong>de</strong>,e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida estão mostrados nas tabelas 4 e 5.Como resultado das comparações, apesar <strong>de</strong> não haver associaçãoentre o prolongamento da latência do PSC no membrosuperior e os parâmetros <strong>de</strong> avaliação, foi <strong>de</strong>tectada umarelação entre o prolongamento da latência do PSC no membroinferior e os números dos sintomas totais, escore no FIQ enível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física. Assim, houve uma correlação positivaentre o prolongamento da latência do PSC e número total <strong>de</strong>sintomas e escore no FIQ, e uma correlação negativa entre oprolongamento da latência do PSC e o nível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física.A análise <strong>de</strong> regressão feita para correlações significativasusando os valores do grupo 1 como a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<strong>de</strong>monstrou que o prolongamento da latência do PSC nomembro inferior estava associado com a gravida<strong>de</strong> da doençae a incapacida<strong>de</strong> funcional medida através do FIQ (odds ratio[OR]: 0,467, P = 0,002) e nível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física medidos com asub-escala <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física do questionário SF-36 (OR: −0,231,P = 0,024).Discussão26,79 ± 2,3019,75 ± 1,49DP, <strong>de</strong>svio padrão; EVA, escala analógica visual; FIQ, FibromyalgiaImpact Questionnaire.Tabela 4 – Comparações entre os grupos 1 e 2 paramembros superiores em termos <strong>de</strong> duração da doença,número total <strong>de</strong> sintomas e pontos dolorosos, nível <strong>de</strong>dor avaliado pela EVA, score no FIQ, níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressãoe ansieda<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaParâmetros Grupo 1Latência do PSCnormal(n = 4)Média ± DPDuração da doença(anos)Número total <strong>de</strong>sintomas (0-37)Número <strong>de</strong> pontosdolorosos (0-18)Nível <strong>de</strong> dor (EVA:0-10 cm)Escore no FIQ(0-100)Nível no BeckDepressionInventory (0-63)Nível no BeckAnxiety Inventory(0-63)Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaNível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>física (0-100)Nível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental (0-100)Grupo 2Latência do PSCprolongada(n = 28)Média ± DP5,25 ± 2,06 5,42 ± 3,10 0,91324,92 ± 9,02 29,75 ± 7,50 0,31815,50 ± 2,25 16,03 ± 1,41 0,6718,08 ± 0,45 8,11 ± 1,05 1,00066,12 ± 9,74 70,81 ± 6,98 0,36415,10 ± 12,72 21,78 ± 10,90 0,26218,50 ± 11,09 23,39 ± 12,01 0,06927,06 ± 2,0820,52 ± 1,2424,92 ± 3,2619,64 ± 1,51A FM não está diretamente associada à disfunção <strong>de</strong> órgãos.Vários polimorfismos genéticos, alterações no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal(HHA), concentração anormal <strong>de</strong> neuropeptí<strong>de</strong>ose aminas biogênicas, tais como a serotonina, noradrenalina,cortisol e substância P, e alterações <strong>de</strong> ativação<strong>de</strong> receptores, tais como N-metil-D-ácido aspártico (NMDA) eglutamato foram <strong>de</strong>scritos em sua etiopatogenia. 16Uma redução dos níveis <strong>de</strong> mediadores, tais como inibidores<strong>de</strong> serotonina, e um aumento dos níveis <strong>de</strong> mediadoresexcitatórios, tais como a substância P induzida por váriosfatores <strong>de</strong> estresse, trauma ou agentes infecciosos, emindivíduos geneticamente predispostos, po<strong>de</strong>m explicar ossintomas, incluindo distúrbios do sono e psicológicos e fraquezamuscular. 17 Níveis ina<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> cortisol, hormôniodo crescimento e fator <strong>de</strong> crescimento insulina-like I <strong>de</strong>vido àdisfunção do eixo HHA po<strong>de</strong>m causar sintomas como fadiga eintolerância ao exercício. 18No entanto, essas teorias não são suficientes para explicara dor crônica e generalizada na FM. Há uma diminuição dolimiar <strong>de</strong> dor em FM e a dor não se limita a pontos dolorosos,havendo um aumento da sensibilida<strong>de</strong> a estímulos inespecíficoscomo pressão mecânica e sensações <strong>de</strong> frio/quente emáreas fora dos locais <strong>de</strong> pontos dolorosos ou em áreas sem dorespontânea. Além disso, existe um <strong>de</strong>svio dos mecanismos <strong>de</strong>dor central. 7,19A literatura tem relatado que a hiperexcitabilida<strong>de</strong> dosneurônios espinais e supra-espinais <strong>de</strong>sempenha um papelimportante no <strong>de</strong>senvolvimento e na manutenção da dor crônica.4,5Evidências indiretas como o aumento regional no fluxosanguíneo cerebral <strong>de</strong> algumas áreas, alterações do sistema<strong>de</strong> modulação nociceptiva, sensibilização central, aumentoda somação temporal, potenciais evocados tardios, sensibilida<strong>de</strong>das fibras C e alteração nos níveis <strong>de</strong> substância P, quesão conhecidos por <strong>de</strong>sempenhar um papel eficaz na transmissãoda dor em pacientes com FM, têm sido relatados naliteratura. 20,21P0,0620,278PSC, período <strong>de</strong> silêncio cutâneo; DP, <strong>de</strong>svio padrão; EVA, escalavisual analógica; FIQ, Fibromyalgia Impact Questionnaire.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):288–295293Tabela 5 – Comparações entre os grupos 1 e 2 paramembros inferiores em termos <strong>de</strong> duração da doença,número <strong>de</strong> sintomas totais e pontos dolorosos, nível<strong>de</strong> dor avaliada pela EVA, escore no FIQ, níveis <strong>de</strong><strong>de</strong>pressão e ansieda<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaParâmetros Grupo 1Latência do PSCnormal(n = 12)Média ± DPDuração dadoença (anos)Número total <strong>de</strong>sintomas (0-37)Número <strong>de</strong> pontosdolorosos (0-18)Nível <strong>de</strong> dor (EVA:0-10 cm)Escore no FIQ(0-100)Nível no BeckDepressionInventory (0-63)Nível no BeckAnxiety Inventory(0-63)Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaNível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>física (0-100)Nível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental (0-100)Grupo 2Latência do PSCprolongada(n = 20)Média ± DP5,25 ± 2,95 5,66 ± 3,11 0,70821,50 ± 8,45 27,95 ± 8,42 0,04515,33 ± 2,30 15,70 ± 2,10 0,6497,83 ± 1,11 8,10 ± 0,91 0,46761,50 ± 10,82 69,78 ± 7,23 0,01520,40 ± 11,56 21,83 ± 10,87 0,73121,83 ± 13,02 23,35 ± 11,40 0,73227,85 ± 0,2719,81 ± 1,5426,16 ± 2,7419,65 ± 1,48Nociceptores periféricos po<strong>de</strong>m ser estimulados com traumado tecido e/ou uma up-regulação da expressão do nociceptor.Impulsos nociceptores periféricos são transmitidospara a medula espinal por fibras A <strong>de</strong>lta mielinizadas e C nãomielinizadas. Inicialmente, a dor é mediada pela fibra A <strong>de</strong>lta,e a dor crônica ocorre por meio das fibras C com o estímulocontínuo. 22 Embora estudos avaliando fibras C por RFN sejamencontrados na literatura, 22,23 apenas um estudo avaliou fibrasA <strong>de</strong>lta usando a medição do PSC. 10Portanto, nosso objetivo foi comparar os pacientes com FMcom controles saudáveis , a fim <strong>de</strong> avaliar as diferenças da latênciae duração do PSC nos membros superiores e inferiorese, quando presente, <strong>de</strong>terminar se havia alguma associaçãoentre PSC e características da doença, distúrbios psicológicose qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.Com base nos resultados <strong>de</strong> nosso estudo, apesar <strong>de</strong> latênciassignificativamente prolongadas do PSC nos membrossuperiores e inferiores terem sido encontradas nos pacientesem comparação com o grupo controle, não houve diferençasignificativa entre os grupos em termos <strong>de</strong> duração do PSC.Além disso, observou-se que o prolongamento da latência doPSC no membro inferior estava correlacionado com a gravida<strong>de</strong>da doença e a incapacida<strong>de</strong> funcional física dos pacientes.O PSC é um reflexo protetor que provoca uma pausa nacontração muscular voluntária na presença <strong>de</strong> estímulosdolorosos <strong>de</strong> um nervo cutâneo. Os impulsos aferentes quegeram o PSC são transportados por fibras A <strong>de</strong>lta, mas o mecanismocentral do PSC não é conhecido. 24 O PSC é útil paraP0,0430,769PSC, período <strong>de</strong> silêncio cutâneo; DP, <strong>de</strong>svio padrão; EVA, escalavisual analógica; FIQ, Fibromialgia Impact Questionnaire.avaliar os componentes e segmentos das fibras A <strong>de</strong>lta (nãoavaliada por métodos eletrodiagnósticos mo<strong>de</strong>rnos) e paraenten<strong>de</strong>r doenças do sistema nervoso central (SNC) com distúrbiosmotores e sensoriais. 25 Alguns estudos têm utilizado oPSC para avaliar a função da via nociceptiva a nível espinal esupraespinal em pacientes com dor neuropática. 26Estudos na literatura têm <strong>de</strong>monstrado que o PSC foi registradoem várias neuropatias sensoriais, incluindo ataxia <strong>de</strong>Friedreich, abetalipoproteinemia e doença <strong>de</strong> Fabry, neuropatias<strong>de</strong> aprisionamento, como síndromes do túnel do carpo eulnar, lesões da medula espinal, incluindo mielopatia, radiculopatia,siringomielia e avulsão da raiz e distúrbios do SNCincluindo doença <strong>de</strong> Parkinson e distonia. 25,27-31 Além disso,estudos têm relatado que as medições do PSC po<strong>de</strong>m ser realizadascom vários músculos e com diferentes métodos. Umestudo semelhante ao nosso, realizado por Sahin et al., 10 mostrouque a latência do PSC gravada a partir do músculo APBcom a estimulação do quinto <strong>de</strong>do da mão <strong>de</strong> pacientes comFM (n = 28) era maior do que no grupo controle (n = 18), masnão houve nenhuma diferença significativa entre os gruposem termos <strong>de</strong> duração do PSC. Além disso, apenas o membrosuperior foi avaliado naquele estudo.Em nosso trabalho, embora utilizando métodos <strong>de</strong> estimulaçãodiferentes dos <strong>de</strong>scritos na literatura, um prolongamentosignificativo da latência do PSC (medido nos músculosAPB e TA) em ambos os membros superiores e inferiores, foiencontrado em pacientes em comparação com os controles.Além disso, não houve nenhuma diferença em termos <strong>de</strong> duraçãodo PSC. Esse resultado é compatível com aquele relatadopor Sahin et al. 10Estudos relataram que a latência do PSC ocorre em três momentos:tempo <strong>de</strong> condução periférica conduzida por fibras A<strong>de</strong>lta, tempo necessário para a inibição na medula espinal, e otempo da medula espinal até as fibras motoras musculares. 32Nossos resultados são compatíveis com as teorias que citamalterações no caminho da dor. Estudos na literatura relataramque a duração do PSC é reduzida e a latência aumentada emdistúrbios <strong>de</strong> neurônios periféricos, tais como a neuropatia eperda <strong>de</strong> fibras A <strong>de</strong>lta. Além disso, tanto a latência quantoa duração do PSC são prolongadas na doença <strong>de</strong> Parkinsone distonia. Nenhum dos nossos pacientes apresentou evidênciassugerindo neuropatia em estudos <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>condução ou evidências <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> fibras A <strong>de</strong>lta tais comomielopatia, radiculopatia ou avulsão da raiz. Estudos em doença<strong>de</strong> Parkinson têm explicado que a duração prolongadado PSC está relacionada com a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior duração emcircuitos inibitórios na medula espinal.De acordo com nossos resultados, embora houvesse umaligeira redução na duração do PSC em pacientes quando comparadoao grupo controle, a diferença não foi estatisticamentesignificativa. Apesar <strong>de</strong> nossos pacientes não terem nenhumadoença grave que sugerisse a perda <strong>de</strong> fibras A <strong>de</strong>lta, Onal etal., 33 em seu estudo realizado com pacientes sem neuropatia<strong>de</strong> fibras gran<strong>de</strong>s com diabetes mellitus em estágio inicial, eOz et al., 34 em seu estudo realizado com pacientes com síndromedas pernas inquietas, relataram que a latência prolongadado PSC está relacionada à neuropatia <strong>de</strong> fibra pequena. Alémdisso, Ulas et al. 35 avaliaram a presença <strong>de</strong> disautonomia naFM e mostraram que a latência da resposta cutânea simpáticaé maior do que no grupo controle, e também relataram que


294 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):288–295esse resultado po<strong>de</strong> ser um indicador <strong>de</strong> neuropatia <strong>de</strong> fibrapequena em pacientes com FM.À luz <strong>de</strong>ssa informação, acreditamos que nossos pacientespo<strong>de</strong>m ter tido neuropatia <strong>de</strong> fibra pequena. No entanto, excetopara as possibilida<strong>de</strong>s acima mencionadas, a razão paraduração normal do PSC po<strong>de</strong> estar relacionada com problemastécnicos durante as medições.Tem sido relatado na literatura que a dor tem dois componentesemocionais. Assim, o efeito da dor principal é o <strong>de</strong>sconfortoda sensação, enquanto o efeito da dor secundária éa ocorrência <strong>de</strong> sentimentos negativos como <strong>de</strong>pressão, raivae medo. 36 A FM afeta a saú<strong>de</strong> emocional funcional e psicológica,bem como a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos pacientes, <strong>de</strong>vido àcronicida<strong>de</strong> da dor. Estudos sobre a patogênese da FM têm<strong>de</strong>monstrado que a <strong>de</strong>pressão e a ansieda<strong>de</strong> são afetadas pormecanismos neuroendócrinos semelhantes. 37 Como resultado<strong>de</strong> nosso estudo, apesar <strong>de</strong> não haver relação entre a latênciado PSC e os níveis <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão, esses últimosestavam acima dos valores normais. Conforme relatado naliteratura, esses distúrbios psicológicos po<strong>de</strong>m ser fatores <strong>de</strong>risco para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> FM e, teoriza-se que essesdistúrbios estão presentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da doença. 38Os instrumentos usados para medir qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidapo<strong>de</strong>m ser genéricos ou específicos. Usamos o questionárioSF-36 para a avaliação genérica e o questionário FIQ para aavaliação específica da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Estudos na literaturatêm relatado que os níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida avaliadospelo FIQ e pelo SF-36 em pacientes com FM foram significativamentemaiores do que em voluntários saudáveis. 39,40 Osresultados não pu<strong>de</strong>ram ser comparados, uma vez que nãoexiste nenhum estudo na literatura que investigou latênciado PSC em pacientes com FM.Pagano et al. 41 avaliaram a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida em pacientescom FM usando FIQ e SF-36, e relataram que o questionárioFIQ é melhor para avaliar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do que o SF-36.Esse estudo também mostrou limitação física funcional empacientes com FM, reduzida em 10 vezes em comparação como grupo controle.Nossos resultados, mostrando que o prolongamento dalatência do PSC está associado com os escores <strong>de</strong> FIQ e a sub--escala da saú<strong>de</strong> física do SF-36, <strong>de</strong>monstram que a anormalida<strong>de</strong>nos caminhos da dor reflete na função física dos pacientes.Além disso, esse resultado po<strong>de</strong> estar relacionado comuma potencial neuropatia <strong>de</strong> fibra pequena. Consi<strong>de</strong>randoos resultados discutidos acima, a presença <strong>de</strong> uma potencialneuropatia <strong>de</strong> fibra pequena nesses pacientes po<strong>de</strong> explicar aausência <strong>de</strong> diferença na saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong> acordo com a sub--escala do SF-36 e os níveis <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão. Emboraestudos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala sejam necessários, acreditamos quea avaliação da latência do PSC em pacientes com FM po<strong>de</strong>esclarecer a incapacida<strong>de</strong> funcional dos pacientes.A associação da latência do PSC na extremida<strong>de</strong> inferiorcom a gravida<strong>de</strong> da doença e limitação da função física po<strong>de</strong>ser explicada por meio <strong>de</strong> medições no membro superior, queforam realizadas na posição sentada, enquanto as mediçõesno membro inferior foram realizadas em posição supina, queé mais confortável. Por conseguinte, a manutenção da contraçãomuscular voluntária po<strong>de</strong> ser mais fácil na posiçãosupina do que na posição sentada. Estudos relataram que adistância do músculo po<strong>de</strong> ser efetiva na latência e duraçãodo PSC. 28,42 O efeito <strong>de</strong>sse reflexo aumenta dos músculos proximaispara os distais. O membro superior tem uma via <strong>de</strong>reflexo mais curta em comparação com o inferior, em termos<strong>de</strong> comprimento do membro; portanto, a <strong>de</strong>ficiência funcionalpo<strong>de</strong> estar associada com o prolongamento da latência doPSC no membro inferior.Limitações do estudoEsse estudo está sujeito a diversas limitações. Escalas <strong>de</strong>avaliação clínica não foram utilizadas no grupo controle;assim, as comparações a<strong>de</strong>quadas não pu<strong>de</strong>ram ser realizadas.Além disso, nenhum teste, como biópsia <strong>de</strong> pele ou oestudo do sistema nervoso autônomo, foi feito para confirmaro diagnóstico <strong>de</strong> neuropatia <strong>de</strong> fibra pequena em nossoestudo, impossibilitando assim a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> qualquer resultado<strong>de</strong>finitivo.ConclusãoAs latências do PSC, tanto nos membros superiores quantonos inferiores <strong>de</strong> pacientes com FM, são mais longas do queem voluntários saudáveis. Acreditamos que esse resultadoreforça a teoria <strong>de</strong> anormalida<strong>de</strong>s na trajetória da dor aosníveis periférico e espinal na patogênese da FM. Essas alteraçõespo<strong>de</strong>m ser causadas por alterações no corno posteriorda medula espinal, bem como uma neuropatia <strong>de</strong> pequenasfibras, <strong>de</strong>vido à perda direta <strong>de</strong> fibras A <strong>de</strong>lta. Para <strong>de</strong>terminara causa exata, são necessários estudos que avaliem a fibraA <strong>de</strong>lta e utilizem vários testes simultaneamente. Comoum resultado secundário, verificou-se que o prolongamentoda latência do PSC no membro inferior está associado coma gravida<strong>de</strong> da doença e a incapacida<strong>de</strong> funcional física. Assim,acreditamos que a latência do PSC po<strong>de</strong> ser utilizadacomo um método <strong>de</strong> avaliação para medir a gravida<strong>de</strong> dadoença e a incapacida<strong>de</strong> física na FM. No entanto, antes <strong>de</strong>sua utilização como método padrão <strong>de</strong> medição, estudos <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> escala <strong>de</strong>vem ser realizados e valores normais <strong>de</strong>vemser estabelecidos.Conflitos <strong>de</strong> interesseOs autores <strong>de</strong>claram não haver conflitos <strong>de</strong> interesse.REFERÊNCIAS1. Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, BombardierC, Gol<strong>de</strong>nberg DL, et al. The American College ofRheumatology 1990 Criteria for the Classification ofFibromyalgia. Report of the Multicenter Criteria Committee.Arthritis Rheum. 1990;33(2):160-72.2. Weir PT, Harlan GA, Nkoy FL, Jones SS, Hegmann KT, GrenLH, et al. The inci<strong>de</strong>nce of fibromyalgia and its associatedcomorbidities: a population-based retrospective cohort studybased on international classification of diseases, 9th revisionco<strong>de</strong>s. J Clin Rheumatol. 2006;12(3):124-8.3. 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):296–302REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brArtigo originalGota axial ☆Eduardo Massato Hasegawa, Filipe Martins <strong>de</strong> Mello*, Cláudia Gol<strong>de</strong>nstein-Schainberg,Ricardo FullerDisciplina <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, BrasilinformaçõesresumoHistórico do artigo:Recebido em 29 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012Aceito em 24 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2012Palavras-chave:GotaColuna vertebralTofoRadiculopatiaA gota axial po<strong>de</strong> afetar todos os segmentos da coluna vertebral. Ela se manifesta comodor nas costas, dor associada com sintomas neurológicos, e como comprometimento neurológicosem dor em 17,9%, 75,8% e 4,2% dos casos, respectivamente. Essas manifestaçõesforam a primeira apresentação da gota em muitos pacientes. Embora radiografias, bemcomo tomografia computadorizada e especialmente ressonância magnética, possam sermuito sugestivos, análises histopatológicas, citológicas e pesquisa <strong>de</strong> cristais são o padrãoouro <strong>de</strong> diagnóstico. Na maioria dos casos que envolveram manifestações neurológicas, opaciente foi submetido à cirurgia, levando a resultados satisfatórios. Há, no entanto, algunsrelatos <strong>de</strong> recuperação total após o tratamento clínico habitual para gota, o que sugere queesse tratamento po<strong>de</strong> ser a opção inicial para os indivíduos com histórico <strong>de</strong> gota e sinaisradiológicos <strong>de</strong> envolvimento axial.© 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.Gout in the spineabstractKeywords:GoutSpineTophusRadiculopathyAxial gout can affect all segments of the spine. It is manifested as back pain, as pain associatedwith neurological symptoms, and as neurological impairment without pain in 17.9%,75.8% and 4.2% of cases, respectively. These manifestations were the first presentation ofgout in many patients. Although x-rays as well as computed tomography and especiallymagnetic resonance scans can be very suggestive, histopathological, cytological and crystalanalyses are the diagnostic gold standard. In most cases involving neurological manifestations,the patient un<strong>de</strong>rwent surgery, leading to satisfactory results. There are, however,some reports of full recovery following the usual clinical treatment for gout, suggestingthat such treatment may be the initial option for those subjects with a history of gout andradiological findings of axial involvement© 2013 Elsevier Editora Ltda. All rights reserved.☆Trabalho realizado na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.* Autor para correspondência.E-mail: filipimello@hotmail.com (F.M. Mello).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):296–302297IntroduçãoGota axial ou da coluna vertebral foi <strong>de</strong>scrita pela primeira vezpor Kersley et al., 1 em 1950, e em 19<strong>53</strong> Koskoff et al. 2 relataramo primeiro caso <strong>de</strong> mielopatia causado por gota. Des<strong>de</strong> então,foram relatados vários casos <strong>de</strong> gota da coluna vertebral, commanifestações que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o quadro clínico assintomáticoa complicações graves, como paraplegia e tetraparesia (vertabela 1, com relatos <strong>de</strong> casos citados). Este estudo revisa aliteratura relacionada às manifestações clínicas, diagnósticoe tratamento do envolvimento da coluna vertebral pela gota.MétodosUma busca bibliográfica dos termos spine, gout, tophus e myelopathyfoi realizada nos bancos <strong>de</strong> dados PubMed e Medline,e uma seleção <strong>de</strong> artigos que <strong>de</strong>screviam gota axial, incluindorelatos <strong>de</strong> casos, cartas ao editor, achados radiológicos, revisõessistemáticas e testes observacionais foi realizada. Casosapresentando referência cruzada entre esses relatos, que estavamausentes da busca inicial, também foram incluídos napresente revisão. O número final <strong>de</strong> artigos foi 94, e 113 indivíduosforam incluídos nesses relatos. Nossa busca tambémencontrou dois estudos maiores sobre gota axial e imagemradiológica, um com <strong>de</strong>senho retrospectivo e o outro um estudoprospectivo. Nenhuma revisão anterior sobre esse assuntohavia incluído esses dois estudos, e nem houve uma buscatão abrangente para relatos <strong>de</strong> casos.ResultadosManifestações clínicasA média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> dos pacientes era <strong>de</strong> 60,3 113 ± 14,4 anos,variando <strong>de</strong> 17 a 85 anos, 3,4 e 70,8% eram do sexo masculino.Um histórico prévio <strong>de</strong> gota foi observado em 62 pacientes(65,9% dos relatos que mencionavam essa informação),sendo 31 <strong>de</strong>les <strong>de</strong> gota tofácea. Não havia nenhuma referênciaà histórico <strong>de</strong> hiperuricemia e/ou gota em 19 (16,8%)pacientes.Ácido úrico sérico foi medido ao diagnóstico em 69pacientes, e 48 (69,6%) apresentaram níveis elevados. Insuficiênciarenal foi relatada em 25 casos (22,1%), e histórico prévio<strong>de</strong> transplante renal em 7 (6,2%). 4-6 O uso <strong>de</strong> álcool e <strong>de</strong>diuréticos foi relatado apenas em 7 (6,2%) e 12 (10,6%) casos,respectivamente.Envolvimento vertebral foi a manifestação inicial da gotaem 28 pacientes (24,8%). Todos os segmentos da coluna vertebralforam afetados: a coluna lombar em 66 (58,4%), a colunacervical em 28 (24,8%), e a torácica em 24 (21,2%) dos113 pacientes. Observou-se o envolvimento <strong>de</strong> S1 em 15 casos(13,3%), associado a lesões da coluna lombar em 13 (86,7%)<strong>de</strong>les. Dois pacientes (1,8%) apresentavam lesões tanto cervicalquanto torácicas, 7,8 e outros quatro (3,5%) tinham envolvimentosimultâneo torácico e lombar. 5,9-11A gota po<strong>de</strong> afetar qualquer estrutura da coluna vertebral,como os discos intervertebrais, articulações facetárias,lâminas, corpos vertebrais, pedículos, ligamento amarelo, filamentosterminais e os tecidos moles adjacentes à colunavertebral. 12Sintomas neurológicos foram observados em 88 pacientes(77,9%), e havia associação com dor cervical, torácica oulombar em 80 (90,9%) <strong>de</strong>sses casos. Dor sem sintomas neurológicosfoi relatada em 23 pacientes (20,4%), 3 (2,7%) na colunacervical, 1 (0,9%) na coluna torácica, 20 (17,7%), na colunalombar (um caso com dor cervical e lombar e um relato <strong>de</strong> envolvimentotanto torácico quanto lombar) e 1 (0,9%) com dorsacral. Dois (1,8%) pacientes eram assintomáticos e só foramdiagnosticados na autópsia (tabela 2). 13,14Radiculopatia (disfunção motora ou disestesia ao longodo curso <strong>de</strong> um nervo específico causada pela compressão <strong>de</strong>sua raiz) era o sintoma neurológico mais frequente, ocorrendoem 39 pacientes (34,5%), seguido por claudicação em 23(20,4%), paraparesia crural em 14 (12,4%), tetraparesia em 8(7,1%) e paraplegia em 5 (4,4%). Subluxação atlanto-axial compresença <strong>de</strong> tofo foi observada em dois casos <strong>de</strong> dor cervicallevando a tetraparesia, 15,16 e, em um caso <strong>de</strong> paralisia <strong>de</strong>múltiplos nervos cranianos. 17 sintomas neurológicos sem dorforam relacionados em oito pacientes (7,1%).Disfunção do trato urinário e/ou intestinal foi observadaem 10 indivíduos, todos apresentando outras manifestaçõesneurológicas e 5 apresentando dor nas costas.Trinta e quatro (38,6%) dos 88 casos com comprometimentoneurológico exibiram início agudo <strong>de</strong> sintomas (quatro semanasou menos antes do diagnóstico).Febre superior a 38 ºC foi relatada em 15 pacientes (10,6%),todos com elevada velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hemossedimentação (VHS)e proteína C-reativa; portanto, a exclusão <strong>de</strong> um processo infecciosoera obrigatória. Além disso, outros 12 casos sem febreapresentavam VHS elevada.Estudos <strong>de</strong> imagemComo observado por King et al., 18 os achados radiológicospo<strong>de</strong>m ser normais ou revelar e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> tecidos moles, sinaiscompatíveis com osteoartrite (nova formação óssea e/ouredução do espaço intervertebral), cistos ósseos subcondraisclaramente <strong>de</strong>finidos, erosões com bordas escleróticas, erosãodo processo odontoi<strong>de</strong>, subluxação atlanto-axial e fratura patológica.18,19 Entre os achados mencionados, os mais comunseram os sugestivos <strong>de</strong> osteoartrite, vistos em 26 (65%) dos 40relatos nos quais uma radiografia da coluna vertebral foi <strong>de</strong>scrita.A figura 1 mostra uma radiografia torácica <strong>de</strong> um pacienteseguido em nosso laboratório <strong>de</strong>vido à gota <strong>de</strong> longadata e envolvimento torácico (T7) da coluna vertebral.Apesar <strong>de</strong> não ser frequentemente mencionada na literatura,a tomografia computadorizada (TC) po<strong>de</strong> revelar erosõeslocalizadas em articulações facetárias 20 e danos aos tecidosmoles com a presença <strong>de</strong> nódulos ou massa <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,em alguns casos. 21Na imagem por ressonância magnética (RM), a gota tofáceaé geralmente caracterizada por uma imagem homogêneacom um sinal que varia <strong>de</strong> intermediário a baixo em T1 (coma mesma intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sinal que músculo); em T2, a imagemaparece homogênea e po<strong>de</strong> mostrar baixa ou alta intensida<strong>de</strong>.22-25 Quando o contraste (gadolínio) é utilizado, realce periféricoheterogêneo ou homogêneo po<strong>de</strong> ocorrer, revelando


298 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):296–302Tabela 1 – Relatos <strong>de</strong> casos e séries <strong>de</strong> gota na coluna vertebral revisados, mas não citados no textoNo. Autores No <strong>de</strong> casosrelatadosAnoReferência1 A<strong>de</strong>nwalla HN, Usman MH, Bagir M et al. 1 2007 South Med J. 2007 Apr;100(4):413-42 Arnold MH, Brooks PM, Savvas P et al. 1 1988 Aust N Z J Med. 1988 Dec;18(7):865-73 Barrett K, Miller ML, Wilson JT 1 2001 Neurosurgery. 2001 May;48(5):1170-24 Beier CP, Hartmann A, Woertgen C et al. 1 2005 J Neurosurg Spine. 2005 Dec;3(6):485-75 Bonaldi VM, Duong H, Starr MR et al. 1 1996 AJNR Am J Neuroradiol. 1996 Nov-Dec;17(10):1949-526 Burnham J, Fraker K, Steinbach H 1 1977 AJR Am J Roentgenol. 1977 Dec;129(6):1116-97 Cabot J, Mosel L, Kong A et al. 1 2005 Skeletal Radiol. 2005 Dec;34(12):803-68 Chan AT, Leung JL, Sy AN 1 2009 Hong Kong Med J. 2009 Apr;15(2):143-59 Chang IC 4 2005 Clin Orthop Relat Res. 2005 Apr(433):106-1010 Clerc 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):296–302299AB(14,2%), nos quais a biópsia <strong>de</strong>snecessária; uma biópsia abertafoi realizada em um paciente (0,9%). 27 Uma massa pastosa <strong>de</strong>cor branca era geralmente observada durante a cirurgia.Em sete pacientes (6,2%), 8,17,23,24,28-30 exames histológicos oucitológicos não foram realizados, e o diagnóstico foi presumidobaseado em achados clínicos e <strong>de</strong> imagem ou em artrocentese<strong>de</strong> outras articulações. Em outros quatro casos (3,5%)o diagnóstico foi feito durante a autópsia, 1,2,13,14 mas nenhum<strong>de</strong>sses pacientes morreu em razão do envolvimento da colunavertebral por gota.Em 17 pacientes que relataram dor sem manifestação neurológica,realizou-se punção guiada ou intervenção cirúrgicacom base na presença <strong>de</strong> anormalida<strong>de</strong>s na TC e/ou RM (lesão<strong>de</strong> massa) e, eventualmente, febre e elevação da VHS no iníciodo quadro.A <strong>de</strong>scrição histológica inclui aspectos clássicos da gota,tais como a presença <strong>de</strong> histiócitos e células gigantes multinucleadase fibroblastos ao redor <strong>de</strong> <strong>de</strong>bris eosinofílicos oumaterial amorfo, po<strong>de</strong>ndo conter cristais em forma <strong>de</strong> agulhacom birrefringência negativa sob luz polarizada. Ocasionalmente,apenas a imagem negativa dos cristais é observadanos neutrófilos, quando são dissolvidos durante a fixação emmeio aquoso. 31-33TratamentoCFigura 1 – (A e B) Ressonância magnética (RM) <strong>de</strong> colunatorácica em vista lateral. Note a presença <strong>de</strong> uma lesãocom baixo sinal em T1 indicado pelas setas (A) antes e (B)após a administração <strong>de</strong> contraste, com realce homogêneo.(<strong>de</strong>: Hasegawa EM, Gol<strong>de</strong>nstein-Schainberg C, Fuller R.; RevBras Reumatol 2007;47(4):300-2). (C) Radiografia lateral dacoluna cervical em um paciente com gota tofácea crônica.As setas mostram erosões nos aspectos anteriores doscorpos vertebrais.vascularização reativa. 22,26 A figura 2 mostra a RM da colunalombar do mesmo paciente <strong>de</strong>scrito anteriormente.O tofo não tem uma imagem característica e por isso é difícildiferenciá-lo <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> lesão, tais como neoplasias,infecções e abscessos. Como resultado, o diagnóstico finalmuitas vezes requer análises histopatológicas ou citológicas.Os resultados mais comuns em estudos <strong>de</strong> imagem estãoapresentados na tabela 3.DiagnósticoEm 103 dos 113 casos (91,2%), o diagnóstico foi obtido pormeio <strong>de</strong> estudos citológicos ou histopatológicos. Um estudohistológico do tecido removido durante a excisão cirúrgica dalesão ou laminectomia <strong>de</strong>scompressiva foi realizado em 87pacientes (77%). Punção guiada foi realizada em 16 pacientesDentre os 88 pacientes com sintomas neurológicos, 74 (84,1%)foram submetidos à cirurgia. O procedimento mais comumfoi a laminectomia <strong>de</strong>scompressiva. A recuperação total dasmanifestações neurológicas foi observada em 55 dos 74 pacientes(74,3%); a recuperação parcial após a cirurgia em 9,e 2 pacientes 31,34 não relataram recuperação após a cirurgia,apesar <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les 34 ter melhorado após tratamento clínicosubsequente com medicamentos anti-inflamatórios não-esteroi<strong>de</strong>s(AINEs) e hipouricêmicos. Em outros seis casos nãohouve <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> seguimento e, portanto, não havia dadossobre a resposta à cirurgia que pu<strong>de</strong>ssem ser recuperados.Apenas um paciente sem sintomas neurológicos foi tratadocirurgicamente, mas não houve menção aos <strong>de</strong>sfechos. Doispacientes morreram no pós-operatório <strong>de</strong>vido à broncopneumonia:15,28 um <strong>de</strong>les não havia apresentado melhora, enquantoo outro apresentou melhora dos sintomas neurológicos antesda complicação infecciosa.Vinte e cinco pacientes (22,1%) receberam tratamento clínicoisolado (AINEs, colchicina e corticosteroi<strong>de</strong>s por via oral,intravenosa ou epidural), com melhora dos déficits neurológicose/ou dor. O <strong>de</strong>sfecho não foi relatado em três casostratados <strong>de</strong> forma conservadora. 6,23,35 Três pacientes que nãose submeteram à cirurgia morreram <strong>de</strong>vido a broncopneumonia;1,9,17 um <strong>de</strong>les havia apresentado melhora dos sintomas relacionadosà gota, enquanto os outros dois não. Em oito casosnão houve menção ao tratamento e <strong>de</strong>sfecho.Os resultados do tratamento encontram-se resumidos nafigura 2.DiscussãoEnvolvimento da coluna vertebral na artrite gotosa é cada vezmais reconhecido como uma manifestação incomum; porém,


300 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):296–302Recuperação total(n = 55)(48,7%)Melhora parcial(n = 9)(8,0%)Tratamento cirúrgico(n = 75)(66,4%)Sem resposta(n = 2)(1,8%)Morte por complicaçãopós-operatória (n = 2)(1,8%)Gota na coluna(n = 113)Desfecho <strong>de</strong>sconhecido(n = 7)(6,2%)Desfecho <strong>de</strong>sconhecido(n = 3)(2,7%)Tratamento clínico(n = 30)Morte por broncopneumonia(n = 2)(1,8%)Autópsia(n = 2)(26,6%)Melhora(n = 25)(22,1%)Tratamento e <strong>de</strong>sfecho<strong>de</strong>sconhecidos (n = 8)(7,1%)Morte porbroncopneumonia (n = 1)(0,9%)Figura 2 – Resumo <strong>de</strong> tratamento e <strong>de</strong>sfecho.Tabela 2 – Manifestações clínicasSintomas n %Déficit neurológico com dor nas costas 80Radiculopatia 39 34,5Claudicação 23 20,4Paraparesia 14 12,4Tetraparesia 8 7,1Paraplegia 5 4,4Dor sem déficit neurológico 23 20,4Cervical 3 2,7Torácica 1 0,9Lombar 20 17,7Sacral 1 0,9Somente déficit neurológico 8 7,1Desconhecido* 2 1,8* Diagnóstico feito na autópsia.sua prevalência é claramente subestimada porque apenasos pacientes com déficits neurológicos e/ou febre, e aquelesque não melhoram com o tratamento clínico são investigadoscom exames <strong>de</strong> imagem e estudos histopatológicos subsequentespara confirmar o diagnóstico.Apesar <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma manifestação rara da gota,principalmente porque a maioria dos casos relatados é <strong>de</strong> cenáriosclínicos sintomáticos (98,2% dos 113 pacientes analisadosnesse artigo), algumas evidências apontam para o fato<strong>de</strong> que as alterações da coluna vertebral na gota po<strong>de</strong>m sermuito mais comuns do que se pensava anteriormente. Konatalapalliet al. 36 retrospectivamente 64 imagens <strong>de</strong> TC da coluna<strong>de</strong> pacientes com gota, e <strong>de</strong>scobriu que 14% <strong>de</strong>les apresentavamcaracterísticas <strong>de</strong> gota na coluna vertebral. O mesmogrupo <strong>de</strong> pesquisadores realizou um estudo prospectivo, noqual 48 indivíduos com diagnóstico <strong>de</strong> gota foi submetido àTabela 3 – Achados <strong>de</strong> imagem em gota da colunavertebralSintomas %Raio-XTCLombarSacralAlterações osteoartríticas: osteófitos, cistossubcondrais e esclerose ósseaAlterações osteoartríticasMassa <strong>de</strong> baixa-<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>Erosão da articulação facetáriaT1 – sinal homogêneo, baixo à intermediárioT2 – sinal homogêneo, baixo à altoContraste (Gadolínio): realce homogêneo,periféricoSinal normal na medula da vértebra adjacenteTC, tomografia computadorizada; RM, ressonância magnética.avaliação da coluna vertebral por TC. 37 Trinta e cinco por centodos pacientes apresentaram evidências <strong>de</strong> erosões gotosas outofos na coluna vertebral à TC. Uma vez que esses dois estudosnão eram relatos <strong>de</strong> casos e, portanto, não mencionavamqualquer informação clínica individual <strong>de</strong> cada paciente, elesnão foram incluídos na nossa análise.A gota axial <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada no diagnóstico diferencial<strong>de</strong> pacientes com diagnóstico prévio <strong>de</strong> gota ou histórico<strong>de</strong> hiperuricemia que apresentem sintomas sugestivos <strong>de</strong> envolvimentoda medula vertebral e dor lombar ou cervical. Emborageralmente não sejam mencionados em muitos relatos<strong>de</strong> casos, os fatores <strong>de</strong> risco para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> artritegotosa aguda tais como insuficiência renal, medicamentos(diuréticos, aspirina em baixas doses), dieta, consumo <strong>de</strong> álcoole infecção também <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados para o diagnósticopresuntivo <strong>de</strong> gota da coluna vertebral.O mecanismo associado com a gota axial ainda não estáclaro. No entanto, presume-se que os mesmos fatores que


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):296–302301conduziram ao quadro periférico, tais como pH, temperatura,o trauma e <strong>de</strong>generação das articulações estão envolvidos nos<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> cristais. 33,38 Finalmente, a presença <strong>de</strong> osteoartriteda coluna vertebral talvez também facilite ainda mais a<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> cristais.Em pacientes sem histórico <strong>de</strong> gota ou hiperuricemia, odiagnóstico po<strong>de</strong> ser presumido a partir dos resultados da TC,RM, achados clínicos e laboratoriais, história clínica anterior,e os fatores <strong>de</strong> risco associados. A radiografia simples é umrecurso diagnóstico relativamente limitado.A análise histológica ou citológica é necessária para umdiagnóstico <strong>de</strong>finitivo e para excluir processos infecciosos ouneoplasias que po<strong>de</strong>m apresentar aspectos clínicos e <strong>de</strong> imagemsemelhantes, especialmente em pacientes sem histórico<strong>de</strong> gota e/ou naqueles com sinais e sintomas indicando dornas costas. A amostra <strong>de</strong>ve ser preservada em álcool para evitara dissolução dos cristais <strong>de</strong> urato. 33Pacientes sem envolvimento neurológico po<strong>de</strong>m inicialmenteser tratados com AINEs, como indicado nos ataquesagudos <strong>de</strong> gota, 39,40 e, posteriormente, com medicamentos hipouricêmicos.Na presença <strong>de</strong> sintomas neurológicos, o tratamentoclínico também po<strong>de</strong> ser tentado, uma vez que conduzà melhora em alguns pacientes. A resposta favorável aotratamento clínico po<strong>de</strong> sugerir que o processo inflamatório,ao invés <strong>de</strong> uma compressão <strong>de</strong>vido ao tofos em si, <strong>de</strong>ve sero mecanismo principal para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sintomas.Em uma revisão anterior <strong>de</strong> gota da coluna vertebral feitapor Hou et al., 22 após uma avaliação clínica, laboratorial e<strong>de</strong> imagem inicial, a biópsia é sugerida como o procedimentodiagnóstico <strong>de</strong>finitivo. Se houver déficits neurológicos progressivos,a cirurgia po<strong>de</strong> ser preferida. Se a biópsia confirmaro diagnóstico <strong>de</strong> gota, o tratamento conservador po<strong>de</strong> sertentado, e quando os sintomas persistem ou se repetem apósuma melhora inicial, a cirurgia <strong>de</strong>ve ser realizada. Recomendamosa punção guiada em vez <strong>de</strong> biópsia aberta em pacientessem envolvimento neurológico grave ou progressivo e naquelescom dor como única manifestação que não melhoramcom o tratamento clínico.Em conclusão, a gota <strong>de</strong>ve ser incluída no diagnóstico diferencial<strong>de</strong> episódios <strong>de</strong> dor aguda da coluna vertebral, associadaou não com manifestações neurológicas em pacientescom histórico <strong>de</strong> gota e hiperuricemia. Nos casos sem ou commanifestações neurológicas leves a mo<strong>de</strong>radas, recomendamosa punção guiada como procedimento diagnóstico iniciale tratamento conservador com AINEs e/ou corticosteroi<strong>de</strong>s. Acirurgia <strong>de</strong>ve ser reservada para os pacientes que não apresentemmelhora ou para aqueles com déficits neurológicosprogressivos, apesar do tratamento clínico.REFERÊNCIAS1. Kersley GD, Man<strong>de</strong>l L, Jeffrey MR. 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302 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):296–30227. Nakajima A, Kato Y, Yamanaka H, Ito T, Kamatani N. Spinaltophaceous gout mimicking a spinal tumor. J Rheumatol.2004;31(7):1459-60.28. Dharmadhikari R, Dil<strong>de</strong>y P, Hi<strong>de</strong> IG. A rare cause of spinal cordcompression: imaging appearances of gout of the cervicalspine. Skeletal Radiol. 2006;35(12):942-5.29. Buenzli D, So A. Inflammatory sciatica due to spinal tophaceousgout. BMJ Case Rep. 2009. doi:10.1136/bcr.07.2008.0492.30. Schorn C, Behr C, Schwarting A. [Fever and back pain--a case report of spinal gout]. Dtsch Med Wochenschr.2010;135(4):125-8.31. Kaye PV, Dreyer MD. Spinal gout: an unusual clinical andcytological presentation. Cytopathology. 1999;10(6):411-4.32. Kuo YJ, Chiang CJ, Tsuang YH. Gouty arthropathy ofthe cervical spine in a young adult. J Chin Med Assoc.2007;70(4):180-2.33. Becker MA. Clinical manifestations and diagnosis of gout.UpToDate (v.19.1); 2011 [updated February 13, 2011; cited 2010January 11]; Available from: www.uptodateonline.com.34. Mekelburg K, Rahimi AR. Gouty arthritis of the spine:clinical presentation and effective treatments. Geriatrics.2000;55(4):71-4.35. Alarcon GS, Reveille JD. Gouty arthritis of the axialskeleton including the sacroiliac joints. Arch Intern Med.1987;147(11):2018-9.36. Konatalapalli RM, Demarco PJ, Jelinek JS, Murphey M,Gibson M, Jennings B, et al. Gout in the axial skeleton. JRheumatol. 2009;36(3):609-13.37. Konatalapalli RM, Lumezanu E, Jelinek JS, Murphey M,Carter E, Weinstein A. A Prospective Studyof Correlates ofAxial Gout. ACR/ARHP 2010 Scientific Meeting; Atlanta,USA2010.38. Choi HK, Mount DB, Reginato AM. Pathogenesis of gout. AnnIntern Med. 2005;143(7):499-516.39. Cannella AC, Mikuls TR. Un<strong>de</strong>rstanding treatments for gout.Am J Manag Care. 2005;11(15 Suppl):S451-8; quiz S65-8.40. Terkeltaub RA. Clinical practice. Gout. N Engl J Med.2003;349(17):1647-55.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):xx–xxREVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brArtigo <strong>de</strong> revisãoVariáveis relacionadas com perda da produtivida<strong>de</strong> notrabalho em pacientes com espondilite anquilosante ☆Renata Frauendorf*, Marcelo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Pinheiro, Rozana Mesquita CiconelliEscola Paulista <strong>de</strong> Medicina, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, BrasilinformaçõesresumoHistórico do artigo:Recebido em 22 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2012Aceito em 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2013Palavras-chave:Espondilite anquilosanteEficiênciaTrabalhoFatores <strong>de</strong> riscoRevisãoA perda da produtivida<strong>de</strong> no trabalho, como resultado da espondilite anquilosante, temse tornado tema <strong>de</strong> interesse dado o seu impacto socioeconômico. Além das limitaçõesfísicas, outras variáveis parecem interferir na produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses pacientes que muitasvezes são aposentados precocemente do mercado <strong>de</strong> trabalho. Assim, esse manuscrito <strong>de</strong>revisão buscou i<strong>de</strong>ntificar artigos publicados na língua inglesa no período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>2001 a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2011 que discutissem essas variáveis por meio <strong>de</strong> estudos realizadoscom pacientes adultos com diagnóstico <strong>de</strong> espondilite anquilosante, <strong>de</strong> ambos os gênerose que usaram instrumentos padronizados para a avaliação da ativida<strong>de</strong> da doença e dacapacida<strong>de</strong> produtiva no trabalho. Foram i<strong>de</strong>ntificados 33 artigos aten<strong>de</strong>ndo aos critérios<strong>de</strong> inclusão e observou-se que a perda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> no trabalho em pacientes comespondilite anquilosante é influenciada por variáveis <strong>de</strong>mográficas, emocionais, socioculturaise ocupacionais e hábitos <strong>de</strong> vida. Compreen<strong>de</strong>r esses possíveis fatores <strong>de</strong> risco po<strong>de</strong>colaborar para a elaboração <strong>de</strong> estratégias preventivas para a manutenção <strong>de</strong> pacientescom espondilite anquilosante no mercado <strong>de</strong> trabalho.© 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.Variables related to work productivity loss in patients with ankylosingspondylitisabstractKeywords:Spondylitis, ankylosingEfficiencyWorkRisk factorsReviewThe work productivity loss due to ankylosing spondylitis (AS) has become subject of interestbecause of its socioeconomic impact. In addition to physical limitations, other variablesseem to affect the productivity of those patients, who often withdraw early from the laborforce. This review was aimed at i<strong>de</strong>ntifying articles published in English, from January 2001to December 2011, which assessed those variables in adult patients of both sexes diagnosedwith AS, using standardized instruments to measure disease activity and work productivity.Thirty-three articles meeting the inclusion criteria were i<strong>de</strong>ntified. The work productivityloss of patients with AS proved to be influenced by <strong>de</strong>mographics, emotional, social,cultural, and occupational factors, and lifestyle. Un<strong>de</strong>rstanding those potential risk factors☆Trabalho realizado na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.* Autor para correspondência.E-mail: refrau@uol.com.br (R. Frauendorf).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


304 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):303–309may contribute to the <strong>de</strong>velopment of preventive strategies to maintain patients with ASparticipating in the labor force.© 2013 Elsevier Editora Ltda. All rights reserved.IntroduçãoResultadosA espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatóriacrônica que acomete 0,1% a 1,4% da população geral e se caracterizapelo envolvimento preferencial da coluna vertebral,comprometendo a mobilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> funcional, <strong>de</strong>modo progressivo. 1,2 A doença tem relevante impacto social eeconômico, uma vez que tem maior incidência em indivíduoscom menos <strong>de</strong> 40 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, 3 acarretando redução <strong>de</strong> horastrabalhadas, perda <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s profissionais e aposentadoriaprecoce. 4 Uma das principais consequências da doençaé a perda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> no trabalho (PPT), particularmenteassociada a limitação física, dor crônica, comprometimento daqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, perda da autoestima e outros aspectos emocionais,tais como expectativas, ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão. 5-8Além das limitações físicas e dos aspectos relacionados coma própria doença, diversas outras variáveis po<strong>de</strong>m influenciara PPT, como fatores <strong>de</strong>mográficos, emocionais e socioeconômicos,hábitos <strong>de</strong> vida e condições <strong>de</strong> trabalho ou ocupacionais.A melhor compreensão <strong>de</strong>sses possíveis fatores <strong>de</strong> risco po<strong>de</strong>proporcionar uma elaboração mais a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong>prevenção para manter os pacientes com EA no mercado <strong>de</strong>trabalho.Assim, este trabalho <strong>de</strong> revisão propõe-se a compilar, <strong>de</strong>modo sistemático, os estudos realizados sobre a PPT em pacientescom EA, além <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e discutir os principais aspectosrelacionados.A prevalência <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> permanente para o trabalho varia<strong>de</strong> 10 a 40%, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do estágio da doença, da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>início e das características <strong>de</strong> cada país, incluindo o acesso aosistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. 4,6,17-20 Nos Estados Unidos, estima-se que ocusto anual relacionado à PPT seja <strong>de</strong> US$ 5.000 para cada pacientecom EA. 5 Embora as novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamentoda EA tenham contribuído para a redução do impacto da PPT, 21na última década, alguns estudos ainda mostram elevado grau<strong>de</strong> afastamento do trabalho ou aposentadoria precoce nessespacientes 22,23 e que existem fatores que po<strong>de</strong>m influenciar essefenômeno.As variáveis associadas com PPT em pacientes com EA encontradasnos artigos revisados estão resumidas na tabela1.Essas variáveis foram subdivididas segundo o risco e a proteção(tabela 2).Relacionadas à própria doençaAtivida<strong>de</strong> e funcionalida<strong>de</strong>A maioria dos trabalhos mostra correlação estreita entrePPT e maior ativida<strong>de</strong> da doença, bem como pior função 17-28e pior mobilida<strong>de</strong> 18,22,28 em pacientes com EA, <strong>de</strong> acordo comos instrumentos mais comumente usados BASDAI, 9 BASFI, 10HAQ-S 11 e BASMI. 12MétodosRealizou-se um levantamento bibliográfico sistemático na base<strong>de</strong> dados PubMed durante o período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2001 a <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2011, por meio <strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> busca e uso dos <strong>de</strong>scritores“Work Instability”, “Work Productivity”, “Work Disability”,“Risk Factors” combinados com “Ankylosing Spondylitis”.No primeiro momento foram i<strong>de</strong>ntificados 335 artigos. Desses,33 aten<strong>de</strong>ram aos critérios <strong>de</strong> inclusão – ou seja, estudos publicadosna língua inglesa, realizados com pacientes adultos comdiagnóstico <strong>de</strong> EA e <strong>de</strong> ambos os gêneros. Além disso, foram selecionadosapenas os estudos que utilizaram instrumentos padronizadose validados para a avaliação <strong>de</strong> sua amostra, comoBASDAI (Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity In<strong>de</strong>x), 9 BASFI(Bath Ankylosing Spondylitis Functional In<strong>de</strong>x), 10 HAQ-S (Health AssessmentQuestionnaire – Spondylitis), 11 BASMI (Bath AnkylosingSpondylitis Mobility In<strong>de</strong>x), 12 AS-WIS (Work Instability Scale forAnkylosing Spondylitis), 13 WPAI-SHP (Work Productivity and ActivityImpairment Questionnaire: Specific Health Problem), 14 WPAI:SpA(Work Productivity and Activity Impairment questionnaire in AS) 15 eWLQ (Work Limitations Questionnaire). 16Todos os 33 artigos foram lidos na íntegra, com síntese dasinformações, e as variáveis que interferem com a PPT foramagrupadas em categorias.Tabela 1 – Variáveis associadas com a PPT em pacientescom EA1. Relacionadas àprópria doença1.1 Ativida<strong>de</strong> e funcionalida<strong>de</strong>1.2 Tempo <strong>de</strong> diagnóstico1.3 Tratamento medicamentoso e nãofarmacológico1.4 Próteses1.5 Comorbida<strong>de</strong>s e manifestações extraarticulares1.6 História familiar <strong>de</strong> EA2. Demográficas 2.1 Ida<strong>de</strong>2.2 Sexo2.3 Escolarida<strong>de</strong> e nível socioeconômico3. Emocionais 3.1 Enfrentamento da doença (Coping)3.2 Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e Bem estar global3.3 Suporte social4. Hábitos <strong>de</strong> vida 4.1 Tabagismo4.2 Ativida<strong>de</strong> física atual e regular5. Ocupacionais 5.1 Absenteísmo5.2 Tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> profissional5.3 Ambiente <strong>de</strong> trabalho6. Socioeconômicas 6.1 Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego6.2 Segurida<strong>de</strong> social6.3 Prosperida<strong>de</strong> econômica6.4 Sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>PPT, perda da produtivida<strong>de</strong> no trabalho; EA, espondiliteanquilosante.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):303–309305Tabela 2 – Variáveis associadas com a PPT em pacientescom EA: fatores <strong>de</strong> risco e <strong>de</strong> proteçãoFatores <strong>de</strong> risco Fatores <strong>de</strong> proteçãoAtivida<strong>de</strong> da doençaFunçãoTempo <strong>de</strong> diagnósticoMedicaçõesconcomitantesArtroplastiaDoenças associadasManifestações extraarticularesIda<strong>de</strong>TabagismoAbsenteísmoHistória familiar <strong>de</strong> EANível socioeconômicoEscolarida<strong>de</strong>EnfrentamentoQualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaBem-estar globalSuporte socialAtivida<strong>de</strong> física regularAtivida<strong>de</strong>s profissionais com menor<strong>de</strong>manda físicaAmbiente <strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>quadoProsperida<strong>de</strong> econômica (menor taxa<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>provedor)Sistema <strong>de</strong> seguro socialPPT, perda da produtivida<strong>de</strong> no trabalho; EA, espondiliteanquilosante.PrótesesOs resultados dos estudos <strong>de</strong>monstram que, mesmo após a artroplastia,esses pacientes estão mais propensos a abandonarsuas ativida<strong>de</strong>s ocupacionais em relação àqueles que não a fizeram.18,23,31,33 No entanto, é importante <strong>de</strong>stacar que, em geral,os pacientes que realizaram a intervenção cirúrgica <strong>de</strong> joelhoou quadril têm pior comprometimento funcional e maior gravida<strong>de</strong>da doença, fatores que po<strong>de</strong>m causar confusão da realdimensão <strong>de</strong>sse procedimento na PPT <strong>de</strong> pacientes com EA.Comorbida<strong>de</strong>s e manifestações extra-articulares (MEAs)Doenças concomitantes são mais comuns em pacientes comdoenças crônicas do que em controles. Em pacientes comEA, a prevalência <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>s é duas vezes maior quenos saudáveis (78,7% vs. 31,5%), 26,34 e estão associadas com aPPT, 4,18,23,26,29,32,34 especialmente os quadros psicopatológicos,como ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão. 4,22,26,29As principais MEAs relacionadas com incapacida<strong>de</strong> laboralforam presença <strong>de</strong> artrite periférica, doença intestinal inflamatóriae uveíte (atual ou remota). 5,18,24,28,29,33Tempo <strong>de</strong> diagnósticoNão surpreen<strong>de</strong> que longo tempo <strong>de</strong> sintomas e atraso do diagnósticoda EA também contribuam para maior risco <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong>para o trabalho. 4,6,17,22,27,29-33 A taxa <strong>de</strong> afastamento dotrabalho aumenta significativamente para cada ano <strong>de</strong> diagnóstico– <strong>de</strong> 5% no primeiro ano para 31% naqueles com mais<strong>de</strong> 20 anos. Depois <strong>de</strong> 5 e 15 anos <strong>de</strong> diagnóstico, a PPT aumenta<strong>de</strong> 13% para 23%. 18,27Cakar et al., ao estudarem 121 militares com EA na Turquia,i<strong>de</strong>ntificaram que aqueles com tempo <strong>de</strong> diagnóstico superiora oito anos eram mais propensos à incapacida<strong>de</strong> laboral, 31 diferentementedaqueles com tempo inferior a cinco anos. 30 Noentanto, é importante ressaltar que a ida<strong>de</strong> do indivíduo aodiagnóstico tem relevância <strong>de</strong>cisiva nessa avaliação, 23 a fim<strong>de</strong> que não seja consi<strong>de</strong>rada um fator <strong>de</strong> confusão. Em geral,quanto mais cedo a doença se manifestar, maior é a chance <strong>de</strong>incapacida<strong>de</strong> precoce. 8,18,25,34,35TratamentoNos últimos 20 anos surgiram diversos avanços terapêuticospara o manejo clínico <strong>de</strong> pacientes com EA, incluindo abordagemnão farmacológica (conscientização, educação, exercícios)e medicamentosa (terapia com bloqueadores do TNFα),bem como aqueles que possibilitaram o diagnóstico mais precoce,especialmente com o emprego da ressonância nuclearmagnética. 21,36-38Em geral, quanto maior o número <strong>de</strong> medicações em uso,maior a vulnerabilida<strong>de</strong> para o afastamento precoce do trabalho,provavelmente relacionado com maior gravida<strong>de</strong> elongo tempo <strong>de</strong> doença e pela presença <strong>de</strong> doenças concomitantes.23Recentemente, tem sido <strong>de</strong>monstrado que os bloqueadoresdo TNFα, além <strong>de</strong> melhorar os sintomas e a funcionalida<strong>de</strong> dospacientes com EA, também são capazes <strong>de</strong> mantê-los no mercado<strong>de</strong> trabalho 38-43 ou, até mesmo, <strong>de</strong> recolocá-los profissionalmenteem 10 a 25% dos casos. 20,37,40 As principais ferramentaspara a avaliação da capacida<strong>de</strong> produtiva ou reintegraçãoao trabalho são o AS-WIS, 13 WPAI-SHP, 14 WPAI:SpA 15 e WLQ. 16História familiarAlguns estudos encontraram associação significativa entre oantece<strong>de</strong>nte familiar <strong>de</strong> EA e a PPT. 17,32 Forejtová et al., 17 estudandopouco mais <strong>de</strong> 1000 pacientes com EA, encontraramhistória <strong>de</strong> EA em parentes <strong>de</strong> primeiro grau em 20% da amostra.Além disso, eles tinham piores condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e maiorincapacida<strong>de</strong>, segundo as escalas BASFI e HAQ-DI. 9 A PPT temsido atribuída a maior intensida<strong>de</strong> e gravida<strong>de</strong> da doença, bemcomo ao pior prognóstico entre os familiares.DemográficosIda<strong>de</strong>Ida<strong>de</strong> mais avançada é um dos mais importantes fatores <strong>de</strong>risco para incapacida<strong>de</strong> em pacientes com EA. 5,6,21-24,26,28,29,39 Emmédia, os incapacitados <strong>de</strong> modo permanente são 6-10 anosmais velhos. 20 Assim, quanto mais cedo a doença se manifestaou mais tar<strong>de</strong> ela é diagnosticada, maior é o risco <strong>de</strong> abandonoprecoce do trabalho.Além disso, pacientes com diagnóstico mais tardio da EApo<strong>de</strong>m se aposentar mais precocemente pela maior dificulda<strong>de</strong><strong>de</strong> adaptação a outras ativida<strong>de</strong>s profissionais. 8,18,25,34,35GêneroOs trabalhos mostram achados contraditórios com relação aogênero. Alguns autores referem que os homens 6,17,26,27 são maisincapacitados para o trabalho, ao passo que outros relatam seremas mulheres 23,25,28,33,37,39 ou, até mesmo, nenhuma relaçãosignificativa. 18,21,29,34 Um dos aspectos que justifica a maior PPTem homens é a maior frequência <strong>de</strong> dano estrutural e piorprognóstico axial. 6Em contrapartida, Ward e Kuzis observaram que mulheresrecebem duas vezes mais benefícios do que os homens, particularmenteno primeiro ano, sugerindo que a fadiga, dor elimitações são mais relevantes no gênero feminino. 34Escolarida<strong>de</strong> e nível socioeconômicoMaior nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> está associado positivamentecom a manutenção no mercado <strong>de</strong> trabalho. 4,21,23-25,28,32,34,37


306 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):303–309Alguns aspectos po<strong>de</strong>riam explicar esse achado, tais comomelhor nível socioeconômico e educacional, 18,27,34 Além disso,a melhor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a novos trabalhos e a a<strong>de</strong>sãoa condutas ergonômicas po<strong>de</strong>m explicar tal correlação. 25,34EmocionaisEnfrentamento da doença (coping)Em geral, ao ser diagnosticado com EA, o paciente se <strong>de</strong>paracom a cronicida<strong>de</strong> da doença, experimentando, assim, umasérie <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s para lidar com a limitação funcional,dor, expectativas, <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> terceiros, reações adversasao tratamento e prognóstico. O conjunto <strong>de</strong>ssas dificulda<strong>de</strong>spo<strong>de</strong> ocasionar comprometimento <strong>de</strong> seu bem-estar e qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida, interferindo, por conseguinte, em sua capacida<strong>de</strong>produtiva. 17Além disso, não é simples avaliar o impacto <strong>de</strong> dor, fadigae incapacida<strong>de</strong> laboral no estilo <strong>de</strong> vida, na carreira, nafamília e na vida social dos pacientes com EA, uma vez queo dimensionamento <strong>de</strong> todos esses aspectos também estáassociado ao modo como as pessoas enfrentam a doença. 4Quantificando esse último aspecto em 658 pacientes comEA, por meio do CORS (Coping with Rheumatic Stressors Questionnaire),que avalia oito possíveis estratégias <strong>de</strong> enfrentamentoda doença (três relacionadas com dor, três associadasà capacida<strong>de</strong> em lidar com as limitações nas ativida<strong>de</strong>s diáriase duas relacionadas com <strong>de</strong>pendência), Boonen et al. 18observaram que quanto mais estratégias <strong>de</strong> enfrentamentotem o paciente, maior sua capacida<strong>de</strong> em lidar com a doençae manter-se produtivo no trabalho. Na amostra analisada,36% dos pacientes apresentaram escores <strong>de</strong>sfavoráveis paraestas estratégias <strong>de</strong> enfrentamento, inferindo sobre atitu<strong>de</strong>smais passivas. Assim, as dificulda<strong>de</strong>s comportamentais <strong>de</strong>enfrentamento da EA representam elevado risco para a incapacida<strong>de</strong>produtiva. 18,23Barlow et al., 4 <strong>de</strong> modo qualitativo, verificaram que pacientescom EA associam trabalho com in<strong>de</strong>pendência econômicae como aspecto essencial da vida, enfatizando que o principal<strong>de</strong>safio foi a maneira <strong>de</strong> lidar com a fadiga diária e a interferênciadireta sobre o bem-estar físico, psíquico e social.Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e bem-estar globalConsi<strong>de</strong>rando que a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida é a percepção do indivíduosobre sua posição na vida com relação ao contextocultural e a sistema <strong>de</strong> valores nos quais ele está inserido,bem como aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações,44,45 os estudos mostram relevante impacto da PPT e a25,26 38pior qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> pacientes com EA.Os principais instrumentos usados para mensurar a qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida nesses pacientes foram o SF-36 (Medical OutcomesStudy short form), 46 e o BAS-G (Bath Ankylosing SpondylitisGlobal health in<strong>de</strong>x) 47 para a medida do bem-estar geral, como<strong>de</strong>monstrado por Chorus et al. Nesse estudo, os autores observaramque o pior bem-estar se associou significativamentecom a aposentadoria precoce em pacientes com EA. 18,23Suporte socialO suporte social é consi<strong>de</strong>rado fator <strong>de</strong> proteção para a PPT,uma vez que envolve principalmente o apoio emocional <strong>de</strong>amigos e familiares no reforço comportamental <strong>de</strong> melhoreshábitos <strong>de</strong> vida, a<strong>de</strong>são ao tratamento e enfrentamento dadoença. 22,29Hábitos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>TabagismoAlguns trabalhos <strong>de</strong>monstram que o hábito <strong>de</strong> fumar é umfator <strong>de</strong> risco relevante para a PPT. 29,32,34 A redução da capacida<strong>de</strong>pulmonar e cardíaca po<strong>de</strong> interferir diretamente com o<strong>de</strong>sempenho laboral <strong>de</strong> pacientes com EA, 29 bem como piorresposta ao tratamento clínico. 48Ativida<strong>de</strong> física atualA prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física é normalmente recomendadaaos pacientes com EA. Os exercícios reduzem os sintomas,colaboram para uma postura mais a<strong>de</strong>quada, melhoram amobilida<strong>de</strong>, auxiliam a preservar a função e diminuem o uso<strong>de</strong> anti-inflamatórios não hormonais (AINH). Assim, estes pacientesficam mais dispostos e preparados para realizaremsuas ativida<strong>de</strong>s laborais. 17,29,34Destaca-se que a regularida<strong>de</strong> e a frequência <strong>de</strong> exercíciossão mais importantes que a escolha da modalida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong>física em si. 17,29,34OcupacionaisAbsenteísmoA ausência ao trabalho é frequente em pacientes com EA,particularmente em períodos <strong>de</strong> maior ativida<strong>de</strong> da doença.25,26 Anualmente, o número <strong>de</strong> dias perdidos varia <strong>de</strong> 8 a46 dias para cada paciente, <strong>de</strong> acordo com os estudos revisados,5,19,27,37,49 uma taxa três vezes maior que a observada napopulação geral. 18De acordo com o estudo prospectivo conduzido por Ramos-Remuset al., 21 a frequência <strong>de</strong> absenteísmo em pacientescom EA tem diminuído ao longo dos últimos 15 anos (<strong>de</strong>77% em 1993 para <strong>53</strong>% em 2007), bem como os dias <strong>de</strong> trabalhoperdidos e a proporção <strong>de</strong> pessoas com incapacida<strong>de</strong>permanente (<strong>de</strong> 3% para 2,1%). Esse achado ilustra a reduçãodo impacto da EA sobre a capacida<strong>de</strong> produtiva, refletindo,provavelmente, o avanço do tratamento, 21,37,44 embora outrosaspectos precisem ser melhor explorados, tais como necessida<strong>de</strong>financeira, sistema <strong>de</strong> seguro social, escolarida<strong>de</strong> e satisfaçãocom o37, 50trabalho.Tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> profissionalDe modo geral, as <strong>de</strong>cisões sobre a carreira profissional, incluindoa carga horária e o tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, são individualizadase <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada paciente. 4,34Barlow et al., 4 em 2001, relataram que 15% dos pacientes fazemmudanças profissionais conforme a ativida<strong>de</strong> da EA, especialmentea redução <strong>de</strong> horas trabalhadas e adaptações nolocal <strong>de</strong> trabalho.Em pacientes com EA, o risco para a PPT, permanente outemporária, aumenta com o incremento do esforço, principalmentepara ativida<strong>de</strong>s com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda física (ajoelhar--se, carregar objetos, flexão, rastejar), assim como para trabalhosmanuais relacionados com a agricultura, indústria,transporte e construção civil e com o excesso <strong>de</strong> horas trabalhadas.5,18,25,34 Ativida<strong>de</strong>s com menor <strong>de</strong>manda física, como


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):303–309307prestação <strong>de</strong> serviços administrativos e gerenciais, colaborampara a manutenção do paciente com EA no mercado <strong>de</strong> trabalho.5,28Devido à doença, pacientes com EA passam a realizar ativida<strong>de</strong>smais passivas e se<strong>de</strong>ntárias, com redução do número<strong>de</strong> horas no trabalho e maior atuação como autônomos. Osprincipais aspectos negativos <strong>de</strong>ssas modificações estão relacionadoscom a perda da in<strong>de</strong>pendência, autoestima, frustraçõese satisfação profissional. Por outro lado, eles po<strong>de</strong>m<strong>de</strong>dicar mais tempo à família e ao tratamento. 4Ambiente <strong>de</strong> trabalhoO ambiente mais relacionado com a PPT em pacientes comEA é o setor industrial, 23 particularmente pelas dificulda<strong>de</strong>s<strong>de</strong> acesso ao local <strong>de</strong> trabalho, 23 pela ina<strong>de</strong>quação ergonômica23,51 e pela falta <strong>de</strong> colaboração dos colegas 34 e dos superiores.23A rea<strong>de</strong>quação ao trabalho é <strong>de</strong> extrema importânciacomo política <strong>de</strong> recursos humanos (RH) em uma empresa,uma vez que cerca <strong>de</strong> 70% dos pacientes com EA, afastadosdo trabalho pela doença, po<strong>de</strong>riam continuar empregados setivessem sido realizadas modificações no ambiente do trabalho,como redução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s monótonas que prejudicama postura e ajustes da temperatura. 23SocioeconômicasQuando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aposentadoria precoce precisa serdiscutida no ambiente <strong>de</strong> trabalho, as variáveis socioeconômicastambém precisam ser levadas em consi<strong>de</strong>ração, especialmenteno que concernem às peculiarida<strong>de</strong>s das políticas<strong>de</strong> segurida<strong>de</strong> social, taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, prosperida<strong>de</strong> e osistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada país. 5,20 Boonen et al. 5 verificaramque a incapacida<strong>de</strong>, o absenteísmo e os custos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>,em pacientes com EA, são maiores na Holanda do quena França e na Bélgica, <strong>de</strong>vido aos rentáveis benefícios oferecidospelo governo holandês para os indivíduos com afastamentoprolongado. Na Dinamarca, cerca <strong>de</strong> 30% dos pacientescom EA são consi<strong>de</strong>rados incapacitados, <strong>de</strong> modo permanentepara o trabalho, após 20 anos <strong>de</strong> duração da doença. 18 Emcontrapartida, essa prevalência é bem menor (13%) nos EstadosUnidos, mesmo com tempo semelhante <strong>de</strong> evolução dadoença. 34DiscussãoA frequência <strong>de</strong> PPT em pacientes com EA é bastante variávelentre os estudos, visto que diversos fatores estão associados,incluindo aqueles relacionados diretamente com a própriadoença (tempo, ativida<strong>de</strong> e gravida<strong>de</strong>) e aos hábitos <strong>de</strong> vida,mas também com variáveis relacionadas aos aspectos <strong>de</strong>mográficos,socioeconômicos, psicológicos, culturais, segurida<strong>de</strong>social, tipo <strong>de</strong> trabalho e do país on<strong>de</strong> o paciente vive.Curiosamente, os resultados referentes ao gênero sãocontroversos entre os diferentes estudos. De modo geral,acreditava-se que a PPT fosse mais comum em homens, umavez que são mais acometidos pela doença e apresentam piorprognóstico em relação às mulheres. No entanto, vários autoresencontraram maior taxa <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> nas mulheres.Além disso, elas recebem duas vezes mais benefícios por invali<strong>de</strong>zque os homens. Um dos principais argumentos paraexplicar esse achado está baseado em fatores financeiros,motivacionais e culturais. Aparentemente, os homens têmmenor chance <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> laboral permanente, pois geralmentesão os provedores financeiros das famílias e nãoaceitam facilmente a invali<strong>de</strong>z. Porém, nos últimos anos, asmulheres têm participado mais ativamente do mercado <strong>de</strong>trabalho, assumindo muitas vezes o sustento familiar e tambémsua satisfação profissional, o que po<strong>de</strong> tornar as mulheresigualmente vulneráveis à PPT.Além do aspecto associado ao pior prognóstico da hereditarieda<strong>de</strong>como fator <strong>de</strong> risco para a PPT, outra hipótese dizrespeito ao arquétipo do comportamento apreendido, vistoque a transmissão <strong>de</strong> crenças, valores e hábitos <strong>de</strong> pais parafilhos induzem pensamentos e modos <strong>de</strong> ações semelhantes.Embora já se saiba que o número <strong>de</strong> doenças associadase a maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicações concomitantes estejamassociadas com maior chance <strong>de</strong> PPT, pouco é conhecido sobreo real impacto <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les ou quais condições <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> teriam relevância sobre a incapacida<strong>de</strong> laboral em pacientescom EA. Por outro lado, é importante enfatizar queos distúrbios psicopatológicos parecem estar associados <strong>de</strong>modo mais significativo, apesar <strong>de</strong>, ainda, não haver uma relação<strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> entre esses eventos. Alguns pesquisadoresquestionam se eles são consequências do afastamento dotrabalho ou se são verda<strong>de</strong>iros fatores <strong>de</strong> risco. Esses achadosapontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma avaliação multiprofissionalnesse cenário.Para minimizar o efeito das variáveis ocupacionais apresentadascomo risco para a incapacida<strong>de</strong>, parece convenienteque esses pacientes sejam orientados a realizar tarefas que<strong>de</strong>man<strong>de</strong>m menos esforço físico e horas trabalhadas em excesso,bem como otimizem a parceria entre os pares. Alémdisso, a maior conscientização das empresas, incluindo adaptaçãoergonômica do ambiente <strong>de</strong> trabalho e políticas <strong>de</strong> RHque possam colaborar com as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses pacientes,permitindo assim, maior autonomia, suporte e satisfação profissional.Outra estratégia interessante é fomentar programas<strong>de</strong> aconselhamento e planejamento profissional, a fim <strong>de</strong> direcionara carreira e manter a capacida<strong>de</strong> produtiva da formamais a<strong>de</strong>quada possível.Os diferentes critérios para a concessão <strong>de</strong> benefícios porincapacida<strong>de</strong> para o trabalho tornam difícil a comparação <strong>de</strong>dados sobre o status do trabalho em diferentes países. Alémdisso, as taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, prosperida<strong>de</strong> econômica e ofuncionamento do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada país po<strong>de</strong>m interferirsobre a produtivida<strong>de</strong> dos pacientes com EA, incentivandoou não a permanência no mercado <strong>de</strong> trabalho. Até omomento, poucos dados foram encontrados para solucionarou compreen<strong>de</strong>r essa questão.É importante ressaltar que alguns resultados <strong>de</strong>sta revisão<strong>de</strong>vam ser analisados com cautela, mediante certas limitações,tais como a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos serviços especializados<strong>de</strong> reumatologia, o atraso do diagnóstico, as característicasheterogêneas das diferentes populações estudadas eo não ajuste para os fatores <strong>de</strong> confusão e a interação entretodas essas variáveis. Além disso, esses pacientes, em geral,são discriminados e excluídos dos principais estudos científicos,mesmo em países <strong>de</strong>senvolvidos.


308 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):303–309Muitas informações obtidas foram retiradas <strong>de</strong> estudosque consi<strong>de</strong>raram apenas a incapacida<strong>de</strong> total para o trabalho<strong>de</strong> pacientes oficialmente afastados. De modo interessante,sabe-se que muitos pacientes <strong>de</strong>ixaram a força <strong>de</strong> trabalhopor conta da EA, mas continuam exercendo ativida<strong>de</strong>s remuneradasnão oficiais, mesmo recebendo aposentadoria por invali<strong>de</strong>zou auxílio doença. Do mesmo modo, alguns estudosepi<strong>de</strong>miológicos sobre os fatores <strong>de</strong> risco para a PPT em pacientescom EA são realizados com <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong>scritivotransversal, dificultando a análise da relação <strong>de</strong> causa-efeito<strong>de</strong>stas associações. Dessa forma, mais estudos longitudinaissão necessários para avaliar a progressão <strong>de</strong> variáveis preditorasda perda da capacida<strong>de</strong> produtiva em pacientes com EA.Assim, essa revisão sistemática da literatura indica que aperda da capacida<strong>de</strong> para trabalhar é uma das principais consequênciasda EA e que existem variáveis que po<strong>de</strong>m contribuirpara este fenômeno, como aquelas associadas à própriadoença e aos hábitos <strong>de</strong> vida, mas também a fatores socioeconômicos,<strong>de</strong>mográficos, emocionais, culturais e ocupacionais.A incapacida<strong>de</strong> produtiva para os pacientes com EA éum constructo multidimensional, pois não envolve apenas aperda do trabalho. A perda da capacida<strong>de</strong> produtiva implicaem prejuízos sociais, emocionais e econômicos que po<strong>de</strong>mpromover dificulda<strong>de</strong> em oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> promoção, assimcomo po<strong>de</strong>m gerar preocupações com o futuro e com a própriaautonomia, comprometendo negativamente a qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida <strong>de</strong> pacientes com EA.Conflitos <strong>de</strong> interesseOs autores <strong>de</strong>claram não haver <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong> interesse.REFERÊNCIAS1. Russell AS. Ankylosing spondylitis: history. In: Klippel JH,Dieppe PA, editors. Rheumatology. 2 ed. London: Mosby.1998;14:1-2.2. Boonen A, van <strong>de</strong>r Lin<strong>de</strong>n SM. The bur<strong>de</strong>n of ankylosingspondylitis. J Rheumatol. 2002;78:4-11.3. Boonen A.Socioeconomic consequences of ankylosingspondylitis. Clin Exp Rheumatol. 2002;20(Suppl 28):S23-6.4. 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):310–313REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brRelato <strong>de</strong> casoSíndrome <strong>de</strong> Erasmus – silicose e esclerose sistêmica ☆Aryádine Allinne Machado <strong>de</strong> Miranda a , Alice Carvalho Nascimento a , Isy Lima Peixoto b ,Juliana Alves Scrignoli a , Maria do Socorro <strong>de</strong> Lucena Cardoso c ,Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro c, *aServiço <strong>de</strong> Residência Médica em <strong>Reumatologia</strong>, Hospital Universitário Getúlio Vargas, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Amazonas(UFAM), Manaus, AM, BrasilbServiço <strong>de</strong> Residência Médica em Dermatologia, Hospital Universitário Getúlio Vargas, UFAM, Manaus, AM, BrasilcDepartamento <strong>de</strong> Clínica Médica, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, Hospital Universitário Getúlio Vargas, UFAM, Manaus, AM, BrasilinformaçõesresumoHistórico do artigo:Recebido em 11 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011Aceito em 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2013Palavras-chave:Esclero<strong>de</strong>rma sistêmicoSilicosePneumoconioseA silicose é a pneumoconiose mais frequente, <strong>de</strong>corrente da inalação <strong>de</strong> sílica ou <strong>de</strong> poeirasminerais contendo silicatos, caracterizada principalmente pela fibrose pulmonar <strong>de</strong> caráterirreversível. Está associada com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outras doenças, incluindo tuberculosepulmonar, câncer pulmonar e doenças autoimunes. A doença do tecido conjuntivoposterior à exposição à sílica ocorre geralmente após 15 anos do início da exposição. Asíndrome <strong>de</strong> Erasmus refere-se ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> esclerose sistêmica em indivíduospreviamente expostos à sílica e que apresentavam ou não silicose. Os autores relatam doiscasos <strong>de</strong> pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> silicose que <strong>de</strong>senvolveram esclerose sistêmica.© 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.Erasmus syndrome – silicosis and systemic sclerosisabstractKeywords:Sclero<strong>de</strong>rma, systemicSilicosisPneumoconiosisThe silicosis is the pneumoconiosis more frequent, resulting from the inhalation of silicaor silicates containing mineral dust, mainly characterized by irreversible lung fibrosis. Itis associated with the <strong>de</strong>velopment of other diseases, including pulmonary tuberculosis,lung cancer and autoimmune diseases. The connective tissue disease after exposure tosilica occurs usually after 15 years of initial exposure. The Erasmus syndrome <strong>de</strong>scribes theassociation of systemic sclerosis following exposure to silica with or without silicosis. Theauthors report two cases of patients with diagnosis of silicosis who <strong>de</strong>veloped systemicsclerosis.© 2013 Elsevier Editora Ltda. All rights reserved.☆Trabalho realizado no Hospital Universitário Getúlio Vargas, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Amazonas, Manaus, AM, Brasil.* Autor para correspondência.E-mail: sandraler04@gmail.com (S.L.E. Ribeiro).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):310–313311IntroduçãoPneumoconioses são doenças pulmonares associadas à exposição<strong>de</strong> substâncias em forma <strong>de</strong> poeiras, como sílica,cobalto, talco entre outras. Na maioria dos casos, a doençaestá relacionada à exposição ocupacional. 1 A inalação <strong>de</strong> poeiracom sílica está associada à ocorrência <strong>de</strong> silicose, doençapulmonar obstrutiva crônica, câncer <strong>de</strong> pulmão, insuficiênciarenal e aumento do risco <strong>de</strong> tuberculose pulmonar e <strong>de</strong> doençasautoimunes – <strong>de</strong>ntre as quais, encontram-se a esclerosesistêmica (ES), a artrite reumatoi<strong>de</strong> e o lúpus eritematoso sistêmico.1,2A ES é uma doença <strong>de</strong> caráter autoimune, com alteraçõesvasculares e fibrose tecidual difusa. A associação <strong>de</strong> exposiçãoprévia à sílica e ES foi <strong>de</strong>scrita por Erasmus em 1957. 2,3O presente estudo relata dois casos <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> Erasmusem pacientes com história <strong>de</strong> exposição ocupacional àsílica que, após 10 anos do diagnóstico <strong>de</strong> pneumoconiose,<strong>de</strong>senvolveram ES: no primeiro caso com manifestações cutâneascaracterísticas <strong>de</strong> ES difusa, e no segundo caso com ESlimitada (CREST).Caso 1Homem <strong>de</strong> 35 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, história ocupacional <strong>de</strong> jateamento<strong>de</strong> quartzo no período <strong>de</strong> 1996 a 2001. Foi afastadodo trabalho <strong>de</strong>vido à dispneia a médio esforço. Procurou opneumologista, que após avaliação clínica e <strong>de</strong> exames complementares,<strong>de</strong>u um diagnóstico presuntivo <strong>de</strong> pneumoconiose,<strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> 95% <strong>de</strong> sílica livre na areia dojateamento.Foi realizada biópsia pulmonar e no histopatológico infiltradoinflamatório mononuclear, com frequentes áreas <strong>de</strong>fibrose, sugestivo <strong>de</strong> bronquiolite obliterante e pneumoniaorganizada (BOOP). Feito diagnóstico <strong>de</strong> silicose subaguda,iniciou-se pulsoterapia com metilprednisolona 1 g por trêsdias e manutenção com prednisona. Obteve-se a remissãodos sintomas.Após 10 anos do diagnóstico da pneumoconiose, o pacientefoi admitido no Serviço <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong> do HospitalUniversitário Getúlio Vargas (HUGV) (Manaus, AM), referindodispneia a pequeno esforço, disfagia para sólidos, vômitospós-prandiais, úlceras em polpas digitais e perda pon<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>5 kg há 30 dias. Negava tabagismo e uso <strong>de</strong> drogas ilícitas.Ao exame físico: emagrecido, com fácies esclerodérmica,esclerodactilia, espessamento cutâneo difuso com escore<strong>de</strong> Rodnan modificado <strong>de</strong> 30, telangiectasias em face,leucomelano<strong>de</strong>rmia, fenômeno <strong>de</strong> Raynaud, reabsorção <strong>de</strong>falanges distais, microcicatrizes em polpas digitais, lesõesulceradas em maléolo medial direito e cotovelos. Auscultapulmonar: MV diminuído em bases. Ausculta cardíaca: RCRdois tempos com P2 > A2, PA: 160/90. Nos exames complementares:Hemoglobina 10,9 g/dL, hematócrito 35%, leucometria:9700/mm 3 , VHS: 20 mm, proteína C-reativa: negativa;FAN HEp-2 <strong>de</strong> 1:1280 padrão nuclear pontilhado, anti-Scl70 e fator reumatoi<strong>de</strong> negativos. Sorologias para HIV, HBV eHCV: negativas. PPD: negativo. Urina 1: normal. Espirometria:distúrbio ventilatório restritivo mo<strong>de</strong>rado. Tomografiacomputadorizada (TC) <strong>de</strong> tórax: opacida<strong>de</strong>s em vidro foscoFigura 1 – Infiltrado reticulonodular. Alguns <strong>de</strong> aspectoconfluente, opacida<strong>de</strong>s em vidro fosco, disseminadas peloparênquima <strong>de</strong> ambos os pulmões; bronquiectasias noslobos inferiores.(fig. 1). Ecocardiograma: fração <strong>de</strong> ejeção <strong>de</strong> ventrículo esquerdo<strong>de</strong> 63% e pressão sistólica <strong>de</strong> artéria pulmonar <strong>de</strong><strong>53</strong> mmHg. Feito o diagnóstico <strong>de</strong> ES difusa em bases clínicas.Iniciado prednisona 40 mg/dia, anlodipino 10 mg/dia eciclofosfamida 1 g/mês. O paciente evoluiu com melhora doquadro clínico.Caso 2Homem <strong>de</strong> 38 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, garimpeiro; trabalhou com explosivossem seguir normas técnicas <strong>de</strong> segurança do trabalho.Apresentou quadro <strong>de</strong> doença parenquimatosa pulmonarhá 10 anos.Na TC <strong>de</strong> tórax: pleuro-pneumopatia predominandonos lobos superiores, <strong>de</strong>rrame pleural à esquerda e linfa<strong>de</strong>nomegaliamediastinal. Na biópsia pulmonar: infiltrado<strong>de</strong> macrófagos, fibrose pulmonar e partículas <strong>de</strong> sílica notecido (polaroi<strong>de</strong>s a 90º). Na cultura do líquido pleural positivopara BK. Iniciado tratamento com tuberculostáticospor seis meses.O paciente foi encaminhado ao Serviço <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>do HUGV referindo que há um ano observou espessamentocutâneo em face, antebraços e mãos, associado à disfagiadistal a sólidos e dispneia a médio esforço. Há um mês compiora clínica, foi internado apresentando dispneia a pequenoesforço, epigastralgia com piora da disfagia, fadiga e úlcerasem mãos. Negava tabagismo e alcoolismo.Ao exame físico: microstomia, esclerodactilia, escorecutâneo <strong>de</strong> Rodnan modificado <strong>de</strong> 14, fenômeno Raynaud,leucomelano<strong>de</strong>rmia, reabsorção <strong>de</strong> polpas digitais, úlcerasdisseminadas em pele (fig. 2), poliartrite em interfalangeanasproximais, punhos, cotovelos, joelhos e tornozelos. Auscultacardíaca: RCR em 2T, P2 > A2. Ausculta pulmonar: MV comestertores creptantes em velcro nas bases. Laboratório: hemoglobina8,9 g/dL, hematócrito 32%, leucometria: 14700/mm 3 ,Figura 2 – Esclerodactilia e úlceras em superfícies extensoras.


312 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):310–313VHS: 34 mm; sorologia para HIV, citomegalovírus, toxoplasmose:negativas e rubéola IgM negativo e IgG positivo, culturapara BK e pesquisa <strong>de</strong> BAAR em escarro negativos, PPD: 3 mm.Anti-Scl 70, anti-DNA negativos, FAN HEp-2 <strong>de</strong> 1:5120 padrãonucleolar. Ecocardiograma: hipertensão pulmonar grave esobrecarga à direita. Espirometria: distúrbio ventilatório restritivo.TC <strong>de</strong> tórax: sequela <strong>de</strong> processo inflamatório específicoem lobos superiores, imagens nodulares subpleurais eintraparenquimatosas, dilatações císticas dos brônquios, ealgumas confluentes com aspecto <strong>de</strong> faveolamento, espessamentopleural bilateral. Realizado diagnóstico <strong>de</strong> ES limitada,iniciado nifedipina retard 20 mg <strong>de</strong> 12/12 h, omeprazol 40 mg/dia, metoclopramida e oxacicilina 1,5 g <strong>de</strong> 6/6 h. Evoluiu parasepse grave <strong>de</strong> foco cutâneo, ampliado espectro dos antibióticose suporte <strong>de</strong> terapia intensiva, porém com evolução parao óbito.DiscussãoA silicose é uma pneumoconiose causada por inalação <strong>de</strong>sílica livre. Está associada a anormalida<strong>de</strong>s na imunida<strong>de</strong>humoral e celular, com positivida<strong>de</strong> dos fatores antinucleare reumatoi<strong>de</strong>, hipergamaglobulinemia e alterações dos linfócitosT-helper e T-supressor. 3,4A silicose divi<strong>de</strong>-se em três formas clínicas <strong>de</strong> apresentação:aguda, acelerada e crônica. A forma aguda ocorre apósmeses <strong>de</strong> exposição elevada a partículas <strong>de</strong> sílica, finamentedividas e recém-quebradas, como ocorre no jateamento <strong>de</strong>areia e na perfuração <strong>de</strong> rochas. A forma acelerada ocorreapós um período <strong>de</strong> exposição à sílica <strong>de</strong> 5-10 anos. A crônicaé a forma <strong>de</strong> apresentação mais comum, e geralmenteocorre após 10-15 anos <strong>de</strong> exposição ou <strong>de</strong> latência. 1A ES é uma doença inflamatória crônica, autoimune, caracterizadapor produção excessiva <strong>de</strong> colágeno que promovefibrose tecidual, vasculopatia <strong>de</strong> pequenos vasos e umaresposta autoimune específica. 5-7 Há evidências <strong>de</strong> associação<strong>de</strong> ES com fatores ocupacionais e ambientais. Em 1957,Erasmus observou casos <strong>de</strong> ES em mineiros <strong>de</strong> ouro na Áfricado Sul, que haviam sido expostos ao pó <strong>de</strong> sílica. 8-10O mecanismo <strong>de</strong> associação entre exposição à sílica eES parece relacionar-se à resposta inflamatória <strong>de</strong>senvolvidapela sílica após fagocitose e liberação <strong>de</strong> mediadorespor macrófagos alveolares ativados. 9 Na fase inicial, as partículas<strong>de</strong> sílica induzem, por contato direto <strong>de</strong> sua superfíciecom a água e lipoproteínas da camada <strong>de</strong> revestimentobronquioloalveolar ou pela ativação <strong>de</strong> macrófagos e <strong>de</strong>células epiteliais, a formação <strong>de</strong> radicais livres. Quando aprodução <strong>de</strong>stes radicais supera os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesaantioxidantes, po<strong>de</strong> haver lesão dos pneumócitos tipo I,aumento da ativação <strong>de</strong> macrófagos, indução e proliferaçãodos pneumócitos tipo II. Com a liberação <strong>de</strong> enzimas proteolíticas,há formação <strong>de</strong> mais espécies reativas <strong>de</strong> oxigênioe nitrogênio, e também ocorre liberação <strong>de</strong> citocinas inflamatóriascomo o fator <strong>de</strong> necrose tumoral alfa, o fator <strong>de</strong>transformação <strong>de</strong> crescimento β, a interleucina 1 e a interleucina6. Essas citocinas recrutam macrófagos, neutrófilose linfócitos, dando origem à alveolite e consequente perdada integrida<strong>de</strong> da barreira epitelial, permitindo assim a passagemdas partículas <strong>de</strong> sílica para o interstício. O resultadofinal é a proliferação excessiva <strong>de</strong> fibroblastos e produção <strong>de</strong>colágeno, resultando em fibrose intersticial. 1,4,5,7,9A doença do tecido conjuntivo posterior à exposição àsílica ocorre em média após quinze anos do início da exposição,os padrões <strong>de</strong> imagem observados em geral são opacida<strong>de</strong>sem vidro fosco, lineares, faveolamente e pequenosnódulos subpleurais, sendo essas alterações indistinguíveisda ES idiopática. 10,11Uma metanálise sugere que a exposição à sílica está associadacom o aumento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ES, especialmenteno sexo masculino, porém seriam necessários maisestudos. 12,13O anticorpo anti-Scl 70 está relacionado com envolvimentocutâneo, vascular periférico e fibrose intersticial pulmonar.Os pacientes relatados, ambos com anticorpo anti--Scl negativo, apresentavam padrão pulmonar restritivo, quepo<strong>de</strong> estar presente tanto ES quanto na silicose. Rustin etal. 13 <strong>de</strong>screveram 17 pacientes com ES associada à sílica, dosquais 14 apresentavam ES limitada e três ES difusa; todos ospacientes apresentavam fenômeno <strong>de</strong> Raynaud, enquantofibrose intersticial pulmonar ocorreu em 16 pacientes, oito<strong>de</strong>sses com anticorpo anti-Scl 70 positivo.Em suma, a pneumoconiose por exposição à sílica po<strong>de</strong>evoluir para ES. Alertamos que a exposição ocupacional estárelacionada ao aumento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças graves,sendo possível a prevenção primária, pelo uso <strong>de</strong> equipamentos<strong>de</strong> proteção individual para os profissionais expostos.Conflitos <strong>de</strong> interesseOs autores <strong>de</strong>claram não haver conflitos <strong>de</strong> interesse.REFERÊNCIAS1. Terra Filho M, Santos UP. Silicose. J Bras Pneumol.2006;32(Supl 2):S41-7.2. Mora GF. Systemic Sclerosis: environmental factors. 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):314–317REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brRelato <strong>de</strong> casoDoença <strong>de</strong> Mucha-Habermann ☆Blanca Elena Rios Gomes Bica*, Maria da Glória Costa Reis Monteiro <strong>de</strong> Barros,Carlos Spingola JuniorServiço <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, BrasilinformaçõesresumoHistórico do artigo:Recebido em 27 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2011Aceito em 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2013Palavras-chave:Pitiríase liquenoi<strong>de</strong>FebreSíndrome <strong>de</strong> ativação macrofágicaOs autores <strong>de</strong>screvem um caso <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> Mucha-Habermann (DMH), que cursou comquadro sugestivo <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> ativação macrofágica (SAM). O objetivo do trabalho foi<strong>de</strong>screver um caso <strong>de</strong> rara vasculite <strong>de</strong> Mucha-Habermann (pitiríase liquenoi<strong>de</strong> e varioliformeaguda – PLEVA) em paciente <strong>de</strong> 28 anos que apresentou lesões ulceronecróticasgeneralizadas em pele e mucosas, acometimento gastrointestinal, cardíaco e hepático, associadosa febre alta contínua, com provável evolução para SAM e posterior óbito. Trata-se<strong>de</strong> doença rara, potencialmente fatal, com graves complicações sistêmicas. Os autores ressaltama importância <strong>de</strong> seu diagnóstico e <strong>de</strong> tratamento agressivo.© 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.Mucha-Habermann diseaseabstractKeywords:Pityriasislichenoi<strong>de</strong>sFeverMacrophage activation syndromeA case of Mucha-Habermann disease (MHD), possibly associated with macrophage activationsyndrome (MAS), is reported. The purpose of this paper was to <strong>de</strong>scribe the rare MHD(also known as pityriasis lichenoi<strong>de</strong>s et varioliformis acuta – PLEVA) in a 28-year-old male,who presented with generalized ulceronecrotic lesions on the skin and mucosae, gastrointestinalinvolvement, and heart andliver failure, associated with continuous high fever. Thepatient might have progressed to MAS and eventually died. The MHD is rare, potentiallyfatal and has severe systemic complications. The importance of early diagnosis and aggressivetreatment is emphasized.© 2013 Elsevier Editora Ltda. All rights reserved.IntroduçãoA doença <strong>de</strong> Mucha-Habermann (DMH) foi <strong>de</strong>scrita por Degoset al. em 1966. 1,2 É consi<strong>de</strong>rada uma variante grave da pitiríaseliquenoi<strong>de</strong> e varioiforme aguda (PLEVA), caracterizadapor lesões polimórficas, ulceronecróticas e crostosas em pelee mucosas, associadas a febre alta e manifestações sistêmicas.Apenas 40 casos <strong>de</strong> DMH foram <strong>de</strong>scritos na literaturaaté o momento, e ainda não há tratamento estabelecido paraessa enfermida<strong>de</strong> potencialmente fatal. 2 Descrevemos umpaciente que apresentou DMH associado à provável síndrome<strong>de</strong> ativação macrofágica (SAM) e ressaltamos a relevância <strong>de</strong>seu reconhecimento.☆Trabalho realizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ, Brasil.* Autor para correspondência.E-mail: blancaelena@hucff.ufrj.br (B.E.R.G. Bica).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):314–317315Relato <strong>de</strong> casoPaciente <strong>de</strong> 28 anos, masculino, previamente hígido, admitidono Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong>vido a quadro cutâneo iniciadoapós o uso <strong>de</strong> amoxicilina para tratamento <strong>de</strong> abscesso<strong>de</strong>ntário. Apresentava lesões cutaneomucosas ulceronecróticase crostosas em membros e tronco, associadas a febrealta contínua, emagrecimento, diarreia, e<strong>de</strong>ma difuso <strong>de</strong> face(fig. 1) e hepatomegalia volumosa. Foi amplamente investigadodurante a internação, permanecendo com diagnóstico <strong>de</strong>febre <strong>de</strong> origem obscura, com acompanhamento ambulatorialapós melhora com sintomáticos, antibiótico e prednisona(1 mg/kg/dia).O paciente foi reinternado após 15 dias, com insuficiênciacardíaca congestiva tendo como causa miocardite viral, mantendopicos febris. Apresentava apenas lesões cutâneas hipocrômicasresiduais. Após compensação cardíaca e antibioticoterapia(pneumonia associada), apresentou melhora clínica.O paciente foi novamente internado, 30 dias <strong>de</strong>pois,com reaparecimento <strong>de</strong> lesões cutâneas ulceronecróticas(fig. 2), febre alta, icterícia, náuseas e prostração. Sorologias viraise bacterianas, culturas, coagulograma e exames <strong>de</strong> imagemmostraram resultados inespecíficos. A biópsia cutânearevelou padrão liquenoi<strong>de</strong> e necrose <strong>de</strong> ceratinócitos com alteraçõestípicas <strong>de</strong> pitiríase liquenoi<strong>de</strong> aguda.Esses dados, associados a febre alta e manifestações sistêmicas,corroboraram a hipótese diagnóstica <strong>de</strong> DMH. O pacienteevoluiu com insuficiência hepática, hiperferritinemia,bicitopenia (séries branca e megacariocítica) e piora do estadogeral, progredindo para torpor e coma. Foi transferido para aUnida<strong>de</strong> Intensiva com a hipótese <strong>de</strong> SAM. Instituiu-se suporteclínico, antibioticoterapia e pulsoterapia com metilprednisolona500 mg por três dias consecutivos. O mielograma e a biópsia<strong>de</strong> medula não <strong>de</strong>tectaram hemofagocitose na amostra naquelaocasião. Apesar da melhora das lesões cutâneas e da febre,o paciente cursou com pancreatite aguda, sepse pulmonar, insuficiênciarenal e choque refratário, evoluindo com disfunçãomúltipla dos órgãos e óbito após 45 dias <strong>de</strong> internação.DiscussãoMucha 3 e Habermann 4 <strong>de</strong>screveram, em 1916 e em 1925, respectivamente,uma forma <strong>de</strong> pitiríase liquenoi<strong>de</strong> caracterizadapor início abrupto <strong>de</strong> erupções pápulo-vesiculares, <strong>de</strong>nominadapitiríase liquenoi<strong>de</strong> e varioliforme aguda (PLEVA).A DMH foi <strong>de</strong>scrita por Degos et al. 1 em 1966, com relato<strong>de</strong> dois casos com quadro grave intitulado “Parapsoríase UlceronecróticaHipertérmica”. 2,5 É consi<strong>de</strong>rada uma grave variante daPLEVA e se apresenta com lesões polimórficas, ulceronecróticase crostosas em pele e mucosas, associadas a febre alta ea manifestações sistêmica. 2,6,7 Sua etiologia permanece controversae <strong>de</strong>sconhecida, porém acredita-se estar relacionadaa agentes infecciosos ou <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> imunocomplexos. Osagentes infecciosos provavelmente envolvidos são: a<strong>de</strong>novírus,Epstein-Barr vírus, Toxoplasma gondii, Parvovírus B19, Staphylococcusaureus, Streptococcus pyogenes e Pseudomonasaeruginosa.7 Também tem sido proposto mecanismo relacionado aFigura 1 – Paciente na primeira internação apresentandoe<strong>de</strong>ma difuso <strong>de</strong> face associado a lesões ulceronecróticasem pele e mucosa.Figura 2 – Lesões ulceronecróticas em região dorsal dopaciente (aspecto da lesão <strong>de</strong> coloração branca se <strong>de</strong>ve àutilização <strong>de</strong> pasta d’água).distúrbio linfoproliferativo clonal <strong>de</strong> linfócitos. 8-11 Há predomíniodo gênero masculino, com maior incidência em crianças,adolescentes ou adultos jovens. A ida<strong>de</strong> média observada foi<strong>de</strong> 27 anos, variando <strong>de</strong> 4 a 82 anos. 12A alteração cutânea da PLEVA geralmente antece<strong>de</strong> o cursoagudo e grave da doença. 12-14 As lesões são caracteristicamentepolimórficas, ulceronecróticas, crostosas e disseminadas,frequentemente se infectam secundariamente e ten<strong>de</strong>m a seresolver com cicatriz hipocrômica. As mucosas oral, genital econjuntival também po<strong>de</strong>m ser acometidas. 11 As manifestaçõessistêmicas <strong>de</strong>scritas incluem disfunção hepática e gastrointestinal,linfa<strong>de</strong>nopatia, pancitopenia, cardiopatia, coagulaçãointravascular disseminada, pneumonite intersticial,comprometimento do sistema nervoso central e manifestaçõesreumatológicas, 13 conforme observamos em nosso paciente.A elucidação diagnóstica é fundamentada pela presença<strong>de</strong> febre alta, clínica característica, alterações cutâneas


316 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):314–317típicas e biópsia da pele compatível com PLEVA, como infiltradosinflamatórios linfocitários perivasculares na <strong>de</strong>rmesuperficial, com exocitose epidérmica <strong>de</strong> restos <strong>de</strong> linfócitose escamas paraceratósicas, com acúmulo <strong>de</strong> célulasinflamatórias entre as diferentes camadas. 11,14 Leucocitose,elevação <strong>de</strong> proteína C-reativa (PCR) e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hemossedimentação(VHS), hipergamaglobulinemia e hipoproteinemiasão comumente observadas durante o cursoda patologia. 13 As principais alterações laboratoriais do pacientediscutido foram pancitopenia, PCR e VHS elevados,hipoalbuminemia e ferritina acima <strong>de</strong> 1.430 ng/dL (referência:5–148 ng/dL).O prognóstico é pior nos adultos, com 33% <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>– o relato <strong>de</strong> morte em crianças é inexistente. 11 O óbito geralmenteé <strong>de</strong>vido à pneumonia, sepse, tromboembolismo pulmonar,insuficiência cardíaca, choque hipovolêmico e trombosemaciça <strong>de</strong> artéria mesentérica superior. 8,11Embora várias modalida<strong>de</strong>s terapêuticas tenham sido relatadasaté o momento, ainda não há tratamento <strong>de</strong>finitivorecomendado para todos esses pacientes. 11 A maioria é tratadacom múltiplas opções terapêuticas, incluindo glicocorticoi<strong>de</strong>ssistêmicos, antibióticos, aciclovir, metotrexato, fototerapia,imunoglobulina, ciclosporina 13 e dapsona, refletindo agran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> no manejo <strong>de</strong>sses pacientes.Estudos mais recentes <strong>de</strong>screvem sucesso com uso <strong>de</strong>metotrexato associado à pulsoterapia com metilprednisolona.9 A efetivida<strong>de</strong> da terapia é <strong>de</strong> difícil mensuração, já queo número <strong>de</strong> casos relatados é escasso. 11,13 Terapia intensiva,tratamento <strong>de</strong> suporte e das superinfecções usualmente sãorequeridos <strong>de</strong>vido à gravida<strong>de</strong> da patologia. Agentes antifator<strong>de</strong> necrose tumoral-α (TNF-α) po<strong>de</strong>rão ser terapia <strong>de</strong> primeiralinha no futuro, já que altos títulos <strong>de</strong> TNF-α têm sido verificadosnesses pacientes. No entanto, mais estudos são necessáriospara esclarecer essa observação. 13Descrevemos um caso que inicialmente permaneceu comdiagnóstico <strong>de</strong> febre <strong>de</strong> origem obscura apesar <strong>de</strong> extensa investigação.Associando febre alta persistente, observação <strong>de</strong>lesões cutâneas ulceronecróticas disseminadas, juntamentecom achado anatomopatológico típico na biópsia cutânea,corroboramos o diagnóstico <strong>de</strong> DMH. O paciente, porém, evoluiucom alterações típicas <strong>de</strong> SAM, como hiperferritinemia,febre, bicitopenia, torpor, disfunção hepática e sanguínea.Apesar da não evidência <strong>de</strong> hemofagocitose na biópsia <strong>de</strong>medula, essa hipótese diagnóstica não foi afastada, já quenas fases iniciais é possível achado inespecífico na medulaóssea. 14,17 O paciente apresentou diversas complicações, comosepse pulmonar, pancreatite aguda, insuficiência hepática erenal, evoluindo a óbito, apesar da antibioticoterapia <strong>de</strong> largoespectro, pulsoterapia com metilprednisolona e terapia <strong>de</strong> suporteem unida<strong>de</strong> intensiva. 17,18Não encontramos associação entre DMH e SAMna literatura,como constatado em nosso paciente. Ressaltamos asimilarida<strong>de</strong> dos gatilhos das duas patologias, que talvez nofuturo venham a ser relacionadas.ConclusãoEmbora rara, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar essa patologia potencialmentefatal diante <strong>de</strong> pacientes com febre alta, lesões cutâneasulceronecróticas e manifestações sistêmicas. A biopsiacutânea é valiosa nesses casos. A rarida<strong>de</strong> e a dificulda<strong>de</strong> nomanejo <strong>de</strong>ssa enfermida<strong>de</strong> reforça a importância <strong>de</strong> troca <strong>de</strong>experiência sobre esses pacientes.Conflitos <strong>de</strong> interesseOs autores <strong>de</strong>claram a inexistência <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong> interesse.REFERÊNCIAS1. Degos R, Duperrat B, Daniel F. Le Parapsoriasisulceronecrotique hyperthermique. Ann Dermatol Syphiligr1966;93(5):481-96.2. 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REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):314–31731716. Kumakura S, Ishikura H, Kondo M, Murakawa Y, MasudaJ, Kobayashi S. Autoimmune-associated with hemophagocyticsyndrome. Mod Rheumatol 2004;14(3):205-15.17. Nassif PW, Godoy DAS, Nakandakari S, Alves CJ, SoaresCT. Doença <strong>de</strong> Mucha-Habermann ulceronecrótica febrilem adulto com boa resposta à corticoterapia oral. An BrasDermatol 2010;85(6):891-4.18. Aytekin S, Balci G, Duzgum OY. Febrile ulceronecroticMucha-Habermann disease: a case report and review of theliterature. Dermatol Online J 2005;11(3):31.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):318REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brErrataErrata <strong>de</strong> Diretrizes para o diagnóstico da artrite reumatoi<strong>de</strong>Licia Maria Henrique da Mota a, *, Bóris Afonso Cruz a , Claiton Viegas Brenol a ,Ivânio Alves Pereira a , Lucila Stange Rezen<strong>de</strong>-Fronza a , Manoel Barros Bertolo a ,Max Vitor Carioca Freitas a , Nilzio Antônio da Silva a , Paulo Louzada-Junior a ,Rina Dalva Neubarth Giorgi a , Rodrigo Aires Corrêa Lima a , Ronaldo Adib Kairalla b ,Alexandre <strong>de</strong> Melo Kawassaki b , Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo c ,Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro aa<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, São Paulo, SP, Brasilb<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Pneumologia e Tisiologia, Brasília, DF, BrasilcAssociação Médica <strong>Brasileira</strong>, São Paulo, SP, BrasilNo artigo original “Diretrizes para o diagnóstico da artrite reumatoi<strong>de</strong>” (Rev Bras Reumatol 2013;<strong>53</strong>(2):141-157), on<strong>de</strong> se lê:Diretrizes para o diagnóstico da artrite reumatoi<strong>de</strong><strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Pneumologia e Tisiologia, Colégio Brasileiro <strong>de</strong> RadiologiaProjeto Diretrizes da Associação Médica <strong>Brasileira</strong>, São Paulo, SP, BrasilParticipantesLicia Maria Henrique da Mota*, Bóris Afonso Cruz, Claiton Viegas Brenol, Ivânio Alves Pereira, Lucila Stange Rezen<strong>de</strong>-Fronza, Manoel BarrosBertolo, Max Vitor Carioca Freitas, Nilzio Antônio da Silva, Paulo Louzada-Junior, Rina Dalva Neubarth Giorgio,Rodrigo Aires Corrêa Lima,Ronaldo Adib Kairalla, Alexandre <strong>de</strong> Melo Kawassaki,Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo, Geraldo da Rocha Castelar Pinheiroleia-se:Diretrizes para o diagnóstico da artrite reumatoi<strong>de</strong>Licia Maria Henrique da Mota a,* , Bóris Afonso Cruz a , Claiton Viegas Brenola,Ivânio Alves Pereira a , Lucila Stange Rezen<strong>de</strong>-Fronza a ,Manoel Barros Bertolo a , Max Vitor Carioca Freitas a , Nilzio Antônio da Silva a , Paulo Louzada-Junior a , Rina Dalva Neubarth Giorgi a , Rodrigo AiresCorrêa Lima a , Ronaldo Adib Kairalla b , Alexandre <strong>de</strong> Melo Kawassaki b , Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo c , Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro aa<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, São Paulo, SP, Brasilb<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Pneumologia e Tisiologia, Brasília, DF, BrasilcAssociação Médica <strong>Brasileira</strong>, São Paulo, SP, Brasil* Autor para correspondência.E-mail: liciamhmota@gmail.com (L.M.H Mota).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):319,320REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIAwww.reumatologia.com.brErrataErrata <strong>de</strong> Diretrizes para o tratamento da artrite reumatoi<strong>de</strong>Licia Maria Henrique da Mota a, *, Bóris Afonso Cruz a , Claiton Viegas Brenol a , Ivânio Alves Pereira a ,Lucila Stange Rezen<strong>de</strong>-Fronza a , Manoel Barros Bertolo a , Max Vitor Carioca Freitas a ,Nilzio Antônio da Silva a , Paulo Louzada-Junior a , Rina Dalva Neubarth Giorgi a ,Rodrigo Aires Corrêa Lima a , Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo b , Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro aa<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, São Paulo, SP, BrasilbAssociação Médica <strong>Brasileira</strong>, São Paulo, SP, BrasilNo artigo original “Diretrizes para o tratamento da artrite reumatoi<strong>de</strong>” (Rev Bras Reumatol 2013;<strong>53</strong>(2):158-183), on<strong>de</strong> se lê:Diretrizes para o tratamento da artrite reumatoi<strong>de</strong><strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>Projeto Diretrizes da Associação Médica <strong>Brasileira</strong>, São Paulo, SP, BrasilParticipantesLicia Maria Henrique da Mota*, Bóris Afonso Cruz, Claiton Viegas Brenol, Ivânio Alves Pereira, Lucila Stange Rezen<strong>de</strong>-Fronza, Manoel BarrosBertolo, Max Vitor Carioca Freitas, Nilzio Antônio da Silva, Paulo Louzada-Junior, Rina Dalva Neubarth Giorgio, Rodrigo Aires Corrêa Lima,Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo, Geraldo da Rocha Castelar Pinheiroleia-se:Diretrizes para o tratamento da artrite reumatoi<strong>de</strong>Licia Maria Henrique da Mota a, *, Bóris Afonso Cruza, Claiton Viegas Brenol a , Ivânio Alves Pereira a , Lucila Stange Rezen<strong>de</strong>-Fronza a ,Manoel Barros Bertolo a , Max Vitor Carioca Freitas a , Nilzio Antônio da Silva a , Paulo Louzada-Junior a , Rina Dalva Neubarth Giorgi a ,Rodrigo Aires Corrêa Lima a , Wan<strong>de</strong>rley Marques Bernardo b , Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro aa<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Reumatologia</strong>, São Paulo, SP, BrasilbAssociação Médica <strong>Brasileira</strong>, São Paulo, SP, BrasilNa página 169, on<strong>de</strong> se lê:O tratamento <strong>de</strong> pacientes com AR po<strong>de</strong> ser realizado com DMCD biológicas anti-TNF, incluindo adalimumabe (40 mg via SC a cada 2 semanas),certolizumabe (400 mg via SC a cada 2 semanas, nas semanas 0, 2 e 4, e, após, 200 mg a cada 2 semanas ou 400 mg a cada 4 semanasou mensalmente), etanercepte (50 mg via SC a cada 2 semanas ), golimumabe (50 mg via SC a cada 4 semanas ou mensalmente) ou infliximabe(3 mg/kg via IV nas semanas 0, 2 e 6, e após a cada 8 semanas).* Autor para correspondência.E-mail: liciamhmota@gmail.com (L.M.H Mota).0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.


320 REV BRAS REUMATOL. 2013;<strong>53</strong>(3):319,320leia-se:O tratamento <strong>de</strong> pacientes com AR po<strong>de</strong> ser realizado com DMCD biológicas anti-TNF, incluindo adalimumabe (40 mg via SC a cada 2 semanas),certolizumabe (400 mg via SC a cada 2 semanas, nas semanas 0, 2 e 4, e, após, 200 mg a cada 2 semanas ou 400 mg a cada 4 semanasou mensalmente), etanercepte (50 mg via SC semanalmente ), golimumabe (50 mg via SC a cada 4 semanas ou mensalmente) ou infliximabe(3 mg/kg via IV nas semanas 0, 2 e 6, e após a cada 8 semanas).Na página 172, tabela 5, on<strong>de</strong> se lê:Tabela 5 – Medidas <strong>de</strong> ACR50 e DAS-28 expressas pelobenefício estimado por meio do Número Necessáriopara Tratar (NNT).ÍndiceEstado daativida<strong>de</strong><strong>de</strong> doençaPontos <strong>de</strong>corteNNTACR50 DAS-28Golimumabe 50 mg 24 semanas 10 7Adalimumabe 40 mg 52 semanas 3 5Etanercept 50 mg 52 semanas 5 5Infliximabe 3 mg/kg 22 semanas 5 6Certolizumabe 200 mg 52 semanas 3 6Rituximabe 1000 mg 52 semanas 6 5Tocilizumabe 8 mg/kg 24 semanas 3 4Abatacepte 500–1000 mg 52 semanas 11 10Leia-se:Tabela 5 – Medidas <strong>de</strong> ACR50 e DAS-28 expressas pelobenefício estimado por meio do Número Necessáriopara Tratar (NNT).Biológico Dose Tempo NNTACR50DAS-28Golimumabe 50 mg 24 semanas 10 7Adalimumabe 40 mg 52 semanas 3 5Etanercept 50 mg 52 semanas 5 5Infliximabe 3 mg/kg 22 semanas 5 6Certolizumabe 200 mg 52 semanas 3 6Rituximabe 1000 mg 52 semanas 6 5Tocilizumabe 8 mg/kg 24 semanas 3 4Abatacepte 500–1000 mg 52 semanas 11 10

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