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I..r. - Corte Interamericana de Derechos Humanos

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.: - -~ -=- '"':"' - ~,.. "".'-< --'- ..:_~,.-._...'~ ,..~.--- '. . . .. :.... TEL:ustiç~I 1__ ,WWW·9·Q~I.otg.brOficio JG/RJ n° 243104..,r,~,"L~>' ,-_r•. .. ,• .Ó; :-..., ". ,.." ..,'., ~ , t'J"-"".'. ,I"6I - , . i - ., 'j II',,-,' V l~ li c: JRio <strong>de</strong> Janeiro, 29 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004Sr. Santiago A. CantonSecretário ExecutivoComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>1889 F Street, NWWashington, D.e.EUA 20006Via Fax: 001·202·458-3992Ref.:Caso n." 12.237 - Damiio Ximenes, BrnsflPrezado Sr. Secretário Canton:•o Centro <strong>de</strong> Justiça Global e Irene Xlrnenes Lopes Miranda vêm, através <strong>de</strong>ste, apresentaras informações indispensáveis para efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar os beneficiários da <strong>de</strong>mando, nocaso em epígrafe.Des<strong>de</strong> logo, gostaríamos <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a atenção dispensada e renovamos nossos protestos<strong>de</strong> estima c distinta consi<strong>de</strong>ração.Atenciarnente,•CORTE I.O.H.07 OCT 2004RECIBIDCentro <strong>de</strong> Justiça GlobalIAv. N. S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/ 402 • Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ • Brasil - 22020-000Te!.: (55-21) l547-7391 • 3816-2766 • Fax: (55-21) 2549-3599 • global@globa!.org.br • www.i2lobal.ofQ.br--....-.__..- ------..-..---··---------------r----------------r =


i ~ fI\jIS)"•~INFORMACIÓN INDISPENSLE PARA EFECITOS DE DETERMINAR A LOS BENEFICIA RIOS DE REPARAClONES EN LADEMANDA,i!IiII"~~Bombre calíJ Si es familiar, Si está coo "ida o j Reseful <strong>de</strong> las Direcci6n(víaa o familiar parentesco con muerto"•.alteraciooes eo su vida 3<strong>de</strong> lictima l la víctimaIrene Ximenes Lopes Miranda Famr da vítima Innã •Com vida I Rua Pe. Angelim., 168 Centro11pueiras-eE CEP 62230-00Cosmo Ximenes Lopes IFanar da vítima Irmão gêmeo ] Com vida 2 Rua Emiliano Ribeiro, 384Caixa~ Varjora-CERua Emiliano Ribeiro daAlbertina Viana Lopes Fanar da vítima Mãe (genitora) Com vida 3 cunha n° 368 Caixa DáguaVariota-CE CEP 62265-000Rua Emiliano Ribeiro daFrancisco Leopoldino Lopes Fanar da Vítima Pai (genitor) Com vida 4 Cunha nO 368 Caixa DáguaVariota-CE CEP 622~5000(3) 1. Irene XimenesA eterna separação física (morte) <strong>de</strong> Damião, trouxe gran<strong>de</strong> sofrimento, fisico~Q-'l!I5-~~...,o~~u"c-epsicológico:1.1. causando .nos até aos seus <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, como a sua filha recém nascida, que ficousem o alimento naral, pois lactante, Irene Ximenes <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> produzir leite, <strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong>abalo emocional srido, ficando várias semanas sem se alimentar.1.2. Três anose <strong>de</strong>pressão constante, <strong>de</strong>ixou-lhe sem motívação para trabalhar,per<strong>de</strong>ndo o empreç26 dias após a morte <strong>de</strong> Damião.1.3. A cruel troa como Damião foi assassinado lhe causou muitas noites <strong>de</strong> pesa<strong>de</strong>loscom Damião sendolrturado e seu cadáver em <strong>de</strong>composição. Foram anos <strong>de</strong> noitesatormentadas e dcs que dilaceraram seu coração e alma.l.4. Foram doia~os sem assistir 7V, porque programas e cenas traziam lembranças <strong>de</strong>Ja~~ãc e conse~J~eme,-te da ter=íve~ :ragédia.1.5. Na acirra busca por justiça, teve que viajar muitas vezes as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>: Sobral-CE(<strong>de</strong>legacia,f6rum,;éc.Saú<strong>de</strong>, etc.)iFortaleza-CE (Assembléia Legislativai Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ln ....••


~,.!l.,} ,Ipor ter que se separ das filhas, <strong>de</strong>ixa-as por conta <strong>de</strong> terceiros, e por muitas vezesIencontrando, em seu retoo, as crianças <strong>de</strong>primidas e até doentes.'.6. Para ter direo à justiça submeteu-se a gastos que <strong>de</strong>sequilibraram seu orçamento mensale esgotaram toàas asuas economias, tais como: (<strong>de</strong>spesas com viage~s; <strong>de</strong>spesas com estadia;<strong>de</strong>spesa com advogado <strong>de</strong>spesas com <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> advogados e peritos; <strong>de</strong>spesas com<strong>de</strong>slocamento e estad das testemunhas pobres que queriam <strong>de</strong>por mas não tinh~condiçõesfinanceira para cheg até à<strong>de</strong>legacia, f6rum e entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> direitos humanos; <strong>de</strong>spesascom fotocópias <strong>de</strong> pressas, relat6rios, material <strong>de</strong> imprensa e diversos;<strong>de</strong>spesas com correio,!I• •III..ii!f-<strong>de</strong>spesas com telefone fax, <strong>de</strong>spesas com iaternet; c~stas <strong>de</strong> cartórios; outras.1.7. ?or ocasião dmorte <strong>de</strong> Damião, foram contraídas dívidas que ainda não foram quitadas,como a compra <strong>de</strong> urro treno no cemitério São Raimundo em Varjota-CE, e construção do túmulo<strong>de</strong> Damião que ainda n foi concluído (até então, seus restos mortais encontram-se num túmuloemprestado).1.B. <strong>de</strong>sgaste ment e emocional com inúmeras reuniões e audiências em órgãos ligados asaú<strong>de</strong>, justiça e dir~os humanos, na tentativa <strong>de</strong> encontrar meios para obter JUstiça.1.9. sofrimento dsensaçâo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero (controlada com ajuda terapêutica) causada pelo<strong>de</strong>srespeito do GoveD brasileiro pela vida humana,e o <strong>de</strong>scaso da justiça bras:leira, para com...J


; ) !g..n,2.5.2.6.sofrimento <strong>de</strong> CiD anos <strong>de</strong> frustração pela impunida<strong>de</strong> dosconstante arnarguJpela perda do irmão-gêmeo, parte <strong>de</strong> sua• •c r im i no.sos ,i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.3. Albertina Lopes: a ,rtura e homicídio brutal que vitimou Damião transformaram a vida <strong>de</strong> sua..-'Wf-màe em profunda <strong>de</strong>pressão:inco anos <strong>de</strong> vida física e psicológica <strong>de</strong>struída:3.1. ainda é incodada com as lembranças torturantes <strong>de</strong> tudo que presencio~ no dia04/10/1999, ela ainda)<strong>de</strong> ouvir o brado <strong>de</strong> Damião pedindo socorro, sem ninguém para ajudá-lanaquele hospital;3.2. seu sistema~urológico foi afetado, até hoje sofre <strong>de</strong> alguns distúrbios emoc~onaisquando precisa tratajeste caso;3.3. ainda sofre~ <strong>de</strong>pressão e <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> morrer;3.4. adquiriu tr~as (medo mórbido <strong>de</strong> hospital);3.5. adquiriu pSJse <strong>de</strong>fesa a vida (mesmo <strong>de</strong> insetos nocivos)3.6. adquiriu garite nervosa;O danos morais aindôJje são reclamados com lágrimas, como:3.7. A humílhaçãsofrida <strong>de</strong>ntro do hospital na hora que pedia socorro para seu filho,tratada pelo médico ~ntonistacom <strong>de</strong>sprezo e indiferença;~ID o-'~


\ \\.. ",00003uO~MISSAO PERMANENTE DO BRASlJ.,'i" ....~ ..JUNTO À ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMER~li.\lJoo.:• ,_o _.. I'i . .' , ,. ,, .. - ,',.e ,. • I ". "" , ;... ·.1.',·.·_··,URGENTISSIMOA Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos Estados Americanoscumprimenta a Secretaria Executiva da Comissão lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> e,em aditamento à nota número 213, datada <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004, tem a honraencaminhar, em anexo, versão integral do relatório do Estado brasileiro em resposta aoInforme <strong>de</strong> Mérito número 43/03 referente ao caso 12.237 (Damião Ximenes Lopes),2, A Missão do Brasil aproveita a oportunida<strong>de</strong> para renovar à Secretaria Executiva daComissão lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> os protestos <strong>de</strong> sua mais alta consi<strong>de</strong>ração,I,II,'\./..'Washington, em 27 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004; II "Cd..._ , ..... PR ...... _H_ 0'_'_ ••.• ••_ ...... • , .._-----•.• - _


••SECRETARIA DE ESTADO DOS DIREITOS HUMANOSBrasília, 17 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004.•2° RELATORlO DO GOVERNO.CASO DAMIÃO XIMENES LOPES.RECOMENDAÇÕES.Em resposta ao Relatório do Mérito N," 43/03 da Comissão <strong>Interamericana</strong><strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (ClDH), aprovado em 8 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, sobre o Caso 12.237,Damião Ximenes Lopes, informamos que o Governo brasileiro tomou as providências.'cabíveis no sentido <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às três recomendações feitas pela CIDH em relação aoassunto, conforme <strong>de</strong>monstrado abaixo:'.Recomendação 01"Realizar uma investigação completa, imparcial e efetiva dos fatos relacionados com amorte <strong>de</strong> Damião Ximenes ocorrida na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>1999. Tal investigação <strong>de</strong>ve ser conduzida <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>terminar a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>todos os responsáveis. sejam essas responsabilida<strong>de</strong>s por ação oupor omissão. e apunição efetiva dos responsáveis."1. É <strong>de</strong> interesse do Governo brasileiro que se responsabilizem os culpadospela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes. Finalizado o inquérito policial, e em razio do crime terocorrido no município <strong>de</strong> Sobral, Ceará, o Ministério Público apresentou <strong>de</strong>núncia queoriginou a Ação Penal n° 2000.0172.9186-1/0, tramitando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000 na 3".-Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral, contra os inicialmente acusados: Sérgio Antunes FerreiraGomes (diretor financeiro e proprietário da Clínica <strong>de</strong> Repouso Guararapes); CarlosAlberto Rodrigues dos Santos (auxiliar <strong>de</strong> enfermagem da Clínica); André Tavares do".•".'1'" • r .~. ----~-- "'_a. ln ..,.. --.--._.. _-.---.- ..-----------1------.-...------ _I ... " te•


••0000302Nascimento (auxiliar <strong>de</strong> pátio da Clínica); e Maria Salete Moraes Melo <strong>de</strong> Mesquita(enfermeira chefe da Clínica).2. A referida Ação está fundamentada no art. 136, § 2° do Código PenalBrasileiro que assim dispõe:"AIt. 136 - Expor a perigo a vida ou a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoa sob suaautorida<strong>de</strong>, guarda ou vigillincia, para fim <strong>de</strong> educaçao, ensino,tratamento ou custódia, quer privando-a <strong>de</strong> alimentBÇao ou cuidadosindispensdveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou ina<strong>de</strong>quado,quer abusando <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> COITeÇIJo ou disciplina:'"§ 2" - Se resulta a motte;Pena - rec/usao, <strong>de</strong> 4 (quatro) a 12 (doze) anos.'3. A Secretaria Especial dos Direitos <strong>Humanos</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> verificar as.-alegações <strong>de</strong> <strong>de</strong>mora injustificada no andamento da Ação Penal, realizou recente diligênciana Procuradoria-Geral <strong>de</strong> Justiça do Estado do Ceará, em 13 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004. Naquelaocasião, pô<strong>de</strong>-se constatar que <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000 (data do início da Ação Penal) até•24 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003 os prazos legais para citação das partes, interrogatório dosacusados, oitiva das testemunhas, <strong>de</strong>ntre outros procedimentos processuais, aconteceramtodos <strong>de</strong> acordo com a praxe processual brasileira.4. Verificou-se, contudo, que a <strong>de</strong>mora alegada pelos peticionários se <strong>de</strong>u emrazão do número <strong>de</strong> acusados (quatro) e, conseqüentemente, o número <strong>de</strong> testemunhas(trinta e duas), se consi<strong>de</strong>rarmos que cada parte tem direito <strong>de</strong> arrolar até oito testemunhas.No caso em questão, tanto alguns acusados quanto algumas testemunhas, residiam fora dacomarca <strong>de</strong> Sobral, tendo sido os mesmos citados e ouvidos por meio <strong>de</strong> carta precatória, o'.que fez com que houvesse uma <strong>de</strong>mora justificada para a realização <strong>de</strong> alguns atasprocessuais na fase <strong>de</strong> instrução do processo.-5, A título <strong>de</strong>monstrativo, transcrevemos, abaixo, alguns andamentosprocessuais, com suas datas correspon<strong>de</strong>ntes, retirados dos autos (anexo I), a saber:2g,03.2000 - recebimento dos autos na 3" Vara Criminal da Comarca <strong>de</strong> Sobral, Ceará;_____ ---- ;.. ••_7-._··_.. --'-0---- .__ ._ t... a:• __ ---I'-- -----2


••07.04.2000 - <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> audiência pelo Juiz para interrogatório dos acusados em 24 <strong>de</strong>abril <strong>de</strong> 2000;10.04.2000 - expedição do mandado <strong>de</strong> citação dos acusados;19.04.2000 - citação dos acusados;24.04.2000 - interrogatório dos acusados;24.05.2000 - <strong>de</strong>signação do dia 16 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000, para a oitiva das testemunhasarroladas;16.08.2000 - cancelamento da audiência <strong>de</strong> oitiva das testemunhas, por impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>comparecimento do juiz, e remarcação para o dia II <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2000;II.I0.2000 - audiência com as testemunhas presentes e remarcação <strong>de</strong> data para<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> testemunha ausente; Expedição <strong>de</strong> cartas precatórias para oitiva dastestemunhas Marcelo Messias Barros e Francisco das Chagas Melo, resi<strong>de</strong>ntes em Fortalezae lpueiras;.,'''-I 1.01.2001 - intimação das testemunhas para audiência;26.01.2001 - manifestação do Ministério Público quanto à não oposição à admissão <strong>de</strong>Albertina Viana Lopes, mãe <strong>de</strong> Damião Ximenes, como assistente da acusação; Conclusãozios autos ao Juiz;01.03.2001 - admissão da assistente da acusação pelo Juiz;14.03.2001 - audiência com testemunhas; Defensor pe<strong>de</strong> consignação da <strong>de</strong>claração datestemunha Antônio Vitorino <strong>de</strong> Sousa Rufino;20.03.2001 - Juiz pe<strong>de</strong> manifestação do Ministério Público (MP) quanto ao pleito do<strong>de</strong>fensor;18.04.2001 - manifestação do MP quanto à não oposição ao <strong>de</strong>ferimento do pleito;30.05.2001 - <strong>de</strong>spacho do Juiz a respeito do pleito da parte; Conclusão dos autos;06.06.2001 - início do procedimento <strong>de</strong> oitiva das testemunhas arrojadas pelo acusadosSérgio Antunes Ferreira Gomes e Maria Salete Melo Mesquita; Audiência marcada para odia 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2001; Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> intimação das testemunhas expedida pelo Juiz;Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> expedição <strong>de</strong> carta precatória para testemunha que resi<strong>de</strong> em comarca diversa da<strong>de</strong> Sobral;29.09.2001 - audiência suspensa a pedido dos advogados <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa em razão da não oitiva<strong>de</strong> testemunhas arroladas anteriormente; <strong>de</strong>spacho do Juiz atenta para a importância <strong>de</strong> serouvida a mãe da vítima e or<strong>de</strong>na a expedição <strong>de</strong> carta precatória para a Comarca <strong>de</strong>3---_.-_..-_.._--_.-,.__.__ •..._----_.._._.-_._..._=---_.._-----~---------------------"..•-


•0000304Varjota; <strong>de</strong>signa o dia 08 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2002 para a próxima audiência, intima os advogados<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa para no prazo <strong>de</strong> cinco dias informarem sobre as testemunhas não localizadas,substituírem-nas, se for o caso ou fornecer o en<strong>de</strong>reço correto, se for o caso;03.12.2001 - manifestação do advogado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do acusado ratificando o en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong>uma das testemunhas e solicitando a substituição <strong>de</strong> outra;12.04.2002 - realizada oitiva das testemunhas resi<strong>de</strong>ntes na Comarca <strong>de</strong> Sobral arroladas•pela <strong>de</strong>fesa; solicitação pela <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> expedição <strong>de</strong> carta precatória à Comarca <strong>de</strong> Granja e<strong>de</strong> Senador Sá citando testemunhas que lá resi<strong>de</strong>m;19.04.2002 - expedição das cartas precatórias solicitadas;15.05.2002 - Certidão expedida pela Comarca <strong>de</strong> Ipueiras sobre o comparecimento dosacusados para audiência <strong>de</strong> instrução, informando que o juízo <strong>de</strong>precado não havia sidoinformado da mesma. Foi <strong>de</strong>signada, então, a data <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002;04.07.2002 - conclusão dos autos ao Juiz;09.12.2002 - concluída a fase <strong>de</strong> instrução processual com colheita dos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong>todas as testemunhas e informantes arrolados pela acusação e pela <strong>de</strong>fesa; Juiz or<strong>de</strong>na aintimação das partes para no prazo <strong>de</strong> 24 horas requererem .diligências que julgaremnecessárias, conforme o art. 499 do Código <strong>de</strong> Processo Penal Brasileiro (CPP); Conclusãodos autos ao Juiz;08.01.03 - <strong>de</strong>volução dos autos;17.01.2003 - vistas dos autos concedida ao MP;28.02.03 - MP requisita, como diligência, o auto do exame cadavérico realizado na vítima;06.03.2003 - Juiz acolhe solicitação da promotoria e <strong>de</strong>termina seja oficiada a Secretaria da5" Vara para que forneça a cópia do exame cadavérico;07.03.2003 - oficio expedido para a Secretaria da S8 Vara, cumprindo <strong>de</strong>terminação doJuiz;23.06.2003 - Juiz solicita manifestação da <strong>de</strong>fesa sobre nova prova produzida nos autos;22.09.2003 - MP apresenta alegações finais pedindo procedência da ação com acon<strong>de</strong>nação dos réus na forma pretendida na <strong>de</strong>núncia; MP pe<strong>de</strong> aditamento da <strong>de</strong>núnciacom relação à conduta <strong>de</strong> Francisco Ivo Vasconcelos, Diretor Clínico do hospital, e EliasGomes Coimbra, auxiliar <strong>de</strong> enfermagem do hospital;24.09.2003 - conclusão dos autos ao Juiz;4_ "P .. ' ...'~-_~• ._....,...... ao> • ' ... .• _. , ' -'• __•. _« ....-


•00003056. A partir da data do último andamento, 24 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003, houve <strong>de</strong>fato <strong>de</strong>mora no andamento, porém, justificada pelo Juiz em seu <strong>de</strong>spacho exarado nos autosno dia 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004 (anexo ll), no qual explica que o motivo da <strong>de</strong>mora foi ovolume <strong>de</strong> serviço próprio da 3 8Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral e o afastamento <strong>de</strong> suasfunções por noventa dias por motivo <strong>de</strong> férias e licença médica. No mesmo <strong>de</strong>spacho, oJuiz recebe o aditamento da <strong>de</strong>núncia solicitado pelo MP e <strong>de</strong>termina <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> datapara a realização do interrogatório necessário, citando e intimando os novos réus. Emseguida, <strong>de</strong>termina, COM A~URGENCIA, a intimação das partes para aapresentação <strong>de</strong> razões finais.7. Apesar <strong>de</strong> transcorridos quatro anos e seis meses do início da Ação Penal,não se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a <strong>de</strong>mora injustificada, pois tanto o Judiciário quanto o MinistérioPúblico estavam constantemente atuando nos autos, conforme comprovam as cópias dos~autos no anexo I. Deve-se levar em conta, igualmente, a dificulda<strong>de</strong> em se concluir a oitiva.~cdas numerosas testemunhas pelo fato <strong>de</strong> muitas residirem fora da circunscrição da Comarca<strong>de</strong> Sobral, tendo as mesmas que serem intimadas por carta precatória, e algumas atéouvidas em outros juízos.•8. Po<strong>de</strong>-se concluir, portanto, que a Recomendação DI da CIDH está sendocumprida pelo Governo Brasileiro, uma vez que foi realizada uma investigação completa,imparcial e efetiva dos fatos relacionados com a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes ocorrida naCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, cujo resultado levou à <strong>de</strong>núnciapelo Ministério Público <strong>de</strong> seis pessoas, e a <strong>de</strong>terminação da responsabilida<strong>de</strong>, por ação ouomissão, com a <strong>de</strong>vida punição dos envolvidos será objeto <strong>de</strong> julgamento em breve...9. Uma outra Ação, <strong>de</strong> natureza cível, <strong>de</strong> reparação <strong>de</strong> danos tramita na 58 Varada Comarca <strong>de</strong> Sobral <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, <strong>de</strong> iniciativa da mãe da vitima, SI"Albertina Viana Lopes, conta a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, o seu proprietário, SérgioAntunes Ferreira Gomes, e Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, diretor clínico da Clínica. Areferida Ação encontra-se, contudo, suspensa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003 (anexo Ill) por" ~ =-.- _..•._""_.,.._. ..5-- - - - ..,...-- --------------..... ----- -


0000306<strong>de</strong>terminação do Juiz com respaldo no art. 265, IV, "a" e § 5° do Código <strong>de</strong> Processo Civil,a saber:• Arf. 265. Suspen<strong>de</strong>-se o processo:•••IV - quando a sentença <strong>de</strong> mérito:a) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do julgamento <strong>de</strong> outra causa, ou da <strong>de</strong>claração daexistência ou inexistência da relação juridica, que constitua o objetoprincipal <strong>de</strong> outro processo pen<strong>de</strong>nte;•••§!1 Nos casos enumerados nas letras a, b e c do rP IV, o periodo <strong>de</strong>suspensão nunca po<strong>de</strong>rá exce<strong>de</strong>r 1 (um) ano. Findo este prazo, o juizmandará prosseguir no processo.'•10. E comum na justiça brasileira que se aguar<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão em ação penal para sedar andamento em ação cível <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização, pois a responsabilida<strong>de</strong> apurada na esferapenal facilitaria a i<strong>de</strong>ntificação dos responsáveis no âmbito cível. No caso em questão, oproprietário da clínica, Sérgio Antunes Ferreira Gomes, figura como pólo passivo tanto nae,Ação Penal quanto na Ação Cível, sendo pru<strong>de</strong>nte, portanto, aguardar o <strong>de</strong>sdobramento da,,-primeira para se imputar responsabilida<strong>de</strong> por dano moral.•,Recomendação 02"Reparar a<strong>de</strong>quadamente os familiares <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes pelas violações <strong>de</strong>direitos humanos estabelecidas no presente relatório, incluindo o pagamento efetivo <strong>de</strong>uma in<strong>de</strong>nização"II .O Governo fe<strong>de</strong>ral, por intermédio da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong>, após negociação com o Governo do Estado do Ceará, obteve êxito na aprovação<strong>de</strong> Lei Estadual n" 13.491, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004 (anexo N), que autoriza a concessão <strong>de</strong>pensão mensal e vitalícia em favor <strong>de</strong> Albertina Viana Lopes, mãe <strong>de</strong> Damião XimenesLopes, no valor <strong>de</strong> R$ 308,00 (trezentos e oito reais), o que correspon<strong>de</strong> a um saláriomínimo no Estado do Ceará, ajustável pelo mesmo índice da revisão geral anual aplicadoaos servidores públicos estaduais. O Governador do Estado do Ceará, Lúcio Alcântara, emna Mensagem n° 6691, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2004 (anexo6",= ...........•11 _w. " ••_ •._- __• ~_ _...,_--_-------- _.. = "'


••._.Q000307V), encaminhada ao Presi<strong>de</strong>nte da Assembléia Legislativa do Estado, justificou a concessãoda pensão com o intuito <strong>de</strong> reparar, mesmo que minimamente, o lamentável acontecimento.12. Com relação aos critérios adotados pelo Governo do Estado do Ceará para afixação do montante da pensão e da escolha do seu índice <strong>de</strong> reajuste, consi<strong>de</strong>rados nãosatisfatórios pelos peticionários, informamos que o Governo Fe<strong>de</strong>ral, por intermédio daSecretaria Especial dos Direitos <strong>Humanos</strong>, encaminhou o Oficio n° 722/2004, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong>julho <strong>de</strong> 2004 (anexo VI), ao Governador do Estado do Ceará solicitando informaçõessobre os motivos e os critérios que levaram o Governo do Estado do Ceará a adotar o valore o índice <strong>de</strong> correção na pensão concedida. Até o presente momento não se obteve respostado Governo do Estado.I3. Ressalto o fato <strong>de</strong> que a concessão <strong>de</strong> pensão <strong>de</strong>ssa natureza era inédita nahistória do Estado do Ceará e que se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que o Estado conquistou um enormeavanço no que diz respeito ao reconhecimento da responsabilida<strong>de</strong> objetiva em casos <strong>de</strong>violações <strong>de</strong> direitos humanos, sem prejuízo da in<strong>de</strong>nização que po<strong>de</strong>rá receber quando~ulgada a Ação Cível <strong>de</strong> reparação <strong>de</strong> danos que tramita na 58 Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, contra a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, o seu proprietário, SérgioAntunes Ferreira Gomes, e Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, diretor clínico da Clínica.)4. A<strong>de</strong>mais, atento para fato <strong>de</strong> que, além do pagamento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização, areparação aos familiares da vítima, também recomendada pela CIDH, po<strong>de</strong> acontecer <strong>de</strong>diversas formas, conforme entendido na jurisprudência da <strong>Corte</strong> lnteramericana <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong>, no Caso Loayza Tamayo, no qual estabeleceu-se que a reparação é o termogenérico que compreen<strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> como um Estado po<strong>de</strong> reparar o danocausado ao indivíduo, sendo citadas pela <strong>Corte</strong> as formas restitutio in integrum (impossívelno caso em tela, visto que resultou em morte da vítima), in<strong>de</strong>nização, satisfação, garantias<strong>de</strong> não-repetição, sem excluir outras formas possíveis, a saber:......... "85. La reparacián es el término genérico que compren<strong>de</strong> las diferentes formascomo un Estado pue<strong>de</strong> hacerfrente a la responsobilidad internacional en que haincurrido (restitutio in integrum, in<strong>de</strong>mnización, satisfocciôn, garantias <strong>de</strong> norepeticiôn, entre otras). in <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, Caso7'......e = ''', ., '" _ ~_,_. ..._.•_._\1'"_' "._" ~ .,,- .. ~--- ..-----------. ........


•C0003il8Loayza Tamayo, Reparações, sentença <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> J998, Série C, n°42. parágrafo 85.15. Nesse sentido, adotando-se a jurisprudência da <strong>Corte</strong> no caso acima, po<strong>de</strong>-seafirmar que o Governo Brasileiro cumpriu com a Recomendação 02, uma vez que reparouos familiares da vítima por meio da concessão <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>nização, reconhecendo suaresponsabilida<strong>de</strong> objetiva pelo fatoocorrido, e por meio <strong>de</strong> políticas públicas quegarantissem a não repetição do fato, conforme consta da Recomendação 03, <strong>de</strong>vidamentecumprida pelo Estado Brasileiro.Recomendação 03"Adotar as medidas necessárias para evitar que ocorram fatos similares no futuro.".,..,.,......,16. O Caso "Damião Ximenes" é consi<strong>de</strong>rado um marco pela Coor<strong>de</strong>nação da,Saú<strong>de</strong> Mental do Ministério da Saú<strong>de</strong> brasileiro. Após o falecimento <strong>de</strong> Damião Ximenes•em outubro <strong>de</strong> 1999 na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em Sobral, Ceará, muitas mudanças<strong>de</strong> fato já ocorreram no âmbito da reforma psiquiátrica no Brasil. Logo após o acontecido,em II <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, o Ministério da Saú<strong>de</strong>, reconhecendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>reestruturação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção ao portador <strong>de</strong> transtornos mentais, no âmbito do•Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), criou, por meio da PortarialGM n° 106, os "ServiçosResi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos" em Saú<strong>de</strong> Mental para o atendimento ao paciente psiquiátrico.Tal Serviço constitui uma modalida<strong>de</strong> assistencial substitutiva da internação psiquiátricaprolongada, <strong>de</strong> maneira que, a cada transferência <strong>de</strong> paciente do hospital especializado parao Serviço, <strong>de</strong>ve-se reduzir ou <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciar do SUS igual número <strong>de</strong> leitos naquelehospital. Em seguida, são realocados os recursos correspon<strong>de</strong>ntes para os tetosorçamentários do estado ou município que se responsabilizará pela assistência ao paciente epela re<strong>de</strong> substitutiva <strong>de</strong> cuidados em saú<strong>de</strong> mental. O Serviço consiste em moradias oucasas inseridas, preferencialmente, na comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>stinadas a cuidar dos portadores <strong>de</strong>transtornos mentais, egressos <strong>de</strong> internações psiquiátricas <strong>de</strong> longa permanência, que nãopossuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem sua posterior inserção social.B---_.._---------, 'IIlI II•--------lr-----------------.h __.....~._ , "''''


••0000309I7. Dando continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> reconhecimento da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mudanças, a Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Câmara dos Deputados realizou em junho<strong>de</strong> 2000 a "I Caravana Nacional <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> -Uma Amostra da Realida<strong>de</strong>Manicomial Brasileira", quando foram vistoriadas 20 instituições manicomiais em 7estados brasileiros, dando origem a um relatório que <strong>de</strong>monstra os resultados das visitas. Oreferido relatório acusou o que já era sabido, um mo<strong>de</strong>lo anacrônico <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>mental no Brasil, e concluiu indicando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças urgentes e fazendorecomendações ao Governo fe<strong>de</strong>ral, Governos estaduais e Assembléias Legislativas...,.....,...18. Ainda na esfera do Governo fe<strong>de</strong>ral, foi aprovada em 06 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001 aLei n" 10.216, conhecida vulgarmente como "Lei <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica", que dispõesobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mentais e redireciona omo<strong>de</strong>lo.assistencial em saú<strong>de</strong> mental. Trata-se <strong>de</strong> uma antiga aspiração do movimento antimanicomiale uma recorrente proposta das conferências nacionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. O seutexto reflete o consenso possível sobre uma lei nacional para a reforma psiquiátrica noBrasil, redirecionando o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência psiquiátrica, regulamentando o cuidado


•000031020. Tal iniciativa levou em consi<strong>de</strong>ração o resultado da pesquisa <strong>de</strong> opiniãopública realizada em 1998, on<strong>de</strong> ficou <strong>de</strong>monstrada a urgente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aprofundaro conhecimento da situação na época dos serviços hospitalares e, conseqüentemente, proporintervenções dirigidas para a melhoria <strong>de</strong>sses mesmos serviços. A oitiva, <strong>de</strong> maneirasistematizada, dos usuários do sistema e dos gestores locais, reafirmou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>uniformização dos parâmetros <strong>de</strong> análise para todos os hospitais do Brasil, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> excelência, que orientam e priorizam os objetivos e metas <strong>de</strong>intervenção e ação do Ministério da Saú<strong>de</strong>. A relevância <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizaçãodas ações e serviços hospitalares indicou que qualquer estratégia <strong>de</strong> avaliação requer aatuação em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.21. Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002, após menos <strong>de</strong> um ano da aprovação da Lei <strong>de</strong>Reforma Psiquiátrica, o Ministério da Saú<strong>de</strong> - aten<strong>de</strong>ndo a recomendações <strong>de</strong> diversossetores e consciente da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se elaborar propostas e estratégias para efetivar econsolidar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> mental que seja humano, <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e comparticipação e controle social- realizou a "III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental", emque o tema central das discussões estava solidamente vinculado ao tema mundial propostopela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) para o ano <strong>de</strong> 2001, "Cuidar sim. Excluir.não", Por outro lado, encontrava-se também vinculado a um tema local, presente no título,"Efetivando a Reforma Psiquiátrica. com Acesso. Qualida<strong>de</strong>. Humanização e Controle•Social", indicativo <strong>de</strong> sua organicida<strong>de</strong> com a construção <strong>de</strong> um Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> -público, <strong>de</strong>mocrático, <strong>de</strong> amplo acesso, eficaz, construtor <strong>de</strong> cidadania e com controlesocial. A avaliação da III Conferência foi que o evento representou um inequívocofortalecimento do consenso em torno da proposta da Reforma Psiquiátrica, com toda a suapluralida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> interna, elaborando propostas e estratégias para efetivar econsolidar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> mental totalmente substitutivo ao manicomial.22. No intuito <strong>de</strong> se implementar as diretrizes traçadas na Lei <strong>de</strong> Reforma-.Psiquiátrica supracítada, foram criadas diversas portarias regulamentadoras do Ministérioda Saú<strong>de</strong>, a saber:lO= ---._-_._-------------------------. --


• •~.. -23. PortarialGM n" 251, <strong>de</strong> 31/01/2002 - esta Portaria estabelece diretrizes e•normas para a regulamentação da assistência hospitalar em psiquiatria no Sistema Unico <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> (SUS), reclassifica os hospitais psiquiátricos, e <strong>de</strong>fine e estrutura a porta <strong>de</strong> entradapara as internações psiquiátricas na re<strong>de</strong> do SUS. A referida Portaria estabelece, ainda, queos hospitais psiquiátricos integrantes do SUS <strong>de</strong>verão ser avaliados por meio do ProgramaNacional <strong>de</strong> Avaliação dos Serviços Hospitalares - Psiquiatria (PNASH);24. PortarialSAS n° 709, <strong>de</strong> 04/0812002 - seguindo as <strong>de</strong>terminações da Lei <strong>de</strong>Reforma Psiquiátrica e as recomendações da lI1 Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental,criou-se, por meio <strong>de</strong>sta Portaria, um Grupo <strong>de</strong> Trabalho para estudo da situação doshospitais gerais, formulando proposta <strong>de</strong> nonnatização das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental<strong>de</strong>senvolvidas no âmbito <strong>de</strong>stes hospitais;.;~-25. PortarialSAS n° 1001, <strong>de</strong> 20/12/2002 - esta Portaria divulga os resultados doPrograma Nacional <strong>de</strong> Avaliação do Sistema Hospitalar - Psiquiatria (PNASH), no período<strong>de</strong> maio a julho <strong>de</strong> 2002, conforme <strong>de</strong>terminado pela Lei <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica. A"referida Portaria estabelece, ainda que os hospitais psiquiátricos <strong>de</strong>verão atingir apontuação mínima <strong>de</strong> 61 %, <strong>de</strong>ntro dos critérios utilizados pelo PNASH, para que sejamclassificados como hospital psiquiátrico do SUS. Estabelece, <strong>de</strong> igual maneira, que oshospitais integrantes do SUS <strong>de</strong>verão ser reavaliados anualmente pelo PNASHlPsiquiatria;26. PortarialSAS n° 2391, <strong>de</strong> 2611212002 - <strong>de</strong> acordo com o disposto na Lei <strong>de</strong>Reforma Psiquiátrica, esta Portaria regulamenta o controle das internações psiquiátricasinvoluntárias (lPI) e voluntárias (lPV) e os procedimentos da comunicação das mesmas aoMinistério Público pelos estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, integrantes ou não do SUS. O referidoinstrumento <strong>de</strong>fine, <strong>de</strong>ntre outras, que a internação psiquiátrica somente <strong>de</strong>verá ocorrerapós todas as tentativas <strong>de</strong> utilização das <strong>de</strong>mais possibilida<strong>de</strong>s terapêuticas e esgotadostodos os recursos extra-hospitalares disponíveis na re<strong>de</strong> assistencial, com a menor duraçãotemporal possível;27. Portaria/SAS n" 150, <strong>de</strong> 18/06/2003 - este instrumento homologa osresultados das vistorias realizadas nos hospitais que não haviam obtido percentual mínimoII--~-----,_.__._-,--,-,--• p ; 'i•---------1---.


- .<strong>de</strong> 61 da pontuação exigida pelo PNASH/Psiquiatria 2002, no periodo <strong>de</strong> janeiro a março<strong>de</strong> 2003. A Portaria <strong>de</strong>termina, ainda, que após a publicação dos resultados obtidos naavaliação, o gestor local <strong>de</strong>verá adotar as providências necessárias para a suspensão <strong>de</strong>novas internações e o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento da instituição, planejando a substituição doatendimento aos pacientes <strong>de</strong>stes hospitais que não obtiveram pontuação míníma suficientepara a sua classificação;28. Portaria n° 52, <strong>de</strong> 20/0112004 - ao consi<strong>de</strong>rar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecercritérios técnicos para a redução progressiva <strong>de</strong> leitos, especialmente nos hospitais <strong>de</strong> maiorporte, <strong>de</strong> modo a garantir a a<strong>de</strong>quada assistência extra-hospitalar aos internos; anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer uma planificação racional dos investimentos financeiros do SUSno sistema hospitalar psiquiátrico e na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção psicossocial, <strong>de</strong> modo a permitiruma transição a<strong>de</strong>quada do mo<strong>de</strong>lo assistencial; e a urgência <strong>de</strong> se estabelecer critériosento e remunera ão dosrocedimentos <strong>de</strong>atendimento em hospital psiquiátrico, com recomposição das diárias hospitalares, instituiuse,por meio da Portaria em questão, o "Programa Anual <strong>de</strong> Reestruturação da AssistênciaPsiquiátrica Hospitalar no SUS - 2004", que prevê a transição gradual e segura do mo<strong>de</strong>loassistencial, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser reduzidos os leitos hospitalares e o número <strong>de</strong> hospitais <strong>de</strong>maior porte.29. Outro avanço que merece ser consi<strong>de</strong>rado é a implantação, sob coor<strong>de</strong>naçãodo Ministério da Saú<strong>de</strong>,do programa <strong>de</strong> ressocialização <strong>de</strong> pacientes internados emhospitais ou unida<strong>de</strong>s psiquiátricas, <strong>de</strong>nominado "De Volta para Casa" que permite aosinternos <strong>de</strong> longa permanência em hospitais psiquiátricos contar com um programa <strong>de</strong>,suporte social que potencializa seu processo <strong>de</strong> alta hospitalar e reintegração social. E parteintegrante <strong>de</strong>ste Programa o auxílio-reabilitação psicossocial para assistência,acompanhamento e integração social, fora <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> hospitalar, <strong>de</strong> pacientes acometidos<strong>de</strong> transtornos mentais, internados em hospitais ou unida<strong>de</strong>s psiquiátricas. O referidoauxílio foi instituído pela Lei n° lO.708, <strong>de</strong> 3I <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, e consiste no pagamentomensal <strong>de</strong> auxílio pecuniário, pelo periodo renovável <strong>de</strong> um ano, <strong>de</strong>stinado aos pacientesegressos <strong>de</strong> internações, cuja duração tenha sido por um período igualou superior a doisanos.12-_.-.. _o. - __ • ,..._ ......., • __lO ~ _------.-


- .'.~_.C00031330. A Lei supracitada foi regulamentada pela Portaria n° 2.077, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> outubro<strong>de</strong> 2003, que, <strong>de</strong>ntre outras <strong>de</strong>finições, consi<strong>de</strong>ra como "egressos" e possíveis beneficiáriospara efeitos da Lei, todas as pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mental que estejamcomprovadamente internadas em hospital psiquiátrico por período ininterrupto igual ousuperior a dois anos, as quais <strong>de</strong>verão estar incluídas no Cadastro <strong>de</strong> BeneficiáriosPotenciais do Programa "De Volta para Casa". Segundo a Portaria, para que o beneficiáriose inscreva no Programa, o seu município <strong>de</strong>ve estar habilitado <strong>de</strong> acordo com os critériosrelacionados na Lei. Um <strong>de</strong>stes critérios é a exigência <strong>de</strong> que o município em questão tenha<strong>de</strong>senvolvido ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que atendam às necessida<strong>de</strong>s dos beneficiários.31. A Portaria n" 2.078, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, instituiu a Comissão <strong>de</strong>Acompanhamento do Programa "De Volta para Casa", que tem como responsabilida<strong>de</strong>s,<strong>de</strong>ntre outras, emitir parecer sobre a habilitação <strong>de</strong> municípios, sobre inclusão ou exclusão<strong>de</strong> beneficiários e acompanhar e assessorar a implantação e avaliação do Programa. Areferida Comissão é composta por representantes da Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>,, Departamento <strong>de</strong> Ações Programáticas Estratégicas, Saú<strong>de</strong> Mental; Conselho Nacional dos--Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CONASS); Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(CONASEMS); e Comissão lntersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.32. Na esfera municipal, por sua vez, vale ressaltar os avanços ocorridos noMunicípio <strong>de</strong> Sobral, Ceará, local em que ocorreu a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes, que hoje éconsi<strong>de</strong>rado como exemplo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental no Brasil. Logo após o ocorrido, maisprecisamente em 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong>Sobral realizou uma sindicância na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes e concluiu pela--procedência da <strong>de</strong>núncia contra o estabelecimento, sugerindo o seu <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento peloSUS. O referido <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento ocorreu, <strong>de</strong> fato, em IO<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, por meio daPortaria/CCA n° 113 da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong> Sobral. O mo<strong>de</strong>lomanicomial anacrónico <strong>de</strong> Sobral <strong>de</strong>u lugar à "Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atenção Integral à Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong>Sobral", que foi um marco divisor do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mental no Município,ampliando a consciência social e institucional da complexida<strong>de</strong> do fenómeno do sofrimento/ transtorno mental no contexto municipal, e das limitações das ações até então praticadas.•13• _.:,. r,... ----------------me, ....,,.-- _._- -------_._---------------_.----------_.-


• •0000314Assumiu-se então o compromisso <strong>de</strong> ampliar as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> forma arespon<strong>de</strong>r, a partir <strong>de</strong> um referencial epi<strong>de</strong>miológico e social, àquela complexida<strong>de</strong>, pormeio <strong>de</strong> ações diversificadas e integradas, que não se restringissem à prática clínica, masque a subordinasse ao parâmetro político da conquista do exercício pleno da cidadania aosJ;llÍ tadores -<strong>de</strong> transtornos mentais. Como reconhecimento dos esforços realizados pelo,Município, o citado programa foi premiado no concurso "Experiências Exitosas na Area <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - Prêmio David Capistrano da Costa Filho", daIII Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.(Os documentos citados nesta Recomendação foram encaminhados no último relatório doGoverno Brasileiro sobre o Caso, datado <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004).33. De todo o exposto, reiteramos a <strong>de</strong>cisão firme do Governo brasileiro emintegrar uma nova realida<strong>de</strong> relacionada ao cumprimento dos Direitos <strong>Humanos</strong>, sobretudono campo da saú<strong>de</strong> mental. Reiteramos, da mesma maneira, o compromisso do Estadobrasileiro em aten<strong>de</strong>r às recomendações feitas por esta Comissão no Relatório do Mérito n°43/03 no que diz respeito à i<strong>de</strong>ntificação e punição dos responsáveis pela morte <strong>de</strong> DamiãoXirnenes Lopes, a <strong>de</strong>vida reparação pelos danos morais causados aos seus familiares e, porfim, a prevenção para que fatos similares não ocorram no futuro.***14------------------ ~"" I _ r L• • $O"-------~-------------------••


\..0000315ANEXO I._.--------------••#..•". ---_o ........... "o' • ._~_,---.----,.---------------- ..-------


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_._---Processo:Naturezâ:Autor:Réuis) :Infrélção:•671/2000 (20QO,r.~B,OC3:=-9)l\ .. _~...~ ,.. ~ " P"n-l_ ClNinisté!:io FlÍt:-li::{~,ES~~i.l)O 00 C:r!lAM,,PODER ,JUDICIARIO3;:.0. • Vl.',.iM. D.1\ Cm11-\..~CA DE SOBPJü,Sérgio Antunes rerrei~~a G~:nes eart. 136, §.7 do CPB•;,,,..,'.--- ---·...·:'+-r,-·"../'", 0/1·........ \If .,,_r,.I ". ;'" .~. -a-~.--- ...I~ ~',,-'. \.,' '.,·~~,.II ~•i :» "'~ ..J-"'1'~.~., .,\~\ ....l - ....,.'. ~.. ' ~.",," . .. " I .",," :> I (.l- "./'l..... I;:: . /'-_., ' ....--.-\_1(, , .. /:,... ",.I~ .• •\.•••. -.'\": .'.: , ";" ." . ....,. \.-'. --":~ l-o ~. I.".'",;" ',.". . ~..,-,'V,. .~~~,,,.~'1 !''J''


~.....-,LIVRO N°FOLHA.,··.c,,-.., '\..~ -r-~.~. .::~.; .- ') ·1.... ' i.. '.'..... '• 1,.;- .",-, -at. "" ..... I, -~ l,-:..;a,....... • • ~" _..,-, . - ./0J ':'.•::-.... i .. .. '.•~ . r- ,• .r.... .. - ...",'.--..,._...., ......'o •,' ...:ESTADOno CEAR.i\PODER JUDICI.~IO0000318COt~RCA DE SOBR~SECRETARIA DA 3' VARJI.•-., ... ~...... , .• ..-..- Tr-:HNO _---_. DE i\IJLJlf:NCli\.._._-PROCESSO: 674/2000NATUREZA: Ação CriminalACUSADO: Sérgio AntunesoFerreira Gomes e outros•••,,•-_o'-.FINALIDADE: InterrogatórioDATA: 24 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2000HORÁRIO: l5hMAGIST~~DO(A): Dra. Lia Sammia S. Moreira•PRESENTES: os acusados Sér.gio l\ntullel; Ferr.eira Gomes. CarlosAlberto Rodrigues dos Santos, A.ndré Tavares do nascimento eMaria Salete Moraes Melo <strong>de</strong> Mesquita, esta acompanhada <strong>de</strong> sua<strong>de</strong>fensora.,,'-AUSENTES: nada a registrar....,.-DESCRIÇJ\O: }l,berta a audiência, a I1H. Juiza interrogou trêsdos acusados e suspen<strong>de</strong>u a audiência dado ao avançar da hora,ficando o acusado André Tavares do Nascimento intimado acomparecer no dia 25 <strong>de</strong> abril, às 15 horas a fim <strong>de</strong> serinterrogado. Nada mais havendo a tratar, mandou. a m. Juizaencerrar este termo que, 1i.do e achado confor.me, vai <strong>de</strong>vidamenteEu, , 'I'écnico Judiciário, c digitei. E Eu,l' Diretora <strong>de</strong> Secretaria, assino e subscre~~.I.-•,-'.I. . . ......• ,•'. ] • • '") •.,. •-( ." .. . ~--... _ I. '. ~••'..J. , .. '\••___________---------r •"'.. .. ,.•• ••-r------._----------


..'t";.i~' ;.;.....c., . ..: '~. "--t. ,. .


'.. ., .... ,"-.,•CERTIDAoCertifico que a audiência para hoje <strong>de</strong>siqnada<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> se realizar em razão da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> OOOO32Ocomparecimento da MM. Juiza respon<strong>de</strong>ndo pela 3 8 Vara, que seencontra presidindo audiência no Cart$~io Eleitoral <strong>de</strong>Groiras, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> é a' Juiza titular. Certifi:~.mais que, poror<strong>de</strong>m da MM. Juiza, ,<strong>de</strong>signei a data <strong>de</strong> 11.10.00, às 9 horas"para realização da audiência, ficando <strong>de</strong> logo intimadas aspessoas abaí.xo " assinadas e discriminadas. O referido éverda<strong>de</strong>. Dou fé.Sobral, 16 <strong>de</strong> a•.1D1.-11 J. eSecretaria,,.~••.),•..,--·9Af.l~I.:)/-'-\»""')J )I , (,1 ..' ,~,". "I. . .•--•,.-.( "'--. -••. ,\o.·,....·•-••Jall:. ••jJamllyCl..l.leu SiIYaAdvogadaOAB-CE 88llll,"1 II' i 1 n Jo _~__""'_rl_a._,__,,_,_" ...__.'.•_. - _.t' _•.__ •__•__.._._u .....,...-• •..~-'--._


_._---.. ~... .... .' ."~"." : o". .. ••~.'~....,. .' .' ...:.~;:~~~:. :.!~~ ...,....;.::', ":".••••...........~..... I· ,,'!f.' ro" : .:::~ 'o,' .~.~ ..'f;. ,.._".,..... -: "',;:'.'~ .,'f.: ~/..::O:' "~ -. ':r;-., ...; .:: •..~.. '6""" ",.H "., rh;i' "' ~i" '1. -. • ,. ·~... ·~~·.r?!; ..· ...·< .'........ . .......,..~ .,,~l ';.,..•,",\,;~~ - d-,'-.•r: ~~OI---/--IOV':>•k~•~"r.cA.i.1•'-,,....,-,,..J 4'HJ" 200D, ..•,,


-. . • . .Pedi os autos.. 0000321Expeçam-se cartas precatôrias para a ottiva das testemunhas Marcelo MessiasBarros e Francisco das Chagas Melo. resi<strong>de</strong>ntes em Fortaleza e Ipueiras-respectivamente. 0""",.~-Exp. nec. .Sobral, 11. JO. 2000~",:" ".-


_- - - - - - - ·- - - .·"-- -. --._...._-.... --_.....~~..;......1.~~~ t :. ~I ... ,IIWfi' .. ,(-S .,. .'\.•, .... }.!'....ti" ....r:) \..~~ r. • ":'\. • .,. ( .. ~~.~ :1 :~ I: "!.i ~ . ""I.··.. : ... ;,;. __... - ....~-.' ..,.. II ......_- .... ".• •....... ," ...... -., ,·'·; ' 1 1.', \.. .." .. . ,.~ {..,.·i ........•... ··• • 1 .-.-._-. - .. .._ ...--- " . .. .; -, ,....' . -.-' '. ._..... ~M.'~•••.~.--,ll!M'.;;. \,~"' /":....\",". .' ~ ;r.. ... .' .l . "" .'J:' ~ .,.•~ ,1', .......~\~.lt~~ k \.~\'" ~:~. \._---_.- _. ___ ~ .. " _..... =i.-,::_ .~- ..L._, .. \ I, ---" -~,~ , -\ rc'~ ~'" "r- / Iv ! • ~ ~~>. I ~~~::., ,~";. .., \ .~.ot" ""; ",' "t. ",' I...~ ..."-- r- , ... r"- ~ ~..···"Y-T:: ~ I:J. ""lo;~: :1"t "... "l-'< L lo, ~·.. ·,.1.·.·,· -r: -v : . J. .'I ,0000322-: -::;1. I~.. -C (r- .'/r, .-,..--.t.: \.)\...~. ~.:;---------------_.. _.__.._--_..._--..•.-.,...... '!. 'I!t"';".~;tHn. ... ..1 • ,.. •:.\ ('" c:. I'",':.~..'''T'''''~O~~ ~~, ~ ... . ,.. ~.. ,. j'C·· , .. :·"lo;:l·""'t·,.·-:·.. ·\ ,····J~l l"C',., !.:, " ~ ". ) 1." .. :.. •••~ , ......' ..,., ("-'.l:l.i'.·.'.''I....•P "I•.r"f'" s» c: c:: rv., .~..._......~:1 n 1,.' ....:c !'Ii)•• • . • . . I •. _ •. .'V- ·1'.:....,,)1 .:1. P 'n. i')~ ,..... _......''''''1~::' ':1 fp'P."=","t nl• •••• ,I. ,,' '."\1&:10,.1:1.,, '"."'"'!;J ~ r:l \."!-':..;r ' ... .~..,......... ti ••#'):!",-f".lO C • •• ., .,'I ,'1 ' ,.- • •• • •/ 1..•ft!l("•••• ~ r·'·T· II" "' ., \ ., ..., ~ " ~ ;:. : II e-• _I.•·'.•• I•• h ••••• •,'1·"·''''' .J.' ." ...í"·l·n"'t~':.. ... . .... -"\···~1"..... '-..' , .... ,~ ':". '.,{ln., .I ~"n~~i(.~!!~~.'.n.• . rí "I~'.e'111.,. .. " ... •;~ .. ··r·'· .... , ... . . . .' ' ..~ ... ,. 1I.~." ~ t' "''' =' • ..:•"... ·f".• ·:t·r·~'#!,.... ...... ,. .


•• . . . ~.•GEfiTIDA,oC00032


•-'.'.'-'"LIVRO N°FOLHA_ESTADO DO CEAR.:D.PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DESECRETARIA DASOBRAL3& VARA•r; O,~ l 324L. u \,TERMO DE AUDltNCIA•, •. .""....,•-Ação Criminal nO 67~/00'Acusados: Sérgio Antunes Ferreira C


.. . .'r;:;~!:"~.' ".: ,~.: :.-~ ..."·.t"i·""~~.:': :'.t.,":~ . ':" . :",.!.~' ". .... ". ';/. :• \ .•,;.....,. .. ;1- ~.: ,"O _ ". ..') ,.. ".'-.;.~..':.. , ......";:~:.,.' ..."' ',{,&.'".~y .~ ~I.;,:;,." '.~'!~~;;, ~~~;':" .;' ... .• .. . '. ......,!."......, ...- •...••.•. ~ .••.....r., ""''''' " " ~. ..'.......... ~ " .....: ' .,~ "l.• ' ~ ~ ~";.~ ". ,' ..li..:,"" ".):,.1 ','.', . " o' • '. ••• "..~ ; ~ .. ; •... ·r•.- •• ····.,' .' ..,~ . .. ._;.- .. '.' ," .' .-',I"0·-· ••••.• , :.••5o '.'.- .:'v r s r s. ,. . ~l .,;1 D~\- -~-'.""";',....;::,.,L!.../.$1.6' . ..- ..k...' •• d••_.__.Q'> ........•í•• • •••. .. ,"• •IA. ~ ..'..,~ :1 ..,.'.~"•-'---''fr'DI'"IO,"(; .~~-,r==~==~Vlriç: 1&'1\.... ...~ .• • . '. • "" c....""'" ,••••co~ c:.-cÓ6)~ ,-e-,do (')\~~ 'Q ~­G•....-.• ••...,I"L-o\lc..ár:- t ln o-Q. (to'~n\))lr.>Cct -a.hMl2M óJU-&-;,fJO~~~ .. a.câ:J o.;:~ ",~-.l .'I••0..0-jU..0 UA.-tllJo'3 áo-'UJLV ,".J-'c.c\~~.,.... ~ -~. .'. -I.:.' -:,·r:·~~·1o •noC\A~. ~ ~ ~ dooYOCQh}.o~-••aloof..-,.. ~______0..'• ••,. -_..- ----..-----_._-------


•> ,•,• •"'''-, "Recebidos hoje.Proc. nO 2000.028.00825-8.••0000326'.'O':\,.,....•••( ~",t' ..,~~:; ~, Proce<strong>de</strong>ndo-se a normal marcha' processual, passo aoitiva das testemunhas arroladas pela <strong>de</strong>fesa dos acusados SERGIO ANTUNESFERREIRA GOMES' e MARIA SALETE :tvffiLO MESQUlTA, consi<strong>de</strong>rando que os<strong>de</strong>mais acusados não ofereceram rol, por ocasião <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>fesas prévias.Designo audiência para o dia ~ 9 <strong>de</strong>.~b-..o <strong>de</strong> 2001, às g horas, no Fórum local.~. Intimem-se as testemunhas arroladas às fls. S8 e 61 do2° Volume dos presentes autos, os acusados, seus <strong>de</strong>fensores e a R. do Ministério Público.Quanto a testemunha arrolada no item 06 pelo acusadoSergio Antunes Ferreira Gomes, em residindo em diversa circunscrição, expeçam-se cartaPrecat6ria, para os <strong>de</strong>vidos fins.Expedientes necessários.Sobral, 06 <strong>de</strong> i o <strong>de</strong> 2001.•.'--1 tuxiliar da .,. Zona Judiciária-'.-..,-...,.... .",...( . ..o...'••,--.,O,:',, '"(·-.. :r_.;.-. ,\••; = .. • _.o;. ...~__,_._....__ ~__. ~_.. _III!" L ii---_..~_.,---------. --.


" .. ~.. .• L1VRON°__fOLHA_ESTADO DO CEARÁPODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE SOBRALSECRETARIA OA 3° VARA•... ..:--... .. ,,~•000D327•-IfRMO DE AUPltNClAAçãoOiminal nO 674/00•Acusado: Sérgio An1unes Ferrei"a Gomes e ouIrosVrIima: Darrião Ximenes LopesoInfração:M.l36.§ 2"doCPB.- .-... ~( '-':;.: /..---Aos vinte e nove (29) dias do mês <strong>de</strong> novembro do ano <strong>de</strong> dois mil e um(2001 l. nesta cida<strong>de</strong> e Comarca <strong>de</strong> Sobral. Estado do Ceará. na Sala <strong>de</strong>Audiências da 3· Vara. on<strong>de</strong> às 9h. presente se achava o Exmo. Sr. EMILIO DEMED6ij1QS VIANA. MM. Juiz <strong>de</strong> Direito do 3° Vara. comigo. Auxiliar Judiciário aseu cargo. a qual. após apregoar regularmente as partes, constatou havercomparecido a representante do Ministério Público. Ora. Rosino Lúcia Frota.Aragão. os acusados. acompanhados <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>fensores. Na aberturo dostrabalhos. foi constatada a ausência do Defensor Público nomeado paro<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os acusados Carlos Alberto Rodrigues dos sorüos e André Tavares doNascimento. Em função da ausência. foi nomeado para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ditos4 acusados. a partir <strong>de</strong>ste ato. inclusiv-e. o Dr. Eugênio Porceli Albuquerque. queestava presente e em audiência foi intimado da <strong>de</strong>signação. aceitando-a. Aseguir. os advogados <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa pediram a palavra e chamaram a atençãopara circunstância <strong>de</strong> que as testemunhas informantes constantes do rol <strong>de</strong> fl.8ainda nõo foram ouvidas. Pediram. então•..0 suspensão da audiência e aexpedição <strong>de</strong> precatória <strong>de</strong>stinado o ouvir tais testemunhos. O MinistérioPúblico não ofertou oposição. O MM. Juiz. então. proferiu o seguinte <strong>de</strong>spacho:.' , . ."'·A leitura da <strong>de</strong>nuncia permite ver que a acusaçõo oose\a·se Itundàmen\a\men\e. na versõo que foi apresen\ada pela mãe da vítima. Nestas__ o( : '.: . ''-o ...~-'circunstancias absolutamente Ind16pensável que a mesma seja ouvida, aindaque apenas como informante. Por assim enten<strong>de</strong>r. suspendo os trabalhos eor<strong>de</strong>no a expedição <strong>de</strong> precatória dirlgidaà. Comarca Vinculada <strong>de</strong> Varjotacom o fito <strong>de</strong> ouvir as referidas testemunhas Informantes relacionadas à n. 8.--Fixo o prazo <strong>de</strong> 30 dla~ para cumprimento; 2· De logo, <strong>de</strong>signo o próximo dia S<strong>de</strong> marco <strong>de</strong> 2002. às Sh3'orn: Ficam todos os presentes Intimados em audiência.inclusive as testemunhas que compareceram. abaixo subscritas: 3- Ficam osadvogados <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa intimados em audiência para. em cinco dias. falaremsobre as testemunhas não locellecdcs. Se houver pedido <strong>de</strong> substituição oufornecimento <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço correto, provi<strong>de</strong>ncie-se a 1nt1mação para aaudiência já <strong>de</strong>signada; 4- Provi<strong>de</strong>ncie-se a conduçõe oercitlva das•. . '\l\Il\\1lr .' t \'\tltl~~~~I. \ JU 1 o~o. rJ/G• I•.... -----------~-----------------• I


•• •.,•Exmo, S.'. DI'. Juiz <strong>de</strong> Direitu da J". Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobrnl-Ce•-•e.. ~..... .. '\.""'" " .OOOC'328••-.•• ,-.l: . . ,.. .. ,"•-.'1•SERGIO MolTUNESI:TRH.EIRA GOMES. porintermédio <strong>de</strong> seu advogado in fine assinado, ambos <strong>de</strong>vidamente qualificados nos autos daAção Penal cnt cpl~r~tlc. vem, cem c <strong>de</strong>vido respeite e merecido ~-::.tt:lt~~c~\lo, à presençu <strong>de</strong>V~s~? E:t~~J~»~I~,. !!!,:,nl:!enQ.,:, ':' Q.~~~'?~ht;. ':(',,!;~':' no termo <strong>de</strong> ?~l-:li~n,:,i? <strong>de</strong> fls, 183 el ~.l,manifestar-se sobre ali testemunhas não localizadas, o que faz aduzindo o seguinte:,II"""'''",....•.... :.'Depreen<strong>de</strong>-se na 'certidão <strong>de</strong> lho 182, que lIStestemunhas OLlNUA ALli.XANUlU:: u.1::: SOUSA e UlLSUN ROVRiGUESAU~UQI.ffiRQIJF., ,umi~cls1\ pelo acusado peticionário, não foram Iocslizadss: motivo pelncual <strong>de</strong>terminou esse r. Juizo iuformação precisa ou substituição das mesmas.••,', :\: .· . r"•• _· ...... .-· .." ..: ':"', .'.. ,'.• O'r·" .:".'·".' :.' " ...;.;"-':· " '....· \;e~:· ."'" :.'~" ,,' " '-I' "


... ,~. ----I..... U,,,,•••ro1ha_••,.------------_._--Processo no. 862/02TERMO DE AUDIÊNCIAJDENTlFICAÇ}\O------------'--"•-........~li (Si"--'" , ,• .fi'.,Data: 12 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002 .,,LCliü329•Presentes: MM. Juiz. rep. do t.,l·inistério Público. acusados, Dr. Eugénio IPorceli Albuquerque. advogado e os testemunhos Irene XimenesLopes Miranda, Olinda t.lello:1dre <strong>de</strong> SOIJsa.· Roimundo Alexandre <strong>de</strong>Ll.'!la. Isabel Maria do Silve. Ângela Célia Carvalho Parente e MarioVerônica Mirando 8ezerra., ",Ausente: Oro. Jamile Campos Soles e SilvaNatureza do feito: Açõo Penol•E~ '.' ... . ." \',0:::: .~.;,;.;...'Finalida<strong>de</strong>: instrução'------ . - _..._-_. -.. . ---1,.------------_._- .__._-- ._- - ----------,...OCORRÊNCIAS-.. .' ~.. ~.... .. .• • • •.. .r-lo abertura dos trobolhos, foi constado aausência da Ora. Jamile Cornpos Soles e Silvo, advogada da acusadaMARIA SAlETE. Pora subsf'tvi-lo especialmente neste ato, foi <strong>de</strong>signadoo Dr. EUGENIO PARCElI ,t..LBUQUERGUE. que aceitou o encargo.Aludido advogado. argumentando que o precatóriaexpedida com ofifo <strong>de</strong> ouvir informante na comarca <strong>de</strong> Ipueiras ainda não foro<strong>de</strong>volvida, pleiteou o adiamento da audiência. Aludido pedidorestou, em face do que dispõe o § ,. do ort. 222 do CPP e dalongevida<strong>de</strong> do feito. rejeiiado. Assim, foi ouvida a informante IRENEXIMENES LOPES MIRANDA. c qual. apesar <strong>de</strong> residir em Ipueiras,I compareceu espontaneamente, Forem igualmente ouvidas todas as-testemunhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>teso resi<strong>de</strong>ntes em Sobrol, com exceção apenasdaquelas <strong>de</strong> que " <strong>de</strong>feso expressamente <strong>de</strong>sistiu (RAIMUNDOALEXANDRE DE LIMA. fOS). DOS SANTOS ~.RAÚJO, FRANCISCAHOSANA DE SOUSA e ISABEL MARIA DA SILVA).° No final oos vírobolhos. advogado <strong>de</strong><strong>de</strong>fesa pediu o palavra '" insstiu no ouvida dos testemunhas IDElSONPINTO BATISTA e AR-NQB!O HESQUlTA. No azo. informou que este últimoatualmente trabalho' Hospital Vicente Arruda. Travessa Ribas, S/NoGranja/CE.segue infra.o :\~tV't.Juiz. entoo. proferiu o <strong>de</strong>spacho que'-- • -.3••.. • ... I •, ..'___oo ,",,,. 9, SI.'. &illlII r ~ ,.~.--&,.-.,... ~----'- --- -- _..~_...-- - - - - ,...--.- .._.._----------F •


••••'.".. , ....'•,·•'. .• •DATA•I... w.... - ,'" 3 " r.. .. \. .)U,. ..•u.''..'.Na data infraautos.foram-me entregues estesSobral-CE.. 17 1041 2002.••_~et9..II·~ .P/DirJtOT{a) <strong>de</strong> Secretaria .~, ........., ..'...•.'..-.-- .• -.•.. -! .• ,,~: ..EXPEDiÇÃO,. "')h'"----- ----'-...-.. '~."'... _.•..~ .,Certifico haver expedido:• Ofício à Comarca <strong>de</strong> Ipueiros;• Carta Precatória à Comarca <strong>de</strong> Granja 'e <strong>de</strong>Senador Sá.Sobral. 19 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002.\'~." ;'S'" .PI Direteradé ecretaria \...••••- ,..•. ' ' ...• •.........'. ./'. -- ...•.. .. . .'~:,'. '. .'.. .'••..._".. - -""II" ... ,..., I_-----_..__._-----~----• _ N_._~.-•


..-,••-.~ 1-11- ,-:.- ,- ,~..:.. ...'- ...... =- - "':''':':' _~ I 01.;0;:.'.0•C' iZ1 j.0000331,-,. ..C};.RJilJA()-----.. -_..---­~.~\ ~ o,"-eerillkll l.j·..ll~ compl'!i'e,~i!.!n:ldA pelo. ~'IM" .luno Depreendo, m.» ': " peío qU1\1 requereua juntllGR do referido Mllr\c!l1(!fJ <strong>de</strong> Illlimn.çà.f) e que f., .' \:W~ido oficio 110Juí:zo De-pr~p.llte- parI! qUI.' ad,-irtlt it 5-t'fl'('\l\rifl ~lI'llnlo a'.! ::: I ':. ~ erifica<strong>de</strong>.. t'erlifico aiudn que fiClll"tlll\ i},timil(l(o~.,5 pr..~~s .~i,ua~~~s(••.da lmd~~.r.il~Msignada p-afll Il datA dli: 19.t16,2110Z; iI~12:00 '-'


•••C000332''''.,I.. ~.. " .... '\~ '~'... .! '.. '.•. :.t .:,,"1.,... . ( ""~"\•. \'·')1 ....· - • I •.~,.. I I.;,·.... .. ... .... .~· I 'c:,..'~.:(-=..,.:..--". . •• •. .. -"0 •, ~. ~ - .'. ..~... '!=··,h:.: .til)· ,... . 1)_::':. .... . ( '. -• •',r I',·...d '. L ;---.J.::-"~l;.,.-Lo


--_._.----....----.••'. 0000333.. .. 4' ' ," •_r..'l. .~."".. ""," o"l~" ~': c Y)'d_ ,I. '";";~l~"~~/i-.~.i ...J. • :'"-,."'~~.. t.:. • • '~:.-'-~;'''''''. ... t,.",C\j;''';t-''t? • __ ..._........,-.-6"""'- _" .-t""i."........ ,.r ~er\mco .'.- Que . " em ciII11 pnmento '. ao <strong>de</strong>terminado 110 d 1 d1< retr ~ d' u' c.pal' 10 ,.fi ,. ,o. p, OCC, 1 . a renumcracão <strong>de</strong>st .. , o~• I..... C Ta.... I •.•es autos • b dpresente folha o número 650. •. rece en. Q aSobral, 17 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003..-~./' }tl!J/'- '.. "''c .\ (D!RETORA-pE SECRETARIAli--.VISTANesta da 3" Vara'da dato. abro C vista .: ddOS-presentes autos à Promotoria <strong>de</strong> Justiça.ornarca c Sobral.oSobral, 17 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003 i1Itrt--7 ~ o\ DlRETO~\ T' E S, Eftdt1AIỊ.('.....r:I i'1..(?o,..i ...i~l"• \r,\\ ~.[o! ~') "ty.'~\o'\' 0 0 (1. >'"\ 1 .(~ ,IV- /~/,II 1-- (\ ~- •. (, (ri/,


I•••..... ..~r.. ~',', .._--_.~.I, ,,'.1~1.'\~\i'"--1.11-···'·.•·, ~. ,,~.11 ~'\~. l"1 f'.~.. J1t" -\ o '" • v r ,'~'- 0-V1 I).....--(j "".I ..r:JA,~ "~~--, ·u~"'_·~--_·_· -~ .., "....,.-.....-- •.. , .'., IlO;. t...,. I.LO:::,LjIi;" -_.j~.•, ., " ...,~.•••,o))~-:t/) t~·:;, 6)i::'1.. I 1ilt/J.!)a... PCI/1.-Ct .jJJ,v'0 c.lo (1...(":-,,);\.LLw::i.cull. 1-tLu' (FLO~)~ .},­',\._'1)1-UO..do c/=)F , otx71-r I I7Vvo..W~j!b.c6 1;1;")~ "" . ./•,../- I Ô1,/ _I... r~ .•()(,() . I~......\JJt(}()3'.•,. ,-•I " ,~ l._~ ., ."',' .:.,.,.".'..,[,-'"=7_,""1..:-,,,.;_,:-:-,"•••·.••r ... \.:.::''--:-........••1.;:1......11 ,..".".", ...~, "'" .... ,.....r.. "...~., ('l~ ,.) r-..' ~ , : '-~~. " .". . '.. ....-- -- .-"_._.._.._--~_ ..'--4:--"'-"- (~~!JQ .\-- ' :. __o .............~~~ ._'L ~ ~ .- .• li _," .f:-:'~~ .:.,.-. ···.~i."'.~ . {~, ~,'-:". ,..I'·....• ~.,'.J,.-"•,______••b"_.__.._.•_•'---_._.----~-'-_._------------••


••IIICCNC!J'J~.;C.. '....."""I Nest~ data faço ccnclusos estes eu-Itos ao j'1T-i. ·Juiz da ,3& Vara da ccmarca <strong>de</strong>Scbr...l.Sobral, 06/03/2003•...


,.... ~•••..~----.~., ••'.',• _ .•_ l. _ ..... . ~.. i1;~ i...."7'·1..t:)C\ ~..-" ,.. ~ , ,>iI'.. ." ""'-........•f•,(":oJL!'ÍtUU10-'j'Inf'l/to... f''" d...;'~1"',,(,1{) .'.. ..jí.ll..u.d-cttl.t•,..JJj I 1.-0f.., ..\.Ielo Cr'f I 0r D7-I11/vC!~()f-1J1r'~'L-,~bu...fIrtL ~ .....·~U ...·IQ..tJ C,•(6 0~)....(l ....'- -'...Z,003I••-., IIJ v..,, ...~., ,.. ~""" 'l"..... ~. • _ () :::....... • :'l'_.~...'l_ :'o••--. ." .... ~.li : t •.. /~·.·:·.~•t;~ '-:-.~ ~I'.. .. -.'".... ••• I' ·,·_···- • ,. I ..... '1~..; ..:'".... ~Il .......... I~ I.... ,"\.C ... ...:':..:'_--.;.__. «"t_ ~.cO '3. ..'~.._._ .. PJí!::C . __, - .. -o-e -_ ......... ~_ .._--. yl ;;)""'. J:"V . ~•.... ~ .._:,. -.-.: :;'~"..:..)... '"(4'_',. ..· .. .......••.... ' ..... ",. l' ._ .••.-... -_._._'.. 'w • • ·~--_._._--------


NJ. lR.:085 4523716•. ",• •• •.... ..'. .__ '~'''I •'••õ" ." ...., ,"" ..• ••"•••••.-. . ". ....ESTADO DO cEARÁ .•••MINISTÉRIO rÚBLlCOCOMARCA DE SOBRAL•••, ,• ••Alegaçpe5 finaisProc. N." 67412000•.Autora: Justiça Pública••.- ......,.",. :1· ", '. ;:"Réus: Sérgio Antunes Ferreira Gomes e cU,tros• •••••• • •. Delito: .~. 136, § '2 U••••"e,"•. ,..••••••-•••••••MM.Jub:,,• •_o,: .." , ,:••••• • ••,fi.•o ~iulstério Público oIereceu <strong>de</strong>núncia contra Sérgio AntuuC$ Ferreira,Go~ea, Çuloll Alberto' Rodrigues dos Santos. André Tavares do•'. N~sdin.ento e M.aria S~lete Moraes Melo <strong>de</strong> Mesquita. Icusanclo-o~ (la práti


• ENU )ADO F(R:CA0CEAP/f'GJ. CE. 1-0. TEl... : l!I85 4523716 17 'fElJ. 2004 09:39 P4, .,•. ' ••,,aman'adas para trás com tiras' <strong>de</strong> pano, compl"l.lIl\C'!,tc sujC), fE'cle~clo a urina e r.com as vestes rasgadas e com o nad:t c:nsangüt'ntz,io, clamanelo a seus pés pcl,presença ela policia.;000338. '••-.....,',", .• ".•••õ.•, ,Di~, ainda, a c:xcmi~a~ ~Iuc: C)S tr{-s ljltilnos <strong>de</strong>n~~ciados, Salete, André ('Carlos Albcno. estavam trabalhando durante ,) hnráric)~a"'l1onc<strong>de</strong> DAMIÃO, c\l~O Te.linTam as contlutn neccssíriu quanto ao zelo par! com o ~d~nte, ~nquantoo <strong>de</strong>nunciado Sérgio 'Antullef, que: era o dil"Ctot Iin~llccil"oe proprietário da ('.asa<strong>de</strong> Repouso Gaararapes, não tomou os cuidados necesÚJ"Íol; Fllr. o corretofuncionamento daquela instituiçio, tlxprlndo Cl•PDcWtt.~plrigo,a rida ou Il nr6<strong>de</strong>r <strong>de</strong>r serusNa JI)e$mil peça,oMinistéti0 Públic0'Pro\csto\l pelo aditamen,to com rdaçioII conduta do Diretor C1iuico daquele hospital, 11r. Francisco Ivo Vas(:oncclos,A pro,'a dos a~ltos, <strong>de</strong> n~tur~.a técnica, do...-umental e testemunhal, C()ndu~ licerteza <strong>de</strong> que no interior da Casa ele Repouso C\la~aTi!pesos doentes lllcntlis eramsubn\et1d05 a condições <strong>de</strong>sumanas e os <strong>de</strong>nunciados.os eXpqn\\õlm ul)losan~cnte,perigo <strong>de</strong> vidC3, incluindo-se nesta situação DA..VJAO. que velo a falecer., 'J\gr~ões,privações <strong>de</strong> roupa, <strong>de</strong> higiene.' <strong>de</strong> água para beber, ccntençõesIncôrretas, dcspreparo por p;:rte dos cn)pn:gados <strong>de</strong> apoio, slio algo.1ns dos maustr.io$sofridos pelos doentes mentais Internados naquelc hospital. dando a enten<strong>de</strong>r.que a instituiçlo \~'a tio e."


KJ. Ta.:0B5 4523716,.. . ~• • ••• •• ..•ç;.I> 134.i ...b'-.. \• ,•• • •••.' ".. '". .• •••.'. ' . .Outras evi<strong>de</strong>nciõl!l. <strong>de</strong> maus ~ratos "p'Jnudas rei; Comissão <strong>de</strong> Sindicinda. são ·e~cont.~"às às fls. 74 do 'parecer, no que 5


-o, Ta.: l1J85 4523 716 17 'FEV. 2004 UI:01 P6- ,-• • ' I:- -.. "'-..• • •••o•o oo cxordíal,_oRelativamente -aos acusados Satete, André e Carlos Alberto que, no ditt.- da <strong>de</strong>núncia, "utavam frabalhar:do durante o hor6rio da morte <strong>de</strong> Damião t nõooreoli2tJrom as çonduras nfCe»6rios pare zel~r 1'610 int.8ridlul. 'psica daquele•p~cJl!nte. d,irQn~o d. tomar nddoqos imJisJHn~61'l1i! °partl ti sIJú<strong>de</strong> da .frlmo,"fOnlm compro''lIdas suas açe5::s colou omissões. l f~nte na,w'~\'a ooletada, omissõeseliSas também obseNld~ na administn.çio dc) acusado Sfrgio Antunes que, nacondic"i\o <strong>de</strong> dire~or administrativo c: proprietMiu elo hospital. <strong>de</strong> ac:orllo com a<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> r~al~r 111 mellKlrias 11~css4rii!!I ao bom f~lIIciollamentodaquelainstituição. expondo


••.'-•EM! lADO PCR:CROCEAP/fIGJ. ce.•(.. ..,t-O. TS..: l'J85 "-52:5716,17 F8,'. 2004 10:01 p7•• • •.~,,,,,.' ~ .,que, o <strong>de</strong>poente pml!nQDU o funcionário COSME se masturbando, U€hDndo ~II,, outros paQ6ntes tambim perctbiam tal atitu<strong>de</strong> r/e COSME; ",,•Maria Corete Silva. testenu,rnba ill'rolada peia <strong>de</strong>fesa, (tls. 522, \"01. II) w:t.".:: qlM iJilbu <strong>de</strong> Guardo A~ da Si1l'tI; que seu pol'd.nba problnna mmtal mas00341nãofazia ma./ a ningulm; qu',numa SextaftirtJ. nifo ~ ~L'b'tdundo o mls , o Dno a ','d.d"nlnt. se}oQ II1U pai,· iutnneJndo na' Casa dfl Repouso GUGTllnlJHlS,' 'lu, isso s., '~eú Por volta d. 1.3 'liprasi que DO dia s,guin"foi ~"lirá-lo e o er.control.l melhor;que no domiblJo nrm'O lavando roupa quando foi injormot1o por UIIKI vizinho <strong>de</strong>,. ,. ,,nome lnl,una qu, seu pai ho..ia fo/ecido; ... que Q d~J,mmtt! foi ati ti Canl d.Repo~ GUlu'Grapa r 16 D mldio Dr. lfum.bmo conjfrmolJ CImortl do pai da<strong>de</strong>dartlJ'.lt, mM l2ao lh, <strong>de</strong>ixou elltrCll'; que avilou o o,!,rrido a um iTmao, o qualtamblm teatou entrar na ~a. d, repouso mas o mesmD mldktJ imp


8'fJIADO f'(R:o:ec:EAP/f'GJ. CE. 1


•ENV IADO R::R: CAl!ICEFlP/f'GJ. CE. t(J. Ta..:l1l85 4523716 17 fEV. 2004 ~.0:03 P9, 'o·.. .......•o o• ••• •,..~'"••oCom t'Ciac;;ão à conduta do médíco 01'. Francisco 1"'0 Vasconcelos c a doauxiliar <strong>de</strong> enfemlagcan Elias Gomes Coimbra, segue em separado pedido <strong>de</strong>aditamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia. o •••Sobral-CE. 22 <strong>de</strong> setem~ro <strong>de</strong> 2003 .•-."~•0000343. '.~ ••••,......... ROSINA t 'A ARAGAOPJ:omotora <strong>de</strong>Justiça•o o•.. -.••••.'••o ,••, .• ..•o•'..••• •.- •••o. ••'.•••-',1. " , • ., •r• o•••••.0o•• ••'o ,o ,• •o•oo•••••• •••• •-, ooo•o•• ,oo•..•.' ••••••• ••.~ '.•.'•o.'..o•• •.. _0_' o ,_, " ....._--- ' - .- -.. _ .. _. _0 --.--- - _


.,fWIADO PCR: CRl1K:EAP/PGJ. CE. NJ. TE\..: ees 4523716 17 FEV. P10·,.",..-- - ...• • •, .•,-.. .' ..•.''.••· "·I·~",•••••0000344••••'..'. . '" •••••, •ESTADO DO cEÃRÁ,MINISTÉRIO PÚBUCO'• •COMARCA DE SOBRAl.•••• ..... '•, ," . •••• ..•Ex. mo Sr. Dr. Juiz <strong>de</strong> Direito da3 A Van da Comarca <strong>de</strong> Sobral.._.-. 'II, ._._-••••".!"-.~ ... . ,. -:.' ...' • o. .',."··",· ,.,•, . ,ADITAMENTO DE DENÚNCL>\•• •••• •..•••••••..• • • •'. .A representante do Mini$térlo'P6b1icn dQ :JtallC) do CCClni,que' esta subscreve, vem, cem ful1pamelltO no ari. 569 do CP~ e baseada nos. elementos <strong>de</strong> prova colhidos no presente prceesso qu~ i. JUSUCj3 Pública move "nntra'. ~~~o A:DtuDes F~ Gomes e outros, aditar a cle:l1ncia <strong>de</strong> fIs. 2/8 paraim.putar a Frallcisco Iyo Vasconcelos, brasileiro, di\"Orciaclc, médico, filho <strong>de</strong>:•Francisco das Chagas <strong>de</strong> ~a&c()~ce1os c ce ).~3~a Ivone <strong>de</strong> VoIlIconcelos, nhcido em 14<strong>de</strong> setenlbro'<strong>de</strong> i95.6; resid~te na Rua Bélgica, 397, COFECO. nesta cid.<strong>de</strong>i c li.,.,-.,,, ,•, .••••-.-•, "· .. . ",',.. . . ,"-"''19'" - • . • •..,,• •, .•••••••••• •• • ••••••,.",.. .'"---_._.... p" _._-_._-_.-----......._'------..,.----------------••~ l lo ..


.-._-------• ••••P:l•• •.' .••,••••El~s GODJe& Coinlbra, brahi\ciro, r:asac\n. auxiliar <strong>de</strong> eni~mlagem. nascido ao! 2<strong>de</strong> julho·, cJe 1958, filho <strong>de</strong> Francísco Gomes r;Oim~" e ele Anil /\h'es Gomes,resi<strong>de</strong>nte im'Tral'asa SanCito Cimafístul., ~8. êS)"AÇAO, ne5tl elda<strong>de</strong>, o crime di>art; no 136, §, 2"; Código Penal Brllsileirn, pf:la.~ ra"bt"s q,,!~ passa a <strong>de</strong>serever:• '. I', . Consta da <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> fls. 2/8 'lqr1l-no dia 04 <strong>de</strong> outubro• • • • •M J 999, por l'oIto das 09JOO.horclJ da mO~Ja o d~JCiente mmud Damião XimenesLtJp6$ veio afDIH'" 1JD';DtD'jtir da Cosa <strong>de</strong> Repouso CUClrQT(ipes, cm d~Trfncio dDsmaU$-trrltos sqjr!d(1$ naquele nosac8miq'·. ..•'. N~ li peç


,.•', . ,• ENU IADO PCR: CAEICEFlP/flGJ'. 0:.~...•-, -v : " •,r-c. ra:085 4523716, ,,I,.- .••,,~U~ n~joi:1I$8UdTdQda Q $lIt/ intf2aridat!efl(ÚO e moral, pela qual era TeJponj6~1 a\.,J~rituJ~~. ' " ' " COOO346•'IO pr6priu Dr. franFlsco Ivo VascQl1cc)oa, Dlrelor, C!íqieo do hospital, em ,$eu',lepoimenlo <strong>de</strong> l1S. -154 a 459, vol Il, aflnna a ocoz'rêllda<strong>de</strong> ,agressões físicas 'e abusos se:\,-uais lOS padclllcs. bclU c~i~ OI1\illsiu por parte doDiretor Administr.ltivlJ c .proprleárlo do hospiul. Sr. S~rgio Antunes FerreiraGQD;lCl'l, na gestã~ da Dsa <strong>de</strong> Rt.pou..'IO Guararape~, d~ndo: ..... que 'Iuandl> jaluiYo" medica,y,.rnto ~ I!n~Ul Solei' procura jmprcwisar, por u.mplo: quanlhl eraprescrito ampliquIriI <strong>de</strong> 25 ma ao ]Ulci.nr, e ha\ia openas o mesmo çomprimido Ge,,,-..·.--..... )., . ," -,100 ms, a enfermeira cortQllQ o comprimid~ em 4 panes dgndo um" ao pRf"imtrl;que uu proc&Jlmellto fOIlerla preju~iC'tUo tratamento; pols Q quantia ministradapodma não Sir a<strong>de</strong>quada; que o d.rJ'Oente auvilJ àiUZ' qUI:jalr.-z\Yl ouàoS materIais I!li niff!rmlrir~ StJ/~te ~Ul' obriaadtJ o improviser; ••• qUI! <strong>de</strong>ntre as pT«:o,:úàadu dohospital, o d'Pomre costun-.ova cou..entcr cm jO(:(l,Jo que era o úblco hospital domundo on<strong>de</strong> nilo existia coll5IJ/t6rio mtelico. o <strong>de</strong>poente arflndla .OS po<strong>de</strong>me lIarecepçio; ... , (Jue nc!o hdVia bem elltrosamento 'IUre ti dire~o do 1KJspital li osjunqondriosj que o diretor pren<strong>de</strong>luf! dp hospital n60 Cravo .dicnte Da in:stitui~iio,-:.'.,· ., .~ illt;1usm quandD precisa falar com o d'f'Dente nõo d~thl tio COrTO, malldava, cJil:lmtir o mM/ia; qw ntlllbum pocie~rr'tlU familiar mClZl~inhtt conrato com o di"",,T. ,, pruid(ll." no hpspitaJ...;'... qlle alBumas redamDf6u eTdm gmves mas nada ero, ', provi<strong>de</strong>nciado; q~' apenas para dtar duas IYCIamt!~es 61't1Va: nou.". umcr CKUscr~ilo<strong>de</strong> estupro, e um auxilIar <strong>de</strong> tllJ.fenno~c1Htsou a quebrar o braS4.Qe, paciente lWl, ,,•duas panes; que o <strong>de</strong>poenk encaminhou as l'eáamaf6es parti o dirctor do hospital enadafoiJelto, nenhumfunclondrlof"i d,m!tido; fi'" nada 'ãmbémfoi aplJrado. ",," , Elias Gomes Coim12ra, au.'Ôliu <strong>de</strong> enfermagem, por sua,vez, em se~ <strong>de</strong>poímento <strong>de</strong> &. 464/466. vel, 11, lldmite ter ~fecuado I cOl)te~o da,·.'.. ":· ,.r....· ,,.,.,.- . I· .: ~, '~o{tirnano ~ elo Ee\l 6bilQ, DI~ o sc:guinte: "... que a conwis~o flSKo. fo; Jeito pfiop'r6pr~ ,<strong>de</strong>poenr. e por ,!nois doiJ petcienr.s; que um dos pa<strong>de</strong>ntes que cJjUJDu o'. "" ,·","" ,, ' ,:-.'- ,' , '...; :,, ', <strong>de</strong>pollDf. na conmnÇao da vi'~"l1~ .!II chamava C1eb'T e o OUtl'O C!6\.1dio; qUI Clebcr, por ,tu um fl$j~ aYUnrJlJa~D abrasou Dom'''" enquanto Odudio ,'- P~80 pelas~a$; 'qu' no mDllXlJM .m que Ck~r, t?' Cláudio, t!;;u pocimus, riNvan2 1X1miQQ<strong>de</strong> dmtro do banheiro DDmlilD bakll o sliperálJo na quiuQ da poruJe, DttJsionondoum pcqUfDO corte com soliBmmento...; •.• que nQo era prf:cedimmtl1 t'omum no'l1t3SJ'itt:Il que as COl)t~)ÔU .J'&icas fossem te:tliZJ:Ià:;s po,. tJutrru pe<strong>de</strong>ntes; que lla,QÇQ$i60, Q conttlllçáo!"jPito p~r ou%m,~ padrr;r~ pois ~.,t.mra\·Q. <strong>de</strong> um [)o:mi"G" limo!Útoru t!'stovam d, Je10o; ... '1:.1, na OCOS;!D DlJ''ÍP ~:)as dl1u rm;";/iQl'Q <strong>de</strong>enferma8UTJ !J:m:en.r e uma 'mulh,,; qu. ti curro a.mlioT lIGO po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar, o pido,I»m 40 " 60 JXlcienru poro. four IJCODU!D,ão <strong>de</strong> D:lrniüo , p(lr esse motivo o",, ,<strong>de</strong>poente os pacientes Oebu e Cld"dio porD ajudar; ... que na segunQg feira d,. . . ~ma~a, dia, cm que Damiilli JQl~c"", Cl1rlos "'\,'beITO e Alldrt t-Sinl'a prestandosuvJfÇ8 no hosl'l:aJ;".,,.. ,,,, '.., ,,._--· . ".-•, ,",, ',,• ,, ,•,•-. - -"-_..-------, ,..,--._--------


-....,.' ~. ' ..~.••••: t•,• i",, ,.••,• •," .•• ENU IRDO PCR:CAl!IC8=f'/f'GJ.CE.••-t.::.. to,• •,••,,,,•,!'-D. TB..:08S 4523716,.'" "lista do cApaste, ~urgirõl.m,17 FEJ•,. O 'pnmetro, Francisco Ivo Vasconcelos. porCiue, na," .qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> médiCo c dlreter çlinico do llospital era o ml9tuu,~?1asslstb1cia médica à vítima, além


,, '.. .'..• ..,.ENJIAJX) f'm:~/PGJ.CE., ~,.. "•.'. ' ~". -........• •••!'D. TB..:08S 4523716 17 fEJ. 2004 10:06 P14,•Promotora <strong>de</strong>Justiça••••ROL DE TESTEMUNHAS,,. .." •••1. Josê Cl~udlo AgUi2l"~ qU;lJifiC.lS"10· <strong>de</strong> fk 4S0/46J. '"(11. II;••••2., Francisco. da. Chagas Melo, qUilli6Ci1Ç!O <strong>de</strong> lls., 310. \-01. 1];••3.. Maria Gorete Sllva. qualllicaç1lo d~ l1s. ;22. "01. II;•4. '''Maria Verônica Miranda Bezerra! qllalifiçação <strong>de</strong> Os. 583, vol, 11;.'5• .I\lbertina Viana LOPC5, qualificação OC Ils. 569: \"01. 11.· , ",•••••-• •, ,, •, , ••........... " "· .' :- ...••, ,•,, , '•· "..''. .. .··r'· '.. ..., ..•. ,,'. .: .,.••, ...••• ••••••• •:..----••••,•....•••••••- .'•••..•,"-'..•, ,, ''" .. ,.•....'. t 4801".' , .~I''''.'.............._.___ .,. _., ..... __._~-.._--------_.----------------••.


•· ... I ,.,. :· ,~ . ','i ,!":;!! ~". '"··1,. ·.'...... .' ,· ,. ,..·".'... .": I.\ ", ."","",,". ~ '11,.,~ ""i. -."' .," ...."I . .,•,.. ··:,.l"'. ",""'. ..• .• ~.l,., .',. ,• •,. _ ,I "I'-.- - - ._- ._-. ._" - .CONCLUSÃü~Jeslo dolo. toço concíusõo 00.5 presentes outos, _ .00 Dr. [milio da Me<strong>de</strong>iros Viana. jui7. <strong>de</strong> dlreilo tilulolJ OU I} 3 J OdEtslC] 3°_ Varo._.Sobral. 24í091?003.l


• ..........COO(l343ANEXO II•.,-.•• .= .._ ... ..,..-_-..-.~ .~----_.-_ .. _--".. - - -~...--- ". A • ------- -- _


••eOOO.151ANEXO III•.-•------,--~~--_.-._._---,_..+----,...~I,- .._-.~---_._------- ......-"'" 1- ..- ------------_.._..- ...._..-


.... , ......-~'.'­ ....,.-.-.•• - ..--" ~ --~- ...,~-- --r-......-.,"- '"l'-,.ll I '}-1; ..'\-ar-; I ;-;-.., .~-' -- --_ __ .. ...•...,....•"""'35I'Ji"'\ ?'JvUL'-~ rHINJ:STERIO PtmL:ICO DO CEARAPROCURADOll:IA GERAL DE JUSTIÇA"....-'. _.', ,,.' ' ... '" ' ,, ,.' ...."Fortaleza, 14 <strong>de</strong> junho-- ..-i. e'•: "> {;l' v:""''I,!'.. ,'." ...: I'l-,, ,.. '.,, ... '. ... .. ..::..OFíCIO NS l028/2004/SEG/PGJ,'...,-Excelentíssimo Senhor,, ' .. ,... .. :ao•."0 ...•• 0._ ._•. ,:DEFUITAS. .' ., "..... .',o ." •, ., ,-, ' ,. : '. ".. ...,, ', ,Excelentíssimo SelL~or~ ~ #Doutor JULIO :&BCTOR HUU HARINChefe <strong>de</strong> Gabinetye da secretaria Especial<strong>Humanos</strong> da Presidência da RepúblicaBrasília/DFdos'.. ,. . .'",'. ..". ..." " .. :.:--. . ... . ..: I •. .• , .:.:,.... . '" I .:J.J" "''''," ,;-,~\.. ........ .c ...... _I • RSP'" , ., I' --_.--- -


- -_. • T :~:.- .••-,.' - .......,.-,r:••.:--r::,-..:C"-:' T• r .... _ _ _-~LI'! _" TC:!' --'0- :"t=,~=:'1 __ .. ~~.::t~ _-'"_ 'L,'L,II 't \.001 I- 1 c « -1 '_,e,'I'... .... ..,j...... "_"_'". I" . T' -· ,." '"0"0 I ",'•MINIS'l'ÉRlo P6aLICO oocl!:ARÁCOúi)353PROCtmAI>OR:tA GE:RAL DI; JtJSl'I(:.AEXMO. SR. DR. SECRETÁRIO CERAL hA P(~J. .. .· ...!.-- ""~. ..... -;..: ,::.. ',.... 'i'!~........ .,.,.-" :,.... ;:,~.~' ".",', ~ ,·"h··.:it ;".....,,". ;;"4;' ....... . .c-r:":~..t W . .. y:.~~.::~,:;I(~.l ' ....~-.~.:...r.-.:'l . o",,,..i.:l .'. .. ~.: ~~:\:}~ ', ~:~.j ~.,,:r.; Ó, ~...;•. ;.~:~. -&'11'.-t~. : '-:'~;.;~.~~...... ~., ;\~~, ,. ',,',.:.:/:~(~~. -: -s-: ~: ... "X;,~.", ·,:'t,'-;·'·:"'. .' r_.·" '.' "eõc--.. ',t•. ' ."..1 .... :-'.i" "' ,".'-."'-,< , .. , '"o • "l:lf" . -. .'._ "".' .so """1'1p..ot.r; II'.:::~.:.'.':'.. :·.\ "-". ".,. -..','· '. ·~~·:~~·:·i·.~~:. .:..... :.'· - ", ~ .0'.:;"':';..' .: :';: .!i~·; '.': :":',. .'..'...._.~•~'Io Tl'lMÁlI VM("ONC: •('AHIÓ!i."l(t'~~R


• PI')I HLO FOR: SECiPGJ t·IO. TEL: 2681893 15 JUN. 2004 14:17-•ESTADO 00 CEARÁPODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE SOBRALSECRETARIA DA sa VARAFórum Dr. José Sabóía <strong>de</strong> Albuquerque,Processo: 200Q.0173.0797-0 (208/00)Natureza: ln<strong>de</strong>nlzaçãoRequerente: Albertina Viana LopesRequerida: Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes' , O" ri 35 4,I.' ..: ".,-', ."·:....., •:,l'I U l . . . '"o ., .' _~._•••• ~••.-'.... -.:..- "'~'. ",";.v .••. ,'., .•, , ,'.'.'~. " .... ~. "I".""""'o.l!"J ••··.0· \k.'.... . • .••,~..... \!l.. ···-:I":~· .. . ":~'J\'(• ' •• ~" • '. 4" ~"\'/ ..,. .... '.' • "0 ':I'• ..: . '. ,"t;'o .~. • '. '...,::i.:[ '. ', '.< ".0'>': H:."... ,,:, .:...... r·····.·.:, .. ,:;~; . 1~"'1.' ". .tl "l ~;., .... :,'?'... ~-.' ..••.. 1: .."... '1#-." ~:"""~';~ _...... ,~ o".' •.... ;~~··..,.f~.:;o~......l ii.I ..... ' .. '". .' ......;!...... '.' ",' .',.: .. ~: ",:':. :,:~,, .- .. .. . ,~,.:r ;;". . . .:., .:' ?'ii':?\.::.;...: .. ,.:...".':'... ~;: .~~~lr",-" .Y'; ..., -- :,t' ~~.,,,;:••." . ou.' 1 ,!' •.•~ '. . -.;' .,f" ".,..;."..:- .'O'. .' ••· " ..... ; ' ';":", : : ~· :. .'.' ':.. . '.· . . . .... . . .,.. . :.' ,. .. ... ' .....:.::...,'..•• ••· :. ..'..... .. ..· , . .,:". . - "-::· .. . ,.. . .. .'. ...,. .,,,",,,",'"•...•'1 .. :'.f··~.".· .'.: .· '..: .:.:. -" :.... ~ :...." . '..· . -:~.' .· ..' '. . . .".'. '. . , . :-:": ,.. '" '. . .,':: ; :...:>~ :~~::: .. : _ . ,____..... , • _ .,_ JP,1#'" 4 ,. '-: ).;:' :":'" ;:'.>


______ -----......,-.--"O-o" .;.,.' ~I --•EI·I' .'1 A['C!por: SECiPf,J•~IO. TEL: 26::::189315 JUl'1. 2804 14: 1::': . ..' ... . .'.:........ -...... .: :~.'• •. ' . ''. ".."............" , . .:.v., ;.L .~:,:.,;1.'.It I ':~"l~:';';~. .,;J"f ~ ~, .'.•... '1'" O'.o i. .ç;~~,-...:. >:~~,;:,,:(;~;I " ·' ~!-~.•~ .... :;-~~~.;I", "t .' .. ·..·"'·.Ik·:.!:..... """ ,~~ . .' "''''.J.~......:.,i: 1iIt:( r .~ ',rt'" \. ... .'··f~~:I!f~f"::,: \1!.....Jl~ ·Õ;.f··~: :~"~~~;i.~i\~ . . . ~I .:.:-:.. ~ ··~.4.t}J:".,ESTADO DO CEARAPODER JUDICIARIOsa VARA - COMARCA DE SOBRALAÇAO DE lNDENIZAÇÃOPROCESSO N" 2000.6173.0797-0/0REQUERENTE: ALBERTINA VIANA LOPESREQUERIDO: CASA DE REPOUSO GUARARAPES_... ..' ... S"~,. "'.. .:~, :;"t


•F:t_jl,l ~HDOFÜF;:SECíF'GJ•• ......1...I I" "" -. II'."JJUJI ~....0,.,: • • • ,_ j I """t:.IV...., I-L" .'L '-'1 '_"-I .,- • ..:... '="-' '-' - --'l.,:lo J u'''',. ~....:tY-l'"'" .I. ~. J. '='.._.. ~.".,.' . ,·-at ""'~"ti&~'-""9~.nclio.!~f:lt::.,~~~' .... ,.,.~SOBR':li.•_0 ~ i'JI ..........' •••_•••••~.,":'ft;.,COüfl,15ô••••t:::tJ~~;~J:ft~~ '1ki:"• J "'~'.\.li . f< ~J\1!#t!11 .' I.\. ~ ,II 'o /1!.'t'~~~~.o/. !\>i........7- .1"ESTJI.DO IJO CEARÁ---...... ---...,.._.... ,~,•, ,.:.'.:,,,CCMAR.CA DE SOORAL .'.·.··· ..'.....:··;=!~IPODER .1 UUIcrxnrOII -Ó;:1 ECRr:;'JA1UA IiI. 3" VASA '.' c-; :"•.i.:'.:J:;-1. .s'i"'!~.:I.:I'· i.': to, '''1. r ~ I,~ ".: I, 'I••• ," ,,;.!.... ':i--i: ···"'2~~"":"I~I"'.' "".-;/''/ ' '--:~-~'7'-.•~'P ,; •• ".' ... ," ..>.~.. i?:..:.>. i,::;." •.. .. ,......::.~(..)~.~\.:," tO • • ..- .... TI··· • , "1 I, •••~: 01. _ ... _.~.~ ..... ~':J"r,:' .. " ",:lJ'Jht'lJ I.'i.idl."j .C·'", nov .h~.·· .,... ""; ~,~:-.:;;!.:~.- _.~ , . _':." ..:..~,_:~~1\'· .,,.• .' '. < '.· '.,,:.-· '.. "'.CERTIDÃO." .VALNETIl LOl?ESda 3 1 V",rtl da Comar ca.'l ilo'l. !;~ t:ribui ç';;o ISDiJ:E'!toriCi<strong>de</strong>..te. ,<strong>de</strong>~o'o?" 1..... .. WI.L ,•.. .•• •• • •· . . . '.'.· . , ' .· .";;:.~.~'.~. ::~;'•. , . •... I.·· ..~• . '.. ·i·~····:··.:1.·7.~ •'·"',..r·ét:":'" ~" ...,..:.c;.':' 'c ..;otJ 'Il1"'" .......L ... """". ... '. I. ... .,'nQ.. ~ .";:-' -. {·)t........,: '::I':t~:'~" ...~.;".:::,Ce:rt:ifico~llltase'JUe•<strong>de</strong>18/Ú2l2004.AçAO l?EN.~:!~Ét1S :a aç~oconc:lll1l11c)674/CO.., I,'u ,'. TO~"IiJ~..\J _C.i\.RI,OS}I~·TDR~~.J'JU:Aa:r.t.p~na.l.oaril•(2000.D:l72.91B6-11;ANTUN1':':SALBERTOSAL(;;l'ELHi,l:'TRRE!PJI•DO:'>DO NASCIbol~NTO.r: . '-~MOR1.ES MELO2 0 do C.!:'.B,SANTOSHESQUT'T'A;... -" ... ,,••• •••·.' . .. (.,. ,·-. -: ,· :....., .· . r -,.: .).~ ,,:.-,':";":".:. : '..•..- .'. '.-. ~,.~.....'.:, '.: .;::: . .. .:.".' :. . '.;../.\..• ."~.~.. . ...." :


••; ,IIi , 3· - ., J •~JANEXO IV• ••,t·-•c_..--------------------------_.._•....••.._..----. .... .• •--"- -----.._ --------------,..._-----~--- •


•.....0000358Edltoração SEADDIÁRIO OFICIAL DO ESTADOFortal1?'Z3, 21 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004 SERIE 2 ANO VII N' 115 Ca<strong>de</strong>rno Úni~~',;;';".. ,.:.~r .":t:!lLi'LEI N'13.482, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2004.MODIFICA DISPOSITIVOS DALEI N'13.104, DE 24 DE JANEIRODE 2001.O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço saber que aAssembléia Legislativa <strong>de</strong>cretou e cu sanciono 8 seguinte Lei:ArU'. Ficam alterados os incisos III, IV e XIII, e o §7' doart.Iü da Lei n'13.I04, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2001, que passam a vigorarcom as seguintes rcdações;·'Art.IO....III - da Sc


•••I .' 35 G,. i' ,'-, UI,:" ,ANEXO V~,.._,-•-I.___________• ._, -4 a. _.,.__ . _."......_._-_._..._----_._.-.._---------------•


••ROM : )PI-OE NO. :•• • - o". •, ........CJOC0360ESTADO DO cEARÁMA,'" oMensagem n, '6


••.1M : )._---Pl-OE "O. : 000000000001l0+++++++ May. 31 2004 01:25PM P2OOúO.361ESTADO DO cEARÁPROJETO oe LeiAutoriza a concessão da pensão mensal evitalicia que Indica.Art. 1 0Fica autorizada a OIJI'lCBssão <strong>de</strong> uma pensão mensal evitaHcia. no valor <strong>de</strong> R$ 308,00 (Trezentos e oito reais), em favor da SenhoraAlbertina Viana Lopes, genitora dO Senhor Oamiio Ximenes Lopes. falecido naCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral, Estado do ceará, em 4 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 1999.M. '2!J A pensão <strong>de</strong> que trata esta Lei será $UpOl1ada pelo TesouroEs~ual, na dotação orçamentária da Secretaria da Ouvidoria-Geral e do MeioAmbiente, que, se necessário, será supleméntada, sendo 8 pensão reajustadapelo mesmo Indjes da revido geral anual aplicado aos servidOres públicosestaduais.Art. 3° Esta lei entra em vigor na data <strong>de</strong> SU8"?Ublicação.•


•080fj362"'....ANEXO VI•_.•-•......- . -_........_---------_.---."--_ ..-._.._._---.,.......--_._------------_._.- . ._---------------------------"'


-----------------~--~ -.(:000363Presidência da RepúblicaSecretaria Especial dos Direitos <strong>Humanos</strong>Esplanada dos Ministérios, BI T Ed. Se<strong>de</strong> Sala 42270064-900 - Brasília-DF61-429-3454/3106/3142Oficio nº 7)212004 - GAB/SEDHlPRBrasília, 22 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004.Ao Excelentíssimo SenhorLÚCIO ALCÂNTARAGovernador do Estado do CearáFax: (85) 278 3393Assunto: Caso Damião Ximenes Lopes. Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.OEAExcelentíssimo Senhor Governador,••Refiro-me à concessão <strong>de</strong> pensão mensal e vitalícia à mãe <strong>de</strong> DamiãoXimenes, aprovada por meio da Lei Estadual n." 13.491, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004, a título<strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização pela morte <strong>de</strong> seu filho.2. Muito embora a aprovação da referida lei por parte do Governo do Cearáseja consi<strong>de</strong>rada um avanço no que diz respeito à responsabilida<strong>de</strong> do Estado na <strong>de</strong>fesa dosdireitos humanos, o montante arbitrado pelo Estado do Ceará, RS 308,00, e o índice <strong>de</strong>reajuste do valor adotado, <strong>de</strong> acordo com o índice <strong>de</strong> revisão anual aplicado aos servidorespúblicos estaduais, foram consi<strong>de</strong>rados ina<strong>de</strong>quados e insatisfatórios pelos interessados.•3. Esclareço, ainda, que os interessados questionam da mesma forma o fato da-pensão não ter sido concedida igualmente à irmã do falecido, tendo em vista que a mesmatambém sofreu danos morais pela morte do irmão. No que diz respeito ao montanteadotado e ao índice <strong>de</strong> reajuste escolhido, um dos argumentos usados pelos interessados éque o valor não seria suficiente para ressarcir os familiares da vitima pelos danos materiaise morais causados.-----------------~-----,,_.,-._----- .-- -->- "--...


••,',-o-,4. Nesse sentido, com o intuito <strong>de</strong> oferecer subsídios aos questionamentosfeitos ao Governo brasileiro pela Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> - CIDH(em anexo), solicito -a V. Ex" informações sobre os motivos e os critérios que levaram oGoverno do Estado do Ceará a adotar o valor e o índice <strong>de</strong> correção na pensão concedida.5. Agra<strong>de</strong>ço, mais uma vez, o empenho usual <strong>de</strong> V. Ex" em aten<strong>de</strong>r nossospleitos.Cordialmente,).J./'jY ~A•--cONI CAMBIAGHIInternacional.-.•-----------------,._-----------~- •


" "..."•URGENTISSIMOA Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos Estados Americanoscumprimenta a Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> etem a honra <strong>de</strong> antecipar o conteúdo do segundo relatório parcial sobre a implementaçãopelo Estado brasileiro das recomendações feitas pela CIDH no Informe <strong>de</strong> Mérito número43/03 referente ao caso 12.237 (Damião Ximenes Lopes). A versão integral do relatório,encaminhada a esta Missão por mala diplomática, será enviada à Secretaria Executiva daCIDH nos próximos dias.2. O Estado brasileiro adotou as seguintes medias <strong>de</strong>stinadas a aten<strong>de</strong>r às trêsrecomendações constantes do citado Informe <strong>de</strong> Mérito:a) realização <strong>de</strong> investigação completa, imparcial e efetiva sobre a apuração dasresponsabilida<strong>de</strong>s criminais, civis e administrativas relativas à morte <strong>de</strong> Damião XimenesLopes. A esse respeito, vale assinalar o recebimento pelo juiz da 3 8Vara da Comarca <strong>de</strong>Sobral, em 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004, do aditamento da <strong>de</strong>núncia em relação à conduta <strong>de</strong>Francisco Ivo Vasconcelos, Diretor Clínico do hospital, e Elias Gomes Coimbra, auxiliar <strong>de</strong>enfermagem do hospital;b) apresentação, pelo Ministério Público do Estado do Ceará, <strong>de</strong> alegações finais noprocesso criminal relativo à morte <strong>de</strong> Damião Ximenes, que <strong>de</strong>verá ter sua audiência <strong>de</strong>julgamento marcada em breve;c) reparação aos familiares da vítima por intermédio <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> lei, pela....Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, que autoriza o pagamento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização•mensal em espécie à mãe da vítima. E importante assinalar que a presente iniciativa do1 '"MI', 11~ ,'_'''''''' =,,', "'~'...'d.-------_._---.-- --_._._-----------I , 01'


.,OOG0366Executivo cearense em favor da vítima não prejudica o andamento da ação civil <strong>de</strong>in<strong>de</strong>nização que tramita na justiça do Estado do Ceará a respeito do caso.d) para que fatos similares não voltem a ocorrer, as providências tomadas quanto aocaso Damião Ximenes Lopes ensejaram uma série <strong>de</strong> mudanças no âmbito da reformapsiquiátrica no país e marcaram, por meio <strong>de</strong> diversas portarias regulamentadoras, oreconhecimento da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reestruturação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção ao portador <strong>de</strong>transtornos mentais.3. A Missão do Brasil aproveita a oportunida<strong>de</strong> para renovar à Secretaria. .Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> os protestos <strong>de</strong> sua mais altaconsi<strong>de</strong>ração.Washington, em 22 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004.-••••_ '. *1' 'I I I..... ... oe' • I *, , -'---- . - ----- .._,- =... _., .. .--"._".. ~-~.-


••'-,"'", INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSIONINTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION OF AMERICAN STATESWASHINGTON, D.e. 2 O O O 6 U.S.A.8 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 2004REF:Damião Ximenes Lopes12.237BrasilEstimados ssüores:Tengo el agrado <strong>de</strong> dirigirme a uste<strong>de</strong>s, en nornbre <strong>de</strong> la Comisión <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong><strong>Derechos</strong> <strong>Humanos</strong> en la oportunidad <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a su comunicación <strong>de</strong> fecha 6 <strong>de</strong> julio<strong>de</strong> 2004 sobre el caso arriba mencionado.,AI respecto, les informo que a solicitud <strong>de</strong>i Estado brasileno, la Comisión<strong>Interamericana</strong> prorrogó por tres meses el piazo establecido en el artfculo 51 (1) <strong>de</strong> laConvenci6n Americana, para que el Estado cumpla con las recomendaciones que le formul6la CIDH en el informe sobre el fondo emitido en dicho caso. En virtud <strong>de</strong> ello, el plazo parasometer eventualmente el caso a la <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> vence el día 1 0 <strong>de</strong> octubre <strong>de</strong>2004.Aprovecho la oportunidad para saludar a uste<strong>de</strong>s muy atentamente,lei E. litzkyA cargo <strong>de</strong> la Secretarfa Ejecuti aSefioresJustiça GlobalAv. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000Brasil(55-21) 2549-35997/8/2004-tf·1599,,,..... ',. .m ......,....,.... ~_..............I ._.''" -__ • ~. t .- _._. ,_.__ • .,.-. _


•• ooo036-'8 -t..-"""""~,•INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 O O O 6EUA8 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004REF:Damião Ximenes Lopes12.237BrasilPrezados senhores:•Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossas Senhorias em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> acusar o recebimento <strong>de</strong> suacomunicação <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004, recebida nesta Secretaria Executiva em 28<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004, em relação ao assunto em referência•A referida comunicação foi <strong>de</strong>vidamente anotada e será levada aoconhecimento da Comissão para os <strong>de</strong>vidos fins, ,•Atenciosamente,riel E. Dulit I y~ ! .Encarregado da Secretaria Executivalimos. SenhoresJustiça GlobalAv. N.S. <strong>de</strong> Copacabana. 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000Brasil,,-(55-21) 2549-359971812004-11·1599-------$...........' ............._."-"_.'-,-----_.- .. , . -------- =... -.. ...._-----_...,,....-- - ._._._._-----------


•••INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME.,• 0000369••ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.e. 2 O O O 6EUAA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> tema honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos EstadosAmericanos, a fim <strong>de</strong> transmitir uma nota dirigidEli ao Ministério das RelaçõesExteriores do referido pars sobre o caso nO 12.237 (Damião Ximenes Lopes).A Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>aproveita a oportunida<strong>de</strong> para apresentar à Missão Permanente do Brasil osprotestos <strong>de</strong> sua mais alta e distinta consi<strong>de</strong>ração.Washington, D.C., 8 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004,_.71812004~'·1599.•.•• • ._... "._.... ......_ ... d> .. ...~_~•• __ - _•.- ......_ "._ ...._. '._. _


••. ,OOú037(}••INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZACÃO DOS ESTADOS AMERICANOS•WASHINGTON, D.e. 2 o o o 6EUA8 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004REF:Damião Ximenes Lopes12.237Brasil,Senhor Ministro:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> transmitir-lhe as partes pertinentes das.- informações adicionais apresentadas pelo peticionário com respeito ao caso acimacitado.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Excelência os protestos daminha alta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.,••Atenciosamente,-r:Ariel E. ~D-:-:uT!:,tdzd~i--~Encarregado da Secretaria ExecutivaExcelentrssimo SenhorCelso AmorimMinistro <strong>de</strong> Estado das Relações Exteriores do BrasilMinistério das Relações ExterioresBrasnia, Brasil.-7/8/2004~f-1599._----_._-,_.-------_.-... _---- ---------------


.-ustiçqoba- www.global.orgobtII .filiado lfidhOficio JG/RJ n° 171/04-,Sr. Santiago A. CantonSecretário ExecutivoComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>1889 F Street, NWWashington, Doe.EUA 20006',,.~="-",--,- . ='


"•0000372"I,IrDes<strong>de</strong> logo, gostaríamos <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a atenção dispensada e renovamos nossos protestos•<strong>de</strong> estima e distinta consi<strong>de</strong>ração.•/""'*tencl samente," • •ine . ·óref--\..AdvogadaCentro <strong>de</strong> Justiça Global) Qvck~sa aldasDiretora JurídicaCentro <strong>de</strong> Justiça Global~~ ~ L.ú1' ~ I~>,~ '" "",-'-----.Irene Ximenes Lopes Mir daRepresentante da família da vítima",......"'.•,, 'e·')-u .cu PT"~__' a' .... r ;J_"'._=_·_·····_--- •.•__"" oe _u.__."R ~-.--.-'-- _


"INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISIÓN INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMECOO()373ORGANIZATION Of AMERICAN STATESWASHINGTON, D.C.2 O O O 6 U.S.A.SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> cumprimentaa Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos Estados Americanos e tem a honra <strong>de</strong>•acusar o recebimento <strong>de</strong> seu otrcio N° 142, datado <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004, referente aocaso N° 12.237, Damião Ximenes Lopes, mediante o qual o Estado brasileiro solicita que a,Comissão prorrogue por mais três meses, a partir do dia 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004, o prazoprevisto no artigo 51 (1) da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>, aceitando•,- expressa e irrevogavelmente que a concessão <strong>de</strong> tal prorrogação suspen<strong>de</strong> o prazoestabelecido no artigo 51 (1) da Convenção Americana, para encaminhamento do caso à <strong>Corte</strong><strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.Nesse sentido, a Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> informa ao Estadoque a Comissão <strong>de</strong>cidiu conce<strong>de</strong>r a referida prorrogação, pelo perlodo <strong>de</strong> três meses contadoa partir <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004. O objeto da prorrogação concedida é que o Estado contecom prazo adicional para cumprir as recomendações formuladas pela Comissão em seuRelatório N° 43/03, emitido <strong>de</strong> acordo com o artigo 50 da Convenção Americana. Durante talperíodo <strong>de</strong> três meses fica suspenso o término do prazo estabelecido no artigo 51(1) daConvenção Americana para encaminhar o caso 12.237 para a <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong>.O Relatório N° 43/03 foi transmitido pela CIDH ao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2003. Portanto, em 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, data em que a CIDH outorgou a prorrogação,haviam transcorrido dois meses e <strong>de</strong>zesseis dias do prazo estabelecido no artigo 51 (1) daConvenção Americana para o encaminhamento do caso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong>. Emconseqüência da prorrogação <strong>de</strong> três meses, o prazo estabelecido no artigo 51(1) da Convenção- ~..~~.~__._" ",.,__"__.__._.._._._'0_. _.______ _n__ .____ . . " _I • •


•• ,:2 (í0003·14<strong>de</strong>corrência da nova prorrogação outorgada. o prazo estabelecido no artigo 51 (1) da Convenção,.Americana fica suspenso <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004 até 17 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004., 'data na qual se•..reiniciará a contagem do prazo. para que qualquer das partes <strong>de</strong>cida eventualmente submeter ocaso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong>. Tal prazo venceria em 1 0 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2004.,Washington, D.e., 25 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004""•" ._._.~,-~...."" "'-'''''''-'-----_..... - .._-~--------------


•rXA)/rr:·,-·,,_ 0000375-~ \_, (:.1 VE:DMISSÃO PERMANENTE DO BRASILIOO~ JUN /8 4 /I.JUNTO À ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS ,';/'/j . 38''.1 A-. CHR/C/DH_ ....;1.,..:, I'.••••URGENTISSIMOA Missão Pernianente do Brasil junto à Organização dos Estados Americanoscumprimenta a Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> etem a honra <strong>de</strong> solicitar a prorrogação, por três meses, "a partir do dia 17'<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004,do prazo previsto no artigo 51(1) da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>. O.-objetivo da presente solicitação é permitir que o Estado conte com prazo adicional para aimplementação das recomendações formuladas pela Comissão <strong>Interamericana</strong> em seu.- -Informe número 43/03 sobre ocaso 12.237 (Damião Ximenes Lopes); emitido <strong>de</strong> acordo----, I, _ _ _ •."com o artigo 50 da Convenção Americana.2. O Estado brasileiro enten<strong>de</strong> que a eventual concessão da prorrogação solicitada porparte da Comissão <strong>Interamericana</strong> terá efeito suspensivo sobre o término do prazoestabelecido no artigo 51 (I) da Convenção Americana para o encaminhamento do caso12.237 à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.3. O Informe número 43/03 foi transmitido pela CIDH ao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003. Em 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, o Estado brasileiro solicitou à Comissão<strong>Interamericana</strong> a prorrogação por três meses do prazo <strong>de</strong> cumprimento das recomendaçõesdo Informe <strong>de</strong> fundo. Na oportunida<strong>de</strong>, o Governo brasileiro assinalou que entendia que aeventual concessão da prorrogação solicitada suspen<strong>de</strong>ria o lapso <strong>de</strong> tempo estabelecido noartigo 51 (1) da Convenção Americana para que qualquer das Partes <strong>de</strong>cidisseeventualmente submeter o caso 12.037 à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos humanos.4. No dia 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, a CIDH outorgou a prorrogação solicitada ecomunicou ao Estado brasileiro o seguinte: "A Comissão <strong>de</strong>cidiu conce<strong>de</strong>r a referida.-- ._.~. . .. ·.D' _._...- -~--... _••


. ,, ,";J,000(0376,..prorrogação pelo período <strong>de</strong> três meses contados a partir <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004. O objetoda prorrogação concedida é que o Estado conte com prazo adicional para cumprir asrecomendações formuladas pela Comissão em seu Relatório número 43/03, emitido <strong>de</strong>acordo com o artigo 50 da Convenção Americana. Durante tal período <strong>de</strong> três meses ficasuspenso o término do prazo estabelecido no artigo 51(1) da Convenção Americana paraencaminhar o caso 12.237 para a corte <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>".5. A Missão do Brasil reitera que o Informe número 43/03 foi transmitido pela CIDHao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003. Portanto, em 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, dataem que a CIDH outorgou a prorrogação, haviam transcorrido dois meses e <strong>de</strong>zesseis diasdo prazo estabelecido no artigo 51(1) da Convenção Americana para o encaminhamento docaso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong>. 'Em conseqüência da prorrogação concedida <strong>de</strong> três meses,,enten<strong>de</strong>-se que o lapso <strong>de</strong> tempo estabelecido no artigo 51(1) da Convenção Americanaficou suspenso do dia 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2003 até o dia 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004.6. O Estado brasileiro enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma expressa e irrevogável que a eventual,concessão da nova prorrogação solicitada suspen<strong>de</strong>ria por três meses adicionais o lapso <strong>de</strong>'tempo estabelecido no artigo 51(1) da Convenção Americana, ou seja, até o dia 17 <strong>de</strong>setembro <strong>de</strong> 2004, e que a partir <strong>de</strong> tal data se reiniciaria o prazo para que qualquer das•partes <strong>de</strong>dida eventualmente submeter o caso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong>. Tal prazo venceria " "em IO<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2004.7. A Missão do Brasil aproveita a oportunida<strong>de</strong> para renovar à SecretariaExecutiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> os protestos <strong>de</strong> sua mais altaconsi<strong>de</strong>ração.-- "'"Washington, em 17 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004_. ""L._ ....~...._._• •..____...- .• . -.0 • ..~_"'_'. -~-.. _._~ .- _


ustiç'lobar-o- ....../)....f.r--'\,~,....f\~\.J~i;,,1t:U..... www.global.org.btZ004 JUN 28 P 2: 280000377Oficio JGIRJ nO 150/04.UIr\CHR/C}C:'L.'I .Rio <strong>de</strong> Janeiro. 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004.'Sr. Santiago A. CantonSecretário ExecutivoComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>1889 F Street, NWWashington, D.e.EUA 20006.'Via Fax: 001·202·458·3992•Ref.:Caso n." 12.237 - Damião Ximenes, BrasilPrezado Sr. Secretário Canton:O Centro <strong>de</strong> Justiça Global e Irene Ximenes Lopes Miranda vem, através <strong>de</strong>ste, apresentaras observações que consi<strong>de</strong>ram oportunas sobre as informações adicionais aduzidas peloEstado brasileiro em relação ao caso em epígrafe, consoante solicitação da Comissãolnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> em comunicação <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004.tiiGostaríamos <strong>de</strong> enfatizar que, como anteriormente exposto no Oficio JG/RJ n.o 146/04,enviado a esta Honorável Comissão em 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004. cujo teor preten<strong>de</strong>u levar aoconhecimento da Comissão os fatos relativos ao arbitramento do valor da in<strong>de</strong>nização nocaso Damião Ximenes Lopes, os peticionários consi<strong>de</strong>ram ina<strong>de</strong>quado o montanteestabelecido pelo Governo brasileiro para fins <strong>de</strong> reparação pelas violações <strong>de</strong> direitosIAv. N. S. <strong>de</strong> Copacabana. 5401 402 - Rio <strong>de</strong> janeiro· Rj • Brasil· 22020-000Tel.: (55-21) 2547-7391 • 3816-2766 • Fax: (55-21) 2549-3599 • global@global.org.br • lIVWW.global.org.br.._..._____.• ~. .... , ...._ lO ~ _ ....,, ;


, . I.,.,,0000378humanos perpetradas pelo Estado brasileiro em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes e•seus familiares.Nesse sentido, gostaríamos <strong>de</strong> enfatizar que o Governo brasileiro, ao estipular esse reduzidovalor a título <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes, contrariamente ao queafirmou o mesmo I , <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> observar os critérios exigidos pela Comissão <strong>Interamericana</strong><strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>; que em seu relatório <strong>de</strong> mérito sobre o caso em tela <strong>de</strong>termina que "Areparação inclui a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>nização. a ser paga pelo Estado brasileiro,que <strong>de</strong>ve ser calculada conforme os padrões internacionais, e <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a ummontante suficiente para ressarcir tanto os danos materiais como os danos morais sofridospelosfamiliares <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes <strong>de</strong>vido ao seu assassinato e <strong>de</strong>mais violações a•seus direitos humanos a que se refere a este relatorio'",,Vale salientar ainda que ao afirmar que "a proposição aten<strong>de</strong> recomendação formulada aoEstado brasileiro pela Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> - CIDH, daOrganização dos Estados Americanos, aprovado na Sessão n. 1.594, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>'.2003", o Estado brasileiro induz em erro a socieda<strong>de</strong> civil e a opinião pública, dando aenten<strong>de</strong>r que o diminuto valor estabelecido teria sido recomendado por esta HonorávelComissão.,,De acordo com as informações transmitidas pelo Governo brasileiro>, a in<strong>de</strong>nização seriaconcedida através <strong>de</strong> pensão mensal e vitalícia no valor <strong>de</strong> RS 308,00 (trezentos e oitoreais); o índice <strong>de</strong> reajuste fixado para a concessão do beneficio seria o "mesmo índice darevisão geral anual aplicado aos servidores públicos estaduais"; e o benefíciocontemplaria apenas a mãe da vítima, Sra. Albertina Viana Lopes.--•I "A proposição aten<strong>de</strong> recomendação formulada ao Estado brasileiro pela Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong> - CIDH, da Organização dos Estados Americanos, aprovado na Sessão n. 1.594, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 2003." Mensagem n. 6691 <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2004 - Estado do Pará e reproduzido no ofício n, 132da,Missão Permanente do Brasil junto à OEA enviado à Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.: Relatório do Mérito n.· 43/03 da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, pág. 43.. I<strong>de</strong>m.2.....•__..... ..-•• ._--•••• 0· _.._..__.---".__..---------- .. - . -------------------•''II ,


'.C000379•Des<strong>de</strong> logo, gostaríamos <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a atenção dispensada e renovamos nossos protestos<strong>de</strong> estima e distinta consi<strong>de</strong>ração.AtenciAdvogadaCentro <strong>de</strong> Justiça GlobalJ~v.~()~essa CaldasDiretora JurídicaCentro <strong>de</strong> Justiça Global•,.........•,,=•4"H"W....... I.. _.iI . . ____.. ..,..~._'.... _.=-'--"'-'_"".- - - ---_ -._--'.... -_..._------­-


, , • ,. • ,lpueiras-CE, 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004• • " .... -..,., 3"., nL..J J"U I I •._, li,AOCENTRO DE JUSTIÇA GLOBALIr•Prezados Senhores,•Através do presente venho solicitar ao Cent.ro <strong>de</strong> Justiça Global par" encaminhar este DVD do"Tribunal dos Crimes da Paz",produzido pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral dt: Psicologia a Comissão<strong>Interamericana</strong> dos Direitos <strong>Humanos</strong> - OEA, para ser incluso na documentação do Caso:12.237 - Damião Ximenes Lopes.,Por meio <strong>de</strong> relatos,ofilme revela aviolência e as atrocida<strong>de</strong>s cometidas contra internos emhospitais psiquiátricos. Ret.rata o tratamento e a injusta con<strong>de</strong>nação que ainda recebem osportadores <strong>de</strong> sofrimentos mentais no Brasil. Neste tribunal, os hospitais psiquiátricos. comtodo o seu notório saber, e a maioria <strong>de</strong>: seus médicos, enfermeiros e aten<strong>de</strong>i ites. estariam nobanco dos r-Cus.,..-.,o filme <strong>de</strong>nuncia a falência do hospital psiquiátrico enquanto recurso assistencial, O caráterviolador dos direitos humanos, os altos custos financeiros <strong>de</strong> sua manutenção e a suaineficiência contradizem a força da sua presença no âmbito do Sistema ÚJiico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SU~).Para o CFP, o cenário atual dos manicómios brasileiros é preocupante. Pe!» menos 60 milpessoas ainda estão internadas em hospitais psiquiátricos e diariamente são submetidas às maisperversas condições e situações <strong>de</strong> VIOlência. E não é só. Há, ainda, 300 manicômios no Brasil.dos quais cerca <strong>de</strong> 8000 são privados. Porém, todos eles, públicos ou privados, são financiadospor recursos governamentais, consumindo cerca <strong>de</strong> 500 milhões <strong>de</strong> reais 1'0/ ano.",.•Acredito ser este um matenal muno útil para julgamento da CIDH, c provavehnenle para '_~.)n~Americana. se assim <strong>de</strong>cidir a CIDH no próximo dia 30106120004.•Acredito ainda, que;: I) empenho da Justiça Globaltenhamos um Brasil sem vitimas <strong>de</strong> manicômio.neste caso, COO! ri buirá para que no fiu uro, ' ,"..No ensejo. coloco-me a interia disposição do que for necessário para o al1l'amento do caso,Atenciosamente.IreneX'Repr.L. lVlmmuaília <strong>de</strong> Damião Ximenes•-'-",,',. III , ... w",," ,,~.,,'.~_'__' .....7 ... ,ro. .... . _"""', __ ,.... " -.-.--- ..... ,=__-_-•F ~ - -, I


ustj.ç~I.Aoba...... r-~! ,I • _ / ...... -. I \ r-I ••.- •./ C I bl t:. O..... www.global.org.brOficio n° JG-RJ 146/03lOO~ JUN 22 P I: 35'G/IACHR/C/OHRio <strong>de</strong> Janeiro, 15 <strong>de</strong> j unho <strong>de</strong> 2004Sr. Embaixador Santiago A. CantonSecretário ExecutivoComissão lnterarnericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>1889 F Street, NWWashington,D.e.EUA 20006Via Fax: 001· 2-458·3992--·-_--..-.'~(.. Ref.: Caso n." 12.237 - Damião Ximenes, Brasil,•Prezado Sr. Secretário Canton:O Centro <strong>de</strong> Justiça Global, e em representação à Irene Ximenes Lopes <strong>de</strong> Miranda, vem,através <strong>de</strong>ste, encaminhar a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> documento queremetemos para a Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Presidência da República doBrasil em 09 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004.Gostaríamos <strong>de</strong> levar a conhecimento <strong>de</strong>sta Honorável Comissão os fatos em relação aocaso em epígrafe contidos no referido documento. Informamos, também, que estamosencaminhando através do correio o respectivo documento original e seus anexos.ente,-DoreaAdvogadaCentro <strong>de</strong> Justiça Global,-•Av. N. S. <strong>de</strong> Copacabana. 540 / 402 - Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - Brasil - 22020-000Tel.: (55-21) 2547-7391 • 3816-2766 • Fax: (55-21) 2549-3599 • Qlobal@Qlobal.orQ.br • www.Qlobal.orQ.br"'.. l•..--._.....--_.. .._------- . -" 'r.


ustiç'l••••oba- www.global.org.br0000382Oficio JGIRJ n? 144/04Rio <strong>de</strong> Janeiro, 09 <strong>de</strong> j unho <strong>de</strong> 2004,..Exmo. Sr. Ministro Nilrnário MirandaMD. Secretário Nacional <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>Ministério da JustiçaEsplanada dos Ministérios - BL. T 4 0 andar70664-900 Brasília, DFFax: 61 223 2260E-mail: nilmario.miranda@sedh.gov.br•Ref.: Caso n," 12.237 - Damião Ximenes Lopes (ClDH-OEA)• Prezado Senhor Ministro,, .•O Centro <strong>de</strong> Justiça, Global vem, através <strong>de</strong>ste, encaminhar a V. Ex". comunicação datada, .<strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004 1 , remetida por Irene Ximenes Lopes <strong>de</strong> Miranda, co-peticionária,conjuntamente com o CJG, do caso em epigrafe perante a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong> da OEA., , .O teor do documento <strong>de</strong>monstra a indignação da Sra. Irene Ximenes em relação à notíciadivulgada no Jornal "O Povo", na edição <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004 2 , na qual informa-se que ovalor da in<strong>de</strong>nização estabelecida pelo Governo brasileiro é <strong>de</strong> R$308,OO (trezentos e oitoreais) mensais, apenas para a Sra. Albertina Viana Lopes, mãe da vítima.1 Documento em anexo., Cópia em anexo.•IAv. N. S. <strong>de</strong> Copacabana. 540/402 - Rio <strong>de</strong> Janeiro - Rj - Brasil - 22020-000Tel.: (55-21) 2547-7391 • 3816-2766 • fax: (55-21) 2549-3599 • Qlobal@Qlobal.orQ.br • www.Qlobal.orQ.br~ • _ ITi _._ ...~••----•.. _~'_.. , .- ...._._.._---------_...------------------


oa01l383Lamentamos profundamente que seja essa a proposta a ser aprovada pela AssembléiaLegislativa do Estado do Ceará, em pretenso cumprimento à recomendação Comissão• <strong>Interamericana</strong>.Nesse sentido, gostaríamos <strong>de</strong> enfatizar que o Governo brasileiro, ao estipular esse reduzidovalor a título <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> observar oscritérios exigidos pela Comissão lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, que em seu relatório<strong>de</strong> mérito sobre o caso em tela <strong>de</strong>termina que "A reparação inclui a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> umain<strong>de</strong>nização. a ser paga pelo Estado brasileiro. que <strong>de</strong>ve ser calculada conforme ospadrões internacionais. e <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a um montante suficiente para ressarcir tanto,os danos materiais como os danos morais sofridos pelos familiares <strong>de</strong> Damião XimenesLopes <strong>de</strong>vido ao seu assassinato e <strong>de</strong>mais, violações a seus direitos humanos a que serefere a este relatório").Informamos que estamos encaminhando igualmente para a Comissão <strong>Interamericana</strong> Oconteúdo <strong>de</strong>ste ofício."•Des<strong>de</strong> logo, gostaríamos <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a atenção dispensada e renovamos nossos protestos<strong>de</strong> estima e distinta consi<strong>de</strong>ração.Atençiosarnente,i nb--Jpl"o~re~a;---''--­Ad ogadaCentro <strong>de</strong> Justiça GlobalAndressa CaldasDiretora JurídicaCentro <strong>de</strong> Justiça Global) Relatório do Mérito n.? 43/03 da Comissão lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, pág. 43.•2_____._._.,,"_...... I I ..... III.. e .._ ..._ ......_,n•.• - - -.--__.•~_, .. ..._.... F ......'....__,= ....,...-.- ... - --__' _•


I••••• •,,oaú0384Ipueiras-CE, 04 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004,..•AO:Centro <strong>de</strong> Justiça GlobalCaso: 12.237 - Damíão Xlmenes Lopes.•, .Prezados Senhores.•A respeito do caso Damião Ximenes, do qual o governo brasileiro terá prazo atéo dia 30/06/2004, para aten<strong>de</strong>r as exigências da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong>••Direitos humanos-CIDH/OEA, tenho o dissabor <strong>de</strong> informar a Justiça Global,nossorepresentante legal junto a CIDH, que tomei conhecimento ontem através•da imprensa cearense, www.oPQvo.com.br página 2 coluna ULTIMAS, que ouma'governador do Ceará, conforme combinado com o governo fe<strong>de</strong>ral, estipuloupensão no valor <strong>de</strong> R$ 308,00 a título <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizaçio a nossa família pela morte<strong>de</strong> Damião.,Esta é para mim uma proposta in<strong>de</strong>cente, o valor é humilhante. Creio, agora, que'.o governo não tem noção do mal que nos fez,Somos pobres. sim! Mas não estamos esmolando.ou esta fazendo piada conosco.Esse valor não está compatívelnem com as <strong>de</strong>spesas que tivemos m caso, nestes quase cinco anos, quanto•mais com o nosso sofrimento, e com a vida <strong>de</strong> Damião. ., ,.• •Essa proposta estará nestes dias sendo aprovada pela Assembléia Legislativa doCeará. Espero que esta informação possa ajudá-los no preparo da<strong>de</strong>fesa/contestação no próximo dia 30 ou tomar qualquer providência cabível.No ensejo. reitero agra<strong>de</strong>cimentos pelo gran<strong>de</strong> apoio que nos tem dado.Atenciosamente.-Miranda•""',,"fi',,"" _ .".' ',", U" ""4 ._"._~_..- - ,,_._,~ ,..... _ ._.. ".__. i - ...----- _


- 0.0 _,_;~;~,"",-.••0000385'.•••2•••••­•'. ANÚNOADO voo.. .t'ESPAaAl PRIVADOAcompanhia espacial privada SCaledComposites anunciou ontem, emSão Frandsco da Califórnia, Que.' .~rá no próximo dia 21 aprimeiramisSão tripulada particular. Noprojeto. o veiculo SpaceShipOnesubirá em vOo suborbital cerca <strong>de</strong>100 Quilômetros. o Que éconsi<strong>de</strong>rado a fronteira do espaço'exterior, sobre um aeroportocomercial no <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Mojave.POWElliVOTOPOOsecretário cCoIin Powell,emWashlngl, ..pr;sileiro. a aI. amp.ricanos f1i.'",uma nova reSl.., Iraque no Coos-Ó ONU. Foi o qu." cerimonia <strong>de</strong> I'" embaixador flIBrasil. John DeVERTICAL .••...•• - '.":',"- ,",.--.,.•.l!!!II!I-•• " ," _ • 0'_, _ • ' ' ~. " "., '," _,.V!.",,_~.- ._'. ··-:\t."",i~·'·"'PóRUMAJUsTIÇAOOADÃ . ....•..' '>" .. :i,';,:t,f, .


• ,oooQ3.8'6,..INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOS,COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 O O O 6EUAA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> tem•a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos EstadosAmericanos. a fim <strong>de</strong> acusar o recebimento da nota nO 132. <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong>2004, relativa ao caso nO 12.237 (Damião Ximenes Lopes), cujo conteúdo serálevado ao conhecimento da Comissão para os <strong>de</strong>vidos fins.•ASecretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>aproveita a oportunida<strong>de</strong> para apresentar à Missão Permanente do Brasil osprotestos da sua mais alta e distinta consi<strong>de</strong>ração.,'\ Washington, D.e.• 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004;,/ )0v /L. 6/1 4/2004~f·1599- '., .,..... ..__..... '"r~_._-_a. __. __ -__ ~.. ~_ ... _ _........."'" ......r L- -~~.... "--'-.. o ._ ..


•0000387"•INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME-ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 O O O 6EUA14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004REF:Damião Ximenes Lopes12.237BrasilPrezados senhores:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossas Senhorias em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> transmitir-lhes as partes pertinentesdas informações adicionais apresentadas pelo Estado brasileiro com respeito ao casoacima citado.A esse respeito, solicito a Vossas Senhorias que apresentem as observaçõesque consi<strong>de</strong>rem oportunas sobre as referidas informações no <strong>de</strong>correr do prazo <strong>de</strong> 3dias a partir da data <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong>sta comunicação.ten iosamente,.J./ \ ')Santiago lA. Canto" .•Secretárip Executiv~limos. SenhoresJustiça GlobalAv. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000Brasil• ••·••,•JAnexo6/1412004-1f-1599_ ........__.. _. _h_·~·•...- ~-----_ •...... .__


••••,.• ••RECt/I;ED··AIt0000388lOO~JUN_MISSÃO PERMANENTE DO BRASIL l.t A 1/: 5JUNTO À ORGANIZAÇÃO DOS ESTADO~j~XANOS 5CHR/CIDH•A Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos EstadosAmericanos cumprimenta a Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> e tem a honra <strong>de</strong> encaminhar informações relacionadas ao caso 12,237 ( DamiãoXimenes Lopes ).2. O Governador do Estado do Ceará encaminhou, em regime <strong>de</strong> urgência, àAssembléia Legislativa estadual Projeto <strong>de</strong> Lei que conce<strong>de</strong> pensão vitalícia no valor <strong>de</strong> R$308,00 (trezentos e oito reais) à senhora Albertina Viana Lopes, mãe do senhor DamiãoXimenes Lopes.3.,A Mensagem que encaminha o referido projeto afirma textualmente que aproposição "aten<strong>de</strong> recomendação formulada ao Estado brasileiro pela Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (CIDH) da Organização dos Estados Americanos,• •aprovada na sessão 1.594, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003". Esclarece ainda a Mensagem que, ementendimentos mantidos entre a Secretaria Especial dos Direitos <strong>Humanos</strong> da Presidência·da República e o Governo do Estado, "<strong>de</strong>ntre as várias recomendações dirigidas ao Brasilrelativas ao caso acima indicado, coube ao Estado do Ceará a concessão <strong>de</strong> uma pensãomensal e vitalícia em favor da mãe do falecido, como força <strong>de</strong> reparar, ainda queminimamente, o lamentável acontecimento".4. O artigo 2° do Projeto <strong>de</strong> Lei afirma que a pensão estabelecida será"suportada pelo Tesouro Estadual, na dotação orçamentária da Secretaria da Ouvidoria­Geral e do Meio Ambiente" e será reajustada "pelo mesmo índice da revisão geral anualaplicado aos servidores públicos estaduais".5. Segue, em anexo, cópia da referida Mensagem, bem como do Projeto <strong>de</strong> Leimencionado."•_.._._,.~" ..~""._,_.. _"--_0_-'- _orelO.. - .._---------_.._...-- ---


••,.•0000389A Missão do Brasil aproveita a oportunida<strong>de</strong> para renovar à SecretariaExecutiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> os protestos da sua mais altaconsi<strong>de</strong>ração.- , .._____• ,••_ ...._. •• ....._ .. ~••~__ .• ._ - - --------- 0 •• _ •• __ •• _'"P"",•


•..,.- .' .............r:to oel ~.Ó:.. 'S'36~. -22S-~.~. 86•0000390PI-Q.E NJ. :612232260Jl.t-l.e1 2004 as: -4SFl1 F•Pl-GE 1'4). :!'la\l. 31 2004 'H: 2.:lPl'1 PS••• ..•Senhor Presi<strong>de</strong>nte. ..Enceminho • AuQust8 Aa~ tAgie""VONI ExgeI6ncia. o~ ~ la.,. anexo ql.Ie autor.Yma pensIo mensal .....t8ik'Ja, no Y8kX <strong>de</strong> RS 306,00 (lipor Intel'l'OêdiO àI<strong>de</strong>.. oito ,,"ii).em f.-..cr da senraa AlbertiI'l8 VilN ~ pnItcn dO Stnhor DwniIoXlmenes L.... f8Iecido na Cua <strong>de</strong> RepouIo ~SobtaI. !atidodo Ce8I8, em 4 <strong>de</strong> outubro.,.. ",.na ddMJe ótAo propoaiç:lo... far1l1u eo Estado Bruu.kopela CominIo doe DnItoa~ - lOH, didoa e.taeIOI I ~ "..... n. 1. <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Oútubra <strong>de</strong>~. .De acorcIO comfI1InticIos enn ~ Gcwwno do EstacIo• o GClvemo~....<strong>de</strong>~ EIp8c:laI DtreItaa HurMnoI,..Pr..~ da~cs.tJn u v8ri1t' dtn;kIU ao DrPI.releth'as ao euo adrM IndiCldo, GOúb8 80 Eaf8do douma pen8IO JNnMI • viSlllcH 1m *'or da mie do1"8I*W'. o~a conceMlo •• como foc'9I di~ conllar cem o~....nobre . ,ooIocando.pl'CpoI/ÇIO 411ft~em e • ultedor~doi iluttm ~. colho o enMjo pera NitIrIr proteaa ae "'wdoapreço.~ extenIhoI. HUI P......PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO 00 ES :ADO DO CEARÁ, em. Fort..-a, lIOa <strong>de</strong> <strong>de</strong> 2004.•AlI beelentlBinIolenhor~M.n:e&ee.rCaIs'"CleMtcalJ(gttItIIn»"""".~""""".~NMta•- " .......--------_...--~-.__.-.. .... o ...._, .- __••••~_


•• • •J2/2884 89:3B 5561-226-4186•toRE DDHPAGE84 ___....-"••F"ro1 : SEllH PRF'I-OE HJ. :JtIoI.01 2004 as; 5l2lPM P3•Ma.,.. 31 20ad 91:2SPM P


-• ~oI:-I..I..O [1 392INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 o o o 6EUA11 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2004REF:Damião Ximenes Lopes12237Brasil""Prezados senhores:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossas Senhorias em nome da Comissão,<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> transmitir-lhes as partes pertinentesdas informações adicionais apresentadas pelo Estado brasileiro com respeito ao casoacima citado.Atenciosamente,\\I ,,\ ,;I, ,,iantlagoiA. Cant .Secretário Executivo"Aos SenhoresJustica Global•Av. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000BrasiliIiI\,v(55-21) 2549-3599Anexo5/11/2004~f-1599q ..


•-0000393SERViÇO PÚBLICO FEDERALINTERESSADO:,MINISTtRIO DAS RELAÇOES EXTERIORES-MREASSUNTO:CÓDIGO:CASO DAMIAo XIMENES / CEARA / CASO NO. 12.237 CIDH/oeaOUTROS DADOS:\\RESPOSTA DO GOVERNO BRASILEIRO AO RELATbRIO DA CIDH NO: 43/03,,,o ..JOUO~,Ç4.."'0Oa;..JlLd


PRESIDtNCIA DA REPÚBLICASecretaria Especial dos Direitos <strong>Humanos</strong> 0000394• Oficio n2 s a /2004 - SAlSEDH/PRBrasília, 27 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004.,A Sua ExcelênciaEmbaixador Ta<strong>de</strong>u ValadaresDiretor-Geral do Departamento <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>Ministério das Relações ExterioresAssunto: CIDH. Recomendações. Caso "Damião Ximenes·.•Senhor Diretor-Geral,•Em resposta à nota da Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong>, datada <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003, na qual nos foi' transmitida cópia doRelatório do Mérito nO 43/03 em que a Comissão faz recomendações ao Brasil referente aoCaso "Damião Ximenes", encaminho, em anexo, relatório elaborado pela SecretariaEspecial dos Direitos <strong>Humanos</strong>, contendo consi<strong>de</strong>rações no âmbito <strong>de</strong>sta Pasta.2. O relatório <strong>de</strong>monstra que foram adotadas pelo Governo brasileiro as medidasnecessárias com o intuito <strong>de</strong> dar cumprimento às recomendações da Comissão.•3. Muito agra<strong>de</strong>ceria a Vossa Excelência o obséquio <strong>de</strong> transmitir as informaçõespertinentes à Missão do Brasil junto à OEA para os fins <strong>de</strong>vidos.1,1 .AteriO i mente, 7,i I I/ I~ ...... r;;.,U1/A ,. -• •MAN MARINcre1ário-Adjunto Substituto- •_____, , i 'P I ·...A.. .._.... "0" ='" • a. _._-_.~......._... • __.w.>._. ... , -'_.. --.. ~_.,, _I'


, ., ,0", .o ', o0000395•SECRETARIA DE ESTADO DOS DIREITOS HUMANOSRESPOSTA DO GOVERNO.CASO DAMIÃO XIMENES LOPES.-.RECOMENDAÇÕES.Em resposta ao Relatório do Mérito N," 43/03 da Comissão <strong>Interamericana</strong>,<strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (CIDH), aprovado em 8 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, sobre o Caso 12,237,Damião Ximenes Lopes, informamos que o Governo brasileiro tomou as providênciascabíveis no sentido <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às três recomendações feitas pela CIDH em relação ao, .•,assunto, conforme <strong>de</strong>monstrado abaixo:,Recomendaçio 01•-. "Realizar uma investigação completa. imparcial e efetiva dos fatos relacionados com a" '"morte <strong>de</strong> Damião Ximenes ocorrida na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>1999. Tal investigação <strong>de</strong>ve ser conduzida <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>terminar a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>todos os responsáveis. sejam essas responsabilida<strong>de</strong>s por ação oupor omissão. e apunição efetiva dos responsáveis."•E <strong>de</strong> interesse do Governo brasileiro que se i<strong>de</strong>ntifiquem os culpados pelamorte <strong>de</strong> Damião Ximenes. Como o crime ocorreu no município <strong>de</strong> Sobral, Ceará, a AçãoPenal n° 2000.0172.9186-1/0 está tramitando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, por iniciativa doMinistério Público, na 3 8Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral, contra Sérgio Antunes Ferreira•Gomes (diretor financeiro e proprietário da Clínica <strong>de</strong> Repouso Guararapes), Carlos..._____.._.... ~_~....._ .._. .•_._._.' - -0- ._._._·~._o ,-----.-_~"_•


· ,• •'.•0000396•Alberto Rodrigues dos Santos (auxiliar <strong>de</strong> enfermagem da Clínica), André Tavares doNascimento (auxiliar <strong>de</strong> pátio da Clínica) e Maria Salete Moraes Melo <strong>de</strong> Mesquita(enfermeira chefe da Clínica). O Ministério Público protestou, ainda, pelo aditamento comrelação à conduta <strong>de</strong> Francisco Ivo Vasconcelos, Diretor Clínico daquele hospital (anexo I).A referida Ação está fundamentada no art. ] 36, § 2° do Código PenalBrasileiro que dispõe:••Arf. 136 - Expor a perigo a vida ou a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoa sob suaautorida<strong>de</strong>, guarda ou vigi/ilncia, para fim <strong>de</strong> educaçilo, ensino,tratamento ou custódia, quer privando-a <strong>de</strong> alimentação ou cuidadosindispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou ina<strong>de</strong>quado,quer abusando <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> correção ou disciplina:...§ ~- Se resulta a roorte:Pena - reclusilo, <strong>de</strong> 4 (quatro) a 12 (doze) anos.·Apesar do tempo <strong>de</strong>corrido, a Ação está em andamento e encontra-se em•fase <strong>de</strong> Alegações Finais (anexo II), conforme previsto no art, SOO do Código <strong>de</strong> ProcessoPenal.•Uma outra Ação, <strong>de</strong> natureza cível, <strong>de</strong> reparação <strong>de</strong> danos tramita na S" Vara ,da Comarca <strong>de</strong> Sobral <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, <strong>de</strong> iniciativa da mãe da vítima, Sr"Albertina Viana Lopes, conta a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, o seu proprietário, Sérgio'Antunes Ferreira Gomes, e Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, diretor clínico da Clínica. Areferida Ação encontra-se, contudo, suspensa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003 (anexo ]11) por<strong>de</strong>terminação do Juiz com respaldo no art. 26S, IV, "a" e § SO do Código <strong>de</strong> Processo Civil,a saber:•,• Arf. 265. Suspen<strong>de</strong>-se o processo:•••IV - quando a sentença <strong>de</strong> mérito:•2"'--... .._""'~""'"- "~.--.... _.~•... ~.... _.,,,........_' ...... -~.•.. -..... ,..


• •"0000397a) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do julgamento <strong>de</strong> outra causa, ou da <strong>de</strong>claração daexistência ou inexistência da relação jurldica, que constitua o objetoprincipal <strong>de</strong> outro processo pen<strong>de</strong>nte;•••§ f1 Nos casos enumerados nas letras a, b e c do rP IV, o período <strong>de</strong>suspensão nunca po<strong>de</strong>rá exce<strong>de</strong>r 1 (um) ano. Findo este prazo, o juízmandará prosseguir no processo.',E comum na justiça brasileira que se aguar<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão em ação penal para se• dar andamento em ação cível <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização, pois a responsabilida<strong>de</strong> apurada na esferapenal facilitaria a i<strong>de</strong>ntificação dos responsáveis no âmbito cível. No caso em questão, o•proprietário da clínica, Sérgio Antunes Ferreira Gomes, figura como pólo passivo tanto naAção Penal quanto na Ação Cível, sendo pru<strong>de</strong>nte, portanto, aguardar o <strong>de</strong>sdobramento daprimeira para se imputar responsabilida<strong>de</strong> por dano moral.Recomendação 02•"Reparar a<strong>de</strong>quadamente os familiares <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes pelas violações <strong>de</strong>direitos humanos estabelecidas no presente relatório, incluindo o pagamento efetivo <strong>de</strong>uma in<strong>de</strong>nização"•o Governo fe<strong>de</strong>ral, por intermédio da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong>, está em negociação com o Governo estadual, por intermédio da Secretaria daSaú<strong>de</strong> do Estado do Ceará, para que seja concedida in<strong>de</strong>nização à família <strong>de</strong> DamíãoXimenes Lopes. O Secretário da Saú<strong>de</strong> do Ceará, Dr Jurandi Frutuoso, por meio do Oficion" 083/2004-GABSEC (anexo IV), <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> fevereiro corrente, informou que o Governadordo Estado do Ceará, Lúcio Alcântara, após tomar ciência das conclusões e recomendações<strong>de</strong>ssa Comissão acerca do caso em questão <strong>de</strong>monstrou interesse em conce<strong>de</strong>r in<strong>de</strong>nizaçãoaos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da vítima, na forma <strong>de</strong> pensão especial. Informa, ainda, que a concessãodo beneficio somente po<strong>de</strong>rá ser efetivada por meio <strong>de</strong> lei estadual aprovada pelaAssembléia Legislativa do Ceará, <strong>de</strong>vendo, porém, ser antes encaminhado o Projeto <strong>de</strong> Lei..""~"•à Procuradoria-Geral do Estado para que se pronuncie, como <strong>de</strong> costume.3


•,0000398•.. • Nesse sentido, ressaltamos o interesse do Estado brasileiro em reparar odano moral causado aos familiares da vítima. Para tanto, contudo, faz-se necessáriaconcessão maior <strong>de</strong> tempo por parte <strong>de</strong>ssa Comissão para que o Estado do Ceará possaconcluir seus trâmites internos no sentido <strong>de</strong> aprovar lei que preveja a in<strong>de</strong>nização dosfamiliares afetados pelo dano.• Recomendação 03"Adotar as medidas necessárias para evitar que ocorramfatos similares no futuro.",O Caso "Damião Ximenes" é consi<strong>de</strong>rado um marco pela Coor<strong>de</strong>nação daSaú<strong>de</strong> Mental do Ministério da Saú<strong>de</strong>. Após o falecimento <strong>de</strong> Damião Ximenes em outubro•<strong>de</strong> 1999 na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em Sobral, Ceará, muitas mudanças <strong>de</strong> fato jâ,ocorreram no âmbito da reforma psiquiâtrica no Brasil. Logo após o acontecido, em 11 <strong>de</strong>fevereiro <strong>de</strong> 2000, o Ministério da Saú<strong>de</strong>, reconhecendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reestruturação do•mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção ao portador <strong>de</strong> transtornos mentais, no âmbito do Sistema Unico <strong>de</strong>•-fiSaú<strong>de</strong> (SUS), criou, por meio da PortarialGM nO 106 (anexo V), os "Serviços Resi<strong>de</strong>nciaisTerapêuticos" em Saú<strong>de</strong> Mental, no âmbito do SUS, para o atendimento ao paciente.psiquiátrico, Tal Serviço constitui uma-modalida<strong>de</strong> assistenciàlsubstitutiva da internação•psiquiátrica prolongada, <strong>de</strong> maneira que, a cada transferência <strong>de</strong> paciente do hospitalespecializado para o Serviço, <strong>de</strong>ve-se reduzir ou <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciar do SUS igual número <strong>de</strong>leitos naquele hospital. Em seguida, são realocados os recursos correspon<strong>de</strong>ntes para ostetos orçamentários do estado ou município que se responsabilizarâ pela assistência aopaciente e pela re<strong>de</strong> substitutiva <strong>de</strong> cuidados em saú<strong>de</strong> mental, O Serviço consiste emmoradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>stinadas a cuidar dosportadores <strong>de</strong> transtornos mentais, egressos <strong>de</strong> internações psiquiátricas <strong>de</strong> longapermanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem suaposterior inserção social.•4_._ _ IId'-------------------..._---_.._.~-------, -_...~ • I


· ;•ooo0399'·•Dando continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> reconhecimento da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mudanças, a Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Câmara dos Deputados realizou em junho<strong>de</strong> 2000 a "I Caravana Nacional <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> -Uma 'Amostra da Realida<strong>de</strong>Manicomial Brasileira", quando foram vistoriadas 20 instituições manicomiais em 7estados brasileiros, dando origem a um relatório que <strong>de</strong>monstra os resultados das visitas(anexo Vl), O referido relatório acusou o que já era sabido, um mo<strong>de</strong>lo anacrônico <strong>de</strong>atenção à saú<strong>de</strong> mental no Brasil, e concluiu indicando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças urgentese fazendo recomendações ao Governo fe<strong>de</strong>ral, Governos estaduais e Assembléias•Legislativas.Ainda na esfera do Governo fe<strong>de</strong>ral, foi aprovada em 06 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001 aLei n° 10.216 (anexo VID, conhecida vulgarmente como "Lei <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica",,que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mentais e•redireciona o mo<strong>de</strong>lo assistencial em saú<strong>de</strong> mental. Trata-se <strong>de</strong> uma antiga aspiração domovimento anti-manicomial e uma recorrente proposta das conferências nacionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,mental. O seu texto reflete o consenso possível sobre uma lei nacional para a reformapsiquiátrica no Brasil, redirecionando o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência psiquiátrica, regulamentando•o cuidado especial com a clientela internada por longos anos e prevendo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>punição para a internação involuntária arbitrária e10u <strong>de</strong>snecessária. A<strong>de</strong>mais, em 23 <strong>de</strong>novembro <strong>de</strong> 2001, foi realizado o Seminário "Direito à Saú<strong>de</strong> Mental- regulamentação e ,aplicação da Lei 10.216", pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, Ministério da Justiça e Comissão <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong> da Câmara dos Deputados, ocasião em que especialistas <strong>de</strong>bateram aimplementação das novas regras.. ,•O Ministério da Saú<strong>de</strong>, ao consi<strong>de</strong>rar a situação das diversas unida<strong>de</strong>shospitalares no País e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir a universalida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong>, e a•regionalização dos serviços <strong>de</strong>ntro dos princípios norteadores do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(SUS), bem como a importância <strong>de</strong> garantir a qualida<strong>de</strong> mínima necessária aos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> por meio da implementação <strong>de</strong> sua principal competência enquanto órgãofiscalizador <strong>de</strong> âmbito nacional do SUS, instiuiu, a partir <strong>de</strong> 2002, o "Programa Nacional <strong>de</strong>Avaliação dos Serviços Hospitalares Psiquiátricos" (PNASH), cujo objetivo geral é a5••••_,., 00 ••_, .._" • •••••• _ •• _• I•


,'.00004;)0•,,..•melhoria da qualida<strong>de</strong> dos serviços hospitalares prestados aos usuários do SUS, respeitandoos princípios da universalida<strong>de</strong> e da equida<strong>de</strong>.Tal iniciativa levou em consi<strong>de</strong>ração o resultado da pesquisa <strong>de</strong> opiniãopública realizada em 1998, on<strong>de</strong> ficou <strong>de</strong>monstrada a urgente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aprofundaro conhecimento da situação na época dos serviços hospitalares e, conseqüentemente, proporintervenções dirigidas para a melhoria <strong>de</strong>sses mesmos serviços. A oitiva, <strong>de</strong> maneirasistematizada, dos usuários do sistema e dos gestores locais, reafirmou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>• uniformização dos parâmetros <strong>de</strong> análise para todos os hospitais do Brasil, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> excelência, que orientam e priorizam os objetivos e metas <strong>de</strong>intervenção e ação do Ministério da Saú<strong>de</strong>. A relevância <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizaçãodas ações e serviços hospitalares indicou que qualquer estratégia <strong>de</strong> avaliação requer a,atuação em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.•Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002, após menos <strong>de</strong> um ano da aprovação da Lei <strong>de</strong>,Reforma Psiquiátrica, o Minitério da Saú<strong>de</strong> -aten<strong>de</strong>ndo a recomendações <strong>de</strong> diversossetores e consciente da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se elaborar propostas e estratégias para efetivar econsolidar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> mental que seja humano, <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e comparticipação e controle social - realizou a "III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental", em'que o tema central das dicussões estava solidamente vinculado ao tema mundial proposto, ,••pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) para o ano <strong>de</strong> 2001, "Cuidar sim. Excluir,não". Por outro lado, encontrava-se também vinculado a um tema local, presente no título,"Efetivando a Reforma Psiquiátrica, com Acesso, Qualida<strong>de</strong>, Humanização e Controle,Social", indicativo <strong>de</strong> sua organicida<strong>de</strong> com a construção <strong>de</strong> um Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>público,<strong>de</strong>mocrático, <strong>de</strong> amplo acesso, eficaz, contrutor <strong>de</strong> cidadania e com controlesocial. A avaliação da III Conferência foi que o evento representou um inequívocofortalecimento do consenso em tomo da proposta da Reforma Psiquiátrica, com toda a suapluralida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> interna, elaborando propostas e estratégias para efetivar econsolidar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> mental totalmente substitutivo ao manicomial._.•6____ -......... ' ...... (;... ~"', . , "" .....'--_..- o-o ~~_,., .."'


•'.•r'i 'j" ..... 4 l' 1..... I'v I" \.. I• No intuito <strong>de</strong> se implementar as diretrizes traçadas na Lei <strong>de</strong> ReformaPsiquiátrica supracitada, foram criadas diversas portarias regulamentadoras do Ministérioda Saú<strong>de</strong>, a saber:PortarialGM n" 251, <strong>de</strong> 3110112002 (anexo VIII) - esta Portaria estabelecediretrizes e normas para a regulamentação da assistência hospitalar em psiquiatria no•Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), reclassifica os hospitais psiquiátricos, e <strong>de</strong>fine e estrutura aporta <strong>de</strong> entrada para as internações psiquiátricas na re<strong>de</strong> do SUS. A referida Portaria• estabelece, ainda, que os hospitais psiquiátricos integrantes do SUS <strong>de</strong>verão ser avaliadospor meio do Programa Nacional <strong>de</strong> Avaliação dos Serviços Hospitalares - Psiquiatria(PNASH);PortarialSAS n" 709, <strong>de</strong> 04/08/2002 (anexo IX) - seguindo as <strong>de</strong>terminaçõesda Lei <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica e as recomendações da III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental, criou-se, por meio <strong>de</strong>sta Portaria, um Grupo <strong>de</strong> Trabalho para estudo da situação,dos hospitais gerais, formulando proposta <strong>de</strong> nonnatização das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental<strong>de</strong>senvolvidas no âmbito <strong>de</strong>stes hospitais;PortarialSAS n" 1001, <strong>de</strong> 20/1212002 (anexo X) - esta Portaria divulga os•resultados do Programa Nacional <strong>de</strong> Avaliação do Sistema Hospitalar - Psiquiatria .(PNASH), no período <strong>de</strong> maio ajulho <strong>de</strong> 2002, conforme <strong>de</strong>terminado pela Lei <strong>de</strong> ReformaPsiquiátrica. A referida Portaria estabelece, ainda que os hospitais psiquiátricos <strong>de</strong>verãoatingir a pontuação rninima <strong>de</strong> 61 %, <strong>de</strong>ntro dos critérios utilizados pelo PNASH, para quesejam classificados como hospital psiquiátrico do SUS. Estabelece, <strong>de</strong> igual maneira, queos hospitais integrantes do SUS <strong>de</strong>verão ser reavaliados anualmente peloPNASH/Psiquiatria;PortarialSAS n" 2391, <strong>de</strong> 26/1212002 (anexo XI) - <strong>de</strong> acordo com o dispostona Lei <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica, esta Portaria regulamenta o controle das internaçõespsiquiátricas involuntárias (IPI) e voluntárias (IPV) e os procedimentos da comunicação.-. •das mesmas ao Ministério Público pelos estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, integrantes ou não do7--,---""'_.. '"'... ~,, . -.,'.-I "'lO....-.--'=--"--~.'- o--...,.... ,u" = _ '_""F'" • ,..... • 'e'III!r


••••''''''''4 2li U U L' O, -"..•..SUS. O referido instrumento <strong>de</strong>fine, <strong>de</strong>ntre outras, que a internação psiquiátrica somente<strong>de</strong>verá ocorrer após todas as tentativas <strong>de</strong> utilização das <strong>de</strong>mais possibilida<strong>de</strong>s terapêuticase esgotados todos os recursos extra-hospitalares disponíveis na re<strong>de</strong> assistencial, com amenor duração temporal possível;PortarialSAS nO ISO, <strong>de</strong> 18/06/2003 (anexo xm - este instrumentohomologa os resultados das vistorias realizadas nos hospitais que não haviam obtidopercentual mínimo <strong>de</strong> 61 da pontuação exigida peloPNASHlPsiquiatria 2002, no período•<strong>de</strong> janeiro a março <strong>de</strong> 2003. A Portaria <strong>de</strong>termina, ainda, que após a publicação dosresultados obtidos na avaliação, o gestor local <strong>de</strong>verá adotar as providências necessáriaspara a suspensão <strong>de</strong> novas internações e o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento da instituição, planejando a•substituição do atendimento aos pacientes <strong>de</strong>stes hospitais que não obtiveram pontuação,mínima suficiente para a sua classificação; ,,;~•Portaria n° 52, <strong>de</strong> 20/0112004 (anexo Xllf) - ao consi<strong>de</strong>rar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>•estabelecer critérios técnicos para a redução progressiva <strong>de</strong> leitos, especialmente noshospitais <strong>de</strong> maior porte, <strong>de</strong> modo a garantir a a<strong>de</strong>quada assistência extra-hospitalar aosinternos; a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer uma planificação racional dosinvestimentos••fmanceiros do SUS no sistema hospitalar psiquiátrico e na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção psicossocial, <strong>de</strong>'modo a permitir uma transição a<strong>de</strong>quada do mo<strong>de</strong>lo assistencial; e a urgência <strong>de</strong> s~-estabelecercritétiosracionaispara: a reestruturação do financiamento e remuneração dosprocedimentos <strong>de</strong> atendimento em hospital psiquiátrico, com recomposição das diáriashospitalares, instituiu-se, por meio da Portaria em questão, o "Programa Anual <strong>de</strong>, ,Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS -2004", que prevê atransição gradual e segura do mo<strong>de</strong>lo assistencial, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser reduzidos os leitoshospitalares e o número <strong>de</strong> hospitais <strong>de</strong> maiorporte.Outro avanço que merece ser consi<strong>de</strong>rado é a implantação, sob coor<strong>de</strong>naçãodo Ministério da Saú<strong>de</strong>, do programa <strong>de</strong> ressocialização <strong>de</strong> pacientes internados emhospitais ou unida<strong>de</strong>s psiquiátricas, <strong>de</strong>nominado "De Volta para Casa" que permite aos•internos <strong>de</strong> longa permanência em hospitais psiquiátricos contar com um programa <strong>de</strong>8


•... ,.., .... ,..UlJi)l1403••,suporte social que potencializa seu processo <strong>de</strong> alta hospitalar e reintegração social. E parteintegrante <strong>de</strong>ste Programa o auxílio-reabilitação psicossocial para assitência,acompanhamento e integração social, fora <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> hospitalar, <strong>de</strong> pacientes acometidos<strong>de</strong> transtornos mentais, internados em hospitais ou unida<strong>de</strong>s psiquiátricas. O referidoauxílio foi instituído pela Lei n° 10.708 (anexo XIV), <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, e consiste nopagamento mensal <strong>de</strong> auxílio pecuniário, pelo período renovável <strong>de</strong> um ano, <strong>de</strong>stinado aospacientes egressos <strong>de</strong> internações, cuja duração tenha sido por um período igualou superiora dois anos.•A Lei supracitada foi regulamentada pela Portaria nO 2,077 (anexo XV), <strong>de</strong>.-"""'...•31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, que, <strong>de</strong>ntre outras <strong>de</strong>finições, consi<strong>de</strong>ra como "egressos" epossíveis beneficiários para efeitos da Lei, todas as pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornosmental que estejam comprovadamente internadas em hospital psiquiátrico por períodoininterrupto igualou superior a dois anos, as quais <strong>de</strong>verão estar incluídas no Cadastro <strong>de</strong>Beneficiários Potenciais do Programa "De Volta para Casa". Segundo aPortaria, para que,o beneficiário se inscreva no Programa, o seu município <strong>de</strong>ve estar habilitado <strong>de</strong> acordocom os critérios relacionados na Lei. Um <strong>de</strong>stes critérios é a exigência <strong>de</strong> que o municípioem questão tenha <strong>de</strong>senvolvido ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que atendam às necessida<strong>de</strong>s dosbeneficiários.• . _- A Portaria n" 2.078 (anexoXvf), <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, instituiu aComissão <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa "De Volta para Casa", que tem como, •responsabilida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ntre outras, emitir parecer sobre a habilitação <strong>de</strong> municípios, sobreinclusão ou exclusão <strong>de</strong> beneficiários e acompanhar e assessorar a implantação e avaliaçãodo Programa. A referida Comissão é composta por representantes da Secretaria <strong>de</strong> Atençãoà Saú<strong>de</strong>, Departamento <strong>de</strong> Ações Programáticas Estratégicas, Saú<strong>de</strong> Mental; ConselhoNacional dos Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CONASS); Conselho Nacional <strong>de</strong> SecretáriosMunicipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CONASEMS); e Comissão Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental doConselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.•9' __•• 1· _ .. '-'_'__ _-..., -~•.- - -,~- ~-_._ ..__._-_..._---_.~---_._----------------••


•0000404·'.•-" .....•Na esfera municipal, por sua vez, vale ressaltar os avanços ocorridos noMunicípio <strong>de</strong> Sobral, Ceará, local em que ocorreu a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes, que hoje éconsi<strong>de</strong>rado como exemplo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental no Brasil. Logo após o ocorrido, maisprecisamente em 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong>Sobral realizou uma sindicância na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes (anexo XVID e concluiupela procedência da <strong>de</strong>núncia contra o estabelecimento, sugerindo o seu <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento•pelo SUS. O referido <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento ocorreu, <strong>de</strong> fato, em IO<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, pormeio da PortarialCCA n° 113 da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong> Sobral (anexo•Xvlll). O mo<strong>de</strong>lo manicomial anacrônico <strong>de</strong> Sobral <strong>de</strong>u lugar à "Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atenção Integralà Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Sobral", que foi um marco divisor do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mentalno Município, ampliando a consciência social e institucional da complexida<strong>de</strong> do fenômenodo sofrimento / transtorno mental no contexto municipal, e das limitações das ações até•então praticadas. Assumiu-se então o compromisso <strong>de</strong> ampliar as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>forma a respon<strong>de</strong>r, a partir <strong>de</strong> um referencial epi<strong>de</strong>miológico e social, àquela•complexida<strong>de</strong>, por meio <strong>de</strong> ações diversificadas e integradas, que não se restringissem à•prática clínica, mas que a subordinasse ao parâmetro político da conquista do exerciciopleno da cidadania aos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais. Como. reconhecimento dos••esforços realizados pelo Município, o citado programa foi premiado no concurso• •"Experiências Exitosas na Arca <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - PrêmioDavid Capistrano da Costa Filho", da III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental (anexo,XIX). . ..•,De todo o exposto, reiteramos a <strong>de</strong>cisão firme do Governo brasileiro emintegrar uma nova realida<strong>de</strong> relacionada ao cumprimento dos Direitos <strong>Humanos</strong>.Reiteramos, da mesma maneira, o compromisso do Estado brasileiro em aten<strong>de</strong>r àsrecomendações feitas por esta Comissão no Relatório do Mérito n" 43/03 no que dizrespeito à i<strong>de</strong>ntificação e punição dos responsáveis pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes,a <strong>de</strong>vida reparação pelos danos morais causados aos seus familiares e, por fim, a prevençãopara que fatos similares não ocorram no futuro.•10..................., lo' no· ''''''''''_~'_''''''''''..,_,-,....., 0'1 , __,,'__'_" __ '._--...... ~~-_ .....-...... _-.~_.'=_"'P ...---- - . '---- _. ='=


ooCi I~l 4 Li .5 ..••ANEXO I..-••-.,.." .lO.' F 11'1": .. .....A_.. .._._. .=.=__.__ --~- .._---------------,--_...._-----,----_.. - ...---_..- .....~- --


~ .'.' ,....., "........ -. ....••J.I rcv. C2JD"1 .L~h~ roL',• ••• ..•'••. :'" ... "•••ESTADO DO cEARAMINISTÉRIO PÚBUCO'."..... ,. , ,• .....COJ'VI.ARCA DE SOBRAL•,", .,•Ex,"O SI', Dr. Juiz <strong>de</strong> Direito da 3 a Vara da Comarca ele Sobral•-•".---: ... . '"...:. '.';.'.· .,ADITAME.NTO DE DENÚl':CL.60••.,·'.· .'.,:.t:~~_ ".,........ . .•••.. '.•• . . .' ,· ....~ _.". ,.. . .• •.-.-,- - - ..._-------------.." ..,. --------_.__...... ---.---_. ---._._-_..__.._----~-___ :; • \ .... ; • '".._o- __


,• •. ",,.M· '. ~4· ,~ "'" ... ,•'-"~ '._~', --o.CCCJ(i4U7••••o•,.'•El~s Gomes Coimbra, brasileiro, ('asarln. auxiliar <strong>de</strong> ~nfcrnlagem. nascirlo aos 2<strong>de</strong> julho· <strong>de</strong> 1958, filho <strong>de</strong> Francisco Gomes C.oim!'rJ r. ele An~ Alves Gomes,rClli<strong>de</strong>~te mi" Travessa Sandto Canafi5tulll, ,8. E5T"'Ç.o\O, nesta cida<strong>de</strong>, o crime do~, 136, §. z-. do Código Penal Brasilt'im, pda.~ ra",i>cs q~~ passa a <strong>de</strong>screver:,. .,Consta da <strong>de</strong>núr~;a <strong>de</strong> fls. 2/8 "q~ DO di« 04 <strong>de</strong> outubro. ,. .d. 1999, por ,'oIro das 09:OO,horas da mO~lã o <strong>de</strong>Jkiente mentol Damião XimenesLopes veio ajal«er no'intuior do Cosa <strong>de</strong> R.pouso GU"I'arr;pes, em dltCOTnncio dosmau~-rrQtos sofridOS naquele nosoc8mw".••0-'• ..... ' .1,"'j••N~ a pCÇll aC\ls3t,órh que D;\Ml....O fei levado paraaqucle -Ilcspltahu. sexta.Ceira, ln <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> .1999, e na scg.lnda-feira. 04 domesmo mês, dia: do'seu 6bito, foi \isitado por sua genitora, tendo esta ficado chocada. ao tncontri-Io com as mãos amarradas pua triÍs com tiras <strong>de</strong> pano, complctamcmeSujo, Fe<strong>de</strong>ndo a urina e fezes, com "as ,~ste~clamando a seus pés pela presença da. polícia.rasgadas e com o narh; ~nsangüelltado,. ~sci. mais, da referida <strong>de</strong>núncia que:, cm <strong>de</strong>corrência da. intervcnçio da mãe da ....ítíma, "os <strong>de</strong>nrsnciados Andri ~ CoT1~s banharam o ntima e'Q puseam em uma a1mo, moment" em que este caiu, pois não foi <strong>de</strong>ri:Iam~nl~~ntido, momento .em que arisaram 00 ml!1;Q) <strong>de</strong> plant~o e este rllceltl1u umaniedlwfllo, cp&s ser.medicado foi ll!l'tIdn para a sala d~ int,rcorrincias 1/ c"iocadosobre um colchoneú, tendo.ficado nnqueJel9CaJ ar/su constatado seujalecimellto."•. . A m..terialida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>lith:a resta cornprovada.atraeés <strong>de</strong> .''l.uto<strong>de</strong> Exame <strong>de</strong> Corpo <strong>de</strong> Delito - Cadavérícc <strong>de</strong> D,. 132, du vchrme I, pelo que se"cscori4~tS localimdas no rltgião nasal, ombro dir~ito•constata que a vítima t~'C.J'aa ancerloT dos joelhos e pi esquerdo; equimost,' localizadas na"oilJo oTbitdrioesqwrda, ombro bomoiateral e punhas (compatível com conreníáar, bem cumo pt'b\sindicância reili:tada!lu hospital (Os. 24/53)., 'r,-~, J~.~, '''''.'•.'.• •A CClmi~~io ele Sindicáncia da SCCTl'taTÍe. cl~ Saú<strong>de</strong> ehasistência S


, :-. "••. ,•••.".4t'•qu.. 000101 res8uGrdada a suo ;r.t2aridaclefísico e moral, pelo qual eTO respon,,,1~1 Qinstitu1~."';.••O prôprio Dr. Franctsco Ivo \'25concelos, Dirt:tor,\."•CíniCo do hospíral, em seu<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> fi!;, -154 a 459,...vel II. aflnlla a ocorrência<strong>de</strong>agressõe5 ((síels 'e abusos sexuais aos pacíentcs, bem coIii(S> omissiu por parte UtIDiretor Admjni~tr.ltiv(Jc 'prciprieárlo do hospital. Sr. Sérgio Antunes FerreiraGolIJelS. na gesü'o da Casa <strong>de</strong> Rt.pOU:;(1 Guarar~., dizendo: "... que ?u dlur quc1,"r01"a outros matuiais ee t ;::)'. ~ ",'a enJqml!ira Se/ete em' obt'Í/JadtJ o impro,'!sar; ... qur dmtre as precarieda<strong>de</strong>s elo, ,hospital, o <strong>de</strong>poente co.stvmaVQ corr.mtar cm jocoso que era o ÚlIico Jlospittl/ domundo on<strong>de</strong> nilo existia consultário mldic:o, o <strong>de</strong>poente arend/aos pac:Jet1re nar«epçóo; .... que nilo havia bom entrosamerllo en·lre a direfdo r:!o hospital /I osfu"~on6t:io$; que (1 âlretor presi<strong>de</strong>nte do hospital n60 dava ~c1jente na in.stituj~o• •••e indusive quando precisa Jalar com o <strong>de</strong>poente não <strong>de</strong>scia cio carro. malldQVQ. ,. ,chamQr o médiCo: que nenhum paciente. (tu fttmi1iar mantinha contaro com o direcvrpre.sjdflltJ! no hospital...;'... que aIaumas reclama~t trdm. graves mas nada Ud: provltJtmcJado; que apenas para citar duas nclamaí&s St:Cl.u: 1aOlJv.r uma acusafilD<strong>de</strong> estupro e um tJwdlior <strong>de</strong> t'!frnnaSIIm m.sou a quebrar o brai~<strong>de</strong> paciente em.-.duas panes; que o <strong>de</strong>pot!1Jtf: t!1Jcomínhou as redama~1!Spara o dirlltor :Ia hospiral enadaJoiftlto, mmhumjundonóritlItli <strong>de</strong>m!tidtl; 'f'" nada tamblmJOi apurado.". ,Elias Gomes Coimbra. ilu:óli..r <strong>de</strong> enfermagem, por sua,•.~; '\. .,:.. :.• ', ... ' .'.. ." .''..,:.•:: .vez, em seu <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> fls. 464/466. \1)1. II, Admite ter efetuado a contenção da,-(tima no dia (10 seu óbito.. Dil: o seguinte: ••... que a conwifco física foi feita p.rJoprdprlo d"poenrc t por mais dois pacientes; que um das pa<strong>de</strong>ntes que CljrltlDIl o. dqx1I:Dt. na conrsn,ao <strong>de</strong>r vftima .se chamal'l3 Gener r. c outro Cláudio; que Clebcr, 'por ,tu um flsiC!1 c;:runtfljado abra~ou Damião mquanto Gáudio Ihr. ~80 pejasperDas; 'qur. no m::mllDttl em que CJt!~r. o. Cláudio, dois paarnrc, til"/lvam Damiill<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do banheiro Damilfo botl!u o $'.ipuetlJo na quina âa pare4t., ocasionandoum peqilmo cone com .sa1ierammtD...; ... qUI! não em pTluedim!.'Jt.'I comum DO.bDSJ'ital que as col2ten~ jf&iC05 fossem Zf!!l1iuuI::s por outros pc:cienres; que lia•,i?CIIsilü>,a conren,iio foi feita por ou%rn.t pClci~rms pois se mIfal'a <strong>de</strong> um naminiJ" limo!1itDru estavas» õ. Jo1ga; •.• '1:1t! "a ocasi/Io ,~lI1';Q apemi/s dois auxiliares tIeenJennagun homens e umamulh~T; 'l'l" o OUlTO al:;cíliaT não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>i)CtrT. o pátiocom 40 3 60 paci~Dm para fazer a conte~ão <strong>de</strong> Domiüo e por esse motivo o<strong>de</strong>poente os pacientes Oebu e C16udio para ajudar; ... que Da sesuncia feira <strong>de</strong>manhã, dia cm que Damião' fcl~rm,sezT.fiG3 no .J:osl'i:aJj".Carlos A.JbtlTt> e Am!r:! c.fml'a prestan⻕•••, ...--- - ••---_..._._----_._-II....~ , ...' oe. ". -..-._--_.. _._ ..-------• Ia • ,. - ,------------_.-----


,.~'.• •• • ••1 .:.t'"!' ..·, ,,.. .=.. "O~ ~'~/'O'G~....".. ... . _ --_,.... ~ ......-rJ~ .........1;. ••••••"O. ra:085 4523716r: "~o, .I 4 I i 9",'~;l.... .... ...... ,"'."•· •.• i"•,'l." '';l


'. ... ..'J'''' "-,,..,., '~.>-",..,.u/U'~I. '....':._.... -'- - ". . 1'[.', ns.:~ "523716,-"•• I'. ....... ...J: .. ' ..... ••0J __ .,• • ••• •• , .•GCu .. 410•PrOltlotora <strong>de</strong> JustiÇ'll•• ••ROL DE TESTEMUNHAS.- ........••J. José Cl.áudlo .4.guiu, qu;liik·.tS-~o'<strong>de</strong> 1Is. 450/463. \'01. II;2. Francisco da$ Chagas Melo, qualilicaç:l.o ele Ils, 510. \'01. II;3. Maria COlete Sl1va, qualilleaçãc ci7- O~. 522. rol. II;•4. 'i\1arla V~rônica Miranda Bezerra! qualificação <strong>de</strong> Os. 583, "Q\' II;.5...\lbertina Viana Lopes, qualificação <strong>de</strong> Ils. 569: vol. II.•'.j ..•. ()I' . ~•"'_IOU .. JIiITl(lR. I. , ••.-•e••-•· ....-. -......': ..'••• 00•" .." •• •••..... .,.• •.., ••••i\J•• ••~......_, ..•• o ' •••


•,.'-••ANEXO II•"•._-. ~.-._._,--_._~"... . ..... .. ,------


__• L' 4"'" I ..---.-.-.----- ...... ••.• ~--_.. -- -- ...~,-.•-.-••_,.-.-.----------..-.- •.. ---.~-_.----------------•,rI­ .'"",•"-.....••~ ..."',...........-:;-••. ..,f"I.J. I CI-. tJUJ ~ r.La••,•.-. . '.. ' .....ESTADO DO cEARA .MINISTÉRIO PÚBLlCOCOMARCA DE SOBRAL0000412- ." :,":"1. ." ..•\.• ••,,Alegaç9es FinaisProe. N." 674/2000. Autora: Justiça PúblicaRéus: Sérgio .Ju1tunes Ferreira Gomes e cutros. .Delito: Art. l ,6, § '2°•.'• •• ,-, ...Ii_,MM.Jub:,.,":,' .:"l. • •"•, ,•••o Ministério Público ofereceu <strong>de</strong>núncia wntTa Sérgio Antunes FerreiraGomes, Culos Alberto Rodrigues d.OI Santos, André Tavares doNasciin.ento e Maria Salete Mm'aes Melo <strong>de</strong> Mesquita, acusando-os fridos no:q'l<strong>de</strong> nosoeêmíe.Consta mais da pe~ acus..t6ria que DI\.\1I.i.O foi levado p.lr~•aquele hospitalna sexta-feira, 10 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 e, na ~g"Jl1d~ feira, pd~ m.. nh~, u:a do óhit",íoi visitado por sua lf'J'itora, tendo esta t1cado d1()~'ada ao encontrá-lo ('0111 as mãos",......,-•.-.- .__... _. _.p•


I•,,•0000413•••,•e.•aman'adas para trás com tlras <strong>de</strong> pano, completamente ~lIjn. fl"


""'-'.. I c.... tJLO ~,) ( J.O• • • • • ••• ••­0000414•,re·, .,•Outras t"tid~ncias <strong>de</strong> maus .trCltus apontadas pela Comissão <strong>de</strong> Sin


• u,.• ' • tt...... ...•••000Q415,."'.••••••. Rd"tivamcnte '•.05 acusados Salete, André c Culos Alberto que, no di~~da <strong>de</strong>núncia, ~estQvam trabalhando duronu o JI0r6rio da morle <strong>de</strong> Damião t nQOrealizaram as çondoras necessãrias pore zelar !MIa intllSridod; JisicadaquelepacJente. <strong>de</strong>i.mndo <strong>de</strong> tomar cuidaclos int1is~ns61"ei!pal'Q Q sa(í<strong>de</strong> da vitima,"fOBm comprovadas suas aç!5~s


'':'~-V 11n.·......., ,- .......... ~-, r~."".;;;;• ,....... Ic....~' .....,oe" '1.-.:;;;11 ... I r r;:v. c.u...:. ."",. ""'... ••, " > ~ ..•'.• • •• • •, ...que O <strong>de</strong>poente prescmciou o funcionário COSME se masrurbundo, achando 'lu, outros paci.enm também percebiam tai lIcitu<strong>de</strong> rie COSMEj ",•:'. ,


••.1.( r't:V. ~I J."'."~•­••• • •••000(!417.."... . l-••..A evi<strong>de</strong>nciar tão triste realida<strong>de</strong>, basta q\ll' acrescentemos aos d:~pr'illu:nto· dastestemunhas acima' referidas as <strong>de</strong>elarações da genitora ck Dlim;:;'/) (t15. 569, vol,II), Sra. Albertina Viana Lopes,.C{uanc!c o \'i~itou horn~ ames <strong>de</strong> Seu (;t!t-dn"'nto,. como seguem: ...... Que quando riu o seufilhO' no pátio. o mesmo se enrontravo tlOdosujo, com os mãos amorrQ'Iltu'PQr{( trás, saneranJo p;U&'''''u.J:i~t1r. com mancha., dI:SODeUI' no pqriz, cheio d,f! marcos <strong>de</strong> pancadas e. '{Ilase rem cOllSeoulr andar; que ayltima constantemente dizia: "potkia, pollcio, pa/fcia ..." Que chamou o mldico e oDr, Ivo, que estava do ourro Icúfo do bak60, nao <strong>de</strong>u atenSQO o mesmo, dizendo d<strong>de</strong>dGTon~e que <strong>de</strong>iMIsse <strong>de</strong> thonm QUII pediu que olho.ue o seu .filho porque ele.. 'uhml morrendo, tmdo o refendo mldiJ:o dito "<strong>de</strong>im morrer ptJrqU/l lfuem Dasa ,•.... .poro. irJorrcr"; Q~e levaram o seu.fiIlJo rora dar um bimbo e <strong>de</strong>pois o levaram pam•..•• •. ··r·,·... ~ ...,'. .: ..• •.outm sala; QIlI! quando cbtgou nesta sala, ~.ru filbo esrcn'a <strong>de</strong>itodo no chão.stJm.'· roupGs e. com as mãas amalTOdQs com .pano ptU'a trcb; Que nesre momento nãodiUl'. se seu .filho estaYQ dormindo ou eSlQvO morto; •. , Que vo1tnu pom Varjota equando ch/l8UU sDube que tlnham liecu]o para .C'Qsa pedindo PQra que .'01kJS$'urgente qu~ acompa,-Jhada <strong>de</strong> sIU senro .4ncõnio. Airton MiJ:ando.·, resi<strong>de</strong>nte emipueinlS, mornou para Casa <strong>de</strong> Repouso; que lá


•,,.. .... .t . , t't0000418,•C~m I:dação à cO\\dutll 1.10 médico Dr, Pranctsco Ivo Vasconcelos c a doauxiliar <strong>de</strong> enfenll8gcm EUas Gomes Coimbra, segue em Sep~MldD pedido <strong>de</strong>aditamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia.Sobral-Cê, 22 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003." .~'\ .. ...."'.•,- .'... ROSINA L L'\ FR 'A ARAGAO-•. ,,•...... .r-,'. .., .•Promotora <strong>de</strong> Justiça•. '• • '"•." ." . "•,..-~,,. tO'I• ••, .,.... .'.- .,.......'..,... • .~ "."....~_ ...__•••_ ....__,. o ,......_., •. e"--------------. _ .•... '••_._ .e • _ ._----~- • -_ ..


, ,'.0000419•,..••ANEXO III..-•••-------_._---• ••


•,17 FBi. 2004 09:58CÂMARA DOS DEPUTADOS.P!J'~ •Brasília - DF, 20 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 200 .COOQ420OF. N· 374 J03-GDJAExcelentfssimo Senhor Juiz <strong>de</strong> Direito da sa Vara da Coman::a <strong>de</strong> Sobral,Vimos. através do presente, após 1ermOS tido ciência, por meio <strong>de</strong> ínformaçtle$ fornecidaspela representante da f3núlia do Sr. Damiio Ximenes. Irene Ximencs Lopes MiIaRda,requerer e expot a V.Exa os fatos scguin1c:s:• •Consta que os processos <strong>de</strong> a· 674/1000 (açio per181).JU1 3' Vara di! COlDares <strong>de</strong> Sobnl ­CE e o proceuo lOOO.028.62439 - 3 (açio iD<strong>de</strong>nm.tól'ia) •• S- Vara da COlDara <strong>de</strong>Sobral - CE estariam, há aproximadamente 2 anos, sem receber qual <strong>de</strong>spacho ou andameotoprocessual.Os dois pI'OCIeSSOS acima estio relacionados à morte do Sr. DamiIo Ximeoes. <strong>de</strong>mro da "eu.<strong>de</strong> Repouso Guararapes", sanatório vinculado ao SUS (Sistema Úniço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>), no dia 04 •outubro <strong>de</strong> 1999, que foi vitima <strong>de</strong> maus--tratos e negligência hospitalar.-- Sabc-sc que diante da situaçlo dos pro


• 17 FB./. 2Ellil4 0'3:155 P2•• ,•0000421ESTADODO tEARAPODER JUDlaARloS- VARA - COMARCA DE SOBRALAÇÃO DE INDENlZAçAOPROCESSO N" 2000.6173.0797-0ft)REQUERENTE: ALBERTINA VIANA WPfSREQUERIDO: CASA DE REPOUSO CUARARAPESDESPACHO:•Vistos,Consi<strong>de</strong>rando ~ o expediente ~ Jls. 204. noficill II uisfirtc:ia <strong>de</strong> açfoperurl em rJirlw1e do fizto <strong>de</strong> que trllm os presentes IlUIOS. que trtunittl noJuiz.o d4 3· Vara <strong>de</strong>sta Comiuca, bem assim que esstl drcunstíhlCÜJ inftuiJf4 <strong>de</strong>c:is6o <strong>de</strong> mérito d4 causR em quesflo, <strong>de</strong>tmlrino II expedição di! ofkioàquek juízo solicitando in~a respeito <strong>de</strong>ssa açfote tfUIl1Ilo QO esl1llJlJ processwtl em que se encontm.CE, 15 <strong>de</strong>a<strong>de</strong> 2003.•,••,-------_.------____._'.......... ~._".__ UM .' ." • ..' ~ .• --,- .'-


•I"U.I c..... oe;:, ~.:J( .LO-'.• • ••••ESiADO DO cEARÁPODER JUDICIÁRIOCOMARCA OE SOBRALSECRETARIA DA 5" VARA•Processo: 2000.0173.0797-0 (208100)Açio: In<strong>de</strong>niZaçioRequ.,.,..: AlbeItln8 Viana LopesRequerido: casa (Se Repou$O Guararepes••0000422Ofício l'l": "/2 f03Em 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2003Assulto: Inofrl\'\a96es <strong>de</strong> Açlo Criminal••Sre. Oiretore.POI" <strong>de</strong>tonnlnaçio <strong>de</strong>ste Juizo. exara<strong>de</strong> tis fts. 206 dos lulos supramenclonadoll. solicilamosintorm8Ç6es pormenOl1uóas 8 respeito Cl8 açlCl tnmlnal 11". 2ooo.0172.918&-1 que trllmllanesse Ju/zD. nollldamente quanto ao estaeto pmcesSUlll em que Henoontnl.•• ?•ADir8tCnI <strong>de</strong> secretarie CÜJ 3. VaraSoInI· ce... I i I ,,= _. .F •__•-.._--------.....-..•• _.Oh'" "---- ..


NJ. íEI...:1/IB5 4523716 17 FEV. 2Ell!l4 l!l9:56 F••ESTADO DO CEARÁPODER JUDICIÁRIO3' VARA DA COMARCA OE SOBRALF6rum Dr. Jpsé Sob6ia <strong>de</strong> AlbuquerquePraça Sen.l=igueira. s/n - Centro - CEP 62.010.000 000042301. nO .ã.iJ,J03Em 19 <strong>de</strong> 090510 <strong>de</strong> 2


• .L' rt='oo'. e,e..,1 ~~.JC1 r,-•0000424•ESTADO DO CEARÁPODER lUDlaARJO5 d VARA DA COMARCA DE SOBRALPROCESSO Net 2000.6173.0797-0,,1)DF.5 PA CHO:.,Vistos.•A vistll da informnçDO que repousa às fls. T, suspendo Opresente processo,nO aguardo do <strong>de</strong>slin<strong>de</strong> final da açno penal em trâmite no Juízo da 3" Vara<strong>de</strong>sta Comarca contrA um dos ora promotriàos, SÉRGIO ANTUNESFERREIRA GOMES, relD.fivamt:nte ao fato em questão, pelo prazo. ' .máximo <strong>de</strong> 01 (um) ano, tudo CQm apoio no m. 265, IV, "a" e §5" doCPc.__.,...osto <strong>de</strong> 2• •IACUMUJ Z SUBSTIPOS.315/2003), ,............. t »,~••• '.r: •" ,.. '.........,.... .'. .--. ... ... .'. .,p,.•--as.' , ~.~-, .. ~-_._----- .-----~.-. __.,'__."' ~- ~ , ._._ i _.---~ ••-


•••,""""'lO I c.."DO:) ct:>c:., ( .LO,J.' rc:v.,t:Xt't tJ;II.,J. ,.r.... /~I ' .• •,..•ESTADO DO CEARAPODER JUDICIARlOCOMARCA DE SOBRAlSECRETARIA DA 5", VARAFórum Dr. José SlibOia <strong>de</strong> Albuquerque0000t125Praceno: 2000.028.D2A39-3 (208100)Açao: Inc:lenlzaçloRequerente: AIber1Ina.... LopesRequeridos; Cus <strong>de</strong> Repouso Gu.rarapes e Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconceloll•o DR. GIACUMUZACCARA LeiTE CAMPOS.JuiZ <strong>de</strong> DireilO da 5" Vara, no uso <strong>de</strong> suas atribuiçOell legall etc_.•MANDAao Sr. OfIciai ele Justiç8 <strong>de</strong>ste Julzc. 8 quem este for apl1lHl'ltado, indo <strong>de</strong>VIdamente aSsinado que•em cumpr:imenlO ao presente mandado, INTIME o nlQuerido ~RGlO ANTUNES FeRREIRAGOMES. Rua Paulo Arag6cI, 800, centro, Sobral - Ce; o acNogado do ~uerido ANTONIO VIANARODRIGUES FILHO; o advogado ANTONIO LOURENCOTOMÁS ARCANJO. por todo o conleCldo o~ proferido pelo MM. juiZ. cujo teor é o IegUInte: -A viaIB dIIlnfonnaçlo que I8pOUSlIU ...208, suspendo o ptesente processe, no aguardo do tJea/1n<strong>de</strong> tlnal da açto penal em tramIIe no JfJIlDC1lI ,.. VlII'lI dNIe Coman:e contra um dos 01'8 ptornovic:bs, Sl:RGtO ANTUNES FêRRElRA GOMES,relellv8m9,. 80 "'0 em qw$llo, pelo /HUI) m/aJmo <strong>de</strong> 01 (um) ano. tudo com apoio no erl.. .2~ 'v."," e § fi' do CPC. Sobral, Ce, 29 <strong>de</strong> agosto ele 2003. (I) GlacumUZ8OCllf8 LeIte Campo$. JUiz <strong>de</strong>D~- ":CUMPRA-SE. Dado eSobral-Ce, Estado do Ceert. Aos 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong> 2003.JOnlor, Técnk;o Judici6rio,


"IJ. TEL: 085 4523 716 1.7 FBi. 20llI4 09:513 P:••.., .,".......,0000426•",f?s::~~~oo ow, t~ O(A~i~M~,o-t0 /VM tJ~ ~€T.eo l r,J-rtN,' O\'Qiew p. ,-3)0 '5 f'RG1'e /à rJT;lA fvt::r Ff,e-~ í ~ Cb \) ,A.I'a ~ o :DR.. A J yJt~"" ;-o V.'Af..A.Ro ~;0 /Lrs ~ íllto e. eer. oo(vvo o lfl.A tJTo N Io 'l.o 14 !'te A1~ o 1 ofv'O.:l- P t!o.!JGo ~os elAtl.s ~; U\..e4r1 CiE,t,..ttES D~~~•o (? o;J T tfv\!'Jo ])0 fl2-t)~NTIi' f\'Ia,~oY'!etv3.eV24M A::i co~F~ @~ tl-\~~o ff~Ct' y;: I .Ac;pt5s €.'N"fUl~ A-~ -s WJt-SNC,\,,A,S 'Di: C:í~,Jte;s NO (C.oS,1\:> J:O ~.o f-E r-~(Li:J)Q r;f.. \JE-tz- bf\~E. e ~o~ f'if ~S p 13 (24 (, 3~ /1 0 / ;),003•"••, U' ,. ,- , ,,\ ..CJi • I!, • ." .." ..\, ..~ ,,'d ,I '_......... .,,"" • V' _-. _ri .oe too ' .•.. 0 _ ••,__.. • , , ~•• ,. t,__F _


••0000427• .•, ANEXO IV•, ,.... ,m_-=--'..,•.._------a ,ld


"\., r·~ . SECRETARIA DA SAÚDE"'''';~ ,. •... r AV. Almirante Barroso, "a. 6DO_..-,~.fort.wza . ce....CEARA FOlie' 4882011/fax' 4882201.... ~ ... ""'~ .... '~='. ".,'Of.l'\A. O 9 3 /2004-GABSEC0000428Fortaleu-CE, 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> •.004,••Senhor Secretário,•Cumprimentando V.S"., reportamo-nos ao Df. nO,035/2004·SA/SEDH/PR, datado <strong>de</strong>02/02/2004 e informamos que o Exm". Sr. Govemador, Dr, lúcio Gonçalo <strong>de</strong>Alcântara, após tomar ciência das conclusões e recomendações da conussãe<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos' <strong>Humanos</strong> l:!(;erC/l do caso do ~<strong>de</strong>nte psiqu"bico-OAMIAO XIMENES LOPES, morto em 04 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999,· em <strong>de</strong>corrênl:la <strong>de</strong>alegados maus tratos, na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, em Sobral/CE, áemo'lstrouinteresse em in<strong>de</strong>niza,. os <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do citado paciente, através da conc;esslio•<strong>de</strong> uma pens!o especial.•Ocorre, entretanto que, ii ccncessão <strong>de</strong> tal ben~fído somente po<strong>de</strong>rei ser efetivildaatravés <strong>de</strong> Lei Estadual e antes <strong>de</strong> ser encaminhada o Autógrafo <strong>de</strong> Lei Ilara aAssembléia Legislativa, será objeto <strong>de</strong> análise e pronunciamento pela ProcuradoriaGeral do Estado-PGE.•-.Permanecendo ii disposição <strong>de</strong>ssa Secretaria dos DireitOs <strong>Humanos</strong>" renovt1lm(,s aV.S'. nosse m~nlfestaçio <strong>de</strong> elevado apreçc e consl<strong>de</strong>raçlio.•Ater.closa:nente,,'.-_..-----. •._--:..//'_.:....../JurandJ FfU/u()S() SIlVaSECRETAAtO DA MUDEIImA. Sr.Dr, Mário Mame<strong>de</strong>Secretário Adjunto dos Ji>lrelto5 <strong>Humanos</strong>Esplanada dos Mlnisté~ - Bloco ·T" - Ed. Se<strong>de</strong> - Sala 422700D4-9ClO - Brasília/DF-...,.. o, ...~_.•__, _._,."_. ----- _,


,.• ,0000429,•ANEXO V.-••, ,•--_...- "" ...... ..,_.,_,..---, _, _ UI",-~,._-_.-'- .__ ._---------.-----~o' "•..._.•...


••••• ,0000430, ,' ••0Portaria/GM nO 106 - De 11 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000Institui os SelViços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticoso Ministro <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, no uso <strong>de</strong> suas atribuições, consi<strong>de</strong>rando:a necessida<strong>de</strong> da reestruturação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção ao portador <strong>de</strong> transtornos mentais. no•âmbito do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS;a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir uma assistência integral em saú<strong>de</strong> mental e eficaz para a reabilitaçãopsicossocial;•a necessida<strong>de</strong> da humanização do atendimento psiquiátrico no âmbito do SUS, visando àreintegração social do usuário;a necessida<strong>de</strong> da implementação <strong>de</strong> politicas <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da assistência à saú<strong>de</strong>mental. objetivando à redução das intemações em hospitais psiquiátricos, resolve:•Art. 1.° Criar os Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental, no êmbito do Sistema Unico<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. para o atendimento ao portador <strong>de</strong> transtornos mentais.Parágrafo único. Enten<strong>de</strong>-se como Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos. moradias ou casasinseridas, preferencialmente, na comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>stinadas a cuidar dos portadores <strong>de</strong> transtornosmentais, egressos <strong>de</strong> internações psiquiátricas <strong>de</strong> longa permanência, que não possuam suportesocial e laços familiares e. que viabilizem sua inserção social.Art.2.0 Definir que os Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental constituem umamodalida<strong>de</strong> assistencial substitutiva da internação psiquiátrica prolongada, <strong>de</strong>' maneira que. a cadatransferência <strong>de</strong> paciente do Hospital Especializado para o Serviço <strong>de</strong> Residência Terapêutica.<strong>de</strong>vese reduzir ou <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciar do SUS, igual n.°<strong>de</strong> leitos naquele hospital. realocando o recursoda AIH correspon<strong>de</strong>nte para os tetos orçamentários do estado ou municlpio que seresponsabilizará pela assistência ao paciente e pela re<strong>de</strong> substitutiva <strong>de</strong> cuidados em saú<strong>de</strong>mental.•Art. 3.° Definir que aos Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental cabe:a. garantir assistência aos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais com grave <strong>de</strong>pendênciainstitucional que não tenham possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> inteira autonomia social e nãopossuam vlnculos familiares e <strong>de</strong> moradia;b. atuar como unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong>stinada, prioritariamente. aos portadores <strong>de</strong> transtornosmentais submetidos a tratamento psiquiátrico em regime hospitalar prolongado;c. promover a reinserção <strong>de</strong>sta clientela à vida comunitária.Art. 4° Estabelecer que os Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong>verão ter umProjeto Terapêutico baseado nos seguintes princípios e diretrizes:-a. ser centrado nas necessida<strong>de</strong>s dos usuários, visando à construção progressiva da suaautonomia nas ativida<strong>de</strong>s da vida cotidiana e à ampliação da inserção social;b. ter como objetivo central contemplar os principios da reabilitação psicossocial. oferecendoao usuário um amplo projeto <strong>de</strong> reintegração social, por meio <strong>de</strong> programas <strong>de</strong>alfabetização. <strong>de</strong> reinserção no trabalho. <strong>de</strong> mobilização <strong>de</strong> recursos comunitários. <strong>de</strong>autonomia para as ativida<strong>de</strong>s domésticas e pessoais e <strong>de</strong> estimulo à formação <strong>de</strong>associações <strong>de</strong> usuários. familiares e voluntários.__o • • ~_.m.lIIl • 'II' .,' • •_...._..... ..'.''''_._.-_-_0-._._ __ ..~.•... .- _


•" "lO0000431• ,•..c. respeitar os direitos do usuário como cidadão e como sujeito em condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolveruma vida com qualida<strong>de</strong> e integrada ao ambiente comunitário.Art. 5° Estabelecer como normas e critérios para inclusão dos Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticosem Saú<strong>de</strong> Mental no SUS.•a. serem exclusivamente <strong>de</strong> natureza pública;b. a critério do gestor local, po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong> natureza não govemamental, sem fins lucrativos,<strong>de</strong>vendo para isso ter Projetos Terapêuticos especificos, aprovados pela Coor<strong>de</strong>naçãoNacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> . Mental;c. estarem integrados à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços do SUS, municipal. estadual ou por meio <strong>de</strong>consórcios intermunicipais, cabendo ao gestor local a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer umaassistência integral a estes usuários, planejando as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma articuladanos diversos niveis <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> assistencial;d. estarem sob gestão preferencial do nivel local e vinculados, tecnicamente, ao serviçoambulatorial especializado em saú<strong>de</strong> mental mais próximo;e. a critério do GestormunicipaVestadual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, os serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticospo<strong>de</strong>rão funcionar em parcerias com organizações não-govemamentais (ONGs) <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,ou <strong>de</strong> trabalhos sociais ou <strong>de</strong> pessoas tisicas nos mol<strong>de</strong>s das famllias <strong>de</strong> acolhimento,sempre supervisionadas por um serviço ambulatorial especializado em saú<strong>de</strong> mental.,Art. 6.° Definir que são características físico-funcionais dos Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos emSaú<strong>de</strong> Mental: ""6.1 apresentar estrutura física situada fora dos limites <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s hospitalaresgerais ou especializadas. seguindo critérios estabelecidos pelos gestoresmunicipais e estaduais;""6.2 existência <strong>de</strong> espaço tisico que contemple <strong>de</strong> 'maneira mlnima:6.2.1 dimensões especificas compativeis para abrigar um número <strong>de</strong> no máximo08 (oito) usuários, acomodados na proporção <strong>de</strong> até 03 (três) por dormitório.••6.2.2 sala <strong>de</strong> estar com mobiliário a<strong>de</strong>quado para o conforto e a boa comodida<strong>de</strong>dos usuários;, ', .• •, '6.2.3 dormitórios <strong>de</strong>vidamente equipados com cama e armário;6.2.4 copa e cozinha para a execução das ativida<strong>de</strong>s domésticas com osequipamentos necessários (gela<strong>de</strong>ira. fogão, filtros. armários etc.);6.2.5 garantia <strong>de</strong>, no mínimo. três refeições diárias, café da manhã. almoço ejantar.Art. 7.° Definir que os serviços ambulatoriais especializados em saú<strong>de</strong> mental, aos quais osServiços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos estejam vinculados. possuam equipe técnica, que atuará naassistência e supervisão das ativida<strong>de</strong>s, constitulda, no mínimo, pelos seguintes profissionais:a. 01 (um) profissional médico;b. 02 (dois) profissionais <strong>de</strong> nível médio com experiência elou capacitação específica emreabilitação profissional.__' ' .. '.....=·8 _,.~..,,-,-~ . "'... o ..'·rr",,= o', ..,_•• -- -._,_,-'------------------. - "~-'''-'"'----,"'..._"_.-----_._~.(-'_.,- .- - •


•••0000432......Art.S.o Determinar que cabe ao gestor municipal/estadual do SUS l<strong>de</strong>ntlfícar os usuários emcondições <strong>de</strong> serem beneficiados por esta nova modalida<strong>de</strong> terapêutica, bem como instituir asmedidas necessárias ao processo <strong>de</strong> transferência dos mesmos dos hospitais psiquiátricos para osServiços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental.Art. 9. 0 Priorizar, para a implantação dos Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental, osmunicipios on<strong>de</strong> já existam outros serviços ambulatorials <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> natureza substitutlvaaos hospitais psiquiátricos, funcionando em consonllncia com os principios da II ConferênciaNacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e contemplados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong>vidamentediscutido e aprovado nas instllncias <strong>de</strong> gestllo pública.•Art.10 Estabelecer que para a inclusão dos Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mentalno Cadastro do SUS, <strong>de</strong>verão ser cumpridas as normas gerais que vigoram para cadastramento no•Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a apresentação <strong>de</strong> documentação comprobat6ria aprovada pelasComissões Intergestores Bipartlte.Art.11 Determinar o encaminhamento por parte das secretarias estaduais e municipais, aoMinistério da Saú<strong>de</strong>/Secretaria <strong>de</strong> Politicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - Área Técnica da Saú<strong>de</strong> Mental, a relaçllodos Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental cadastrados no estado, bem como areferência do serviço ambulatorial e a equipe técnica aos quais estejam vinculados, acompanhadodas Fichas <strong>de</strong> Cadastro Ambulatorial (FCA) e a. atualizaçllo da Ficha <strong>de</strong> Cadastro Hospitalar(FCH), com a redução do número <strong>de</strong> leitos psiquiátricos, conforme Artigo 2. 0 <strong>de</strong>sta portaria.Art.12 Definir que as secretarias estaduais e secretarias municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com apoio técnicodo Ministério da Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>verão estabelecer rotinas <strong>de</strong> acompanhamento, supervisão, controle eavaliação para a garantia do funcionamento com qualida<strong>de</strong> dos Serviços Resi<strong>de</strong>nciaisTerapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental.Art.13 Determinar que a Secretaria <strong>de</strong> Assistência é Saú<strong>de</strong> e a Secretaria Executiva, no prazo <strong>de</strong>30 ( trinta) dias, mediante ato conjunto, regulamentem os procedimentos assistenciais dos ServiçosResi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos em Saú<strong>de</strong> Mental.Art. 14 Definir que cabe aos gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do SUS emitir normas complementares que visema estimular as politicas <strong>de</strong> intercllmbio e cooperação com outras áreas <strong>de</strong> governo, MinistérioPúblico, Organizações Não-Govemamentais, no sentido <strong>de</strong> ampliar a oferta <strong>de</strong> ações e <strong>de</strong> serviçosvoltados para a assistência aos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais, tais como: <strong>de</strong>sinterdiçãojuridica e social, bolsa-salário ou outra forma <strong>de</strong> beneficio pecuniário, inserção no mercado <strong>de</strong>trabalho.Art. 15 Esta Portaria entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação.José Serra•.. ........_ •• ' I 1''' '".>-_. _'". _._---_._..------------------_.-"...------~--.-_. •


,.•0000433,..••~EXOvn•, ,•••~·~.a_....._----• •, .... -- -_.~-


••,.0000434••• Presidência da RepúblicaCasa CivilSubchefia para Assuntos JuridicosLEI N° 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.Dispõe sobre a proteção e os direitos daspessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mentais eredireciona o mo<strong>de</strong>lo assistencial em saú<strong>de</strong>mental.•o PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional <strong>de</strong>creta e eusanciono a seguinte Lei:Art. 1 9 Os direitos e a proteção das pessoas acometidas <strong>de</strong> transtorno mental. <strong>de</strong> que trata•esta Lei, são assegurados sem qualquer forma <strong>de</strong> discriminação quanto à raça. cor. sexo,orientação sexual, religião, opção política, nacionalida<strong>de</strong>, ida<strong>de</strong>. famflia, recursos econômicos e aograu <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> ou tempo <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong> seu transtorno, ou qualquer outra.••Art. 2 g Nos atendimentos em saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong> qualquer natureza, a pessoa e seus familiaresou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único<strong>de</strong>ste artigo.•,Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora <strong>de</strong> transtorno mental:I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, consentâneo às suas necessida<strong>de</strong>s;II - ser tratada com humanida<strong>de</strong> e respeito e no interesse exclusivo <strong>de</strong> beneficiar sua saú<strong>de</strong>,visando alcançar sua recuperação pela inserção na familia, no trabalho e na comunida<strong>de</strong>;III - ser protegida contra qualquer forma <strong>de</strong> abuso e exploração;•IV - ter garantia <strong>de</strong> sigilo nas informações prestadas;V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessida<strong>de</strong> ou não<strong>de</strong> sua hospitalização involuntária;VI - ter livre acesso aos meios <strong>de</strong> comunicação disponiveis;VII - receber o maior número <strong>de</strong> informações a respeito <strong>de</strong> sua doença e <strong>de</strong> seu tratamento;VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;IX • ser tratada. preferencialmente, em serviços comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.•Art. 3 g É responsabilida<strong>de</strong> do Estado o <strong>de</strong>senvolvimento da politica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, aassistência e a promoção <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais. com a <strong>de</strong>vidaparticipação da socieda<strong>de</strong> e da farnílla, a qual será prestada em estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental,assim entendidas as instituições ou unida<strong>de</strong>s que ofereçam assistência em saú<strong>de</strong> aos portadores<strong>de</strong> transtornos mentais.••• • r _ ""10. .. ...." .. ~._....__.---_...._-----_.._.-_._-----_._--_.- •_....


••Art. 4 2 A internação, ern qualquer <strong>de</strong> suas modalida<strong>de</strong>s, só será indicada quando os recursosextra-hospitalares se mostrarem insuficientes.§ 1 2 O tratamento visará, como finalida<strong>de</strong> permanente, a reinserção social do paciente em seurneio.§ ~ O tratamento em regime <strong>de</strong> internação será estruturado <strong>de</strong> forma a oferecer assistênciaintegral à pessoa portadora <strong>de</strong> transtornos rnentais, incluindo serviços médicos, <strong>de</strong> assistênciasocial, psicológicos, ocupacionais, <strong>de</strong> lazer, e outros.§ 3 2 É vedada a lnternação <strong>de</strong> pacientes portadores <strong>de</strong> transtornos rnentais em instituiçõescom caracterlsticas asilares, ou seja, aquelas <strong>de</strong>sprovidas dos recursos mencionados no § 2?- eque não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. ~.•Art. 52 O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação <strong>de</strong>grave <strong>de</strong>pendência institucional, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> seu quadro cllnico ou <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> suportesocial. será objeto <strong>de</strong> politica especifica <strong>de</strong> alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sobresponsabilida<strong>de</strong> da autorida<strong>de</strong> sanitária competente e supervisllo <strong>de</strong> instllncia a ser <strong>de</strong>finida peloPo<strong>de</strong>r Executivo, assegurada a continuida<strong>de</strong> do tratamento, quando necessário.Art. 6 2 A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médicocircunstanciado que caracterize os seus motivos.Parágrafo único. São consi<strong>de</strong>rados os seguintes tipos <strong>de</strong> intemação psiquiátrica:•I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido <strong>de</strong>terceiro; eIII - internação compulsória: aquela <strong>de</strong>terminada pela Justiça.••Art. 7 2 A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, <strong>de</strong>veassinar, no momento da admissão, uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que optou por esse regime <strong>de</strong> tratamento.Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-à por solicitação escrita dopaciente ou por <strong>de</strong>terminação do médico assistente.•,Art. 8 2 A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico<strong>de</strong>vidamente registrado no Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina - CRM do Estado on<strong>de</strong> se localize oestabelecimento.§ 1 2 A internação psiquiátrica involuntária <strong>de</strong>verá, no prazo <strong>de</strong> setenta e duas horas, sercomunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qualtenha ocorrido, <strong>de</strong>vendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.§ 2 2 O término da intemação involuntária dar-se-à por solicitação escrita do familiar, ouresponsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.•Art. gll A internação compulsória é <strong>de</strong>terminada. <strong>de</strong> acordo com a legislação vigente, pelo juizcompetente, que levará em conta as condições <strong>de</strong> segurança do estabelecimento, quanto àsalvaguarda do paciente, dos <strong>de</strong>mais internados e funcionários.••"Pp.... , ....z o _ ••• ,. ~_,5' ...........c...._.""'__••__ ........_ ••'5 !Rç_'~_'_. ,. _" • -'li ...•


•J0000436•Art. 10. Evasão, transferência, aci<strong>de</strong>nte, intercorrência clinica grave e falecimento serãocomunicados pela direção do estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental aos familiares, ou aorepresentante legal do paciente, bem como à autorida<strong>de</strong> sanitária responsável, no prazo máximo<strong>de</strong> vinte e quatro horas da data da ocorrência.Art. 11. Pesquisas cientificas para fins diagnósticos ou terapêuticos não po<strong>de</strong>rão serrealizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou <strong>de</strong> seu representante legal, e sem a<strong>de</strong>vida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.M. 12. O Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, no âmbito <strong>de</strong> sua atuação, criará comissão nacionalpara acompanhar a implementação <strong>de</strong>sta Lei.Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação.•Brasilia, 6 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001; 18()ll da In<strong>de</strong>pendência e 113 R da República.FERNANDO HENRIQUE CARDOSOJose GregoriJosé SerraRoberto Brant•••,...."'.' ...., '.'4 Ir..._, , ~." - --- -- __• ._---.- _a,. d", ,


..~,..•ANEXO VIII "•, ,•••,-_-.--_.--_..._-"_._._.._._ .._--_._-'---­ "---


•,..\\. \ i0000438PortariajGM nO 251 - De 31 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2002Estabelece dlretrlzes e normas para a assistência hospitalar em psiquiatria, reclassifica os hospitaispsiquiátricos, <strong>de</strong>fine e estrutura, a porta <strong>de</strong> entrada para as internações psiquiátricas na re<strong>de</strong> do SUSe dá outras providências.Estabelece dlretrizes e normas para a assistência hospitalar empsiquiatria, reclasslftca os hospitais psiquiátricos, <strong>de</strong>ftne e estrutura,a porta <strong>de</strong> entradll para 115 Internações psiquiátricas na re<strong>de</strong> do SUSe dá outras providências.o Ministro <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, no uso <strong>de</strong> suas atribuições, e consi<strong>de</strong>rando as <strong>de</strong>terminações da lei 10.216, <strong>de</strong> 06<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001, da Norma Operacional <strong>de</strong> Assistência à saú<strong>de</strong> - NOAS 01/2001, aprovada pela Portllria GM/MS nO95, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2001, além das recomendações do grupo <strong>de</strong> trabalho constituldo pela Portaria SAS/MS nO395, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2001, e tendo em vista a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização e revtsêo das portarias 224, <strong>de</strong> 29<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1992, 088, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1993 e 147, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1994, resolve:•Art. 10 - Estabelecer, na forma do Anexo <strong>de</strong>sta Portaria, as dlretrizes e normas para a regulamentação daassistênda hospitalar em psiquiatria no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS. .Art, 2° - Estabelecer a seguinte c1asslftcação para os hospitais psiquiátricos Integrantes da re<strong>de</strong> do SUS, apuradapelos Indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> aferidos pelo PNASH - Programa Nacional <strong>de</strong> Avallaçlio do SistemaHospitalar/Psiquiatria e o número <strong>de</strong> leitos do hospital, constante do atual cadastro do Ministério da Saú<strong>de</strong>...-.•81-100% 20-80II 61-80% 20-8081-100% 81 -120m 61-80% 81-12081-100% 121 -160IV 61-80% 121-16081-100% 161-200•V 61-80% 161-200, 81-100% 201 - 240VI 61-80% 201 -24081-100% 241 -400VII 61-80% 241-40081-100% Acima dc 400VIU 61..- Acima <strong>de</strong> 400Art. 3° - Estabelecer que os hospitais psiquiátricos Integrantes do SUS <strong>de</strong>verão ser avaliados por melo doPNASH/Pslqulatria, no período <strong>de</strong> janeiro a maio <strong>de</strong> 2002, pelos Grupos Técnicos <strong>de</strong> Organização eAcompanhamento das Aç6es Asslstendals em Saú<strong>de</strong> Mental das secretarias Estaduais - Portaria GM/MS nO 799,po<strong>de</strong>ndo contar com outros profissionais convocados por <strong>de</strong>clsAo do gestor local.Art 40- Estabelecer o prazo <strong>de</strong> 90 (noventa) dias, a contar do resultado da avaliação realizada, conforme<strong>de</strong>terminado no Artigo 3° <strong>de</strong>sta Portaria, para a reavaliação dos hospitais que obtiverem pontuação equivalente a40-60% do PNASH, para verificação da a<strong>de</strong>quação ao indlce minlrno <strong>de</strong> 61%, necessário à sua c1asslflcaçlio comohospital psiquiátrico no SUS;•• 0..0........ ~, 1 ~ I .,. ._.__• __• -_.'" '~M _..... ._... _ ..0' ......'... 1"..... ..'-M_. -~-••..- _. _


•••ooo04· 39•Parágrafo único - Os hospitais que obtiverem índice Inferior a 40% do PNASH, assim como os hospitais que nfioalcançarem o índice mínimo <strong>de</strong> 61 % do PNASH, após o processo <strong>de</strong> reavaliaçfio, não serão classificados conforme oestabelecido nesta Portaria.Art. 5e, Determinar que, após a reavaliação, <strong>de</strong> que trata o Artigo 4°, <strong>de</strong>sta Portaria, o gestor local <strong>de</strong>verá adotar asprovidências necessárias para a suspensão <strong>de</strong> novas Internações e a substituição planificada do atendimento aospacientes dos hospitais que não obtiveram pontuação suficiente para a sua classlficaçfio.Parágrafo único - O gestor local, em conjunto com a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, elaborará um projeto técnicopara a substituição do atendimento aos pacientes dos hospitais nãc classificados, preferencialmente em serviçosextra-hospitalares, <strong>de</strong>terminando o seu <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nclamento do Sistema.Art. 60 - Determinar à Secretaria <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong> que promova a atualização dos procedimentos <strong>de</strong>atendimento em psiquiatria, <strong>de</strong> acordo com a classlficaçfio <strong>de</strong>finida nesta Portaria, em substltulção ao estabelecidona Portaria GM/MS N° 469, <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001.•Art 70 - Determinar que a secretaria <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>/SAS/MS Inclua, na Tabela do Sistema <strong>de</strong> InformaçõesHospitalares do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/SIH-SUS, procedimento especifico para o processamento das Autorizações<strong>de</strong> Intemação Hospltalar/A1H dos hospitais não classificados <strong>de</strong> acordo com os Indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> aferidospelo PNASH/Pslqulatria, até a transferência <strong>de</strong> todos os pacientes para outras unida<strong>de</strong>s hospitalares ou serviçosextra-hospitalares, <strong>de</strong>finidas pelo gestor local do SUS.Art. 80 - Determinar que é atribuição intransferível do gestor local do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> estabelecer o limitedas internações em psiquiatra e o controle da porta <strong>de</strong> entrada das Internações hospitalares, estabelecendoInstrumentos e mecanismos específicos e resolutivos <strong>de</strong> atendimento nas situações <strong>de</strong> urgêncla/emergêncla,preferencialmente em serviços extra-hospitalares ou na re<strong>de</strong> hospitalar nfio especializada.§ l0. Para a organização da porta <strong>de</strong> entrada, <strong>de</strong>vem ser seguidas as recomendações contidas no MANUAL DOGESTOR PARA ATENDIMENTO TERRITORIAL EM SAÚDE MENTAL, Instituído pela Norma Operacional <strong>de</strong> Assistência àSaú<strong>de</strong> - NOAS-SUS 01/2001..'~'"•§ 20. O número mensal <strong>de</strong> Intemações e o limite <strong>de</strong> Internações para cada munlclplo ou reglfio, estimadas <strong>de</strong>acordo com as metas estabelecidas, <strong>de</strong>vemo constar do Plano Dlretor <strong>de</strong> ReglonaJlzaçfio/PDR, <strong>de</strong>finido pela NormaOperacional <strong>de</strong> Assistência à saú<strong>de</strong> - NOAS-SUS 01/2001.Art. 90 - Esta Portaria entrará em vigor na data <strong>de</strong> sua publlcaçfio, com apllcaçfio dos seus efeitos a partir dacompetência julho <strong>de</strong> 2002, revogando-se as disposições em contrário.ASS JOSÉ SERRA•ANEXO• •1. DIRETRlZES:• Consolidar a Implantação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção comunitário, <strong>de</strong> base extra-hospitalar, articulado em re<strong>de</strong>diversificada <strong>de</strong> serviços territoriais, capazes <strong>de</strong> permanentemente promover a Integração sodal e assegurar osdireitos dos paCientes;• Organizar serviços com base nos princípios da universalida<strong>de</strong>, hierarquização, regionalização e Integralida<strong>de</strong> dasações;• Garantir a diversida<strong>de</strong> dos métodos e técnicas terapêuticas nos várioS níveis <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> assistencial;• Assegurar a continuida<strong>de</strong> da atenção nos vários níveis;• Assegurar a multlprofisslonallda<strong>de</strong> na prestação <strong>de</strong> serviços• Garantir a participação social, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a formulação das políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental até o controle <strong>de</strong> sua execução...,-_.. ~_._-----------_._.--- ----.._-------------------.,. •= I I


, ,00004Hl" • • ,•,..• Articular-se com os plahos dlretores <strong>de</strong> regionalização estabelecidos pela NOAS-SUS 01/2001;• Definir que os órgãos gestores locais sejam responsáveis pela regulamentação local que couber, das presentesnormas, e pelo controle e avaliação dos serviços prestados.2. NORMAS PARA O ATENDIMENTO HOSPITALAR2.1 Enten<strong>de</strong>-se como hospital psiquiátrico aquele cuja maioria <strong>de</strong> leitos se <strong>de</strong>stine ao tratamento especializado <strong>de</strong>clientela psiquiátrica em regime <strong>de</strong> Internação.2.2 - Determinações geraIs:2.2.1. o hospital <strong>de</strong>ve articular-se com a re<strong>de</strong> comunitária <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, estando a porta-<strong>de</strong>-entrada do sistema<strong>de</strong> Internação situada no serviço territorial <strong>de</strong> referência para o hospital;2.2.2.está proibida a existência <strong>de</strong> espaços restritivos (celas fortes);•z.z.s.eeve ser resguardada a Inviolabilida<strong>de</strong> da correspondência dos pacientes Internados;2.2.4.<strong>de</strong>ve haver registro a<strong>de</strong>quado, em prontuário único, dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos nospacientes, ficando garantida, no mlnlmo, a seguinte periodicida<strong>de</strong>:,• profissional médico: 01 vez por semana;• outros profissionais <strong>de</strong> nlvel superior: 01 vez por semana, cada um;• equipe <strong>de</strong> enfermagem: anotação diária;•2.3 - Estes serviços <strong>de</strong>vem oferecer, <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada paciente, aS seguintes atlvlda<strong>de</strong>s:,, a) avallaçlio médico-psicológica e social;,,b) garantia do atendimento diário ao paciente por, no minimo, um membro da equipe multiprofissional, <strong>de</strong> acordocom o projeto terapêutico Individuai;c) atendimento Individuai, (medicamentoso, psicoterapia breve, terapia ocupaclonal, <strong>de</strong>ntre outros);",••d) atendimento grupal (grupo operativo, psicoterapia em grupo, atlvlda<strong>de</strong>s socloteráplcas);e) preparação do paciente para a alta hospitalar, garantindo sua referência para a continuida<strong>de</strong> do tratamento emserviço territorial com programa <strong>de</strong> atenção compat!vel com sua necessida<strong>de</strong> (ambulatório, hospltal-dla,núcleo/centro <strong>de</strong> atenção pslcossoclal), e para residência terapêutica quando Indicado, sempre com o objetlvo <strong>de</strong>promover a reintegração social e familiar do paciente e visando prevenir a ocorrência <strong>de</strong> outras Internações;f) essas atlvlda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão constituir o projeto terapêutico da Instituição, <strong>de</strong>finido como o conjunto <strong>de</strong> objetlvos eações, estabelecidos e executados pela equipe multiprofissional, voltados para a recuperação do paciente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aadmissão até a alta. Inclui o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas especIficas e Interdisciplinares, a<strong>de</strong>quados IIcaracteristlca da clientela, e compatibiliza a proposta <strong>de</strong> tratamento com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada usuário e <strong>de</strong> suafamília. Envolve, ainda, a existência <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> referência e contra-referência que permite oencaminhamento do paciente após a alta, para a continuida<strong>de</strong> do tratamento. Rep. esenta, enfim, a existência <strong>de</strong>uma filosofia que norteia e permeia todo o trabalho Institucional, Imprimindo qualida<strong>de</strong> II assistência prestada. Oreferido projeto <strong>de</strong>verá ser apresentado por escrito;g) <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projeto terapêutico especifico para pacientes <strong>de</strong> longa permanência - aqueles com mais <strong>de</strong>01 (um) ano Ininterrupto <strong>de</strong> Internação. O projeto <strong>de</strong>ve conter a preparação para o retomo II própria moradia ou aserviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos, ou a outra forma <strong>de</strong> Inserção domiciliar;.-•h) <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos terapêuticos especlflcos para pacientes com <strong>de</strong>ficiência física e mental grave egran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência;..... ,.,i "-- ..._-- .",.o. ..__.. ,' • ~~_u ......••.. __. _


,úOOt)411I) abordagem à famflla: orientação sobre o diagnóstico, o programa <strong>de</strong> tratamento, a alta hospitalar e acontinuida<strong>de</strong> do tratamento.2.4 Com vistas a garantir condições físicas a<strong>de</strong>quadas ao atendimento da clientela psiquiátrica internada, <strong>de</strong>verãoser observados os parâmetros das Normas Específicas referentes à área <strong>de</strong> engenharia, e arquitetura e vlgil6nclasanitária em vigor, Portaria GM/MS N° 1884, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1994, ou a que vier substituí-Ia, expedidas peloMinistério da saú<strong>de</strong>.2.5 O hospital psiquiátrico especializado <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>stinar 1 enfermaria para Intercorrênclas c1inlcas, com um minlmo<strong>de</strong> 6m2/1elto e número <strong>de</strong> leitos Igual a 1/50 do total do hospital, com camas "Fowler", oxigênlo, aspirador <strong>de</strong>secreção, vaporizador, nebullzador e ban<strong>de</strong>ja ou carro <strong>de</strong> parada, e ainda:• saia da curativo ou, na Inexistência <strong>de</strong>sta, 01 carro <strong>de</strong> curativo para cada 03 postos <strong>de</strong> enfermagem ou fração;• área externa para <strong>de</strong>ambulação e/ou esportes, Igualou superior à área construida.•2.6 O hospital psiquiátrico especializado <strong>de</strong>verá ter sala(s) <strong>de</strong> estar, jogos, etc., com um minimo <strong>de</strong> 40 m2, mais20m2 para cada 100 leitos a mais ou fração, com televlslo e música ambiente nas salas <strong>de</strong> estar.2.7 .Recursos <strong>Humanos</strong>Os hospitais psiquiátricos especializados <strong>de</strong>verão contar com, no minlmo:• 01 médico plantonista nas 24 horas;-..01 enfermeiro das 19:00 às 7:00 H, para cada 240 leitos;E ainda:•• Para cada 40 pacientes, com 20 horas <strong>de</strong> assistência semanal, distribuídas no minimo em 04 dias, um médicopsiquiatra e um enfermeiro.• Para cada 60 pacientes, com 20 horas <strong>de</strong> assistência semanal, distribuídas no mínimo em 04 dias, os seguintesprofissionais:• 01 assistente social;•• 01 terapeuta ocupaclonal;• 01 psicólogo;• 04 auxiliares <strong>de</strong> enfermagem para cada 40 leitos, com cobertura nas 24 horas.E ainda:• 01 dínlco geral para cada 120 pacientes;• 01 nutridonlsta e 01 farmacêutico.O psiquiatra plantonista po<strong>de</strong>rá, também, compor uma das equipes básicas como psiquiatra assistente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que,além <strong>de</strong> seu horário <strong>de</strong> plantonista cumpra 15 horas semanais em, pelo menos três outros dias da semana.A composição dos recursos humanos <strong>de</strong>ve garantir a continuida<strong>de</strong> do quantitativo necessário em situações <strong>de</strong>férias, licenças e outros eventos.•, .... =UJ -_~I..·_··.'_..__.·'_""Of... M' ... ,"'_._'_. __.,---_.~._--------'......._-------------T=


'.'l'" .....JlO. w,., •.I~ '''.''. ..'" ,..._----------------------.. _._....._---_.,..~_.---------_.- •••-- -\OOOl')443·Portaria/5A5 nO 709 - De 04 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2002Formação <strong>de</strong> Grupo <strong>de</strong> Trabalho para Estudo da Situação dos Hospitais Geraiso Secretário <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>, no uso <strong>de</strong> suas atribuições, consi<strong>de</strong>rando:- as <strong>de</strong>terminações da Lei 10.216/2001 e recomendações da III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental;- a reorientação técnica que vem sendo realizada no campo da assistência psiquiátrica hospitalar, coma reclassificação dos hospitais psiquiátricos, visando à constituição <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> hospitais <strong>de</strong>pequeno e médio porte, com Indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quados, e vinculados ao sistemaambulatorial <strong>de</strong> atençllo;•- a importância estratégica que os hospitais gerais têm para a assistência pública em saú<strong>de</strong> mental;- o fato relevante <strong>de</strong> que o número <strong>de</strong> leitos disponíveis em hospitais gerais tem .se mantido semevolução nos últimos 12 anos;- a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regulamentar atlvida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento em saú<strong>de</strong> mental, emergênciapsiquiátrica, atendimento a Intercorrênclas clínicas e IntQxlcação <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogase interconsulta médico-psicológica, no âmbito dos hosplt'als gerais, e <strong>de</strong> atuallzar as normasexistentes, especialmente a Portaria 224/1992;- as informações do sistema <strong>de</strong> supervisão hospitalar, que apontam para indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>ina<strong>de</strong>quados nas enfermarias psiquiátricas em hospital geral atualmente existentes;I '•- a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer os mecanismos <strong>de</strong> referência e contra-referência dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental dos hospitais gerais com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços ambulatorialS, especialmente os centros <strong>de</strong>atenção psicossoclal, resolve:Art. 1° - Constituir Grupo <strong>de</strong> Trabalho para, no prazo <strong>de</strong> 60 (sessenta) dias, apresentar proposta <strong>de</strong>Portaria relativa à normatlzaçllo das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>senvolvidas no âmbito <strong>de</strong> hospitaisgerais.Art. 2° - Definir que o Grupo <strong>de</strong> Trabalho sobre saú<strong>de</strong> mental nos hospitais gerais, <strong>de</strong> que trata oArtigo 10 <strong>de</strong>sta Portaria, será composto pelos Integrantes abaixo nominados, que atuarão sob acoor<strong>de</strong>nação do primeiro:1. PEDRO GABRIEL GODINHO DELGADO - Assessoria Técnica - ASTEC/SAS/MS2. NEURY BOTEGA - Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da UNlCAMP3. HENRIQUE FIGUEIREDO - Associação Brasileira <strong>de</strong> Psiquiatria•4. ANA LUISA ARANHA E SILVA - Escola <strong>de</strong> Enfermagem da USP5. NEU MARIA DE ALMEIDA - Câmara Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental no Hospital Geral, da Secretaria <strong>de</strong>Estado da Saú<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> JaneiroArt. 3° - Esta portaria entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação.•RENILSON REHEM DE SOUZASecretário


•,'.•ANEXO X,""••,'" ,...,.,.,..•-----_.__. --,._.--ii ' .._. --'----...._-----_.._~.., .,


•.. .•0000445Portaria/SAS nO 1001- De 20 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2002Resultado do Programa Nacional <strong>de</strong> Avaliação do Sistema Hospitalar - PNASH/Psiquiatria, no período<strong>de</strong> maio a julho <strong>de</strong> 2002.o Secretário <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>, no uso <strong>de</strong> suas atribuições, e consi<strong>de</strong>rando as <strong>de</strong>terminações da lei n° 10.216,<strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001, e o disposto nas portarias GM n° 251, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2002 e SAS/MS nO 77, <strong>de</strong> 01 <strong>de</strong>fevereiro <strong>de</strong> 2002, resolve:Art. 10 - Homologar os resultados das vistorias realizadas pelo Programa Nacional <strong>de</strong> Avaliação do SistemaHospitalar - PNASH/Pslqulatria, no período <strong>de</strong> maio a julho <strong>de</strong> 2002.Art. 2° - Estabelecer, na forma do Anexo I <strong>de</strong>sta Portaria, nova classificação dos hospitais psiquiátricos cre<strong>de</strong>nciadospelo SUS, com base no porte (número <strong>de</strong> leitos existentes) e na pontuação obtida no PNASH/Pslqulatria.•Art. 30 - Definir o prazo <strong>de</strong> 90 (noventa) dias, a contar da publicação <strong>de</strong>ste ato, para os hospitais constantes doANEXO Il <strong>de</strong>sta Portaria, Que não obtiveram pontuação suficiente no PNASH (hospitais com pontuação entre 40­61%), tomarem as medidas <strong>de</strong> ccrreção necessárias, a serem aferidas por nova avaliação do PNASH/Pslqulatrla.Parágrafo único - Os hospitais psiquiátricos <strong>de</strong>verão atingir a pontuação mínima <strong>de</strong> 61% para que sejamclassificados como hospital psiquiátrico do SUS.Art. 40 - Estabelecer que os hospitais psiquiátricos Integrantes do SUS <strong>de</strong>verão ser reavaliados anualmente peloPrograma Nacional <strong>de</strong> Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/Psiquiatrla.Art. 5 0 - Estabelecer que os eventuais casos <strong>de</strong> revisão da pontuação atribuída pelo PNASH serão apreciados pelaComissão <strong>de</strong> Análise e Acompanhamento do Processo <strong>de</strong> Classificação Hospitalar em Psiquiatria, instituída pelaPortaria SAS/MS n° 1.467, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2002.Art. 6 0 - Esta portaria entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação, com efeitos financeiros a partir <strong>de</strong> 1° <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2002.ASS RENILSON REHEM DE SOUZACAR SecretárioANEXO IHOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS POR CLASSE - PNASH/PSIQUIATRIA - 2002CLASSE IPR LOANDA 7819'971000121 .;;;;;;;;.;.;.;.;;;;,;.;;;~;,;,;;,;;;;;;;;.;,;,;,;;;;;;.;;;;;;,;;.... HOSPITAL PSIQUlATRICO NOSSO LAR ..;._ ;;.. .;;;,:;;;.VlLLA NORMANDA CL/N COMUNlTARJA se LTDALONDRINA 76245596000151 ""';'~::.::"~~~=~~~~~~~~~~~=~ ...._ 0.;.CAMPOLARGO 80205685000141ASSOCIACAO DE PESQUISA E TRATAMENTO DO ALCOOUSMOAPTACLASSE II•AC RIO BRANCO 04034526000577 HOSPITAL DE SAUDE MENTAL DO ACRE n 65 74,82...... W ."10 • f ........__••__..........~ ...... Q;~......'''H......'_•• _ --.. -_~,_ ....__ r _'__"0>, .... , .. 'u._ "-"_. _


•• , ,000044G ','l.• •",..CE FORTALEZA 07271711000140 INSTIlUTO DE PSIQUiATRIA DOCEARA II 60 76,73DF BRASIUA 00054015000728 HOSPITAL SAO VICENTE DE PAULA II 49 77,59CACHOEIRO DEES ITAPEMJRJM 27189505001417 IESPIES • CENRO ATEND. PSIQ. ARISTIDES CAMPOS II 35 67,4300 JATA! 101165729000423 NUCLEO DE SAUDE MENTAL DE JATA! II 60 76,1600 RIO VERDE 01813401000123 CUNICA PSIQUlATRlCA PINEL LTDA II 40 65,0300 RIO VERDE .!.02233948000112 ASsoelACAO PRO CARITAS 1 II 78 72,15MG ITUlJITABA 21330303000142 SANATORlO ESPIRITA JOSE DIAS MACHADO II 51 68,55, HOSPITAL PSIQUlATRICO DE ADOLFO BEZERRA DEMS PARANAlBA 03163912000172 MENEZES II 50 65,30CENTRO INTEGRADO DE ASSIST.PSlCO SOCIAL ADAUTOMT CUlABA 03507415000144 BOTELHOICJAPS II 60 77,02PR CUR1TIIlA 76440577000186 CUN H soe CML LTDA II 49 68,25•PR UNIAO DA VITORIA 76839588000133 CUNlCA MEDICA H. J. LTDA II 96 82,75RJ RIO DEJANEIRO 03390337000140 SMS RIO HOSPITAL MUNIC. nJRANDYR MANFREDINI II 56 76,00SERVlCO DE ASSISTENCIA SOCIAL EVANGEUCOICREDEQRJ RIO DEJANEIRO 33974106002270 CAMPO GRANDE II 60 62,01RJ RIO DEJANEIRO 42498717002280 PAM PSIQUIATRICO CENlRO II 15 79,91se SAOJOSE 861 86S09000 196 INSTIlUTO SAO JOSE LTDA II 105 92,54ESPIRITO SANTO ,SP DO PINHAL 54232459000140 CUNlCA DE REPOUSO SANTA ROSA LTDA soe CML II 69 77,89",-SP PENAPOUS 00033940000187 HOSPITAL ESPIRITA JOAO MARCHE II 78 69,87SP PIRAPOZINHO 51394278000121.1- HOSPITAL SANTA MARIA DE PJRAPOZlNHO se LTDA II 59 67,42.,SP SAOPAULO 60448040000122 SES HOSP.CUNlCAS FAC.MED.USP.· HOSP.UNlVERSITARlO II 40 74,53," CLASSE III,,FORTALEZA 07273592000326 HOSPITALPSlQUlATRICO SAO VICENTE DE PAULO '." 'FORTALEZA 07275753000159 CLlNICA SAUDE MENTAL DR SUUANO LTDA m 112 69,50APAREClDADEOOIANIA 01569060000192 CLlNICA SANTA MONICA LTDA m 120 65,89GOIANIA 01653450000146 SANATORlO ESPIRITA BATUIRA m 86 63,80SAOWIS 0.6033740000187 HOSPITAL NINA RODRIGUES 68,07BARBACENA 21479183000140 CASA DE SAUDE SANTA lZABEL LTDA lU 106 63,74FUNDACAO HOSP DO ESTADO MG INSTIlUTO RAULBELO HORIZONTE 19843929000372 SOARES lU 120 72,73JUIZ DE FORA 21586987000148 HOSPITAL SAO MARCOS AS lU 81 67,10JUIZ DE FORA 21589775000114 CUNICA PSIQUIATRlCA PINHO MASINI LTDA m lOS 64,25RONDONOPOUS 00176040000199 SOCIEDADE BENEFICENTE PAULO DE TARSO lU 82 77,36CENTRO INTEGRADO DE ASSIST.8OCIAL DOPANANlNDEUA 0.5054929000117 C1ASPA 79,69•PB JOAOPESSOA 08778268001132 SANATORJO CUFFORT 72,66HOSPITAL COLONlA DE BARREIROS VICENTE OOMES DEPE BARREIROS 09794975019394 MATOS 70,47PE GARANHUNS 08123408000162 HOSPITAL DA PROVIDENCIA LTDA 73,69,-'--'"..............._~ '''''1' f'__ '."-'- -~.-............." .... ,~.•• ~ ~-- - . . -~-~~........, '.~ ....... ""'•. _.,~__ ..... ' , •• e __.~-.--.._._- .. - -_. • _,, _


0000447PE IGARASSU 09794975001185 HOSPITALCOLONJA PROF ALCJDES CODECEIRA lU 120 79,18PE RECIFE 03030431000199 CUNlCA STO ANTONIO DE PADUA LTDA. lU 106 69,40PE CARUARU 10001295000174 CUNlCA PSIQUlATRlCA DE CARUARU .. lU 100 74,00PR ROLANDIA 80910383000174 CASA DESAUDE ROLANDIA lU 147 80,61JCAMPOS DOSUGA ESPIRITA DE CAMPOS MANT DO HOSP ABRIGO DRRJ GOYTACAZES 28963932000159 JOAOVlANA120 73,331:RJ PETROPOUS 31158223000105 CLlNICA SOLAR PEDRAS BRANCAS LTDA 120 64,07RJ RIO DE JANEIRO 03875041000110 SMS RIO lNSTI11JTO PHlUPPE PINEI. lU 90 71,00RJ RIO DE JANEIRO 33282617000104 SANATORlO RIO DE JANEIRO LTDA lU 120 66,41RJ RIO DE JANEIRO 33663683002593 UFRJ INSTITUTO DE PSIQUIATRIA lU 115 69,24RJ RIO DE JANEIRO 33833690000119 CLlNlCA DE REPOUSO SANTA EDWlGES LTDA lU 100 70,10•RJ TRESRlOS 32295503000128 CUNlCA DEREPOUSO TRES RIOS LTDA lU 120 72,22RJ VOLTA REDONDA 32501272000161 CASA DE SAUDE VOLTA REDONDA LTDA lU 117 71,33RN NATAL 08430225000190 CLlNlCA SANTÁ'MARJA LTDA lU 112 64,62HOSP. CIDADE P. FUNDOIHOSP. PSIQUlATRICO BEZERRARS PASSO FUNDO 92030543000250 DE MENEZES lU 82 64,23HOSPITALPSIQUlATRICO VlCENCA MARJA DARS RIO GRANDE 94862265000819 FONTOURA lU 100 74,50se SAOJOSE 82951245002102 INSTITUTO DE PSIQUIATRIA lU 140 86,13SP ADAMANTINA 43007814000160 CUNlCA DE REPOUSO NOSSO LAR lU 152 82,65SP BARRETOS 47062112000130 HOSPITAL PSlQUIATRlCO VALE DO RIO GRANDE LTDA ' lU 119 61,33JSP BIRIGIJI 59761015000115 HOSPITAL FEUCIO LUCHINJ lU 112 72,62[sp SÃO PAULO 61617908000486 CONGR. IRMAS HOSP. SODO CORACAO DEJESUS 11U 144 84,72CLASSE IV•ARAPIRACAASSOCIACAO PSIQUlATRlCA TEODORA ALBUQUERQUEMANAUS 0069729S006057 HOSPITAL CENTRO PSIQUlATRlCO EDUARDO RJBElRO IV 126 73,16FORTALEZA 07287865000120 INSTlTUJCAO ESPIRITA NOSSA LAR 70,33PLANALTlNA 00099093000153 CUNJCA DE REPOUSO DO PLANALTO SA 65,39JUIZ DE FORA 21561576000106 CASA DE SAUDE DR ARAGAO VILLAR LTDA IV 63,35FUNDACAO BENEACENTE S JOAO DA ESCOCIA HOSP OTTOPASSOS 179224nOOO127 KRAKAUER IV 138 62,96CAMPINAPB GRANDE 08830721000130 INST N DE CAMPINA GRANDE se LIDA IV 131 69,85OLINDA 10588424000172 SANATORIO PSIQUlATRICO DE RECUPERACAO LTDA 76,20PE RECIFE 10882132000148 CUNJCA PSIQ STO ANTONIO LTDA 70,46ORGANlZACAO HOSPITALAR DE PE LTDA-CLIN. DE REPOUSOPE 11452240000224 DOMVJTAL 68,34UMUARAMA 75518530000125 CUNJCA SANTA CRUZse 68,58RJ NJTEROI 32556060002710 HOSPITAL PSIQUlATRlCO DEJURUJUBA SMS NJTEROI IV 130 74,82RJ VASSOURAS 29081924000141 CASA DE SAUDE S JOSE DEVASSOURAS LTDA IV 63,65.-SP AMERJCANA 43266220000174 SEARA SANAT ESP DE ASSIT E RECUP DE AMERJCANA HOSP IV 140 66,53_' ...."'••~ • _ • ".,' b" • o' ."~I ....,..... ---' -, - -- .... -_.,--_ ..'_.'------~_.- - ._._--------------


•, ,•,,.,.,• I0000448--,..!PSQBENEF] jlASSOCIACAO DAS SRAS CRISTAS SANATORlO BENEDITASP ARACATUBA 43762442000188 FERNANDES IV 158 71,05SP CAMPINAS 46044368000152 SANATORJO DR CANDIDO FERREIRA IV 148 69,30SP CATANDUVA 47078019000114 HOSPITAL PSIQUlATRlCO ESPIRITA MAHATMA GANDHJ IV 146 69,79SP GARCA 48209704000103 ASSOCIACAO BENEFICIEN'IE ESPIRITA DEGARCA IV 200 81,59SOCo STA CASA DE MlS. OURINHOS I HOSP, SAUDE MENrALSP DURINHas S3412 144000200 DURINHas IV 123 78,96•SP R1BEIRAO PIRES 44179S3900012S CUNlCA DE REPOUSO RIBElRAO PIRES LIDA IV 129 61,33SAO JOSE DOS,CENTRO VALORlZACAO DA VIDA CUNICA REPOUSOSP CAMPOS 619S6496000247 FRANCISCA JUUA IV IS3 61,72SP SAOPAUW 61617908000214 CASA DE SAUDE NOSSA SENHORA DE FATIMA IV 177 89,92SP SAOPAUW 46374SOOO12958 SESISP·HOSP.PSIQU.DA AGUA FUNDA IV 130 72,84SP SAOPAUW 46374SOOO1-3253 HOSPITAL PSIQUlATRlCO PINa IV 126 69,6SCLASSE VMACElO,,••, ,-•-- ..._...._-------------'---------...,~~------_._..._------_.._?~----_ P"' •


0000449••ANEXO XI•-•. .. ".e • • ..._-_._.. -,_._,---- .-


.'..I.0000450•.'" ,., ......• PortariajSAS nO 2391 - De 26 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2002Regulamentação das Internações PsiquiátricasRegulamenta o controle das Internações psiquiátricas involuntárias (IPI) e voluntárias (IPV) <strong>de</strong> acordo com odisposto na lei 10.216, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002, e os procedimentos <strong>de</strong> notlficaçlio da Comunicaçlio das IPI e IPV aoMinistério Público pelos estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, Integrantes ou não do SUS.o Ministro <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, no uso das atribuições que lhe confere o inciso U do parágrafo único do art. 87 daConstitulçlio, eConsi<strong>de</strong>rando as <strong>de</strong>terminações da Lei 10.216, <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001, que dispõe sobre a proteçlio e os direitosdas pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mentais e redireclona o mo<strong>de</strong>lo assistencial em saú<strong>de</strong> mental;Consi<strong>de</strong>rando a carta <strong>de</strong> Prindpios sobre a Proteçlio <strong>de</strong> Pessoas Acometidas <strong>de</strong> Transtorno Mental, da ONU, <strong>de</strong> 17<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1991;•Consi<strong>de</strong>rando as resoluções do Seminário "Direito á Saú<strong>de</strong> Mental - regulamentaçlio e aplicaçlio da lei 10.216",realizado em 23 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2001, pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, Ministério da Justiça e Comlssao <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> da Câmara dos Deputados;Consi<strong>de</strong>rando as consultas r


,0000151.' .""•I - ao Ministério Público Estadual ou do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e Territórios on<strong>de</strong> o evento ocorrer, II - à Comissão referidano art. 100.Art. 5° Estabelecer que a Comunicação <strong>de</strong> Internação Psiquiátrica Involuntária <strong>de</strong>verá ser feita, no prazo <strong>de</strong> 72horas, às Instâncias referidas no artigo anterior, observado o sigilo das Informações, em formulário próprio (Termo<strong>de</strong> Comunicação <strong>de</strong> Internação Psiquiátrica Involuntária, mo<strong>de</strong>lo constante do Anexo <strong>de</strong>sta Portaria), que <strong>de</strong>veráconter laudo <strong>de</strong> médico especialista pertencente ao quadro <strong>de</strong> funcionários do estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>responsável pela Internação. .Parágrafo único. O laudo médico é parte Integrante da Comunicação <strong>de</strong> Internação Psiquiátrica Involuntária, a qual<strong>de</strong>verá conter obrigatoriamente as seguintes Informações:I - I<strong>de</strong>ntificação do estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;II - I<strong>de</strong>ntificação do médico que autorizou a Internação;III - I<strong>de</strong>ntificação do usuário e do seu responsável e contatos da família;•IV ocaracterização da Internação como voluntária ou Involuntária;, ,v - motivo e justificativa da internação;VI - <strong>de</strong>scrição dos motlvos <strong>de</strong> discordância do usuário S!lbre SUa Internação;VII - CID;VIII oInformaçlles ou dados do usuário, pertinentes à Previdência Sodal (INSS);IX - capacida<strong>de</strong> jurídica do usuário, esclarecendo se é Interditado ou n.!Io; ex - Informações sobre o contexto familiar do usuário;XI - previsão estimada do tempo <strong>de</strong> Internaçio----e- -Art. 6°. Estabelecer que ao Ministério Público caberá o registro da notificação das Internações psiquiátricasInvoluntárias (IPI), bem como das voluntárias que se tomam Involuntárias (IPVI), para controle e acompanhamento<strong>de</strong>stas até a alta do paciente.Art. 70. Determinar que, se no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> uma Internação voluntária o paclente exprimir discordância quanto à suaInternação, após sucessivas tentativas <strong>de</strong> persuasão pela equipe terapêutica, passando a caracterizar-se umainternação Involuntária, o estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> envie ao Ministério Público o Termo <strong>de</strong> Comunicação <strong>de</strong>Internaçlío Involuntária, até 72 horas após aquela manifestação, <strong>de</strong>vidamente assinado pelo paciente.Art.ao Definir que caberá à Instituição responsável pela Internação Involuntária a comunicação da alta hospitalar,conforme mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> formulário anexo, do qual <strong>de</strong>verão constar, obrigatoriamente, as seguintes Informações:I - numeração da IPI;II - data;III - condições da alta;IV - encaminhamento do paciente.Art. 9° Estabelecer que nas Internações voluntárias <strong>de</strong>verá ser solicltado ao paciente que firme o Termo <strong>de</strong>Consentimento Uvre e Esclarecido, mo<strong>de</strong>lo em anexo, que ficará sob a guarda do estabelecimento.•Art.10. Estabelecer que o gestor estadual do SUS constituirá uma Comlssio Revisora das Internações PsiquiátricasInvoluntárias, com a participação <strong>de</strong> integrante <strong>de</strong>signado pelo Ministério Público Estadual, que fará o__"ia Q I ,.... _.,,_••_. 0.... ...."...''0''...._>·· -, ...._---_._------------------------------------.-..,._._..._.,----_.._.......,


•0000452'••"acompanhamento <strong>de</strong>ssas Internações, no prazo <strong>de</strong> setenta e duas horas após o recebimento da comunicaçãopertinente.§ 10 A Comissão <strong>de</strong>verá ser multiprofissional, sendo Integrantes <strong>de</strong>la, no mínimo, um psiquiatra ou clínico geral comhabilitação em Psiquiatria, e um profissional <strong>de</strong> nível superior da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, não pertencentes ao corpo•clínico do estabelecimento on<strong>de</strong> ocorrer a internação, além <strong>de</strong> representante do Ministério PúbliCO Estadual. Erelevante e <strong>de</strong>sejável Que <strong>de</strong>la também façam parte representantes <strong>de</strong> associações <strong>de</strong> direitos humanos ou <strong>de</strong>usuários <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e familiares.§ 2 0 Se necessário, po<strong>de</strong>rão ser constituídas Comissões Revisoras das Internações Psiquiátricas Involuntárias, emâmbito mlcrorreglonal, municipal ou por regiões administrativas <strong>de</strong> munldplos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.Art. 11. Definir Que o Ministério Público po<strong>de</strong>rá solicitar Informações complementares ao autor do laudo e ii dlreçliodo estabelecimento, bem como realizar entrevistas com o Internado, seus familiares ou Quem mais Julgarconveniente, po<strong>de</strong>ndo autorizar outros especialistas a examinar o Internado, com vistas a oferecerem parecerescrito.•Art. 12. Estabelecer Que a Comissão Revisora efetuará, até o sétimo dia da Intemaçlio, a revlslio <strong>de</strong> cada Internaçliopsiquiátrica Involuntária, emitindo laudo <strong>de</strong> confirmaçlio ou suspenslio do regime <strong>de</strong> tratamento adotado eremetendo cópia <strong>de</strong>ste ao estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> responsável pela Intemaçlio, no prazo <strong>de</strong> vinte e Quatro horas.Art. 13. Estabelecer Que o Dlretor do estabelecimento enviará mensalmente ao gestor estadual do SUS, listagemcontendo o nome do paciente Internado e o número da notlficaçlio da Internaçlio Psiquiátrica Involuntária (IPI elPVl), ressalvados os cuidados <strong>de</strong> sigilo.,Art. 14. Esta Portaria entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publlcaçlio.ASS BARJAS NEGRJAnexo, ,TIMBRE DA INSTITUIÇÃO________~, <strong>de</strong> <strong>de</strong> 200_••Dando cumprimento ao Que dispõe o § 10 do artigo 80, da lei na 10.216, <strong>de</strong> 06/04/2001, encaminhamos <strong>de</strong>ntro doprazo legal, as Informações sobre a alta doia) paciente abaixo relaclonado(a):"" ,COMUNICAÇÃO DE ALTA 00 PACIENTE· N"I. ESTABELECIMENTONome:c.ac.2. PAClEN'TENome:._\'ti:Mie:,------ '-------I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> N":__ÓrJIo Exp.:_U.F.:_•__ ~_. .' • ,.,... • .--.--.-..-'0..•• _,


0000453c'l.c':_Naturalida<strong>de</strong>:Nacionalida<strong>de</strong>:U.F.:_Data <strong>de</strong> Nasc.: -1_'_ Estado Civil:__Profissio:_En<strong>de</strong>reço: Cida<strong>de</strong>: UF:3. ALTA•, ,Data: Hora: ,--- --C.I.D.:ScIor:Justificativa da Alta: ,M6dico Responsável pela Alta:"Assinatura e Carimbo com n- do CRMFamiliar Responsável pelo paciente:~.Grau <strong>de</strong> Parentu :0:Órzio Exp.:_ U,F:_I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> N":Aasinatura do RC5JlOIIS*vcl4. Alta solicitada por: ( ) m«Iico ( ) familiar ( ) responsivcllogaJ()outrosS, Oboervaç6cs:. _•,._------------..".,............__.-_.._,._-~,,--"_ II, .s. ;.....- '_F__ • ~_•


, ,• • I0000454•(timbre da Instituição)________~, <strong>de</strong> <strong>de</strong> 200_Dando cumprimente ao que dispõe o § 10 do artigo 80,da lei nO 10.216, <strong>de</strong> 06/04/2001, encaminhamos <strong>de</strong>ntro do•prazo legal, as Informações sobre o internação do pacienteabaixo reladonado:COMlJNJCAÇÃO DE lNTERN;"çÃO PSIQUIÁTRICAINVOUlNTÁRlAAO MINISTÉRIO PúBUCO DEN°I. ESTABELECIMENTO"Nome:C.O.C.:"••2. PACIENTE.. ,Nome: '----------Pai :, Mle:, _Id..ddadc: N":__ÓrIJo exp.:_U.F.:_CJ.C.:: _NllUn!ido<strong>de</strong>:U.F.:_NocionaIidI<strong>de</strong>:----Data d. Nac.: -.!-.!_ Estado Civil:__Pro_O:---Ee


0000455•Nome:Gnou di, pon:n'csc:o:En<strong>de</strong>reço:tel.:RG:Assinatura:3. INTERNAÇÃODola:---I I IIora:--• C.I.D.:•LocaI:Motivo da ln.emaçIo:,Juslifie:ativa da lnvolunlarieda<strong>de</strong>:•,Motivo <strong>de</strong> discordincia do paciente quanto 6 intemaçio: _•Antece<strong>de</strong>ntes poiquiálrioos:•_~ : '__".' ',_,,_ , .. I _ • __~._~_ - •_.~._.:__._...---_.,,-_._._--------... _. • I 1° •.~• I


•, ,I0000456,..•,Tempo••tillladoda intcmaçio(diu): ()I a 5()6a 14() \5a21 ()22 a30( ) mais dc 30M«Iico Responsável pela lnlemaçio:Contexto familiar.•Assinatula e Carimbo com nO do CRM•,,._.,4. Situaçio JurIdica do pacien": InlCrdilado? ( ) sim ( ) oio, .•( ) iDformaçllo ignorada5. Dados sobre INSS:••.., '" "Obocrvaçilcs:(timbre da Instituição)Local e data:__Dando cumprimento ao que dispõe o § 10 do artigo 7 0 , da Lei nO 10.216,<strong>de</strong> 06/04/2001, encaminhamos <strong>de</strong>ntro do prazo legal, as Informações sobre-------_. - ._,-----_..-._-_.. •-._ .."' t~-'_.._---------------• = •. - ..••


.,0000457•a alta do(a) paciente abaixo relaclonado(a):TERMO DE CONSENTIMENTO UVRE E ESCLARECIDOPARA INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA VOWNTÁRlA N°loESTABELECIMENTONome::COO.C.:2. PACIENTENome.:_•Pai :'-----------,Mie.:_I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> N":__ÓrJiO Exp.:_ U.F.:_C.I.C.: _,Natunlido<strong>de</strong>:U.F.:_Nacionalida<strong>de</strong>:_Dala <strong>de</strong> Nuc.: __LJ_ Eatado Civil:__Profisalo:---En<strong>de</strong>reço: Cida<strong>de</strong>: UF:• 3, INTERNAÇÃODala:.J.J_Hon: _:_ C.I,D.:__Selor:_JUSti6c&ti'VB:,_Médico Responsi>el:,_Assinatur8 e Carimbo tom nO do CRM•Familiarl Responsável pelo pacien..'_......-.--..-.......,,,,, ......-.. -----~-~=--"~""-_.' • "e:;aa_._-""--~._'_.- --_.-~.-------~.,_....._----------------


• •.,0000458•Grau do P......"""',. _I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> N': Órgio Exp.'.. _U.F:. _1'n


••0000459•.. ""--••ANEXO XII, .•-.-....... ,. -=-


, .•ooo04'B o ,, • Ato Portaria nO 150 /SAS - <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2003Programa Nacional <strong>de</strong> Avaliação do Sistema Hospitalar - PNASH/Psiquiatria 2002.ATO PORTARIA DO SECRETÁRIODE 18 DE JUNHO DE 2003.TEX NO 150. O Secretário <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>, no uso <strong>de</strong> suas 2S1, <strong>de</strong> 31°atribulções legais, econsi<strong>de</strong>rando o disposto nas Portarias GM/MS n <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2002; SAS/MS nO 77, <strong>de</strong> 01 <strong>de</strong> fevereiro<strong>de</strong> 2002, e SAS/MS nO 1.001, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002, resolve:Art. 1° - Homologar os .resultados das revlstorlas realizadas, no perfodo <strong>de</strong> janeiro a março <strong>de</strong> 2003,nos hospitais que não haviam obtido percentual mínimo <strong>de</strong> 61 % da pontuação exigida pelo ProgramaNacional <strong>de</strong> Avaliação do Sistema Hospitalar - PNASH/Pslqulatrla 2002.•Art. 2° - Estabelecer, na forma do Anexo I <strong>de</strong>sta Portaria, a classificação dos hospitais revistoriadosque obtiveram pontuação acima <strong>de</strong> 61%, com base no porte (número <strong>de</strong> leitos existentes) e napontuação obtida no PNASH/Psiqulatria.Art. 3°- Estabelecer, na forma do Anexo II <strong>de</strong>sta Portaria, a pontuação obtida por aqueles hospitaisrevlstorlados e que não foram reclassificados segundo os critérios exigidos pelo PNASH/Psiqulatrla.••Art. 40 - Determinar que, após a publicação dos ~sultados <strong>de</strong> que trata o Artigo 3° <strong>de</strong>sta Portaria, ogestor local <strong>de</strong>verá adotar as providências necessárias para a suspensão <strong>de</strong> novas Internações e o<strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nclamento da Instituição, planejando a substituição do atendimento aos pacientes <strong>de</strong>steshospitais que não obtiveram pontuaçlío mfnlma suficiente para a sua classificação.Art. 50 - Estabelecer, na forma do Anexo III <strong>de</strong>sta Portaria, a reclassificação dos hospitais quesolicitaram revisão do número <strong>de</strong> leitos e da pontuação atribuída pelo PNASH/Pslqulatrla, por melo <strong>de</strong>recursos encaminhados pelos gestores locais responsáveis e apreciados pela Comissão <strong>de</strong> Análise eAcompanhamento do Processo <strong>de</strong> Classificação Hospitalar em Psiquiatria, 1'.467, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>2002. olnstltuída pela Portaria GM/MS nArt. 60 - Definir que esta Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> - SAS/MS atuallzará os procedimentos <strong>de</strong>atendimento em psiquiatria, <strong>de</strong> acordo com a classificação <strong>de</strong>finida nesta Portaria, em substituição aoestabelecido na Portaria SAS/MS nO 1.001, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002, para os hospitais constantesdos Anexos I, II e III.Art. 7° - Esta portaria entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação, com efeitos financeiros vigentes acontar da competência Junho <strong>de</strong> 2003.JORGE SOLLASecretárioANEXO IHOSPITAIS RECLASSIFICADOS - PNASH/PSIQUIATRIA 2002CLASSE IIUF Munlclplo CNPJ Hospital Jeitos exIstentes Classe Pontuação %obtldoBA VITORIA DA CONQUISTA 13937131004996 HOSPITAL AFRANIO PEIXOTO 64 II 67,31BA JUAZEIRO 14661987000108 ASSOCIACAO SANFRANCISCANA ASSISTENCIA PSICOPATADESVAUDO 71 II 60,91PE PAUUSTA 10661759000179 HOSPITAL PSIQUIATRICO DO PAUUSTA SA 80 II 62,83RJ RIO DE JANEIRO 33657222000130 ASSOOACAO ESPIRITA OBREIROS DO BEM 80 II 61,00SP PRESIDENTE PRUDENTE 55348866000341 ASSOC REG ESP ASSIST 25 REGIAO SANATORlO ALLANKARDEC 75 II 77,43SP OSASCO 61857710000208 ASSSISTENCIA VICENTINA DE SAO PAULO 70 II 71,37SP GARCA 48209233000125 IRMANDADE DA SANTA CASA MISERlCORDIA HOSPITAL SAO LUCAS 76II 76,79SP SAO PAULO 62779145000190 IRM STA CASA MIS S PAULO FAC C MED S CASA HOSP UNIV MEC_.- .-----'''''._.....-._-_._._--_.---_.-._-_.- -------------------------------------------. ... - . -'


,.,0000461.~'...• MPAS 98 II 80,18CLASSE III• CLASSE IVUF Município CNPJ Hospital leitos existentes Classe Pontuação %obtldoMG BARBACENA 17077538000105 CASA DE SAUDE XAVIER LTDA 120 III 62,59MG DIVINOPOLIS 61617908000303 CONG IRMAS HOSP SAGRADO COR JESUS CLINICA LAZER BENTOMENNI 110 III 69,70RJ MAGE 29589124000136 SAME SOCIEDADE DE ASSISTENCIA MEDICA ESPECIALIZADA LTDA 84 III66,36RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES 28930451000147 INSTITUTO DE DOENCAS NERVOSAS E MENTAISLTDA 120 III 61,00RJ ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN 28576387000148 SANATORIO PSIQUIATRICO DE MENDES LTDA116 III 61,00RJ NITEROI 30074397000127 CASA DE SAUDE NITEROI LTDA 120 III 61,00SE NOSSA SENHORA DO SOCORRO 13130521001187 CENTRO PSIQUlATRICO DR GARCIA MORENO110 III 65,48UF Município CNPJ Hospital leitos existentes Classe Pontuaçllo %obtldoMG U8ERABA 25445347000250 SANATORIO ESPIRITA DE UBERABA 160 IV 62,97RJ NITEROI 42498691000730 ISElRJ DESIPE HOSP CUSTTTO PSIQUIATRICO HENRIQUE ROXO 155IV 68,18RJ NOVA IGUACU 30807069000192 CASA DE SAUDE SANTA CECILIA LTDA 150 IV 61,00RJ NITEROI 30055677000198 CASA DE SAUDE ALFREDO NEVES LTDA 139 IV 61,00CLASSE VUF Munldpio CNPJ Hospital leitos existentes Classe Pontuação %obtldoMG LAVRAS 22073043000130 CASA DE SAUDE PAULO MENICUCCI LTDA 184 V 63,31MG SAO SEBASTIAO DO PARAISO 24899874000190 SANATORIO GEOOR SILVEIRA 170 V 60,94MG ALFENAS 18901645000160 CLINlCA NEURO PSIQUIATRICA DE ALFENAS LTDA 170 V 60,80PR CURITIBA 76552918000105 CASA DE SAUDE NOSSA SENHORA DA GLORIA LTDA 169 V 69,99RJ RIO DE JANEIRO 34053710000100 CLINICA DE REPOUSO VALENCIA LTDA 200 V 60,91SE ARACAJU 13124227000190 CLINICA DE REPOUSO SAO MARCELLO LTDA 199 V 67,95SP SAO JOSE DOS CAMPOS 00698882000100 ASSOClACAO INSTITUTO CHUI DE PSIQUIATRIA 180 V61,00CLASSE VI•UF Município CNPJ Hospital leitos existentes Classe Pontuação %obtldoMG BARBACENA 17089541000130 CLINICA MANTIQUEIRA LTDA 228 VI 61,46RN NATAL 08241754010884 HOSPITAL COL DR. JOAO MACHADO 221 VI 66,40RN NATAL 08328460000155 CASA DE SAUDE NATAL SA 220 VI 70,03SP INDAlATUBA 44732154000143 CLINICA DE REPOUSO INDAIA LTDA 234 VI 69,85SP SAO PAULO 61592788000167 CLINICA PSIQUIATRICA CHARCOT S/A 221 VI 60,73CLASSE VIIUF Município CNPJ Hospital leitos existentes Classe Pontuação %obtldoMG LEOPOLDINA 22155709000107 CLINICA SAO JOSE LTDA 268 VII 63,69MG VESPASIANO 16517476000134 CLINICA SERRA VERDE LTDA. 339 VII 65,02MG BELO HORIZONTE 17478223000161 CLINICA NOSSA SENHORA DE LOURDES LTDA 274 VII 61,18PI TERESINA 06553564009860 HOSPITAL AREOUNO DE ABREU 251 VII 73,64PI TERESINA 06846547000199 SANATORIO MEDUNA LTDA 300 VII 73,64RJ RIO DE JANEIRO 33501214000109 CUNICA DA GAVEA SA 340 VII 64,55RJ QUATIS 28692606000154 CLINICA VALE DO PARAIBA LTDA 250 VII 61,00SP BAURU 44998144000154 SOCIEDADE BENEFICENTE CRISTA 250 VII 64,90CLASSE VIII.__ ....... """ .44' m .... 0"'" ...._ ' ._. .._.._ "''''--'-'' ., -__o __= ,"","* ,..' ,. ,~


••••0000462•,..•UF Município CNPJ Hospital leitos existentes Classe Pontuação %obtldoBA FEIRA DE SANTANA 13937131005020 HOSPITAL COlONIA lOPES RODRIGUES 457 VIII 65,36Rl SAO GONCAlO 31731458000144 CUNICA NOSSA SENHORA DAS VITORIAS SOCIEDADE CIVILLTDA 400 VIII 61,00Rl RIO BONITO 31517345000140 HOSPITAL COLONIA RIO BONITO lTDA 650 VIII 61,00SP FRANCO DA ROCHA 46374500005234 SES/SP-DEPART.PSQ.I1-FRANCO DA ROCHA 1178 VIII 67,73ANEXO IIHOSPITAIS FORA DE CLASSIFICAÇÃO - PNASH/PSIQUIATRIA 2002•UF Município CNPJ HOSPITAL leitos existentes Pontuação % obtidoGO GOIANIA 01088350000114 CUNICA ESPIRITA DE REPOUSO 51 51,27MG BARBACENA 17076928000152 SANATORIO BARBACENA LTDA 121 56,05MG MONTES CLAROS 18017491000149 ORGAN HOSP PSIQUIATRICA lTDA CASA DE SAUDE SANTACATARINA 12447,70PB CAMPINA GRANDE 08834632000162 INST C DE N E REABIUTACAO FUNOONAL 14546,36Rl CARMO 42498717001984 SES RI HOSPITAL ESTADUAL TEIXEIRA BRANDAO 262 44,55Rl PARACAMBI 34161232000305 CASA DE SAUDE DR.EIRAS SA / FIUAl PARACAMBI 1130 33,64RN CAlCO 08069577000161 FUND H DR C O HOSPITAL DO SERIDO 107 53,20SP RIBEIRAO PRETO 55991954000103 SANATORIO ESPIRITA VICENTE DE PAULO 54 56,63ANEXO JJJ- . -•HOSPITAIS COM REVISAO DE NUMERO DE lEITOS OU DE PONTUAÇAOI•UF Município CNPJ Hospital Classe Leitos existentes Pontuaçllo % obtidoGO TRINDADE 00420371000122 VILA SAO JOSE BENTO COTTOLENGO IV 165 87,07GO APARECIDA DE GOIANJA 01250414000131 PAX CUNICA PSG lTDA V 200 77,07MA SAO lUIS 06496111000117 CUNICA LA RAVARDIERE LTDA VII 34869,90MG JUIZ DE FORA 21587373000180 CUNICA SAO DOMINGOS SA MATRIZ JJJ 120 66,75Rl RIO DE JANEIRO 30477954000150 CUNlCA DAS AMENDOEIRAS LTDA IV 160 61,74Rl NITEROI 32556060002710 HOSPITAL PSIQUIATRICO DE JURUJUBA SMS Nn:EROI III 110 74,82PR CASCAVEL 75524041000186 HOSPITAL E CASA DE SAUDE SAO MARCOS lTDA VI 315 87,50•••,----_."_.._-- , _ ~~ .. -....... * ...-_._-_.__.-----....---_._--------------•


•••0000463••ANENOXIlI•- •• ,•........, .......__ ......_-• ._...'_•• m......__ ....._.-I ..... ~... '"._---_..,.-, ....0 ••• ,, ---.-_•.'-- ., .


•, , ... •0000485•saú<strong>de</strong> mental, como os centros <strong>de</strong> atenção pstcosscctal, serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos,ambulatórios, atenção básica e outros. Finalmente, é necessário assegurar que o processo sejaconduzido, na melhor tradição do SUS, através <strong>de</strong> pactuações sucessivas entre gestores (municipais,estaduais e fe<strong>de</strong>ral), prestadores <strong>de</strong> serviços e Instâncias <strong>de</strong> controle social.2. Os hospitais psiquiátricos com mais <strong>de</strong> 160 leitos contratados/convenlados pelo SUS <strong>de</strong>verão 'reduzir progressivamente seus leitos contratados/convenlados, <strong>de</strong> acordo com limites máximos emínimos que atendam às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> garantia da a<strong>de</strong>quada assistência aos usuários do SUS, combase em planificação local e regional .3. Para esta finalida<strong>de</strong>, os hospitais passam a ser agrupados segundo classes <strong>de</strong> acordo com o porte,conforme o quadro. Os limites máximos e mínimos <strong>de</strong> redução anual (expressos em módulos <strong>de</strong> 40leitos que serão <strong>de</strong>scritos no Item 4), aplicáveis às diversas classes hospitalares, em cada grupo,estão <strong>de</strong>finidos a seguir:• Hospitais Psiquiátricos por Grupos <strong>de</strong> Classes e Limites <strong>de</strong> Redução• •8> GRUPOS CLASSES NO LEITOS MINIMO MAXIMO II até 120 Nlio há Nlio há II 121 - 160 11111 161 •200 1 módulo 1 módulo IV 201 - 240 V 241 - 280 III VI 281 - 320 1 módulo 2 módulos VII 321 - 360VIII 361 - 400 IX 401 - 440 IV X 441 - 480 1 módulo 3 módulos XI 481 • 520 XII 521 - 560 XIII 561 ­600 V XIV acima <strong>de</strong> 6003.1. A classe XIV comporta grupo <strong>de</strong> 8 (oito) hospitais acima <strong>de</strong> 600 leitos contratados, que terátratamento à parte, tendo em vista sua complexida<strong>de</strong> e atlplclda<strong>de</strong>. Para os hospitais <strong>de</strong>sta classe,po<strong>de</strong>rão ser pactuados limites maiores <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> leitos.,•I•4. Ficam estabelecidos MODULOS ASSISTENCIAIS <strong>de</strong> atendimento hospitalar, cada um com 40 leitos.Desta forma, busca-se a redução progressiva do porte hospitalar, <strong>de</strong>.rno<strong>de</strong> a situarem-se os hospitais,ao longo do tempo, em classes <strong>de</strong> menor porte. O módulo Igual a 40 leitos passa a ser a unida<strong>de</strong>adotada para este programa <strong>de</strong> reestruturaçllo. As exigências técnicas <strong>de</strong> equipe mínima e arquiteturapara cada módulo são aquelas já <strong>de</strong>finidas em normas anteriores, especialmente a Portaria nO251/GM, <strong>de</strong> 31/01/2002.'••5. Retlflcaçlio/ajuste do número <strong>de</strong> leitos por módulos asslstenclals.5.1 Os hospitais que tenham leitos que excedam os limites dos módulos (múltiplos <strong>de</strong> 40) terllo oprazo <strong>de</strong> 120 (cento e vinte) dias, a contar <strong>de</strong> 1 %1/2004, para fazerem esta primeira reestruturação,reduzindo os leitos que superem o limite dos módulos. Assim, por exemplo, um hospital com 168leitos SUS <strong>de</strong>verá ajustar-se para 160 leitos SUS (4 módulos); ou um hospital <strong>de</strong> 416 leitos SUS,<strong>de</strong>verá ajustar-se para 400 leitos SUS (10 módulos).S.2 Após este período <strong>de</strong> retlflcaçllo/ajuste, cada hospital passará a fazer parte da classeImediatamente acima, <strong>de</strong> acordo com o total <strong>de</strong> módulos asslstenclals, conforme <strong>de</strong>finido no item 6.5.3. Esta retlflcação do número <strong>de</strong> leitos não será exigida aos hospitais das Classes I e II., ," ' ,6. Redução dos leItos dos hospitais das Classes III a XIIIAs reduções mínimas previstas no Item 3 <strong>de</strong>verão ser Iniciadas a partir <strong>de</strong> 1°/5/2004. A redução <strong>de</strong>leitos será objeto <strong>de</strong> pactuação entre prestadores e gestores municipais e estaduais, e formalizadaconforme <strong>de</strong>finido no Item g. A parnclpação da Instância estadual justifica-se em vista da abrangênciaregional dos hospitais, e do estabelecimento das medidas <strong>de</strong> reintegração social dos pacientesegressos.Hospitais até 160 leitos não precisarão reduzir seus portes nesta etapa, a menos que reduções nestegrupo estejam previstas e pactuadas em planos municipais ou micro-regionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.•7. Nova Classlflcaçllo Hospitalar e Recomposição das Diárias HospitalaresFica estabelecida nova classificação dos hospitais psiquiátricos, baseada no número <strong>de</strong> leitos,'" t"W .fP'~P ,_.__.._. _~ .-.•__ ._.. lO ._-A,,_. .--..--- _- ..


,0000466contratados/convenlados ao SUS, com novos valores <strong>de</strong> remuneração das diárias hospitalares, nasquais estão Incorporados o Incentivo <strong>de</strong> qualificação do atendimento prestado, aferido pelo PNASH, etambém o Incentivo pela redução dos leitos.Novos valores das diárias hospitalares por classe•8> N° módulos Novos valores diária CLASSES NO <strong>de</strong> leitos após ajuste PNASH < 80% PNASH > 80% IAté 120 até 3 35,80 37,00 II 32,80 34,00 121 - 160 entre 3 e 4 III 161 • 200 5 30,13 31,33 IV 201 ­240628,6829,88 V 241 - 280 7 28,35 29,55 VI 281 - 320 8 28,0129,21 VII 321 - 360927,7528,95 VIII 361 - 4001026,9528,15 IX 401 - 440 11 26,80 28,00 X 441 - 4801226,6927,89 XI 481- 520 1326,5927,79 XII 521 - 560 1426,5027,70 XIII 561 - 600 1526,4227,62 XIV 26,36 27,56Acima <strong>de</strong> 600 25,15 Não classificados7.1. Cada redução <strong>de</strong> 1 (um) módulo correspon<strong>de</strong>rá à ascensão do hospital à classe Imediatamentesuperior, da mesma forma que após a retlflcação/ajuste <strong>de</strong>finida no Item 4.7.2. Os hospitais não classificados no PNASH-Pslqulatrla 2002 estão em processo <strong>de</strong><strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nclamento do sistema, e permanecem com os valores <strong>de</strong> remuneração da Portaria SAS nO77/2002.7.3. O gestor local, municipal ou estadual, conforme o nível <strong>de</strong> gestão, <strong>de</strong>verá manterpermanentemente atuallzado o número <strong>de</strong> leitos dos estabelecimentos hospitalares junto ao CadastroNacional <strong>de</strong> Estabelecimentos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - CNES.'.8. Os hospitais dos grupos II a IV (Classes III a XIII) que, após o prazo <strong>de</strong>finido no Item S, nãotiverem realizado o ajuste/retlflcação dos leitos, quando for o caso, e não tiverem Iniciado o processo<strong>de</strong> redução dos leitos, através da formalização dO Termo <strong>de</strong> Compromisso e Ajustamento referido noItem 10, voltarão a ser remunerados conforme os valores <strong>de</strong>finidos na Portaria nO 77/SAS, <strong>de</strong>1 %2/2002, a partir <strong>de</strong> 10/5/2004. .•,.-1'1""'.9. Os recursos financeiros restantes após a redução <strong>de</strong> leitos, em cada etapa e a cada nova redução,permanecerão nos tetos municipais e estaduais, quando em gestlio plena do sistema, para utilizaçãona re<strong>de</strong> local, micro-regional e regional <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong> modo a apollir ofinanciamento da implantação e manutenção <strong>de</strong> CAPS, serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos e outrosserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental nos rnuntcíplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino dos pacientes <strong>de</strong>slnstituclonallzados, bem comocustear equipes para suporte à <strong>de</strong>sinstltuclonallzação.•10. Os gestores locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, durante a primeira etapa do Programa (janelro a abril <strong>de</strong> 2004)firmarão Termo <strong>de</strong> Compromisso e Ajustamento com os prestadores públicos e privados, <strong>de</strong>finindo asatribuições <strong>de</strong> ambas as partes (prestadores e gestores públicos) na garantia do a<strong>de</strong>quadoatendimento aos pacientes que necessitem cuidados em saú<strong>de</strong> mental, em seu âmbito <strong>de</strong> atuaçãc. Osprestadores <strong>de</strong>verão comprometer-se a cumprir as exigências <strong>de</strong> equipe minima e <strong>de</strong>mais<strong>de</strong>terminações técnicas contidas na Portaria nO 2S1/GM, <strong>de</strong> 31/01/2002. Os gestores municipais doâmbito <strong>de</strong> referência do hospital, bem como o gestor estadual, <strong>de</strong>verão assegurar a a<strong>de</strong>quadarealização do plano <strong>de</strong> reintegração social dos pacientes <strong>de</strong>slnstltuclonallzados, bem como assegurar oatendimento em saú<strong>de</strong> mental na re<strong>de</strong> extra-hospitalar nos territórios Implicados. Este Termo <strong>de</strong>Ajustamento <strong>de</strong>finirá a planificação caso a caso dos leitos a serem reduzidos.·11. Este Programa Anual - 2004 é parte Integrante da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental do SUS, cujo objetlvoé a consolidação do processo <strong>de</strong> reforma psiquiátrica. Ele trata do componente hospitalarespecializado, <strong>de</strong> sua reestruturação, das mudanças <strong>de</strong> seu financiamento, do redlreclonamento dosrecursos financeiros para atenção extra-hospitalar, da construção <strong>de</strong> planos municipais, mlcroregionaise taduats <strong>de</strong> <strong>de</strong>slnstltuclonallzação e <strong>de</strong> Implantação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção comunitária. OPrograma articula-se com outras áreas da reforma psiquiátrica, especialmente: atenção em saú<strong>de</strong>mental no hospital geral, saú<strong>de</strong> mental na atenção básica, urgência e emergência em saú<strong>de</strong> mental,consolidação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> CAPS I, II, III, I e AD, programa De Volta para Casa, expansão dasresidências terapêuticas e outros, que são objeto <strong>de</strong> normas e documentos especificas. A baseteórlcoconceltual e política do Programa está contida nos seguintes documentos: Lei nO 10.216/2001,Relatório Finai da III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, Lei nO 10.708/2003, legislação geral doSUS, Portaria nO 251/GM, <strong>de</strong> 31/01/2002 e outros textos normativos.11.1. Fica estabelecido o prazo <strong>de</strong> 90 (noventa) dias para que a Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>_ , ,P' .. _" ....~...... - . -- -- -.-"'= ,---~.•~--_.---,_.-_.- ---_._--------------------._---


". .. I _• •• •,,,,Ir•apresente proposta <strong>de</strong> reorganização da atenção em saú<strong>de</strong> mental em hospital geral e <strong>de</strong> mudançados mecanismos <strong>de</strong> financiamento aplicáveis a esta modalida<strong>de</strong>.12. Este Programa <strong>de</strong>verá ter vigência <strong>de</strong> 12 meses, contados a partir <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2004, comuma etapa preliminar <strong>de</strong> janeiro a abril <strong>de</strong> 2004, e será acompanhado por Comissão <strong>de</strong> Avaliação eAcompanhamento nomeada pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, Integrada por representantes <strong>de</strong>:- Ministério da Saú<strong>de</strong>;- Prestadores Privados;- Prestadores Filantrópicos;- CONASS;- CONASEMS; .- Trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;- Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; eEntida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> dvll vinculada ao tema dos direitos humanos.12.1. Nos Estados com gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> leitos psiquiátricos São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Paraná,Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Bahla e Alagoa s a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, através da áreatécnica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, constituirá Grupo Técnico <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento, do qual faráparte um representante do Ministério da Saú<strong>de</strong>, encarregado <strong>de</strong> acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento doPrograma, em articulação com a Comissão <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento <strong>de</strong> âmbito fe<strong>de</strong>ral.I",-•,,••


••0000468•ANEXO XIV•"••••• ...


., "0000469""• ,.-.,..Presidência da RepúblicaCasa CivilSubchefia para Assuntos JurídicosLEI N° 10.708, DE 31 DE JULHO DE 2003.Institui o auxflio-reabilitação psicossocial parapacientes acometidos <strong>de</strong> transtornos mentaisegressos <strong>de</strong> internações.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional <strong>de</strong>creta e eusanciono a seguinte Lei:•Art. 1 2 Ficainstituido o auxilio-reabilitação psicossocial para assistência, acompanhamento eintegração social, fora <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> hospitalar, <strong>de</strong> pacientes acometidos <strong>de</strong> transtornos mentais,internados em hospitais ou unida<strong>de</strong>s psiquiátricas, nos termos <strong>de</strong>sta Lei.•Parágrafo único. O .1Iuxflio é parte integrante <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> ressocialização <strong>de</strong> pacientesinternados em hospitais ou unida<strong>de</strong>s psiquiátricas, <strong>de</strong>nominado "De Volta Para Casa", sobcoor<strong>de</strong>nação do Ministério da Saú<strong>de</strong>.'.Art. ~ O benefício consistirá em pagamento mensal <strong>de</strong> auxílio pecuniário, <strong>de</strong>stinado aospacientes egressos <strong>de</strong> internações, segundo critérios <strong>de</strong>finidos por esta Lei..-""•§ 1 2 É fixado o valor do beneficio <strong>de</strong> R$ 240,00 (duzentos e quarenta reais), po<strong>de</strong>ndo serreajustado pelo Po<strong>de</strong>r Executivo <strong>de</strong> acordo com a disponibilida<strong>de</strong> orçamentária.§ ~ Os valores serão pagos diretamente aos beneficiários, mediante convênio com instituiçãofinanceira ofICiai, salvo na hipótese <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercer pessoalmente os atos da vida civil,quando serão pagos ao representante legal do paciente.••§ 3 2 O benetrcio terá a duração <strong>de</strong> um ano, po<strong>de</strong>ndo ser renovado quando necessário aospropósitos da reintegração social do paciente."••"Art. 3 2 São requisitos cumulativos para a obtenção do beneficio criado por esta Lei que:I - o paciente seja egresso <strong>de</strong> internação psiquiátrica cuja duração tenha sido,comprovadamente, por um perlodo igualou superior a dois anos;II - a situação clínica e social do paciente não justifique a permanência em ambientehospitalar, indique tecnicamente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão em programa <strong>de</strong> reintegração social ea necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> auxilio financeiro;III - haja expresso consentimento do paciente, ou <strong>de</strong> seu representante legal, em se submeteràs regras do programa;IV - seja garantida ao beneficiado a atenção continuada em saú<strong>de</strong> mental, na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>local ou regional.•. "". __ II rp ' • v _-- - - - -.--_ _._----------------..,.......,......... . - .-_.., _. ~


0.00000470§ 1 2 O tempo <strong>de</strong> permanência em Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos será consi<strong>de</strong>rado para. a exigência temporal do inciso I <strong>de</strong>ste artigo.§ 2 2 Para fins do inciso I, nâo po<strong>de</strong>mo ser consi<strong>de</strong>rados perfodos <strong>de</strong>.intemaçllo os <strong>de</strong>permanência em orfanatos ou outras instituições para menores, asilos, albergues ou outrasinstituições <strong>de</strong> amparo social, ou internações em hospitais psiquiátricos que não tenham sidocusteados pelo Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS ou órgãos que o antece<strong>de</strong>ram e que hoje ocompõem.§ 3 2 Egressos <strong>de</strong> Hospital <strong>de</strong> Custódia e Tratamento Psiquiátrico po<strong>de</strong>mo ser igualmentebeneficiados, proce<strong>de</strong>ndo-se, nesses casos, em conformida<strong>de</strong> com a <strong>de</strong>cisão judicial.Art. 4 2 O pagamento do auxílio-reabilitaçllo psicossocial será suspenso:I - quando o beneficiário for reintemado em hospital psiquiátrico;•1/ - quando alcançados os objetivos <strong>de</strong> reintegraçllo social e autonomia do paciente.•M. SS' O pagamento do auxUio-reabilitaçllo psicossocial será interrompido, em caso <strong>de</strong> óbito,no mês seguinte ao do falecimento do beneficiado.M. 6 2 Os recursos para implantação do auxUio-reabilitaçllo psicossocial são os referidos noPlano Plurianual 2000-2003, sob a rubrica "incentivo-bônus", ação 0591 do Programa Saú<strong>de</strong>Mental n 2 0018.•§ 1 2 A continuida<strong>de</strong> do programa será assegurada no orçamento do Ministério da Saú<strong>de</strong>.§ ~ O aumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa obrigatória <strong>de</strong> caráter continuado resultante da criação <strong>de</strong>stebenefício será compensado <strong>de</strong>ntro do volume <strong>de</strong> recursos mlnimos <strong>de</strong>stinados às ações e serviçospúblicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, conforme disposto no art, 77 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias.Ar!. 7 2 O controle social e a fiscalização da execução do programa serão realizados pelaslnstãnclas do SUS.•M. 8 2 O Po<strong>de</strong>r Executivo regulamentará o disposto nesta Lei.M. gll Esta Lei entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação.BrasUia, 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003; 182 2 da In<strong>de</strong>pendência e 11 SS' da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAHumberto Sérgio Costa LimaRicardo José Ribeiro Berzoini•- ."._~.. ".. .-,._ •..._..._---------_..--_.-------------_..


,ooo04"i1,,..•ANEXO XV•, ,•••,~,,---~----­-_..~"• •


-, ,0000472•. """"'.PORTARIA NO 2.077, DE 31 DE OUTUBRO DE 2003,Auxílio-Reabilitação PsicossoctetGABINETE DO MINISTROPORTARIA NO 2.077, DE 31 DE OUTUBRO DE 2003Dispõe sobre a regulamentação da lei nO 10.708, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, nos termos <strong>de</strong> seu artigo8°. .•O MINISTRO DE ESTADO DA SAUDE, no uso <strong>de</strong> suas atribuições, com base no que <strong>de</strong>termina o artigo50 da lei nO 10.216 <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001; e••Consi<strong>de</strong>rando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regulamentar a lei nO 10.708, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, que Institui oauxilio-reabilitação psicossoclal para esststêncía, acompanhamento e Integração social, fora <strong>de</strong>unida<strong>de</strong> hospitalar, <strong>de</strong> pacientes acometidos <strong>de</strong> transtornos mentais internados em hospitais ouunida<strong>de</strong>s psiquiátricas, inseridos no Programa "oe Volta Para, Casa"; eConsi<strong>de</strong>rando a necessida<strong>de</strong> da garantir os benefícios da reintegração social à pessoa portadora <strong>de</strong>transtorno mental submetida à internação <strong>de</strong> longa permanência, ou moradora <strong>de</strong> serviço resi<strong>de</strong>ncialterapêutico, conforme recomendado no capitulo '1/ do Relat6r10 Finai da III Conferênda Nacional <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental, resolve:,Art. 10 São consi<strong>de</strong>rados egressos e posslvels benefiCiários para efeito da lei nO 10.708, todas aspessoas portadoras <strong>de</strong> transtorno mental que estejam comprovadamente Internadas em hospitalpsiquiátrico por período ininterrupto igualou superior a dois anos, as quais <strong>de</strong>verão estar Incluídas noCadastro <strong>de</strong> Beneficiários Potenciais do Programa "De Volta Para Casa". "Parágrafo único. Este critério aplica-se também às situações previstas nos § 10 e § 30, do artigo 30,da lei nO 10.708/2003.Art. 2° São documentos e procedimentos necessários para Inclusão no Cadastro <strong>de</strong> BeneficiáriosPotenciais do Programa "De Volta Para Casa":•I - relação <strong>de</strong> beneficiários potenciais colhidas pelo gestor local nas unida<strong>de</strong>s prestadoras, num prazo<strong>de</strong> 30 (trinta) dias, a contar da data da publicação <strong>de</strong>sta Portaria;II - relat6r10 da área <strong>de</strong> controle e avaliação atestando a conferência dos dados constantes na relaçliodo tndso I; eIII • relaçlio <strong>de</strong> posslvels beneficiários encaminhados pelos Hospitais <strong>de</strong> Cust6dla e TratamentoPsiquiátrico, num prazo <strong>de</strong> 30 (trinta) dias, para Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a contar da data <strong>de</strong>publicação <strong>de</strong>sta portaria.§ 10 As relações referidas nos Incisos I e III <strong>de</strong>verlio conter as seguintes Informações: nome e CNPJda Instituiçlio, nome do paciente, data <strong>de</strong> nascimento, RG ou certldlio <strong>de</strong> nascimento (se houver), CPF(se houver), diagn6stico, data <strong>de</strong> inicio da Internação.§ 20 As relações acima referidas <strong>de</strong>verão ser encaminhadas à Secretaria <strong>de</strong> Estado da5aú<strong>de</strong>/Coor<strong>de</strong>naçlio <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental para conhecimento e registro, e à Secretaria <strong>de</strong> Atençlio àSaú<strong>de</strong>, do Ministério da Saú<strong>de</strong>, para análise e validação pela Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento doPrograma "De Volta Para casa" (CAP-MS), <strong>de</strong> que trata o Artigo 11 <strong>de</strong>sta Portaria.•Art. 30 Da habilitação dos Munldpios, tendo em vista aten<strong>de</strong>r ao Inciso IV do art. 30, da lei nO10.708/2003, são pré-condições cumulativas:•.. ". -_"0__, ••• ,.' .."_,...... • •__--.- •• " _,


,", ,0000473I - o Munlclplo ofertar ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que atendam às necessida<strong>de</strong>s dos beneficiários, conformecertificação pela Comissão Estadual pela comissão <strong>de</strong> acompanhamento (CAP-SES), <strong>de</strong> que tratao Artlgo 11 <strong>de</strong>sta Portaria;11 - os Municípios terem a<strong>de</strong>rido formalmente ao Programa, por melo <strong>de</strong> envio <strong>de</strong> Termo <strong>de</strong> A<strong>de</strong>são(Anexo I); eIII - formalização da habilitação pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> por melo <strong>de</strong> portaria.Art. 40 Serão consi<strong>de</strong>rados Municípios prioritários para habilitação no Programa aqueles que possuemações <strong>de</strong>senvolvidas, ou em <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong> reintegração social para pessoas acometidaspor transtorno mental, que tenham moradores em serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos, e equipe <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> estruturada para apoiar esta ação e que cumpram as seguintes condições:•I - apresentam alta concentração <strong>de</strong> pessoas Internadas em hospitais pSiquiátricos que aten<strong>de</strong>m aosrequisitos <strong>de</strong> temporalida<strong>de</strong> do tratamento;II - tenham hospitais em processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nclamento do SUS; eIII - que estejam <strong>de</strong>stinados a acolher pacientes <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slnstltuclonallzação egressos <strong>de</strong>hospitais localizados em outros Municípios.Art. 5° A solicitação <strong>de</strong> Inclusão no Programa -De Volta Para Casa*, preenchida e assinada pelopaciente (Anexo II) ou seu representante legal, quando necessário (Anexo III) é documentoIndispensável para Iniciar' o processo, e será dirigido à Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Munlclplohabilitado;••.,••Parágrafo único. O fluxo da solicitação à Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cerá à seguinteseqOêncla:I - avaliação da solicitação por parte <strong>de</strong> uma equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>signada pelo gestor municipalconforme Instrução Normativa (Anexo IV) e utilizando como base roteiro especlflco para avaliaçãoproposto em manual do Programa -De Volta Para Casa* a ser expedido pela Secretaria <strong>de</strong> Atenção àSaú<strong>de</strong>; ,II - se o parecer for favorável, será preenchido Formulário <strong>de</strong> Incluslio do Solicitante (Anexo V),contendo Informações necessárias e obrigatórias que <strong>de</strong>verá ser enviado ao Ministério daSaú<strong>de</strong>/Secretaria <strong>de</strong> Atençlio à Saú<strong>de</strong> (CAP-MS); eIII - se a solicitação <strong>de</strong>' Incluslio nlio for aprovada, é facultado ao solicitante recurso Junto à Secretaria' "Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e, em última Instância, ao Ministério da Saú<strong>de</strong>•Art. 6° Slio requisitos necessários para a solicitação <strong>de</strong> Incluslio do beneficiário no Programa -De VoltaPara Casa":I - a habilitação do Município responsável pela atençlio continuada;II - o beneficiário <strong>de</strong>verá possuir a documentação exigida: Documento <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> /Reglstro Geralou Certidão <strong>de</strong> Nascimento; eIII - Formulário <strong>de</strong> Inclusão no Programa preenchido pelo Munlclplo.Parágrafo único. O Departamento <strong>de</strong> Ações Programáticas Estratégicas - Saú<strong>de</strong> Mental, da Secretaria<strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ste Ministério, po<strong>de</strong>rá solicitar Informações complementares, para validaçãoda Incluslio, <strong>de</strong> acordo com o caso.•Art. 70 Para efeito <strong>de</strong> pagamento, <strong>de</strong> acordo com artigo 20 da Lei nO 10.708/2003:. .....__._---------_.,- ._------------------'n~- ",-,".. "" •..-I


"-OOÜ0474§ 10 O recebimento do benefício pelo paciente se dará após a sua saída da Instituição hospitalar e <strong>de</strong>sua Inserção no Programa "De Volta Para Casa" no âmbito local;§ 20 Quando for o caso, se o beneficiário do Programa necessitar <strong>de</strong> representante legal, este <strong>de</strong>veráfirmar termo <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong> fielmente zelar pelos direitos e <strong>de</strong>veres do beneficiário no âmbito doreferido Programa (Anexo VI);§ 30 Para os beneficiários contemplados nos § 10 e § 30, do art 30, da Lei nO 10.70S/2003, osrepasses serão efetuados quando aprovados os processos <strong>de</strong> Inclusão; e§ 40 A operacionalização do pagamento será <strong>de</strong>scrita em manual do Programa "oe Volta Para Casa" aser expedido pela Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> - SAS/MS;Art. SO A saída do paciente da Instituição hospitalar Implicará a exclusão do leito do cadastro SIH/SUSe transferência dos recursos correspon<strong>de</strong>ntes para aç5es extra-hospitalares <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental por melo<strong>de</strong> mecanismos a ser regulamentado pela secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> - SAS/MS.Art. 90 A suspensão do benefício, nos termos do artigo 40, da Lei nO 10.70S/2003, ocorrerá:..-••§ 10 A qualquer momento, por solicitação do beneflclárlo eu-seu representante legal;§ 20 Quando ocorrer relntemação do beneficiário em hospital psiquiátrico, por período Igualousuperior a 30 (trinta) dias ao ano;§ 30 Quando o beneficiário, <strong>de</strong> acordo com relatório trimestral <strong>de</strong> avaliação Individuai, realizado pelacoor<strong>de</strong>nação local, não reunir condições <strong>de</strong> permanece1"lnserldo no Programa', conforme Inciso 11, doartigo 40, da supracltada lei;§ 40 Quando a coor<strong>de</strong>nação local do Programa I<strong>de</strong>ntificar que o representante legal não cumpre comas exigências contidas no termo <strong>de</strong> compromisso, enquanto não seja <strong>de</strong>finido um novo representantelegal;§ 50 Quando o gestor local <strong>de</strong>scumprir com os compromissos firmados no Termo <strong>de</strong> A<strong>de</strong>são municipalao Programa;§ 60 Quando ° para<strong>de</strong>iro do beneficiário for <strong>de</strong>sconhecido por mais <strong>de</strong> 40 (quarenta dias).§ 70 Nos casos previstos nos § 20 e § 30, é facultado recurso, pelo beneficiário ou seu representantelegal, à Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e, em últIma Instância, ao Ministério da Saú<strong>de</strong>;§ SO Nos casos previstos no § 40, é facultado recurso do Munlclplo ao Ministério da Saú<strong>de</strong>; e.§ 90 Cabe à Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a notificação Imediata à Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>(CAP-SES), dos casos <strong>de</strong> relntemação dos beneficiários em hospital psiquiátrico ou Hospital <strong>de</strong>Custódia e Tratamento Psiquiátrico.•Art. 10. Para a renovação do benefício será necessário:§ 10 Apresentação <strong>de</strong> relatório do gestor local ao Ministério da Saú<strong>de</strong>, contendo parecer da equipe <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> que Indicará necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> permanência do beneficiário no Programa, com antecedência<strong>de</strong> 60 dias do término <strong>de</strong> um ano do recebimento do auxilio; e§ 20 Parecer favorável da Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa "De Volta Para Casa" (CAp·SES).Art. 11. Cabe ao Departamento <strong>de</strong> Ações Programáticas Estratégicas - Saú<strong>de</strong> Mental, da Secretaria <strong>de</strong>Atenção à Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ste Ministério, ouvida a Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa "De VoltaPara casa":I - conce<strong>de</strong>r o auxílio-reabilitação pslcossoclal;II - <strong>de</strong>cidir sobre Ineiusão e exclusão <strong>de</strong> beneficiário no Programa;III - <strong>de</strong>cidir sobre o pedido <strong>de</strong> renovação e homologá-lo ou não;IV • gerar Informação à Instituição financeira quanto à renovação por mais 1 (um) ano;V - garantir recurso orçamentário para este fim; eVI - <strong>de</strong>cidir sobre habilitação <strong>de</strong> Município no Programa "De Volta Para Casa".,"'---_.~~ r ... ; ......... ~__• __._. _...... _---_...._._-,_.. _.__.--"...._-_._-_._---,_..--_ .._._----------------_._-.._-----


•'," " ,.,IOÚ00475'.~ ,I,Art. 12. O acompanhamento do auxílio-reabilitação pslcossoclal será efetuado através <strong>de</strong> Comissão <strong>de</strong>Acompanhamento do Programa "De Volta Para Casa" (CAP-MS), constituída pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>,por melo <strong>de</strong> Portaria, que terá as seguintes atribuições:I - emitir parecer sobre a habilitação <strong>de</strong> Municípios;II - emitir parecer sobre Inclusão e exclusão <strong>de</strong> beneficiário no Programa;III - emitir parecer sobre renovação do auxilio-reabilitação pslcossoclal ao beneficiário;IV - elaborar e pactuar as normas aplicáveis ao programa e submetê-Ias ao Ministério da Saú<strong>de</strong>;V - ratificar o levantamento nacional <strong>de</strong> clientela <strong>de</strong> beneficiários em potenciai do Programa ~De VoltaPara Casa"; eVI - acompanhar e assessorar a Implantação e avaliação do Programa..'Parágrafo único. No âmbito Estadual <strong>de</strong>verá ser constituída Comissão Estadual <strong>de</strong> Acompanhamentodo Programa ~De Volta Para Casa" (CAP-SES) que terá as funções <strong>de</strong> emitir parecer sobre exclusãodo Programa e renovação do benefício, bem como outras ações necessárias ao acompanhamento doPrograma.•Art. 13. Casos omissos serão <strong>de</strong>cididos pela Secretaria <strong>de</strong> Atenção II Saú<strong>de</strong> - Departamento <strong>de</strong> AçõesProgramáticas Estratégicas - Saú<strong>de</strong> Mental, ouvida a Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa ~DeVolta Para casa"."Art. 14. Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.,HUMBERTO COSTA.'-,.,.ANEXO I .TERMO DE ADESÃO MUNICIPAL AO PROGRAMA ~DE VOLTA PARA CASA"MUNIOPIO:•UF: _ENDEREÇO: -------------=C::::.EP:NOME DO PREFEITO: ---• •NOME DO SECRETARIO MUNIOPAL DE SAUDE: RG: _•• ,,.••A Prefeitura Municipal <strong>de</strong>solicita a<strong>de</strong>são ao Programa "DeVolta Para casa", que se <strong>de</strong>stina II assistência, acompanhamento e Integração social, fora <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>hospitalar, <strong>de</strong> pacientes acometidos <strong>de</strong> transtornos mentais, egressos <strong>de</strong> longa Internação emhospitais ou unida<strong>de</strong>s psiquiátricas, sendo o auxilio parte Integrante <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong>ressoclallzação <strong>de</strong> pessoas com transtorno mental e excluidas do convívto social, conforme <strong>de</strong>finidoem lei nO 10.708 <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003 e em Portaria GM/No 2077/GM, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003.Ao a<strong>de</strong>rir ao Programa, esta Prefeitura Municipal, por Intermédio <strong>de</strong> sua secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, assumeos seguintes compromissos:- ser responsável pela atenção Integral em saú<strong>de</strong> e assegurar a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados em saú<strong>de</strong>mental, em programas extrahospitalares, para os beneficiários do Programa:- seleção, avaliação, preenchimento e encaminhamento <strong>de</strong> ficha cadastral e <strong>de</strong>mais documentaçõesexigidas dos beneficiários a serem Incluídos no Programa;- realizar o acompanhamento dos beneficiários Inseridos no programa;- avaliar o <strong>de</strong>sempenho e Implantação do programa em nível municipal; e- submeter ao Conselho Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Informações sobre o <strong>de</strong>senvolvimento contínuo das açõesrealizadas pelo Município quanto II Implementação e resultados do programa, aos beneficiáriosatendidos... ....OlA) Coor<strong>de</strong>nador(a) Responsável pelo Programa ~De Volta para casa" neste Município será:NOME COMPLETO:_, ~'.. '''''&,_.'.'.'''_''._.'' '••_'0" .n, ... " .__.. _"._" ~.~.."'"'._.....,......_._------_..'_._~.- ... , ..._' , .._-_.-------------------•


•-,0000476REG: ~----;-77-=--'----'c--:''''''''''''''-:­Assinatura do(a) Coor<strong>de</strong>nador(a) do Programa:Local e Data: ~•<strong>de</strong> <strong>de</strong> __•Assinatura do Secretário Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Assinatura do Prefeito MunldpalANEXO IISOUCITAÇÃO DE Auxíuo -REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL•Eu, solicito, enquanto um direito a mimfacultado no Indso 10, do artigo 30, da Portaria GM NO 2077/GM <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, a Inclusllopara recebimento do auxílio-reabilitação pslcossoclal criado pela Lei NO 10.708, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2003.Local e Data: , __<strong>de</strong> <strong>de</strong> __•Assinatura/Impressão digitaI do Beneficiário Solicitante••HOSPITAL (com CNPJ) OU SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO DE ORIGEM DO SOUCITANTE:ANEXO IIISOUCITAÇÃO DE Auxíuo -REABILITAÇÃO PSICOSSOQAL PELO REPRESENTANTE LEGAL•Eu, representante legal <strong>de</strong>-,-----,::_--::~::_-=--,---,---=-:-:-~===:-;---::-:-7""----,:_:_-_:_" enquanto direito facultado no Indso 10do artigo 30, da1'ortarla GM NO 2077/GM <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, e aten<strong>de</strong>ndo às condições legaispara tanto, solicito a Indusão da pessoa, à qual represento, para ser beneficiária do recebimento doauxílio-reabilitação pslcossoclal, criado pela Lei nO 10.708, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003.Local e Data: ~ , __ <strong>de</strong> <strong>de</strong> __•Assinatura/Impressão digitai do Representante Legal SolicitanteAssinatura/Impressão digitai do Beneficiário SolicitanteHOSPITAL (com CNPJ) OU SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO DE ORIGEM DO SOUCITANTE:•_____._..... .... .'_~


•, ,IlII,0000477ANEXO IVINSTRUÇÃO NORMATIVAEsta Instrução Normativa da portaria do Programa ~De Volta Para Casa", criado pelo Ministério daSaú<strong>de</strong>, visa oferecer orientações Importantes que complementam assuntos referidos em artigos <strong>de</strong>staportaria para auxiliar na Implantação <strong>de</strong>ste programa.1 - RESPONSABIUDADE DOS GESTORES DO SUS COM O PROGRAMA••I - Ao nlvel municipal compete:- ser responsável pela atenção Integral em saú<strong>de</strong> e assegurar a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados em saú<strong>de</strong>mental, em programas extrahospltalares para os beneficiários do programa;- seleçãe, avaliação, preenchimento e encaminhamento ao Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> informaçõescadastrais necessárias dos beneficiários a serem Incluídos no Programa; e- acompanhamento dos beneficiários Inseridos no programa.II - Ao nível estadual compete:- acompanhar as ações dos Municípios vinculados ao programa;- confirmar o Município como apto a se Inserir no programa;- analisar os recursos provenientes das solicitações In<strong>de</strong>feridas pelos Municípios; e- ter papel articulador entre os Hospitais <strong>de</strong> Custódia e Tratamento Psiquiátrico e Município, quanto daIndicação <strong>de</strong> pessoas em condições <strong>de</strong> serem beneftcladas pelo programa.m - Ao nivel fe<strong>de</strong>ral conlpete:- cadastrar os beneficiários dos Municípios habilitados no programa, que não estlio em Gestão Plenado Sistema;- organizar e consolidar os cadastros dos beneficiários e dos Municípios Inseridos no programa;- zelar pelo monltoramento e avaliação do programa;- <strong>de</strong>finir critérios <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Inclusão <strong>de</strong> beneficiários por Municípios;- julgar os recursos provenientes do âmbito municipal ou estadual;- o processamento mensal da foiha <strong>de</strong> pagamento aos beneficiários do programa; e- constituir Comissão Gestora do Programa ~De Volta Para Casa".", '•""••2 - BENEFIOARIOSPara fins <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> Internaçllo, períodos <strong>de</strong> alta por transferência para outros serviços,em razão <strong>de</strong> Intercorrênclas c1inlcas ou cirúrgicas, nllo serllo consi<strong>de</strong>rados interrupções <strong>de</strong> Internaçãopara fins <strong>de</strong> contabilizar a temporalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Internaçllo exigida.. ,3 - QUANTO A INCLUSÃO DE BENEFICIÁRIOS NO PROGRAMAO Munlcfplo <strong>de</strong>verá preencher cadastro <strong>de</strong> Inclusão <strong>de</strong> beneficiário para o programa e enviá-lo aoMinistério da Saú<strong>de</strong>, quando:• da sollcltaçlio <strong>de</strong> Inclusão no programa por parte do beneficiário, ou seu representante legal;- a avaliação <strong>de</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> local confirmar os requisitos exigidas na Lei nO 10.708/2003, paraInclusão no programa; e- da habilitação do Município pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> no Programa.Será necessário que a pessoa inclulda no programa esteja <strong>de</strong> alta hospitalar ou morando emresidência terapêutica; com suas famlllas <strong>de</strong> origem ou filmlllas substitutas, ou formas alternativas <strong>de</strong>moradia e <strong>de</strong> convlvio social..'" "4 - ATENÇÃO CONTINUADA EM SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIOO Munlcfplo habilitado <strong>de</strong>signará equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> especifica <strong>de</strong> apoio dlreto aos beneficiários, paragarantir ao beneficiado a atenção continuada em saú<strong>de</strong> mental, na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> local ou regional.Esta equipe <strong>de</strong>verá ter suas ações baseadas em proposta <strong>de</strong> reabilitação pslcossoclal assistida, aserem explicitadas em programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental municipal, o qual <strong>de</strong>verá conter estratégia <strong>de</strong>acompanhamento dos beneficiários e <strong>de</strong> avaliação regular do processo <strong>de</strong> reintegração social <strong>de</strong>stes._~_"lPM= .. .....--........ ~ ... __•..",,_, .__ ~ .... •. u


•ÚUJ ~I 418~".,..,5 - RESPONSABILIDADES DO REPRESENTANTE LEGALO representante legal do beneficiário do programa terá sua Indicação e <strong>de</strong>sempenho supervisionadospela equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Município. Se for I<strong>de</strong>ntlflcado caso <strong>de</strong> Ina<strong>de</strong>quado e i1fclto uso, por parte dorepresentante legal, do benefício recebido, <strong>de</strong>verão ser tomadas medidas cabíveis no âmbitomunicipal, em primeira Instância, para intervençllo e responsablllzaçlío quanto aos atos Inlllgldos,po<strong>de</strong>ndo vir a ser necessário o recurso a outras Instâncias.•6 - CONTROLE E AVALIAçJl.O DO PROGRAMA• •6.1 - MINISTERIO DA SAUDECompete à Comlsslío <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa ·De Volta Para Casa" <strong>de</strong>flnlr estratégias <strong>de</strong>acompanhamento e avaliação da Implantação do programa junto aos Municípios. Caberá auditoriainterna para apuração <strong>de</strong> Irregularida<strong>de</strong> quanto ao pagamento In<strong>de</strong>vido, Indusão e exclusão <strong>de</strong>beneflclárlos.6.2' ESTADOAcompanhar e apoiar a Implementação do programa junto aos Municípios habilitados <strong>de</strong> seu Estado;Constituir Comlsslío <strong>de</strong> acompanhamento do Programa em âmbito estadual, quando houver Munlclplosdo Estados habilitados no programa.6.3 - MUNICÍPIOO Munldplo habilitado assegurará atenção continuada <strong>de</strong> sa\Í<strong>de</strong> mental na re<strong>de</strong> ele saú<strong>de</strong> e promoveráavaliações do processo <strong>de</strong> Implantaçllo do programa, cabendo ao mesmo enviá-Ias para o Ministérioda Saú<strong>de</strong>, através instrumento específlco, a ser <strong>de</strong>terminado pela COmlssllo <strong>de</strong> Acompanhamento doPrograma e divulgado pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>..-7 - COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMAA Comlssllo <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa <strong>de</strong>verá ser constltuída em portaria e terá <strong>de</strong>ntre seusmembros: representante do Conass, representante do Conasems, representante da ComlsslloIntersetorlal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Departament? <strong>de</strong> Ações ProgramáticasEstratégicas - Saú<strong>de</strong> Mental - Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> do Ministério da Saú<strong>de</strong>.B - RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA OFICIALA Instltuiçllo financeira oficiai <strong>de</strong>verá, mediante remuneraçllo e condições a serem pactuadas com oMinistério da Saú<strong>de</strong>, obe<strong>de</strong>cidas as formulações legais: organizar e operar a loglstlca <strong>de</strong>pagamento dos benefícios; elaborar os relatórios flnancelros necessários ao acompanhamento, àavallaçlío e à auditoria da execução do programa por parte do Ministério da Saú<strong>de</strong>.•ANEXO VFORMULÁRIO DE INCLUSÃO DO SOLICITANTE1. DADOS DO ESTABELECIMENTO:•- Indusão ou Aiteraçllo (DADO OBRIGATORIO) •- NO CNES Estabelecimento (DADO OBRIGATORIO)•- Nome do Estabelecimento (DADO OBRIGATORIO)- Código IBGE (DADO OBRIGATÓRIO)- Data <strong>de</strong> Preenchimento (DADO OBRIGATÓRIO)2. DADOS RESIDENCIAIS:- UF (DADO OBRIGATÓRIO)- Número do IBGE (DADO OBRIGATÓRIO)- Nome do Munldplo (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- TIpo do Logradouro (DADO OBRIGATÓRIO)- Nome do Logradouro (DADO OBRIGATÓRIO); Número (DADO OBRIGATÓRIO); Complemento (DADONÃO OBRIGATÓRIO);-Bairro/Distrito.(DADO OBRIGATÓRIO); CEP (DADO OBRIGATÓRIO); DDD-Telefone (DADO NAO OBRIGATORIO).........3. DADOS PESSOAIS:•- Nome Completo - sem abreviaturas (DADO OBRIGATORIO)-----_..~ '........_,., .. ~,-_._,--....• • LI •


, "• •\0000419,..•- Nome da Mlle - sem abreviaturas (DADO OBRIGATÓRIO)- Nome do Pai (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)•- Sexo (DADO OBRIGATORIO)- Raça/Cor (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- Sltuaçllo Familiar (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- Nacionalida<strong>de</strong> (DADO OBRIGATÓRIO)•- Data <strong>de</strong> Nascimento dd/mm/aaaa (DADO OBRIGATORIO)•- UF <strong>de</strong> Nascimento (DADO OBRIGATORIO)- Munlclplo <strong>de</strong> Nascimento (DADO OBRIGATÓRIO)- Nome do Munlclplo (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- Escolarida<strong>de</strong> (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- FreqOenta Escola? SIm ou Nilo (DADO OBRIGATÓRIO)- CBOR - Código Brasileiro <strong>de</strong> Ocupaçllo-reduzldo (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- Ocupaçllo (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- PIS/PASEP (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- CPF (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- CERTIDÃO/TIPO (DADO OBRIGATÓRIO) - ou RG (I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>)•- I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> «DADO OBRIGATORIO) - ou Certldllo/TIpo- Data <strong>de</strong> Emlssllo da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- UF da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> (DADO NÃO OBRIGATÓRIO)- Órgllo Expedldor (DADO NÃO OBRIGATÓRIO),.~4. DADOS ESPEcíFICOS QUANTO AO PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA (DADOS NÃOOBRIGATÓRIOS)- TIpo <strong>de</strong> Moradia: Serviço Resi<strong>de</strong>ncial Terapêutico; Moradia com Familiares; Mora Sozinho ou Outro.- Procedência (Instltulçllo <strong>de</strong> origem do beneficiário): Serviço Resi<strong>de</strong>ncial Terapêutico; HospitalPsiquiátrico; Hospital <strong>de</strong> Custódia e Tratamento Psiquiátrico.- Tempo <strong>de</strong> Internaçllo: 2 anos; entre 2 e 5 anos; entre 5 e 10 anos; acima <strong>de</strong> 10 anos.INFORMAÇÃO IMPORTANTE: Se o beneficiário possuir representante legal também serllo necessáriasas mesmas Informações, acima <strong>de</strong>scritas, <strong>de</strong>ste representante, exceto tipo <strong>de</strong> moradia e tempo <strong>de</strong>Internaçllo e procedência. O nO do CNES <strong>de</strong>verá ser o mesmo do beneficiário..., • ,ANEXO VITERMO DE COMPROMISSO••Eu,, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representante legal <strong>de</strong>:---:,.-_--,,---:----." beneficiário do "oe Volta Para Casa", comprometo-me a receber obeneficio criado pela lei NO 10.70S, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, e a:- zelar ftelmente pelos direitos e <strong>de</strong>veres do beneftclárlo no âmbito do referido Programa;- Incumbir-me do <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> representar os Interesses <strong>de</strong> um paciente em qualquer matéria speclflcada,ou <strong>de</strong> direitos especiftcos em seu nome, nos termos dos princípios para a Proteçlio <strong>de</strong> PessoasAcometidas <strong>de</strong> Transtornos Mentais (ONU, 1991); e- Prestar todas as informações que me forem solicitadas pela equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental responsávelpelo acompanhamento do beneftclárlo., ,,local e Data: ~, __ <strong>de</strong> <strong>de</strong>__Asslnatura/lmpressâo digitai do Solicitante.--...~------_.=_._------, •-~~_._--------------------•• I


0000480- ,~"••, .•ANEXO XVI, .•_., '•.••,'-'.... '"' !~" I...._---._---------- - ... ....•.'~-­..._-~-_......_........_.--,--~.,


" .. o",0000481,"...,...,PORTARIA NO 2.078, DE 31 DE OUTUBRO DE 2003•Institui a Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa "De Volta Para Cilsa N •PORTARIA NO 2.078, DE 31 DE OUTUBRO DE 2003Institui a Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa "De Volta Para Casa N ••O MINISTRO DE ESTADO DA SAUDE, no uso <strong>de</strong> suas atribuições, com base no que <strong>de</strong>termina o artigo50 da Lei nO 10.216 <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001, eConsi<strong>de</strong>rando a Lei nO 10.708, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, que Institui o auxilio-reabilitação pslcossoclalpara assistência, acompanhamento e Integração social, fora <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> hospitalar, <strong>de</strong> pacientesacometidos <strong>de</strong> transtornos mentais internados em hospitais ou unida<strong>de</strong>s psiquiátricas, Inseridos noprograma "De Volta Para Casa", especialmente seu artigo 80, resolve:,•Art 1° Instituir a Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento do "De Volta Para casa Nque será composta pelosrepresentantes das seguintes InstânCias/Instituições, sob a coor<strong>de</strong>nação do primeiro:I - Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> - Departamento <strong>de</strong> Ações Programáticas Estratégicas - Saú<strong>de</strong>Mental.;II - Conselho Nacional dos Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>· CONASS;III - Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - CONASEMS; eIV - Comissão Intersetorlal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>., 'Art. 20 Atribuir à referida Comissão as seguintes responsabilida<strong>de</strong>s:••I • emitir parecer sobre a habilitação <strong>de</strong> Municípios;II - emitir parecer sobre Inclusão e exclusão <strong>de</strong> beneflelário no Programa;III - emitir parecer sobre renovação do auxílio-reabilitação pslcossoclal ao beneficiário;IV - elaborar e pactuar as normas aplicáveis ao programa e submetê-Ias ao' Ministério da Saú<strong>de</strong>;V • pactuar a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Munlciplos prioritários para habilitação no 'programa;,VI - ratificar o levantamento nacional <strong>de</strong> clientela <strong>de</strong> beneficiários em potenciai do Programa "De VoltaPara Casa"; eVII - acompanhar e assessorar a Implantação e avaliação do programa.Art. 30 Atribuir à Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> - SAS/MS a constituição <strong>de</strong> Grupo Técnico paraassessorar a Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento do Programa. , ' , • •••Art. 40 Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.HUMBERTO COSTA•-._._~.4 : ,.. . ' ._._&,_r''- W' ..- _,.....~~, .• , .•.•• -.._---._.._-----_._------ ------------------••


I•oUo(14 82•••,ANEXOXVlI'."••- •. '.... ,...-- - - ~------"---- ..._"- -. , • . .4 .. _.------.".. .._•.-'•


. ,_ .t.-:" __ ......- . : .,•, , pOG 31t ;"• o ,0000483•sus..•..•SECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL'OE SODRALCOOUUENAÇÃO MUNCIPAI_ UE CON·,ROLl; t: AVALIAÇÃOSISTEMA MUNICIPAL DE .lJ,UDfTOH/A•,RELATÓIUO DlE. SINDlCÂNCIA JUE.FIE.RlE.NTlE. AO I'HOCE:-:;SO- 002/99•" •••, . ,•lJN IDA 1>1'; SINI)lCAI>A: CASA 1m 1Ut:I'OIIS0 GUAJ{AHAI'I':S•l'I.!:J{IOI>O: 20 DI.!: OUTUUHO DI~ I'" A 18 Dl: FI.!:VEHI.!:IItU UE 2(Jl1()•_____..~.__,= _. ....._0' _.. " ._________....--.w..0 •_


__ _ & __~ ........ AI .....SJ .......-""",••Este parecer aten<strong>de</strong> a uma <strong>de</strong>terminação da Coor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Controle eAvaliação, através da PortariaJCCA N." 001, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, tendo o sentido <strong>de</strong>contribuir <strong>de</strong> maneira isenta e imparcial em esclarecimentos sobre a responsabilida<strong>de</strong> daCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes e sobre os <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> conduta dos profissionais evolvidosnos in<strong>de</strong>sejados resultados que culminaram na morte do Sr. Damião Ximenes Lopes,conforme <strong>de</strong>núncia proferida por sua mãe, a Sra. Albertina Viana Lopes, e por sua irmã, aSra. Irene Ximenes Lopes Miranda.0000484Subscrevem este parecer os Drs. José Cláudio Aguilll" e. Geison Vasconcelos Lira,Auditores-Médicos do Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria <strong>de</strong> Sobral, a Enfermeira LuízaMaria Gomes, Enfermeira-Auditora do Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria <strong>de</strong> Sobral, aEnfermeira Raimunda Nonata Nascimento Silva e a Assistente Social Francisca Lopes <strong>de</strong>Sousa, ambas da equipe do Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial <strong>de</strong> Sobral (CAPS).2. HISTÓRICO••Sr. Damião Ximenes Lopes, portador <strong>de</strong> transtorno mental, teve seu últimointernamento em outubro <strong>de</strong> 1999, na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, nesta cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Sobral,Por volta das nove horas da manhã do dia 04 <strong>de</strong> outubro do mesmo mês e ano, aSra. Albertina Viana Lopes, mãe do Sr. Damião Xirnenes Lopes, compareceu ao hospital•para visitá-lo tendo-o encontrado "com: as mãos amarradas pra trás, todo rasgado, sujo,caindo". A seguir, algo apreensiva, solicitou a funcionários que o recompusessem e que olevassem à presença do médico, que, segundo ela, prescreveu medicação sem examiná-lo.oAs onze horas da manhã, ela recebeu um telefonema informando que seu filho internadonaquele nosocômio havia falecido.'••Como a família ajuizasse que o Sr. Damião Ximenes Lopes houvesse sidoespancado na instituição comunicou o fato à autorida<strong>de</strong> policial, que solicitou ao InstitutoMédico Legal Dr. Walter Porto o competente exame.o Laudo <strong>de</strong> Exame Cadavérico N. 04046/1999, assinado pelos médicos legistasJosé Albertino Souza e Almir Gomes <strong>de</strong> Castro registra corno causa mortis"In<strong>de</strong>terminada".•Às vinte horas do mesmo dia, o Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial (CAPS) <strong>de</strong> Sobralfoi comunicado pela Enfermeira Sandra Maria Carneiro Flôr, da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>Vigilância à Saú<strong>de</strong>, que havia ocorrido um óbito na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. Afamilia foi procurada para auferirem-se maiores <strong>de</strong>talhes sobre o ocorrido. Diante do quefoi relatado e da consternação da familia em face das circunstâncias do óbito orientou-se àSra. Albertina Viana Lopes que, se fosse do seu <strong>de</strong>sejo, ela po<strong>de</strong>ria comparecer àCoor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Controle e Avaliação <strong>de</strong> Sobral para proferir <strong>de</strong>núncia contra aCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes.••.).I•_._-------_.__..._-------------..cc • =•- - - .« ,.


••-- ... - - .....~~ .....................Aos 13 dias do mês <strong>de</strong> outubro do ano <strong>de</strong> 1999 compareceu à Coor<strong>de</strong>nação .'Municipal <strong>de</strong> Controle e Avaliação, a Sra. Albertina Viana Lopes, resi<strong>de</strong>nte e domiciliadâà rua Emiliano Ribeiro da Cunha, n.o 368, Varjota, Estado do Ceará, mãe <strong>de</strong> usuário doSistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), para proferir a seguinte <strong>de</strong>núncia:0000485,.•No dia 1. o <strong>de</strong> outubro vim internar meu filho DAMIÃO XJMENES LOPES,pois o mesmo tinha problemas <strong>de</strong> nervos, ele não queria comer nem dormir,tomava medicamento, mas no momento não estava tomando, não chegou nohospital amarrado. No hospitalfalaram que não tfhha vaga, esperamos um pouco,e surgiu uma vaga, na hora do internamento não tinha médico, <strong>de</strong>ixei meu.filho lápensando que fossem dar medicamento a ele para po<strong>de</strong>r dormir, então o <strong>de</strong>ixei lá.Retornei segunda-feira cedo por volta <strong>de</strong> 7:00 h da manhã, e disseram que eleestava melhor. Na hora da visita esperei que eles chamassem o Damião, disseramque o Damião não podia receber visita, pois não estava bem, mas mesmo assimqueria vê-lo, o chamei e ele veio com as mãos amarradas, roupas rasgadas, comnariz sangrando, pedi a Bênção a ele e não falou nada, caiu aos meus pés e sógritava polícia, polícia, aflita chamei o médico para ver meu filho, o médico falouque <strong>de</strong>ixasse morrer que gente é para morrer, ele nem o viu e passou uma injeção,o médico mandava que me calasse e não chorasse, pois não gosta <strong>de</strong> choro e quenem via novela porque tinha muito choro. Levaram-no para banhá-lo para <strong>de</strong>poisdar a injeção, uma senhora que estava passando pano no chão, disse que tudoaquilo era <strong>de</strong> pisa, entrei para vê-lo, e disseram que não entrasse pois tinhatomado a tnjeção, fia 'até o quarto e estava nu, <strong>de</strong>itado ainda com as mãosamarradasç fui embora e o <strong>de</strong>ixei lá. Voltei porque o médico Dr. Humberto ligoupara mim dizendo que meu filho estava morto e que sentia muito.Não tive condições <strong>de</strong> ir ver <strong>de</strong>pois que recebi a notícia e meu genro foivê-lo. Quando chegou no hospital disse que ele estava em cima <strong>de</strong> uma pedra nu,coberto por um lençol, com hematomas em várias partes do corpo.Gostaria que providências fossem tomadas, para que outras mães nãopassem pela dor que estou passando agora., '•'. e,,•Não obstante, no dia 28 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 chegou à Secretaria Municipal <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> e Assistência Social, através <strong>de</strong> FAX, o Oficio N.O 446 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999,subscrito pelo Exmo. Sr. Deputado João Alfredo, Presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, solicitando do Sr. Secretário <strong>de</strong> ','Saú<strong>de</strong> e Assistência Social, Dr. Luís Odorico Monteiro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, o acompanhamento <strong>de</strong>'<strong>de</strong>núncia proferida pela Sra. Irene Ximenes Lopes Miranda naquela comissão, bem como aadoção <strong>de</strong> medidas necessárias para sua apuração. Eis o conteúdo da <strong>de</strong>núncia anexa aooficio supracitado:Clamo justiça! Justiça!Quero que toda a imprensa, que todos os órgãos e entida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos direitos humanos. Que todos aqueles que têm o coração humanos e são a favorda justiça, tomem conhecimento <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>núncia, e aju<strong>de</strong>-me a fazer justiça namorte <strong>de</strong> meu irmão.Meu irmão Damião, foto anexa, foi morto segunda-feira dia 04/10/99, emSobral-CE, na Casa <strong>de</strong> Repouso, digo melhor, Casa <strong>de</strong> Torturas, Guararapes.•_____,_.' '"'_r.., I 44 ...-.:1",,.0 _ ..__-"- -_•.- - - , "..._.,,_...- - --------_..._..._--------------p ;•..... -''--


,-,-'••••}JU""W! unnu ."1 anos. e sua sauae mentol não era perfeita. Fisicamerucera saudável, quando não estava em crise. levava uma vida normal a base <strong>de</strong>remédios controlados. era extremamente pacato, gentil e d6cil. Era amado pelafamília e benquisto em toda a vizinhança. Ele já havia sido internado duas vezesno Guararapes. e. em ambas as vezes voltou com cicatrizes que não possuía antes.Ele reclamou: "lá <strong>de</strong>ntro existe muita violência, e maus tratos, se o paciente nãoquer /Omar o remédio, os enfermeiros batem até o doente per<strong>de</strong>r as forças eaceitar o medicamento".Nestas últimas semanas meu irmão resolvera <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> tomar os remédios,como <strong>de</strong> costume. Disse ele, já estar farto <strong>de</strong> tantos remédios, disse com firmezaque nunca mais lomaria medicamento algum. Esta <strong>de</strong>cisão afetou novamente suasaú<strong>de</strong>. Estava sem dormir há algumas noites e fi;ando inquieto. Nossa mãe, comreceio que ele entrasse em crise, na tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> sexta-feira passada. 01110/99, levou-oao hospital acima mencionado, e o <strong>de</strong>ixou internado para receber cuidadosmedicas.Segunda-feira pela manhã, quando ela voltou para fazer a visita,encontrou o Damião quase morto. Ele havia sido impiedosamente espancado,estava com as mãos amarradas para trás e seu corpo coberto <strong>de</strong> sangue. Ele aindaconseguiu falar, numa expressão <strong>de</strong> pedido <strong>de</strong> socorro dizia: ''policia, policia,policia... .,Uma faxineira do hospital contou para mamãe que presenciou tudo, osautores da violência, foram os auxiliares <strong>de</strong> enfermagem e monitores <strong>de</strong> pátio.Mamãe pediu que lhe limpassem o sangue. Eles <strong>de</strong>ram um banho nele, semsequer, <strong>de</strong>samarrar as mãos e o <strong>de</strong>ixaram nu. Neste tmersticto, ela foi procurar omédico <strong>de</strong>/e, que até o momento não havia lhe dado assistência médica. Aflita echorando, (reação normal <strong>de</strong> uma mãe, neste caso) fez reclamações ao Dr. Ivo epediu para ele aten<strong>de</strong>r meu irmão. Ele grosseiramente mandou ela calar a boca, eque parasse <strong>de</strong> chorar que ali não era lugar <strong>de</strong> novela. Lá <strong>de</strong> on<strong>de</strong> ele estavareceitou um medicamento injetável, sem ao menos ver o paciente. Vale ressaltar,que o Dr. Ivo (Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos CRM-3374) é também o DiretorClinico do Guararapes.Ela saiu, e foi ate o Damião novamente. Ele estavajogado no chão, aolado <strong>de</strong> uma cama, completamente nu e ainda com as mãos amarradas. Umenfermeiro veio e lhe aplicou uma injeção. Elafoi embora.Logo que ela chegou em casa, o hospital telefonou comunicando ofalecimento <strong>de</strong> Damião.Fomos a policia dar queixa, e pedir laudo pericial, mas nada adiantou,porque o médico-legista da policia era também o Dr. Ivo.Quero tornar público, que no Guararapes, reina a humilhação e acruelda<strong>de</strong>. Seres humanos são tratados como bichos. As familias das vítimas, sãopessoas pobres, sem voz e sem vez. E a impunida<strong>de</strong> continua.Conheço pessoas que já passaram por lar, hoje com saú<strong>de</strong> recuperada,relatam casos horrendos. Elas dizem ser um verda<strong>de</strong>iro inferno. Os principaisagressores são os funcionários: monitores <strong>de</strong> pátio carcereiro e auxiliares <strong>de</strong>enfermagem. Eles esnobam valentia e dominio: Eliéser, Carlão, Cosme e Messias,são os mais temidos, o terror dos pacientes. Eles têm como entretenimento, botaros pacientes para lutar, e aplau<strong>de</strong>m quando um surra a ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar seuoponente imobilizado.As mulheres são igualmente agredidas e estupradas.Já houve <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> casos iguais e piores que do meu irmão, masforamarquivados por falta <strong>de</strong> prova. Ninguém até hoje conseguiu provar nada. Dr. Ivo é•um homem influente na socieda<strong>de</strong> sobralense. E o médico legista do lML <strong>de</strong>Sobral-CE e se relaciona bem com a Polícia Civil.000048ô•J "'... &PR••,


~ •J U ...H~ .1.1.H~;IUU. IHV4,..tl.U::.> lJt':rt:L·~fft. peruem a Vlaa e tuaü.ttca no anommato.Provas nunca existem.Assim como eu, muitos clamam por justiça e estão prontos à dar seu,."<strong>de</strong>poimento.Em nome da JUSTIÇA, e dos DIREITOS HUMANO,AJUDEM-ME!Irene Ximenes Lopes MirandaCPF- 285.698.303-00ENDEREÇO - Rua Pe. Angelim, 168 Centro 1pueiras-CearáTELEFONE: (088) 825.12.81E-mail: airton@crateús.com.br,0000487I4. A SINDICÂNClAOuvida a <strong>de</strong>núncia da Sra. Albertina Viana Lopes, foi a mesma transcrita sob aforma <strong>de</strong> Termo <strong>de</strong> Denúncia pela Enfermeira-Auditora do Sistema Municipal <strong>de</strong>Auditoria Luíza Maria Gomes e assinada pela <strong>de</strong>nunciante e pela testemunha AntônioAirton Miranda. A <strong>de</strong>núncia da Sra. Irene Ximenes Lopes Miranda, anexa ao Ofício/ALECN." 446, foi entranhada ao processo.•De posse do Termo <strong>de</strong> Denúncia, cumpriu à Sra. Coor<strong>de</strong>nadora Municipal <strong>de</strong>Controle e Avaliação, Enfermeira Maria Dilma da Silva encaminhar o original ao Sr.Secretário Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social, Luiz Odorico Monteiro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> euma cópia à Direção Administrativa da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes para conhecimento eprovidências.Não obstante, a Coor<strong>de</strong>nadora Municipal <strong>de</strong> Controle e Avaliação, no uso <strong>de</strong> suasatribuições legais e por or<strong>de</strong>m do Sr. Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social, e•.e,•Consi<strong>de</strong>rando que consoante o disposto no § 1.0 do A1t. 6.° da Lei n." 8.689, <strong>de</strong> 10<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1993, compete ao Sistema Nacional <strong>de</strong> Auditoria (SNA) a avaliação técnico-• ••científica, contábil, financeira e patrimonial do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS);Consi<strong>de</strong>rando que nos incisos I e TI do A1t. 3.° do Decreto n." 1.651, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong>setembro <strong>de</strong> 1995, está disposto que o SNA, nos seus diferentes niveis <strong>de</strong> competência,proce<strong>de</strong>rá à análise do <strong>de</strong>sempenho da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> .', ,prestados, inclusive por instituições privadas, conveniadas ou contratadas;Consi<strong>de</strong>rando que consoante o disposto no item III do A1t. 5.° do referido <strong>de</strong>creto,compete ao SNA, no plano municipal, verificar os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sob sua gestão, sejampúblicos ou privados, contratados e conveniados;. Consi<strong>de</strong>rando que o procedimento <strong>de</strong> apuração <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> usuário do SistemaUnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> é conceituai e operacionalmente <strong>de</strong>finido no Manual <strong>de</strong> AuditoriaTécnico-Cientíjica do Ministério da Saú<strong>de</strong>/CAUDIICoor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Controle,Avaliação e Auditoria, 1996, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>termina que "todas as <strong>de</strong>núncias recebidas <strong>de</strong>verãoser esclarecidas" e que "o Controle, Avaliação e Auditoria, nos três níveis <strong>de</strong> gestão,obe<strong>de</strong>cendo os princípios <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> cada um, é o órgão que <strong>de</strong>ve apurar no sentido <strong>de</strong>esclarecer os fatos <strong>de</strong>nunciados" (p. 49);.."- •',__no-----_.--___ ..... _ = ' U---------------'",


,.-•••'-· u.uv'V \ ...1\........ U .J. ai ~'v'"'J -vVJll)oUll.4 uu \.....UIJ:s~llJU r~ueraJ oe l~lealClna. N ...4.842/93, reconhece como direito legítimo <strong>de</strong> consumidor, "direito que se toma até um<strong>de</strong>ver, especialmente quando o contratante for o po<strong>de</strong>r público", dos tomadores <strong>de</strong> serviçosmédicos, no caso em tela o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), <strong>de</strong> verificar as prestações <strong>de</strong>contas <strong>de</strong>sses mesmos serviços, RESOLVEU instituir, através da Portaria N." 001, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> ~outubro <strong>de</strong> 1999, Comissão <strong>de</strong> Sindicância, a ser constituída pelos Srs. José CláudioAguiar, Geison Vasconcelos Lira, Luíza Maria Gomes, Francisca Lopes <strong>de</strong> Sousa eRaimunda Nonata Nascimento Silva para apuração dos fatos relatados na <strong>de</strong>núnciaproferida pela Sra. Albertina Viana Lopes.r D d . . d 'd <strong>de</strong>' - d S' di • fl O0s4 8 8e posse a portana supracna a, o presi ente a :fmlssao e ln lcanci"a, o r.José Cláudio Aguiar, convocou os <strong>de</strong>mais membros para a instauração oficial da mesma elavratura do Termo <strong>de</strong> Início. Foi, a seguir, lido o teor da <strong>de</strong>núncia e <strong>de</strong>cidído pelas oitivasdas seguintes pessoas: Albertina Viana Lopes, Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, MarceloMessias Barros, Salete M. Melo Mesquita, André Tavares do Nascimento, Sebastião AlvesCosta Filho, José Eliézer Silva Procópio, Cosme Gomes da Silva,Carlos AlbertoRodrigues dos Santos e Manuel Messias Abel da Silva; bem como que se realizasse visita<strong>de</strong> supervisão na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, juntamente com a equipe da VigilânciaSanitária, a qual foi realizada no dia 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, da qual também participou aequipe da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> (SESA). Não obstante, como não houvessenormatização dos procedimentos para apuração <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> usuários do SUS no âmbitoda Secretaria Muncipa! <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social, a Comissão <strong>de</strong>cidiu unanimementeaguardar a publicação da PortarialSSAS N." 233/99', que estatui o tema, para dar início aosseus trabalhos. Assinada a portaria pelo Sr. Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social, foisolicitado à Sra. Coor<strong>de</strong>nadora Municipal, <strong>de</strong> Controle e Avaliação, através <strong>de</strong>requerimento, prorrogação do prazo para conclusão dos trabalhos da presente Comissãopor mais 60 (sessenta) dias, tendo a mesma iniciado efetivamente seus trabalhos com atomada do <strong>de</strong>poimento da Sra. Albertina Viana Lopes., "Nosso objetivo era, <strong>de</strong> forma precípua, investigar os seguintes fatos, sugeridos pelo<strong>de</strong>poimento da Sra. Albertina Viana Lopes e pela carta-<strong>de</strong>núncia subscrita pela Sra. Irene )(Ximenes Lopes Miranda:1. A causa do óbito do Sr. Damião Xirnenes Lopes.2. A qualida<strong>de</strong> da assistência prestada ao referido paciente no transcurso doseu internamento na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes.3. Se há evidências <strong>de</strong> que se praticam nesse nosocôrnio tortura, maus tratos ououtras violações aos Direitos <strong>Humanos</strong>4. Aquilatar as condições <strong>de</strong> funcionamento do hospital em conformida<strong>de</strong> coma legislação pertinente.5. Os DEPOIMENTOSConforme disposto no Termo <strong>de</strong> Abertura, foram tomadas as oitivas das seguintespessoas: Albertina Viana Lopes, Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, Marcelo Messias Barros,Maria Salete M. Melo Mesquita, André Tavares do Nascimento, Sebastião Alves CostaFilho, José Eliézer Silva Procópio, Cosme Gomes da Silva, Carlos Alberto Rodrigues dosSantos e Manuel Messias Abel da Silva. Foram ainda ouvidos os Srs.: Maria VerônicaBezerra, Maria Goreti Lima, Maria Marli Santos, Francisco Antônio N. Freire, Antônia•...- ......____-.-.o.. o.o ...., ..... ~..........••_


_. __ &u,... .... ...... -.. ..... ~~ ~ &a ................. AJ ....... u .....'v, H.UUIU LUvUllQ.J. J"'Ia;)\,.tlUIC.uLU~ .l'laU\.iIS\.iU .t\...H:x.:sanOru .~.Mesquita e Raquel C. P. Lima.Os <strong>de</strong>poimentos foram 'tomados em separado, gravados em fitas K-7 e, a seguir,transcritos em Termos <strong>de</strong> Depoimento, <strong>de</strong>vidamente assinados pelos <strong>de</strong>poentes.t,....".00004836. Os nocususros ANALISADOS"....--.••Foram ajuntados ao processo e analisados os seguintes documentos:1. Laudo Médico para Emissão <strong>de</strong> AIH, refe~nte ao internamento do Sr.Damião Ximenes Lopes;2. Prontuário Médico do paciente;3. Livro <strong>de</strong> Ocorrência da Enfermagem;4. Escalas <strong>de</strong> plantão dos profissionais <strong>de</strong> nível médio e superior;•S. Declaração <strong>de</strong> Obito do Sr. Damião Ximenes Lopes, preenchida pelo Dr.Francisco Ivo Vasconcelos;,6. Auto <strong>de</strong> Exame <strong>de</strong> Corpo <strong>de</strong> Delito (Cadavérico) do Sr. Damião XimenesLopes emitido pelo IML Dr. Walter Porto;Auditoria;7. Relatório-Síntese <strong>de</strong> Visita <strong>de</strong> Supervisão do Sistema Municipal <strong>de</strong>8. Relatório <strong>de</strong> Inspeção da Comissão Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da SESA;9. Termo <strong>de</strong> Vistoria do Serviço Municipal <strong>de</strong> Vigilância Sanitária;10. Parecer do Dr. Carlos Magno, médico psiquiatra do CAPS <strong>de</strong> Quixadá;11. Relatório do levantamento das condições da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes,encomendado pela Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social;12. Relação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> nível superior contratados para prestar serviçono Hospital Guararapes e no Hospital-Dia; e13. Relatório <strong>de</strong> Defesa apresentado pelo Diretor Administrativo da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes, Sr. Sérgio Antunes Ferreira Gomes.",e7. As VISITASDE SUPERVISÃO"•Foram realizadas 02 (duas) visitas <strong>de</strong> supervisão do Sistema Municipal <strong>de</strong>Auditoria e do Serviço Municipal <strong>de</strong> Vigilância Sanitária, uma no dia OS <strong>de</strong> novembro ,çle1999 e a outra no dia 18 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000, cujos relatórios foram ajuntados ao processo, e" 'dos quais extraímos excertos para coligir o presente parecer.'.•A<strong>de</strong>mais, a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong> Sobral <strong>de</strong>liberou por iniciarum trabalho <strong>de</strong> avaliação da qualida<strong>de</strong> dos serviçoS <strong>de</strong>sse hospital, através da coleta <strong>de</strong>dados, análise <strong>de</strong> prontuários, entrevistas com os pacientes e observação constante, para<strong>de</strong>screver o funcionamento do dito nosocômio, cuja equipe foi chefiada pela Dra, LucianaRato, psiquiatra contratada exclusivamente para esse oficio. Excertos do relatório coligidopela sua equipe são apresentados neste parecer.X•---_.__._.._-------. ---------------•- "


•8. 00004901'. Da Causa tio ObitoÀ vista das <strong>de</strong>núncias proferidas pelas Sras. Albertina Viana Lopes e IreneXimenes Lopes Miranda, sugerindo que o Sr. Damião Ximenes Lopes teria sido espancadono transcurso do seu internamento na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, e com o fito <strong>de</strong>respon<strong>de</strong>r a este questionamento a que inicialmente nos propusemos, reputamos <strong>de</strong> crucial•importância reportarmo-nos ao Auto <strong>de</strong> Exame Cadavérico emitido pelo IML Dr. WalterPorto, cuja conclusão foi "morte real <strong>de</strong> causa in<strong>de</strong>terminada". Segundo o ProfessorGenival Veloso <strong>de</strong> França "(. .. ) numa circunstância <strong>de</strong> causq.mortis «in<strong>de</strong>terminada», coma ausência <strong>de</strong> vestígios internos ou externos <strong>de</strong> violência registrada numa necrópsiamédico-legal, complementada por exames subsidiários negativos, não se po<strong>de</strong> cogitar <strong>de</strong>morte natural ou violenta, nem muito menos apontar-se uma autoria, por mais que asaparências possam insinuar" 1.Por outro lado SIMONIN citado por FRANÇA afirma que a "necrópsia branca" éadmitida em I por 200 casos, seja por motivo <strong>de</strong> limitação da ciência, seja pelos-•••fenômenos transformativos do cadáver, seja por condições pessoais e estruturais na práticado exame. "No primeiro caso, por mais criteriosa que seja a necrópsia e a prática dosexames complementares, ainda assim não se evi<strong>de</strong>ncia nenhum motivo capaz <strong>de</strong> explicar amorte. Nesses casos, os peritos <strong>de</strong>vem esgotar todas as possibilida<strong>de</strong>s técnicas do estudocadavérico e das disponibilida<strong>de</strong>s dos laboratórioaSe os resultados continuarem negativos,<strong>de</strong>verão concluir que no cadáver não se encontraram sinais <strong>de</strong> violência e que a causa damorte não se explica suficientemente no estado atual da nossa ciência. Tal circunstânciatraduz-se pela suspensão das ativida<strong>de</strong>s vitais, sem que antes ou <strong>de</strong>pois da morte seencontre uma explicação satisfatória <strong>de</strong> sua ocorrência. Essa morte começa a seratualmente <strong>de</strong>finida como o resultado <strong>de</strong> pequenas perturbações, que não produzemnenhuma lesão, mas atuando em <strong>de</strong>terminadas regiões ou órgãos po<strong>de</strong>m causar a morteinesperada, mesmo que o indivíduo não apresente qualquer antece<strong>de</strong>nte ou alteraçõespatológicas. (...) Também não se po<strong>de</strong> omitir corno causa <strong>de</strong> necrópsia negativa aslimitações pessoais e materiais na prática da peritagem'". Tais hipóteses não cabem umadivagação mais fecunda neste parecer, já que não é mister da presente comissão entrar em<strong>de</strong>talhes processuais <strong>de</strong> outras competências, nem emitir comentários médico-legais, osquais não se constituem em nosso objeto precípuo <strong>de</strong> análise. Entretanto são essenciais àfundamentação das conclusões concernentes à assistência prestada ao periclitante nonosocômio em epígrafe.•E lícito, poís, observar que há no Laudo Cadavérico sínais <strong>de</strong> que o pacienteDamião Ximenes Lopes sofreu traumatismos em seu corpo, mas não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir queele tenha sido espancado. Inobstante não existirem provas incontestáveis <strong>de</strong> espancamento,há relatos <strong>de</strong> que o Sr. Damião Ximenes Lopes tenha se envolvido, em conseqüência <strong>de</strong>seu quadro sindrômico, em brigas com outros pacientes, bem corno que ele tenha sofridourna queda no banheiro e "rolado pelo chão", circunstâncias que nos obrigam a admitir apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que tenha havido um meio direto ou indireto <strong>de</strong> trauma, provocado pelavítima ou por terceiros. A esse respeito é reconhecido, especialmente por aqueles queJ FRANÇA, G.V. Pareceres: esclarecimentos sobre questões <strong>de</strong> Medicina Legal e <strong>de</strong> Direito Médico. Rio <strong>de</strong>Janeiro: Guanabara Koogan, 1996, p. 31.2 Op. Cit., p. 29.•. .- .-....- ,..~ ...-- ..-. . '"'.-.-.'-_._----~-_.-._-._------------------


•convivem em hospitais, "que muitos <strong>de</strong>stes pacientes psiquiátricos, principalmente quandoapresentam comportamento violento, agitação motora, impulsivida<strong>de</strong> e heteroagressão, não .estão isentos <strong>de</strong> sofrerem traumatismos por queda <strong>de</strong> leito, choque contra móveis eutensilios ou, até mesmo, por atritos com os outros internados'".0000491••XPelo exposto, cabe comentar que não há elementos médico-legais para concluir-seque o óbito <strong>de</strong>veu-se a evento <strong>de</strong>lituoso, como sugere a <strong>de</strong>núncia proferida pelas usuárias,embora não se possa excluir com absoluta segurança a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que ele tenhaocorrido, Outrossim, há evidências <strong>de</strong> que o paciente tenha sofrido traumatismos, que sepor si só não tenham contribuído para o evento nefasto, certamente sugere uma máassistência ao paciente, uma vez que, como veremos mais à frente, não foi o mesmocolocado em segurança por meio <strong>de</strong> medidas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> contenção e cuidados que oprotegessem.Inobstante, há algumas coisas que necessitam ser esclarecidas - coisas estranhas,singulares e mal <strong>de</strong>finidas, registradas neste parecer, que pe<strong>de</strong>m explicação ou re<strong>de</strong>nção.Isso a autorida<strong>de</strong> policial, que é obstinada e culta, saberá diligenciar.S. 2.Da Assistência ao Paciente•No que concerne à qualida<strong>de</strong> da assistência prestada ao Sr. Damião Ximenes Lopes,ao perscrutarmos as circunstâncias que envolveram o seu internamento na Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes, bem como as reais condições em que a instituição se encontra,<strong>de</strong>monstráveis nos Relatórios-Sintese do Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria e dos Termos <strong>de</strong>Vistoria do Serviço Municipal <strong>de</strong> Vigilância Sanitária, bem como através dos <strong>de</strong>poimentosdo Diretor Clínico e da Diretora Técnica <strong>de</strong> Enfermagem do nosocômio e <strong>de</strong> seusfuncionários, muito há que se relatar e discutir, conforme vai abaixo <strong>de</strong>scrito.••..-8.2.1. Quanto ao quadro <strong>de</strong> entrada•,,•Conforme parecer solicitado ao Dr. Carlos Magno, psiquiatra do CAPS <strong>de</strong> Quixadá,foi a admissão regularmente justificada, po<strong>de</strong>ndo-se diagnosticar uma síndrome psicótica,<strong>de</strong>vido aos achados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação e agressivida<strong>de</strong> ("pouco agressivo", nas palavras domédico responsável pela admissão, Dr. Marcelo Messias Barros). lnobstante, a partir doparecer do Dr. Carlos Magno, com base no quadro sindrômico, seria preferível o uso <strong>de</strong>antípsicóticos, e que o diazepam por via intramuscular, neste caso, não seria a melhorescolha quanto à eficácia e à via <strong>de</strong> administração. Observação também perpetrada peloDiretor Clínico do hospital, Dr. Francisco Ivo Vasconcelos em seu <strong>de</strong>poimento: "pelo quediz aí [o primeiro quadro clínico, on<strong>de</strong> havia evolução médica] o diazepam não é ummedicamento i<strong>de</strong>al, principalmente 1M ele tem muito pouca absorção intra-muscular, ou sefaz oral ou se for um quadro <strong>de</strong> crise convulsiva, <strong>de</strong> <strong>de</strong>lirium tremens se faz EV comglicose lentamente". Outro fato do relato do médico que admitiu o paciente digno <strong>de</strong> nota éa ausência <strong>de</strong> lesões externas no paciente, sugerindo que as lesões <strong>de</strong>scritas no LaudoCadavérico e citadas nos <strong>de</strong>poimentos colhidos por esta Comissão <strong>de</strong>ram-se no transcursodo internamento.3 FRANçA, G. V. Pareceres Ii: esclarecimentos sobre questões <strong>de</strong> Medicina Legal e <strong>de</strong> Direito Médico. Rio<strong>de</strong> Janeiro: Guanabara Koogan, 1999, p. 103.•____. ~-_~__ ="' .0_.·.... u._ ..__. __. ........ ~-.. -.-n-.--- _


..." " nl.•.it.. ,,~.. -e:.: U;:, odispensadosOOú(1492.-••No Livro <strong>de</strong> Ocorrência da Enfermagem não foram relatadas quaisquerintercorrências clínicas referentes ao paciente Damião Ximenes Lopes no dia 02 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 1999. No dia seguinte, 03 <strong>de</strong> outubro, há relato, às sete horas, <strong>de</strong> que o referidopaciente havia caido no banheiro, tendo cortado o supercílio, comunicando-se o fato ao Dr., .Marcelo Barros, o qual, por seu turno prescreveu medicação. As vinte horas e cinqüentaminutos há outro relato dando conta <strong>de</strong> que o mesmo encontrava-se agressivo, chegando aagredir outros pacientes, tendo sido posto em contenção e, conforme consta do livro, comrasuras, "não .palavra rasurada__ foi administrado haldol +)energan 1 amp 1M <strong>de</strong> cada".No prontuário do paciente não constam, nem a evolução do médico assistente nema do médico plantonista, bem como não consta nenhuma prescrição médica, fatoconfirmado pela checagem dos medicamentos no Relatório <strong>de</strong> Enfermagem anexo aoprontuário. Na evolução da enfermagem, já no dia 03 <strong>de</strong> outubro, consta que o pacienteachava-se agressivo e <strong>de</strong>sorientado, tendo sido o fato comunicado ao Dr. Marcelo Barrosque prescreveu medicação injetável. Embora não se tenha discriminado a hora daocorrência, <strong>de</strong>duz-se pela checagem dos medicamentos que tal fato se <strong>de</strong>u por volta das<strong>de</strong>z horas da manhã. Na evolução médica não consta nenhuma <strong>de</strong>scrição do quadrointercorrente, discriminando-se apenas a medicação prescrita ("aldol + fenergan IM"),faltando <strong>de</strong>talhar outros cuidados e orientações quanto ao uso da medicação, àcomunicação <strong>de</strong> outros quadros intercorrentes ao plantonista e à contenção do paciente.-Em seu <strong>de</strong>poimento, o Dr. Marcelo Barros afirma que não examinou nemprescreveu o paciente no sábado porque cabia. ao médico assistente, Dr. Ivo, <strong>de</strong>sincumbirse<strong>de</strong>sse mister. Tal não ocorreu, como o <strong>de</strong>clara o Dr. Ivo em seu <strong>de</strong>poimento: "no final <strong>de</strong>semana eu não tinha vindo aqui no hospital"; tendo o paciente evoluindo no dia 03 <strong>de</strong>outubro com piora do seu transtorno mental. Ainda em seu <strong>de</strong>poimento, ao ser questionado"se examinara o paciente ao ser comunicado <strong>de</strong> que o mesmo encontrava-se agressivo, o Dr.Marcelo <strong>de</strong>clarou que "não sabe se viu o paciente", fato que somado ao <strong>de</strong>poimento dosauxiliares <strong>de</strong> enfermagem obriga-nos a consi<strong>de</strong>rar, não sem angústia, que o plantonistaprescreveu a medicação sem examinar o paciente. Outrossim, a auxiliar <strong>de</strong> enfermagemMaria Verônica Miranda Bezerra assim <strong>de</strong>screve o exame feito pelo Dr. Marcelo Barros:"<strong>de</strong> examinar, ele viu o paciente ele estava rolando pelo chão, <strong>de</strong>sorientado, inquieto eagressivo, então ele prescreveu aidoi, fenergan, foi administrado."••Outro fato intrigante é o <strong>de</strong> que se o paciente vinha apresentado episódios <strong>de</strong>agressivida<strong>de</strong> às vinte horas e cinquenta minutos, por que não foi comunicado ao médicoplantonista? E por que foi registrado com rasuras que "não foi administrado haldol +fenergan I amp 1M <strong>de</strong> cada"? Mais uma vez somos alçados ao domínio das conjecturas.Teria a enfermagem administrado a medicação citada sem prescrição médica, registrado ofato no livro e, após consumado o êxito letal, com o fito <strong>de</strong> ocultar tal irregularida<strong>de</strong>,acrescentado a palavra "não" ao texto escrito previamente? Ou a enfermagem teria contidoo paciente sem que para tal houvesse prescrição médica e <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> comunicar aintercorrência ao médico assistente? Qualquer que seja a resposta, caracteriza-se, nomínimo, uma má assistência dispensada ao paciente.•,---------_....~, ".i • "••0 ..... _ _ .... ,.•


•..•••,e,•.I u .,""ó , a .. a -r- ~ •••A_A.W -- _ .. _. - -- -- ---~- • - ------ - - r - - >o seu filho, foi-lhe dito que o mesmo não se encontrava em "condições <strong>de</strong> visita". Nãoenten<strong>de</strong>mos o porque <strong>de</strong>ssa afirmação. Dever-se-ia ao estado em que se encontrava, "com- .as mãos amarradas pra trás, todorasgado, sujo, caindo, (...) estava muito fedido, parecia tessaído<strong>de</strong> um curral", e com sangue no nariz, "(...) sangue seco, e correndo vivo, e os olhosinchados, que não podia abrir"? Ao vê-lo nesse estado, consta que ela pediu que seu filhofosse visto por um médico. Em seu relato, a Sra. Albertina sustenta que o médico a que seapresentou, Dr. Ivo, foi <strong>de</strong>satencioso consigo e com o filho, furtando-se a examiná-lo.Segundo ela, prescreveu o medicamento ("injeção") sem examinar o Sr. Damião queestava a sua vista. Nas suas palavras, "o médico só fez passar o medicamento e sumiu". ODr. Ivo, em seu <strong>de</strong>poimento, diz textualmente: "nesse momento, cheguei perto do pacientee tenteí conversar, virei <strong>de</strong> frente em <strong>de</strong>cúbito dorsal e tenfui manter conversa com ele".Nenhuma referência a um exame físico, ainda que sumário. Ao ser comunicado <strong>de</strong> que o .'paciente havia caído da cama por uma auxíliar <strong>de</strong> limpeza, assim ocorreu: "nós o viramosem <strong>de</strong>cúbito dorsal, ele continuava <strong>de</strong>soríentado, gritando, <strong>de</strong>lirando, apresentava o mesmoquadro com que ele tinha sido trazido pra mim, se ele tivesse ficado torporoso ousemiconsciente ou com sangramento nasalou se tivesse aumentado ou apresentadohemorragia, aí sim. teriamos condições <strong>de</strong> transferir o paciente, mas como ele apresentava omesmo quadro que teve da evolução, não tínhamos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazerencaminhamento". Ao ser perguntado se tinha consi<strong>de</strong>rado a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o Sr.Damíão tivesse sofrido um Traumatismo Crânioencefálico, quer ao ser agredido por outrospacientes, como <strong>de</strong>scrito em relatos <strong>de</strong> auxiliares <strong>de</strong> enfermagem, ou na queda que sofreu,respon<strong>de</strong>u que sim, contradizendo o <strong>de</strong>poimento que tivera dado à Equipe da SESA, on<strong>de</strong>havia respondido que não. Ao insistirmos na questão do exame, perguntando se ele havia•examinado o paciente, respon<strong>de</strong>u: "examinei o paciente no óbito". E interessante notar quemesmo esse exame, feito "no óbito", encerra um paradoxo. Assim o Dr. Ivo <strong>de</strong>screve oexame: "ele não apresentava nenhuma lesão externa nenhuma escoriação, o sangramentotinha <strong>de</strong>saparecido não apresentava nenhum hematoma a nível <strong>de</strong> couro cabeludo, nãoapresentava sinais <strong>de</strong> estrangulamento, a cavida<strong>de</strong> bucal nós abrimos, ver seencontrávamos algum objeto". Com base nesses achados ele preencheu uma Declaração <strong>de</strong>Óbito, tendo como causa imediata do óbito "parada cárdio-respiratória", Se compararmostal <strong>de</strong>scrição com aquela dos peritos do IML Dr. Walter Porto confrontamo-nos com ocontraditório. Assim <strong>de</strong>screvem os peritos: "Exame externo: escoriações localízadas naregião nasal, ombro direito, face anterior dos joelhos e pé esquerdo; equimoses localizadasna região orbítário esquerda, ombro homolateral e punhos (compatível com contenção)".Ao Dr. Francisco Ivo Vasconcelos, médico legista do IML <strong>de</strong> Sobral, não seria <strong>de</strong> seesperar que escapassem, ao exame externo, tais lesões, constítuindo-se em fato anômaló e .bizarro essa divergência..'0000493•E sugestivo que, a duas horas do óbito, o paciente tivesse tido a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serexaminado por um médico e que haja dúvidas quanto a uma avaliação a<strong>de</strong>quada quepu<strong>de</strong>sse prenunciar o evento nefasto. Um relato sugestivo constante do relatório da equipeda Dra. Luciana Rato, se não esclarece <strong>de</strong>finitivamente este episódio, ao menos po<strong>de</strong>prestar-se a reflexões sobre a veracida<strong>de</strong> ou improcedência do relato da Sra. AlbertinaViana Lopes:, .,'Tivemos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar a consulta <strong>de</strong> um dos médicosassistentesa seus pacientes, sendo tal experiência digna <strong>de</strong> nota. O médicoestava no posto <strong>de</strong> enfermagem, em cuja entrada há um balcão. O médico•~._---_--~~._--, ..'.._ .••.•-. - - '_...•...,~i--,,_.- _


•,Os pacientes aguardavam em fila, do lado <strong>de</strong> fora. Entrava um paciente <strong>de</strong>cada vez, custodiado por um auxiliar <strong>de</strong> enfermagem que evitava apassagem do paciente para o recinto on<strong>de</strong> se encontrava o médico. Assim,médico e paciente realizavam o ritual do encontro como se fosse umamissa medieval em latim: médico <strong>de</strong> costas, raramente olhando para opaciente, barrado <strong>de</strong> um cantata mais próximo com o médico pelas costas<strong>de</strong>ste, do balcão e pelo auxiliar <strong>de</strong> enfermagem. Duas ou três perguntaseram lançadas rapidamente pelo médico, liberando o paciente paraseguir-se o próximo da fila.0000494Não nos cabe nem divagar, nem opinar sobre a co~ut~ médica do Dr. FranciscoIvo Vasconcelos, nem sobre a do Dr. Marcelo Messias Barros, neste caso específico, tarefada qual é competente o egrégio Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina do Estado do Ceará.Entretanto, gostaríamos <strong>de</strong> finalizar este tópico com um breve comentário extraído da obrado Professor Celmo Celeno Porto: "A perda da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> palpação, percussão eauscultação pelo psiquiatra po<strong>de</strong> ser justificada, mas não a da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>observação. Assim como a apreensão <strong>de</strong> dados psicológicos não-verbais, a percepção <strong>de</strong>indícios <strong>de</strong> doença somática, dos mais claros aos mais sutis, é parte fundamental <strong>de</strong> suafunção'".•Em síntese, po<strong>de</strong>-se inferir que não há registros fi<strong>de</strong>dignos que atestem assistênciaa<strong>de</strong>quada ao Sr. Damião Ximenes Lopes, estando os <strong>de</strong>poimentos, em alguns pontoscontraditórios, e que o paciente achava-se, por conta <strong>de</strong> uma possível e factível falta <strong>de</strong>cuidados, à mercê <strong>de</strong> toda sorte <strong>de</strong> agressões e aci<strong>de</strong>ntes que po<strong>de</strong>riam colocar em risco~avida. " ",8.2.3. Quanto às circunstâncias do óbito•No que concerne às circunstâncias do óbito, cabe-nos reportar ao <strong>de</strong>poimento do Sr.Carlos Alberto Rodrigues: "Estava no posto, sempre estava indo lá olhar <strong>de</strong> <strong>de</strong>z em <strong>de</strong>zminutos e na última vez que fui olhar ele estava falecendo, foi rápido <strong>de</strong>mais, não <strong>de</strong>utempo para nada." Segue o seu relato dizendo que chamou a enfermeira Salete, a qual, porseu turno, comunicou o fato ao Dr. Ivo, que, segundo o seu próprio <strong>de</strong>poimento, não seencontrava no hospital ("assim que sai logo logo <strong>de</strong>pois a enfermeira chefe me telefona, aSalete, que o paciente tinha ido a óbito, e retomo ao hospital"), não havendo médicoplantonista para aten<strong>de</strong>r às intercorrências. A enfermeira Salete, segundo seu próprio<strong>de</strong>poimento, disse que encontrou o paciente bastante cianótico e sem pulso, tendotelefonado para o Dr. Ivo que veio ao hospital imediatamente. Do relatado inferimos que opaciente, por alguma causa não <strong>de</strong>finida, apresentou parada cárdio-respiratória, não setendo tomado nenhuma iniciativa no sentido <strong>de</strong> se efetuarem manobras <strong>de</strong> ressuscitaçãoque pu<strong>de</strong>ssem <strong>de</strong>ixá-lo em condições <strong>de</strong> ser transferido para um hospital geral, on<strong>de</strong> sepu<strong>de</strong>ssem instituir medidas diagnósticas e terapêuticas a<strong>de</strong>quadas. Tais manobras nãoforam efetuadas, a nosso ver, quer pela falta <strong>de</strong> profissional qualificado para tal (não haviamédico no hospital no momento do <strong>de</strong>senlace fatal, estando o único ao alcance da equipe<strong>de</strong> enfermagem, <strong>de</strong> sobreaviso, como reconhece o próprio Dr. Ivo), ou mesmo pela falta <strong>de</strong>material a<strong>de</strong>quado na sala <strong>de</strong> intercorrência, como reconhecem, em seus <strong>de</strong>poimentos, oDiretor Clínico do hospital, Dr. Francisco Ivo Vasconcelos, a Diretora Técnica <strong>de</strong>4 PORTO, c.c. Semiologia médica. 3.' edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Guanabara Koogan, 1997, p. 1081.•-----,-p..----,-,_._...._ • lO '"..._-,_.......,,_.-- ~ ....--- ....__ ......-,_.-------_. " • P'•--•


•'::.'T1TerT"Hl~em, (I, ~J1I.t=l '1lt:1I t::1•.'ytd.1 la. 0d.lt::Lt:: lV.lUlCU;:) .l.VJ.t;;lU n~,",...,'-lu.J."'u ""' v u~u.u........ .......enfermagem Carlos Alberto Rodrigues. Este, ao ser perguntado se havia material a<strong>de</strong>quadopara reanimar um paciente respon<strong>de</strong>u que "aqui tudo é precário (... ) porque está trancado e -,não tem". A<strong>de</strong>mais, não havia ninguém na intercorrência junto ao paciente, fato que soeacontecer,conforme o <strong>de</strong>clara a Diretora Técnica <strong>de</strong> Enfermagem. O Sr. Carlos Alberto,vinha a cada <strong>de</strong>z minutos, segundo o seu relato, observar o paciente, <strong>de</strong>clarando que "tudofoi muito rápido", e infelizmente, conforme se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> dos fatos, não havia umaestrutura <strong>de</strong> atenção a<strong>de</strong>quada que pu<strong>de</strong>sse, em tempo hábil, reverter a emergência comque se <strong>de</strong>frontou o Sr. Damião Ximenes Lopes, nos seus últimos estertores, tomandoinexorável o seu amargo <strong>de</strong>stino.00004958.3. Quanto às evidências <strong>de</strong> maus tratos ao paciente,Em sua carta-<strong>de</strong>núncia dirigida à Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da AssembléiaLegislativa do Estado do Ceará, a Sra. Irene Ximenes Lopes Miranda, afirma que o Sr.Damião Ximenes Lopes "havia sido impiedosamente espancado, estava com as mãosamarradas para trás e seu corpo coberto <strong>de</strong> sangue". E que na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes"reina a humilhação e a cruelda<strong>de</strong>. Seres humanos são tratados como bichos. As famíliasdas vítimas, são pessoas pobres, sem voz e sem vez. E a impunida<strong>de</strong> continua". Afirmaainda que "as mulheres são igualmente agredidas e estupradas".•Tais fatos sugeridos pela <strong>de</strong>nunciante merecem comentários <strong>de</strong>tidos. Em relação à<strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> espancamento, não há provas periciais nem evidências <strong>de</strong> que o mesmo tenhaocorrido, embora se não possa excluir com segurança a sua não ocorrência, conformediscutido no item 8.1 <strong>de</strong>ste parecer. Há relatos nas oitivas dos funcionários <strong>de</strong> que opaciente havia brigado com outros internos, ocasião em que po<strong>de</strong>ria ter sofrido as lesões<strong>de</strong>scritas no Laudo Cadavérico. Tal fato, se não po<strong>de</strong>. nos permitir ilações sobre aocorrência <strong>de</strong> espancamento, nem sobre a sua autoria, permite-nos inferir que não foiresguardada a sua integrida<strong>de</strong> fisica e moral, pela que era responsável a instituição.,.•"•Quanto à ocorrência <strong>de</strong> agressões fisicas e abusos sexuais <strong>de</strong> pacientes, os relatossão concordantes em que os mesmos acontecem. O Diretor Clínico do Hospital, Dr.Francisco Ivo Vasconcelos, afirma que tem conhecimento <strong>de</strong> sua ocorrência, inclusiveenvolvendo o Sr. Eliézer e o Sr. Carlão, citados pela Sra. Irene, e que "ultimamente issoestá se agravando cada vez mais, virou uma verda<strong>de</strong>ira epi<strong>de</strong>mia". Em outra passagem, oDr. Ivo informa que tomou conhecimento <strong>de</strong> um caso "<strong>de</strong> um paciente que foi espancadoaté a <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>, ficou todo disforme o rosto <strong>de</strong>le, era um paciente orientado, quebraramo braço <strong>de</strong>le em dois lugares". Segundo ele, o agressor era um funcionário da instituição:Ao ser perguntado sobre a causa da <strong>de</strong>missão do funcionário Cosme Gomes da Silva,também citado pela Sra. Irene, respon<strong>de</strong>u que se <strong>de</strong>via a abuso sexual com os pacientes eque não se tratava da primeira vez. A Diretora Técnica <strong>de</strong> Enfermagem afirma em seu<strong>de</strong>poimento que não tem conhecimento <strong>de</strong> agressões fisicas, embora já tenha visto umfuncionário <strong>de</strong> nome "Chico", que trabalhava na limpeza "beijando uma paciente",contrastando com o <strong>de</strong>poimento do Dr. Ivo que diz que a mesma tomou conhecimento doscasos a que ele teve acesso.•' •••.U , __ '~ __"'_'_""_'_4A_"__~'__~_"..,__c·,_ .•.·. __ __4_,.,_ .~L... -em__r ,_ _, I ."


-\.~ ",o.e. e'fT'l f'0~~.? ~.~;:t.P ...~t" ":IJf)T e t."'~::;(;\ Ut;:HUucra, Chl1 OOUUV.::t UJU c,.I\........... LV u. ..... U1J.1 ~ "".u,","V ........,Livro <strong>de</strong> Ocorrência da Enfermagem, cuja cópia foi obtida na segunda visita <strong>de</strong> inspeçãodo Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria, realizada em 18 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000 in verbis:'''''''''.••0000.49622.12.999:00 Fui convocado para um <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> um paciente com onome Van<strong>de</strong>rley, on<strong>de</strong> estavam presente dona Erandir. Gorete, Brigida,Dr. Ivo. Valéria TO., on<strong>de</strong>m o paciente relatou as agressões que algunsauxiliares voltam .grifo nossose a praticar. Falou sobre o pacienteAdauto. que estam agressivo, quebrou lambadas, cortou os <strong>de</strong>dos, enadam os auxiliares faziem, que colocavatp os próprios pacientes picontero paciente agressivo. Citou tambem que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> contido, <strong>de</strong> mãos paratraz auxiliares tacavam as mãos no rosto do paciente, citou tambem queamarram com uma corrente, citou que o paciente Fco. Silva que épenitenctariam agredi os pacientes, <strong>de</strong>u uma surra no Costa e Silva que orosto (olho) está roxo, que entra a hora que quer no posto. Os nomes dosfuncionaram que agrediram o paciente Adauto joram: Nonato, CarlosAndré. Citou também que o pessoal do pátio dizem: nos não po<strong>de</strong>mosbater mas vocês po<strong>de</strong>m, comecem que nos terminam, palavras daVan<strong>de</strong>rlev.-.4ssina Francisco <strong>de</strong> Sousa Santana - COREN 73665_Este é um <strong>de</strong>poimento escrito que bem sugere os maus tratos e a tortura a queestariam submetidos os pacientes internados na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. Fatos que<strong>de</strong>vem ser esclarecidos pela autorida<strong>de</strong>, policial e tratadas com a maior diligência peloMinistério Público, a fim <strong>de</strong> que se apurem a autoria <strong>de</strong> e as responsabilida<strong>de</strong>s por tais atosilícitos, nos termos da Lei N° 9455, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1997, a qual <strong>de</strong>fine os crimes <strong>de</strong>tortura e dá outras providências.•Um outro fato marcante, que bem atesta a ocorrência <strong>de</strong> maus tratos no nosocômio,é o modus operandi da contenção, prática adotada para preservar a segurança do pacienteagitado, e que se fundamenta em indicações precisas, e implica em métodos a<strong>de</strong>quadospara não ferir nem a dignida<strong>de</strong>, nem os direitos da pessoa do doente. Não há no prontuárioprescrição <strong>de</strong> contenção, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> que a mesma tenha sido aplicada ao paciente,conforme <strong>de</strong>poimentos colhidos e Laudo Cadavérico do IML. Pela <strong>de</strong>scrição obtida, amesma foi feita <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada ficando o paciente <strong>de</strong> mãos para trás e no chão,estando sujeito a toda sane <strong>de</strong> agressões e traumas. O paciente, enquanto estava contido,não se achava em local seguro, daí ter-se machucado da forma como apresentada no LaudoCadavérico. Relativamente à tal prática, é esclarecedor os <strong>de</strong>poimentos dos auxiliares <strong>de</strong>enfermagem: "Antes chamava a chefe do plantão ela olhava a paciente e mandava fazer acontenção se estivesse muito agitada" (Maria Gorete Lima); "A contenção é feita comor<strong>de</strong>m da enfermeira chefe" (Antônia Maria Sampaio)."Mesmo que não tenha sofrido um traumatismo que <strong>de</strong> per si se constituísse emcausa inequívoca do óbito, havia risco <strong>de</strong> sofrê-lo. E para esta Comissão é o quanto bastapara atestar uma má assistência e a ausência <strong>de</strong> cuidados básicos ao paciente psiquiátrico.Outro fato que bem o <strong>de</strong>monstra, é a presença <strong>de</strong> lesões nos punhos do Sr. Damião,compatíveis, segundo o Laudo Cadavérico, com contenção. Para que tal ocorresse eranecessário que houvesse um mínimo <strong>de</strong> negligência ou imperícia na sua prática (há relatos•---_._.--------". ....=.. .. '.~" ·10 r •I I ..._.- ,- ~.-.,....~ .. 'O",,~__~._••_.. .__ .•. _ ..__. _


• •a<strong>de</strong>quadamente treinados e <strong>de</strong> que quando não há médico os enfermeiros or<strong>de</strong>nam acontenção) e acompanhamento, a ponto <strong>de</strong> traumatizar os punhos do paciente. A situaçãoem que ele se achava, "no chão <strong>de</strong> mãos amarradas para trás", não é compativel com a., .dignida<strong>de</strong> humana e com os Direitos <strong>Humanos</strong>, e se não se enquadra na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>tortura contida na Lei N." 9.455/97, no mínimo configura humilhação e maus tratos.".. •Pelo exposto, concluímos que as <strong>de</strong>núncias proferidas pela Sra. Irene sãoproce<strong>de</strong>ntes. Embora não haja como ser provado que o Sr. Damião Ximenes Lopes tenhasido espancado, há evidências <strong>de</strong> que tal possa ter ocorrido, bem como há relatos <strong>de</strong> queeste ato ocorra na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, e que, chegando ao conhecimento daDireção, parcas foram as medidas tomadas para coibí-lo. '-8.4.Das condições do hospital0000497•Relativamente às condições em que se acha a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, tendoem vista a gravida<strong>de</strong> das <strong>de</strong>ficiências encontradas pelo Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria epelo Serviço Municipal <strong>de</strong> Vigilância Sanitária, limitar-nos-emos a referendar asrecomendações constantes dos Relatórios-Síntese do Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria e doRelatório da Comissão Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da SESA, as quais cumpre-nostrancrever para que aqui se registrem e falem <strong>de</strong> per si.No Relatório-Síntese <strong>de</strong> Visita <strong>de</strong> Supervisão do Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoriarealizada em 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, constam as seguintes operações propostas:•• Em jàce do exposto no presente relatório(no item ProblemasPriorizados). e consi<strong>de</strong>rando os comentários proferidos pela equipe daSESA. especificamente quando se comparam as condições atuais <strong>de</strong>funcionamento da instituição com aquelas relatadas em supervisõesanteriores feitas por essa mesma equipe, tendo sido constatadopersistência das mesmas presentemente, e que tais colocam em risco osusuários e funcionários, como bem' o <strong>de</strong>monstra o "Caso Damião".recomendar-se-ta o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes.•No Relatório-Síntese <strong>de</strong> Visita <strong>de</strong> Supervisão do Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoriarealizada no dia 18 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000, consta o seguinte:••Na presente data, perpetramos visita <strong>de</strong> inspeção motivada pela<strong>de</strong>núncia constante do Processo 00211999, que trata do falecimento do Sr.Damião Ximenes Lopes, usuário do SUs, na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, tendo como interessada a Sra. Albertina Viana Lopes. Após aconsecução da mesma, constatamos que, relativamente à visita anterior,realizada em 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, não se observaram quaisquermelhorias nas condições do hospital, em que pese seu relevante objeto,qual seja, a assistência psiquiátrica. Inobstante, ao findar-se a visita. fotesta equipe abordada pelo Diretor Administrativo do nosocômto, Sr.Sérgio Ferreira Gomes. o qual indagou os motivos <strong>de</strong> ali nosencontrarmos, <strong>de</strong>monstrando <strong>de</strong>sconhecimento dos <strong>de</strong>veres inerentes às•. . -" •.• ".~-~""'~.-'~~~~~~..... I 11 ..." __ ... ._•..•.n •• ._._••_. ~_-_


•'IV.".,.......• ..... .,.vv..,u ~ ........ J ........,.. ........... .... ..... ,,~v . -r' _... -.~~_...- ... -~ ~ ~-_. - --_._-, -informou que nenhuma providência havia sido tomada, nem haveria <strong>de</strong> sêlo,por ter sido orientado nesse proce<strong>de</strong>r,A vista disso, é recomendação <strong>de</strong>ssa Equipe <strong>de</strong> Vistoria,.recomendar tnconttnenti o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes <strong>de</strong> prestar serviços ao SUs.•Por fim, no Relatório da Comissão da SESA, realizada em 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong>1999, juntamente com a Equipe do Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria, tem como conclusõesfinais:0000498A clínica não apresenta condições <strong>de</strong> funcionamento por todos oscomentários suprareferidos. Pela sua localização estratégica sugerimos asua intervenção ou medida similar, caracterizando a mudança <strong>de</strong>gerência, ou seu <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento pelo SUS Providências a seremtomadas pelo município <strong>de</strong> Sobral ou em conjunto com a SESA.O "Caso Damião" evi<strong>de</strong>ncia assistência médica precária, maustratos <strong>de</strong>ficiências diversas listadas neste relatório o que <strong>de</strong>ve ser<strong>de</strong>nunciado nos diversos conselhos <strong>de</strong> categorias ligadas à assistênciapsiquiátrica e ao Ministério Público pora as providências cabíveis.•••E mister, ainda, reportarmo-nos aos <strong>de</strong>poimentos do Diretor Clínico e da DiretoraTécnica <strong>de</strong> Enfermagem, quando opinam sobre as <strong>de</strong>ficiências do hospital. O Dr. FranciscoIvo Vasconcelos, ao ser perguntado se, na sua, avaliação como Diretor Clínico do hospital,•há condições <strong>de</strong> prestar uma assistência a<strong>de</strong>quada a pacientes psiquiátricos, afirma que ohospital "atualmente, está <strong>de</strong>ixando muito a <strong>de</strong>sejar". Reconhece que há <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>médicos, "não por falta <strong>de</strong> interesse da direção do hospital, pelo contrário, por falta mesmo<strong>de</strong> colegas, que não querem vir trabalhar aqui"; fato que certamente o <strong>de</strong>ixa em condiçõesinaceitáveis para uma prática digna <strong>de</strong> sua profissão. Tanto que, em seu relato, ao serabordado pelo Dr. Raimundo Alonso Batista <strong>de</strong> Aquino, da equipe da SESA, indagando-ose era sabedor <strong>de</strong> que ele não podia ficar sozinho com oitenta pacientes, respon<strong>de</strong>u que"sabia, agora não diga para mim, diga para a família do paciente que não vão aceitar opaciente porque não tem médico, agora estou fazendo o que posso". Faz ainda graves<strong>de</strong>núncias, em tom <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabafo, sobre falta <strong>de</strong> medicamentos, a qual chega a afetar aqualida<strong>de</strong> da assistência, <strong>de</strong> infração às leis trabalhistas e <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> material hospitalar.Outra constatação reconhecida pelo Diretor Clínico do hospital é a falta <strong>de</strong>'multidisciplinarida<strong>de</strong> na atenção aos pacientes ali internados, em flagrante<strong>de</strong>scumprimento às normatizações da PortariaJSAS N." 147/94, que amplia o item 4.2 daPortariaJSNAS N.o 224/92.A Diretora Técnica <strong>de</strong> Enfermagem, por seu turno, também concorda que nainstituição não há condições para o exercício digno da profissão <strong>de</strong> enfermagem, tendo já. chegado a cogitar <strong>de</strong>nunciá-lo ao COREN, não tendo entretanto concluído esse intento. Emseu relato diz que faltam colchões, a ponto <strong>de</strong> impossibilitar a admissão <strong>de</strong> pacientes, roupa<strong>de</strong> cama (às vezes o paciente chega a dormir sem roupa <strong>de</strong> cama) e material hospitalar.Na opinião <strong>de</strong> ambos, a direção não é receptiva as suas solicitações. O Dr. Ivochega a afirmar que a Direção do hospital "<strong>de</strong>via realmente ter mais cuidado com isso,•-------,_.- - -". ----_..." - .'---,-------,-- _--------------,-- _._.-..-.,' ."'... '...


: -.~0"""'. "3-~ fl.O!3- pe(HTT't'~, i:'. '.ll'';:I';i:'L' 11.(lU \"'UH.\..rCUC., ;)Ç C1 I;,ilH""lUl,",lJU 1-''"'''''''-', .... uuvy...........&_"conce<strong>de</strong>"; "falta a presença da direção do hospital no próprio hospital".. . . d '. <strong>de</strong> Ocorrê da Enf " 0000499Ainda reportan o-nos ao Livro e correncia a nrerrnagem, ao razermos umrecorte cronológico, analisando um período que vai do dia 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999 a 18 <strong>de</strong>--janeiro <strong>de</strong> 2000, constatamos o brado dos profissionais <strong>de</strong> enfermagem <strong>de</strong>nunciando suaspéssimas condições <strong>de</strong> trabalho e clamando por providências, não sem apelar, algumasI•vezes ao divino: "(.. .) pediremos a Deus que seja melhor para os pacientes e para todos osfuncionários", escreveu o enfermeiro Francisco <strong>de</strong> Sousa Santana no dia 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 1999. Nas passagens do livro, po<strong>de</strong>mos apreen<strong>de</strong>r uma série <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s:1. Falta <strong>de</strong> médico plantonista: ocorrência notm.Pa do dia 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>1999 ("Médico zero"); ocorrência diurna do dia 01 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000 ("Ontem pelas 17:00veio um paciente para se hospitalizar,mas <strong>de</strong>vido ausência <strong>de</strong> médicos e não seencontrarem em casa para contato não foi possivel interna-Ia"); ocorrência diurna do dia 08<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000 ("Não temos médico <strong>de</strong> plantão" e "No plantão notumo continuamossem médico"); ocorrência noturna do dia IO<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000 ("Médico zero").2. Falta <strong>de</strong> medicamentos: ocorrência notuma do dia 12 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000(faltaram os seguintes medicamentos: "4 benzetacil" para o paciente Francisco das ChagasFerreira, "flufenan" para o paciente. Antônio Bernardo Silva, e "Fibrase e cloranfenicol"para o paciente Fernando Carvalho); ocorrência noturna do dia 17 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000("Auxiliares relatam que está faltando soro glicosado no Hospital!").•3. Falta <strong>de</strong> material e <strong>de</strong> estrutura: ocorrência noturna <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000("O inverno chegou, imagine estes inocentes esquecidos sem um lençol isto é uma<strong>de</strong>sumanida<strong>de</strong>, por favor providências..."); ocorrência diurna do dia 11 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000("A higiene corporal dos resi<strong>de</strong>ntes está sendo feita através <strong>de</strong> uma borracha condutora <strong>de</strong>água - mangueira - * O motor que puxa água está com <strong>de</strong>feito").4. Falta <strong>de</strong> cuidados básicos <strong>de</strong> enfermagem: ocorrência noturna do dia 13 <strong>de</strong>janeiro <strong>de</strong> 2000 ("Não estão verificando a pressão da paciente Fca, Pereira Sousa como Dr.••Ivo pe<strong>de</strong> na prescrição").,5. Falta <strong>de</strong> pessoal e sacrificio dos profissionais: ocorrência do dia 12 <strong>de</strong>janeiro <strong>de</strong> 2000 ("Caros colegas ate quando vamos viver nesta situação? Somos obrigadosa aceitar o bel-prazer dos auxiliares chegarem na hora que quizerern por falta <strong>de</strong> umaposição dos administradores? Está na hora <strong>de</strong> dar o grito para responsabilida<strong>de</strong>");ocorrência noturna do dia 17 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000 ("Primeiramente gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer aoscolegas Margarida e AJtaid, pejo apoio e compreenção se sacrificando e vindo um plantãoa mais <strong>de</strong> sua carga horária, talvez o próprio dono do hospital não mereça mas como somosresponsáveis e profissionais nos sacrificamos").6. Evidência <strong>de</strong> adulteração <strong>de</strong> prontuários: ocorrência noturna do dia 17 <strong>de</strong>janeiro <strong>de</strong> 2000 ("Temos problemas em dois prontuários das pacientes: Maria Iranir <strong>de</strong>Mesquita e Maria <strong>de</strong> Fátima Barroso, refazer outro prontuário, problema 'na Allf').'São fatos da maior gravida<strong>de</strong> que merecem atenção dos órgãos competentes, e que<strong>de</strong>nunciam a precarieda<strong>de</strong> da assistência prestada pela Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, e a. sujeição <strong>de</strong>sses profissionais a condições indignas <strong>de</strong> sua profissão, a<strong>de</strong>mais do abandono edo <strong>de</strong>scaso para com os usuários do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> sob seus cuidados.Em conseqüência do óbito do Sr. Damião Ximenes Lopes, a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> eAssistência Social <strong>de</strong> Sobral <strong>de</strong>liberou por iniciar um trabalho <strong>de</strong> avaliação da qualida<strong>de</strong>dos serviço <strong>de</strong>sse hospital, através da coleta <strong>de</strong> dados, análise <strong>de</strong> prontuários, entrevistas•.. .: Li" ......... . ..... , -"-'_._ ........ _=- •• _,,_·...· .._m__.~ _.. _'n "• I i


(".f)rn ('S oacientes e 0D~e'fy;~.r.;.a.o CCJnStaIlL~~ "'Jara uescrever U lUII\,;lUIIC1111t:llLU "UU WLUnosocômio. Do relatório apresentado pela equipe chefiada pela psiquiatra Dra. LucianaRato <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se, a partir dos dados colhidos da amostra estudada, que há,' no queconcerne à assistência médica, improprieda<strong>de</strong>s diagnósticas e terapêuticas, que, segundo"ela, sugerem "a falta <strong>de</strong> conhecimento técnico da equipe médica".No que tange ao diagnóstico psiquiátrico, diz o relatório: 0000500-•••A comparação entre os diagnósticos encontrados no prontuário eos diagnósticos da equipe <strong>de</strong> pesquisa mostra que: os diagnósticos <strong>de</strong>ambos os grupos foram os mesmos palá 16 (21%) dos 76 pacientes.Outros 20 (26%) pacientes apresentaram diagnósticos que divergiram emrelação ao tipo <strong>de</strong> problema <strong>de</strong> um mesmo grupo do CID-lO (subtipo <strong>de</strong>esquizofrenia ou <strong>de</strong> transtorno afetivo, por exemplo). Os <strong>de</strong>mais pacientesdistribuem-se da seguinteforma: 9 (J 1,8%) pacientes diagnosticados comoportadores <strong>de</strong> esquizofrenia pelo prontuário apresentavam, em nossaavaliação. algum grau <strong>de</strong> retardo mental; 5 (6,5%) pacientes portadores<strong>de</strong> T. Bipolar em nossa avaliação foram diagnosticados comoesquizofrênicos pelo prontuário. Um paciente portador <strong>de</strong> distimia foidiagnosticado como esquizofrênico pelo prontuário. Outros diagnósticosdivergentes foram encontrados em 7 (9%) pacientes; já, 12 (16%)pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> psicose não especificada apresentaramalgum diagnóstico psiquiátrico mais especifico em nossa avaliação.Finalmente, um paciente com diagnóstico <strong>de</strong> psicose não especificada efazendo uso <strong>de</strong> antipsicótico não apresentou nenhum diagnóstico nos 2. primeiros eixos do, DSI.1./V que justificassem tal medicação. Outropaciente sem diagnóstico psiquiátrico não estava em uso <strong>de</strong> medicação naépoca da entrevista. (..) Outro dado chamativo foi o número <strong>de</strong> pacientesque encontramos com diagnóstico <strong>de</strong> Retardo Mental (J5 pacientes20%), o que nãofoi evi<strong>de</strong>nciado no diagnóstico <strong>de</strong> prontuário.,.ePor outro lado, no que diz respeito à terapêutic;,!1A~ótada,observações: .........o relatório faz as seguintes•35 pacientes (36%) estavam fazendo uso <strong>de</strong> flufenazina <strong>de</strong><strong>de</strong>pósito. a maioria em uso <strong>de</strong> doses semanais a quinzenais. Destacamosque a medicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito tem indicação em pacientes com quadros .crónicos, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ou a<strong>de</strong>são ao tratamento, após umdiagnóstico bem estabelecido e após uma base <strong>de</strong> cálculo fundamentadana utilização da mesma medicação via oral em doses terapêuticas para opaciente (que controle a crise). Entretanto, encontramos pacientes comdiagnósticos <strong>de</strong> transtornos do humor (transtorno afetivo bipolar), em uso<strong>de</strong> tal medicação, assim como 3 pacientes <strong>de</strong> primeira internação usandotal medicação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro ou segundo dia <strong>de</strong> internação. Este tipo <strong>de</strong>utilização da medicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito po<strong>de</strong> ser questionada pelos riscos <strong>de</strong>produzir uma sindrome neuroléptica maligna em pacientes que nuncatinham entrado em contato com tal medicação anteriormente (o caso dos 3pacientes <strong>de</strong>scritos).Encontramos vários pacientes em utilização <strong>de</strong> fenobarbital, semindicações nem justificativas claras no prontuário, e, paradoxalmente,•____..'""11_....... ft..._.'_.__...._._- ~ ._••_._....__• ~-_ ... - __.• • _


,••mal sem prescrição <strong>de</strong> anticonvulsivantes e em uso <strong>de</strong> 3 antipsicóticosdiferentes. Sabe-se. pela literatura. que os antipsicóticos baixam o limiarconvulstvante em pacientes propensos a tal problema. Se necessário. ~. .indicado o uso <strong>de</strong> haloperidol na menor dose terapêutica possível. pois éum annpsicotico típico que provoca menores alterações no limiarconvulsivante.Encontramos vários pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> transtornoafetivo bipolar. em fase manlaca. Destes. aproximadamente uns 7 faziamuso <strong>de</strong> carbonato <strong>de</strong> lltio em doses <strong>de</strong> 600 mg/d (a dose recomendada <strong>de</strong>veser dosada através da litemia sérica, geralmente ficando entre 0.6 e 1.2mliq/ml, c. para atingir tais doses, geral~ente são necessários 900 mg ~eiitio/dia). Não foi constatada a realização <strong>de</strong> litemias <strong>de</strong> controle em tatspacientes, bem assim como não observamos a realização <strong>de</strong> examescomplementares indicados previamente ao uso do lítio (uréia, creattnina,T3. T4. TSH, eletrolitos).Observamos que a maioria dos pacientes com diagnóstico <strong>de</strong>transtorno bipolar. que teria como medicação <strong>de</strong> primeira escolha umestabilizador do humor (lítio, carbamazepina ou ác. Valpróico) faziam usoexclusivamente <strong>de</strong> antipsícàticos, inclusive na prescrição da alta.'JI( Do total <strong>de</strong> 76 pacientes, 71 (93%) faziam uso <strong>de</strong> anttpstcoticos,assim distribuídos: 31 (41%) pacientes usavam 2 tipos <strong>de</strong> antipsicóticos,18 (24%) pacientes faziam uso <strong>de</strong> 3 tipos <strong>de</strong> antipsicóticos e 22 (29%)pacientes usavam um antipstcottco. Segundo a literatura. a opção <strong>de</strong>ve serpela monoterapia, utilizando-se um tipo <strong>de</strong> anttpsicôtico <strong>de</strong> preferência. Aindicação <strong>de</strong> 2 ou mais anttpstcàttcos é questionável. pois é preferívelaumentar a dose <strong>de</strong> um anttpsicôtico a associar outros.UOOO5OI•Ao final do citado relatório, <strong>de</strong>ntre outras observações referentes a anotações dodiário <strong>de</strong> campo da equipe, transcrevemos as seguintes:,-...'•Vários pacientes (7-9%) relataram espontaneamente a ocorrênciaPt maus tratos/espancamento) por parte da enfermagem. Além <strong>de</strong> maustratos, relataram que as brigas entre pacientes são afastadas pelosmesmos pacientes e são até incentivadas pela enfermagem.(..).As condições <strong>de</strong> higiene da maioria dos pacientes era <strong>de</strong> péssima aprecária. Havia pacientes andando seminus ou completamente nus pelas<strong>de</strong>pendências do hospital, sem que, sem que a enfermagem mostrassequalquer reação a tal fato. Alguns pacientes vestindo vestes do hospitalapresentavam as mesmas rasgadas. Quando averiguados, disseram que astinham recebido assim. Havia, inclusive, pacientes que pediam <strong>de</strong>sculpaspelo seu estado <strong>de</strong> higiene, pois sabiam que estavam sujos, mas há águaem poucos horários no hospital. Um paciente muito se<strong>de</strong>nto bebeu muitaágua durante a entrevista pois disse que no pátio falta água, e à noite, naenfermaria, quando os pacientes reclamam pedindo água, são agredidospela enfermagem: "Batem na gente, pisam nos pés" (.P.R., masc., 33anos).Observamos que não há médico o tempo todo no hospital. Osmédicos assistentes comparecem em alguns horários. Os casos quechegam para internação nos horários sem médico são internados peloporteiro, que não apresenta nenhuma qualificação para realizar triagem•,..-- "' ..·'Vi7•• ., 4 J)l F" ~.....-_.....__ •__t ....- ... --~ ..._-,._------__,._-.-._--~ ..__.~------------------ ---


U.I),," .')'.Jr;.·enlt:~ t:! UU IfIUIC;U~UU U~ truer flUc,:UU I U lJU~ ("ne:~u c:;rUI U/_Posteriormente, após a internação. quando chega o médico é feita aavaliação e prescrição. Somente não são internados pacientes quando não .ha vagas. ..( ..).0000502•••Tais observações são da maior gravida<strong>de</strong>. Os dados obtidos <strong>de</strong>sse levantamentopropõem-nos uma reflexão <strong>de</strong>tida. A medicina tem como objeto <strong>de</strong> sua realização social,fundamentalmente, a dignida<strong>de</strong> da pessoa humana. Não sem propósito que o nosso Código<strong>de</strong> 'Ética Médica pauta-se pela filosofia dos Direitos <strong>Humanos</strong>. Quando não se po<strong>de</strong> conteros horrores e os dramas que flagelam as populações m«rcadas pele injustiça e pelainiquida<strong>de</strong>, e, principalmente, quando se per<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indignar-se contra eles e<strong>de</strong> repudiá-los, a prática da medicina per<strong>de</strong> inexoravelmente a fundamentação <strong>de</strong> seumister. Assim, e tendo como escopo a realida<strong>de</strong> observada na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, consi<strong>de</strong>ramos que esse hospital, por tudo quanto foi exposto, não oferece ascondições exigiveis a tão elevado oficio, apresentando-se incompatível com o exercícioético-profissional da Medicina.8.5A DefesaAos sete dias do mês <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000, foi, através <strong>de</strong> Termo <strong>de</strong> Abertura <strong>de</strong>Vistas, aberto à Direção Administrativa da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes ou seu preposto oprocesso para vistas, e concedido prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias para apresentação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. No dia 17<strong>de</strong> janeiro do corrente, chegou às mãos do Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sta Comissão, Dr. José CláudioAguiar, o Relatório <strong>de</strong> Defesa assinado pelo Sr. Sérgio Antunes Ferreira Gomes, DiretorPresi<strong>de</strong>nte do nosocômio, o qual transcrevemos na íntegra:o paciente Damião Xavier Lopes <strong>de</strong>u entrada neste hospital no dia01 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1999 sendo avaliado pelo médico plantonista Dr.Marcelo Messias Barros. E segundo o mesmo apresentava-se<strong>de</strong>sorientado. sem comer, falando sozinho, com insônia, calmo e não usavamedicação psicotrópica em casa.Relato que no dia 02 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1999, segundo informações doServiço <strong>de</strong> Enfermagem, o paciente estava calmo. <strong>de</strong>sorientado, compensamentos confusos, com aparência regular e alimentando-se e que nãodormiu à noite (dormiu apenas em tomo <strong>de</strong> 05 horas).Foi prescrito Diazepan-Ol ampola 1M.No dia 03 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1999 o paciente estava agressivo.<strong>de</strong>sorientado o que foi comunicado ao mesmo médico plantonista, Dr.Marcelo, que prescreveu Haldol+Fenergan-01 ampola, associadas, 1M.No dia 04 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1999 o referido paciente foi avaliadopelo Dr. Fco. Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, pois o mesmo estava inquieto,<strong>de</strong>sorientado, com <strong>de</strong>lírios, com tumulto, com aparência regular e nãoaceitava alimentação.Dr. Fco. Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, com a presença da Sra. AlbertinaXimenes Lopes. solicitou que o referido paciente fosse trazido à suapresença para que o mesmo fosse avaliado. O paciente foi trazido porquatro auxiliares <strong>de</strong> pátio e <strong>de</strong> Enfermagem, carregado por eles. contido,pois o mesmo apresentava-se <strong>de</strong>sorientado e não aceitava a entrevista.•- •--"---,_.".,,--------,-_._-------------_._. .. --------------. ...... -.


LH. rco. JV(J U~ vusconcetos SUU{,'I'UU que u paClenle LramraoXimenes Lopes fosse colocado numa Enfermaria em frente ao Posto <strong>de</strong>Enfermagem. Neste ínterim, a mãe do referido paciente revoltou-se quando.viu o filho sendo carregado e solicitava incessantemente que o médieofosse avaliar o paciente.OOOO5O.3•..•••Ao ser colocado na Enfermaria. em uma cama. o mesmo rolou dacama e caiu em <strong>de</strong>cúbito ventral no chão. Dr. Fco. Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos,Dra. Maria Salete M Melo <strong>de</strong> Mesquita, a Enfermeira foram à Enfermariapara constatar o fato. Dr. Fco. Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos agachou-se e procurourealizar uma entrevista psiquiátrica e um exame mental no paciente. Omesmo apresentava-se <strong>de</strong>lirando. com <strong>de</strong>lírios inespecíficos einintettgiveis. com agitação psicO/potora, <strong>de</strong>sorientado auto ealopsiquicamenie. sem condições <strong>de</strong> anamnese. Voltando-se para a suamãe o referido médico obteve <strong>de</strong>la que o mesmo estava sem dormir emcasa. e que já esteve neste hospital, em outros internamentos e que tinhaantece<strong>de</strong>ntes familiares <strong>de</strong> doença mental tais como a avó paterna dopaciente. Foi prescrito Haldol-Fenergan-Ol ampola 1M por dia e senecessário e à noite Neozine JOOmg. Dr. Fco. Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos solicitouque fosse dado um banho no paciente, pois o mesmo estava sujo eapresentava sangramento nasal. Os AUXiliares <strong>de</strong> Enfermageminformaram que o mesmo havia se envolvido em uma briga com outrospacientes, em virtu<strong>de</strong> da sua agitação e do seu quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação.que apresentava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia da sua internação.Duas horas após a avaliação do referido médico, a EnfermeiraDra. Maria Salete M Melo <strong>de</strong> Mesquita telefonou para Dr. Fco. Ivo <strong>de</strong>Vasconcelos dizendo que o paciente tinha ido a óbito. O referido médicoretornou ao hospital e constatou que°paciente tinha sido banhado, estavaem <strong>de</strong>cúbito dorsal na Enfermaria <strong>de</strong> Intercorrência e o corpo nãoapresentava rigi<strong>de</strong>z cadavérica, temperatura corpórea ainda preservada,midríase paralítica e ausência <strong>de</strong> quaisquer sinais vitais. Constatando oóbito, Dr. Fco. Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, que também é médico legista do IML<strong>de</strong> Sobral, procurou sinais externos <strong>de</strong> violência ou qualquer outra causa•.-•<strong>de</strong> interesse médico-legal que pu<strong>de</strong>sse elucidar a causa-mortis. Como nadafoi encontrado. evi<strong>de</strong>nciou-se que Çi referido paciente teve uma causamortisin<strong>de</strong>terminada e feito o Atestado <strong>de</strong> Obito como Parada Cárdio­Respiratória da causa direta da morte. A Enfermeira Salete telefonou paraos familiares para avisar do óbito e solicitar que o mesmo fosse removidopara a sua residência.Por fim relato a V. Sia; Sr. Presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong>Sindicância, Dr. José Cláudio Aguiar que o corpo do referido paciente foia Fortaleza, sendo examinado no IML <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> e constatado causamortisin<strong>de</strong>terminada. Sendo inclusive realizado exame histológico dosprincipais órgãos do organismo e nada encontrado <strong>de</strong> interesse médicolegal.Sobral, J7 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000.-.Assina Sérgio Antunes Ferreira Gomesse:o Relatório <strong>de</strong> Defesa, confrontado com a discussão perpetrada linhas acima,apresenta inexatidões e incompletu<strong>de</strong>s que antes mais obscurecem que elucidam,esclarecem, justificam os fatos constantes da <strong>de</strong>núncia. É importante ressalvar-se que,mesmo tendo estado todo o conteúdo do processo à disposição da Diretoria do Hospital, etendo-se expedido o documento apropriado dando conta disso, além da solicitação da.'-•.~ ~~ ....._._" .~~._.' • ~.._ .. . - _o. -_~.~_ = ..._r .. 9_'_-_'_'." ""'_~~- ~ - -•_


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•••De todo o exposto, esta Comissão conclui pela procedência da <strong>de</strong>núncia feita contraa Casa' <strong>de</strong> Repouso Guararapes, cabendo-nos propor à Administração Municipal asseguintes recomendações:1, Que o Gestor do Sistema Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>ncie a Casa <strong>de</strong>•Repouso da prestação <strong>de</strong> serviços ao Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, no âmbito do SistemaMunicipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral.2. ' Que a secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong> Sobral provi<strong>de</strong>ncie asalternativas terapêuticas factíveis e a<strong>de</strong>quadas à assistência prestada aos pacientes aindainternos nesse nosocômio, <strong>de</strong> sorte que os mesmos não sofram quaisquer prejuízos <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m médica nem tenham ameaçada a sua integrida<strong>de</strong> flsica e mental.3. Que cópia do presente Relatório seja encaminhada ao Conselho Regional <strong>de</strong>Medicina do Estado do Ceará para apuração das responsabilida<strong>de</strong>s do Diretor Clínico daCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes nas irregularida<strong>de</strong>s rraticadas no nosocômio, nos termos doItem Il do Preâmbulo do Código <strong>de</strong> Etica Médica, e do artigo 1.0 da Resolução CFM N,"1.408/94; dos profissionais envolvidos na assistência ao Sr. Damião Ximenes Lopes notranscurso do seu internamento; e das <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> violação aos Princípios para a Proteção<strong>de</strong> Pessoas Acometidas <strong>de</strong> Transtorno Mental e para a Melhoria da Assistência à Saú<strong>de</strong>Mental, adotados pela Resolução CFM N." 1.407/94 e do estatuido no § n do artigo 5. 0Resolução CFM N. o 1.408/94,7. Que cópia do presente Relatório seja encaminhada ao Conselho Regional <strong>de</strong>Enfermagem do Estado do Ceará para apurar as responsabilida<strong>de</strong>s do Diretora Técnica <strong>de</strong>Enfermagem da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes nas irregularida<strong>de</strong>s praticadas no nosocõmio,bem como dos profissionais envolvidos na assistência ao Sr. Damião Ximenes Lopes, nos,termos das responsabilida<strong>de</strong>s e dos <strong>de</strong>veres' estatuídos no Código <strong>de</strong> Etica dos Profissionais<strong>de</strong> Enfermagem,4. Que cópia do presente Relatório seja encaminhado ao Serviço <strong>de</strong> Auditoriado Núcleo Regional do Ministério da Saú<strong>de</strong> - Ceará, para conhecimento e providências.5. Que cópia do presente Relatório seja encaminhada ao Ministério Públicopara apurar se houve violação da Lei N. O 9.455, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1997, que <strong>de</strong>fine os crimes<strong>de</strong> tortura e dá outras providências.6. Que cópia do presente Relatório seja encaminhada à Comissão <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará para conhecimento eprovidências,da0000',505••Este é o parecer, salvo melhor juízo.Sobral, 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 20006 "Quem re~n<strong>de</strong> por irregularida<strong>de</strong>s praticadas em nome dos estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, quandoconfigurada a ínfração, é o seu diretor técnico e principal responsável" (FRANÇA, G. V. Comentários aoCódigo <strong>de</strong> Etica Médica. 2." edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Guanabara Koogan, 1997, p. 6).•..··u• ..="'........ ......_._._-~ _._,__c .,,,' ..... - •


oOOU'5 O6JOSÉ CLÁUDIO AGUIARPresi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Sindicância• GEISON VASCONCELOS LIRA-fi'MembroLUÍZA MARIA GOMESMembro• RAIMUNDA NONATA NASCIMENTO SILVAMembro•FRANCISCA LOPES DE SOUSAMembro•-- ••• •....- ".,,~...," ~--~------_.. _.~•••


•."~•.. •ANEXO XVIII•_., ,•••...._....•".._.--_..._--------- -_ .---~~• •


I•,.,, ',,, 'I. .•0000508•SECRETARIA DE SAÚDE SASS/ST~NCIASOCIALp,,PORTARIAlCCA N.113, DE 10 DE JULHO DE 2000•Dispõe sobre o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamentoda Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes comoinstituição contratada para prestação <strong>de</strong>'serviços ao SUS e dã outras providências•••••o SECRETÁRIO DE SA'no uso <strong>de</strong> suas atribuições, eCONSIDERALei 8.080, <strong>de</strong> 19.9.90, que <strong>de</strong>finee convênios com entida<strong>de</strong>s pres!controlar e avaliar sua execu - 'Cque dispõe sobre a extirecursos assistenciais e r.e' ,11.2.2000, que estabennrt",rinr ri" transtorna,'.106, <strong>de</strong>O <strong>de</strong> atenção ao. -•


------- - ---- ---,_________,ooo(1 5 Ci S,(7.i'7 :3 -. ---~10 0,'2...••• L!7 _•,.CONSIDERANDO o cre<strong>de</strong>nciamento do Hospital Dr,Estevão Ponte para prestação <strong>de</strong> serviços ao SUS, 'envolvendo as urgênciaspsiquiátricas; ,CONSIDERANDO a estruturação da ResidênciaTerapêutica no Município <strong>de</strong> Sobral como alternativa assistencial aos pacientescronificados e àqueles com perda do vínculo familiar;COSIDERANDO a estruturação do CAPS <strong>de</strong> Sobral paraassistência interdisciplinar especializada aos pacientes psiquiátricos resi<strong>de</strong>ntes noMunicípio no nível ambulatorial, e à adscrição <strong>de</strong>stes às Equipes do Programa <strong>de</strong>,Saú<strong>de</strong> da Família; eCONSIDERANDO a vinculação <strong>de</strong> pacientes psiquiátricosproce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> outros municipios que necessitem <strong>de</strong> assistência psiquiátrica nonível ambulatorial ao Ambulatório Especializado, ui 'a do centro <strong>de</strong>Especialida<strong>de</strong>s Médicas.RESOLVE:M. 1.°como instituição contratada pahospitalarem psiquiatria;ti•urgências psiquiátricassupervisão da Equipe ddos pacientesnto ambulatorialSobral, no nível


---•------- - -- -•i/00005!O••Art 5. o -Caberá à Coor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Controle eAvaliação e ao Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria proce<strong>de</strong>rem à avaliação da estrutura,dos processos e dos resultados da re<strong>de</strong> assistencial à saú<strong>de</strong> mental do Município,propondo, <strong>de</strong>ntro dos conceitos <strong>de</strong> eficácia, efetivida<strong>de</strong> e eficiência, medidas•necessárias à excelência da qualida<strong>de</strong> dos serviços pertinentes.AIt. 6. 0 - Os casos omissos serão resolvidos peloSecretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong> Sobral.AIt. 5. 0 - Esta portaria emra em vigor na data da suapublicação e revoga todas as disposições em contrário.•SECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL DE SOBRAL, em 10 <strong>de</strong> julho<strong>de</strong> 2000-•- NDRADEtência Social


0000511•ANEXO XIX•"." "", '••______...__ ~ __w.~ ... '.. --'_0 -. ._.__~, __ -----•


..0000512•MINISTÉRIO DA SAÚDESECRETARIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE•Ofício N.!! Og~ ISAS/MSPrezado (a) Senhor (a),:t?~.;,-J~,l~ . {.r:,v.\.': .~~. "~ j'•-..•Brasília, O~ <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001.••Comunicamos, que seu trabalho intitulado "Re<strong>de</strong> Integral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental•do Município <strong>de</strong> Sobral" foi premiado no concurso Experiências Exitosas na Area <strong>de</strong>S~ú<strong>de</strong>•Mental no Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - Prêmio David Capistrano da Costa Filho, dao.oIII Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.Informamos, outrossim, que a cerimônia <strong>de</strong> premiação será no dia 13 <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro próximo às 17h30min, na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Tênis.Convidamos V..Sa. para esta cerimônia, e esperamos contar com suahonrosa presença. Qualquer dúvida ou necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maiores esclarecimentos queira,rpor gentileza, nos cantatar pelo e-mail 3cnsm@sau<strong>de</strong>.gov.bJ.: .o•• Atenciosamente,- '"-(Pedroabri Io~inhoDelgadoCoor<strong>de</strong>nadorral da III CNSMSecICNSMlimo Sr.Alexandre PereiraCoor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> Integral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do município <strong>de</strong> Sobral•Espanada _Mrillérios. Bloco B. 2' andar (BnelIo)70058 900 • BrasIlalOF--,-"",,"---'-,.' = .., ..... •,,,.. • ~ ..__• --- . ,~--,.. _... .",~----_. _"_..-,--.-'-.-----'---------------


usticaobaRECEIVED:..J-Âfllbldo~fidh- www.global.org.btOfício JG/RJ n." 061/2004lno~ APR I 3 P 3: 28r~/l ....("'~':")/i'IOI'\.,) ...:. ihvlld vi0000513Rio <strong>de</strong> Janeiro. 05 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2004Sr. Santiago A. CantonExecutive Secretary ofthe Inter American Commission on Human Rights1889 F Street, NWWashington. D,C. 20006Estados Unidos da AméricaBy Fax: 001-202-458-3992//Ref: Envio <strong>de</strong> Documento relativo ao Calló 12.237, Damião Ximenes Lopes, BrasilI ///Prezado Senhor Canton:-----------------~, ,O Centro <strong>de</strong> Justiça Global e Irene Ximenes Lopes Miranda vêm, através <strong>de</strong>ste, encaminharvia fax, uma cópia do Relatório da Comissão <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica (CRESAN), datado<strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999.O referido Relatório foi mencionado na página 04 do oficio JG/RJ n." 057/04, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong>março <strong>de</strong> 2004. referente às observações dos peticionários à resposta do Governo brasileiroao Relatório <strong>de</strong> Mérito n." 43/03 da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>,aprovado em 08 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, sobre o caso em epígrafe.Estamos à disposição para maiores esclarecimentos. aproveitando a oportunida<strong>de</strong> pararenovar-lhe os protestos <strong>de</strong> nossa distinta consi<strong>de</strong>ração.saente,,"'-;-AL-;::O:':ó\reaIj.Jj.A_.() - .Cent <strong>de</strong> Justiça Global"---'Av. N. S. <strong>de</strong> Copacabana. 540/402 - Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - Brasil - 22020-000ret. (55-21) 2547-7391 • 3816·2766 • Fax: (55·21) 2549-3599 • global@Qlobal.org.br • vvww.Qlobal.org.br~~_...__• . t, ......".". '.... .., ~._ -.~...~------..,.,._.-------..,......-... n----------------


•• • "• ••,1~•1 - lDENTlFlCAÇÀO OOOO5 14HOSPITAL CASA DE REPOUSO GUARARAPESCGC: 0759943410001-07.ENDEREÇO: RUA: ANTÔNIO RODRiGUES DE MAGALHAES. 700FONE/FAX: (03\ 88)6121171/(03188)6121144•MUNIcíPIO '. SOBRAL - CEARe,Data da Visita: 05 I NOVEMBROI 1999_lJ - TOTAL DE LEITOSConveniados/Contratmlos(SUS): :ill .Outros Convênios -Particulares: Hospital dia - 30Total <strong>de</strong> Leitos:llOIll- Af1XAçl\O DE INFORMAÇÕES EM LOCAL DE FÁCIL ACESSIBILIDADE AO,•PUBLICO•I. Número total <strong>de</strong> leitos contratados pelo( ) sim(x ) não- Alvará atualizado da Vigilância sanitária( x ) sim( ) não..-.-- Certidão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> técnica (CRT/COREN)Quadro com nome e horário dos técnicos da instituição( ) sim( ) sim(x ) não ­( x) não ­".Escala <strong>de</strong> serviço dos funcionário( x ) sim( ) não"•_:.,f ..-•••- •IV - DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO:- No. unida<strong>de</strong>s masculinas 01 enfermarias 12- No. unida<strong>de</strong>s femininas 01 enfermarias 07- Total <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s no hospital: Ç2-.- Total <strong>de</strong> enfermarias: .12- Total <strong>de</strong> leitos - SUS: 54Obs., No que se refe·re a jJaciente~leitos ~leitos ~internados. encontramos 43 DlL\!I1ida<strong>de</strong> tllasculim!e 25 na unida<strong>de</strong> feminina.uo qUll 1I0S leva a COllcluir qye algyns llacientes estãoutilizando a unida<strong>de</strong> Alice Ferreira GQ1l1es. e~ cQmi.ições <strong>de</strong> u.so qyefQidado '·omo fechada ou. ainda qyu>acientes se encoll1Wn dQrmíndo no chjQ. Emoutra informacão sigilosa soubemos que 20 R.acienteli maliculinos. todos comome1ho~adQs utilizam essa enfermaria para do!1!1iL. Possui transportes para condução dos usuários, como auxílio no <strong>de</strong>senvolvimentodas diversas ativida<strong>de</strong>s profissionais ( ) sim ( ) nãoQuarto para o médico plantonista ( x ) sim () não- Quarto pI o enfermeiro plantonis ta ( x ) sim ( ) não,, .//,»>:././//'./QI"vIA{ ~ J,:' ,\I:..,"h {v•" .._ ...... _: lO PI""""'" __ .._ "'U ",. ........... _d'--_._._--------- --------------••._.~.~


•,0000515 ~_No. máximo <strong>de</strong> 40 leitos per unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> internação.() sim( x ) não•••_ A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> internação <strong>de</strong>vera possuir condições <strong>de</strong>:· Higienização . (· Conservação (· Arrejamento (llurninação () sim) sim) sim) sim,•(x)não(x)não( x ) não( x ) não· Colchões <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> com espessura e revestimentolavável(, x ) sim( ) não· Maca e ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas por unida<strong>de</strong> ( ) sim( ) não· Guarda <strong>de</strong> roupa limpa . ( x ) sim( ) não· Quantida<strong>de</strong> suficientes <strong>de</strong> lençóis (06 p/usuário) ( ) sim( x) não· Quantida<strong>de</strong> suficiente <strong>de</strong> toalhas (06 p/usuário) ( ') sim( x ) não- Posto <strong>de</strong> enfermagem <strong>de</strong>verá possuir:Área para secretaria do posto( x ) sim( ) não· Sala <strong>de</strong> exames e curativos ( x ) sim( ) não· Sala <strong>de</strong> serviços' ; ( x ) sim( ) não· Sala <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>spejos , ( x ) sim( ) não· Sanitário ( x ) sim( ) não(não será obrigatória a divisão tisica, o importante ~ que existafuncionalida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada),Observação: Alguns colchões não apresent.níll'!l condições ge uso.•IA eJúermaria Alice Ferreira Gomes Ilão M2,re§enta condições <strong>de</strong> U§Q.'i,/•OS leitos em geral. se encontravam com lençóis novo§ e limpos gye segundo QS~acienles foram colocados pela ntanhã. ~arecendQ - nQS ~ntativa; <strong>de</strong> maCU!iir Qhospjtal..nara visita,••. ,'V -ENFERMAIUA PSIQUIÁTIUCA:- Máximo <strong>de</strong> 06 leitos por enfermaria(x ) sim( ) não.'//•• •- Janelas com proteção discreta- Armários para guarda dos pertences dos usuáriosObs: po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> alvenaria na própria enfermaria( x ) sim(x ) sim( ) não( ) não- Existência <strong>de</strong> portas s/ tranca, nas enfermarias ou quarto (x ) sim () não•- Distância mínima entre os leitos:· 0,50m entre o leito e a pare<strong>de</strong> paralela . ( x ) sim (· 1,00m entre o pé do leito e a pare<strong>de</strong> ou leito fronteiriço (x ) sim) não( ) não•· 1.00m entre leitos paralelos ( x) sim (•- Arca mínima por leito:.Qua110 com 01 leito: 9.00111 2( x ) sim) não( ) não1 "'P", IW I _, _....--__ o .... .._ ......,_. , _...,__• • _•


• __ •• o. _••00 O0516"• •'.3o .Quarto com 02 leitos: 12,00 m 1 ( x ) sim () não· Enfermaria com 03 ou 04 leitos: 18,00 n{' .. ( x ) sim () não· Enfermaria com 05 leitos: 22,50 m 1 ( x ) sim () não· Enfermaria com 06 leitos: 27,00 m 1 ( x ) sim () não- Mínimo <strong>de</strong> 01 lavatório para cada 06 leitos ( -) sim (x) não,- Mínimo <strong>de</strong> OI box p/ cada 06 leitos ( ) sim (x) não- Mínimo <strong>de</strong> 01 vaso sanitário p. cada 06 leitos ( ) sim (x) nãoOSS- _Os banheiros, pias e lavatórios encQntrªvam-se emJléssimas condições d~•uso (torneiras e chuveiros quebrados; ralos abertQs; vlW!.OlentQs diver§os; <strong>de</strong>§cargu•~fer(uia9.as e quebradaS; p- r <strong>de</strong> aprivacida<strong>de</strong> por falta <strong>de</strong> portas; ausência <strong>de</strong> cesrn.s e ~LhigiênicQ1.•VI - INTERCORRÊNCIA CLÍNICA:·-- 01 leito para 50 (cinqüenta) pacientes, por sexo- Enfermaria para intercorrência com sanitário anexo, ,- Equipamentos:( x ) sim( x ) sim( ) não( ) não.-.Camas fowler ( ) sim (x ) não..Oxigénio ( x ) sim () não.-.Aspirador <strong>de</strong> secreção ( ) sim (x) não..Nebulizador ( ) sim (x) não.Vaporizador ( ) sim (x) não, ,.Ban<strong>de</strong>ja ou carro <strong>de</strong> parada ( " ) sim (x) não,-.',.Medicamentos ( x) sim () não.Ambu com máscara ( x) sim - ( ) não..•. __ .Tubos endotraquiais ( ) sim (x) não.Laringóscopio -. ( ) sim (x )não.Aparelho completo p/verificar PA ( x ) sim ( ) não.Luvas . ( x ) sim () não.Seringas e agulhas <strong>de</strong>scartáveis ( x ) sim () não.Sondas vesicais e nasogástricas ( ) sim (x) não.Existência <strong>de</strong> carro <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong>vidamente equipado até 03 unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Obs:120 leitos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este estejam no mesmo pavimento ( ) sim . ( x ) não•O balão <strong>de</strong> oxigênio estava com nebulizadQr sem á&m., ,MediCs1mentos só Q estritamente nece§~riQ.­•VIl - INTERCORRÊNCIA PSIQUIÁTRICA:-o I leito p/ SO(cinqüenta) pacientes, por sexo (x ) sim ()não••(_~_·__._._R__'__'...----~ _..---_.---------------­


, .• 0000517-•I- Será dispensável se o hospital possuir, no mínimo, dois leitos por sexo, em•enfermaria comum, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estejam próximos aos postos <strong>de</strong> enfermagem. Esteslei tos não serão cre<strong>de</strong>nciados- Não é permitida, em nenhuma hipótese, a existência <strong>de</strong> espaços restritivos. Éconsi<strong>de</strong>rado espaço restritivo, configurando-se, portanto. a violação dos direitos <strong>de</strong>•cidadania do paciente, qualquer área, com qualquer número <strong>de</strong> Jeitos, cujo acessopossa ser vedado exclusivamente por fora (através <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ado, ferrolho ou travas••chaves fixas ou móveis).Observações: Encontramos 03 leitos <strong>de</strong> intercQrrênçi~ psiquiátrica <strong>de</strong>soc~•Chamou-nos atenção alguns...12acientes CQJ11 ciclÚ..~s em MMlI e MMS.S\resulta[ltes <strong>de</strong> contenções in<strong>de</strong>vida§LVlll- SERViÇO DE APOIO DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO::•- Possui sala <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>s ( ) sim ( ) não- Possui rouparia na unida<strong>de</strong>.(aceita-se um armário come>.,roupeiro da mesma) ;' ( ) sim (x ) não- Possui <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> material <strong>de</strong> limpeza ( x ) sim ()uio- Possui para cada 40 leitos instalados, minimo <strong>de</strong> um consultôrio com lavat6rio," .para atendimento da equipe multidisciplinar : ( ) sim (x) não•- Possui sala específica dos serviços técnicos ( x ) sim . ( ) nãoObs: Os con§ultÓrios não possuem liva.1Qrio~. Oul\ll1Q..1l~ a1Y.$Ispecif~o~ .,técnicos. exi§tem salas para enfennQi!ID1 e~,.. ,,/,. .. ,,X - REFEITüRIO:•- Area mínima <strong>de</strong> i,OOm2 por leito ' (x) sim () não"- Piso impermeável e pare<strong>de</strong> lavável ( x ) sim () não,•- E usado em rotativida<strong>de</strong> com livre acesso ( ) sim (x) não•- E exclusivo da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> internação com copa anexa: ( ) sim (x ) não- Possui bebedouro com água filtrada (filtros serão aceitos) ( ) sim (x) não- Lavatório com sabão e toalha no refeitório ( ) sim (. x ) não"-- Ban<strong>de</strong>jas e copos inox (ver observação) ( x ) sim () não,Observação: Eneon mm s ae 11 J r emiluminação e ventilação lI.<strong>de</strong>gyadas m$l§!lS e bançQs <strong>de</strong> çonçre;tQ .ii recomendaslas§!Ias dç§ativação cm visiti\ anterior e segy,.n.do o ~o dA cllnixa. Sr, S~gio"<strong>de</strong>sconhecia" porqye ainQi\ estivuendQ u$M!o. R$I_-s$I S\!.il ~i1ar•como verda<strong>de</strong>iro labirinto. com chaves e cl!df&dps até a sua localiza2io. Este•refeitóriQ tem como cOlltiguida<strong>de</strong> o l2avilhijQ "~" I\lic$I &m:im Gomes••!-- - - _._,_._ - - -,~).. r 1,.____ ......_._ .u


~~.~ ....---~._=-.=.._=~=.=====,• •oOO0518 It,••••. ,••utilizadQ à noite pelos homens ( SIC) e IJQmulheres.x - SERViÇO DE NUTRIÇÃO/COPAlCOZINHA:pcrÍQdQ di tar<strong>de</strong> ~a Q repQuSQ das••..- Piso impermeável e pare<strong>de</strong> lavável ( x ) sim- Portas e janelas teladas ( x) si~- Instalações p/Iavagem e esteriIização <strong>de</strong> louças e talheres ( ) sim- Balcão térmico para distribuição <strong>de</strong> alimentos (sem uso) (x) sim (,- Area <strong>de</strong>stinada a nutricionista ( x) sim- Cardápio semanal elaborado por nutricionista ( x- ) sim- Cardápio afixado em local visível ( ) sim- Funcionários limpos, higienizados e uniformizados () sim- Vestiários e instalações específicas p/funcionários do setor ( ) sim- Conservação dos gêneros semi-pereciveis em gela<strong>de</strong>iras( ) não( ) não( x)não) não si uso( ) não( ) não( x) não( x) não( ) nãocomerciais e domésticas ~ (x) sim () não-- Possui câmara frigorifica . ( ) sim (x) não--- Possui liqüidificador , (x) sim () não•- Existência <strong>de</strong> dietas especiais em ban<strong>de</strong>jas separadas " ( ) sim ( x ) não- Preparo <strong>de</strong> refeições com qualida<strong>de</strong>, quantida<strong>de</strong> e higiene ( x ) sim ()não- Alimentação com teor protéico e clórico balanceado ()sim (.> não,- Utensílio eb, conservados correiamente higienizados' ( ) sim (x) não•\r"/- Lavagens e <strong>de</strong>sinfeção <strong>de</strong> louças e talheres <strong>de</strong> forma manual (, x ) sim ( ) não- Conservação a<strong>de</strong>quada dos gêneros não pereciveis . ( ) sim (x) nãoObservações: A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimeruoi e§1Ql


• • • •0000519ªpenas evolucão médica e <strong>de</strong> auxiliM <strong>de</strong> enf~Qs recentes IlBviJ eVQluQ12<strong>de</strong> outros tecnicos algumas sem carimQos.•XII - CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO:•• Area tisica a<strong>de</strong>quada- nao•( ) sim ()• •- Equipamentos a<strong>de</strong>quados (- Equipamentos suficientes (- Setor <strong>de</strong> expurgo individualizado, com entrada p/material) sim) sim( ) não( ) niocontaminado .' () sim ( )nlo.- Setor <strong>de</strong> preparo <strong>de</strong> material ' (.) sim ( ) não•\- Setor <strong>de</strong> esterilização (Autoclave (• •Estufu () sim ( ) não) sim ,(•) não) sim ( ) nãoOutros () sim ( ) nio'-- Setor <strong>de</strong> guarda <strong>de</strong> material esterilizado com saída própria () sim ( ) nlo-- Rotinas padronizadas para setor . (•Observações: Está [Qra dos padrões exigidos, :) sim ( ) Dilo1- -- - - - - ---_.•.....w ~--- -


•••cooo52o'r••(....,•, ,Observações: Não encontramos Q,rojeto ter.!lPeutico dQ hQs.pital e alguns técnicos•<strong>de</strong>sconheciam sua existência .•XIV - RECURSOS HUMANOS:O pessoal <strong>de</strong> serviços gerais e administrativos <strong>de</strong>ve ser compatível com aestrutura hospitalar existente. ...Equipe técnica mínima será:- O1 psiquiatra pI 40 leitos ou fração nos OS dias úteis '( ) sim(x )nào- OI médico plantonista nas 24 horas '( ) sim(x ) não-"o I clínico geral pI 120 pacientes' • . ( ') sim( x ) não- OI enterm. pI 40 leitos ou fração, <strong>de</strong> 07 às 19h.diariamente( ) sim-o I enfermeiro p/240 leitos ou fração, <strong>de</strong> 19 às 07 horas nos( ) nãotinais <strong>de</strong> semana e feriados ( x ) sim () não- O1 psicólogo pI 60 leitos ou fração, com 20 horas semaaaisnos dias úteis, : ( ) sim (x) não- O1 lIs~istente social pI 60 leitos ou fração, com 20 horas\ se-"-manais, nos dias úteis : ( ) sim (x) não '•- OI terapeuta ocupacional p/60 leitos ou fração, com 20~oras--semanais, nos dias úteis ( ) sim (x ) nãoI- OI farmacêutico pIo hospital, observando a legislação vigente( ) sim ( x não"e,,."V "- OI nutricionista pI o hospital : ( X ') sim () nãoPessoal Auxiliar: . .- 02 auxiliares, 04 técnicos <strong>de</strong> enfermagem p/40 leitos ou fração com cobertura•nas 24 horas ( x ) sim () nãoObs - será acrescido o indice <strong>de</strong> 200/0 ao total <strong>de</strong> técnicos/auxiliares <strong>de</strong>. "enfermagem e <strong>de</strong> 15% e cada categoria profissional <strong>de</strong> nivel superior,,'",objetivando uma cobertura <strong>de</strong> períodos <strong>de</strong> férias, faltas. folgas e outras'-, ,.r••(absenteísmo). Aceita-se um documento escrito e assinado por todos osfuncionários existentes, se comprometendo a cobrir as faltas eventuais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>/que não sobrecarregue a respectiva carga horária.. -'Observação: 1. Exi la um i i e 20 h.semanais. No periodo da tar<strong>de</strong> a clínica fica semJ2lAntonista sendo coberta.,pelo 'médic4do hos i ai d' . N- c n e I I2. O psicólogo não se encontrava presente~ da visita. QS"paçie~referiram <strong>de</strong>sconhecimento do trabalho dçsse~••3. A assistente social existente (gye dçvm:iAm s~ ~sumjlU.eçell1ementç e '. .' . - "''''~''':. .&::~.r_. _.exerce funçã,Q tunbém. no hos,pital d.ilL ,'-' ,••,,•D.V~"h"'."""'" '" 'II p .~ _.. '._. ... _H" --._~-- ... -....... ..........._----_._-_._-._--_._----------------


•• ••• •0000521 (..I4. Não existe farmacêutico no hospitQl . .5.Â.JlÇsar da informação da existência da nutricionistL não conseguimos i<strong>de</strong>ntifica·,la <strong>de</strong> fato.', .6. "Moll1tor <strong>de</strong> pátio" - categoria funciQual..!U'e ill\o islfi:utitis;alllQs em Q~hosQitajs do gênero. Entrevistamos um <strong>de</strong>stes funcionáriOs e pergun1ilmQs a S\lAfunção e o treinamento recebido e obtivemos como reSPQ'sa: ·006 OS.AUx~casos dfi: briga", "minhílJl.mção ew;1ar1ilr. çouurr o Wlçientç"fi: d~s", (SJ.01.,,.segurança? "Leão <strong>de</strong> chácarll," ?••••...... -/ •\-••A .'/.rl ,I' ,.•i••xv - LAVANDERIA:•- Area tisica a<strong>de</strong>quada (- Barreira tisica entre suja e limpa (.- Rotinas padronizadas para o setor (- Fluxo a<strong>de</strong>quado: recepção, a lavagem/passagem rouparia(- Lavan<strong>de</strong>ria manual


••••,000052"2D2. Segundo o médico ( Dr. Ivo) na falta <strong>de</strong> medicação a substituição•por outra até sem prescrição medica,•..XVIl - ALMOXARIFADO- Separação por natureza do material ( .) sim ( ) não- Acondicionamento a<strong>de</strong>quado ( ) sim' ( ) não- Empilhamento sobre estrado com afastamento das pare<strong>de</strong>s ( ) sim ( ) não- Controle <strong>de</strong> estoque por ficha ou similar . ( ) sim () não- Boas condições <strong>de</strong> iluminação ( ) sim () não- Boas condições <strong>de</strong> ventilação • : ( .) sim () não- Boas condições <strong>de</strong> higiene ( ) sim () nãoObservação: Não encontramos almoxarifado individU!ljzadQ, <strong>de</strong>ntro dos WfÕe§ .exigidos.••XVIII - AREA EXTERNA:- Sala externa p/<strong>de</strong>ambulação maior ou igual a área construída dohospital .; ( x) sim- Sala <strong>de</strong> estar com área mínima <strong>de</strong> 1.00m2 por leito '( x) sim/ .- Sala <strong>de</strong> estar com TV, música ambiente ( ) simObservação:( ) não( ) não.(x)não,• ••,·r,•,••".-,','., ,-.:."::--..,.••••,••"--_.__.._ -----------.............. _.. •- ----'..-....-_---.,.. . -


•• '.•0000523•..•e ·' "IXIX - COMENTÁRIOS FINAiS E CONCLUSÃO:Foram entrevis.tados 18 pacientes (61.1% do sexo masculinQ e 38,9 % dQ sexo feminWQ),CQjJU sintese 90S resultados em ªJ1exQ. ..CONCLUSÃO GERAIS:;1. Pelas entrevistas do paciente conclubnos entre outros, que existem maus tratosprincipalmente para com os pacientes masculinos que já' .se iniciam em seurecrutamento, quando são trazidos por policiais, ( evidências <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma em um. dospacientes recém ingressos).2. Estranhamos que o serviço <strong>de</strong> controle e avaliação da SESA não tenha tomado asprovidências no sentido da <strong>de</strong>sativação do pavilhlo ULISSES PERNAMBUCANOjá <strong>de</strong>nunciado em relatório anterior <strong>de</strong> 15/05/96.,•--........' • -3. As unida<strong>de</strong> Alice Ferreira Gomes e Ulisses Pernaubucano <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sativadas(fechadas). :4. A unida<strong>de</strong> Raquel Antunes , com algumas adaptações , po<strong>de</strong>ria funcionar com omáximo <strong>de</strong> 40 leitos.o5. E evi<strong>de</strong>nte a ausência <strong>de</strong> gerenciamento na clínica . As pessoas que assumem talfunção não tem po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório.. -..e o seu propríetárlo-não tem presença assldua ( o•mesmo possui outras ativida<strong>de</strong>s empresariais. inclusive'<strong>de</strong>clarou que a clínica " s6 dá••dor <strong>de</strong> cabeça e prejuízos 00).. ' .6. Quanto à <strong>de</strong>núncia feita por familiares do paciente, Damião Ximenes Lopes, que foi- .. -".-;a óbito no dia 04/10/99, colhemos informações dom~~ assistentida enfermctira., <strong>de</strong>um agente <strong>de</strong> portaria citado na <strong>de</strong>núncia e <strong>de</strong> um nió~Qr,<strong>de</strong>pátio que transportou opaciente para atendimento médico ( <strong>de</strong>poimentos em anexo) .Tendo como conclusões preliminares: .• data <strong>de</strong> iuternação do paciente = 01110/99 ( 6° feira) por volta das 18:30hs.• Visto por médico plantonista ( Dr. Marcc:lQj que4Q"<strong>de</strong>FQ!1aI.eza para aassumir o plantão e prescrever uma amp~l~d~DlAzEp.' ," ';,1 M: . ..• Não há prescrição no dia 02/10/99. . t..• No dia 03/10/99 prescrição <strong>de</strong> Haldol e Fenergari~!"M.). sem. especificar aQuantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampolas e nem o motivo da prescriçio.~prelat6rioda enfermagem. ,,~-..a..consta no dia 03110/99, uma ampola <strong>de</strong> Haldol e 01<strong>de</strong> tei:aergan às 10;OObs. Cbamaatenção a não i<strong>de</strong>ntificação do médico ( sem carimbo é~~CRM).Na prescrição.. . .• . No livro <strong>de</strong> ocorrência da enfermagem (pg 27 verso) corista a admissão <strong>de</strong> Damião-•_______ . . ,~~.__.~..__•• "'A' , ....---...--.-.--__._._.._--_.•-------_........-_._--------------.. •


••••0000524, \-,"""....dizendo que não hã a medicação prescrita pelo Dr. Marcelo.••• .No dia 04.10.99 (2 feira) o paciente foi visto pelo médico assistente em estado <strong>de</strong>.'.agitação psicomotora, com sangramento. nasal tendo sido medicado com haldol efenergan I.M. e com prescrição <strong>de</strong> Neosine 100mg (01 comprimido) à noite).• O paciente foi a óbito às 11:30 hs do dia 04110/99.,•CONCLUSÃO FINAIS:•1.2.clínica não a resenta c ndi••referidos. Pela sua localização estratégicLmSerinlQL..lLlYl intervSlmiP~simila,r. caracterizan a m d n <strong>de</strong> erA .~ovidênçi!lS a serem tomadas P-do municíWo dSl Som:N 0!l.$Pl conjynto com I...S.ESA..•I "..".......,.....diversos listadas neste relatóriQ.o que dSlve ser dmninciBa9S nos cfu!.mos CQDSSllhos dSl~ ligadas à a~sistêncilL.Psi12rovidências cabíveis.•"•• f/••ANEXOS '1:•T•~(I01. Síntese dos resuUlldos das Slntrevill!lS con.l..llllciSlma. .02. 12SlpoimenlQS <strong>de</strong> funciQná[jos envQlvidQs.DQ "C~"o ~. .-.03. XerQ~ dQ livro <strong>de</strong> oCQIJêl~a dunf~rmagern..04. XSlrox dQ prQn.u.rnriQ dQ l2aciSlnt~•••y )y-~-ta -' .'-o• •••••••- '_0 _ .~,--_._----~". .... --_..--------------_,


,•'.,--- .7JlXXI- EQUlPF. DE SUPER ÃO:. ~~---0000525.. • /Dr. Raimu~~· ., j.isla-dêÂq~noCoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Saúd Mental do Estado•• • •,•\,,•• ,Dr. Luis Lacerda Souza CruzIConselho Regional <strong>de</strong> Psicologia ( CR,. ,••Dra. Celina Maria Li-ma Pamplona,Conselho Regional <strong>de</strong> Serviço - Social ( CRAS)•• EQUIPE LOCAL: •• •-Dra. Maria Dilma SilvaEnf. Coor<strong>de</strong>nador do Controle e Avaliação - SSMDra, Duzelia Maria da SilvaEnf. Auditora SSM ·.Dr. Gleison V. LimaMAwco Auditor'..... -·rJ-.' .. -..•Dra. Luíza Maria Gomes.Enf. Auditora DDra. Antônia Marques AvelinoChefe da Vigilância Sanitária da SSM-••.- •,·••- ~ --'._-~- --_._ ... , o _.-'--_•.,--"'r.____,,...._..._ .._...... ,_._u_- ·..........·--- -'-----------------..-


,• ,..OOOCl526..3ANEXO 1, ,•-'•..SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS COM PACIENTES DA- CASA DE REPOUSO GUARARAPES ~" ,No' dia 06 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1999 uma equipe fOllJÚldapor representantes daComissão <strong>de</strong> Reforma da Saú<strong>de</strong> Mental do Estado (CRESAM) fez entrevistas com 18pacientes internados da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes LTD~ situada na rua AntônioRodrigues Magalhães, 700, em Sobr.al- Ce. As entrevistas.Io~estruturadas conforme oinstrumento "entrevista com pacientes", também, em anexo; Os, resultados foram os•segumtes:•,1. Caracterização da amostra: dos pacientes entrevistados, 61;1% eram homens e 38,90/0mulheres, com ida<strong>de</strong> variando <strong>de</strong> 16 a 52 anos. Em média,J.á estiveram .inter.Dados nomínimo 3 vezes e ali estavam a mais <strong>de</strong> 26 dias. Apresentavam-se agitados (55,6%),orientado e participativos (94,4%).",, ..,•2, Aspecto fisico: m~s <strong>de</strong> 70% dos entrevistados disseram tomar banho diariamente, comsabão, mas que dificilmente trocam <strong>de</strong> roupas; nlo usam toalpa,nem escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes eem sua maioria (acima <strong>de</strong> 50%) também disseram Dio ,i'ecebeI' orientaçi.o higiêniCLPraticamente todos disseram que os lençóis que haviam spbre os leitos tinham sido-"colocados naquele dia. Além do mais, 11,1% disseram qued~am no chio e 16,66%que as lesões que nos mostraram, nos membros superioreS' e:'iDferiores, tinham sidofeitas por trabalhadores da Casa <strong>de</strong> Repouso. I<strong>de</strong>ntificaiantWn.cbamad0.André...- .-"3. Aspectos nutricionais: acima <strong>de</strong> 62% <strong>de</strong>les disseram estar satisfeitos com a alimentação,•4.~tanto na quántida<strong>de</strong>, quanto na qualida<strong>de</strong>. ' "I·. 'Ativida<strong>de</strong>s: quase a meta<strong>de</strong>, dos entrevistados (44,4%) disSe que "não faz nada" nas 'horas livres; porém 27,8% disse participar <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s terapêuticas ocupacionais - emsua maioria (22,2%) mulheres'. "• .. ,,-5. Grau <strong>de</strong> satisfação com o atendimento recebido pela equipe: 'as freqUências positivas dograu <strong>de</strong> satisfação dos pacientes para com a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;slc:> percebidas nas tabeles,outrossim, em anexo. conquanto, tal grau <strong>de</strong> satisfaçio; para com os chamados"aten<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> enfermagem" difere significativamente quant~ aosexo. O gráfico 01, emanexo, prova que as mulheres estão mais satisfeitas (67,O"t'o) com "aqueles" que oshomens ( 89,0"/0 dos entrevistados disseram estar insatisfeito~com "os homens que lhesdão gravatas"; o restante ou disse "que era a lei" ou "que era para manter a or<strong>de</strong>m'')...6. Recebimento <strong>de</strong> visitas: dos entrevistados, 27,8% disse Dio réeeber visitas.• ..•7, Impressão quanto ao tratamento: a maioria dos mesmos (77,8%) referiram melhoras.Diga-se <strong>de</strong> passagem que todos estavam ávidos a receber alta:.- ir para casa.•I,........,..u,-- _...___, _ ... ,........,_. ou _ ....----_.._.-------_......_.._--------------. .


• • • • •Oüíj(1521."..........."ESTATisTXCA DESCRXTXVA DAS ENTREVXSTAS COM PACXENTES DACASA DE REPOLSO GUARARAPES•41 Nov ··99 SPSS for MS lUNDOWS Release 6.1•• PaeJ't 1IIDADE"Va1id C\jIILVa1ue Label. Val.ue Frequency Parcent Parcent Percent• •16 1 5,6 5,9 ' 5,920 1 5,6 5'9 11,8"21 1 5,6 5,9 1'7,622 1 5,6 5,lI 23,527 2 11,1 11,8 35,331 1 5,6 5,11 41,237 1 5,6 5;lI 4'7,1I 38 1 5,6 5,lI 52,939 1 5,6 5,11 • 58,841 1 5,6 5,lI 64,'742 1 5,6 5~1I '70,643 2 11,1 11,8 82,448 ,1 5,6 5 ..51 88,2'." "50 1 5,6 . 5,Sr.:> ., lI4,1- 52 1 5,6 .. 5'-.f~ ';"'1.00 .O··tl·- ',,"'" .,-,,•1 5,6 Mi••i.Il9-i c .; -.,------- ------- -------Total. 18 100,0 100,0 /:I.....-•..~lUtmgn 16,000•MAximum 52,000 ,.•· .Va1id case. 17 Missing caa•• 1•SEXO· .' .'; "•Va1ue Label. value.,Frequency Percent•••-, 0'- -CUIDPercentNascuJ.:inoF..u.nino1211761,138,961,:138;9------- ------- -------Total. 18 100,0 100,061,1100,0Val.id cas.s 18 Missing casas o•••"•.~ )l-4( ..r.... ( "·-__·· 0 1 "'4_'_... ,- ..,.,.._,._ _ ..---------------_._._--------------• Tr,' ••• • I


•••'-'00005'28 ~oESTATisTJ:CA DESClUTIVA DAS ENTJ\EVJ:STAS COM PACJ:ENTES DACASA DE SU:POLSO GUARARAPES09 Rov 99 SPSS for HS ~NDOWS Re~eas. 6.1•Pa~ 2DE .:tNTEMAÇÕES JlNTERJ:OJ\ES EH HOSPJ:TA:tS PSJ:QU:tÁTlUC08•-......val1.d ca•••13Hi••:lng ca....5- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -DE DJ:AS EM QUE ESTA J:NTERNADO NA CLtNJ:CA',• ••,Va~u. Frequency P..rcentVa1jACUIIl~t~t ..13 1 5,& 12',5 12,516 ____ 1-- - 5,--- 12,5 25,019 1 5,& 12,5 37,527 1 5,& 12,5 50·,030 1 5,& 125 , . 62,S32 1 5,6 12,5 75,036 1 5,& 12,5 87,S•42 1 5,& 12,5; 100,0• 10 55,& M:l••~------- ------- -----~Tota~ 18 100,0 100,0;Mean 26,875 std <strong>de</strong>v 10,148•• •••I••, Val:ld cas.s 8 Hissi.ng cases 10 • ••••1.-• - ;;.;?'r7 "V',"~../'•.~(\1 ,.l\ I- _....•.__.-.----- - - _._.- ._--- - - - - - - - -


.',... (15.•, , ,0000529•ESTATÍST:ICA DESClUT:IVA DAS ENTREV:ISTAS COM PAC1ENTES DACASA DE REPOLSO GUARlUIAPESP9 Nov 99 SPSS for MS W:INDOWS Release 6.1'..••Paga 3,•VaJ.ue LabelVa1.ié1Value Frequency Parcant PareeatCumPercen~•• 77,8Sim 1 14 77,8 77,.8 ,Não 2 4 22,2 22,2 ' 100,0- - - - -ESCOVA OS DENTES1------- ------- -------TotaJ. 18 100,0 100,0,1• - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -"•\Va1ua Label VaJ.ue Frequency Parc:entSimNilo- - - - - - - - - - - - - -1215,694,4..•5,:6 ,94,-417------- ------- -------•,Total 18 100,0- - - - - - - - - - - - -CUIIIParcant5,6100,0100,0,.•..- - - "- - - - ­."•N:CEBE ORJ:EN'lAÇÃO "sOBRE H:IGIENE PESSOAL1....I.w-.Val..i


•••..C1l•ESTATrSTrCA DESC~TrVA DASCASA DE REPOLSO GUllllARAPESENTREVrSTAS COM PACrENTES DA•OOÚQ530••


• ,..,,••ESTATÍSTICA DESCJUTIVA DAS ENTREVISTAS COM PACIENTES DACASA DE UPOLSO GUARARAPES• 011 Nov•.NÚMERO,Value Label1I11 SPSS for MS, WINDOWS Release 6.1DE REFEIÇÕES QUE RECEBE DIARIAMENTE ,Value Frequency Percent," ,Vali.d..."''PercenteumPercent0000531Ii'age 5------- ------- --~--~-.'-,23456,Total522261-------1827,811,111,111,133,35,6---"---.100,0211 ,,411,'8 ,11,.811,11.' 3'j.3.-..... P.-'.•.'.~~~ .. '.~~~~~~~.. 10Ó~1P". -I:..". •~p,441,252,1164,7100,0. -. ,- _. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -.- - - -.~,,O QUE FAZ NASValue Label Value Frequencyparticipa do ~O 1 5Fica conversando 3 2N.lo rIU: nada 4 8~ 5 2outros 6 1- .•HORAS LIVRES?Total1827,811,144,411,15,6100,0..,100,0 ,eumJl'ercent•27,838,983,394,4100,0•- - - - - - - -- -ESTÁ SATISFEITO COM oValue Label-------- - - -ATENDIMENTO MÉDICO?•- - - - -' - - - - ~ -Value Frequency Percent•VaJ.id ,1'eJ:cent,- - -CumPercent•••simNão1 12 66,72 6 33,3, ------- -------Total 18 100,0~&~733,~,-------100,~'.66,7100,0, ,- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -••_.•ESTA SA~ISFEI~O COM O ATENDIMEN~O DA ENFElUQGEM?Value LabelValue Frequency Percent,•,,V&11.d.•Ji'ercenteumPercentSimNão1212666,733,3------- -------•66,7,66,733,~ 100,0-------((Total18100,0"-êJ)100,0 ,• ••- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -'.ESTÁ SATISFEITO COM A ASSISTÊNCIA SOCIAL?•..,VaJ.icl: CumValue LabelValue Frequency Percent Percent Percent•Sim17 38,9 77,8' 77,8Não2 2 11,1 22,2 100,0, li 50,0 Mi.s~·,------- ------- -----~-Total J.8 100,0 100,0- ....__ .~._ ..~--_._...._.._.., -'-'-'-'-_. - ...-. ~..._-_......__..-..- ·---·_·""__'_---"r.__· _._...._..,,_._..._._••__.__. ._. _•


_._ -'-'O-'_.... ".--- ......_.._.- - - . ~-'.,,•0000532••ES'fATiSTXCA DESCRITIVA DAS ENTREV:ISTAS CCN PAC:IEN'.rZS DACASA DE U:POLSO GUARARAPES•-09 Nov 99 SPSS for MS WINDOWS Release 6.1,kg. 6••BD SAT:ISFEU'O•COI'\! O SERVIÇO DE NUTlUÇAO?,Value LabeJ.SimHAo,Value12Total.•FrequencyPercent6 33,33 16,79 50,0------- -------18 . 100,0, 'vallcl'Pereent,,•- - - - - - - - - - -- -- -- - - -- - ------- •- .. -· ".'.:-... ­ ,,.. -BSÚ SAT:ISFE:I'fO CCN O SERVIÇO DE TEJ\APXA OCUPAC:I01tAL?--••, • •••IIValue LabeloVa.l.ueFrequencyPercentSim"'0•-12•55827,827,844,4------- ------- -------Total 18 1.00,050,0100,0.-_.'- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - '- - - - - - - - - - - -I~ZSD SATISFEI'fO CCN O SERVXÇO DE PS:ICOLOGXA?S:iaHaoLabelo Va1.ue Frequency Pere:ent--------- -- - - -12'l'ota.l.- - -•-. - - -5.211-------18- -- -27,811,161,1-------100,0- -- -,,•• ,Val14 'C\IIII.Pera.nt. hrcent100~-O- -•,.-- .~.- '.'" "- - -• •...u ..",o .~.~ :-.-.71,. '-·11,428,6 . 100,0Ki••iDg------+-- - -,• •• < ••,ES~ SATISFEITO CCN OS SERVIÇOS DOS "AUXILIARES DE,Value Lal>eJ.•SimRAoVa.l.ue12'l'ota.l.Frequency99Percent50,050,0Val.ic1 ,1'er_n1:50,0,.50,0-------- ------- -------18 100,0 100,~•50,0° --100,- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -•ES~ SATISFEITO CCN O PESSOAL DA LIMPESA?Va.l.ue LabeJ.•V~ CUIIlVa~ue Frequency Percent percel1t 'l'ere:ent,­.'".'•1 1.2 66,7 80,02 3 16,7, 3 16,7------- -------Tota~ 18 100,0 100,Q•.........,---_._.....__ _.. __. ------..._-_ , --,--~-n


• • •,v:ISIUReceb8 visita <strong>de</strong> fami~iares?,Va1ue Lahe~V...~ueVa1id. CIml ,Frequency Peraent Percent Perc:ent ••-•12345Total5. 21,8 21,8 21,82 • 11,1 11,1 38,95 21,8 21,8 66,11 5,6 5,6 12,2,5 21,8 21,8 100,0 ,------- ------- -----..-18 100,0 100,0•l- - - - -------------- -__ 1__ -•- - - - -- - - -- -~ANEN ~res.ão do paciente quanto a .eu trata•Va1.u. Labe~Va~u.Frequ.ncy•P.rcent•V&11.d.PeJ:Cl9nt:,."0~__~horas're%ar. _J.horasSente-.. pior123143111,816,15,611.,816,75,6------- ------- -------71,8940,4100,0•Tota~ 18 100,0 100,0 ,- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -•Em caso d. alta para on<strong>de</strong> vai?value I.abe~•Va1id.Va~ue Frequency Percent: Percent:CImlPer09nt:.,.","-<strong>de</strong> famUiVa11.d ca••• 181Tota~Missing cases18-------18o100,0-------100,0100 , 0. ._____el_- . ,,-,,.~ . .100,0 •I ." •"'100,0•,•,•,,••• •III••I •!,,•I,••;.,.,,-,,,I•,•, ,,,,•._.'4011',..•••••• ••~.~. ...... ._"""...-._....._...-... _ 'eH"_'~'''''''''--------_.._----_._-----------. . o.e '.


,",......,Jl•PARTICIPcondições <strong>de</strong> paciente durante a entrevis,•Val.... Label. Val.ue Frequency Percel)tVaJ.:Ld',Percent0000534•p-,c:Lpativo 1 17 94,4 100, O" ,17, 1 5,6 Miaa:Lng•------- ------- -------Total. 18 100,0 100,0,,Mia.inq ca.e. 1100,0,,- - - - - - - - - - - - - - -,- - - - - - - - - - - - - - - - - - - ..,,.. , .., . -.. "'.-.)• ,•condições do paciente durante a entrevi.• , ,value LabeJ. Value Frequency Percent: ••Val.id case.•1 5 27,82 10 55,6, 3 1'6 , 7------- -------Total 18 100,015 Mi••inq cases 333,3 ~. •66," :.Mi••~-------.•,.... ~' ,'';'''' -, .' - .....-~.- t;~"'tP,, .:" ~. ". .'l'~O'O"'" ",.", "I '••'..33,3100,0- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --• ,,,·,O~ Condiçaes do paciente durante a ent~evi.Val.ue162.1,FrequencyPercent:88,911,1•100,O,~•Miaa1llljJ------- ------- -------" '":~l'esa.nt:,.. '-~­. -'" ... -~.ioo~o::1.::",: •", ',Total.1$100,0100,0-.·'VaJid cas..16Missinq case.2,••,,•'. ,•,.------"•:r"••••"•.'•••• "....r_._----------,--,_.._----------". ---= '"' ,


•• •GRAU DE 5ATI5FAÇAo COM 05 "ATENDENTE5 DE ENfERMAGEM".,-........100·.. (:I ~91./


•••ANEXOIL•••Entrevistas sobre as <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> maus tratos ao paciente, DamÍlo XiJD.enes Lopes.•,1. Dr. Raimundo Alonso Batista Aquino - Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> ._:._;~tal do Estado doCeará e Presi<strong>de</strong>nte da' Comissão <strong>de</strong> Reforma da Saú<strong>de</strong> Meritê1;;' '!:~Estado do .Ceará. ­CRESAM - Ce Dr. Nilo <strong>de</strong> Sousa- representante do DEC>r::fa..S~ete, enfermeira. quepaciente foi a õbto: Vim ao hospital. Encontrei o pacieDtÔ'lUltf'úitercortencia cUniet" .cianôtico, <strong>de</strong>spido, não estava contido, encontrava-se no chio. P~'sinais <strong>de</strong> violência.· .Crânio: Sem sinais <strong>de</strong> lesões externas. Referi causa morlis: paiadâ~ó-respirat6ria. Soumédico da policia civil e sei que Sobral não nio tem condi~ <strong>de</strong> fàzer neocropsia. Afamllia quis a dissecção para ver melhor o que ocorrera, e levou-opa;riFortaleza, estamosaguardando ainda resultados. - Dr. Aquino pergunta: "qual médico;ó substituiu quando <strong>de</strong>sua saída"? Dr. Ivo respon<strong>de</strong>: - Nenhum. Dr. Aquino leu dado~ exp~$Os no prontuário do, - t. '.paciente, e pergunta mais uma vez ao Dr. Ivo, a que o mesmo refere~mo causa morlis dopaciente. Dr. Ivo respon<strong>de</strong>: Na queda a possibilitasse <strong>de</strong> coágU~C);ifJegiio occipital. Noexame tisico não apresentava sinais <strong>de</strong> coágulo. Dr. Aquin09..~..·-_.cse po<strong>de</strong>ria ser umpaciente orgânico, e Dr. Ivo respon<strong>de</strong> que sim. Em seguida:q(~< ·':~V..Lima, médicoauditor do municipio, questiona Dr. Ivo se o mesmo Dio suspeii,ô-"f~·, ..".... T.C.E antes <strong>de</strong>medicá-lo. Dr. Ivo retere que não, mas não havia aparelhagem 'p~f~~lhor avaliaçlo. Dr.Ivo diz julgar fundamental o resultado da necrópsia realizad.• e.pSf'.Dr.ta1eza. Dr. Aquinoagora pergunta a Dr. Ivo se o mesmo acha que os monitores dcp't1.º~l)emtreinadosparao trabalho com os doentes mentais. Dr. Ivo respon<strong>de</strong>: IOjâfoóiln recebidas diversas.-•reclamações sobre 1 aus tratos. Dr. Ivo continua, referindo então que, medicamentos são• •j- ,•,•,•••,______~_..... ,...._.d'....... ".,.....-, ..",-.- -- .~. ..,---_..-,._---_.------_.-.-_..---------_._------, .-


••,,•0000537• •-mudados sem pescrição do médico, o que vem a saber através dos pacientes". Ainda Dr.Ivo, se tem muito amplictil: e falta neosine é feito a substitujçlo e só se sabe <strong>de</strong>[pois. Osencargos socinis dos funcionários, não são pagos. Dr. Aquino ~uestiOIJ8-O:e~sa cllnica tem condições d~ continuar funcionand??- J?r. I,:,o:;i;.;'~·.ltoVocê acha quea <strong>de</strong>sejar. e issoI difificulta sua exoneração alem <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda trabalhista Já exts",.,.~o <strong>de</strong>ste emprego. ,e prefiro que a Comissão tire suas conclusões. Refere a~'1i~1:a clínica tem 80funcionários, uma psicóloga que não vê os pacientes, passa d~'b"ora.pel,manbl. c Ciuashoras à tar<strong>de</strong>. E relata idênticas anotações em todos os prontuâri08.J\gora é que se ~ uma•Assistente Social.<strong>de</strong> .fato. Dr. Aquino pergunta ~e Dr. Ivo teria~R~ a acrescentar. Dr.Ivo expressa sua indignação às colocações refendas pela mãe4P;p,~~te;Do documento ­<strong>de</strong>nuncia. Na verda<strong>de</strong>, os funcionários, os pacientes amarram ~critérloS;eu vou e mandO<strong>de</strong>samarrar." • "',". .Entrevista com a Dra. Salete - Enfermeira chefe.•,•••2. Dr. Aquino pergunta se a mesma encontrava-seno hospital,. qu.~o da admisslo dopaciente, e durante o período <strong>de</strong> internação. Dra. Sàlete diz4lJe Si,rdc 17:00b e fica. <strong>de</strong>sobreaviso. Sexta feira, dia 1° <strong>de</strong> outubro. às 18:3011, " passo pOr:.aci~ ô rapaz da recepçlome pára a fim <strong>de</strong> perguntar se faz a admissão do. paciente, dig9""lbeque nla. Dr. MBrcelovem chegando, e o paciente é admitido nó hospital. Sábado e- Domingo, 010 estive aqui.Segunda fei.ra ( dia 4/l0/99 ) às 9:00 retomo ao hospital. Dr;' Aqu~ pergunta se haviaalguma ocorrência do serviço <strong>de</strong> enfermagem, no prontuário dQpacléilte em questio. Dra.Salete respon<strong>de</strong>.que não. "ví 2 (duas) pessoas pegando o paciêllte e 'Ievando para Dr. Ivo'.ver. Dr. Aquino pergunta quais foram essas pessoas que carregaram o paciente, e Ora..,_.,•Salete diz "Sr. Sebastião Alves, e Sr André, ajudante <strong>de</strong> pátio..Dra.Salete que quando viu .o paciente indo para a sala do Dr. Ivo, o mesmo encontrava-se <strong>de</strong>lirante, caiu. e com aqueda bateu o rosto, estava sangrando, era sangue vivo." ContinuandôDra. Salete: "Dr. Ivodisse que <strong>de</strong>ixasse o paciente no chão. 10:30h - 1l:00h, estavafCchando a ocorrência,quando o auxiliar Carlos refere o óbito ·do paciente. Dr. Aqui,no pergunta à Ora. SaIote :Quem fica no hospital à tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong> médico? Ora. Salete respon<strong>de</strong>: Nla tinhà médico. Dr.Aquino continua: O que você acha do treinamento dos assistentes? E faz leitura <strong>de</strong> parte dodocumento - <strong>de</strong>nuncia, on<strong>de</strong> estão expressos nomes <strong>de</strong> fuhcionários que, segundo a•<strong>de</strong>nunciante, costumam maltratar os pacientes. Ora. Sal* 4i,l. que Sr. Messias,o. .•recepcionista, só ver o paciente, quando <strong>de</strong> sua admissão. ;'.J;>r~~inodisse que foimencionado que a medicação dos pacientes é alterada semQ~Lni4dica.Dra. Salete .refere que só ministra medicamento prescrito, e que 010 muda'rilê,ê,llçamento<strong>de</strong> pacientes.Finalizadas-as perguntas dirigida à Dra, Salete, Dr. Aquino m~aclillmar o Sr. Messias darecepçao..,•3. Dr. Aquino pergunta ao Sr. Messias, que cantata o mesmo tem com os pacientes? SrMessias respon<strong>de</strong>: "Não tenho contato nenhum com pacientes, manda sempre osauxiliares levarem. :;• o•4. Dr. Aquino manda chamar o Sr. André- auxiliar <strong>de</strong> pátio. E.questiona sobre a função <strong>de</strong>auxiliar <strong>de</strong> pátio, o que o mesmo faz? Sr. André respon<strong>de</strong> que ~juda os auxiliares nos casos•<strong>de</strong> briga. "Minha função é apartar". Dr. Aquino pergunta se o mesmo recebeu algumtreinamento? Respon<strong>de</strong> que ão. Recebeu orientação <strong>de</strong>: - conter O paciente; - dar gravata;»>.-íJ voo d \ LJ ... .._ ' .. - -._---------.-----------•--'. ..'"" ..


• •• • •coor.538 '.II..••, ,Dr. Aquino pergunta se o mesmo conheceu o Damião? Respon<strong>de</strong> que sim e que ele estavaagressivo <strong>de</strong>ntro do banheiro, e fui chamado para levá-lo. ·Se8\lPdafeira, o;Damilo foi.caindo <strong>de</strong>vagar. caiu da cama, rolou. Dr. Aquino pergunta se o,lil~mo acha que Damiãotenha sido espancado? Ele respon<strong>de</strong>: Po<strong>de</strong> Ter brigado. Saia sPJtgue seco no nariz. Dr.Aquino pergunta-o sobre o que ele acha que causou a morte do. paciente? Ele respon<strong>de</strong>:"não sei respon<strong>de</strong>r, eu não entendo <strong>de</strong> medicina". " ... 'Dr..Aqu~lo dá-se por' satisfeito, no que tan~eaos qUe:s~9~~OS dirigl9os. aosfuncionários da casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, finabzando-o. S9~~'~'ij"nov'embro<strong>de</strong>;1999'.~"','.,,'~-._'.'.'.::., ,',


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..o..... .. ,....•0000546.',.o..'_ -••..••_ ._... ~ ..•..•• " •••.•. _ •••_ •.•• _•••. o'.J•••.... ••.CASA DE REPOUSO GUARARAPES I.TDA.1>I~I'''It'''''MENT()1\11::1)1(,"9EVOLUÇÃO IIIQ·I'SIÇO - SÔCU)-lqUSTF.NCMt-... _-_ - .o-_';--....,.• •,•••..- ...:J/t.:--NÚME:.J7ko1"~'?'_)r (~r-rv(;t'" ; 0LC:L _. . ons. VAn.) '.4 o•("ONIJIÇ(}I::S ollG.,iN1C,tS. I'SICOI.ÓGlCAS. SOCIAIS e lNSTIT,UCIONA/~~OB AÇÃ0.JlIÉDIC,t­ME,VTOS.tI - SOLICITAÇÃO E IlECVMENDAÇÜES.. I'REOCUPAÇÃP':; EXISTENCIAL.,oo••II,.. -...~ ..._._--------- .--=--------- ._-----------•,,/•t. pt.o.A0/ ..•o-----------,.-----•_._-----.,--------•.., ---~-----------•• •o..o,f•.. ~.--.- ..-- .._--_.__ .__ .•..--_._--_.---------__ o __• - .. •__•------------------_..-.-,------_._-----_._-_. __ .-....,lír-·~ :-:". -1:11,. ", 1,:.0 .'__. . --7.f.---.,......,'"'."i;" o• • o• o ". 'o..._--------'-•I-"O_­o---_._-------_._--'-----_._-.'. --I " ".h .1••,1.. :1:17.1 .. I r/o. .'• . . .. - . • f •• ' • _. ";1 'o...._--o..o,,,oo,• • •; • -e. ... .' o,,•- - - - --"..'''_.-._ .--------_._._-,•


CASA DE REPOUSO GUARARAPES LTDA.•FOLHA DE EVOl,UCÃO DE ENFERMAGEM0000547. NOME DO PACIENTE:_: EVOLUÇÃO: Q \. l 'O ,q .. 1."-


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•../'•ESTADO DO CEARÁ8ZCRETAJIa DA SA'6DE. COOJU>ZKAÇÃo DE SA1IDE :MEJlTAL DO ll:STADOGR11PO DE ACOMPAmlA1iIENTO Z AVAUAçAO DA A88J8TbCIA PSIQ1nÁTRlCABOSPl'1'Al.AR - GAPB-eECOOo549,•IDENTIFICAÇÃO:J,•HOSPITAL: CASA DE WOUSQ GUARARAP~CGC: 07592434/0001-07",•ENDEREÇO:AFONE/FAX: O 6 - 1 03 88 6MUNICÍPIO: SOBRAL - CEARÁ,,Data da Visita: 12.05.2000,-TOTAJ,. DE LEITOS:Conveniados IContratados(SUS): ~Outros Convênios:••Hospital dia ~Leitos Operacionais: 11•,- .. - -DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO:'"N". unida<strong>de</strong>s masculinas 04 enfennarias,__ leitos JJN". unida<strong>de</strong>s femininas 04 enfermariasTotal <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s no hospital Q1Total <strong>de</strong> . : QJ!Total <strong>de</strong> leitos -SUS: liLeitos <strong>de</strong> Outros Convênios:leitosli.. ":,.' .,",,,,\- •,1=•


"•\-_..,• •••••, .ESTADO DO CEARÁSBCRBTAIUA. DA SAúDE. OOORDUAÇÁO DE SAÚDE, 1I1tRTA.L DO ESTADO(JRtJPO DI!: ACOllD'ANHAMENTO II: AVALIAÇÃO DA ASSISTÜClA PS1QlJ1ÃTRICAHOSPITALAR - GAPB-cI:"\0000550, ••• •. ....•sUMÁRIO / •..•1. INTRODUÇÃO ••2. METODOLOGIA• •3. DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS, '-3.1. ESTRUTURA FISíCN EQUIPAMENTOS! MATERIAL PARAURGÊNClA•• •3.2. RECURSOS HUMANOS•- .3.3. VERlFICAÇAO DOS PRONTUARlOS• • ••" "• 3.4. ENTREVISTA COM OS PACIENTES•••3.5. HOSPITAL DIA"4. CONCLUSÃO•-- ••2•- --"_.-_._........-_.._.------_._,_._--------f 1.".' ..... , -


----• •••ESTADO DO cEARÁSEClIIl.&TAJUA DA SAI7DE. ClOORDERAÇÃO DE SA'ÚDE MENTAL IX) ESTADOGRUPO DE ACOJIIPANHAJIIENTO E AVALJAçA.o DA.ASBJSTbCll. PSIQVlÃ.TJUCA.HOSPITALAR. - GAPHoClt000D552••,••1. INTRODUÇÃO•"•• •• ••A comissio <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Estado junto com os repr~~40CESAU. proce<strong>de</strong>u'em 12.05.2000, uma visita na Instituição Casa <strong>de</strong> Repouso GitaJlírãpes, no municipil;) <strong>de</strong>. ;-..', '. .' - .... -Sobral, como objetivo <strong>de</strong> averiguar as condições t6cnico-administtativas operacionais <strong>de</strong>..IIIfuncionamento da Casa <strong>de</strong> Repouso a partir da interdição <strong>de</strong>cidida através dâ resolução do .I . .'CMS nO. 001/00 e validada através da portaria do Secretario <strong>de</strong> Slt.ú<strong>de</strong>e Assistência Social,. . .".. ~", .<strong>de</strong> Sobral n°. 026 (02.04.2000). Tendo em vista o prazo <strong>de</strong> expirâÇlo' da citada portaria. .. ~ .prevista para 02.06.2000. .-..- ••2. METODOWGIAOs trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos constaram <strong>de</strong>:., .••Visita a todos as <strong>de</strong>pendências da unida<strong>de</strong>;•Solicitação <strong>de</strong> documentos referentes às escalas <strong>de</strong> plantio e relaçio <strong>de</strong> recursos oomanoS•extstentes;•Verificação e leitura dos prontuários;Entrevista com pacientes internos.•,3.1. ESTRUTURA FISICAComa intervenção, foram realizados modificações na estrutura física da unid!t<strong>de</strong> da.internação. relatados a seguir:3.1.1. Fechamento das duas unida<strong>de</strong>s que funcionavam no porão da cHnica .3.1.2 Concentração dos leitos na unida<strong>de</strong> nova. ficanclo a mesma com a seguinte .configuração: Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> internação mascuJinaco,p;.. 18Jeitos e femiiúnos .~",.:.:.,~., .com 13 leitos, perfazendo 31leitos.; '."••3•. - -


• • , '----'.. ,•••••3.1.3. Dois conjuntos <strong>de</strong> banheiros um para pacientes ~Iinos e um para, .feminino (pias e vasos sanitários). Os banheiros careceIJl<strong>de</strong>pprtas que gart\Dtl!m aprivacida<strong>de</strong>. Além <strong>de</strong> mecanismo que acione ofuncionaIDento das p'Ías. .. . '3.1.4. Construção do posto <strong>de</strong> enfermagem para ala masculina e ata feminina~3.1.5. lntercorrências?3. 1.6 Equipamentos! material para urgência: . ,Constata-se a existência na unida<strong>de</strong> da internação do torpedo d~. oxigênio. mascara eII.aparelho para aerossol, assim como medicação daA medicação <strong>de</strong> urgênciaclínica fica guardada na farmácia. e Dlo dispõe <strong>de</strong> equipamentos .•como ambu, laringoscópico, sonda endotraquesais aspirador <strong>de</strong> secreção. carro ou ban<strong>de</strong>ja<strong>de</strong> parada cardiaca.-3.2 RECURSOS HUMANOSDe acordo com a relação <strong>de</strong> funcionários fornecida pelo setord.e recursos humanos a Casa<strong>de</strong> Repouso Guararapes consta corno seguinte quadro <strong>de</strong> pessoal:••(03) - Supervisores(02) - Auxiliares <strong>de</strong> Escritório(O1) - Enca;rregado do Setor Pessoal(03) - Aten<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Enfermagem(19) - Auxiliares <strong>de</strong> Enfermagem•••(05) - Enfermeiros(01) - Farmacêutico•• •(01) - Educador Físico(11) - Servente(01) - Auxiliar <strong>de</strong> Serviços Gerais(O1) - Nutricionista(01) - Assistente Social•(02) - Psicólogas(03) - Terapêuticas Ocupacionais(01) - Carpinteiro(01) - Lava<strong>de</strong>ira(04 - Cozinheiras(04) - Recepcionistas-.•4-.........-...----...-- ~.--_.I_..,..'~·-.....·__,---.. -..__. -._~~_,_, ......_


• •. ,.... ".,.,• •• ESTADO DO CEARÁSBCR:&TAlUA. DA SA'ODs. c:oouUAQi,o DB BAÍl'Ds JU.ln'AL DO BSTItDOGRUPO DI: :a.COIIPA1UUI.JIlBNTO J: AVALtAç10 DAASSlS1'&NClA PSIQUJA.TJtICAROSPITA1.AJl- GAPR-at0000553••Obs: Os profissionais médicos não constam nesta relação. Foi fornecida a escala <strong>de</strong>plantões. .,Estava presente a Dra. Mayuri Hossano ..•Os profissionais <strong>de</strong> terapia ocupacional e psicologia não estavam presentes no momento da'visita da comissão.- .3.3. VERIFICAÇAO DE PRONTUARIOS ; • •Constata-se que os registras nos prontuários não são sequenciados pelos profissionais, nio•formalizando, <strong>de</strong>ssa forma, o p!:2nt.Yário ~da psiquiatria.. .", ",." " .Dos prontuários lidos. encontramos os registros relativos as ~~IIlédica. enfermeiro . ,. ."_~"'_";,..__"""1.'>'. '"e auxiliares <strong>de</strong> enfermagem; com informação dos sinais vitàis.Faham registro dospsicólogos. Terapeutas Ocupacionais, Assistentes Sociais. entre outros.-3.4. ENTREVISTA COM OS PACIENTES: '.• •Dos 25 pacientes que estiveram internos. sendo 18 (720AJ) bomcnse7 (28%) mulheres,foram entrevistados 13 (52%). Na amostra realizada, 02 (15%) pacieDtes não tiveram,.•condições <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a entrevista, <strong>de</strong>vido ao seu estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorientação.,Os pacientes tinham uma faixa etária entre 25 e 40 anos. .•Com procedência <strong>de</strong> 15.3% <strong>de</strong> Sobral. 69.2%. <strong>de</strong> outros Municípios e 15.3% não foramespecificados.Em relação ao itens relativos a aspectos higiênicos 100% dos pacientes referiram estaremsatisfeitos. com banho e troca <strong>de</strong> roupa diária.Quanto alimentação 12% dos pacientes relatam não estarem satisfeitos em relação aqualida<strong>de</strong> comida.Da participação e ocupação dos pacientes. 36% dos mesmos informam. participarem daTerapia ocupacional e alguma referência em relação a participação em ativida<strong>de</strong>sespo~vas. .Registra-se uma insatisfação dos pacientes em 15% quanto a equipe dé'~ermagem e 8%dos pacientes insatisfeito com o médico.Em 92% dos entrevistados. referem melhora do seu tratamento.Em 100% dos entrevistados. informam que vão quando da alta, para a residência dos seus. familiares.Foram ainda relatado por 15% dos pacientes maus tratos do "Sr. Carlio. "Sr. Cosmo"e.."Manelito <strong>de</strong> Cunha", informam não gostarem das brigas existente entre os pacient•s•- _.,-_ ..•._--....... , .- _._.-- -_.---_._----------------


, ,,.o• •.,ESTADO DO cEARÁBBCIilBTAJUA DA UflDE. COOllDUAÇÃO DE SA:6I>~JlIERTAL DO ltSTADOGIl1lPO DE ACOIID'A5HAKEIlTO I: AVAUAc;:AO DA AS81S~nJQmA.TItlCA.B06Pl'1'ALAll- GAJ'H-eJt0000'554o•3.5.HOSPITAL DIAo•Unida<strong>de</strong> com 27 pacientes no momento da visita..'• o•"\Funciona em andar térreo, anexo a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes.A sua estrutura fisica necessita da manutenção e conserva.çio visto o atual aspecto <strong>de</strong>abandono, A3 oficinas terapêuticas estão <strong>de</strong>sativadas.·Os pacientes encontram-se ociosos, alguns donnindo e outros nateJevisio. sem projetoterapêutico! e sem profissional para conduzir um trabalhot~eOin os mesmos. .Percebe-se muitos prontuários com diagnostico <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência ·~eDta1.. Projeto T~peutico• •,<strong>de</strong>satualmmo. .•-oCONCLUSÕES:•....,,-..,,eMerece <strong>de</strong>staque o interesse do Município em relação aos proble~ da atenção em Saú<strong>de</strong>. '. ,.,'Mental, arcando com ÔDUS <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> leitos e a contrataçlo<strong>de</strong> PêssOal. além <strong>de</strong> sensívelmelhora tisica, principalmente, consi<strong>de</strong>rando que gran<strong>de</strong> parte doi 'pacientC& são oriundos<strong>de</strong> outros Municipios. Correções pontuais como as apontadas Deste relatório <strong>de</strong>vem ser. ., ,provi<strong>de</strong>nciados, <strong>de</strong>stacamos:'.:. Fragilida<strong>de</strong> na medicação clínical equipamentos <strong>de</strong> urgência.•••:. Ausência <strong>de</strong> registro no prontuário pela equipe multiprofissional.••:. Reavaliação do Hospital Dia••SUGESTÕES:.:. Prorrogar pelo tempo que for necessário a intervenção na Ca$a <strong>de</strong> Repou&o.•:. Afastar os funcionários envolvidos em violência e tortura.•:. Dar alta do Hospital Dia aos pacientes"<strong>de</strong>ficientes mentais", encaminhando os aosserviços existentes no município ( PESTALOZZI A:PAE. etc...).:. Fazer novo projeto terapêutico para o Hospital Dia..:. Instituir o prontuário único em psiquiatria.•Fortaleza. 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000 ..__"o.-.•6______. . __.. ~.._~..~ _. .. ~_ "'c' " ~--_. __ .._ _ _ _ _.' ". ,, •.,-__.0_0_.____ ".- ..,--, * ----"pr


•,"'-.•••ESTADO DO cEARÁIlECRBTAJUA DA UWI:. COOJlI)EllAÇÃO DZ UWI: IIIEJlTAL DO I!:STADO . . .. -GRUPO DI: ACOIIIPA1'I1lAJIIENTO 1!: AVALIAÇÃO DA ASSZS'rlNc:rA PSlQUIA.'l'RICABOSprrALAR - GAP .0000555.. "••••O Batista <strong>de</strong> Aquino•e Saú<strong>de</strong> Mental.I..'11JoJZ- .0.. J.. ~Ora. Valéria Coimbra MartinsAuditora do M/S - Fortaleza• •-Dra. Te•!.)].t,~Maria RodriguesRepresentante do CREFITO,.-..•Sra. Fran~qteMa dSINO/ SA • . .•Sr. . Tel dos SantosCESAU/SESA•••••7..._.--------------....- =- •, .•


____ o------• •."•"•..,•ESTADO DO cEARÁIIBCRBTAJUA. DA SAflDsCOORDZlUç,lO DE ruJiDII: MEl'lTAL DO ESTADO - .GJlVPO DE AC01llPA1OLUIJ!:1n'O E AVALtAç1.o DA ASS18TÊNctA. PSlQ'l1lA.TIt1CAB08PlTAJ.AR - GAPB-cB•0000556CONSOLIDADO DAS ENTREVISTAS•· 1. SexoHomens-09•Total- 13 pacientes - +.. 2) Faixa etária - Entre 25 e 40 anos13 Pacientes - 2 (15%) estavam sem condição <strong>de</strong> entrevistas•. : ..-:. - .. .•••••3. ProcedênciaSobral- 15.3%•Outros municípios - 69,2"~,Não especificados 15.3%- .4. Pacientes internos - 25 homens 18 (72% ,mulheres 07 (28%), entrev1~os 13 (52%)- 02 pacientes estavam sem condição <strong>de</strong> entrevista <strong>de</strong>vido ao quadro dadQeííÇa.-5. Aspectos higiênicos 100010 satisfeitos•,e Al~~ntação12% dos pacientes não estavam satisfeito com a qu!Üída<strong>de</strong> do alimentação.6. ParticipaçãO! ocupação do paciente: . .,36% dos pacientes que participam <strong>de</strong> terapia ocupacional, a1~; ,referências aparticipação em ativida<strong>de</strong>s esportivas. ......•7. Em relação a equipe <strong>de</strong> profissionais:Insatisfeitos com a enfermagem - 15%, .Insatisfeito com o médico - 8% .8. Refere melhorar do tratamento - 92%Refere não melhora do tratamento SOlo9. 100% relatam quando sair <strong>de</strong> alta ir para a residência dos familiares.•la. 15% relatam maus tratospor parte do "Sr, Carlão". "Sr, Cosmo" e "M8nelito daCunha". Referem não gostar das brigas existentes entre os pacientes•••8"'00' "' ,,,...... '" .- ..-. __ "- .---~-"''''ce


TEL:F:lZIl.u5tiç~lob~1--wv.."".globlll.o"!J.l>rf~ ECEIVEDlOO~ MAR 2b A 8: 5'10000551SGIIACHR/CIOHOficio n° JG-RJ 058/04Rio <strong>de</strong> Janeiro, 25 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004.Ao Sr. Santiago CantonSecretário Executivo da Comlssllo <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da OEA ~1889 F Streel. NW, Washington, DC, -t .-~20006 - EUA '1 )Pre~o senhor Secretário:•O Centro <strong>de</strong> Justiça Global e Irene Xlmenes Lopes Miranda vêm através <strong>de</strong>sta informar Que estamosenviando via fax a referente petição em resposta às obServações apresentadas pelo govemobrasileiro. Os anexos juntamente com o originaI da petlçao serAo enviados pelo .correlo em data <strong>de</strong>hoje.•ustiçalobal- _",.globlll.o"!J.l>rOficio JG/RJ n" 057/04Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1S <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004. -_...•. - ..... 0--""," 4& &""',, ......._ .._ ...... .. ~_...._ ..~. ... ....._.._h ..._.."'IR_. ..


••,-,.,,•Sr. Santiago A. CantonSecretário ExecutivoComissão Interamerjcana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>111119 F Strcet, NW Washington, D.C. 20006Estados Unidos da América0000558Via Fax: 1-202-4511-3992Ref: Case 12.237, Damii10 Ximen"s Lopes, BrasilPrczado Senhor Cantora,o Centro <strong>de</strong> Justiça Global c Irene Xirnenes Lopes Miranda vêm apresentar, através <strong>de</strong>ste,as observações pertinentes à resposta do Governo brasileiro ao Relatório <strong>de</strong> Mérito n" 43/03da Comissão lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, aprovado em 08 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003,sobre () caso em epigrafe.Inicialmente, na introdução do documento aprcsentado pelo Governo braaitelro há aaürmação <strong>de</strong> que o mesmo "tomou as providências cabíveis no sentido <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à.. Iresrecomendações feitas pela' CIDH em relação ao assunto", infonnando que o restante dorecebido a merecida atenção do Governo brasileiro, corno <strong>de</strong>monstraremos nasconsi<strong>de</strong>rações a seguir.,a) Observações a respeito das informações apresentadas pelo Governo sobre as,provi<strong>de</strong>ncias cabíveis efetuadas, no sentido <strong>de</strong> cumprir a recomendação <strong>de</strong>"Realizar uma investtgação completa, imparcial e efettva dos fatos relaoionadoscom ti morte <strong>de</strong> Damião Xlmenes ocorrida na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em .:I<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> J 99.9. Tal recomendação <strong>de</strong>ve ser conduzida <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>terminar "responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lodos os responsáveis, "'ejam essas responsabilida<strong>de</strong>s por açãoou omissão. e a punição efettva dos responsáveis", elaborada pela CIDH."No dOCUTTlenlo apresentado pelo Governo, hã a fundamentação da pretensa observância àrecomendação acima transcr-ita, D~ falo, a Ação Penal na 2000.0172.9186-1/0 estátramitando na 3" Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral, e~tado do Ceará, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000.contra Sérgio Antunes Ferreira (proprietério e diretor financeiro da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapea), Carlos Alberto Rodrígues dos Santos (auxiliar <strong>de</strong> enfennagern), AndréTavares do Nascimento (auxiliar <strong>de</strong> pútio) e Maria Salete Moraes Melo dc Mesquita(enfermeira), <strong>de</strong>nunciados pelo crime <strong>de</strong> maus-tratos seguido <strong>de</strong> morte, consoante o 8J"t. 136li 2 0do Códlgo Pcnal brasileiro.Em 22 <strong>de</strong> novembro dc 2003. o Ministério Público requereu o aditamento <strong>de</strong> Francisco Ivo<strong>de</strong> Vasconcclos (dirctor cllnico da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes) e Elias Gomes Coimbra(auxiliar <strong>de</strong> enferrnagern) como co-réus do referido processo. E em 22 <strong>de</strong> seternhro <strong>de</strong>2002, o processo r"i concluso para julgamento.........._",..._,_-__.___, _ _ = __ .·re ' 'fi' ",c-.·, ~.-_ .. ,-..-......,.........-------."""r"'"-.-- ..-- -----•_


•••Gostarlamas dc ressaltar que até a presente data, seis meses após a conclusão do processo•para julgamento, não houve manifestação do Podcr Judiciário, seja a respeito do pedido <strong>de</strong>aditamento formulado pelo Ministério Público, seja para proferir a sentença <strong>de</strong> mérito.Em sucessivos contatos teielõnicos mantidos entre o Centro <strong>de</strong> Justiça Global e 11 3" Vara0000559dc que o j uiz, <strong>de</strong> direito titular da 3" Vara, Sr. Rmllio <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Viana,. estaria dc licençamédica por 30 dias c que "provavelmente iria ficar afastado por mais 30 dias", totali:7.ando60 dias <strong>de</strong> afastamento.Causou-nos estranheza o fato <strong>de</strong> que, apesar <strong>de</strong> haver uma juíza substituta, <strong>de</strong> prenomeJoyce, o processo <strong>de</strong> Damião Ximenes se encontrava na casa do juiz titular, Sr. EnlílioViana. "há muito tempo", segundo inlormações da funcionária da 3" Varal.Iridaguda se o processo não <strong>de</strong>veria permanecer em juizo para que l'os,,,e dadoproasegcrimerrto aos atos processuais cabíveis, 1:J.ltjli vista o longo pcrlodo do tempo que ojuiz. titular perrnanecerãa afastado <strong>de</strong> suas funções, a resposta foi que issu <strong>de</strong> nadaadiantaria, uma vez que ajuíza substituta estaria <strong>de</strong>spachando apenas as cartas precat6rias'·."Portanto, não ohstante o gran<strong>de</strong> lapso temporal discorrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Instauração do processopenal (4 unos) e o longo pcrlodo em que o mesmo pelillanece inerte (seis meses), não háprevisão <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfecho conclusivo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prtlZo razoável.Cumpre salientar que a ação cível <strong>de</strong> reparação <strong>de</strong> danos 3 , que tramita na 5" Vara daComarca <strong>de</strong> Sohral. interposta em 06 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, pela mãe: <strong>de</strong> Damião Ximcnes, Sra.A IheJiinn Viana T.npe", em face elaFerreira Gomes c


TEL, °:02••••0000560,.. Lamentamos ser este o único direcionarnento das investigações "<strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>terminar aresponsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os responsáveis", por ação ou omissão, com a punição dosmesmos, como <strong>de</strong>terminou esta Honorável <strong>Corte</strong>.Apesar das fartas e conclusivas provas da violência e cruelda<strong>de</strong> que caracterizaram a morte,<strong>de</strong> Damião Xirnenes, ninguém foi indiciado nem <strong>de</strong>nunciado pelo crime <strong>de</strong> homicídioqualificado, consoante o artigo 121 § 2°, incisos I e IT~.Como bem pon<strong>de</strong>rou esta Honorável Comissão, "existem elementos <strong>de</strong> juízo suficientespara que ClCIDII crmcluCl que a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes foi ocasionada porgolpes com punhos ou com objetos contun<strong>de</strong>ntes na cabeça impostos por enfermeiros tiaCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes..6. fatos que evi<strong>de</strong>nciam a possível caracterização <strong>de</strong>homicídio e não apenas <strong>de</strong> maus-tratos, dos quais <strong>de</strong>correu a morte.•,,,,Ressaltamos também que não foi levado em consi<strong>de</strong>ração o fato <strong>de</strong> que no relatório da,Comissão <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica (CRESAN), <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, sobre visltarealizada na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, há explícita referência a uma vistoria anterior,realizada em maio <strong>de</strong> 1996, na mesma instituição, on<strong>de</strong> foram feitas recomendações que,•segundo o referido relatório <strong>de</strong> 1999, não haviam sido implementadas. como a <strong>de</strong>sativação<strong>de</strong> pavilhões sem condições lIsica'l a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> funcionamento 7 •. , ,Observamos que não Ioi investigada a parcela <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do Po<strong>de</strong>r Público c da.própria Comissão <strong>de</strong> Reforma da Saú<strong>de</strong> Mental, que era presidida em 1996 e 1999, peloCoor<strong>de</strong>nador Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, por omissão•§ S· Nos casos enumerados 11115 letras a, b e c do n" IV, o pertodo <strong>de</strong> suspensão nunca po<strong>de</strong>rá exce<strong>de</strong>r I (um)ano. Findo este prazo, o juiz mandará Jlros~eguir no processo., Homicídio Qualificado Art, 12 J. Matar alguém § 2° Se o hcmlcídlo 6 cometido: I (...); 11 - por motivo fútil;111· . com emprego <strong>de</strong> veneno. fogo.explosivo. asfixio. torturn ou outro meio insidioso nu cruel,uu <strong>de</strong> quep'0ssn resultar perigo comum; IV (...); V(...): Pena - reclusão, <strong>de</strong> 12 (doze) o 30 (anos).• Relolório do Mérito n," 43/03 da Cornlssão lnteramerlcana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>. pág 18., Relalóri.. da ComissRo <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrico (CR~SAN), novembro <strong>de</strong> 1999._."..- ,,'.-_..'-, -. _.. ._~- ~... .--,_.-' ,..~.._.-,-_.....-.....,.-,._.. -_ .. '- .. ·_..•..__ _, ·_e'-,.. ---- _


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TEL:p.\2I?•,•ooo(} 5 6'3,,<strong>de</strong>terminação com torça dc lei que estabeleça a proteção das pessoas que necessitam <strong>de</strong>assistência psiquiátrica em alguma instituição sub-classificada 2o .Enfim, ainda que, no plano teórico, o PNASH represente um avanço no atual quadro dasaú<strong>de</strong> mental no Brasil, a timi<strong>de</strong>z com que enfrenta os obstáculos que vem encontrando c ainércia frente às reivindicações mais antigas dos movimentos reformistas constitui, se nãoum contexto semelhante ao anterior, uma situação tão injusta e frustrante quanto antes.Diante do exposto, percebe-se que o PNASH não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um instrumentocontun<strong>de</strong>nte para modificar a penosa situação dos usuários do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. Daforma como se apresenta no plano concreto, constitui um elemento <strong>de</strong> retrocesso, namedida em que enfraquece, as reivindicações dos. familiares das vítimas esupre asIirregularida<strong>de</strong>s rotineiras com um falso manto <strong>de</strong> legalida<strong>de</strong>.o Governo brasileiro também aponta como uma <strong>de</strong> suas principais iniciativas apromulgação da Lei 10.216, <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001, on<strong>de</strong> sugere ser esta Lei uma resposta,às aspirações dc reforma psiquiátrica no Brasil, além <strong>de</strong> medida digna <strong>de</strong>!le aluarpreventivamente contra novos abusos e violações <strong>de</strong> direitos dos internos.•De fato, dada às circunstâncias anteriores do tratamento <strong>de</strong> doenças mentais no Brasil, a Lei'10.21 MOI exibe uma série <strong>de</strong> medidas valiosas para mudanças cfetivas no sistema <strong>de</strong>atenção li saú<strong>de</strong> mental.Um dos principais aspectos <strong>de</strong>sta Lei, cujo interesse mostra-se inequívoco para este caso.concentra-se justamente no controle efetivo das internações, voluntárias e involuntárias, <strong>de</strong>modo u se notificá-las rapidamente. regulado pela PortarialGM 1.391 <strong>de</strong> 26/12/02.-lO Notas <strong>de</strong> jornal citando instituições e lista do resultado do PNA8H. Anexo 08,20 A Portaria n." 52, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004, não fu7, reterência ao que SCI'á feito em caso <strong>de</strong> uma instillliçãonão obter J'l0nIUaçllo mlnima, ter seu <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nclamento <strong>de</strong>terminado c: essa <strong>de</strong>terminação não ser cumprida.Ou seja, não hã nenhum tipo <strong>de</strong> referencia às sanções relativas ao <strong>de</strong>scumprimento do dcscre<strong>de</strong>nclamcntc, oque. em última instância, retira toda eficácia da lei, tomando-a um ornamento jurldico que serve mais "10mdcsmobilbalr /ts IlIlffiS pur refor'/lla,......___o _~""",_,_,__~ ,,,,,,,,_._•••• _ -" ....._- _. __._------------_.~._~._-----------------•.. ....


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., ..... ., ...-- -- .. _- .' "_'~ ''':'::.NT~C' ..1'_15' ICa:. ~'_'7SA'_ TEL: P;Q''3•,•'.000056.5,•sobretudo, pela admissão do caso por esta Honorável Comissão, que observou a riqueza cqualida<strong>de</strong> das provas existentes e a gravida<strong>de</strong> dos fatos.Por fim, apesar <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> boas iniciativas do Governo brasileiro, com uma importantecontribuição no que vem sendo <strong>de</strong>nominado reforma psiquiátrica, principalmente no que serefere à ampliação <strong>de</strong> serviços, nãose observa eficácia prática pela inexistência <strong>de</strong>mecanismos que garantam o bom funcionamento dos mesmos.Com um potencial instrumento, após a promulgação <strong>de</strong> uma lei <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importânciacomo ti n.? 10.216, o Estado brasileiro não tem conseguido proce<strong>de</strong>r ao cumprimentoefetivo no que se refere a uma questão básica, consensual, que á<strong>de</strong>fesa da vida e daintegrida<strong>de</strong> física das pessoas em tratamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental sob a sua tutela 22 ••Diante do exposto, reafirmamos a importância do envio do caso para a <strong>Corte</strong>lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, uma vez que o Estado brasileiro, apesar <strong>de</strong> poucas eeventuais ações pertinentes ao caso, efetivamentc não cumpriu quaisquer das três•recomendações <strong>de</strong>sta Honorável Comissão, no relatório encaminhado ao' Estado hrasileirn. e.m :,1 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003, quais sejam:•J, Realizar uma investigação completa. imparcial e efetiva dosfatos relacionados coma morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes ocorrida na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em 4<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999. Tal invcsti~açiIo <strong>de</strong>ve ser conduzida <strong>de</strong> mudo a <strong>de</strong>terminar Clresponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os responsáveis, sejam essas responsahilida<strong>de</strong>s por açãuoupor omissão, e a punição efetiva dos responsáveis.2. Reparar a<strong>de</strong>quadamente 0.1' familiares <strong>de</strong> Damião Xlmenes Lopes pelas violações<strong>de</strong> direitos humanos estabelecidas no presente relatório, incluindo o pagamentoefetivo <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>nizaçãa.3, Adorar as medidas necessárias para evitar que ocorram/atas similares nofuturo.• •22 Relatório J\n\.lul <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, lnstituiçõcs Psiquiálricas no Brasil, Centro <strong>de</strong> Justiça Global, 2003,mimcu, J\nexo 09.I'~""""'.~_'~'~_"""_''''_'_.~ ,_._"'.___ • II;...-. ... -_.-. - ."-'--'-.' ',.... ~, .......... ------,---------------_._._.,_._.'------....-......-._ .. -~_. •


... ~~ ...- ........lt;.L: P,IZIS•••• '.0000566Concretamente, até a presente data, ou seja, mais <strong>de</strong> quatro anos após 11 morte <strong>de</strong> DamiãoXimenes Lopes:1. O processo criminal encontra-se concluso para julgamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>2003, os autos do processo permanecem constantemente fora da Vara <strong>de</strong> Justiça,sendo que os mesmos se encontram na residência do juiz e não houve qualquerandamento no processo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então. Ninguém foi indiciado nem <strong>de</strong>nunciado pelucrime <strong>de</strong> homicídio qualificado. apesar das fartas provas da violência e cruelda<strong>de</strong>que caractcrlzaram a morte <strong>de</strong> Damião Xirnenes Lopes, c nenhum agente do Po<strong>de</strong>rPúblico foí investigado no sentido <strong>de</strong> apurar a sua responsabilida<strong>de</strong> pessoal pela,omissão diante dos fatos que culminaram na morte <strong>de</strong> Damião Xirnenes;2. Não foi paga qualquer in<strong>de</strong>nização aos familiares da vitima e nem temos•conhecimento <strong>de</strong> que o referido Projeto <strong>de</strong> Lei que possibilitará a concessão dobeneficio tenha sido elaborado ou esteja em fase <strong>de</strong> tramitação na AssembléiaLegislativa do Estado do Ceará;3. Apesar <strong>de</strong> algumas ações eventuais e tardias na área da saú<strong>de</strong> mental, não foramtomadas medidas cfctivas no sentido <strong>de</strong> garantir que a violência praticada <strong>de</strong>ntro dasinstituições psiquiátricas não fiquem impunes e para evitar que fatos similaresvoltem a acontecer.Estamos à disposição paru <strong>de</strong>mais esclarecimentos, aproveitando ti oportunida<strong>de</strong> pararenovar-lhe os protestos da nossa distinta consi<strong>de</strong>ração.Atenciosamente,MJ)Mahine DóreaAdvogada~"N.,.. r"Diog LyraPesquisador,Centro <strong>de</strong> Justiça GlobalCentro <strong>de</strong> Justiça Global15_--------------._~---_..... •~. _.....


-..~- "'-' ...........-,, ~ ,', . " • ., 1,)•...- .- TEL: P:I2l?•••0000567I•e Ximencs Lopes MirandaAdvogadaRepresentante da família da vítimaCentro <strong>de</strong> Justiça Global•, ,•16~-.'.'-'~ . ," .•. _',_..._------------~ • =.._.~. __, ..1 ~.- .. -.--. _•


...i3Il"-'"J•INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTS. COMISIÓN INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEOOO(lSG8ORGANIZATION OF AMERICAN STATESWASHINGTON, D.C. 2 O O O 6 U.S.A.SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> cumprimentaa Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos Estados Americanos e tem a honra <strong>de</strong>•acusar o recebimento <strong>de</strong> seu ofício N° 60, datado <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, referente aocaso N° 12.237. Damião Ximenes Lopes, mediante o qual o Estado brasileiro solicita que aComissão prorrogue por três meses, a partir do dia 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, o prazo previsto noartigo 51 (1) da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>, aceitando expressa eirrevogavelmente que a concessão <strong>de</strong> tal prorrogação suspen<strong>de</strong> o prazo estabelecido no artigo51 (1) da Convenção Americana, para encaminhamento do caso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong>..,Nesse sentido, a Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> informa o Estadoque por <strong>de</strong>cisão adotada em 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, a Comissão <strong>de</strong>cidiu conce<strong>de</strong>r referidaprorrogação, pelo período <strong>de</strong> três meses contado a partir <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004. O objetoda prorrogação concedida é que o Estado conte com prazo adicional para cumprir asrecomendações formuladas pela Comissão em seu Relatório N° 43/03, emitido <strong>de</strong> acordo como artigo 50 da Convenção Americana. Durante tal período <strong>de</strong> três meses fica suspenso otérmino do prazo estabelecido no artigo 51 (1) da Convenção Americana para encaminhar ocaso 12.237 para a <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.O Relatório N° 43/03 foi transmitido pela CIDH ao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2003. Portanto, em 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, data na qual CIDH outorgou a prorrogação,.~.transcorreram dois meses e <strong>de</strong>zesseis dias do prazo estabelecido no artigo 51 (1) da Convenção.....,j Americana para o encaminhamento do caso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong>. A conseqüência daprorrogação <strong>de</strong> três meses outorgada, é que o prazo estabelecido no artigo 51 (1) da Convenção'....... • ., ...."., .. - .~,,,.-.."','."" 4 __...~...... _ .. _ - --,------._.~....._-_.------------- -. __o ...._, =


• Americana fica suspenso,<strong>de</strong>s<strong>de</strong>' 16 <strong>de</strong>2marco <strong>de</strong>•2004 até 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004, e a,. •••partir•<strong>de</strong>sta data se reiniciará a contagem do prazo para que qualquer das partes <strong>de</strong>cida eventualmente') submeter o caso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong>. Este prazo vencerá em 1 0 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004.0000569Washington, D.C., 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004,..-J,. ,•------------.,--------------.---._----------------•_.- _ . .-.. ... P'


MAR-l"'-2DD4 WED 10: 12 AM BRAZL:AN '1'SS::)\ C'AS ~AX ~0. 2~2333SS1~ . .',ECEIVEDOOOQ570200 MAR 11 A J): 21MI55AO PERMANENTE DO BRASILJUNTO À ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSvG/IACHR/CIOHURGENTÍSSIMOA issão Permanente do Brasil junto" à Organização dos EstadosAmericanos cumpri enta a Secretaria Executiva da Comissão Tnteramericana <strong>de</strong> Direitos,• •<strong>Humanos</strong> e, em adi amento à nota número 57, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, tem a honra <strong>de</strong>solicitar a prorrogaç o, por três meses, a partir do dia 16 do corrente mês, do prazo previstono artigo 51(1) daonvenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong> para, a implementaçãodas recomendações formuladas pela Comissão <strong>Interamericana</strong> em seu Infonne número43/03 sobre o caso 1 .237 ( Damião Ximenes Lopes ).2. O Es ado brasileiro enten<strong>de</strong> que a eventual concessão da prorrogação, ••solicitada por parteprazo estabelecidocaso 12.237 à <strong>Corte</strong>a Comissão <strong>Interamericana</strong> terá efeito suspensivo sobre o término doartigo 51 (1) da Convenção Americana para o encaminhamento doteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.3. A Mi são Permanente do Brasil assinala que o Informe número 43/03 foitransmitido pela Caté a presente data,H ao Estado brasileiro no dia 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003. Des<strong>de</strong> entãoompletararn-se dois meses e 16 dias do prazo estabelecido no artigo•51(1) da Convenção ericana para a elevação do caso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong>.4. O Es ado brasileiro enten<strong>de</strong> que a eventual concessão da prorrogaçãosolicitada suspen<strong>de</strong> a por três meses o lapso <strong>de</strong> tempo estabelecido no artigo 51(1) daConvenção Arnerica, Ou seja, até o dia 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004, e que a partir <strong>de</strong> tal dataseria reiniciada a co tagem do prazo para que qualquer das Partes <strong>de</strong>cida eventualmentesubmeter o caso à C rte <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos humanos.",. = • .,==."§" ..._._._••----..__..-_...-..-.•_ •• --------_._---_._-._-------------


"A - -.., _ ..... " -I . ,-- • -. ..... nR A·' A - • o •'--~ -c. .::- ..: '.;:. i r..1OW' : ~{-'i.'.~. 6\'. v~ss-:;\r r.;~.S cAX ~C. 20233366'C P n"_ I .... C...,.00005715. A issão do Brasil aproveita a oportunida<strong>de</strong> para renovar à SecretariaExecutiva da Comi são <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> os protestos <strong>de</strong> sua mais altaconsi<strong>de</strong>ração.•• • lo" I.o o:.'~ ".' ,',.'. ~ .,.- . ...:.-... "". .. . .. ,.,".. .~.~.... '.'


,.,•0000572RECEIVEDMISSÃO PERMANENTE DO BRASILJUNTO À ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS200~ MAR I b P f2: I 3.3G/IACHR/CIDHURGENTÍSSIMOA Missão Permanente do Brasil junto' à Organização dos EstadosAmericanos cumprimenta a Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos, , '<strong>Humanos</strong> e tem a honra <strong>de</strong> solicitar a prorrogação, por noventa dias, do prazo previsto noartigo 51(1) da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong> para a implementação dasrecomendações formuladas pela Comissão <strong>Interamericana</strong> em seu Informe 'número 43/03sobre o caso 12.237 (Damião Ximenes Lopes).2. O objetivo da presente solicitação é permitir que o Estado brasileirodisponha <strong>de</strong> prazo adicional para cumprir com a segunda recomendação formulada pelaComissão em seu Informe citado, emitido conforme ao artigo 50 da Convenção Americana,no qual o Brasil é instado a reparar a<strong>de</strong>quadamente os familiares do Senhor DamiãoXimenes Lopes pelas violações <strong>de</strong> direitos humanos estabelecidas no relatório <strong>de</strong> mérito.Nesse sentido, o Estado brasileiro assume o compromisso <strong>de</strong> realizar todos os esforçosnecessários para que, durante o <strong>de</strong>curso do prazo adicional, o Governo do Estado do Cearáenvie à Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, em regime <strong>de</strong> urgência, projeto <strong>de</strong> leique autorize o pagamento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização aos familiares do Senhor Damião XimenesLopes.3. Conforme informações já fornecidas à Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong>, o Estado brasileiro enten<strong>de</strong> que a primeira recomendação formulada pelaComissão, em seu Informe n° 43/03, já vem sendo cumprida. O Estado brasileiro estáefetivamente realizando uma investigação completa e imparcial dos fatos relacionados coma morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes. Não obstante este fato, o Governo brasileiro assume o_ 111.... ,~"'~_"__" _, 4' .__._. o _~_.- -- ....--'~ ...... "--..~o...._---------------------".--'--


•" .0000573,",..compromisso<strong>de</strong> continuar a fornecer à Comissão, em prazo inferior a trinta dias,informações atualizadas sobre o andamento dos processos relativos ao caso, A<strong>de</strong>mais,realizará todos os esforços necessários para que a apuração dos fatos e a punição dosresponsáveis sejam efetivadas com a <strong>de</strong>vida celerida<strong>de</strong>. Conforme é do conhecimento daComissão, o Estado brasileiro está seguro <strong>de</strong> que também vem cumprindo com a terceirarecomendação que consta do Informe n° 43/03, ao implementar, em todos os níveis dafe<strong>de</strong>ração brasileira, União, Estados-membros, Distrito Fe<strong>de</strong>ral e Municípios, as medidasnecessárias para evitar que ocorram fatos similares no futuro.4. A eventual concessão pela Comissão da prorrogação solicitada suspen<strong>de</strong> oprazo estabelecido pelo artigo 51(1) da Convenção Americana para elevar o caso 12.237 à<strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.5. O Estado brasileiro expressa o entendimento <strong>de</strong> que a eventual concessão daprorrogação <strong>de</strong> prazo solicitada suspen<strong>de</strong>ria por sessenta dias o lapso estabelecido peloartigo 51(1) da Convenção Americana." 6, A Missão do Brasil aproveita a oportunida<strong>de</strong> para renovar à Secretaria.,Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> os protestos <strong>de</strong> sua mais altaconsi<strong>de</strong>ração.•Washington, em 12 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2003. _.,b_. . ...·. _.. , _. ..----~ ..-._- ..--.. "- ..•..--- •• .. "- -. "h_.,.,.... 0 _


0000574cINTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 O O O 6EUA4 <strong>de</strong> marco <strong>de</strong> 2004• •REF:Damião Ximenes Lopes12237BrasilPrezados senhores:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossas Senhorias em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> acusar o recebimento <strong>de</strong> suacomunicação <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004, recebida nesta Secretaria Executiva emna mesma data, em relação ao assunto em referência.'A referida comunicacão foi <strong>de</strong>vidamente anotada e será levada ao•conhecimento da Comissão para os <strong>de</strong>vidos fins.•ctosarn nte,• •Santia o A.antonSecret rio Executivolimos. SenhoresJustiça GlobalAv. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000Brasil(55-21) 2549-3599..-3/4/2004-11-1599• ln .. _,~._._._____ ,.. ~,,_.. ____OO__". ·m".•• _,-


•oooQ5 75"•INTER - AME RICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION I NTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 O O O 6 EUA3 <strong>de</strong> marzo <strong>de</strong> 2004REF:Damião Ximenes Lopes12.237Brasil- .Estimados senores.Tengo el agrado <strong>de</strong> dirigirme a uste<strong>de</strong>s en la oportunidad <strong>de</strong> hacer referenciaa su atenta carta <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> febrero <strong>de</strong> 2004, relativa ai caso en referencia, en la queinforman sobre la falta <strong>de</strong> recepción <strong>de</strong> la carta que la CIDH les envi6 el 31 <strong>de</strong>diciembre <strong>de</strong> 2003, notificándoles la aprobaci6n <strong>de</strong> un informe <strong>de</strong> acuerdo aiartfculo 50 <strong>de</strong> la Convenci6n Americana, y solicitándoles información a serconsignada a la Comisión en un plazo <strong>de</strong> 30 dfas.AI respecto, anexo a la presente comprobante <strong>de</strong> transmisi6n vfa fax <strong>de</strong> lamencionada carta, fechado 31 <strong>de</strong> diciembre <strong>de</strong> 2003, en don<strong>de</strong> indica que latransmisión habrla sido completada con êxito.•Aprovecho la oportunidad para saludar aste es muyatentamente,I ,J \ r:Santiago A. C tonlimos. SenhoresJustiça GlobalAv. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000Brasilsecretàrlo Ejecutivo\ •,• • , ,3/3/20D4~f-l 599(55-21) 2549-359911">' _...... ~ -...__._.--------- ~---_ .•._------------


.'•."0000576INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN ·RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 O O O 6 EUA31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003REF:Damião Xlmenes Lopes12.237BrasilPrezados senhores:•Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossas Senhorias em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> ·informar-Ihes que a Comissãoexaminou o -caso' acima citado e aprovou um relatório, em conformida<strong>de</strong> com oanigo 50 da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>. No referido relatório, a1.-Comissão formulou ao Governo brasileiro as recomendações que julgou pertinentes."o mencionado relatório foi levado ao conhecimento do aludido Governo e a. este foi solicitado Que, no <strong>de</strong>correr do prezo <strong>de</strong> dois meses a panir ·da data <strong>de</strong>transmissão da comunicação, prestasse informações sobre as medidas adotadaspara dar cumprimento às recomendações da Comissão.Em conformida<strong>de</strong> com o artigo 43.3 do Regulamento da Comissão, tambémsolicito que apresente, no <strong>de</strong>correr do prazo <strong>de</strong> um mês a panir da data <strong>de</strong>transmissão <strong>de</strong>sta comunicação, as seguintes informações:a) Sua posição com respeito à apresentação do caso à Cone <strong>Interamericana</strong><strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, a posição da v(tima e os fundamentos em que sebaseia para consi<strong>de</strong>rar que o caso <strong>de</strong>ve ser encaminhado à <strong>Corte</strong>;b) Os dados da vitima;SenhoresJustica Global•Av. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJ .CEPo 22020-000BrasilC 155-21) 2549-359912/29/2oo3-lf-1599'........... , " .. 11'"" ,.. .....'. ... '_"" .,... __._~ ~~..~~..... -


•,••c) Procuração que comprove sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representante da vItima;d) Prova documental. tes'temunhal e pericial disponrvel, adicional àapresentada à comissão na tramitação do caso. No caso das testemunhas e peritosque se pretenda oferecer à <strong>Corte</strong>. informar o en<strong>de</strong>reço em que po<strong>de</strong>m sernotificados. Em relação aos peritos. enviar cópia <strong>de</strong> seu curriculum vitee; ee) Suas pretensões quanto a reparações e custas., .Atenciosarnente.>~Ariel E. DulitzkyEncarregado da Secretar':+:::---"•, ,,12/29/2003~f-1599o" __ .. '.. 5! ..-.-.... _ ..•• *_._,_0_'·_'_.,_ __TO·_._ ....... .,..-,__,,_, , -_..,.... " - _


'. •• _L .-- • __o - •••_ _ _ =r-o'- IC-L:,••L " ~ _~. . ,.-~,..,.., ,.-, ' .. -.t. ' .. 0000578~,S~ IÇqõb~1r -. '. ,. ,; : I. ~..Oficio n" JG-PJ 03912004Rio <strong>de</strong> Janeiro, 18 <strong>de</strong> fevereiro ck 2004Sr. Santiago A. CuntonExeeutíve SeI:::~rynftnt'l Inter AmeriCft11 Co.nnni"l'rinJ'l nn H\1man Rign~",1889 F Street, N WWashingtnn, D.e. 7.0006 . ,rPrezado Senhor Canton:o Centro <strong>de</strong> Justiça Global vem, através <strong>de</strong>este, informar o não recebimento <strong>de</strong> comunicaçAo<strong>de</strong>sta Honorávd Comissão, datada <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003. referente 80 C-lISO eml'lpiuafe., ,, .Após contato mantido com o Dr. Ignácio Alvarez no dia 16 <strong>de</strong> fevereiro, viu e-mail, paratl'l'tlIr d" R!l!lunt08 rc:fC\'!:'flt~ II, ~lrtm ('./Il AIw.r~.7. prnvi<strong>de</strong>nclou o envio 011 c.nrnuniCllçAo da dlltllM <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>7el'l1M1 <strong>de</strong>2003, o que foi iT-"li'T.l'dn t'lm J7 .&.v~vi.. T"",Aproveitamos para informar que estaremos encaminhando a resposta solicitada Bié o dia 27<strong>de</strong> tevere1ro <strong>de</strong> 2004,.Estamos à disposição para maiores esclarecimentos, aproveitando a oportunida<strong>de</strong> pararennvar-Ihe os t',.o~~"tNlti" nn!ssa distintA ('A_.nJ';ir:i.....ori'n.Atenciosamen!e..Mahine DómaCentro ~ .h"'liça GlobalA "o No!S! Srnhunt ~ C~benp_ ~40l402 Rio ~ .I~-'fel.: 55-21-2S47-7391/3816-2766 f",,: ~'-21-2.549-3S99E-m..lI: \oW\V\ .4)1' • b .RJ. Drasil21(12(l-()()()--_._------_.-_.- _to••-~,~, _. ..,.. .("tO $M • ='te••


~ . ,. ,,··/·/c. .,.. ..t' • • ~(''.L."::~.11 -_o.WIJMA"-'P!GHTC:; "'ROGRA!v1•"••.. /'- A,l'ustiçqRECEIVED,200~ FEB 21 P 1: I IoaC000579Oficio n° JG-RJ 040/2004Rio <strong>de</strong> Janeiro, 27 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004Sr. Santiago A. CantonSecretário ExecutivoComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>1889 F Street, NW Washington, D.C. 20006Estados Unidos da AméricaVia Fax: 001-202-458-3992Ref: Caso 12.237, Damião Xímenes Lopes, Brasil•Prezado Senhor Canton:Conforme solicitado por esta Honorável Comissão, em comunicação datada <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003, porém recebida pelo Centro <strong>de</strong> Justica Global apenas em 17 <strong>de</strong>fevereiro <strong>de</strong> 2004 1 • os peticionários vêm apresentar, através <strong>de</strong>ste. as informaçõespertinentes ao caso em epígrafe solicitadas no referido documento, em conformida<strong>de</strong> com oartigo 43.3 do Regulamento da Comissão.a) A posição dós peticionários com respeito à apresentação do caso à <strong>Corte</strong><strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, e os fundamentos em que se baseia paraI Oficio JGIRJ 39/04, enviado à Comissão Inreramericana em 20/02/04.Av. Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/!J2 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ, Brasil 22020-000Tel.: 55-21-2547-739113816-2766 Fax: 55-21·2549-3599 E-mail: lobal ob. .www..brrI J-l:._J'._ .. ~_ .. I la .. .. I" .&•.••~~-..- ..._.~_- ....-...•,--_...._'-----.......- ,, II'


,~.-.'~-.'~"?~_.......'- ~----~n.~.~--'-C."'7(lOr:;O":'Cl":'- --' --- - --UUIv'A~ RIGI-'TS PROGRAMPAGE 02• •ustiçq-O -aÜOü0580consi<strong>de</strong>rar que o caso <strong>de</strong>ve ser encaminhado à <strong>Corte</strong>, que expor-se-âo acontinuação, serão apresentados seguindo os critérios elaborados no artigo44(2) do Regulamento da Comissão.1) Posição dos peticionáriosOs peticionários reputam extremamente importante o envio docaso para a <strong>Corte</strong><strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos HUmanos, uma vez que o Estado brasileiro, apesar <strong>de</strong> poucas eeventuais ações pertinentes ao caso, não cumpriu com as três recomendações <strong>de</strong>sta• •Honorável Comissão, no relatório encaminhado ao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>2003 e transmitido, em parte, ao Centro <strong>de</strong> Justiça Global, em 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004 2 , as, .quais sejam:1. Realizar uma investigação completa, imparcial e efetiva dos fatos relacionados coma morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes ocorrida na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em 4<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999. Tal investigação <strong>de</strong>ve ser conduzida <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>terminar aresponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os responsáveis, sejam essas responsabilida<strong>de</strong>s por açãoou por omissão, e a punição efetiva dos responsáveis,2. Reparar a<strong>de</strong>quadamente os familiares <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes pelas violações<strong>de</strong> direitos humanos estabelecidas no presente relatário, incluindo o pagamentoefetivo <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>nização.3, Adotar as medidas necessárias para evitar que ocorram fatos similares nofuturo.Concretamente, até a presente data, ou seja, mais <strong>de</strong> quatro anos após a morte <strong>de</strong> DamiãoXirnenes Lopes:-2 Os peticionários, conforme exigido na mesma comunicação, respeitam a confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> do referidorelatório. No entanto, faz-se necessário, na presente comunicação, exclusivamente encaminhada a estaAv. Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/~2 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ, Brasil 22020-000TeJ.: 55-21-2547-7391/3816.2766 Fax: 55-21-2549-3599 E-mail; lobal loba .0 .www.globa1.orgJuJ.-{J.-\lO· ' .., •._,__ •--------------_.__.----_. - "


- .-VI!,."'"Vlf..'...,. f U ..., .......... -:..., J-·0- _"'~'._~PA'3E•••• •, ,'r."UStiÇ4"""'O, ''1'LI OO(15 811. O processo criminal encontra-se concluso para julgamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2S <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>2003, os autos do processo permanecem constantemente fora da Vara Criminal,sendo que o juiz os levou para sua residência e não houve qualquer manifestação noprocesso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então. Ninguém foi indiciado nem <strong>de</strong>nunciado pelo crime <strong>de</strong>homicídio doloso, apesar das fartas provas da violência e cruelda<strong>de</strong> quecaraterizaram a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes;2. Não foi paga qualquer in<strong>de</strong>nização aos familiares da vitima;3. Não foram tomadas medidas efetivas no sentido <strong>de</strong> garantir que a violência•praticada <strong>de</strong>ntro das instituições psiquiátricas não fiquem impunes- quais sejam areestruturação da re<strong>de</strong> manicomial e a reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial e oferta<strong>de</strong> serviços substitutivos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que promovam a saú<strong>de</strong> mental- e para evitarque fatos similares voltem a acontecer.•A<strong>de</strong>mais, como exporemos a seguir, a circunstância da morte d e Damião Xirnenes é <strong>de</strong>particular gravida<strong>de</strong> uma vez que pessoas com <strong>de</strong>ficiência mental se encontram em situação<strong>de</strong> especial vulnerabilida<strong>de</strong>."2) Natureza e gravida<strong>de</strong> da víolaçãoComo foi assinalado pela Comissão no relatório encaminhado ao Estado em 31<strong>de</strong><strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003,"o direito à vida é um direito humano fundamental, poís 'senão for respeitado, todos os direitos carecem <strong>de</strong> sentido.Devido ao caráter fundamental do direito à vida, não sãoadmissíveis e nfoques restritivos a o m esmo. Isto é, o d ireito-,Honorável Comissão, citar o relatório, assim como as suas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> fato e recomendações par apo<strong>de</strong>rmelhor respon<strong>de</strong>i" o pedido <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003.Av. Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/1lP2 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ, BraGil22020-o00Tel,: 55-21-2547-739113816-2766 fax: 55-21-2549-3599 .E-mail: awww.globa1.org.br ~Ii \_.---------------..,, ....' ,._". " __ .________---_.'u,,___ "H ...... ~ _" ",


c""'"7~ClCia"Ja..,.0 ' _ ... __ UI_'lv'C>'"~_PIGHTS °ROGRA"'I °AGE e4•• •ustiçq0000582..~O '2)', ", ,, ' 'fundamental à vida compreen<strong>de</strong>, não somente o direito <strong>de</strong>todo ser humano <strong>de</strong> não ser privado da vida arbitrariamente,mas também o direito a que não lhe seja impedido o acessoàs condições que lhe garantam uma existência digna,,3.Ficou claro que no presente caso que o Estado brasileiro violou, entre outros direitos, odireito mais importante que existe.Ainda, Damião Ximenes se encontrava sob a tutela do Estado e em uma circunstância <strong>de</strong>,especial vulnerabilida<strong>de</strong>, como já foi assinalado por esta Honorável Comissão quandoobservou que:•"As pessoas com doenças mentais estão em uma situação <strong>de</strong>particular vulnerabilida<strong>de</strong>,que conduz frequentemente àviolação <strong>de</strong> seus direitos fundamentais. Ainda que assituações <strong>de</strong> fato que afetam as pessoas com doenças mentaisnem sempre são percebidas como problemas <strong>de</strong> direitoshumanos. é certo que muitas vezes a integrida<strong>de</strong> pessoal. avida e outros direitos humanos fundamentais <strong>de</strong>stas pessoassão afetados, Tal situação é agravada frequentemente porpreconceitos, estigmas e outros fatores culturais e práticosque implicam muitas vezes que estas violações permaneçamem silêncio ,,4.Restou evi<strong>de</strong>nciado nos documentos apresentados a esta Honorável Comissão o contexto <strong>de</strong>violência e maus-tratos existente na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, entida<strong>de</strong> que, a contrariosensu, <strong>de</strong>veria prestar assistência médica e hospitalar, preservando a vida e integrida<strong>de</strong>3 Comissão I.D.H., Relatório encaminhado ao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003 e transmitido aospeticionários em 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004, citando a <strong>Corte</strong> I.D.H., Caso Villagrán Morales e Outros (''Meninosda Rua"), sentença <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, para. 144 (UEI <strong>de</strong>reeho a la vida es un <strong>de</strong>recho humanofundamental, cuyo goce es un prerrequisito para el disfrute <strong>de</strong> todos los <strong>de</strong>mãs <strong>de</strong>rechos humanos. De no serrespetado, todos los <strong>de</strong>rechos careceu <strong>de</strong> sentido. En razôn <strong>de</strong>i carácter fundamental <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho a la vida, noson admisibles enfoques restrictivos <strong>de</strong>i mismo, En esencía, el <strong>de</strong>reeho fundamental a la vida compren<strong>de</strong>, nosólo el <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> todo ser humano <strong>de</strong> no ser privado <strong>de</strong> la vida arbitrariamente, sino también el <strong>de</strong>recho aque no se le impida el acceso a las condiciones que le garantícen una E!JÓstencia digna"),• Comissão ID.H., Relatório encaminhado ao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003 e transmitido aospeticionários em 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004, para. 88.Av. Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/Sl2 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ, Bro-sil 22020-000TeJ.: 55-21-2547-739113816-2766 Fax: 55-21-2549-3599 E-mail: globaJ.@glgbaJ.org.br U ') \www.!dQhBl.2LLbr , .Y. -..._, ~......__. '_0.-·"",0 __- ---._-_ .__.-' - ,,. i---------------•


...... :l..•...,~OS°"Jr:''':'-'_ ....PAGE 1215••••',~,."u5tiçQO'G1física <strong>de</strong> seus pacientes. De fato, existe um histórico <strong>de</strong> mortes violentas e torturasocorridas no interior do referido estabelecimento psiquiátrico, sem que tenha havido a<strong>de</strong>vida investigação e apuração dos fatos pelos agentes competentes do Estado.00005833) Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a jurisprudência do sistemaEnten<strong>de</strong>mos que é <strong>de</strong> primordial importância <strong>de</strong>senvolver a jurisprudência no SistemaInteramericano <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> acerca da <strong>de</strong>finição da responsabilida<strong>de</strong> internacionaldos Estados por ações praticadas por instituições privadas que atuem em seu nome.,Através do presente caso, é possível <strong>de</strong>finir que os atos que ocasionaram a morte <strong>de</strong>Damião Ximenes, efetuados por enfermeiros <strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> privada (a casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes) que prestava serviços em nome do Estado e PQr conta <strong>de</strong>ste po<strong>de</strong>m ser, ,"" atribuídos diretamente ao Estado brasileiro e implicar em sua responsabilida<strong>de</strong>•internacional. De fato, conforme opinou esta Honorável Comissão, o Estado brasileiro tem<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado responsável direto, por ação, pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes.Segundo o nosso entendimento, a consi<strong>de</strong>ração da <strong>Corte</strong> nesse sentido enriqueceria ajurisprudência do Sistema, <strong>de</strong>senvolvendo a questão acerca da responsabilida<strong>de</strong> do Estadopor conduta positiva (ação) através <strong>de</strong> atas <strong>de</strong> terceiros, e não apenas por conduta negativa(omissão) como, por exemplo, nas hipóteses <strong>de</strong> não prevenção ou não investigação dasviolações cometidas por terceiros." ,Neste caso, o Estado é responsável por ação, uma vez que a entida<strong>de</strong> privada atuava naqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agente do Estado. Consi<strong>de</strong>ramos igualmente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no<strong>de</strong>senvolvimento do Sistema, a <strong>de</strong>finição acerca do conceito <strong>de</strong> agente <strong>de</strong> Estado. Segundoprincípios <strong>de</strong> DIreito Internacional, o Estado respon<strong>de</strong> pelos atos <strong>de</strong> seus agentes realizadossob o amparo <strong>de</strong> seu caráter oficial e pelas omissões dos mesmos quando atuem fora dosAv. Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/fi)2 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ, Brasil 22020-000Te!.: 55-21-2547-7391/3816-2766 Fax: 55-21-2549-3599 E-mail: global@g1obal.org.brwww.globa1.org.b!-"~--,......__._.,_. o _._......._._••_.__ ' • __..• _u~ -"5 ,_••_- .----... 'lO •


?~.'---(-'??/ ~Q'0~- ... . _.S"7d. Qt:;C":lQ":'-._. PAGE-'--~-~06•••••usfiç'lC000584·0 qlimites <strong>de</strong> sua competência ou em violação ao direito interno. Contudo, segundo o caso <strong>de</strong>Damião Ximenes procuramos estabelecer a responsabilida<strong>de</strong> por ação do Estado brasileiroatravés <strong>de</strong> atas cometidos por terceiros sem o manto da oficialida<strong>de</strong>.faz-se necessário que a jurisprudência no Sistema evolua no sentido <strong>de</strong> que outros atares"privados" possam acarretar a responsabilida<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> maneira direta, contemplandoo fenômeno cada vez mais frequente <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s privadas que exercem atribuições dopo<strong>de</strong>r público em lugar dos órgãos oficiais do Estado.'."4) Efeito eventual da <strong>de</strong>cisão nos or<strong>de</strong>namentos jurldicos dos Estadosmembros, Não obstante a existência <strong>de</strong> normas particulares <strong>de</strong> cada Estado membro pertinentes aodireito administrativo no âmbito interno, acreditamos que a existência <strong>de</strong> umajurisprudência da <strong>Corte</strong> a respeito da relação do Estado com uma entida<strong>de</strong> particular e arespectiva implicação na responsabilida<strong>de</strong> internacional daquele, forneça um paradigma naorientação dos Estados membros a respeito das relações estabelecidas e atribuições dopo<strong>de</strong>r público transferidos a entes privados.Este esclarecimento jurispru<strong>de</strong>ncial se reveste <strong>de</strong> maior importância no contexto brasileiro,•como exporemos a seguir,o artigo 196 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral brasileira celebra que "a saú<strong>de</strong> é um direito <strong>de</strong> todos eum <strong>de</strong>ver do Estado", tendo este assumido constitucionalmente como politica pública oacesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperaçãoda saú<strong>de</strong> dos indivíduos sujeitos à sua jurisdição, seja <strong>de</strong> forma direta ou através <strong>de</strong>Av. Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/'\02 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ, Brasil 22020·000Tel.: 55·21·2547.739113816-2766 Fax: 55-21-2549-3599 E-mail: lobal.or .bwww.l.r.br..-~--~.. ....,...._._-_._--• 'mi_.- .._-----------


_.,t"., ~ .• -,.:',t"'.... ",. /::' /- .'.. -_. '"""V:. I,i!C '-,., _._ -,4q~OJQ?r ~~PAGE 07•••,,'1.ustfçel0000585O ·aterceiros.Ainda, <strong>de</strong> acordo com a lei do Sistema Ú ico <strong>de</strong> Sau<strong>de</strong> (SUS)5, os Municípiostêm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> c elebrar contratos c om institui - es privadas, bem como ° <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>controlar a execução dos mesmos'' enquanto cabe ànião "controlar os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>estaduais e municipais.. 7 •No entanto, ocorre o fato, extremamente grave e preocontratos públicos com instituições privadas paraassistência à saú<strong>de</strong> em nome e por conta do Estado,pante, que ao celebrar convênios oulue as mesmas prestem serviços <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>stina recursos públicos a estasentida<strong>de</strong>s, sem a subseqüentevistoria e fiscalização dis serviços prestados em seu nome, oque seria seu <strong>de</strong>ver legal. Dessa forma, muitas vezes, acaba por financiar verda<strong>de</strong>iras"instituições <strong>de</strong> extermínio. A morte <strong>de</strong> Damião Xim l nes po<strong>de</strong>ria ser evitada se o Estado.»fiscalizasse <strong>de</strong> forma séria, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e regular os servicos prestados pela Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes e o tipo <strong>de</strong> atendimento oferecidpor esta aos seus internos.•5) Qualida<strong>de</strong> das provas disponíveisAs provas disponíveis concernentes ao caso são fs e substanciais. Não obstante as".',provas documentais essenciais encaminhadas à Co. são, possuímos um dossiê completosobre ° caso, elaborado pela Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativa doCeará, abordando todas as <strong>de</strong>núncias realizadas por Ire Ximenes Lopes <strong>de</strong> Miranda <strong>de</strong>s<strong>de</strong>a data da morte <strong>de</strong> Damião Ximenes,As provas testemunhais são igualmente contun<strong>de</strong>ninterno da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, po<strong>de</strong>rá prest. Francisco <strong>de</strong> Chagas Melo, ex<strong>de</strong>poimentobastante ilustrativo ems Lei n° 8080, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990.6 Lei 8.080, "Art, 18. X - Cabe à direcao municipal do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS celebrar contratos ouconvênios com entida<strong>de</strong>s prestadoras <strong>de</strong> servicos privados <strong>de</strong> sa e, bem como controlar e avaliar suaexecucão."7 l<strong>de</strong>m., Art, 16 (iii).Av. Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/@2 Rio <strong>de</strong> aneiro - RI, Brasil 22020-000 -::1.) d- \rei. 55-21-2547·7391/3816-2766 Fax: 55-21-2549-3 99 E-mail: .,www.&lQb'!1QrS.!:>r- "_m ~·"·I'S _ _" ... _ ....... ...L" _' __.- ..--~-'_._,..._. ,....,-_.._- -·-···'-..,--·_'_0_. _


PAGE0e••••, .ustiçq'.0000586•..orarelação à violência exercida contra os pacientes nesta instituição. O <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral JoãoAlfredo Teles. ex-presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativado Ceará também po<strong>de</strong>rá prestar um testemunho consistente a respeito da situação da Casa<strong>de</strong> Repouso Guararapes. E Irene Ximenes, irmã da vítima. possui profundo conhecimentodo caso em tela, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a internação <strong>de</strong> Damião Ximenes, e po<strong>de</strong>rá testemunhar claramenteacerca <strong>de</strong> todos os fatos que envolveram o caso.A Ora. Lídia Dias Costa, médica psiquiatra, acompanhou o caso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio e po<strong>de</strong>rádiscorrer tecnicamente a respeito dos fatos como perita médica.,b) 05 dados da vitima:•NOME: Damião Ximenes LopesFILIAÇÃO: Francisco Leopoldino Lopes e Albertina Ximenes LopesDATA DE NASCIMENTO: 25/0611969NATURALIDADE: Santa Quitéria/CearáNACIONALIDADE: BrasileiroGRAU DE INSTRUÇÃO: 1° grau•DIAGNOSTICO: EsquizofreniaDATA DE INTERNAÇÃO NO S)STEMA ÚNICO DE SAúDE- SUS: 01/10/1999,LOCAL DO OBITO: Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, município <strong>de</strong> Sobral, estado do Ceará,DATA DO OBITO: 04/10/1999•,c) Procuração que comprova a qualida<strong>de</strong> do Centro <strong>de</strong> Justiça Global <strong>de</strong>representante da vitima: veja anexo (01)d) O rol <strong>de</strong> testemunhas com os respectivos en<strong>de</strong>reços para notificação e a indicaçãodo perito médico com o respectivo currículo profissional: veja anexo (02)Av. N080a Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/~2 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RI, Brasil 22020-000ra.. 55-21-2547-7391/3816-2766 Fax: 55-21-2549-3599 E-mail: lobal 1www.globa1.org.br1; IJ-\.. 1 II" I T.~. ... ....__._._. _._._..._-------_.._._------------•


. . .. ~.,._Z·I 0


•,.".-,.......-- ~., .. '••'.,ust.iça0000588Gq• ..pessoas internadas, on<strong>de</strong> a lei proíbe que sejam feitas internações, e que sejaenfatizada a <strong>de</strong>fesa da regulamentação imediata do artigo IOda referida lei, quemanda a comunicação obrigatória às famílias e às autorida<strong>de</strong>s sanitárias, em ummáximo <strong>de</strong> 24 horas, da ocorrência <strong>de</strong> fatos como evasão, transferência, aci<strong>de</strong>nte,5. Seja exigida maior rigor, por parte do governo brasileiro, nos critérios <strong>de</strong> avaliaçãodos serviços h ospitalares a inda existentes, quando d a realização d e avaliações dofuncionamento <strong>de</strong>stas instituições, assim como na investigação das alegações <strong>de</strong>abusos nos centros <strong>de</strong> internação psiquiátrica.Estamos à disposição para maiores esclarecimentos, aproveitando a oportunida<strong>de</strong> pararenovar-lhe os protestos da nossa distinta consi<strong>de</strong>ração.Atenciosamente,ames Cavallaro PEmily Schaffer•Centro <strong>de</strong> Justiça GlobalIrene Xirnenes Lopes MirandaRepresentante da família da vítimaAv, Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540llf2 Rio <strong>de</strong> Janeiro - lU, Brasil 22020.000TeJ.: 55-21-2547-739113816-2766 Fax: 55-21-2549-3599 E-mail: globi\@2lob.lI.9rg.brwww.slobal.QIg.br\0 J-\"._--....-.._------,p p..... = _._--_...--.--«-_.__•__._-----~-_••..•--------------


'~~'~'~ '~~n~ ~?nt.J., ...... , ",-_.-' __ ._'=.... '7t. a c:; a ":la ":'_.. ' - ---- ~••..•0000589ANEXO 01\, 1-1'__.... II' ·te , ..,.= ._. ..._._- ._..__..... -,,---. *• ... ..-••_------~--_._.._.._._-------------------•,=••


-., ...... -.-~. '-''")''''''/ ...... ? ,..." ...."L/L-/ c, .. 7," a~Q":Iq":1~ I ... .,'1., _._. /__ • .-._.. ,"------ID:C8\lTRO.JUSTICA GLOBALu'_''''A-,' PIGYTS DROGRA'v1TE:L:DAGE~_2P,l?Jl•,.•0000590,PROCURAÇAOIRENE XIMEN~S LOPES MIRANDA, bras., casada, resi<strong>de</strong>nte ti RuI Padl9Angelim, NO 168, Centro, Municipio <strong>de</strong> Ipueir8S, Estado do CearA, Brasil, CEP ti'62230-000, pelo presente instrumento <strong>de</strong> procuraçio ao fineI assinada, nomeiao,..e constitui sua bastantes procuradora a JUSTiÇA GLOBAL. na pessoa daEmDy Schaffer, com ends/'lÇO 8 Av. nos88 Senhora <strong>de</strong> Copacaban., 540/ 402Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ BraaO, CEP N' 2202().()()()6Q (55-21) 2547·7391 E.mallglobal@global.org.br, A quem confere amplos e ilimitados pO<strong>de</strong>res, para o foroem geral, com a cláusUla 8ad-judicis 8 a fim <strong>de</strong> que agindo em conjunto ousepBreclBrnente possam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses da outorgante perante qualquerJuizo, Instância ou tribunal, repartição pública, autarqul8 ou entida<strong>de</strong> paraestatal,propondo açIo competente ern que a outorgante seja au"ra ou reclamante, ed.ftnd.ndo-os quando for réu, interessado ou requ&ddo. po<strong>de</strong>ndo reclamar,concllllir, <strong>de</strong>sistir, transigir. fazer acordo, recorrar, confeS88r, bem comosubstabelecer a pmSElnle, com ou sem n:lservas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res. se assim lhe convier,e praticando todos 06 atos necessários para o bom, ftrme e yalioso.outorgatambém a outorgante amplos e especiais po<strong>de</strong>res a outorgada . PSI1I•representa-la junto a -Comlsslo <strong>Interamericana</strong> di DIreitos <strong>Humanos</strong> daOrgenlzaçlD dos Estedos Americanos (OEA) em face do proe:euo <strong>de</strong> PetlçAoJ"I' 12.237 - BrasU, <strong>de</strong> DamiAo Xlmenes Lopes. F1c8ndo assim, anulado oconteúdo <strong>de</strong> proo\J.$ anterJore$.• •'putll'ls-Çeará-B~I, 11 <strong>de</strong> ~Vfreiro <strong>de</strong> 2004re•~iranda" . ",,*",-, ....",.... I" =.1•...,_....._.. "'_, _'... " ...--_.~ ... _Ot ...oeb I


......... '.-.~ ..... ~"':l .......·_1"_' ~ __ .-:. .. ~_tOt::;C1""JO':l'- -- . - - -- -1 .,- PAG=: _.-••••,.0000591ANEXO 02,----....._••_,...-.~...._.------------,-... . '.. --, ". .'~, -----_...'"_._._--------_.-.--_.__.._------------------------•••


•...-'.-. f'-' - ' -- ""l (") ".- - . -:'


' : ..' , ;0" .~.,."". l/!(.'_ L. /.. ~ ~ _ - __ • _PAGE 15• ••••CURRICULUM VITAE0000593I· DADOS PESSOAISNOME: LÍDIA DIAS COSTADATA DO NASCIMENTO: 02.01.67NATURALIDADE: Carolina/MAAT1VIDADE PROFISSIONAL: MédicaESTADO CIVIL: SolteiraENDEREÇO RESIDENCIAL: Rua Rocha Lima 1290, apto. 503CEP: 60135-000 - Fortaleza-CEC01'.'TATOS: Residência 0055 85- 224-6478II - DOCUMENTOS PESSOAIS-Diploma <strong>de</strong> Graduação em Medicinaregistro: 43421livro: gcf: - 56folha: 164processo: 10077/93 • data:25.l1.93Celular:OO 55 85-91153494Trabalho: 88-446-2450/446-2439- Inscrição no Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina do Ceará (CREMEC)- n.ll 583~,- Certificado <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong> Qualificação <strong>de</strong> Especialista em Psiquiatrialivro 03; folhas 12; rr'l1530- Diploma <strong>de</strong> Mestre em Saú<strong>de</strong> Públicaregistro: 402livro:03folha 001processo;013/2003 prpgpq - 14/04/03m - FORMAÇÃO PROFISSIONALGraduação e Pós-Graduação:1- Médica graduada em Medicina pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral doCeará, curso concluído em outubro/93.2 - Especialista em Psiquiatria, com título <strong>de</strong> especialização empsiquiatria obtido por residência médica concursada, junto ao Hospital<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Messejana- Fortaleza/CE, concluída em 15.08.96., ......3 - Mestre em Saú<strong>de</strong> Pública, com curso <strong>de</strong> mestrado acadêmicorealizado junto à Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará -concluído emmarço <strong>de</strong> 2002. com área <strong>de</strong> concentração Políticas Públicas e teseintitulada "Saú<strong>de</strong> Mental na Atenção Básica: A Realida<strong>de</strong> do Cotidianodo Programa Saú<strong>de</strong> da Família do Ceará".J.~: 1.""'."" 41... . ------..---.~ ,.,: II.. .' . .. -..._.__..-------- _....--------------------. =..'


.~,._.L· ',' "/.. _. i •••..... _ _ VOI':'~ _.------...... '(J. ......, ..... ..: ..... .I_._'•1;JA·"·•,IV - TRABALHOS CIENTIFICOS REALIZ.-\DOS1. Pseudoxantoma Elástico - Relato <strong>de</strong> um caso.••Apresentado no IX Outubro Médico na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> co-autora, em outubro <strong>de</strong> 1993,na Cida<strong>de</strong> Fortaleza-Ce.•"00005942. Parto Abdominal - Análise <strong>de</strong> 657 casos.Apresentado no IX Outubro Médico na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cc-autora, em outubro <strong>de</strong> 1993,na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza-Ce,3. A Prescrição <strong>de</strong> Medicamentos em Psiquiatria por Médicos Resi<strong>de</strong>ntes ­Apresentado no XXXI Congresso Anual do Centro Médico Cearense e XlI CongressoCearense do Médico Interiorano, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cc-autora em outubro <strong>de</strong> 1994 emFortaleza-Ceará.4. Pesquisa sobre a Incidência <strong>de</strong> Distúrbios Psiquiátricos no Puerpério pela Escola <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Pública do Ceará - 19965. Pesquisa sobre "O Desempenho do SUS no quadriênio95-98 nos Internamentos emPsiquiatria no Ceará",.6. Cc-autoria <strong>de</strong> Capítulo "Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial <strong>de</strong> Aracati/CE - A Brisaque veio <strong>de</strong> Sertão", do livro SAúDE MENTAL E SAÚDE PúBUCA: Interfaces <strong>de</strong>,Teoria, Prática, Etica e Cidadania. Editora INESP, Fortaleza, 1999.,7. Trabalho Cientifico apresentado no IX Encontro <strong>de</strong> Iniciação Cientifica, durante acV Semana Universitária da UECE - <strong>de</strong> 20 a 24 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2000, em Fortaleza­CE, com o título "Impacto do Projeto terapêutico do Centro <strong>de</strong> Atenção Psícossocíaínos internamentos psiquiátricos <strong>de</strong> moradores <strong>de</strong> Aracati"•8. Trabalho Cientifico apresentado no IX Encontro <strong>de</strong> Iniciação Cientifica, durante aV Semana Universitária da UECE • <strong>de</strong> 20 a 24 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2000, em Fortaleza­CE, com o titulo "Mortalida<strong>de</strong> psiquiátrica hospitalar no triênio 97/99 no Ceará"v - ESTÁGIOS E CURSOS REALIZADOS1. Estágio voluntário no Centro <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas da Infância eAd.olescência(CEAPIA) durante os meses <strong>de</strong> abril e maio <strong>de</strong> 1996,acompanhando os seminários teóricos semanais do 3° ano do Curso <strong>de</strong>Formação em Terapia <strong>de</strong> Família e Casal - Em Porto Alegre-Rê.2. Estágio voluntário no Serviço <strong>de</strong> Psiquiatria do Hospital das Clínicas <strong>de</strong> PortoAlegre, <strong>de</strong> 08.04.96 a 07.06.96, realizando ativida<strong>de</strong>s em lnterconsultaPsiquiátrica, Psiquiatria Infantil, Emergência Psiquiátrica e Psiquiatria <strong>de</strong>Adultos.3. li Curso <strong>de</strong> Emergências Médicas, realizado <strong>de</strong> 04 a 07 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1987, nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza-Ce.4. Tratamento para os Depen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Substâncias Psicoativas realizado naEscola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública do Ceará, <strong>de</strong> 29 a 30 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1994, emFortaleza-Ce,5. Atualida<strong>de</strong>s em Psicofarmacoterapia, durante a XVII Jornada Cearense <strong>de</strong>Psiquiatria, em Fortaleza-Ce, novembro <strong>de</strong> 1994.[lp1}\... _ .• ~.d'__"""'~'_'''''_''' '_'__ ~.,,_ ... _ ••- .- ~,'.• I


• •• •••c,....,..... . - ....... ':,,':> ," '? r:> • r;:.."., ~.. --~ _ .. --_......C~7-:,ar=.a"')a":l_... DAG':: J.7••6. Abordagem das Crises Psiquiátricas em Hospital Geral realizado durante 0 ~ OO595xvm Jornada Cearense <strong>de</strong> Psiquiatria e XV Jornada Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong>Psiquiatria <strong>de</strong> 17 a 19 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1995, em Fortaleza-Ceará.7. Distúrbios P sicótícos: Diagnóstico e Tratamento <strong>de</strong> 1 6 a 17 d e o utubro <strong>de</strong>1995, em Fortaleza-Ce.8. Atualida<strong>de</strong>s na Conceituação das Psicoses, realizado durante o V CongressoBrasileiro <strong>de</strong> Psiquiatria Clínica, <strong>de</strong> 24 a 26 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1995, em Recife-Pé.VI - PARTlCIPAçAo EM EVENTOS DE APRIMORAMENTOPROFISSIONAL1 - Encontrista do XIX Encontro Científico dos Estudantes <strong>de</strong> Medicina do Brasil,Realizado em Belo Horizonte - MO, em julho <strong>de</strong> 1988.2 - Participante da Campanha S.O.S. Transplante, realizada pelo Centro <strong>de</strong> Pesquisaem Doenças Hepato-Renais da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará, em março <strong>de</strong> 1989.3 - Participante da 41". Reunião Anual da Socieda<strong>de</strong> Brasileira para o Progresso daCiência - SPBC, em julho <strong>de</strong> 1989, em Fortaleza-CE.,4 - Participante do I Seminário Nacional <strong>de</strong> Ensino Médico e Frente <strong>de</strong> Trabalho,realizado em Botucatu • SP, em novembro <strong>de</strong> 1990.5 - Participante do XXI Encontro Cientifico dos Estudantes <strong>de</strong> Medicina, em Belém-PA,julho<strong>de</strong>1991 .6 • Membro da Comissão Organizadora do XXIII Encontro Científico dos Estudantes<strong>de</strong> Medicina do Brasil, realizado em agosto <strong>de</strong> 1993, em Fortaleza-Cê.7 - Congressista do IX Outubro Médico em Fortaleza, Outubro <strong>de</strong> 1993, incluindo:XXX Congresso Anual do Centro Médico Cearense.XI Congresso Cearense do Médico Interiorano.8 - Participante do V Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Psiquiatria Clínica, realizado em Recife• PE, <strong>de</strong> 24 a 26 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1995.9 - Participante do Simpósio sobre Distúrbios <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> Diagnóstico eTratamento, realizado no periodo <strong>de</strong> 22 a 23 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1995, Fortaleza - CE.10 - Participante da XV Jornada Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Psiquiatria., realizada no período<strong>de</strong> 17 a 19 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1995.11- Participante do IX Ciclo <strong>de</strong> Avanços em Clínica Psiquiátrica, realizado <strong>de</strong> 19 a 20<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1996 em Porto Alegre -RS.12- Participante do I Simpósio do Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial (CAPS) <strong>de</strong>Canindé-Cli, em agosto <strong>de</strong> 1996.13- Membro da Comissão Organizadora do I Ciclo <strong>de</strong> Debates em Saú<strong>de</strong> Mental daCosta Leste e Baixo Jaguaribe do Ceará-_._--------_._._-----_.........__.... t r ,..- -_ ... __ _. _w .__ ._-_ - .--__....,


?...... ...... ,",-,,.., 1? II- .',. , .?Q.o:::l/C,17Ó Or:;O"JQ":I-_.' -'----,- yU~'...'IN RIGWT5 PRfJGRAM PASE J.~••,'.•0000596I.. Estratégias <strong>de</strong> Reabilitação Psicossocial no Âmbito dos Sistemas Locais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>",Aracati, agosto <strong>de</strong> 1997.14 - Participante do Il Simpósio do Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial(CAPS) <strong>de</strong>Canindé-Ce, em Agosto <strong>de</strong> 1997.15 - Participante do I Encontro Nacional <strong>de</strong> CAPS/NAPS, Hospitais - Dia e OficinaTerapêuticas em Recife-Pe, em outubro <strong>de</strong> 1997.16 - Participante da XX Jornada Cearense <strong>de</strong> Psiquiatria: "Alternativas Assistenciaisem Saú<strong>de</strong> Mental", em Fortaleza. <strong>de</strong> 17 a 20 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 199717 - Participante do I Encontro Nacional e II Encontro Nor<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> CAPSINAPS,Hospitais -Dia e Oficinas Terapêuticas, <strong>de</strong> 02 a 04 <strong>de</strong> outubro, em Recife-PE18 • Participante da I Jornada <strong>de</strong> Clínica Médica da Região Jaguaribana, em outubro<strong>de</strong> 1997, em Aracati-Ce.19 - Membro da Comissão Organizadora do I Fórum Jaguaribano <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública,em 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998, em Aracati - CE.•20 - Participante do rI Encontro sobre Mo<strong>de</strong>los Assistenciaís em Saú<strong>de</strong> Mental doCeará, em 25 e 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998.21 - I Semana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e Cidadania: Desemprego e Saú<strong>de</strong> Mental, <strong>de</strong> 18 a 19<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000, em Fortaleza-CE22- Semana da Luta Antimanicomiel e I Seminário <strong>de</strong> Ressocialização dos portadores<strong>de</strong> Transtornos Mentais e I Feira Cearense <strong>de</strong> Experiências e ProduçõesAntimanicorniais, em Fortaleza <strong>de</strong> 15 a 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2001.•23 - Encontro Estadual <strong>de</strong> Entida<strong>de</strong>s Que Aten<strong>de</strong>m Usuários <strong>de</strong> Drogas no Ceará, emFortaleza <strong>de</strong> 19 e 20 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2001.24- Conferência Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> M emal <strong>de</strong> Aracati, em A racati-CE, em 31 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 2001., ,25 - I Conferência Microrregional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental: Cuidar Sim, Excluir, Não:Efetivando a Reforma Psiquiátrica com Acesso, Qualida<strong>de</strong>, HUmanização e ControleSocial, em 05 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2001, em Aracati-CE.26 - II Conferência <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Ceará, em 13 e 14 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2001, emFortaleza-CE.27- III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, em Brasília, <strong>de</strong> ] I a 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2001.28- I Seminário <strong>de</strong> Sensibilização e prevenção da violência ao uso <strong>de</strong> Drogas doProjeto Amor à Vida, em 07 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002.- .J29 • Participante da Jornada Cientifica comemorativa do X Aniversário DO CAPS <strong>de</strong>Canindé-CE, em 28 e 29 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Canindé-Cê.• _,_ .. cnp 11' .... '''_-.. .' """" ...." " ,~ ...k' _. __


':,.. '7 c. o t:;o "J: Q ":l- .. -~----'.J'_''1A'i ~:'GI-'~S DROGRAM PAGE 1'3• •,,.0000597.;,~( )30 - Participante do I Seminário Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e Direitos <strong>Humanos</strong>,realizado em Fortaleza, em 26 e 27 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003, como membro da ComissãoOrganizadora.31 - Participante da II Conferência Internacional <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, realizada emTeresina-PI, promovida pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral da OAB, OAB-Secção PI, Prefeitura<strong>de</strong> Teresína e Governo do Piauí.32- Participante da IV Conferência Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, realizada em Fortaleza, <strong>de</strong> 28 a31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, como <strong>de</strong>legada convidada pelo Conselho Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,representando o Movimento da Luta Antimanicomial,33 - Participante d a XI Jornada Quixadaense <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e Cidadania e do IColóquio Internacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Semi-Árido, realizados em Quixadá-Cfí,<strong>de</strong> 4 a 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003.VIT- PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS COMO PALESTRANTE OUEXPOSITORA1 - Secretária da Mesa· Redonda: "Reforma Psiquiátrica do Ceará; Avanços eDesafios", durante a XX Jornada Cearense <strong>de</strong> Psiquiatria - Alternativas Assistenciaisem Saú<strong>de</strong> Mental, em Fortaleza-Ce, setembro <strong>de</strong> 1997.2 - Expositora dos temas "Emergências Psiquiátricas, Esquizofrenia, Transtornos,Somatoformes, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Bulimia e Anorexia Nervosa,Interações Medicamentosas e Noções Básicas <strong>de</strong> Psicopatologia'', durante o I Curso<strong>de</strong> Capacitação em Saú<strong>de</strong> Mental, <strong>de</strong>stinado a profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> uiveisuperior, realizado <strong>de</strong> setembro a novembro <strong>de</strong> 1997, em Aracati • CE.3 - Monitora do Módulo Prático <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do curso <strong>de</strong> Especialização emSaú<strong>de</strong> da Família, oferecido pela Escola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública do Ceará, realizado noCAPS <strong>de</strong> Aracati - CE, em novembro <strong>de</strong> 1997.4 - Relatora da mesa redonda "Os CAPS no Ceará - Relato <strong>de</strong> Experiências", no ISeminário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental em Saú<strong>de</strong> Pública; Politica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental para oMunicípio <strong>de</strong> Sobral, em 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1998, em Sobral- CE.5 - Expositora no painel "Centros <strong>de</strong> Atenção Psicossocial(CAPS), Hospital - Dia eUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Internação em Hospital Geral, durante a IV Jornada Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong>Psiquiatria Clínica, em Fortaleza-Cfí, em maio <strong>de</strong> 1998.6 - Conferencista da I Jornada <strong>de</strong> Psiquiatria para o Clínico, com abordagem do tema"Emergências Psiquiátricas", em setembro <strong>de</strong> 1998, em Fortaleza - CE.7 - Comentadora da mesa redonda 'Psicofarmacoterapia para Clínicos", com o temaTranstornos Psicóticos, no XlV Outubro Médico, em Fortaleza, outubro <strong>de</strong> 1998.L8 - Expositora do Módulo Teórico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do curso <strong>de</strong> Especialização emSaú<strong>de</strong> da Família, oferecido pela Escola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública do Ceará, em Fortaleza ­CE, em novembro <strong>de</strong> 1998.---------_.__.-_._-------_._------


':.,'17tQc:; a ":l O ?- .. ---~._- PAG:::2E'• •,000059'g,..9 - Relatara do tema "Princípios Fundamentais <strong>de</strong> Organização dos CAPS, Normas eRegimentações Governamentais", no II Encontro sobre Mo<strong>de</strong>los Assistenciais emSaú<strong>de</strong> Mental do Ceará, em Fortaleza, novembro <strong>de</strong> 1998.10 - Facilitadora da Oficina "Saú<strong>de</strong> Mental na Atenção Básica", realizada em julho<strong>de</strong> 2000, em Crateús-CE, tendo como público alvo os profissionais do ProgramaSaú<strong>de</strong> da Familia (PSF) daquele município.ll- Facilitadora da Oficina sobre Cuidados Primários em Saú<strong>de</strong> Mental no ProgramaSaú<strong>de</strong> da Família, tendo como público alvo os profissionais do programa saú<strong>de</strong> dafamília (PSF) da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Morada Nova, em fevereiro <strong>de</strong> 2001, em Morada Nova­CE12 - Expositora na Mesa Redonda "Dependência Química no PSF", no III EncontroEstadual do Programa Saú<strong>de</strong> da Família, em abril <strong>de</strong> 2001.13 - Expositora na mesa redonda "Saú<strong>de</strong> Mental em Saú<strong>de</strong> Pública", na I Conferência<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da 7!! Microrregião <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, realizada em Aracati, em 01 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 2001.14. Expositora no painel "Saú<strong>de</strong> Mental na Atenção Básica", da III ConferênciaNacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, realizado em Brasília, em 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001.15· Expositora na mesa r edonda V iolência Psiquiátrica e Direitos <strong>Humanos</strong>, n o IIICongresso Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Psicologia, realizado em João Pessoa-P'B, <strong>de</strong> 27 a 31 <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 2003, com o tema: Lembra da Violência que matou Damião em Sobral-CE,no hospício que foi fechado sem punição aos culpados? Ela continua a mesma, matouo Sandra em um hospicio em Caicó-RN!'•16- Palestrante no m Seminário Temático" Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania: Questõesdos Nossos Dias", promovido pelo Laboratório <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, Cidadania e,Etica e pelo Curso <strong>de</strong> Serviço Social da Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará, abordando otema A Reforma Psiquiátrica e os CAPS, em Fortaleza, em 18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003,17- Conferencista no I Seminário sobre Internação Psiquiátrica e Cidadania do Ceará,realizado em Fortaleza <strong>de</strong> 12 a 13 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2003, promovido pela Promotoria<strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Defesa da Saú<strong>de</strong> Pública, Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e SecretariaMunicipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com abordagem do tema "Direitos das Pessoas com TranstornosMentais"., ,IX - EXPERlÍ:NCIA PROFISSIONAL E ATIVIDADES EM GERALREALIZADAS NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO1 - Médica Resi<strong>de</strong>nte do Hospital <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Messejana <strong>de</strong> 1993 a 1996, emFortaleza-Ce,2 - Médica Plantonista do Hospital Mira Y Lopez, especializado em psiquiatria.Fortaleza -Ce, <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1995 a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1995.,.. ..,.......3 - Psiquiatra do Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial (CAPS) <strong>de</strong> Iguatú-Ce, <strong>de</strong> março aoutubro <strong>de</strong> 1996.'J- O1J.\.__ .•..' __,_. .• ~_~"_'__W_'='_tL.._·__~__, ,_,. -............~~._._._:.-------_._._----_.----------------


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ustfç(1obal\Vww,dorJl.org.rl·Oficio JG/RJ nO 040/04RECEIVED200_ MAR -8 P I: Sl/Sc;iACHR/C10Hfiliado àf idl10000602Rio <strong>de</strong> Janeiro, 27 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004•Sr. Santiago A. CantonSecretário ExecutivoComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>1889 F Street, NW Washington, D.e. 20006Estados Unidos da AméricaVia Fax: 001-202-458-3992"..... . ..____~. e.,· __"'""'"-'. .,,..


, ,.,OOOú603•I) Posição dos peticionáriosOs peticionários reputam extremamente importante o envio do caso para a <strong>Corte</strong>lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, uma vez que o Estado brasileiro, apesar <strong>de</strong> poucas eeventuais ações pertinentes ao caso, não cumpriu com as três recomendações -<strong>de</strong>staHonorável Comissão, no relatório encaminhado ao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>2003 e transmitido, em parte, ao Centro <strong>de</strong> Justiça Global, em IS <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004 2 , as• •quais sejam:1. Realizar uma investigação completa, imparcial e efetiva dos fatos relacionados com•a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes ocorrida na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em 4<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999. Tal investigação <strong>de</strong>ve ser conduzida <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>terminar aresponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os responsáveis, sejam essas responsabilida<strong>de</strong>s por oçãoou por omissão, e a punição efetiva dos responsáveis.2. Reparar a<strong>de</strong>quadamente os familiares <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes pelas violações<strong>de</strong> direitos humanos estabelecidas no presente relatório, incluindo o pagamentoefetivo <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>nização.3. Adotar as medidas necessárias para evitar que ocorramfatos similares no futuro.•Concretamente, até a presente data, ou seja, mais <strong>de</strong> quatro anos após a morte <strong>de</strong> Damião'Ximenes Lopes:•I. O processo criminal encontra-se concluso para julgamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2S <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>2003, os autos do processo permanecem constantemente fora da Vara 'Criminal,sendo que o juiz os levou para sua residência e não houve qualquer manifestação noprocesso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então. Ninguém foiindiciado nem <strong>de</strong>nunciado pelo crime <strong>de</strong>homicidio doloso, apesar das fartas provas da violência e cruelda<strong>de</strong> quecaraterizaram a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes;•z Os peticionários, conforme exigido na mesma comunicação, respeitam a confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> do referidorelatório. No entanto, faz-se necessário, na presente comunicação, exclusivamente encaminhada a estaHonorável Comissão, citar o relatório, assim como as suas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> fato e recomendações par apo<strong>de</strong>rmelhor respon<strong>de</strong>r o pedido <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003.2._._--._._'...-,--~-~._"-~----..,-, - .~. - - .~_.-...


•00006042. Não foi paga qualquer in<strong>de</strong>nização aos familiares da vítima;•3. Não foram tomadas medidas efetivas no sentido <strong>de</strong> garantir que a violênciapraticada <strong>de</strong>ntro das instituições psiquiátricas não fiquem impunes- quais sejam areestruturação da re<strong>de</strong> manicomial e a reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial e oferta<strong>de</strong> serviços substitutivos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que promovam a saú<strong>de</strong> mental -e para evitarque fatos similares voltem a acontecer.A<strong>de</strong>mais, como exporemos a seguir, a circunstância da morte <strong>de</strong> Damião Ximenes é <strong>de</strong>particular gravida<strong>de</strong> uma vez que pessoas com <strong>de</strong>ficiência mental se encontram-em situação<strong>de</strong> especial vulnerabilida<strong>de</strong>.• 2) Natureza e gravida<strong>de</strong> da violaçãoComo foi assinalado pela Comissão no relatório encaminhado ao Estado em 31<strong>de</strong><strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003,"o direito à vida é um direito humano fundamental, pois 'senão for respeitado. todos os direitos carecem <strong>de</strong> sentido.Devido ao caráter fundamental do direito à vida, não sãoadmissíveis enfoques restritivos ao mesmo. lsto é, o direitofundamental à vida compreen<strong>de</strong>, não somente o direito <strong>de</strong>todo ser humano <strong>de</strong> não serprivado da vida arbitrariamente.mas também o direito a que não lhe seja impedido o acessoàs condições que lhe garantam uma existência digna .. 3 ••Ficou claro que no presente caso que o Estado brasileiro violou, entre outros direitos, odireito mais importante que existe.•) Comissão LD.H., Relatório encaminhado ao Estado brasileiro em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003 e transmitido aospeticionários em 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004. citando a <strong>Corte</strong> LD.H., Caso Villagrán Morales e Outros ( "Meninosda Rua"). sentença <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, para. 144 ("EI <strong>de</strong>recho a la vida es un <strong>de</strong>recho humanofundamental, cuyo goce es un prerrequisito para el disfrute <strong>de</strong> todos los <strong>de</strong>más <strong>de</strong>rechos humanos. De no serrespetado, todos los <strong>de</strong>rechos carecen <strong>de</strong> sentido. En razón <strong>de</strong>i carácter fundamental <strong>de</strong>I <strong>de</strong>recho a la vida, noson admisibles enfoques restrictivos <strong>de</strong>I mismo. En esencia, el <strong>de</strong>recho fundamental a la vida cornpren<strong>de</strong>, nosólo el <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> todo ser humano <strong>de</strong> no ser privado <strong>de</strong> la vida arbitrariamente, sino también el <strong>de</strong>recho aque no se le impida el acceso a las condiciones que le garanticen una existencia digna").3-_.....__._..._,_" ... ~


•, . ,.0000605• ".0>'


•0000606internacional. De fato, conforme opinou esta Honorável Comissão, o Estado brasileiro tem•que ser consi<strong>de</strong>rado responsável direto, por ação, pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes.Segundo o nosso entendimento, a consi<strong>de</strong>ração da <strong>Corte</strong> nesse sentido enriqueceria ajurisprudência do Sistema, <strong>de</strong>senvolvendo a questão acerca da responsabilida<strong>de</strong> do Estadopor conduta positiva (ação) através <strong>de</strong> atos <strong>de</strong> terceiros, e não apenas por conduta negativa(omissão) como, por exemplo, nas hipóteses <strong>de</strong> não prevenção ou não investigação dasviolações cometidas por terceiros.Neste caso, o Estado é responsável por ação, uma vez que a entida<strong>de</strong> privada atuava na,qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agente do Estado. Consi<strong>de</strong>ramos igualmente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no•<strong>de</strong>senvolvimento do Sistema, a <strong>de</strong>finição acercado conceito <strong>de</strong> agente <strong>de</strong> Estado. "Segundo,princípios <strong>de</strong> Direito Internacional, o Estado respon<strong>de</strong> pelos atos <strong>de</strong> seus agentes realizadossob o amparo <strong>de</strong> seu caráter oficial e pelas omissões dos mesmos quando atuem fora doslimites <strong>de</strong> sua competência ou em violação ao direito interno. Contudo, segundo o caso <strong>de</strong>Damião Ximenes procuramos estabelecer a responsabilida<strong>de</strong> por ação do Estado brasileiroatravés <strong>de</strong> atos cometidos por terceiros sem o manto da oficialida<strong>de</strong>.Faz-se necessário que a jurisprudência no Sistema evolua no sentido <strong>de</strong> que outros atores"privados" possam acarretar a responsabilida<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> maneira direta, contemplandoo fenômeno cada vez mais freqüente <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s privadas que exercem atribuições dopo<strong>de</strong>r público em lugar dos órgãos oficiais do Estado.•4) Efeito eventual da <strong>de</strong>cisão nos or<strong>de</strong>namentos juridicos dos Estados membrosNão obstante a existência <strong>de</strong> normas particulares <strong>de</strong> cada Estado membro pertinentes aodireito administrativo no âmbito interno, acreditamos que a existência <strong>de</strong> umajurisprudência da <strong>Corte</strong> a respeito da relação do Estado com uma entida<strong>de</strong> particular e arespectiva implicação na responsabilida<strong>de</strong> internacional daquele, forneça um paradigma naorientação dos Estados membros a respeito das relações estabelecidas e atribuições dopo<strong>de</strong>r público transferidos a entes privados.•5>_" • " ,.~ to!


, ,0000607 •• ,•.. • Este esclarecimento jurispru<strong>de</strong>ncial se reveste <strong>de</strong> maior importância no contexto brasileiro,•como exporemos a seguir.o artigo 196 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral brasileira celebra que "a saú<strong>de</strong> é um direito <strong>de</strong> todos eum <strong>de</strong>ver do Estado", tendo este assumido constitucionalmente como politica pública oacesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperaçãoda saú<strong>de</strong> dos indivíduos sujeitos à sua jurisdição, seja <strong>de</strong> forma direta ou através <strong>de</strong>terceiros.Ainda, <strong>de</strong> acordo com a lei do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> {SUS)5, os Municípiostêm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> celebrar contratos com instituições privadas, bem como o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>•controlar a execução dos mesmos" enquanto cabe à Uníão "controlar os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>estaduais e municipais.. 7 •No entanto, ocorre o fato, extremamente grave e preocupante, que ao celebrar convênios oucontratos públicos com instituições privadas para que as mesmas prestem serviços <strong>de</strong>assistência à saú<strong>de</strong> em nome e por conta do Estado, este <strong>de</strong>stina recursos públicos a estas,entida<strong>de</strong>s, sem a subseqüente vistoria e fiscalização dos serviços prestados em seu nome, oque seria seu <strong>de</strong>ver legal. Dessa forma, muitas vezes, acaba por financiar verda<strong>de</strong>irasinstituições <strong>de</strong> extermínio. A morte <strong>de</strong> Damião Ximenes po<strong>de</strong>ria ser evitada se o Estado•fiscalizasse <strong>de</strong> forma séria, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e regular os serviços prestados pela Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes e o tipo <strong>de</strong> atendimento oferecido por esta aos seus internos.•5) Qualida<strong>de</strong> das provas disponíveisAs provas disponíveis concernentes ao caso são fartas e substanciais. Não obstante asprovas documentais essenciais encaminhadas à Comissão, possuímos um dossiê completosobre o caso, elaborado pela Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativa do•, Lei n" 8080, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990.o Lei 8.080, "Art, 18. X - Cabe à direcao municipal do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS celebrar contratos ouconvênios com entida<strong>de</strong>s prestadoras <strong>de</strong> servicos privados <strong>de</strong> sau<strong>de</strong>, bem como controlar e avaliar suaexecucão."7 l<strong>de</strong>m., Art, 16 (iii).6- "._ .'.-_0 •• _ ..._. .. _.. _ ...._~....... __~_._._.,_ __ ~ .-... ... • ._.. ,__• ... _ •••-0 •• _


•0000608- ' .... ~Ceará, abordando todas as <strong>de</strong>núncias realizadas por Irene Ximenes Lopes <strong>de</strong> Miranda <strong>de</strong>s<strong>de</strong>•a data da morte <strong>de</strong> Damião Ximenes.As provas testemunhais são igualmente contun<strong>de</strong>ntes. Francisco <strong>de</strong> Chagas Melo, exinternoda Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, po<strong>de</strong>rá prestar <strong>de</strong>poimento bastante ilustrativo emrelação à violência exercida contra os pacientes nesta instituição. O <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral JoãoAlfredo Teles, ex-presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativado Ceará também po<strong>de</strong>rá prestar um testemunho consistente a respeito da situação da Casa<strong>de</strong> Repouso Guararapes. E Irene Ximenes, irmã da vítima, possui profundo conhecimentodo caso em tela, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a internação <strong>de</strong> Damião Ximenes, e po<strong>de</strong>rá testemunhar claramente•acerca <strong>de</strong> todos os fatos que envolveram o caso.A Dra. Lídia Dias Costa, médica psiquiatra, acompanhou o caso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio e po<strong>de</strong>rádiscorrer tecnicamente a respeito dos fatos como perita médica.b) Os dados da vítima:•NOME: Damião Ximenes LopesFILIAÇÃO: Francisco Leopoldino Lopes e Albertina Ximenes LopesDATA DE NASCIMENTO: 25/06/1969NATURALlDADE: Santa Quitéria/CearáNACIONALIDADE: Brasileiro• GRAU DE INSTRUÇÃO: 1° grauDIAGNOSTICO: EsquizofreniaDATA DE INTERNAÇÃO NO SISTEMA úNICO DE SAÚDE- SUS: 01/10/1999•LOCAL DO OBITO: Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, município <strong>de</strong> Sobral, estado do CearáDATA DO ÓBITO: 04/10/1999c) Procuração que comprova a qualida<strong>de</strong> do Centro <strong>de</strong> Justiça Global <strong>de</strong>representante da vítima: veja anexo (01)•7_s _, "O_O ii ~_.' mo" .. 'r ........ ., '. I .. _- -............_....._..._-------


•..•C000609,..•d) o rol <strong>de</strong> testemunhas com os respectivos en<strong>de</strong>reços para notificação e a indicaçãodo perito médico com o respectivo currículo profissional: veja anexo (02)e) Em relação às pretensões quanto a reparações e custas os peticionáriosconsi<strong>de</strong>ramos imprescindivel que:•1. Seja realizada uma investigação séria, imparcial e efetiva dos fatos relacionados àmorte <strong>de</strong> Damião Ximenes, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos osenvolvidos no crime, seja por ação ou omissão, e que os responsáveis sejamefetivamente punidos, e que seja garantida a ocorrência <strong>de</strong> investigação isenta,rápida e eficaz a todo ato <strong>de</strong> violência e atentado aos direitos das pessoas usuárias<strong>de</strong> qualquer serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, com notificação obrigatória da ocorrência dosmesmos às autorida<strong>de</strong>s sanitárias e com total proteção, por parte do Estado, àspessoas <strong>de</strong>nunciantes <strong>de</strong>sses crimes;-2. Seja concedida reparação a<strong>de</strong>quada e imediata aos familiares <strong>de</strong> Damião XimenesLopes pelas violações <strong>de</strong> direitos humanos cometidas contra a vítima, a título <strong>de</strong>•in<strong>de</strong>nização, <strong>de</strong> valor significativo;3. Sejam adotadas medidas cabíveis com o fito <strong>de</strong> prevenir que ocorram fatos similares•em outras instituições psiquiátricas, tais quais o comprometimento do Estado emcumprir efetiva e integralmente o que <strong>de</strong>termina a lei nO 8.080 na sua totalida<strong>de</strong>;especialmente no seu <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> avaliar e controlar a execução dos serviços prestadospelas entida<strong>de</strong>s privadas contratadas ou conveniadas, que <strong>de</strong>vem seguir estritamente, ,•os padrões internacionais estabelecidos a respeíto da conduta que se <strong>de</strong>ve seguirperante um paciente com doença mental, com remessa <strong>de</strong> relatórios regulares a estaHonorável Comissão a respeito das fiscalizações efetuadas;4. Seja cumprida a lei fe<strong>de</strong>ral 10.216/01 em sua totalida<strong>de</strong>, com ênfase naregulamentação imediata do artigo 4°, parágrafo 3°, no que se refere à caracterizaçãodo que sejam instituições asilares que não garantem o respeito aos direitos daspessoas internadas, on<strong>de</strong> a lei proíbe que sejam feitas internações, e que sejaenfatizada a <strong>de</strong>fesa da regulamentação imediata do artigo IOda referida lei, que•8---------_.__ ••.-_.---. --~- .• I


•00;)0610',,--" '-,manda a comunicação obrigatória às famílias e às autorida<strong>de</strong>s sanitárias, em um•máximo <strong>de</strong> 24 horas, da ocorrência <strong>de</strong> fatos como evasão, transferência, aci<strong>de</strong>nte,5. Seja exigida maior rigor, por parte do governo brasileiro, nos critérios <strong>de</strong> avaliaçãodos serviços hospitalares ainda existentes, quando da realização <strong>de</strong> avaliações dofuncionamento <strong>de</strong>stas instituições, assim como na investigação das alegações <strong>de</strong>abusos nos centros <strong>de</strong> internação psiquiátrica.Estamos à disposição para maiores esclarecimentos, aproveitando a oportunida<strong>de</strong> pararenovar-lhe os protestos da nossa distinta consi<strong>de</strong>ração.•Atenciosamente,•ames CavallaroCentro <strong>de</strong> Justiça GlobalEmily SafferV1.. XLVI u.'J ? ....J Y\.P.-1· ./U~Irene Ximenes LopesirandaRepresentante da família da vítima••9'_0_'•........ •,...•..9 o- _ .. '" lO .. lU' ." ---------_.-,.-._------------to-'"•-._ ..... .. -o.


••0000611~ •ANEXO 01•••,•- •--.-..__ , ...... ..... _d" ., _ _P. • "-- - ······•·__Od_.. ~'".__~T"·-· -.-- _.


..""'-..0000612PROCURAÇÃO•IRENE XIMENES LOPES MIRANDA, bras., casada, resi<strong>de</strong>nte à Rua PadreAngelim, N° 168, Centro, Município <strong>de</strong> Ipueiras, Estado do Ceará, Brasil, CEP N°62230-000, pelo presente instrumento <strong>de</strong> procuração ao final assinada, nomeiae constitui sua bastantesprocuradora a JUSTIÇA GLOBAL, na pessoa da or-.Emily Schaffer J com en<strong>de</strong>reço a Av. nossa senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ Brasil, CEP N° 22{)20-00060 {55-21) 2547-7391 E-mailglobal@global.org.br, A quem confere amplos e Himitados po<strong>de</strong>res, para o fOlOem geral, com a cláusula "ad-judicia" a fim <strong>de</strong> que agindo em conjuntoouseparadamente possam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses da outorgante perante qualquerjuizo, instância ou tribunal, repartição pública, autarquia ou entida<strong>de</strong> paraestatal,propondo ação competente em quea outorgante seja autora ou reclamante, e<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-os Quando for réu, interessado ou requerido, po<strong>de</strong>ndo JeClamar,conciliar, <strong>de</strong>sistir, transigir, fazer acordo, recorrer, confessar, bem comosubstabelecer a presente, com ou sem reservas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res, se assim lhe convier,e praticando todos os atos necessários para o bom, firme e valioso. Outorgatambém a outorgante amplos e especiais po<strong>de</strong>res a outorgada pararepresenta-la junto a Comissão Interarnericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> daOrganização dos Estados Americanos (OEA) em face do processo <strong>de</strong> Petição•W12.237 - Brasil, <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes. Ficando assim, anulado oconteúdo <strong>de</strong> proour~s anteriores.lpuelras-Çeará-Brasâ, 17 <strong>de</strong> ftV'reiro <strong>de</strong> 2004rene• •7.... .-••- . ------.._........._. "" • ~'.II ...._ -~ - - .


..0000613•..•ANEXO 02••.-•_.~.~____ •• . .


0000614ROL DE TESTEMUNHAS•Irene Ximenes Lopes <strong>de</strong> MirandaEn<strong>de</strong>reço: Rua Padre Angelim, n" 168Centro - Ipueiras/CE BRASiLCEP: 62.230-000Deputado Fe<strong>de</strong>ral João Alfredo TelesEn<strong>de</strong>reço: Praça dos Três Po<strong>de</strong>res - Câmara dos DeputadosAnexo III - Gabinete 566 Brasília/DF BRASIL,CEP: 70.160-900,.,l''''';',Francisco das Chagas Melo•En<strong>de</strong>reço: Rua Coronel José Pompeu, n° 383Centro - IpueiraslCE BRASILCEP: 62230-000•PERITO MEDICOOra, Lídia Dias CostasEn<strong>de</strong>reço: Rua Rocha Lima -12901 apto. 503Joaquim Tavora - Fortaleza/CECEP: 60.135-000. , - - ~.._-'---------...•.._-.._---------_.._--


'.•CURRICULUM VITAE00006151- DADOS PESSOAIS•NOME: LÍDIA DIAS COSTADATA DO NASCIMENTO: 02.01.67NATURALIDADE: CarolinaIMAATIVIDADE PROFISSIONAL: MédicaESTADO CIVIL: SolteiraENDEREÇO RESIDENCIAL: Rua Rocha Lima 1290, apto. 503CEP: 60135-000 - Fortaleza-CêCONTATOS: Residência 005585- 224-6478Celular:OO 55 85-91153494Trabalho: 88-446-2450/446-2439II - DOCUMENTOS PESSOAIS-Diploma <strong>de</strong> Graduação em Medicinaregistro: 43421livro: gcf: - 56folha: 164processo: 10077/93 - data:25.l1.93- Inscrição no Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina do Ceará (CREMEC)- n Jl 5839•- Certificado <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong> Qualificação <strong>de</strong> Especialista em Psiquiatrialivro 03; folhas 12; n..Q 1530•- Diploma <strong>de</strong> Mestre em Saú<strong>de</strong> Públicaregistro: 402Iivro:03folha 001processo:013/2003 prpgpq - 14/04/03III - FORMAÇÃO PROFISSIONALGraduação e Pós-Graduação:I - Médica graduada em Medicina pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral doCeará, curso concluído em outubro/93.2 - Especialista em Psiquiatria, com título <strong>de</strong> especialização empsiquiatria obtido por residência médica concursada, junto ao Hospital<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Messejana- Fortaleza/Cê, concluída em 15.08.96..-•3 - Mestre em Saú<strong>de</strong> Pública, com curso <strong>de</strong> mestrado acadêmicorealizado junto à Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará - concluído emmarço <strong>de</strong> 2002, com área <strong>de</strong> concentração Políticas Públicas e teseintitulada "Saú<strong>de</strong> Mental na Atenção Básica: A Realida<strong>de</strong> do Cotidianodo Programa Saú<strong>de</strong> da Família do Ceará".---,•..- ......_.~.__..... ~ .. lO ........... __...,. -tI_.._...,.._.. ... .__--- _.. ___~


-IV - TRABALHOS CIENTÍFICOS REALIZADOS 0000616.~.•I. Pseudoxantoma Elástico - Relato <strong>de</strong> um caso.Apresentado no IX Outubro Médico na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> co-autora, em outubro <strong>de</strong> 1993,na Cida<strong>de</strong> Fortaleza-Ce.2. Parto Abdominal - Análise <strong>de</strong> 657 casos.Apresentado no IX Outubro Médico na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> co-autora, em outubro <strong>de</strong> 1993,na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza-Ce.3. A Prescrição <strong>de</strong> Medicamentos em Psiquiatria por Médicos Resi<strong>de</strong>ntes ­Apresentado no XXXI Congresso Anual do Centro Médico Cearense e XII CongressoCearense do Médico Interiorano, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> co-autora em outubro <strong>de</strong> 1994 emFortaleza-Ceará.4. Pesquisa sobre a Incidência <strong>de</strong> Distúrbios Psiquiátricos no Puerpério pela Escola <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Pública do Ceará - 19965. Pesquisa sobre "O Desempenho do SUS no quadriênio 95-98 nos Internamentos emPsiquiatria no Ceará";6. Co-autoria <strong>de</strong> Capítulo "Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial <strong>de</strong> Aracati/CE - A Brisaque veio <strong>de</strong> Sertão", do livro SAÚDE MENTAL E SAÚDE PÚBLICA: Interfaces <strong>de</strong>Teoria, Prática, Ética e Cidadania. Editora INESP, Fortaleza, 1999.•7. Trabalho Científico apresentado no IX Encontro <strong>de</strong> Iniciação Científica, durante aV Semana Universitária da UECE - <strong>de</strong> 20 a 24 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2000, em Fortaleza­CE, com o título "Impacto do Projeto terapêutico do Centro <strong>de</strong> Atenção Psícossocialnos internamentos psiquiátricos <strong>de</strong> moradores <strong>de</strong> Aracati"8. Trabalho Científico apresentado no IX Encontro <strong>de</strong> Iniciação Científica, durante aV Semana Universitária da UECE - <strong>de</strong> 20 a 24 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2000, em Fortaleza­CE, com o título "Mortalida<strong>de</strong> psiquiátrica hospitalar no triênio 97/99 no Ceará"V - ESTÁGIOS E CURSOS REALIZADOS•1. Estágio voluntário no Centro <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas da Infância eAdolescência(CEAPIA) durante os meses <strong>de</strong> abril e maio <strong>de</strong> 1996,acompanhando os seminários teóricos semanais do 3° ano do Curso <strong>de</strong>Formação em Terapia <strong>de</strong> Família e Casal - Em Porto Alegre-RS.2. Estágio voluntário no Serviço <strong>de</strong> Psiquiatria do Hospital das Clínicas <strong>de</strong> PortoAlegre, <strong>de</strong> 08.04.96 a 07.06.96, realizando ativida<strong>de</strong>s em lnterconsultaPsiquiátrica, Psiquiatria Infantil, Emergência Psiquiátrica e Psiquiatria <strong>de</strong>Adultos.3. II Curso <strong>de</strong> Emergências Médicas, realizado <strong>de</strong> 04 a 07 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1987, nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza-Ce.4. Tratamento para os Depen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Substâncias Psicoativas realizado naEscola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública do Ceará, <strong>de</strong> 29 a 30 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1994, emFortaleza-Ce.S. Atualida<strong>de</strong>s em Psicofarmacoterapia, durante a XVII Jornada Cearense <strong>de</strong>Psiquiatria, em Fortaleza-Ce, novembro <strong>de</strong> 1994.. .. I... .~".-0-' ••.__ ~__• _"'_'.'._'_'~__'T_l"_' _..._ ....-......_.--,..._...._._._----~-~--~._---------------------


-,..,,,..... '••ooo06'176. Abordagem das Crises Psiquiátricas em Hospital Geral realizado durante aXVIII Jornada Cearense <strong>de</strong> Psiquiatria e XV Jornada Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong>Psiquiatria <strong>de</strong> 17 a 19 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1995, em Fortaleza-Ceará.7. Distúrbios Psicóticos: Diagnóstico e Tratamento <strong>de</strong> 16 a 17 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>1995, em Fortaleza-Ce.8. Atualida<strong>de</strong>s na Conceituação das Psicoses, realizado durante o V CongressoBrasileiro <strong>de</strong> Psiquiatria Clínica, <strong>de</strong> 24 a 26 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1995, em Recife-Pe.-VI - PARTICIPAÇAO EM EVENTOS DE APRIMORAMENTOPROFISSIONAL1 - Encontrista do XIX Encontro Científico dos Estudantes <strong>de</strong> Medicina do Brasil,Realizado em Belo Horizonte - MG, em julho <strong>de</strong> 1988.2 - Participante da Campanha S.O.S. Transplante, realizada pelo Centro <strong>de</strong> Pesquisaem Doenças Hepato-Renais da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará.em março <strong>de</strong> 1989.3 - Participante da 41". Reunião Anual da Socieda<strong>de</strong> Brasileira para o Progresso daCiência - SPBC, em julho <strong>de</strong> 1989, em Fortaleza-CE.4 - Participante do I Seminário Nacional <strong>de</strong> Ensino Médico e Frente <strong>de</strong> Trabalho,realizado em Botucatu - SP, em novembro <strong>de</strong> 1990.o.5 - Participante do XXI Encontro Científico dos Estudantes <strong>de</strong> Medicina, em Belém­PA,julho <strong>de</strong> 19916 - Membro da Comissão Organizadora do XXIII Encontro Científico 'CIos Estudantes<strong>de</strong> Medicina do Brasil, realizado em agosto <strong>de</strong> 1993, em Fortaleza-CE.•7 - Congressista do IX Outubro Médico em Fortaleza, Outubro <strong>de</strong> 1993, incluindo:XXX Congresso Anual do Centro Médico Cearense.XI Congresso Cearense do Médico lnteriorano.8 - Participante do V Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Psiquiatria Clínica, realizado em Recife- PE, <strong>de</strong> 24 a 26 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1995.9 - Participante do Simpósio sobre Distúrbios <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> Diagnóstico eTratamento, realizado no período <strong>de</strong> 22 a 23 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1995, Fortaleza - CE.10 - Participante da XV Jornada Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Psiquiatria., realizada no período<strong>de</strong> 17 a 19 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1995.J1- Participante do IX Ciclo <strong>de</strong> Avanços em Clínica Psiquiátrica, realizado <strong>de</strong> )9 a 20<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> )996 em Porto Alegre -RS.)2- Participante do I Simpósio do Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial (CAPS) <strong>de</strong>Canindé-CE, em agosto <strong>de</strong> 1996.•13- Membro da Comissão Organizadora do I Ciclo <strong>de</strong> Debates em Saú<strong>de</strong> Mental daCosta Leste e Baixo Jaguaribe do Ceará


, .~"'""0000618•.. Estratégias <strong>de</strong> Reabilitação Psicossocial no Ambito dos Sistemas Locais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>",Aracati, agosto <strong>de</strong> 1997.14 - Participante do 11 Simpósio do Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial(CAPS) <strong>de</strong>• Canindé-Ce, em Agosto <strong>de</strong> 1997.15 - Participante do I Encontro Nacional <strong>de</strong> CAPS/NAPS, Hospitais - Dia e OficinaTerapêuticas em Recife-Pe, em outubro <strong>de</strong> 1997.16 - Participante da XX Jornada Cearense <strong>de</strong> Psiquiatria: "Alternativas Assistenciaisem Saú<strong>de</strong> Mental", em Fortaleza, <strong>de</strong> 17 a 20 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 199717 - Participante do I Encontro Nacional e II Encontro Nor<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> CAPS/NAPS,Hospitais -Dia e Oficinas Terapêuticas, <strong>de</strong> 02 a 04 <strong>de</strong> outubro, em Recife-PE18 - Participante da I Jornada <strong>de</strong> Clínica Médica da Região Jaguaribana, em outubro<strong>de</strong> 1997, em Aracati-Ce.,19 - Membro da Comissão Organizadora do I Fórum Jaguaribano <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública,em 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998, em Aracati - CE.20 - Participante do 11 Encontro sobre Mo<strong>de</strong>los Assistenciais em Saú<strong>de</strong> Mental doCeará, em 25 e 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998.21 - I Semana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e Cidadania: Desemprego e Saú<strong>de</strong> Mental, <strong>de</strong> 18 a 19<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000, em Fortaleza-CE•22- Semana da Luta Antimanicomial e I Seminário <strong>de</strong> Ressocialização dos portadores<strong>de</strong> Transtornos Mentais e I Feira Cearense <strong>de</strong> Experiências e ProduçõesAntimanicomiais, em Fortaleza <strong>de</strong> 15 a 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2001.23 - Encontro Estadual <strong>de</strong> Entida<strong>de</strong>s Que Aten<strong>de</strong>m Usuários <strong>de</strong> Drogas no Ceará, emFortaleza <strong>de</strong> 19 e 20 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2001.24- Conferência Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Aracati, em Aracati-CE, em 31 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 200I.25 - I Conferência Microrregional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental: Cuidar Sim, Excluir, Não:Efetivando a Reforma Psiquiátrica com Acesso, Qualida<strong>de</strong>, Humanização e ControleSocial, em 05 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2001, em Aracati-CE.26 - 11 Conferência <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Ceará, em 13 e 14 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2001, emFortaleza-CE.27- III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, em Brasília, <strong>de</strong> 11 a 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2001.•28- I Seminário <strong>de</strong> Sensibilização e prevenção da violência ao uso <strong>de</strong> Drogas doProjeto Amor à Vida, em 07 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002.29 - Participante da Jornada Científica comemorativa do X Aniversário DO CAPS <strong>de</strong>Canindé-CE, em 28 e 29 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Canindé-CE.- "'~._,------_.-'~ -'- ~-------------_..__..__.-__'m


••"....30 - Participante do I Seminário Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e Direitos <strong>Humanos</strong>,realizado em Fortaleza, em 26 e 27 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003, como membro da ComissãoOrganizadora.•31 - Participante da II Conferência Internacional <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, realizada emTeresina-PI, promovida pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral da OAB, OAB-Secção PI, Prefeitura<strong>de</strong> Teresina e Governo do Piauí.32- Participante da IV Conferência Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, realizada em Fortaleza, <strong>de</strong> 28 a31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, como <strong>de</strong>legada convidada pelo Conselho Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,representando o Movimento da Luta Antimanicomial.33 - Participante da XI Jornada Quixadaense <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e Cidadania e do I•Colóquio Internacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Semi-Arido, realizados em Quixadá-CE,<strong>de</strong> 4 a 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003.VII- PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS COMO PALESTRANTE OUEXPOSITORAI - Secretária da' Mesa Redonda: "Reforma Psiquiátrica do Ceará; Avanços eDesafios", durante a XX Jornada Cearense <strong>de</strong> Psiquiatria - Alternativas Assistenciaisem Saú<strong>de</strong> Mental, em Fortaleza-Ce, setembro <strong>de</strong> 1997...,""'.....•2 - Expositora dos temas "Emergências Psiquiátricas, Esquizofrenia, TranstornosSomatofonnes, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Bulimia e Anorexia Nervosa,Interações Medicamentosas e Noções Básicas <strong>de</strong> Psicopatologia", durante o I Curso<strong>de</strong> Capacitação em Saú<strong>de</strong> Mental, <strong>de</strong>stinado a profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> nívelsuperior, realizado <strong>de</strong> setembro a novembro <strong>de</strong> 1997, em Aracati - CE.•3 - Monitora do Módulo Prático <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do curso <strong>de</strong> Especialização emSaú<strong>de</strong> da Família, oferecido pela Escola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública do Ceará, realizado noCAPS <strong>de</strong> Aracati - CE, em novembro <strong>de</strong> 1997., ,4 - Relatora da mesa redonda "Os CAPS no Ceará - Relato <strong>de</strong> Experiências", no ISeminário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental em Saú<strong>de</strong> Pública: Política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental para oMunicipio <strong>de</strong> Sobral, em 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1998, em Sobral - CE.5 - Expositora no painel "Centros <strong>de</strong> Atenção Psicossocial(CAPS), Hospital - Día eUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Internação em Hospital Geral, durante a IV Jornada Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong>Psiquiatria Clínica, em Fortaleza-CE, em maio <strong>de</strong> 1998.6 - Conferencista da I Jornada <strong>de</strong> Psiquiatria para o Clínico, com abordagem do tema"Emergências Psiquiátricas". em setembro <strong>de</strong> 1998,em Fortaleza - CE.7 - Comentadora da mesa redonda 'Psicofarmacoterapia para Clínicos", com o temaTranstornos Psicóticos, no XIV Outubro Médico, em Fortaleza. outubro <strong>de</strong> 1998.•8 - Expositora do Módulo Teórico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do curso <strong>de</strong> Especialização emSaú<strong>de</strong> da Família, oferecido pela Escola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública do Ceará, em Fortaleza ­CE. em novembro <strong>de</strong> 1998... .• I"~ I I .ar ..... _~__ _ _.= . '" . ........ _..... n-........_._._------_.'--- ,'.....---_.,----_.._---_._------


.,' -; I00006209 - Relatora do lema "Princípios Fundamentais <strong>de</strong> Organização dos CAPS, Normas eRegimentações Governamentais", no II Encontro sobre Mo<strong>de</strong>los Assistenciais emSaú<strong>de</strong> Mental do Ceará, em Fortaleza, novembro <strong>de</strong> 1998.•10 - Facilitadora da Oficina "Saú<strong>de</strong> Mental na Atenção Básica", realizada em julho<strong>de</strong> 2000, em Crateús-CE, tendo como público alvo os profissionais do ProgramaSaú<strong>de</strong> da Família (PSF) daquele município.11- Facilitadora da Oficina sobre Cuidados Primários em Saú<strong>de</strong> Mental no ProgramaSaú<strong>de</strong> da Família, tendo como público alvo os profissionais do programa saú<strong>de</strong> dafamília (PSF) da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Morada Nova, em fevereiro <strong>de</strong> 2001, em Morada Nova­CE.12 - Expositora na Mesa Redonda "Dependência Química no PSF", no III EncontroEstadual do Programa Saú<strong>de</strong> da Família, em abril <strong>de</strong> 2001.13 - Expositora na mesa redonda "Saú<strong>de</strong> Mental em Saú<strong>de</strong> Pública", na 1 Conferência<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da 7a Microrregião <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, realizada em Aracati, em 01 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 2001.14. Expositora no painel "Saú<strong>de</strong> Mental na Atenção Básica", da III ConferênciaNacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, realizado em Brasília, em 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 200\.•15- Expositora na mesa redonda Violência Psiquiátrica e Direitos <strong>Humanos</strong>, no IIICongresso Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Psicologia, realizado em João Pessoa-PB, <strong>de</strong> 27 a 31 <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 2003, com o tema: Lembra da Violência que matou Damião em Sobral-CE,no hospício que foi fechado sem punição aos culpados? Ela continua a mesma, matouo Sandro em um hospício em Caicó-RN!)6- Palestrante no III Seminário Temático" Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania: Questõesdos Nossos Dias", promovido pelo Laboratório <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, Cidadania e•Etica e pelo Curso <strong>de</strong> Serviço Social da Universida<strong>de</strong> Estadual do Ceará, abordando otema A Reforma Psiquiátrica e os CAPS, em Fortaleza, em 18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003,17- Conferencista no 1 Seminário sobre Internação Psiquiátrica e Cidadania do Ceará,realizado em Fortaleza <strong>de</strong> 12 a 13 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2003, promovido pela Promotoria<strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Defesa da Saú<strong>de</strong> Pública, Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e 'SecretariaMunicipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com abordagem do tema "Direitos das Pessoas com TranstornosMentais".IX - EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL E ATIVIDADES EM GERALREALIZADAS NO EXERcíCIO DA PROFISSÃO1 - Médica Resi<strong>de</strong>nte do Hospital <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Messejana <strong>de</strong> 1993 a 1996, emFortaleza-Ce..""..-.•2 - Médica Plantonista do Hospital Mira Y Lopez, especializado em psiquiatria.Fortaleza -Ce, <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1995 a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1995.3 - Psiquiatra do Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial (CAPS) <strong>de</strong> Iguatú-Ce, <strong>de</strong> março aoutubro <strong>de</strong> 1996.• lO_ ,.-. ...._., .____. _• •_...- _. •• J


..00006214 - Psiquiatra do Ambulatório <strong>de</strong> Epilepsia e Transtornos Mentais, emQuixeramobim-Ce, <strong>de</strong> outubro a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 19%.•5 - Médica do Programa Saú<strong>de</strong> da Família, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Quixadá-Ce, <strong>de</strong> outubro a<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996.6 - Médica do Programa Saú<strong>de</strong> da Família da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aracati-Ce, <strong>de</strong> Janeiro aJunho <strong>de</strong> 1997.-.e7 - Médica Psiquiatra do Centro <strong>de</strong> Atenção PsicossociaI (CAPS) <strong>de</strong> Aracati-Ce, <strong>de</strong>Julho <strong>de</strong> 1997 até o momento atuaI.8 - Médica Plantonista do Hospital Municipal <strong>de</strong> Icapuí-Ce, <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998 asetembro <strong>de</strong> 1999.9 - Assessora Técnica em Saú<strong>de</strong> Mental junto á Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capistrano, noprocesso <strong>de</strong> implantação do CAPS daquela cida<strong>de</strong>, em julho <strong>de</strong> 2000.10 - Assessora Técnica em Saú<strong>de</strong> Mental junto à secretaria <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Crateús, noprocesso <strong>de</strong> implantação e funcionamento do CAPS daquele município durante osanos <strong>de</strong> 2000 e 200I.11- Assessora técnica em saú<strong>de</strong> mental junto à Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Horizonte noprocesso <strong>de</strong> implantação do CAPS daquele município, <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2000 a setembro<strong>de</strong> 2001.12- Assessora Técnica em saú<strong>de</strong> mental junto à Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>..Morada Nova, no processo <strong>de</strong> implantação do CAPS daquele município e junto aofuncionamento do mesmo, com assessoria à equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2000a abril <strong>de</strong> 2003.•13- Assessora Técnica em Saú<strong>de</strong> Mental junto à Promotoria <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Defesa da .Saú<strong>de</strong> Pública, do Ministério Público Estadual, <strong>de</strong> agosto a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002, porocasião das visitas do Ministério Público Estadual à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> hospitais psiquiátricos.públicos e particulares conveniados ao SUS, do município<strong>de</strong> Fortaleza•14 -Assessora Técnica em saú<strong>de</strong> mental junto à Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Barbalha-CE, junto ao funcionamento do CAPS daquele município, com assessoria àequipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2003 até o presente momento.15 - Médica psiquiatra assistente do ambulatório <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Palhano-CE, com atendimento semanal à clientela com transtornos mentais daquelemunicípio, <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003 até os dias atuais.Fortaleza, fevereiro <strong>de</strong> 2004•Lídia Dias CostaCremec n° 5839___ .0 ••• .. .. ... ,!OI ....u--------_...• 'J-......__.----------_._._--------------.. ,


•UStiÇ4obafiliado àfirltwww.global.org.brOOOD622Oficio n° JGIRJ 37/2004Rio <strong>de</strong> Janeiro, 19 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004.Ao Sr. Santiago A. CantonSecretário Executivo da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da OEA1889 F Street, NW,Washington, D.C.20006-EUARef.:Caso n.· 12.426 - Raniê Silva CruzCaso n.· 12.427 - Eduardo Rocha da Silva e Raimundo Nonato daConceição Filbo, Brasil.Prezado Sr. Canton:O Centro <strong>de</strong> Justiça Global, o Centro <strong>de</strong> Defesa dos Direitos da Criança e doAdolescente Pe. Marcos Passerini e a Re<strong>de</strong> Social <strong>de</strong> Justiça vêm, através <strong>de</strong>ste,apresentar novas informações acerca dos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> crianças eadolescentes no estado do Maranhão, em que há fortes suspeitas <strong>de</strong> que estejaminseridos no conjunto <strong>de</strong> casos que ficou conhecido como "Caso dos MeninosEmasculados do Maranhão".Av. N. S.


"0000623•l-Resumo dos fatos ocorridosNo dia 09 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004 completou-se um ano do <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> DanielFerreira Ribeiro, <strong>de</strong> 05 anos. Seu corpo nunca foi encontrado.Na manhã do dia 06 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003, o adolescente Jonathan Silva Vieira, <strong>de</strong>IS anos, saiu <strong>de</strong> casa, e o seu cadáver foi encontrado em avançado estado <strong>de</strong><strong>de</strong>composição, apenas ossos e restos <strong>de</strong> pele, no dia 16 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004.Os fatos chamam a atenção pela série <strong>de</strong> coincidências com os casos <strong>de</strong> emasculação<strong>de</strong> meninos. Primeiramente pela ida<strong>de</strong> e pelo sexo das vítimas. Segundo pela,localização geográfica, os meninos foram mortos na chamada "Gran<strong>de</strong> São Luís":ambos são do bairro Jardim Tropical nas proximida<strong>de</strong>s da Cida<strong>de</strong> Operária on<strong>de</strong>ocorreu um dos casos <strong>de</strong> emasculação do menino Ivani1do Sousa Povoas Ferreira, 11anos, ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> suquinho, morto a facadas em 09 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro em 1991, tendo mãos'. ,e órgãos genitais extirpados.•Segundo as investigações da Polícia Civil, ao sair <strong>de</strong> casa, o adolescente JonathanSilva Vieira disse à irmã que iria tirar juçara (fruta da região) com o amigo,Francisco das Chagas Rodrigues Brito trajando apenas a roupa do corpo e levandosua bicicleta. Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse fato, Francisco das Chagas passou a ser um provávelsuspeito para a polícia, que o ouviu por diversas vezes. Ele nega ter estado com ogaroto naquele dia, apresentando diversos álibis, entre eles, um amigo seu, dono <strong>de</strong>uma oficina, que seria o local on<strong>de</strong> estava no horário do <strong>de</strong>saparecimento do garoto., ,Contudo, uma testemunha, que já o reconheceu formalmente, afirma tê-lo vistoandando <strong>de</strong> bicicleta com Jonathan no dia do <strong>de</strong>saparecimento do garoto, além <strong>de</strong>outras evidências que surgiram no <strong>de</strong>correr das investigações, tais como examespericiais que constataram lesões em seu órgão genital, que po<strong>de</strong>riam ter sido•2----------..... 4 '" t ._.........,.•• ,.~_•. _ > •• _•


•[;000624•.causados por relações sexuais forçadas. Chagas alegou à policia que sofre <strong>de</strong> alergiae que teria comido camarão alguns dias antes do exame; também foram achadas nacasa <strong>de</strong>le roupas com manchas marrom, mas, constatou-se mais tar<strong>de</strong> (12.01.04) nãoserem <strong>de</strong> sangue; além da avaliação psicológica que concluiu que Franciscoapresenta distúrbios <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> voltados para a homossexualida<strong>de</strong> e comdirecionamento à infância,Francisco, que mora nas proximida<strong>de</strong>s da casa do menino, convivia maritalmentecom a tia da outra criança <strong>de</strong>saparecida em 10.02.03 mencionada anteriormente ­Daniel Ferreira Ribeiro, <strong>de</strong> OSanos - tendo, inclusive, já sido especulado o seuenvolvimento à época em que ocorreu o fato.Dois dias após o <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> Jonathan, um adolescente, <strong>de</strong> 13 anos,encontrou a bicicleta do menino abandonada na Estrada <strong>de</strong> Santana, e, como não•achou o dono, levou para casa, mostrando-a a seus pais. Quando a bicicleta foiencontrada por familiares <strong>de</strong> Jonathan, em 19.01.04, estava com outro garoto, <strong>de</strong> ISanos, que revelou tê-Ia pego emprestado <strong>de</strong> R.T. Ambos foram ouvidos, no mesmodia, pela DECOP (Delegacia Especial da Cida<strong>de</strong> Operaria), além <strong>de</strong> Francisco ter aprisão preventiva <strong>de</strong>cretada, estando preso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.No dia 06.01.04 realizou-se uma passeata exigindo mais agilida<strong>de</strong> no inquéritoli<strong>de</strong>rada pelos pais <strong>de</strong> Jonathan e Daniel, além <strong>de</strong> contar com a presença dos pais <strong>de</strong>Ivanildo Póvoas Ferreira, encontrado morto e emasculado há 12 anos. Este protestopercorreu o bairro Jardim Tropical, tendo como <strong>de</strong>stino a Delegacia Especial daCida<strong>de</strong> Operária, responsável pelas investigações do caso.Toda a comunida<strong>de</strong> circunvizinha foi mobilizada em torno do caso <strong>de</strong> Jonathan. Foiassim que o lavrador João <strong>de</strong> Jesus Santos encontrou no dia ]6.01.04, na mata <strong>de</strong>Santana, uma ossada humana, comunicando imediatamente o fato à polícia e à•3.•.,--.._--"--_._-------_ ...--- ",--- _.~~.-- _. ----'oo----.... _. . _- "'--- a~...., a .a' ..._.______ _ _,.


, •,•família da vítima. Os ossos foram coletados pelo Instituto Médico Legal e peloInstituto <strong>de</strong> Criminalística para realização <strong>de</strong> perícias. A polícia isolou o local, masforam os próprios familiares e vizinhos que encontraram os objetos pessoais doadolescente no dia 18 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004: roupas e uma das sandálias que ele usavano dia do <strong>de</strong>saparecimento. Esses objetos foram encontrados a menos <strong>de</strong> 3 (três)metros do local on<strong>de</strong> foi achada a ossada.Os exames preliminares do IML já indicavam tratar-se <strong>de</strong> uma ossada <strong>de</strong>adolescente, com ida<strong>de</strong> entre 14 e IS anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, morto em conseqüência <strong>de</strong>• •traumatismo craniano.Posteriormente, os exames periciais confirmaram que a ossada encontrada eramesmo <strong>de</strong> Jonathan.•2-Ligação entre Francisco das Chagas e os Meninos EmasculadosA polícia trabalha com a hipótese <strong>de</strong> que Francisco das Chagas, 39 anos, tenha•ligação com o Caso dos Meninos Emasculados, tanto no Maranhão, quanto no Pará,estas conclusões são <strong>de</strong>rívadas da análise da vida pregressa do suspeito, que segundo,investigações, morou em Altamira - PA, dos 06 aos 29 anos. E o seu retorno aoestado do Maranhão, coinci<strong>de</strong> com o aparecimento dos primeiros casos <strong>de</strong>emasculação em São Luís, no inicio da década <strong>de</strong> 90.O mais intrigante é que, segundo a polícia, há indícios <strong>de</strong> que as datas e os locaison<strong>de</strong> o suspeito morou, tanto no estado do Maranhão quanto no estado do Pará,coincidiram com as áreas on<strong>de</strong> ocorreram os casos <strong>de</strong> assassinato e ernasculação <strong>de</strong>•menmos.•4.. . d==. I-----,.--- -- --------~-----.. ........... =*.. ' ",,,.4.


,.•0000626•Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter sido ultrapassado o prazo legal, o inquérito foi enviado à Justiça,para que, analisado pelo Ministério Público, seja expedido um pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>voluçãopara novas diligências, com a intenção <strong>de</strong> dilatar o prazo legal. A policia preten<strong>de</strong>retomar as buscas do corpo do garoto Daniel logo após o retomo dos autos peloMinistério Público.3. Da Geografia dos CrimesJonathan morava no Bairro Jardim Tropical nas imediações do bairro Cida<strong>de</strong>,Operária. No mesmo local vivia outra vitima Ivanildo Sousa Póvoas Ferreira, 11anos, caso comprovado <strong>de</strong> Emasculação, encontrado em 09.12.91 no horto florestal, 'do lBAMA-Maiobinha. Ivanildo foi assassinado a facadas, teve mãos e órgãosgenitais extirpados. O menino Daniel <strong>de</strong> 05 anos também morava no mesmo bairro,e no dia 09 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004 completou-se um ano <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>saparecimento,como mencionado anteriormente. Bem perto dali, no bairro Cida<strong>de</strong> Olimpicamoravam outras duas vítimas Hermógenes Colares, II anos e Raimundo LuísSousa Cor<strong>de</strong>iro, 09 anos, ambos assassinados no ano <strong>de</strong> 2000 e encontrados naMata Gran<strong>de</strong>. município <strong>de</strong> São José <strong>de</strong> Ribamar. Nas matas <strong>de</strong> Santana foiencontrado o corpo <strong>de</strong> Josemar <strong>de</strong> Jesus Batista, que também teve os órgãosgenitais extirpados. O tio <strong>de</strong> Josemar também participou das buscas no casoJonathan. Sebastião Ribeiro Borges 13 anos, foi encontrado morto em Santana.4. Da Repercussão dos Novos Fatos OcorridosO <strong>de</strong>saparecimento do menino Daniel Ferreira Ribeiro, juntamente com oassassinato do adolescente Jonathan, cujas circunstâncias do crime indicam tratar-se<strong>de</strong> mais um caso <strong>de</strong> menino emasculado na região da Gran<strong>de</strong> São Luís, acarretou umsentimento <strong>de</strong> indignação e insegurança por parte da população local, levando àsentida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos da criança e do adolescente, bem como os familiares•das vítimas, a articularem uma série <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s no sentido <strong>de</strong> cobrar dos Po<strong>de</strong>res5- .,.._.- • _." r.r ''''.....'~ ...,... " ....._ ._._._•.__ .--, ---_......, _......


••- ......,0000627•instituídos ações efetivas <strong>de</strong> enfrentamento e resolução <strong>de</strong>sses crimes, que têmperdurado há maís <strong>de</strong> 10 anos.Entre essas ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>stacamos a realização <strong>de</strong> um protesto público,reivindicando que as investigações em tomo dos casos fossem capitaneadas pelaDelegacia <strong>de</strong> Proteção à Criança e ao Adolescente, por esta ser constituída porprofissionais já sensibilizados em relação à temática dos direitos <strong>de</strong> crianças eadolescentes. Além <strong>de</strong> pedido junto à Assembléia Legislativa estadual, para que estaprorrogasse os prazos da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito estadual que apurasituações <strong>de</strong> violência contra crianças e adolescentes, no sentido <strong>de</strong> garantir ainvestigação dos casos dos meninos emasculados, uma vez que a Gerência Estadual<strong>de</strong> Segurança Pública não tem realizado um trabalho eficaz no sentido <strong>de</strong> apurar areal motivação <strong>de</strong>sses crimes e coibir a ocorrência <strong>de</strong> novos assassinatos.•Em relação ao caso Jonathan, é importante salientar que, mais uma vez, a ossada eas roupas da vítima não foram encontradas pela policia, e sim por moradores locais efamiliares do adolescente.Uma outra iniciativa da socieda<strong>de</strong> civil consistiu no agendamento <strong>de</strong> uma visita aoMaranhão do Secretário Especial <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, Ministro Nilmário Miranda,que teria como objetivo possibilitar a discussão <strong>de</strong> outras questões relacionadas aoassassinato dos meninos ernasculados, que vão além da investigação criminal doscasos, como a ausência <strong>de</strong> políticas públicas nas localida<strong>de</strong>s afetadas, o que 'Colocaas crianças e adolescentes <strong>de</strong>ssas áreas em situação <strong>de</strong> risco permanente. Esta visitafoi confirmada para o dia 19 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004.Ocorre que, após tomar conhecimento através <strong>de</strong> terceiros <strong>de</strong> que o Ministro nãoviria mais ao estado do Maranhão, o Centro <strong>de</strong> Defesa Pe. Marcos Passerini entrou• em contato com a Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> para averiguar a6......_---------• l_" " ._.:-


•"0000628•..•veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal informação, sendo-lhe confirmado por e-mail, no dia 17 <strong>de</strong>fevereiro do corrente, que havia sido cancelada a visita do Ministro ao Maranhão,sob o argumento <strong>de</strong> que este discutiria o caso dos meninos emasculados numareunião com o Governador do Estado em Brasilia, Distrito Fe<strong>de</strong>ral, no mesmo diaem seria realizada a visita, 19/02.Recebemos com consternação esta notícia uma vez que enten<strong>de</strong>mos que ocancelamento da visita do Ministro ao estado e a ida do Governador até a capitalfe<strong>de</strong>ral visam afastar ainda mais a socieda<strong>de</strong> civil mobilizada pela solução doscrimes da discussão do caso.Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais e aproveitamos aoportunida<strong>de</strong> para renovar-lhe os protestos <strong>de</strong> nossa distinta consi<strong>de</strong>ração.•pAtenciosamente,_ ('.1v,",,"(,V\J.-\.V/ll~Sandra Carvalho, "-Centro <strong>de</strong> Justiça.Global -;'1•I,\i•I?,-( I~1., r'.. ,''1111' 'n-ú et_l~:lJU'" ~ ,U,1[rl 6atLL~1 (Joisiane Gambá <strong>de</strong> Oliveiral Valdira Barros"Centro <strong>de</strong> Defesa Pe. Marcos Passerini.-•7••' •• n __ -'__ ~"''''A' lO• • ,_ ........·...w....... ·.. '_" .._~''''" -•


ustiç'1OOOQ62HobaRio <strong>de</strong> Janeiro, 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004Sr. Santiago A. CantonExec•.rtive Sl)(;re(:aTy oftIle Inrer American Cornmission on H'.•ml!n Rights1889 F Street, NWW~snington,n.c. 2(l()()fi•Pre'7 L'I\o.&V "' ,1~ Senhor "'-'''''.u r-;on:II.•o Centro <strong>de</strong> Justiça Global vem, através <strong>de</strong>ste, informar o não recebimento <strong>de</strong> comunicação<strong>de</strong>sta Honorável Comissão, datada <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003, referente ao caso emr:pigt-,.fe.Após contato mantido com o Dr. lgnácio Alvarez no dia 16 <strong>de</strong> fevereiro, via e-mail, paratratar oe 1\$~mt0'5 rl:"ferentl;'.s 1\ (llltr(l ('.1\S(l que tmmit1\ nesta C(lmis~(l, (l ml;'.sm(l qll~ionolla respeito da resposta ao referido documento, que <strong>de</strong>veria ter sido encaminhada por nós em11m prnZ.l) oe 30 oias, c(,"forme e'5tip'.llaOQ pela Comis'5àQ. Senoo inf(lrmado <strong>de</strong> que nãohavíamos recebido tal comunicação da C1DH nem via fax nem através <strong>de</strong> correio, o Dr.19náci(l AlVllTel provioenci(lu (l envio OR C(lmllniCllç'.ii(l da datada 01:" 31 <strong>de</strong> Mzembro <strong>de</strong>2003, (l q'JI:" f(li re!llizaoo l:"m J7 ~ f~","ro via fax,Aproveitamos para informar que estaremos encaminhando a resposta solicitada até o dia 27<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> ?004,.Estamos à disposição para maiores esclarecimentos, aproveitando a oportunida<strong>de</strong> pararenovllr-lhe os pmte'5to$ da !10S'5!l (iistinla coosioeraç.ão.Aten ·!l)sarnen~e7~


•..0000630•••..INTfR - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 o O O 6EUA31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003REF:Damião Ximenes Lopes12.237BrasilPrezados senhores:•Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossas Senhorias em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> informar-.lhes que a Comissãoexaminou o caso' acima citado e aprovou um relatório, em conformida<strong>de</strong> com oartigo 50 da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>. No referido relatório, aComissão formulou ao Governo brasileiro as recomendações que julgou pertinentes.o mencionado relatório foi levado ao conhecimento do aludido Governo e aeste foi solicitado que, no <strong>de</strong>correr do prazo <strong>de</strong> dois meses a partir -da data <strong>de</strong>transmissão da comunicação, prestasse informações sobre as medidas adotadaspara dar cumprimento às recomendações da Comissão.•Em conformida<strong>de</strong> com o artigo 43.3 do Regulamento da Comissão, tambémsolicito que apresente, no <strong>de</strong>correr do prazo <strong>de</strong> um mês a partir da data <strong>de</strong>transmissão <strong>de</strong>sta comunit:ação, as seguintes informações:a) Sua posição com respeito à apresentação do caso à <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong><strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, a posição da vItima e os fundamentos em que sebaseia para consi<strong>de</strong>rar que o caso <strong>de</strong>ve ser encaminhado à <strong>Corte</strong>;b) Os dados da vItima;SenhoresJustit:a Global•Av. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000Brasil(55-21) 2549-359912/29/2003·11·1599....-.-_·-· __.._v ..... ;y..._•• _'"·r ~-_ ...--- _. _• i


•0000631c)Procuração que comprove sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representante da vítima;d) Prova documental, testemunhal e pericial disponível, adicional àapresentada à comissão na tramitação do caso. No caso das testemunhas e peritosque se pretenda oferecer à <strong>Corte</strong>, informar o en<strong>de</strong>reço em que po<strong>de</strong>m sernotificados. Em relação aos peritos, enviar cópia <strong>de</strong> seu curriculum vitae; ee) Suas pretensões quanto a reparações e custas.Atenciosamente_ Ariel E. OulitzkvEncarregado da SecretarftEExx~e:Cct$'iva12/29/2003-1'·1599...._._-- ........_._-----~--'--'." -..•.._---------.....•••• '" II, I,._.. ..----------------


TEL:,0000632,..ustiçaabaRio <strong>de</strong> Janeiro, 16 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004Sr. Santiago A. CantonExecutive Secretary of1he Jnter Amerir.an Commlssfon on Human R!ghls1889 F Street, NWWashington, D C 20006Ested08 Unidos da AméricaBy Fax: 001·202-45&-3992.'\R8: Sollcbçlo <strong>de</strong> DocumenlD8 reJattvo aoçaso 12.237, DamtIo~ Lopes, Brall .-Prezado Senhor Canton:-'-- ---------~-•o Centro <strong>de</strong> Justiça Global e Irene Ximenes vêm, através <strong>de</strong>sta, confonne solicitado por esta ,Honorável COOllssao, em carta <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> jsllBÍJO <strong>de</strong> 2004, ttneaminhar uma r:ópiR do diagnósticomédico <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> DamiAo Xlmenes Lopes à Casa <strong>de</strong> Repouso no dia 1° <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999. noqual consta o diagnóstlco <strong>de</strong> Esqulloff81lÍ8 Simp/8$. Observ81·~ que 88\8 documento consta na .folha 34, documento 5, do relatório remetido à ComissAo pelo Estado Brasileiro, cópia do qual fuiposteriormente encaminhada aos . .Em resposta ao pedido da 'Comissão referente ao contrato <strong>de</strong> direito pClblico ou convênio.celebradoentre o Sistema Unioo <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>{SUS) e a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, Informamos que:- Com base no Art. 2!' da Lei nO 8.689, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1993, dispondo que ·Os bensimóveis e o acervo flsm, documental e material infegl1lfltes do patrimOnio do 1l18mpsl sertoInventariados e: I - illOOlpOrad08 ao patrimOnio da UniAo (...) ficando o acervo documentalsob 8 guarda e responsabilida<strong>de</strong> do Ministério da SaO<strong>de</strong>", bem como no Alt. 18, inciso X da1 O Instituto Nacional <strong>de</strong> Assim-ncia Mtdü:a da Previdblcia Social (bwnps). criada pela Lel n° 6.439. <strong>de</strong> ]0<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1977. rospomiáv,,) pela adminislnoçlo pública da sa6<strong>de</strong> e p....vidlncia social, (oi extinta pelaLei n D 8.689, <strong>de</strong> 27 dc:julho <strong>de</strong> 19!1~, a qua1lJ1U15fCriu as fuD~.s. Ç(UJlpotaocias, ati"idadcs.e llltibu~<strong>de</strong>>1Mmp. 8D Siskula Únü:., di' Saúdo..1\'1. Nu..... Smhunulc: CUpoIaIbllna, 5401·· RJ. BtuJI22I120-000Tcl.: "-21-2'47-7:191/3/116-2766 Fax: "·21-2'49-3'99 E-mail: I ., I_..-- ...'--""", .._".---.-.._,-----._-_.,----------------


10:: -FE8-2ell34 t'1ON 1:3: 1 ~ ·, ID·.CE'JTRD _·'_'S-·~A ~·_~.=_.A·_TEL:I' - -•0000633ustiçaabaOfloio nO JG-RJ 3512004Rio <strong>de</strong> Janeiro, 16 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004Sr. SanUago A. CantonExBculive Secretary of the Inter AmeI'ir'.an CommIsslOn on Human Rights1889 F Street. NWWashifl9ton. OC, 20006Eetad08 UnIdos


16-FE8-~004 MON 19:13 ID:CENTRO JUSTICA GLOBALTEL:P:l2IZ••'.0000634Lei nO 8.080, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990. dispondo que, "A direçAo municipal do SistemaOnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS compete (...) celebrar contratos e convênios com entida<strong>de</strong>sprestadl)fa5 <strong>de</strong> SflNit;:n.'> privados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem como contr.oIar e avaliar sua execuçao", OCentro <strong>de</strong> Justiça Global solicitou, por telefone, junto à Secretaria da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SobrallCE,em 26 <strong>de</strong> jaMlto. cópia do referido convênio;--Em 02 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004, a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SobreVCE informou que era


,.. •:i..E:-FEB - 21Z1Ql4••II," 1...I i, • '. I'"" I ••~;II". ".••• •'. .MDN 19: 18ID:CENTRD_... · a ••• _. 'N'. ._.•._•.._. _ ......_ ......•JUSTICA GL08AL~:'~.llr'flf',.I\·.'·.,"I\, Pt: r,«: '1"', :,•...••';'!·CI!I.' '\",'\ , ... ,1/11,1111:'11", ",., ""I 1\\/1111 ~"I 1'11:1'1'''11/\ I N.: ·.• ••I,'I .. ',.•I . ·ou ,,,,,.,:. ~;.,.. ',.., , I.' " .1... '~I .1I1··.'.;I"··H.I•. ,) '(li\.'lI (.")'\;..:I .c: F~) (;{~\ '. o I . (\(;'l. I~\.' !1(~J' .J{~r.yj.lf~:·õ·~~ :~:c,J I'" Ctt;·,I.. ..I1t \ ,.: I" •• d'" .•1 •.. - t":. .J. ,. II•I..••,••"I ('.•I• --I••••I : Ii ,I. , ..'II•,V\'•'0 • I'. ., .....TEL:.. ,.....'•') .. .,l·t .-.'" i'...,...,.- ...•II" , .")•'I''','''''' i. 806Lt••. II; 1"flU\IU 1.11;•• • •. ··1 ,. I I 1'. .- -• o '~I"'I .,,, ._••:I.,. o" ...._ ..... _._•-•0000635--_...• o .. ••• .': -: ,.0:-.:0 0 ' 111"1 .·'1...·.'11•I' I·.,°:1213""'. ".1- .t,-I• •'" ..".,. I . ,. I.' t' I • ..,.., Ihl fi" I" ,t·" ',,,. ...,.. .. .. .. --•••••1""fI', "'1" .,••,,. .' ."••"".,. "'1 r «»••,\ , I., ••:. '~'.'.~~ " •• o ••Jt..· .. "I. -'~'-'...-_, -. .. .., -,-~~...... ' .. . .••~:I ••• •-••..G.. .. ~ .• t~- .••~ "o·',"..•,II.·., ,. ... .,.•'UII ...'II .' ••• ,Ihl·'·""·." tt~ j;"i·- ~ ,I li..~·-l .. ~· --G 'o••••4('•••....ri••-....""......t'II •r II"q. ,•••.. .:·1-,···• ' •• 1', ••·••,·•...,., ,•'"; I"."" " I"•.'•"J ...V··..., , .............!J"••A.../' (\ ..~,G A'P'••\ ... ' ./-,-'/\'~.~....,·~..., ··.' ..".,,... ,I. " >,,,,•,.... '/I01I'-/-' ;"-;r .,I I,,•,I••,• ~o;õ'•= r. . - ---.-_..- -._------..... ~_.-.,----.__.- ---_.__._----~-.._-


TEL: °;1214•..••,..Onda N° 26/2004Fortaleza, 13 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004senhor Diretor,Dirigimo-nos a Vossa senhoria para informá-lo que enviamos ofício nO015/2003, em anexo, solicitando do secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral, Dr.Odorico Monteiro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, uma cópia do documento que regia oconvênlo que existia entre o SUS e a casa <strong>de</strong> Repousos Guararapes,Sobral/Ce on<strong>de</strong> morreu Damião Ximenes em 1999. Esclarecemos queaté o momento, esta Comissão não recebeu. o documento solicitado.Colocamo-nos a disposição para qualquer. esclarecimento ouencaminhamento sobre o caso Damião Ximenes.•F6tima carvalhoAssessora da Comiss50 <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> e Cidadania da ALECAo SenhorLouis James C8vallaroDiretor do Centro <strong>de</strong> Justiça Global- . --.-_ 0Il1O" n • Mo"'-",- ... ' • ,______",•• , . = •_.,.........._,.. __ • __ • n _


.............. 'P,05••OOO(l63?Oficio nO 01512004Fortaleza, 04 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2004Senhor Secretário,Consi<strong>de</strong>rando que a Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania acompanha oprooeeso que resultou na morte <strong>de</strong> Damião Ximenes na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, em 04 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, bem como aten<strong>de</strong>ndo a pedido da Sra.Irene Ximenes Lopes Miranda, irmA <strong>de</strong> Damião, que ecompanha atentamente oandamento dos processos judiciais que apuram responsabilida<strong>de</strong>s referentes aeste Caso, é que vimos solicitar a V. Exs. que seje disponibilizado cópia dodocumento qlltl rAgia o convênio que existia entre o SUS e a referida instituição.Vale ressaltar que esta solicitação foi Inicialmente feita. pela ComlssAo<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> à família <strong>de</strong> DamiAo, que acompanha oreferido Caso, uma vez que aquela Comisslo é ciente <strong>de</strong> que todos 06 convêniosdo SUS com Instituiç08s privadas. são regidos por contratos, dai a razio dasolicitaçlo.Na certeza da sua colaboração ao que foi solicitado, agra<strong>de</strong>cemosantecipadamente, e colocamos o en<strong>de</strong>reço da ComissAo <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> àdisposição para remessa do documento solicitado, que em seguida será enviadoàs autorida<strong>de</strong>s que inicialmente o requisitaram.Atenciosamente.Deputada Luizianne LlnsP",.i<strong>de</strong>nta da Comiaalo <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> e Cidadania da ALECAo Exmo. Senhor,Lul. Odorico Andra<strong>de</strong>Secretirio <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral- _'..._", ..,e, _.'~ ~ = ._. ,. _..... ,ao 14•


ustiç~oba•"IIfidhfiliado,- www.global.otg.br .0000638•Oficio nO JG/RJ 036104Rio <strong>de</strong> Janeiro, 16 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004.-~_.Ao Sr. Santiago CantonSecretário Executivo da CO~eF1889, F Street, NW, Washiflgton, DC, EUAPor fax: I 202451l :' 3992,. "(Ref:\..',.......Reuniões <strong>de</strong> Trabalho - ) 19 0Período <strong>de</strong> Sessões12.237 Damião Ximenes Lopes e12.426 Raniê Silva Cruz'-------:::-~~---- _.' --Prezado Sr. Canton:.'~i~re,itos\<strong>Humanos</strong> da OEA)-/í•O Centro <strong>de</strong> Justiça Global e o Centro <strong>de</strong> Defesa da Criança e do Adolescente Pe. MarcosPasserini vêm, em atendimento à convocação para participar das reuniões <strong>de</strong> trabalho naspróximas sessões da Comissão, confirmar a nossa assistência, bem como indicar os nomesdos participantes na reunião <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>signada para o dia IO<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, às 13h,no Salão Padilha Vidal (Salão A) do edifício GSB da Organização dos EstadosAmericanos.A seguir, apresentamos a lista com os nomes dos integrantes da <strong>de</strong>legação que participarãoda referida audiência:James Cavallaro - Centro <strong>de</strong> Justiça GlobalEmily Schatfer - Centro <strong>de</strong> Justiça GlobalValdira Barros - Centro-<strong>de</strong> Defesa Pe. Marcos PasseriniValdira Barros, advogada do Centro <strong>de</strong> Defesa Pe. Marcos Passerini não possui visto paraos Estados Unidos. Nesse sentido, diante da vital importância <strong>de</strong> sua presença na referidareunião <strong>de</strong> trabalho, gostaríamos <strong>de</strong> solicitar a esta Honorável Comissão que envie, com amáxima urgência, um oficio para o Consulado Geral dos Estados Unidos, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Recife/Pê, convidando a Sra. Barros para participar da sessão <strong>de</strong> trabalho pretendida, a fim<strong>de</strong> viabilizar a concessão do visto, uma vez que temos encontrado gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> para• a obtenção do mesmo.Av, N. S. <strong>de</strong> Copacabana. 540 I 4{)2 - Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - Brasil - 22020-{)()()Tel.: (55-21) 2547-7391 • 381-6-2766 • Fax: (55-21) 2549-3599 • Qlobal@Qlobal.org.br • vvww.g1obal.org.br- .• _"_n •• ....r__._. ~- ... ,


ustiçG1oba- www.global.org.bt0000639•Valdira Barros resi<strong>de</strong> na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Luiz, no estado do Maranhão, documento <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> n? 881169986 - SSP/MA e inscrição na Or<strong>de</strong>m dos Advogados do Brasil, seçãoMaranhão, n" 6.047.Aproveitamos o ensejo para renovar nossos protestos <strong>de</strong> estima e distinta consi<strong>de</strong>ração.Atenciosam e.•reaCentro <strong>de</strong> Justiçalobal._.•Av. N. S. <strong>de</strong> Cooacabana. 540 I 402 - Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ • Brasil - 22020-000Tel.: (55-21) 2547-7391 • 3816-2766 • Fax: (55-21) 2549-3599 • ºlobal@Qlobal.orQ.br • vvww.Qlobal.oFQ.br- .T.'_·.,.. ..- p.'" 5 o-o'" '... , ...... n-' '"' .-.--- --- _


•,.00006'40..."'-UStiÇ4•obaOfICia nO JG-RJ 35,12004Rio <strong>de</strong> Jane~ro, 16 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004c;-~" .I V.IVf',;,;N--..JSr. Santiago A. CantOllExecutive Secret.ary of lhe lnter Amencall Commission on HIJIl!an R.ighls1889 FStreet, NWWashington, nc 20006Estados Unidos


0000641',"~-',UStiÇ4•Ob'1lei nO 8.080, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990, dispondo que, "À diração municipal do SistemaÚnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS compete (...) celebrar coníratos e convênios mm entida<strong>de</strong>sprestadoras <strong>de</strong> serviç.os privados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem como controlar e avaliar"Sll8 execuçao", OCentro <strong>de</strong> Justiça Global solicitou, por telefone, junto à Secretaria da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SobrallCE,em 26 <strong>de</strong> janeiro, cópiIiI do refl:!rido convênio;--Em 02 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004, a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SobraUCE informou que era dacompetência da Secretaria Estadual da Saú<strong>de</strong> do Estado do Ceará o arquivamento doreferido convénio;,Em 03 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004, a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado do Ceará, informou qoe, pelocontrário, t:.ompetia à Secretaria da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SobraI!CE o arquivamento do referido• •conlle!\lO',- Em 04 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004, através do ofício nO 01512004 (em anexo), a Comissão <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará solicitou aoSr. Luís Odorico Andra<strong>de</strong>, Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SobraUCE, cópia do documento que regia,o convênio que existia entre o SUS e a referida instilJJição.•- Em 13 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004, através do oficio nO 26/2004 (em anexo), a Comissão <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará informou quenão /louvem resposta à referida .solicitação.Estamos à disposição para maiores esclarecimentos, aproveitando a oportunida<strong>de</strong> para renovar-lheos protestos da nossa distinta consi<strong>de</strong>rar,.ão.Emily SchaffeahCentro <strong>de</strong> Justiç.a Global•Av. Nossa Senhora n,.. r~!!c!!ba...ru!.. 540/40') Rio <strong>de</strong> Janei..JU - PJ, Brasil 22020.JJ00TeJ.: 55-21-2547-7391/3816-2766 Fax: 55-21-2549-3599 E-mail: olobalrq:elobaJ.org.!lr"1.\'w.eiobai .or!2..br'" .... .,


••.'. •••• •..__ o ••• _" •• --_.- .-- ----_. ,._. -_._•• ". ...." .,•••I\" ....::"..... 11 1\ fi t J fI!\' ."')11 I\1.l'V- r.~_·_ ,'V"" :" .. ' ,"O:;I~ CI!J· I '\lnÍ\ .... -..',.".", ",'r -tAFlIhinci,.":-~~I ~/ "'1-, .'.. "". ~ _.~I 1\\lllll r-ir ItIfO' ) PAI!!\. , N.~·. ',,;'1 • 1"II'...... • I II•. \ ,


••0000643•Ofício N° 26/2004Fortaleza, 13 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004senhor Dlretor,Dirigimo-nos a Vossa Senhoria para informá-lo que enviamos ofício nO015/2003; em anexo, solicitando do secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral, Dr.Odorico Monteiro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, uma cópia do documento que regia oconvênio que existia entre o SUS e a Casa <strong>de</strong> Repousos Guararapes,Sobral/Ce on<strong>de</strong> morreu Damião Ximenesem 1999. Esclarecemos queaté o momento; esta Comissão não recebeu o documento solicitado.,,Colocamo-nos a disposição para qualquer esclarecimento ou•encaminhamento sobre o caso Damião Ximenes.Fátima carvalhoAssessora da Comissão <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> e Cidadania da A!.ECAo5enhorLouis James cavallaroDiretor do Centro <strong>de</strong> Justiça Global•,.. I •.-.~ -'~--"""~~-'-'-'------'-_..._-----------------•


•• ,. •0000644•("'\fi,.;" nO nU;!2ntlA_II""""""'" II "". -..I, v~Fortaleza, 04 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004Senhor Secretário,Consi<strong>de</strong>rando que a Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania acompanha oprocesso que resultou na morte <strong>de</strong> Damião Xirnenes na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, em 04 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, bem corno aten<strong>de</strong>ndo a pedido da Sra.Irene Ximenes Lopes Miranda, irmã <strong>de</strong> Damião, que acompanha atentamente oandamento dos processos judiciais que apuram responsabilida<strong>de</strong>s referentes aeste Caso, é que vimos solicitar a V. Exa. que seja disponibilizado cópia dodocumento que regia o convênio que existia entre o SUS e a referida instituição.--•Vale ressaltar que esta solicitação foi inicialmente feita pela Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> à família <strong>de</strong> Damíão, que acompanha oreferido Caso, uma vez que aquela Comissão é ciente <strong>de</strong> que todos os convêniosdo SUS com instituições privadas são regidos por contratos, daí a razão dasolicitação.•Na certeza da sua colaboração ao que foi solicitado, agra<strong>de</strong>cemosantecipadamente, e colocamos o en<strong>de</strong>reço da Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> àdisposição para remessa do documento solicitado, que em seguida 'Será enviado .às autorida<strong>de</strong>s que inicialmente o requisitaram.•,Atenciosamente,Deputada Luizianne UnsPresi<strong>de</strong>nta da Comissio <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> e Cidadania da AL-ECAo Exmo. Senhor,Luís Odorico Andra<strong>de</strong>Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral•__ ._ 'r - .'~-- -- --.- -_._"_... -,-----._..--....._-_._._..-_.._----,.....-....._------_....._----•


••••.-.,INTER - AMERICAN COMMISSIÚN ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DfRECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSIONINTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME 0000645ORGANIZATION OF AMERICAN STATESWASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.Ref:Reuniões <strong>de</strong> trabalho119 0 período <strong>de</strong> SessõesBrasil2 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004, j,I,1J\Senhor Embaixador:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência a fim <strong>de</strong> levar ao seu conhecimentoque a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> <strong>de</strong>cidiu convocar às partes parareuniões <strong>de</strong> trabalho durante suas próximas sessões, para tratar <strong>de</strong> assuntos relacionadosco~e~ e casos abaixo arrolados nos horários infra-indicados../HORACASO I PET~ÃO12:30Seguimento <strong>de</strong> medidas cautelares - Elma Soraya Novais e CaciqueMarcos Luidson <strong>de</strong> Araújo_.\13:0012.237 Damião Ximenes Lopes12.426 Raniê Silva Cruz11.994 Wa ner dos Santos!11 .517 Diniz Bento da Silva.'11.516 Ovelério TamesI13:30 11.634 Jailton-- Neri da Fonseca.."./4t> Haximul Yanomanl12.001 Simone André Diniz\'-----12.051 Maria da Penha Maia Fernan<strong>de</strong>sEssas reuniões realizar-se-ão no dia 1 0<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004, das 12:30 às 15:00, noSalão Padilha Vidal (Salão AI do edifrcio GSB da Organização dos -Estados Americanos,localizado em 1889 F Street, N.W., Washington, D.C. Muito agra<strong>de</strong>ceria a Vossa Excelênciaconfirmar presença <strong>de</strong> vosso Ilustre Governo, bem como informar os nomes dosrepresentantes que forem <strong>de</strong>signados com esse fim.A Sua Excelência o SenhorEmbaixador Valter Pecly MoreiraRepresentante Permanente do Brasiljunto à Organização dos Estados AmericanosWashington, D.C. 20037- ---'-- "-'-'--'--_._-~ FI


I••••... .~..,.-0000646,..-2-Aproveito a oportunida<strong>de</strong> paraalta estima e distinta consi<strong>de</strong>racão. •renovar a VOS1õ8 Excelência os protestos da minha••ti o A. ntonSecret rio Executivo•,••.,. I------~- ---'-----------


•• ••0000647•... ~ r •l . ..,MISSÃO PfRMANENTÊ-ÓO ·BRASIL. ':: c: ';'JUNTO À ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOs '.' ~-Ó,•:, . .-' , ':, : ..... , ..,;:.• •A Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos Estados Americanoscumprimenta a Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> etem a honra <strong>de</strong> solicitar a inclusão dos seguintes casos e petições na pauta <strong>de</strong> audiências esessões <strong>de</strong> trabalho do 119°p~ri~d~<strong>de</strong> sessões~omj-ssão Interarnericana <strong>de</strong> Direitos


, ."• •,•,.••000064'8,-, ,3. A Missão do Brasil aproveita a oportunida<strong>de</strong> para renovar à SecretariaExecutiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> os protestos da sua mais altaconsi<strong>de</strong>ração.,,•• i,,Washington, em 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004•- ..-------,-,.._.-_.----' .._'__ lO "" .... ' ... ,..... . .•


",INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMER1CANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS0000649WASHINGTON, D.C. 2 O O O 6EUA15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004REF:Damião Ximenes Lopes12.237BrasilPrezados senhores:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossas Senhorias em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, a fim <strong>de</strong> transmitir-lhes, em caráter•confi<strong>de</strong>ncial, certas consi<strong>de</strong>rações formuladas pela Comissão l'nteramericana <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong> ao examinar a petição em referência.Como lhes havia sido oportunamente comunicado, a CIDH aprovou umrelatório com conclusões e recomendações sobre a aludida petição, emconformida<strong>de</strong> com o artigo '50 da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>.Esse relatório foi levado ao conhecimento do Governo do Estado brasileiro, ao qualfoi solicitado em31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003 que apresentasse, no <strong>de</strong>correr do prazo<strong>de</strong> dois meses a partir da data <strong>de</strong> transmissão da comunicação, um relatório sobreas medidas adotadas para dar cumprimento às recomendações da CIDH e solucionara situação <strong>de</strong>nunciada. O referido Estado não está autorizado a publicar omencionado relatório.SenhoresJustica Global•Av. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000BrasilFax:(55-21) 2549-35991/15/2004-11-1599-_.._-._----- . ,.- • • .---- .W' o,.""".........-----.-r--··'·0_ . T


, , ,,",•0000650Igualmente, solicito a Vossas Senhorias que nos enviem, <strong>de</strong>ntro do prazo <strong>de</strong>30 dias contados a partir da presente data: 1) cópia do diagnóstico médico <strong>de</strong>entrada <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes à Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes no dia 10 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 1999; e 2) cópla do contrato <strong>de</strong> direito público ou convênio cel.ebrado•entre o Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) e a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, segundo oqual se estabeleceu a referida casa <strong>de</strong> repouso como prestadora <strong>de</strong> serviçosmédicos em nome do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).Consi<strong>de</strong>rando o caráter confi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong>sta comunicação, tomo a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>lembrar a Vossas Senhorias que não está autorizado a publicar as consi<strong>de</strong>raçõesanexas, até que a CIDH <strong>de</strong>cida a respeito do caso., .tten9,osamente,!; 1;, i~:~ . i~SantiagQ A.Lcanton1 •Secretárln Executivo•1/15/2004-ll-1599• ,


INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME0000651ORGANIZACÃO DOS ESTADOS AMERICANOS•WASHINGTON, D.C. 2 O O O 6EUAA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> tema honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos EstadosAmericanos, a fim <strong>de</strong> transmitir uma nota dirigida ao Ministério das Relações•Exteriores do referido pais sobre o caso nO 12.237 (Damião Ximenes Lopes).ASecretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>aproveita a oportunida<strong>de</strong> para apresentar à Missão Permanente do Brasil osprotestos <strong>de</strong> sua mais alta e distinta consi<strong>de</strong>ração./,/Washington, D.C., 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003..~12/29/2003~f·1599- .'-"-'-----_._-~ 'I"~~-.* .. ...._-


I,,0000652INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.e. 2 o o o 6EUA31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003REF:Damião Ximenes Lopes12.237BrasilExcelentlssimo Senhor Ministro:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência a fim <strong>de</strong> comunicar-lhe que aComissão lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> examinou o caso acima citado, no<strong>de</strong>correr <strong>de</strong> seu 118 0 Perlodo Ordinário <strong>de</strong> Sessões e, em conformida<strong>de</strong> com oartigo 50 da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>, aprovou Q Relatório N°,43103, que é anexado a esta comunicação.De acordo com as conclusões do relatório, por seu intermédio solicito aoGoverno brasileiro que informe a Comissão sobre as medidas adotadas para darcumprimento às recomendações da Comissão e solucionar a situação <strong>de</strong>nunciada no<strong>de</strong>correr do prazo <strong>de</strong> dois meses a partir da data <strong>de</strong>sta comunicação.Em conformida<strong>de</strong> com o disposto no artigo 50 da Convenção, o texto doreferido relatório não foi transmitido aos peticionários, mas serão estes notificados<strong>de</strong> sua aprovação.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa E~ el~cia os protestos daminha alta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração. / ,íIExcelentlssimo SenhorCelso AmorimMinistro <strong>de</strong> Estado das Relacões Exteriores do Brasil•Ministério das Relações ExterioresBrasffla, Brasilnel E. D litzkEncarregado da Se retaria! ExecutivaII .1212912003~1·1599- -- ----_._-_., ........_.---_._..,_.-.-._.. ---_._.-. --·0 .. _....__....- ..,- "' I. ,.. -.---. _._ .... ,_•


00Q0653..,...INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 O O O 6EUA31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003REF:Damião Ximenes Lopes12.237BrasilPrezados senhores:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossas Senhorias em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> informar-lhes que a Comissãoexaminou o caso acima citado e aprovou um relatório, em conformida<strong>de</strong> com oartigo 50 da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>.No referido relatório, aComissão formulou ao Governo brasileiro as recomendações que julgou pertinentes.-o mencionado relatório foi levado ao conhecimento do aludido 'Governo e aeste foisolicitado que, no <strong>de</strong>correr do prazo <strong>de</strong> dois meses a partir .da data <strong>de</strong>transmissão da comunicação, prestasse informações sobre as medidas adotadaspara dar cumprimento às recomendações da Comissão.• Em conformida<strong>de</strong> com o artigo 43.3 do Regulamento da Comissão, tambémsolicito que apresente, no <strong>de</strong>correr do prazo <strong>de</strong> um mês a partir da data <strong>de</strong>transmissão <strong>de</strong>sta comunicação, as seguintes informações:a) Sua posição com respeito à apresentação do caso à <strong>Corte</strong> Interarnericana<strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, a posição da vitima e os fundamentos em que sebaseia para consi<strong>de</strong>rar que o caso <strong>de</strong>ve ser encaminhado à <strong>Corte</strong>;blOs dados da vitima;SenhoresJustiça GlobalAv. N.S. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJCEPo 22020-000Brasil(55-21) 2549-359912/29/2003-11·1599_... .._.m.. _....e'•


0000654clProcuração que comprove sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representante da vítima;d) Prova documental, testemunhal e pericial disponível, adicional àapresentada à comissão na tramitação do caso. No caso das testemunhas e peritosque se pretenda oferecer à <strong>Corte</strong>, informar o en<strong>de</strong>reço em que po<strong>de</strong>m sernotificados. Em relação aos peritos, enviar cópia <strong>de</strong> seu curriculum vitae; ee) Suas pretensões quanto a reparações e custas.AtenciosamenteAriel E. DulitzkyEncarregado da SecretarftiEE:xKie~c:at'iva12129/2003-1#-1599· u_.~,.. SO_. $'_o~•••~~_...


,.....-.-:--... ORGANIZAÇAÕ DOS ESTADOS AMERICANOS"•/....'COMISSAÓ INTERAMERICANA DOS DIREITOS HUMANOSC ID H,C000655OEA/Ser/UV111.118Doe. 98 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003Original: Espanhol118° Periodo Ordinário <strong>de</strong> SessõesRELATÓRIO DO MÉRITO N° 43/03CASO 12.237DAMIÃO XIMENES LOPES•BRASILAprovado pela Comissão em sua sessão N° 1594celebrada em 8 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003SECRETARIA {;ERAL DA ORGANIZAÇAO DOS ESTADOS AMERICANOS. WASHINGTON. D.C. 20006Internet: http://www.cidh.org"-'.'-".~"..~p •• ,r' '._.' - ..----•--~----,._---_• .,..--~ •••••••,->_ .•_---------


RELATÓRIO N° 43/03-CASO 12.237MÉRITODAMIÃO XIMENES LOPESBRASIL8 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 20030000656I. RESUMO..~1. Em 22 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, a senhora Irene Ximenes Lopes Mirandaapresentou perante a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (doravante<strong>de</strong>nominada "a Comissão" ou "a CIDH") uma petição contra a República Fe<strong>de</strong>rativa doBrasil, (doravante <strong>de</strong>nominada "Brasil" ou "o Estado"). A referida petição <strong>de</strong>nunciou aviolação, por parte do Estado brasileiro, dos direitos à vida, à integrida<strong>de</strong> pessoal, àproteção da honra e a dignida<strong>de</strong>, e o direito a um recurso judicial, .consagrados pelos•artigos 4, 5, 11 e 25 da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong> (doravante<strong>de</strong>nominada "a Convencão" ou "a Convencão Americana"), todos em conexão com a• •violação do <strong>de</strong>ver genérico do Estado <strong>de</strong> respeitar e garantir os direitos consagrados naConvenção Americana, conforme o estabelecido no artigo 1.1 da mesma, em <strong>de</strong>trimento<strong>de</strong> seu irmão, o senhor Damião Ximenes Lopes, morto <strong>de</strong>ntro das <strong>de</strong>pendências da,Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes, em Sobral, Ceará (doravante <strong>de</strong>nominada "a Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes" ou "a Casa <strong>de</strong> Repouso"), enquando estava internado' sob tratamentopsiquiátrico.2. A peticionária assinalou que Damião Ximenes Lopes foi internado na Casa <strong>de</strong>Repouso em 1° <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, para receber tratamento psiquiátrico. Três dias <strong>de</strong>poisda internação, sua mãe foi visitá-lo e o encontrou com marcas visíveis <strong>de</strong> tortura, com asmãos atadas, o nariz sangrando, o rosto e o abdomem inchados, motivo pelo qual elachamou a polícia. Entretanto, o senhor Damião faleceu horas mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sermedicado.3. Inicialmente o Estado não respon<strong>de</strong>u ao pedido <strong>de</strong> informação formulado pelaComissão. Depois <strong>de</strong> aprovado o relatório <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> no presente caso, o Estadoapresentou observações <strong>de</strong> mérito, informando sobre as ações internas, administrativas ejudiciais, relacionadas com a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes.4. A Comissão conclui que o Estado é responsável pela violação do direito àintegrida<strong>de</strong> pessoal, à vida, à proteção judicial e as garantias judlciais. consagrados nosartigos 5, 4, 25 e 8, respectivamente, da Convenção Americana, em face dahospitalização <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes em condições <strong>de</strong>sumanas e <strong>de</strong>gradantes, asviolações a sua integrida<strong>de</strong> pessoal, o seu assassinato; e as violações da obrigação <strong>de</strong>investigar, do direito a um recurso efetivo e das garantias judiciais relacionadas com ainvestigação dos fatos. A Comissão <strong>de</strong>termina igualmente que o Estado violou a obrigaçãoimposta pelo artigo 1(1) <strong>de</strong> respeitar e garantir os direitos consagrados na Convenção. Porúltimo, a CIDH efetua as recomendações pertinentes ao Estado brasileiro.= ..... - ..-


, ,•20000657II.TRÃMITE PERANTE A COMISSÃO E SOLUÇÃO AMISTOSA5. Em 22 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, a Comissão acusou recibo da <strong>de</strong>núnciaformulada pelaSra. Irene Ximenes Lopes Miranda. Em 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, a CIDHremeteu ao Estado a petição e lhe conce<strong>de</strong>u 90 dias para respon<strong>de</strong>r.Em 17 <strong>de</strong> fevereiro. ,conce<strong>de</strong>u 60 dias para que apresentara observações. Em 1 0<strong>de</strong> 2000, a Comissão transmitiu ao Estado informacão adicional da peticionária e lheencaminhou ao<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000, a ComissãoEstado outra nota solicitando que proporcionasse a informação necessáriano prazo <strong>de</strong> 30 dias sob pena <strong>de</strong> aplicação do disposto no artigo 42 do Regulamento daComissão então vigente.6. Em 9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002, a CIDH aprovou o relatório <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> nopresente caso.' Em 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002, encaminhou o relatório <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> aambas partes, e <strong>de</strong> coniormida<strong>de</strong> com oartigo 38(1) <strong>de</strong> seu regulamento, solicitou àpeticionária que apresentara suas observações sobre o mérito num prazo <strong>de</strong> dois meses. Apeticionária apresentou observações em 19 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2002, e adicionou anexos eobservações em10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002 e 10 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2003, os quais foramremetidos ao Estado. Em 10 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2003, o Estado apresentou observações sobre omérito.•7. Em 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003. a CIDH colocou-se à dlsposição <strong>de</strong> ambas partespara tratar <strong>de</strong> chegar a uma solução amistosa. Em 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003, a peticionáriarespon<strong>de</strong>uque "sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> reinvindicar a justiça tão aclamada, a. família <strong>de</strong> DamiãoXimenes Lopes aguarda uma proposta <strong>de</strong> conciliação por parte do Estado brasileiro". Por,sua vez, o Estado não respon<strong>de</strong>u à oferta <strong>de</strong> solução amistosa efetuada pela Comissão.Em 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003. a CIDH solicitou ao Estado brasileiro que enviasse à Comissão,<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prazo <strong>de</strong> trinta dias, cópia do contrato <strong>de</strong> direito público ou do convênio• •celebrado entre o Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ISUS) e a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, o qual ,acreditava esta casa <strong>de</strong> repouso como prestadora <strong>de</strong> serviços médicos em nome do,Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUSl. O Estado não respon<strong>de</strong>u a esta solicitação da CIOH.8. Em 11 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003. as organizações não governamentais Centro <strong>de</strong>Justiça Global e o Fórum Cearense da Luta Antimanicomial no Brasil, conjuntamente com afirma Ropes & Gray LLP apresentaram à CIDH um amicus curiae relativo ao presente caso.Em 21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003, esta nota foi remetida à peticionária e ao Estado. Em 6 <strong>de</strong>agosto <strong>de</strong> 2003, a CIDH solicitou à Organização Panamericana da Saú<strong>de</strong> (OPS) umaopinião técnica sobre padrões médicos internacionais relacionados com o tratamento <strong>de</strong>pessoas com doenças mentais. Esta opinião técnica foi recebida na CIDH em 15 <strong>de</strong>setembro <strong>de</strong> 2003. A CIDH, <strong>de</strong>cidiu que, embora a opinião tivesse sido respondida emtermos gerais, po<strong>de</strong>ria ser utilizada no presente caso, e encaminhou cópia <strong>de</strong>la a ambaspartes em 17 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003., CIDH, Relatório Anual 2002. Relatório No. 38/02 - Damião Ximenes Lopes, Caso 12.237 IBrasil)." ..~........,._....M• ~,_._._.__ • _


....~30000658III.POSiÇÃO DAS PARTESA. Peticionária9. A peticionária apresentou uma <strong>de</strong>núncia perante a Comissão alegando queseu irmão, Sr. Damião Ximenes Lopes, <strong>de</strong> 30 anos, que pa<strong>de</strong>cia <strong>de</strong> uma doença mental, foimorto no dia 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, <strong>de</strong>ntro das <strong>de</strong>pendências da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, enquando estava sob tratamento médico. De acordo com a <strong>de</strong>núncia, 1) Sr.Damião Ximenes sofreu maltratos e torturas, e foi atendido <strong>de</strong> forma não idônea enegligente pelos médicos e enfermeiros da referkla Casa <strong>de</strong> Repouso, o que ocasionou suamorte prematura.10. Segundo a <strong>de</strong>claração prestada pela mãe <strong>de</strong> Damião Ximenes, Sra. AlbertinaXimenes, ao Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral, durante o procedimento administrativo iniciadopara <strong>de</strong>terminar as <strong>de</strong>núncias aqui formuladas, ela internou seu filho na sexta-feira dia 1 0<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, e quando voltou a visitá-lo na segunda-feira seguinte, o porteiro dareferida Casa <strong>de</strong> Repouso informou-lhe que seu filho não estava em 'Condições <strong>de</strong> recebervisitas. A Sra. Albertina, irada, entrou na Casa chamando por seu filho pelo nome e "eleapareceu diante <strong>de</strong>la, caindo com as mãos atadas por <strong>de</strong>trás, sangrando pelo nariz, com acabeça toda inchada e com os olhos quase fechados, caindo a seus pés, todo sujo, comcheiro <strong>de</strong> fezes e urina; que, quando caiu a seus pés, gritando Hpolicia~ policia, polícia", elanão sabia o que fazer, pediu que. o <strong>de</strong>satassem...cheio <strong>de</strong> hematomas no corpo, com acabeça tão inchada que não parecia sua ...":11 . A mãe do Sr. Damião relatou que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> pedir que <strong>de</strong>ssem um banho emseu filho, foi buscar um médico e lhe pediu que o socorresse, caso contrário ele morreria.Segundo a peticionária, o médico era o Sr. Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, diretor da Casa<strong>de</strong> Repouso e médico forense do IML-Instituto Médico Legal <strong>de</strong> Sobral, que respon<strong>de</strong>u:"Deixe-o morrer, quem nasce tem que morrer", e lhe disse para que parasse <strong>de</strong> chorar, pois<strong>de</strong>testava choro. O referido médico então receitou medicamentos sem examinar o paciente.12. Posteriormente, a Sra. Albertina foi buscar seu filho. No caminho,encontrou uma "mulher da limpeza" que lhe disse que "o filho da <strong>de</strong>clarante tinha lutadomuito com os enfermeiros e tinha perdido muito sangue". Em seguida, encontrou seufilho "<strong>de</strong>itado no chão do quarto, completamente sem roupas, ainda com as mãos atadaspor <strong>de</strong>trás; e, nesse momento, o enfermeiro disse que ele havia acalmado-se. que não lhetocasse porque estava tranquilo ... ",13. Segundo a peticionária, <strong>de</strong>pois que <strong>de</strong>ixou seu filho com vida na Casa <strong>de</strong>Repouso e pouco tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> chegar em sua casa, já havia um recado da Casa <strong>de</strong>Repouso informando-lhe sobre o falecimento <strong>de</strong> seu filho. Nesse mesmo dia, o médicoFrancisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos <strong>de</strong>ixou na Casa <strong>de</strong> Repouso um parecer médico informandoque a causa da morte tinha sido uma parada cardiorespiratória. Os médicos da referidaCasa não se manifestaram a respeito das torturas e o maltrato sofrido pelo Sr. Damião,nem em relação aos medicamentos ingeridos.,--.-, "-.----.~._._,'__' _._..._." "A~"_"'·"""_~"_· _---_..•_._-------_._...,._---------------•


0000659..4J..14. A peticionária também informou que os familiares <strong>de</strong> Damião, sem confiar naperícia a ser realizada nomesmo da Casa <strong>de</strong> Repouso, Sr. Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos,IML <strong>de</strong> Sobral, uma vez que o diretor <strong>de</strong>sse Instituto era Qtransferiram seu corpo para a capitala fim <strong>de</strong> que fosse realizada uma autópsia. Para surpresa e <strong>de</strong>sespero <strong>de</strong> todos e apesar <strong>de</strong>todas as evidências físicas <strong>de</strong> tortura, o parecer não i<strong>de</strong>ntificou a causa <strong>de</strong> morte do irmão ,da peticionária. concluindo apenas que "tendo em vista o anterior, supomos que trata-se<strong>de</strong> morte por causa in<strong>de</strong>terminada".15. A petlcionárla alegou que <strong>de</strong>nunciou o caso às autorida<strong>de</strong>s competentes epediu a instauração <strong>de</strong> uma investigação naPolícia Civil e <strong>de</strong> Procedimento Administrativodo Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral. Mencionou várias <strong>de</strong>claracões <strong>de</strong> vítimas da reterida Casa <strong>de</strong>•Repouso, e anexou um relatório do Grupo <strong>de</strong> seguimento e avaliação da assistênciapsiquiátrica hospitalar - GAPH-CE durante a sua visita à Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, apedidoda Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania da Assembléia Legis~ativado Ceará,<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> interposta a <strong>de</strong>núncia da peticionária perante essa Comissão. A peticionáriaassinalou que, não obstante' todos .estes procedimentos, o caso não fQi <strong>de</strong>vidamenteinvestigado, não foi instaurada nenhuma ação judicial, a Casa <strong>de</strong> Repouso seguiafuncionando e os responsáveis não tinham sido punidos..,~16. A peticionária assinalou que o grupo <strong>de</strong> seguimento e avalleçêo daassistência psiquiátrica hospitalar IGAPH-CE) visitou a Casa <strong>de</strong> Repouso em novembro <strong>de</strong>,1999, <strong>de</strong>pois do fato <strong>de</strong>nunciado, arrecadou informação sobre as <strong>de</strong>núncias r.elativas àmorte <strong>de</strong> Damião Ximenes, e concluiu o seguinte:•o "Caso Damiêo" evi<strong>de</strong>ncia assistência médica precária. maltrato. <strong>de</strong>ficiências diversasenumeradas neste relatório. o que <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>nunciado aos diversos conselhos <strong>de</strong> categoriasvinculadas à assistência psiquiátrica e ao Ministerio Público a fim <strong>de</strong> que adotem asprovidências pertinentes., ,17. O relatório do grupo <strong>de</strong> especialistas em psiquiatria, assinado pelo Dr.Raimundo Alonso Batista <strong>de</strong> Aquino, Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Estado do Ceará,concluiu que a referida Casa <strong>de</strong> Repouso era ina<strong>de</strong>quada para os fins a que se <strong>de</strong>stinava:A cünica não apresenta condições <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong>vido a todos os -comentários antesreferidos. Por sua ·Iocalização estratégica. sugerimos sua intervenção ou medida -similar,incluindo a troca <strong>de</strong> administração ou sua <strong>de</strong>sautorização pelo SUS, providências ,a seremtomadas pelo município <strong>de</strong> Sobral ou em conjunto com a SESA.18. A peticionária alegou que o Estado não cumpre <strong>de</strong>vidamente sua obrigação<strong>de</strong> instruir uma investigação judicial para estabelecer a responsabilida<strong>de</strong> pela morte <strong>de</strong> seuirmão e alega que o Estado é responsável pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes LQPes.19. Ao formular observações adicionais em 10 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2003, a peticionáriaanexou cópias <strong>de</strong> expediente relativo à ação penal que tramita na 3 8 Vara <strong>de</strong> Comarca <strong>de</strong>•Sobral, Estado do Ceará, para a <strong>de</strong>terminação da responsabilida<strong>de</strong> penal pela morte dosenhor Damião Ximenes Lopes. Anexou igualmente cópia do expediente relativo a ação6;1",.= ...... = ..,- ".- -_•. _ ..,--_.. -_'w ', ~. .~_..._.__• _0_0 • __. _


00006605civil <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização por dano moral interposta pela senhora Albertina Viana Lopes junto à58 Vara Civil da Comarca <strong>de</strong> Sobral, Ceará, contra a mencionada Casa <strong>de</strong> Repouso, bemcomo contra seu Diretor-Presi<strong>de</strong>nte e um médico que trabalhava nela.B. O Estado20. A Comissão, <strong>de</strong> acordo com seu Regulamento, notificou ao Estado para queapresentara a informação que consi<strong>de</strong>rasse pertinente à <strong>de</strong>núncia em questão, e reiterouposteriormente a solicitação <strong>de</strong> informação ao Estado. Não obstante, o Estado <strong>de</strong>ixouvencer os prazos e até <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> admitida a petição, não apresentou nenhuma respostaaos fatos alegados pela peticionária nem questionou a admissibilida<strong>de</strong> da petição.Estado21. Em suas observacões sobre o mérito datadas M 10 <strong>de</strong> marco <strong>de</strong> 2003, o• •assinalou que a ação penal"que investiga a responsabilida<strong>de</strong> penal dos donos da Casa <strong>de</strong> Repouso ~uararapes e <strong>de</strong>maismédicos alegadamente responsáveis pela morte do paciente,tramita perante a 3' VaraCriminal e se encontra na última etapa das diligências, requeridas pelo Ministério Públicocom base no artigo 499 <strong>de</strong> Código <strong>de</strong> Processo Criminal. O passo seguinte seria oencaminhamento do processo aos advogados <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa para alegações finais e posteriorjulgamento pelo juiz. O trâmite do referido processo foi inicialmente lento, mas atuatmeritesegue um curso consi<strong>de</strong>rado regular".22. O Estado também informou que a ação civil <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização que tramita na58. Vara <strong>de</strong> Sobral está em mãos da autorida<strong>de</strong> judicial, "que apreciará a ata <strong>de</strong> interdiçãoda Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes", e mencionou que impulsionaria maior


•••00006616•..presente caso, incluindo a Portaria No. 026, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, que <strong>de</strong>cretou aintervenção da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, e a Portaria CCA No. 113, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2000, mediante a qual foi cancelada a autorização da Casa <strong>de</strong> Repouso <strong>de</strong> Guararepescomo instituição contratada para prestar serviços ao Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 1SUS).IV.ANÁLISE SOBRE O MÉRITOA. Fatos estabelecidos,26. A Comissão <strong>Interamericana</strong> observa que a peticionária alegou uma série <strong>de</strong>fatos, que não foram controvertidos pelo Estado. Com efeito, a CIDH transmitiu as partespertinentes da <strong>de</strong>núncia ao Estado em 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, e lhe solicitou queproporcionasse informação sobre os fatos <strong>de</strong>nunciados. O Brasil não contestou. Em 1 o <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 2000, a CIDH reiterou ao Estado brasileiro sua solicitação <strong>de</strong> informação, emencionou expressamente que a falta <strong>de</strong> contestação po<strong>de</strong>ria implicar na aplicação aopresente caso do artigo 42 <strong>de</strong> seu regulamento então vigente. Não obstante, o Estadobrasileiro não contestou a <strong>de</strong>manda.27. A primeira intervenção do Estado brasileiro no presente caso foi efetuada em10 <strong>de</strong> mar.ço <strong>de</strong> 2003, quando <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aprovado o relatório <strong>de</strong> edrnisslblílda<strong>de</strong> nopresente caso, o Estado formulou observações sobre o mérito, mas não refutou os fatosarguidos no presente caso.•28. A Comissão <strong>Interamericana</strong> observa que o artigo 42 <strong>de</strong> seu Regulamentovigente até 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001 estabelecia que: "presumir-se-ão verda<strong>de</strong>iros os fat-osrelatados na petição e cujas partes pertinentes tenham sido transmitidas ao Governo doEstado referido se, no prazo máximo fixado pela Comissão <strong>de</strong> acordo com o artigo 34,parágrafo 5, este Governo não submeter a informação correspon<strong>de</strong>nte, sempre e quando "outros elementos <strong>de</strong> conviccão não levarem a uma conclusão diferente". O conteúdo <strong>de</strong>ste•artigo é similar ao artigo 39 do atual Regulamento da Comissão.29. O artigo antes trascrito significa que se o Estado não controverte os fatosalegados e não existem outros elementos <strong>de</strong> convição que possam levar a concluir ocontrário, a Comissão po<strong>de</strong> presumir verda<strong>de</strong>iros os fatos alegados. A este respeito, a<strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> enten<strong>de</strong> queA forma em que a <strong>de</strong>fesa foi conduzida po<strong>de</strong>ria ter bastado para que muitos dos fatosafirmados pela Comissão fossem validados como verda<strong>de</strong>iros, em virtu<strong>de</strong> do princípio <strong>de</strong> que,salvo em matéria penal --que não é aplicável ao presente caso, como dito anteriormente-o, osilêncio do <strong>de</strong>mandado ou sua contestação elusiva ou ambígua possam ser interpretadas comoaceitação dos fatos da <strong>de</strong>manda, pelo menos enquanto o contrário não apareça nos autos ounão resulte da convição judicial. 2, <strong>Corte</strong> I.D,H.. Caso vetesouer Rodríguez. Sentença <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1988, par, 138.-----_._~..--...._.----_.--'_ ..------------------..~--~-" ..._.._-----~_ ... _.__ •


0000662730. Ainda que o ônus da prova no processo perante a Comissão <strong>Interamericana</strong>correspon<strong>de</strong>, em princípio, a parte <strong>de</strong>nunciante ou peticionária, a falta <strong>de</strong> contradição doEstado produz na prática uma inversão do ônus da prova, conforme a qual o Estado <strong>de</strong>veprovar elementos contra os fatos alegados. Se o Estado não contradiz os fatos <strong>de</strong> méritonem produz provas <strong>de</strong>stinadas a questioná-los. a Comissão po<strong>de</strong> presumir verda<strong>de</strong>iros osfatos alegados, sempre que não existam elementos <strong>de</strong> convição que possam fazê-Iaconcluir <strong>de</strong> outra maneira.31. A Comissão está facultada para solicitar informações as partes, para realizarinvestigações ln-loco a respeito <strong>de</strong> assuntos submetidos a seu .conhecimento, e paraarrecadar as provas que estime pertinentes. O Estado, po sua vez, a<strong>de</strong>mais do ônus <strong>de</strong>provar os fatos utilizados em sua <strong>de</strong>fesa, tem a obrigação <strong>de</strong> colaborar. o que incluisubmeter a informação solicitada pela Comissão e proporcionar todas as facilida<strong>de</strong>snecessárias para as investigações que a Comissão <strong>de</strong>cidir realizar. 3 A <strong>Corte</strong> Interameriocana<strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> assinalou que nos processos sobre 'violações <strong>de</strong> direitos humanos, "a<strong>de</strong>fesa do Estado não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>scansar sobre a impossibilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>mandante <strong>de</strong> alegarprovas que, em muitos casos, não po<strong>de</strong>m ser obtidas sem a cooperação do Estado. .É oEstado que tem controle dos meios para esclarecer os fatos ocorridos <strong>de</strong>ntro -<strong>de</strong> seuterritório. A Comissão, embora tenha faculda<strong>de</strong>s para realizar investigações, na prática<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, para po<strong>de</strong>r efetuá-las <strong>de</strong>ntro da jurisdição do Estado, da cooperação e dos meiosproporcionados pelo Governo"."32. Tomando em consi<strong>de</strong>ração as mencionadas regras sobre ônus e a produçãoda prova, bem como as provas submetidas por ambas partes, e aquelas -colhidas pelaComissão, existe um conjunto <strong>de</strong> elementos probatórios que <strong>de</strong>vem ser avaliados pelaComissão para fundamentar sua <strong>de</strong>cisão.33. Na valoração da prova, a Comissão toma em consi<strong>de</strong>ração critérios queforam mencionados pela <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>. A este respeito, a<strong>Corte</strong> assinalou, por exemplo, quePara um tribunal internacional, os critérios <strong>de</strong> valoração da prova são menos formais que nossistemas internos. Quanto ao requerimiento <strong>de</strong> prova. esses mesmos sistemas reconhecemgraus diferentes que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da natureza. caráter e gravida<strong>de</strong> do Iitigio. A prática dostribunais internacionais e internos <strong>de</strong>monstra que a prova direta, seja testemunhal oudocumental, não é a única que po<strong>de</strong> legitimamente ser consi<strong>de</strong>rada para fundamentar asentença. A prova circunstancial, os indícios e as presunções. po<strong>de</strong>m ser utilizados,' sempreque <strong>de</strong>les possa inferir-se conclusões consistentes sobre os fatos. 534. De acordo com o exposto anteriormente e com base nas alegações dapeticionária. a falta <strong>de</strong> contestação expressa do Brasil a respeito dos fatos alegados, ascópias dos expedientes judiciais e <strong>de</strong>mais evidências que constam dos autos, e a ausên-cia3 Ver a respeito. por exemplo. o artigo 48(a)(dJ e (el da Convenção Americana.4 <strong>Corte</strong> I.D.H., Caso Velásquez Rodriguez. sentença <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1988, par. 135 e 136., <strong>Corte</strong> I.D.H., Caso Velásquez Rodriguez, ob. cit., par. 128 e 130."M' lO .... "'--,-~.-_.-._•. . ... _, .,.-- -_._-_._----------------~._-_._------~,


••,00006S38I<strong>de</strong> outros elementos <strong>de</strong> convicção que possam fazer a CIDH concluir o contrário, aComissão passa a pronunciar-se sobre os fatos estabelecidos no presente caso.35. Tendo em vista a posição do Estado brasileiro no presente caso <strong>de</strong> nãorefutar os fatos na oportunida<strong>de</strong> processual estabelecida para isto, e <strong>de</strong> mencionarposteriormente a situação dos processos internos, a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong>veressaltar uma diferença fundamental que existe entre o objeto dos recursos internos e oobjeto do processo internacional perante o sistema interamericano.36. O objeto do processo interno é <strong>de</strong>terminar a responsabilida<strong>de</strong> individual pelavulneração <strong>de</strong> direitos fundamentais cometidas, seja por agentes do Estado, seja porpessoas que não ostentem este carácter, enquanto que o objeto do processo internacionalé estabelecer se existe responsabilida<strong>de</strong> internacional do Estado pela violação


00006649Indireta e das Fundações mantidas pelo po<strong>de</strong>r público e operado pelo Estado Brasileiro"no qual a "iniciativa privada po<strong>de</strong>rá participar, em caráter complementar"."Situação <strong>de</strong> violência imperante na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes39. A Comissão consi<strong>de</strong>ra que ficou estabelecida a existência <strong>de</strong> um contexto ,fático <strong>de</strong> violência extrema que caracterizava o interior da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes nomomento em que Damião Ximenes Lopes faleceu nesta instituição.40. A este respeito, a CIDH observa que antes da morte <strong>de</strong> Damião XimenesLopes ocorreram pelo menos duas mortes na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes emcircunstâncias que indicam que dois pacientes ali internados morreram por causasviolentas, que incluiam golpes na cabeça com objetos contun<strong>de</strong>ntes. A <strong>de</strong>claração datestemunha Maria Gorete Silva refere-se a morte <strong>de</strong> seu pai, Gerardo Alves da Silva,ocorrida em fevereiro <strong>de</strong> 1991 na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes:Que na segunda-feira, por volta das 7 :00 horas I ...) um,a vizinha a avisou que seu pai tinhamorrido naquele hospital I... ) Quando ali quis entrar para ver o seu pai, fora barrado I...)avisou a um irmão <strong>de</strong> nome Francisco Constancio Alves, o qual também ao chegar naquelehospital foi barrado (...1. Que o Dr. Humberto perguntou ao seu irmão se tinham roupa paravestir o pai, e foi quando o Francisco Constancio foi buscar a roupa, e ao levar ali, novamentefoi barrado e não <strong>de</strong>ixaram nem que ajudassem a vesti-lo, e os familiares, foram ver o paiapenas em casa. Que quando o pai da <strong>de</strong>clarante chegou em casa, ela ao ve-Io viu que natesta <strong>de</strong>le entre uma sombrancelha e outra, no osso da testa e entre o nariz, tinha um tufo <strong>de</strong>algodão e ainda melado <strong>de</strong> sangue I... ).• -Ver expediente, Lei Fe<strong>de</strong>ral No, 8.080 <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990, artigos 4 e 7.-Ver expediente, Portaria No. 026, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, emitida pelo Secretário Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ePrevidência Social do Município <strong>de</strong> Sobral, Estado <strong>de</strong> Fortaleza. Mediante este instrumento <strong>de</strong>cretou-se a intervenção da Casa<strong>de</strong> Repouso Guararapes, e o seu artigo 3 facultou a Junta Interventora a "administrar e sanear a Casa <strong>de</strong> Repouso•Guararapes, administrando os recursos entregues pelo Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>-SUS...",-Ver expediente, Portaria No. 113, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, emitida pelo Secretário Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ePrevidência Social do Município <strong>de</strong> Sobral, Estado <strong>de</strong> Fortaleza. No artigo 1 o dispõe: 'Cancelar a autorização da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes como instituição psiquiátrica para prestar serviços ao SUS na área <strong>de</strong> assistência hospitalar empsiquiatria Ir •-Ver expediente, <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Dr. 'Francisco Ivo Vasconcelos, médico que trabalhava na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, prestado em 26 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000, no processo penal tramitado junto ao Juiz <strong>de</strong> Direito da Terceira Vara doEstado <strong>de</strong> Ceará. Neste <strong>de</strong>poimento a testemunha manifesta que '0 hospital era particular e recebia recursos financeiros doSUS',-Ver expediente, OHcio SSAS No. 870, <strong>de</strong> 10 julho <strong>de</strong> 2000, mediante o qual a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e PrevidênciaSocial da Preleitura Municipal <strong>de</strong> Sobral informa a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes do "cancelamento da autorização da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes como hospital contratado para a prestação <strong>de</strong> serviços ao SUS, na área <strong>de</strong> internação psiquiátrica.'-Ver expediente, <strong>de</strong>poimento do médico José Claudio Aguiar, perante a 3'. Vara, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000, em queassinala que '0 valor diário pago pelo SUS por cada paciente incluia todos os gastos, inclusive alimentação, medicamentos,água, luz (...I".-Ver expediente. escrito <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2001 dirigido pelo Sr. Sergio Antunes ferreira Gomes (através <strong>de</strong>procuraçãoi. proprietário da Clínica <strong>de</strong> Repouso Gurarapes a Juíza <strong>de</strong> Direito da Terceira Vara da Camarca <strong>de</strong> 'Sobral, em queassinala que com o cancelamento da autorização da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes como '"hospital contratado para aprestação <strong>de</strong> serviços ao SUS na área psiquiátrica, I...) põs fim a única lonte <strong>de</strong> ingresso da requerida [Clínica <strong>de</strong> RepousoGuararapesl. pois não existe outra fonte <strong>de</strong> recurso linanceiro a não ser o contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços com o ServiçoÚnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>'.----_..._._.----_...... ,-------.....,.-_.-. -_._----------- - -,,,. '._"- .


,,'.•100000665•Que acha que aquilo na cabeca <strong>de</strong> seu pai foi uma paulada. Que ao ver aquilo na -cabeça <strong>de</strong>seu pai foi até o hospital e la chegando falou com o Dr. Humberto e o Juvenal, falando a elesque iria dar parte na policia, e eles lhe falaram que não adiantaria nada, pois não iria dar emnada. Que mesmo assim a <strong>de</strong>clarante veio a esta <strong>de</strong>legacia e prestou quixa com a Dona Gilda,<strong>de</strong>sta <strong>de</strong>legacia. Que porém, não ficou com nenhuma copia <strong>de</strong>sta queixa. (...)Que naquele hospital tinha sempre morte <strong>de</strong>ssa natureza, mas que nunca se tinham prova eentao nada era feito em termos <strong>de</strong> justiça."•41 . O <strong>de</strong>poimento da testemunha Maria Expedita Sousa Lira refere-se à morte <strong>de</strong>sua mãe, senhora Raimunda. Ferreira <strong>de</strong> Sousa, ocorrida em 1987, na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes:fora avisada por uma vizinha <strong>de</strong> nome Irenei<strong>de</strong>, que era enfermeira da 'Santa Casa, que a suamãe ali havia dado entrada e na UTI. Que a <strong>de</strong>clarante, muito surpresa, foi até ao hospitalL ..) perguntar por sua mae, lhe falaram que a sua mãe havia levado uma queda e que tinhaido <strong>de</strong>smaiada para a Santa Casa (...I novamente falando com a Iranei<strong>de</strong>, ela a falou que suamae estava muito mal e com uma pancada muito gran<strong>de</strong> na cabeca, e que talvez nãoescapase.•Que apos alguns dias na UTI I...) levaram a mãe da <strong>de</strong>clarante para casa, on<strong>de</strong> na manhã dodia seguinte ela veio a falecer. Que, quando foram vestir a mortalha, a <strong>de</strong>clarante e outrosfamiliares, além <strong>de</strong> amigos, naquela hora viram que na cabeça <strong>de</strong> sua mãe tinha uma pancadamuito gran<strong>de</strong>, e pelo corpo da mesma estava com muitos arranhaoes e roxo e na unhasestavam como se estivesese, sido arrancadas e muito machucadas, momento em que todosali se revoltaram, pensaram até em dar parte na policia, mas a famma achou por bem nem -darparte e entregaram a Deus e a enterraram-na. 10•42. Os <strong>de</strong>poimentos transcritos acima indicam que antes <strong>de</strong> Damião XimenesLopes houve mortes inexplicadas na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. cujas causas nãoforam investigadas, e po<strong>de</strong>riam ter incluido golpes com objetos contun<strong>de</strong>ntes na -cabeça<strong>de</strong> pacientes <strong>de</strong>sta instituição. Do expediente surge igualmente que não foram oferecidasexplicações verosstmeis com relação a estas mortes. A Comissão observa também que"ainda que as duas mortes anteriormente mencionadas tivessem ocorrido vários anos antesda morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes. não há nenhuma prova no expediente que leve aacreditar que as condições e circunstâncias que permitiram estas mortes tivessem mudadoantes da ocorrência dos fatos do presente caso.43. A Comissão observa também que das provas do presente expediente seevi<strong>de</strong>ncia claramente que existia na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes uma situaçãocaracterizada pela violência física exercida pelos enfermeiros contra os pacientes, e que,longe <strong>de</strong> cuidé-los e protegê-los, os enfermeiros incentivavam os pacientes a lutarem entreeles.• Ver expediente. Depoimento da senhora Maria Gorete Silva, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> :2000, riopela Policia <strong>de</strong> Sobral, Estado do Ceará.inquérito efetuado10 Ver expediente. Depoimento da senhora Maria Expedita Sousa Lira, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, no inquéritoefetuado pela Policia <strong>de</strong> Sobral, Estado do Ceará.~'-"''--'--·_~IIl_' __'''' ''~_''''·'·'~~''' ....... , _., _. ··-·'"·..."_E.._· ..... ...P~-, ~ ._. _


00006661144. O <strong>de</strong>poimento do senhor Francisco das Chagas Melo, que em 1997 esteveinternado como. paciente na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. é bastante ilustrativo para aCIDH em relação à violência exercida contra os pacientes nesta instituição. A mencionadatestemunha manifestou que o tempo em que passou na Casa <strong>de</strong> Repouso foia pior época <strong>de</strong> sua vida, e horrfvel, pois apanhou muito naqula casa, e lembra-se que ofuncionário que o bateu muito com murros e o batendo na pare<strong>de</strong> foi a pessoa <strong>de</strong> nome:Eliezio, on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>poente ficou todo ensanguentado na boca.t... ) diz que viu por varias vezes aos enfermeiros ao invés <strong>de</strong> dar assistência aos pacientes,quando via um paciente olhando para o outro, dava "corda", para que eles brigassem entre si,e quando um apanhava, eles ainda ficavam mangando, falando o seguinte: Ei rapaz apanhoudo cara. E, por causa disso, comecava a briga <strong>de</strong> novo que durava horas e horas, e eles aoinvés <strong>de</strong> apartar, ficara era falando que somente não queria e que fossem fazer nada comeles.,(... ) lembra - se <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>sses funcionários, no caso as pessoas <strong>de</strong> nomes: Zé,Eliésio, Carlao, o carcereiro <strong>de</strong> nome Cosmo.1...)I...) recorda-se que o funcionario <strong>de</strong> nome Cosmo, quando batia nos internos, e o <strong>de</strong>poente foifalar com ele para que ele não batesse, e somente porque o chamou <strong>de</strong> po<strong>de</strong>roso t...) elequando estava <strong>de</strong> posse <strong>de</strong> um garefo <strong>de</strong> apenas duas pontas, veio em sua direcao e em tdm<strong>de</strong> ameaca e nervoso, falava o seguinte. "Cala a boca ar, seu baitola, se não eu te furo".,Que por outrta vez, um paclente <strong>de</strong> nome Jucelino, muito amigo do <strong>de</strong>poente, quando estavasentado num tronco (...) eis que o carcereiro <strong>de</strong> nome Cosmo, sem nenhum motivo (. ..) <strong>de</strong>ulheuma cutuvelada muito forte nas costas <strong>de</strong> Jucelino I...)Que por outra oportunida<strong>de</strong> esse mesmo Cosmo, amarrou o Jucelino e outro paciente I...)Jucelino gritava <strong>de</strong> dor, e quando o <strong>de</strong>poente disse que iria <strong>de</strong>samarrái-Io, Cosmo falava parao <strong>de</strong>poente que ele não fizesse aquilo (...)Que, por outra oportunida<strong>de</strong> viu quando esse mesmo Cosmo pegou uma ca<strong>de</strong>ira, daquelas <strong>de</strong>ferro, e sem nenhum motivo novamente, e a tacava nas costas <strong>de</strong> outro paciente que o<strong>de</strong>poente não se recorda o nome, isso tudo, diz o <strong>de</strong>poente, que por pura malda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssefuncionário."45. A testemunha Francisco das Chagas Melo <strong>de</strong>clarou também em outraoportunida<strong>de</strong> quecerta vez viu um enfermeiro da citada casa, chamado Eliezio, espancar um paciente s6menteporque este balançou o portao que separa os pátios <strong>de</strong> um dos dormitórios. fazendo barulho;que por essa razão o citado enfermeiro aplicou-lhe um soco na cara e chutou repetidas vezeso paciente já caído no chão; que o paciente gritava, dizendo que ia morrer, que o enfermeirosó parou quando o paciente já se enccntrava bem mole e <strong>de</strong>ficiente em face das penca<strong>de</strong>s.P11 Ver expediente. Depoimento do senhor Francisco das Chagas Melo, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999. no inquéritoefetuado pela Polícia <strong>de</strong> Sobral, Estado do Ceará." Ver expediente. Depoimento do senhor Francisco das Chagas Melo. <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2001, que consta doexpediente judicial em trâmite perante o JUi2 da 3'. Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral.• iii' I" 00· Me •••


'.000066712•..46. A Comissão observa também que no livro <strong>de</strong> ocorrências diárias da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes, existe por exemplo, um registro <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, emque um enfermeiro assinala o seguinte:Fui convocado para um <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> um paciente com o nome Van<strong>de</strong>rlei on<strong>de</strong>m estavampresente (...1 o paciente relatou as agressões que alguns auxiliares voltam a praticar. Falousobre o paciente Adauto. que estava agressivo, quebrou lãmpedas, cortou com os <strong>de</strong>dos enada os auxiliares nada. que colocavam os pr6prios pacientes o/ conter o paciente agressivo.Citou também que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> contido. <strong>de</strong> mãos para tráz auxiliares tacavam as mãos no rostodo paciente. citou também que amarram com uma corrente;"47. A testemunha André Tavares do Nascimiento <strong>de</strong>clarou que trabalhava naCSG como "auxiliar <strong>de</strong> pátio", e que sua principal função era atuar como espécie <strong>de</strong>"segurança, para auxiliar os enfermeiros quando algum paciente está agitado, ou seja,violento".'4 Quando perguntado se na sua opinião os auxiliar.es <strong>de</strong> pátio eram bemtreinados para o trabalho com doentes mentais, a testemunha Francisco Ivo doeVasconcelos, Diretor Clfnico da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, respon<strong>de</strong>u que "já foramrecebidas diversas reclarnacões sobre maus tratos" (...l. "m.edicamentos são trocados sem•prescrição do médico, e que vem a saber através dos pacientes" ... "na verda<strong>de</strong>, osfuncionários, os pacientes amarram sem critérios, .eu vou e mando <strong>de</strong>samarrar". 1548. A t.estemunha Sebastián Viera Filho, ex-paciente da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes afirmou que•naquela casa foi muito maltratado. viu muitos maus. tratos (.,,) que quando por umavez quissair dali <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro daquela casa, foi empurrado 1. .. ) que, diz que ao invés <strong>de</strong> "serem bemtratados para melhorarem. é ao contrário, que os funcionarios os tratam como verda<strong>de</strong>irosbichos (".1 se você <strong>de</strong>sejar mal ao seu pr6ximo aqui na terra. s6 basta que ele sejahospitalizado na CASA -DE REPOUSO GUARARAPfS. enten<strong>de</strong> que não tem lugar pior do queaquele hospital 1".).'6•,49. A testemunha Joao Paulo Melo, irmão <strong>de</strong> um ex-paciente da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes, <strong>de</strong>clarou que seu irmão esteve internado neste lugar no ano 1998,e quefalou que ali era um inferno, pois havia apanhado muito, e <strong>de</strong> um certo -enferrneiro (.,,) maslhe parece que era o enfermeiro <strong>de</strong> nome Cosmo. Que, também por uma certa ocasiãoquando levou um murro <strong>de</strong>sse enfermeiro na boca e quando saiu muito sangue (...).17'3 Ver expediente. Livro <strong>de</strong> ocorrências diárias da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. <strong>de</strong>poimento do enfermeiroFrancisco Santana. <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999." Ver expediente. Depoimento do senhor André Tavares do Nascimento. <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999. noinquérito efetuado pela Polícia <strong>de</strong> Sobral. Estado do Ceará.lO Ver expediente. Depoimento do Dr. Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos. da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes Oficial <strong>de</strong>Investigação da Casa <strong>de</strong> Repouso <strong>de</strong> Guararape.te Ver expediente. Depoimento do senhor Sebastiao Vieira Filho, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999. no inquérito efetuadopela Polícia <strong>de</strong> Sobral, Estado do Ceará.17 Ver expediente. Depoimento do senhor Joao Paulo Melo. <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000. no inquérito efetuado pelaPolicia <strong>de</strong> Sobral. Estado do Ceará..._----'-"----- ". - - .. ~ ""'-- -_-....~---.---• ...._.,,_. ~,__ •• u • _ti ._ • L ••.,


00006681350. Como se po<strong>de</strong> observar, os <strong>de</strong>poimentos acima coinci<strong>de</strong>m entre si e indicamclaramente a situação <strong>de</strong> extrema violência que existia na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapescontra os pacientes <strong>de</strong>sta instituição.51. Também ficou claro que na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes existiam .condições<strong>de</strong>sumanas e <strong>de</strong>gradantes para as pessoas ali internadas. A este respeito, a Portaria No.026 <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, emitida pelo Secretário Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e PrevidênciaSocial do Município <strong>de</strong> Sobral, assinala que <strong>de</strong>ntre os motivos para intervir na Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes está um relatório governamental que conclui que a Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes "não oferece condições <strong>de</strong> funcionamento a<strong>de</strong>quadas à legislação sanitáriapertinente e que há evidências <strong>de</strong> maus tratos, tortura e <strong>de</strong> abuso sexual <strong>de</strong> pacientes" .1852. O relatório oficial elaborado em novembro <strong>de</strong> 1999 pelo -Grupo <strong>de</strong>Acompanhamento e Avaliação da Assistência Psiquiátrica' da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapesinforma que os pacientes <strong>de</strong>sta instituição tinham lesões nos membros superiores einferiores que indicam terem sido causadas por trabalhadores da Casa <strong>de</strong> Repouso, e que amaioria <strong>de</strong>les afirmou estar insatisfeita com os homens que lhes dão "gravata" (manobraque implica na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> asfixiamentol. 19 sendo que os <strong>de</strong>mais internos disseram que"era a lei" ou que era "para manter a or<strong>de</strong>m"'


Goo0669 ,.•14IFrancisco Ivo Vasconcelos, <strong>de</strong>clarouCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapeslque as,reclama


150000670conhecida em psiquiatria como "quadro psicótlco". que causa habitualmente sofrimento eisolamento da pessoa doente <strong>de</strong> seus padrões normais <strong>de</strong> comportamento. 2858. A Organização Panamericana da Saú<strong>de</strong> (OPS) assinala que um quadro"psicótico" faz referência a "uma situação clínica caracterizada pela existência <strong>de</strong>sintomas psicóticos, e está associado geralmente a alguns transtornos mentais severos". 29A sua vez, e <strong>de</strong> acordo com o "Relatório sobre a Saú<strong>de</strong> no Mundo 2001", os transtornosmentais "...são consi<strong>de</strong>rados afecções <strong>de</strong> importância clínica, caracterizadas pelaalterações dos processos <strong>de</strong> pensamento, da afetivida<strong>de</strong> (emoções) ou <strong>de</strong> comportamentoassociadas a angústia pessoal, alterações do funcionamento ou a ambos".30 De acordocom este relatório, os transtornos mentais "Inlão são somente variacões <strong>de</strong>ntro da•normalida<strong>de</strong>, mas fenômenos claramente anormais ou patológicos".3159. A OPS também assinala que os transtornos psicóticos, por sua parte, e <strong>de</strong>acordo com a "Classificacão Estatística Internacional <strong>de</strong> Doencas e Problemas• •Relacionados com a Saú<strong>de</strong>"32, são um grupo heterogêneo <strong>de</strong> transtornos caracterizadospela apresentação <strong>de</strong> sintomas psicóticos, tais como idéias <strong>de</strong>lirantes (idéias falsas oualheias da realida<strong>de</strong>), outras perturbações do pensamento e perturbações da percepção,como são as alucinações. Frequentemente, mas não obrigatoriamente, são acompanhados<strong>de</strong> agitação psicomotora e outras alterações do comportamento. O que verda<strong>de</strong>iramentedistingue os quadros psicóticos <strong>de</strong> outros quadros clínicos é o isolamento da r.ealida<strong>de</strong>.Muitas vezes estes quadros estão 'associados à esquizofrenia, não obstante tambémaparecem em transtornos afetivos severos como o trastorno afetivo bipolar e outrostranstornos mentais."60. Surge do expediente que a intensida<strong>de</strong> da doença mental <strong>de</strong> Damião XimenesLopes aumentou, e que em 1995 foi internado pela primeira vez na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, por um período <strong>de</strong> dois meses. Ao voltar para casa estava melhor, e passou atomar medicamentos <strong>de</strong> maneira regular. 34 Ao obter alta da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes,Damião Ximenes Lopes tinha feridas nos joelhos e tendões. Os familiares perguntaram aum funcionário da clínica sobre as razões das feridas, e respon<strong>de</strong>u que Damião XimenesLopes havia machucado-se quando tentou fugir. Por sua parte, Damião Ximenes Lopes2. Ver expediente. Relatório da Psiquiatra Lidia Dias Costa.2. Ver expediente. Opinião técnica da OPS,30 Relatório sobre a Saú<strong>de</strong> no Mundo 2001, "Saú<strong>de</strong> Mental: Novos conhecimentos, Novas esperanças",Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> (OMS), p. 21.31 Id.32 "Ctassificeçâo Estatística Internacional <strong>de</strong> Doença e Problemas Relacionados com a Saú<strong>de</strong>", Décima Revisão,Volume I, Genebra, OMS, 1992, p. 314.33 U.S. Department 01 Health and Human Services. "Mental Health: A Report 01 the Surgeon General". Rockville.MO: U.S. Department 01 Health and Human Services, Substance Abuse and Mental Health Services Administration. Centerfor Mental Health Services, National Institute of Health, National Institute 01 Mental Health. p. 41.34 Conforme a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> sua mãe. DAMIÃO XIMENES LOPES. ao concluir seu primeiro internamento, passou atomar os seguintes medicamentos: "Aldol", "Fenergan" y "Neozine", Ver expediente, Declaração da senhora Irene XimenesLopes Miranda no processo judicial da Terceira Vara._n _ __ .._, ~ lO '........... II_.-._--._-- t.... ....'


,000067116,..disse a seus familiares que tinha sido vítima <strong>de</strong> violência na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes,mas seus familiares não acreditaram nele, e sim na versão do funcionário da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes no sentido <strong>de</strong> que as feridas haviam sido produzidas durante atentativa <strong>de</strong> fuga. 35 Três anos <strong>de</strong>pois, em 1998, a saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopesfoi novamente afetada, e pela segunda vez foi internado por um tempo na Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes.36Internação <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes em 199961. O senhor Damião Ximenes Lopes vivia com sua mãe na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Varjota,que fica aproximadamente a uma hora da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral, se<strong>de</strong> da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes Nos dias que prece<strong>de</strong>ram 1 0 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, Damião Ximenes LQPes,segundo relatou sua mãe, senhora Albertina Viana Lopes, teve problemas <strong>de</strong> nervos, elenão queria comer nem dormir, não tomava os rnedícarnentos.:" Na sexta-feira dia 1 0 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 1999, a senhora Albertina Viana Lopes <strong>de</strong>cidiu internar seu filho DamiãoXimenes Lopes na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes...~62. Então a senhora Albertina Viana Lopes e o 'Senhor Damião XirMMS Lopesviajaram <strong>de</strong> Varjota a Sobral, em companhia do senhor Mairton Paiva <strong>de</strong> Oliveira e dosenhor Evaldo Castilho Aragao. 38 Durante o mencionado trajeto <strong>de</strong> uma hora entre ascida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Varjota e Sobral Damião Ximenes Lopes estava tranqullc.i" Ao chegar na Casa<strong>de</strong> Repouso Guararapes foram informados que não havia leito, e tiveram que esperar umtempo. Durante a espera, Damião Ximenes Lopes perguntou a sua mãe <strong>de</strong> maneira muito'calma se ele permaneceria ali ou retornaria camela para case."? .,63. Depois <strong>de</strong> esperar algunas horas na porta da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes,finalmente esta instituição admitiu o senhor Damião Ximenes Lopes, que entroucaminhando sozinho, e em perfeito estado físico. 41 O senhor Damião Ximenes t.ópes,ingressou na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes como paciente do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(SUS).42 No momento <strong>de</strong> ingressar pela porta, uma funcionária da clínica perguntou-lhe3S Ver expediente. Oeclaração da senhora Irene Ximenes Lopes Miranda no processo judicial da Terceira Vara.36 Ver expediente. Relatório da Psiquiatra lidia Dias Costa,37 Ver expediente. Denúncia da senhora Albenina Viana Lopes perante a Coor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> .controle eAvaliação.Policial.3. Ver expediente. Declaração da testemunha Mainon Paiva <strong>de</strong> Oliveira, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1'999. no Inquérito3. Ver expediente. Declaração da testemunha Mainon Paiva <strong>de</strong> Oliveira, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, no InquéritoPolicial. Ver expediente. Declaração da testemunha Evaldo Castilho Aragao Oliveira, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, noinquérito policial..0 Ver expediente. Declaração da testemunha Evaldo Castilho Aragao Oliveira, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, noinquérito policial.., Ver expediente. Declaração da testemunha Evaldo Castilho Aragao Oliveira, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, noinquérito policial.2003.., Ver expediente. Declaração jurada da senhora Albenina Viana Lopes perante o Tabelião Público, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong>- ••. ·~__'_''' H _.b.--------_.~.-_....- ---------,._..'---'---


000067217,"voltou Damião?", e ele respon<strong>de</strong>u positivamente. NeS1ie momento, a mãe <strong>de</strong> Damião e asduas pessoas que os acompanharam na viagem retiraram-se do lugar em direçêo à cida<strong>de</strong><strong>de</strong> Varjota. 4364. O enfermeiro Elías Gomes Coimbra, que estava prestando serviços na Casa<strong>de</strong> Repouso Guararapes no momento do ingresso <strong>de</strong> Damião Ximenes lopes, assinalou que ,ele "estava em estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão, calmo" .44 O médico que afirmou ter autorizado ainternação <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes <strong>de</strong>clarou que no momento <strong>de</strong> seu ingresso ele nãoapresentava sinais <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong> e não apresentava lesões corporais, ao menosexternamente.:" No momento <strong>de</strong> seu ingresso na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, DamiãoXimenes Lopes apresentava sintomas <strong>de</strong> "síndrome psicótlca", mas não <strong>de</strong> nenhum tipo<strong>de</strong> lesão física.4665. Na tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> sexta-feira dia 1 0 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, o senhor Damião,Ximenes Lopes foi internado na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes sem a presença <strong>de</strong> nenhumalesão externa. A este respeito, um relatório elaborado pela Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ePrevidência Social do Municlpio <strong>de</strong> Sobral indica que "outro fato do relato do médico Queadmitiu o paciente digno <strong>de</strong> nota é a ausencia <strong>de</strong> lesões externas no paciente, sugerindoque as lesões <strong>de</strong>scritas no laudo cadavérico e citadas nos <strong>de</strong>poimentos colhidos por estaComissão <strong>de</strong>ram-se no transcurso do internamento. 47-66. Os <strong>de</strong>poimentos que constam do expediente indicam que entre a sexta-feiraem que foi internado e o domingo seguinte, 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, Damião Ximenes Lopessofreu uma crise, que foi controlada com medicamentos. Depois disto Damião XimenesLopes tranquilizou-se, pediu que lhe tirassem a contenção que haviam colocado nele, ecomeu normelrnente." Os <strong>de</strong>poimentos e <strong>de</strong>mais provas do expediente indicam que a noite<strong>de</strong> domingo 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, ou seja, no dia anterior a sua morte, Damião XimenesLopes continuava sem lesões físicas externas.Golpes recebidos e posterior morte., Ver expediente. Declaração da testemunha Evaldo Castilho Aragao Oliveira, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, noinquérito policial.Policial.Policial.•• Ver expediente. Declaração da testemunha Elias Gomes Coimbra, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, no•• Ver expediente. Declaração da testemunha Marcelo Messias Barros, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, noInquéritoInquérito•• Ver expediente. Relatorio <strong>de</strong> Sindicância elaborado pela Secretaría <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social do Município<strong>de</strong> Sobral. Coor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Controle e Avaliação, em relação ao processo administrativo 002/99 instaurado paraaveriguar a morte <strong>de</strong> Damião Ximens Lopes." Ver expediente. Relatorio <strong>de</strong> Sindicância elaborado pela Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social do Município<strong>de</strong> Sobral, Coor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Controle e Avaliação, em relação ao processo administrativo 002/99 istaurado paraaveriguar a mone <strong>de</strong> Damião Ximens Lopes .•• Ver expediente. Depoimentos dos senhores Antonio Vitorino <strong>de</strong> Sousa Rufino, Elias Gomes Coimbra, AndréTavares do Nascimento. Carlos Alberto Rodrigues dos Santos, Maria Verónica Miranda Bezerra e Francisco Alexsandro PaivaMesquita, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, no Inquérito Policial.~-'.''''''''''__ '''_- • --r ~._~_'__~ _


..•1867. A Comissão consi<strong>de</strong>ra comprovado que na segunda-feira dia 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>1999, a mãe <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes chegou para visitá-lo na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes aproximadamente as 9:00 da manhã, e o encontrou sangrando, comhematomas, a roupa toda rasgada, com as mãos amarradas <strong>de</strong>trás das costas, comdificulda<strong>de</strong> para respirar, e a ponto <strong>de</strong> morrer.68.seguinte:A senhora Albertina Viana Lopes, mãe <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, <strong>de</strong>clarou oQue internou o filho numa sexta-feira por volta <strong>de</strong> seis horas, voltando a visitá-lo na segundafeira.(oo.) Que pediu que chamassem seu filho, o porteiro falou que o filho <strong>de</strong>la não estavaem condicões <strong>de</strong> visitas 1. ..) entrou chamando Oamiao, e que ele veio até ela caindo e com as•mãos aamarradas para atrás, sangrando pelo nariz, com a cabeça toda inchada e com osolhos até fechados, vindo a cair aos seus pés, todo sujo e rasgado com cheiro <strong>de</strong> coco eurina; Que, quando ele caiu nos seus pés chamando policia, policia, policia, u que ela nãosabia o que fazer, pedindo que fosse <strong>de</strong>samarrado, todo cheio da mancha roxa pelo corpo,com a cabeca tao inchada parecendo que não fosse ele t...).dfArrr,_Que entao ela pediu que levassem o doente para que tomasse um banho, e tentou procurarum médico, Que o filho foi <strong>de</strong>ixado no chão, pois não ficava mais <strong>de</strong> pé e que no local que seencontrava o médico não tinha local para <strong>de</strong>itar o paciente, Que o médico estava <strong>de</strong>ntro dobalcao u que pediu socorro para o filho, dizendo: Doutor socorra meu filho, senão ele vaimorrer", ao que o médico respon<strong>de</strong>u dizendo "Oeixa morrer, pois quem nasce e para morrer",I...) e que o médico disse para ela nao chorar, pois ele <strong>de</strong>testava choro. 4SQue tinha uns funcionários que estavam em pé a quem ela pediu que levassem o rapaz. paraser banhado; Que saiu para esperar que os enfermeiros o banhassem voltando instantes<strong>de</strong>pois para ver procorou pelo filho, perguntando a uma mulher da limpeza, que estavalimpando o chão, e que esta respon<strong>de</strong>u dizendo o filho da <strong>de</strong>poente havia lutado muito com osenfermeiros e que per<strong>de</strong>u muito sangue.•Que ao encontrar o rapaz ele estava <strong>de</strong>itado no chão <strong>de</strong> um dos quartos, completamente nu. eainda com as mãos atadas para trás, Que neste momento o enfermeiro disse que ele já tinhase acalmado que não era para mexer nele pois agora tava calminho, Que então a <strong>de</strong>poenteresolveu ir até a casa para chamar alguém que pu<strong>de</strong>sse ajudá-Ia com aquela situação, pois jánão sabia o que facer; Que ao sair encontrou uma enfermeira que disse a senhora vai saindocom o coracão na mão; Que a <strong>de</strong>poente saiu correndo pois estava com muito medo <strong>de</strong> quealguém tentasse contra sua vida por ter visto que tinham matado seu filho. (...) que chegandoem casa encontrou com a sogra que lhe <strong>de</strong>u um recado dizendo que haviam ligado do hospitalquerendo falar com ela. Que quando chegaram no hospital outro médico lhes disse que sentiamuito mas teria que dizer que o seu filho estava morto.•0, ,69. A <strong>de</strong>claração do médico Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos foi coinci<strong>de</strong>nte emassinalar que Damião Ximenes Lopes já se encontrava sangrando quando o examinou namanhã <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, poucas horas antes <strong>de</strong> sua morte." O funcionário da., Ver expediente. Declaração da senhora Albertina Viana Lopes, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000, perante o MinistérioPúblico Fe<strong>de</strong>ral..0 Ver expediente. Declaração da senhora Albertina Viana Lopes. <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000, perante o MinistérioPúblico Fe<strong>de</strong>ral.51 Ver expediente. Declaração <strong>de</strong> Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelhos perante o Departamento <strong>de</strong> controle._ -- '- -- ------_.. ---_._,_.....-'._....-._,..._._-----_.'." ~-_.... a I.' =__,000 •• - o


000067419,Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes Sebastiao Alves Costa Filho, <strong>de</strong>clarou também que namanhã <strong>de</strong> sua morte, antes <strong>de</strong> levar Damião para a enfermaria ele já estava 'Sangrando ecom hematomas." A testemunha André Tavares do Nascimento <strong>de</strong>clarou no mesmosentido.V70. A Comissão enten<strong>de</strong> em <strong>de</strong>finitivo que Damião Ximenes Lopes morreu ,aproximadamente as 11:30 a.m. do dia 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes. 54 A CIDH também enten<strong>de</strong> por estabelecido que no momento da morte <strong>de</strong>Damião Ximenes Lopes não havia nenhum médico na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, pois oúnico que havia retirou-se do lugar aproximadamente meia hora antes da morte <strong>de</strong> DamiãoXimenes Lopes. 55Causas da morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes,71 . Depois <strong>de</strong> estabelecido que Damião Ximenes Lopes morreu na Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes, a Comissão passa a pronunciar-se sobre as causas <strong>de</strong> sua morte,com base nas provas que constam do expediente e os critérios sobre ónus e valoração daprova mencionados supra. A este respeito, a Comissão observa que, apesar doshematomas, sangramento nasal, roupas rasgadas, e <strong>de</strong>mais circunstâncias que ro<strong>de</strong>aram amorte <strong>de</strong> Damião, o médico da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes indicou como .causa da morte"parada cárdio-respiratória", e não or<strong>de</strong>nou a realização <strong>de</strong> uma autlflpsia. 56 Os familiares<strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, diante das evidências <strong>de</strong> violência que ro<strong>de</strong>aram sua morte,<strong>de</strong>cidiram solicitar a realização da autópsia, a qual foi realizada em Fortaleza, capital doEstado do Ceará, distante uma hora da Casa '<strong>de</strong> Repouso Guararapes, visto que o diretordo instituto forense local era o próprio médico da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, Dr.Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelhos.72. A pessoa que transferiu o cadáver <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes para a ci<strong>de</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> Fortaleza para a realização da autópsia <strong>de</strong>clarou que:..E motorista da ambulância da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ipueiras-Ce, e que em data certa que não se recorda<strong>de</strong>vido as diversas viagens que faz, foi sim convocado pela prefeitura da referida cida<strong>de</strong>. parase <strong>de</strong>slocar' até a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral-Ce. 1. .. 1 para ali pegar um corpo <strong>de</strong> uma pessoa I ...) naocasião o corpo apresentava um pouco <strong>de</strong> sangue no lençol no qual cobria o corpo do mesmo,porém ao chegar em Fortaleza o lençol estava ensopado <strong>de</strong> sangue, não sabendo o porquê <strong>de</strong>policial.S2 Ver expediente. Decalração do senhor Sebastiao Alves Costa Filho, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, no inquérito53 Ver expediente. Declaração do senhor André Tavares do Nascimento. <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2000. no expedienteperante o Juiz da 3', Vara,.. Ver expediente. certificado <strong>de</strong> óbito <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes emitido pelo Registro Civil.'5 Ver expediente. Declaração do médico Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelhos, <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999. no inquéritopolicial (anexo 171. Ver no mesmo sentido daclaração da enfermeira Maria Salete Morais Melo <strong>de</strong> Mesquita. <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999. no inquérito policial.50 Ver expediente. Constãncia emitida pelo médico Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelhos .'--'-_._-------- . - -- ... ,·,...• ......_1.' .......'~4.., _O---_R._


'.0000675•20tanto sangue. ali mesmo jogara o lençol fora e logo a seguir o corpo fora recebido pelo IML enecropciado 1... 1. 5 773. A necrópsia efetuada inicialmente no cadáver <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopesindicou o seguinte:Exame Externo: Escoriações localizadas na região nasal, ombro direito. face anterior dosjoelhos e pé esquerdo, equimoses localizadas na região orbitário esquerda, ombro homolaterale punhos (compatíveis com contenção)., 'Exame interno: não observamos sinais <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong> natureza traumática externamente; teme<strong>de</strong>ma pulmonar e congestão, sem outras alterações macrosc6picas <strong>de</strong> interesse médico legalnos <strong>de</strong>mais 6rgãos <strong>de</strong>stas cavida<strong>de</strong>s. Enviamos fragmentos <strong>de</strong> pulmão, corazão, estômago,fígado. rim para exame histopatol6gico, que concluiu por e<strong>de</strong>ma e congestão pulmonarmo<strong>de</strong>rado, hemorragia pulmonar, e discreta esteatose hepática mo<strong>de</strong>rada.CONCLUSÃO: diante do exposto acima, inferimos tratar-se <strong>de</strong> morte real <strong>de</strong> causain<strong>de</strong>terminada.5874. Tendo em vista que a necrópsia assinalou que a morte <strong>de</strong> Damião XimenesLopes ocorreu por "causa in<strong>de</strong>terminada", o representante do Ministério Públi


21 000067676. Uma dasigualmente o seguinte:pessoas que vestiu o cadáver <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes assinalouQue. realmente foi uma das pessoas que ajudou a vestir o corpo <strong>de</strong> Damião, e que viu naquelecorpo quando o vestia o seguinte: a cabeça <strong>de</strong>le em cima estava como se estivesse fofa, queatrás da orelha tinha uma "cisura", que o <strong>de</strong>poente diz ser uma cicatriz, no ombro do ladodireito, uma mancha roxa, como se tivesse sido uma pancada, no braço direito tinha umamancha vermelha, quando a cabeça <strong>de</strong>le era balançada para vesti-lo saiu "aaírnoira" (slcl pelonariz e ouvido. 5377. Com relação aos autores das lesões infringidas à vítima, a Comissão observaque antes da morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, uma senhora <strong>de</strong> limpeza disse a mãe <strong>de</strong>leque seu filho tinha lutado muito com os enfermeiros, e que per<strong>de</strong>u muito sangue. 54 Nomesmo sentido, a Comissão observa que a <strong>de</strong>claração da senhora Irene Ximenes Lopes, nainvestigação policial, assinala o seguinte:Que a mãe da <strong>de</strong>clarante também lhe falou Que aquela mulher Que estava passando pano nochão e que tinha a avisado <strong>de</strong> que o seu filho tinha perdido muito sangue, ainda a falou quehavia ocorrido briga e quando a <strong>de</strong>clarante perguntou a sua mãe se havia sido por parte <strong>de</strong>pacientes a sua mãe lhe falou Que aquela faxineira havia lhe dito Que tinha sido com osenfermeiros e Que ele havia lutado muito. 5578. A CIDH observa também que da <strong>de</strong>núncia penal feita ao juiz pelo MinistérioPúblico em 27 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, <strong>de</strong>pois da conclusão da investigação policial a respeitoda morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, surgem importantes elementos <strong>de</strong> convicção sobreas causas <strong>de</strong> sua morte. Esta <strong>de</strong>núncia relata o seguinte:Consta do informativo policial que no dia 04 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, por volta das09:00 horas da manhã, o <strong>de</strong>ficiente mental Damião Ximenes Lopes veio a falecer nointerior da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, em <strong>de</strong>correncia <strong>de</strong> maus tratos sofridosnesse nosocômio.(... )Os três últimos <strong>de</strong>nunciados l...) estavam trabalhando durante o horário da morte <strong>de</strong>Damião e não realizaram as condutas necessérias para velar pela integrida<strong>de</strong> trsicado paciente, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> tomar cuidados indispensáveis para a saú<strong>de</strong> da vítima.(... )A materialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>litiva resta comprovada peloauto <strong>de</strong> exame do corpo do <strong>de</strong>litol...) que constata que a vítima apresentava várias equimoses e escoriações por todoo corpo, inclusive nos punhos, em <strong>de</strong>correncia da contenção realizada, sem aobservância dos preceitos médicos existentes.(... )policial..3 Ver expediente. Declaração da testemunha Francisco Raimundo Alves, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, no inquérito54 Ver expediente. Declaração da senhora Albertina Viana Lopes. <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000, perante O MinistérioPúblico Fe<strong>de</strong>ral..5 Ver expediente. Declaração da senhora Irene Ximenes Lopes. <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, no inquérito policial., .... ' ... , _~.__~...._.. ."., ',' .,.. "r ,. '"" __~....- .. -__ o ......................_ ......... _ •• r .. "" .... ~.__• . _


... a saú<strong>de</strong> do paciente era exposta a perigo, por abusos <strong>de</strong> meiosentão, por privação <strong>de</strong> cuidados indispenséveis.ê"22<strong>de</strong> correição, ou000067779. Tomando em consi<strong>de</strong>ração as diversas provas e <strong>de</strong>mais elementos dainvestigação policial, o Ministério Público concluiu em sua <strong>de</strong>núncia queindividualizando as condutas <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>nunciados constata-se que <strong>de</strong> algumamaneira todos eles submeteram Damião a um perigo em <strong>de</strong>correncia <strong>de</strong> privá-lo <strong>de</strong>cuidados indispensáveis a sua saú<strong>de</strong>, visto que o mesmo era doente mental e tinhasua integrida<strong>de</strong> física estava sob responsabilida<strong>de</strong> dos funcionários e do diretor do• • •mamcomlo..(...)o crime fica configurado se ocorre a exposição a perigo <strong>de</strong> vida ou a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> umapessoa sob guarda ou vigilância, com fins <strong>de</strong> tratamento, pela privação <strong>de</strong> .cuidadosindispensáveis e abusando <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> correição e disciplina. 6780. A CIDH observa igualmente que, conforme o <strong>de</strong>poimento do senhor FranciscoMagalhaes <strong>de</strong> Aquino, que observou o cadáver <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes naRepouso Guararapes,encontraram o corpo <strong>de</strong> Damião <strong>de</strong>spido e o <strong>de</strong>poente ao ver o corpo do Damião daquelaforma, perguntou ao enfermeiro pelas roupas da vítima e o mesmo respon<strong>de</strong>u que estavammuito suja e rasgadas, então foram jogadas fora. Que, ainda foi perguntado a causa doshematomas nos pulsos, nos ombros, no pescoço, um corte no nariz, no lábio superior, nascostelas, nas pernas, e o enfermeiro informou que era briga entre ele, a vitima Damião e osoutros <strong>de</strong>beis-mentais (. ..).68Casa <strong>de</strong>81. Portanto, o próprio enfermeiro da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes tinhaadmitido expressamente ter "brigado" com Damião Ximenes Lopes. Surge igualmente doexpediente que enfermeiros da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes admitiram que DamiãoXimenes Lopes esteve envolvido numa "briga", ainda que tenham dito que a briga nãoocorreu com os enfermeiros mas com os outros pacientes. {) médico que estava na Casa<strong>de</strong> Repouso Guararapes nas horas prévias à morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes assinalou oseguinte:que o <strong>de</strong>poente percebeu que a vítima tinha um pequeno sangramento nasal; que o <strong>de</strong>poentepassou a questionar dos enfermeiros o motivo do sangramento (...1 que os enfermeirosinformaram ao <strong>de</strong>poente que a vitima havia se envolvido numa briga com os <strong>de</strong>maispacientes. 6982. A testemunha Francisco das Chagas Melo, ex-paciente da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes assinalou por sua parte que66 Ver expediente. Denuncia do Ministério Público <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000.67 I<strong>de</strong>m .• 8 Ver expediente. Declaração da testemunha Francisco Magalhaes <strong>de</strong> Aquino, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, noinquérito policial.9 Ver expediente. Declaração do médico Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelhos, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000, na 3°. Vara.. -----.-.-...... • r I. • • ,,~,,_. _"u ___.- .. .,.__..._---------------------, .....__.._----_.~_.


,23,0000678tomou conhecimento <strong>de</strong> que o Damião chegou a falecer naquela casa <strong>de</strong> repousos da cida<strong>de</strong><strong>de</strong> Sobral, quando ali estava internado, Quanto o motivo da morte daquele paciente naquelacasa, o falaram que foi porque ele quando foi lhe dado um remédio para tomar, ele não quis eentão quando lhe foi dado à força, ele reagiu o uso da forca a sua pessoa e então apanhoumuito."?83. Tendo em vista as provas documentais, <strong>de</strong>poimentos e <strong>de</strong>mais elementosantes transcritos; o contexto <strong>de</strong> violência exercido por enfermeiros da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes contra os pacientes <strong>de</strong>sta instituição analisado supra, para o qual haviamantece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> agressões e lesões a pacientes por parte <strong>de</strong> enf.ermeiros <strong>de</strong>sta instituição,e inclusive mortes <strong>de</strong> outros pacientes, <strong>de</strong>vido a golpes na cabeça que receberam enquantoestavam hospitalizados; a falta <strong>de</strong> resposta do Estado à petição; a falta <strong>de</strong> uma explicaçãoe provas por parte do Estado das circunstâncias da morte da vítima; o fato que DamiãoXimenes Lopes, que tinha 33 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, tenha ingressado sem nenhuma lesão externana Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, e três dias <strong>de</strong>pois, apareceu sangrando profundamente,com marcas <strong>de</strong> lesões causadas por golpes com instrumentos contun<strong>de</strong>ntes ou compunhos; a necr6psia do cadáver <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes e <strong>de</strong> seu posterioresclarecimento; bem como a falta <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>vida investigação judicial pelo Estado dascausas da morte da vítima, existem elementos <strong>de</strong> juizo suficientes' para que a CIDH concluaque a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes foi ocasionada por golpes com punhos ou comobjetos contun<strong>de</strong>ntes e golpes na cabeça impostos por enfermeiros da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes.Ações judiciais•84. Em relação aos recursos internos referentes à <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong>s penais pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, a Comissão observa qUe,em 7 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, a Delegacia <strong>de</strong> Polícia <strong>de</strong> Sobral, mediante Portaria No.172/99, <strong>de</strong>cidiu iniciar uma investigação a respeito dos tatos." Esta investigação policialfoi concluida em 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000. 7285. Em 27 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, o Ministério Público <strong>de</strong>nunciou penalmente ossenhores Sergio Antunes Ferreira Gomes (proprietário da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes),Carlos Alberto Rodrígues dos Santos (auxiliar <strong>de</strong> enfermeiro da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapesl. André Tavares do Nascimento ("auxiliar <strong>de</strong> pátio" da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes) e Maria Salete Moraes Melo <strong>de</strong> Mesquita (enfermeira da Casa <strong>de</strong> Repouso70 Ver expediente. Depoimento do senhor Francisco das Chagas Melo, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, no inquéritoefetuado pela Policia <strong>de</strong> Sobral, Estado do Ceará.71 Ver expediente. Inquérito policial. Portaria No. 172/99.n Ver expediente. Inquérito policial. Decisão <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000.-~ . _,'.' ""'" ,..._... '-...,,--,,.-.._-~ .._., .,....~......_.""... ,...... ~ ....d." •• ",...~_.-------~__


000067924Guararapesl, imputando-lhes o <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> maus tratos seguido <strong>de</strong> morte da vítima,contemplado no artigo 136, parágrafo 2° do Código Penal brasllelro;"86. O processo penal está tramitando no Juizado


'.000068.0•,silêncio. Isto facilita a impunida<strong>de</strong> e que permite que estas continuem sendo vítimas <strong>de</strong>diversas violacões a seus direitos humanos.•90. Tanto no âmbito da OEA como da ONU, vem sendo aprovados tratados,<strong>de</strong>claracões e outros instrumentos relacionados com os direitos humanos das pessoas com•doenças mentais, que estabelecem importantes padrões relacionados com a promoção. eproteção dos direitos humanos <strong>de</strong>stas pessoas.91. A Declaração dos Direitos do Deficiente Mental,78 adotada em 1971 pelaONU, constitui "a primeira invocação das Nações Unidas para que sejam adotadas medidas<strong>de</strong> proteção das pessoas com atraso mental noplano nacional e internacional".7992. A Assembléia Geral da ONU aprovou posteriormente, em 1991, os Princípiospara a Proteção dos Doentes Mentais e a Melhoria da Atenção da Saú<strong>de</strong> Mental 80(Princípios <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental). a respeito dos quais a CIDH assinala que "são consi<strong>de</strong>radoscomo o padrão internacional mais completo e <strong>de</strong>talhado em relação as pessoas com<strong>de</strong>ficiência mental e constituem uma guia importante para os Estados nae/ou reformar os sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental" .81tarefa <strong>de</strong> <strong>de</strong>linear,93. Estes princípios contemplam que os direitos e liberda<strong>de</strong>s mais importantesdas pessoas com doenças mentais incluem o direito à atenção médica (Princípio 1.1); odireito a ser tratado com dignida<strong>de</strong> e respeito (Princípio 1.2); o direito a igualda<strong>de</strong> perante alei (Princípio 1.4); o direito a ser atendido na comunida<strong>de</strong> (Princípio 7); o direito a,proporcionar consentimento informado antes <strong>de</strong> receber tratamento (Principio 11); o direito,à privacida<strong>de</strong> (Princípio 13); o direito àliberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação (Princípio 13); o direito àliberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> religião (Princípio 13); o direito a uma admissão voluntária (princípio 15 e 16)e o direito a garantias judiciais (Princípio 17).82•94. No âmbito da OEA cabe <strong>de</strong>stacar que, em 1990, a OrganizaçãoPanamericana da Saú<strong>de</strong> auspiciou a Conferência Regional para a Reestruturação daAtenção Psiquiátrica na América Latina, em que a CIDH participou como co-patrocinadora e7B A.G. Res. 2856 (XXVII. 26 U.N. GAGR Supp. (No. 29) p. 93, ONU Doc. A/8429 (1971 I.7. Apresentação do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e do Departamento <strong>de</strong> Assuntos Jurldicos da Organização•Panamericana da Saú<strong>de</strong> (OPS) perante a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (CIDH), em audiência celebrada nase<strong>de</strong> da CIDH em 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2001.80 A.G. Res. 46/119,46 U.N. GAOR Supp. INo.49) p.189, ONU Doc. A/46/49 (1991 I.• ' CIDH, Relatório Anual 2000, Capítulo VI, "Recornen<strong>de</strong>çâc sobre a Promoção e Proteção dos Direitos das Pessoascom Deficiência Mental·.e, Outro padrão <strong>de</strong> proteção importante nesta área. são as Normas Uniformes sobre Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>spara as Pessoas com Deficiência (G.A. res, 48/96. 48 U.N. GAOR Supp. (No. 491 at 202, U.N. Doc. A/48/49 (19931,aprovadas pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1993. que ·constituem um guia interpretativo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importãncia para efetivar os direitos básicos e liberda<strong>de</strong>s fundamentais consagrados em outros instrumentos internacionais.O objetivo das Normas é garantir que as pessoas que pa<strong>de</strong>cem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências físicas ou mentais possam ace<strong>de</strong>r a todas asoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, sociais e culturais em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> com as <strong>de</strong>mais pessoas". (Apresentação do Programa <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental e do Departamento <strong>de</strong> Assuntos Jurídicos da Organização Panamericana da Saú<strong>de</strong> (OPSI perante a Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> fCIDHI. em audiência celebrada na se<strong>de</strong> da CIDH em 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2001.-" ~u_---__.._._. _


000068126na qual foi adotada a Declaração <strong>de</strong> Caracas." Esta Declaração também estabelecepadrões <strong>de</strong> proteção em matéria <strong>de</strong> direitos humanos e saú<strong>de</strong> mental. Com relação àatenção psiquiátrica a <strong>de</strong>claração dispõe "[q]ue os recursos, cuidados e tratamentosprevistos <strong>de</strong>vem salvaguardar. invariavelmente, a dignida<strong>de</strong> pessoal e os direitos humanose civis lel facilitar a permanência do doente em seu meio comunitário...". A Declaraçãotambém faz referência ao direito do paciente mental a ser tratado com dignida<strong>de</strong> e respeitoao afirmar que o hospital psiquiátrico " ...isola o doente <strong>de</strong> seu meio e cria condições<strong>de</strong>sfavoráveis que põe em perigo os direitos humanos e civis do doente ",95. Em 1999 foi aprovada pela Assembléia Geral da OEA a "Convençãolnteramericana para a Eliminação <strong>de</strong> Todas as Formas <strong>de</strong> Discriminação contra as Pessoascom Deficiência", que foi ratificada pelo Brasil em 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2001, e entrou emvigor em 14 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2001. Esta Convenção <strong>de</strong>fine em seu artigo I o termo"<strong>de</strong>ficiência" como "<strong>de</strong>ficiência física,. mental ou sensorial, seja <strong>de</strong> natureza permanente outemporária. que limita a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercer uma ou mais ativida<strong>de</strong>s essenciais da vidadiária, que po<strong>de</strong> ser causada ou agravada pelo meio económico e social", e assinala emseu artigo 1\ que os objetivos <strong>de</strong> tal Convenção são "a prevenção e eliminação <strong>de</strong> todas asformas <strong>de</strong> discriminação contra as pessoas com <strong>de</strong>ficiência e propiciar sua plena integraçãona socieda<strong>de</strong>".96. No sistema europeu <strong>de</strong> direitos humanos, tanto a antiga Comissão 'Européia<strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> como a <strong>Corte</strong> Européia estabeleceram importante jurisprudênciarelacionada com casos que envolviam pessoas com doenças mentais. A <strong>Corte</strong> Européiareconheceu que a posição <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong> e impotência <strong>de</strong> pacientes internados· emhospitais psiquiátricos requer a aplicação <strong>de</strong> padrões especiais e especlficos para avaliar ocumprimento por parte do Estado com as normas da Convenção Européia <strong>de</strong> DireitosHurnanos.ê" A Commissao Europeia também assinalou que a falta <strong>de</strong> tratamento médicopara prisioneiros ou pacientes mentais po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como um tratamento oucastigo <strong>de</strong>sumano ou <strong>de</strong>gradante. 8 597. A <strong>Corte</strong> Européia enten<strong>de</strong> igualmente que a <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> uma pessoamentalmente insana somente será legitima se efetuada em hospital, cHnica ou outrainstituição especializada, 86 e que o estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da vitima é um fator relevante no.3 Em 1990. a Or9anização Panamericana da Saú<strong>de</strong> IOPS/OMS) convocou distintas organizações. associações.profissionais da saú<strong>de</strong> mental e juristas para a Conferência Regional para a ReestrururaçSo da Alençllo Psiquiátrica naAmérica Larina 119901. celebrada em Caracas, Venezuela. No marco <strong>de</strong>sta Conferência foi aprovada a Oec/araçlJo <strong>de</strong>Caracas.82.•• Herczegfalvy v. Austria, Judgemenl of lhe European Court of Human Rights. September 24. 1992. paragraph.5 Herczegfalvy v. Austria, Application 10533/83, Report of the European Commission on Human Righls. adoptedon March 1.1991 .•• Ashingdane v. United Kingdom. Report of the European Court of Human Rights. May 28, 1985.'.". -- _._~_.., ......... 10-' '" •__" ..._._. ,_.... .•-~'-,---,,,,-,,,-,,-----,-,-'$ -,." __ o ""'


000068,227momento <strong>de</strong> avaliar si uma sanção implica imposição <strong>de</strong> penas ou tratamentos <strong>de</strong>sumanosou <strong>de</strong>qradantes."98. A Comissão Européia <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> assinalou por sua parte que oencarceramento <strong>de</strong> uma pessoa com <strong>de</strong>ficiência mental sob condições <strong>de</strong>ploráveis e semtratamento médico po<strong>de</strong> chegar a ser consi<strong>de</strong>rado como um tratamento <strong>de</strong>sumano, e,<strong>de</strong>gradante,88 e ressaltou a obrigação das autorida<strong>de</strong>s do Estado <strong>de</strong> velar continuamentepela saú<strong>de</strong> e bem-estar dos prisioneiros que pa<strong>de</strong>cem <strong>de</strong> doenças mentais, tambémnaqueles casos em que os prisioneiros não colaborem com as autorida<strong>de</strong>s, 8999. A Comissão <strong>Interamericana</strong> aplicou os mencionados padrões internacionaisrelacionados com direitos humanos das pessoas com doenças mentais e levou emconsi<strong>de</strong>ração também a jurisprudência do sistema europeu sobre a matéria. No que serefere a esses padrões, a CIDH mencionou expressamente que é "pertinente empregarpadrões especiais ao <strong>de</strong>terminar se foram cumpridas as normas convencionais em casosque envolvem pessoas que pa<strong>de</strong>cem <strong>de</strong> doenças mentais".90100. De acordo com o exposto anteriormente, existem padrões especiaisrelacionados com as pessoas com doenças mentais que a Comissão utilizará ao interpretaras disposições da Convenção Americana cuja violação está imputada ao Estado bresileirono presente caso.Responsabilida<strong>de</strong> internacional do Estado por ações <strong>de</strong> agentes "prlvados",101. Tendo concluido supra que Damião Ximenes Lopes ingressou na Casa <strong>de</strong>•Repouso Guararapes como paciente do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS; que a Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes é um ente privado que foi contratado pelo Estado brasileiro paraprestar serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em nome e por conta do Estado brasileiro, e que "Damião Ximenes Lopes morreu como consequência <strong>de</strong> golpes com punhos ou cominstrumentos contun<strong>de</strong>ntes impostos <strong>de</strong> maneira intencional pelos enfermeiros da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes, a CIDH passa agora a pronunciar-se sobre a responsabilida<strong>de</strong> quecorrespon<strong>de</strong> ao Estado brasileiro em relação à morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes.102. A análise <strong>de</strong> tal aspecto implica <strong>de</strong>terminar se no presente caso, os atos queocasionaram a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, efetuados por enfermeiros <strong>de</strong> umaentida<strong>de</strong> privada (neste caso a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes) que prestava serviços emnome do Estado po<strong>de</strong>m ser atribuidos ao Estado brasileiro e implicar em suaresponsabilida<strong>de</strong> internacional.S7 Ireland v. United Kingdom, Judgemem 01 lhe European Court 01 Human Righls, January 18 1978, Series A, No.25; (1979-80) 2 EHRR, párrafo 162.ss Ashingdane v. United Kingdom, Application No. 8225/78, Series A No. 93, 6 E.H.R.R. 69 (1984).S9 Ohoest v. Belgium, App. No. 10448-83, 12 E.H.R.R. 97 (1988), paragraph 121.90 CIOH, Relatório Anual 1998, Relatório No. 63/99 - Víctor Rosario Congo. Caso 11.427 (Equador), par. 53., ....." , . -... -_"0 -' _.~•


000068328103. O artigo 1(1) da Convenção Americana estabelece que "os Estados partesnesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e liberda<strong>de</strong>s reconhecidos na leí egarantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita a sua jurisdição, semdiscriminação alguma por motivos <strong>de</strong> raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou<strong>de</strong> qualquer outra índole, origem nacional ou social, posição económica, nascimento ouqualquer outra condição social".104. A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> assinalou que o mencionadoartigo 1.1 da Convenção Americanaé fundamental para <strong>de</strong>terminar se uma violação dos direitos humanos reconhecidos pelaConvenção po<strong>de</strong> ser atribuida a um Estado Parte. Com efeito, este artigo impõe aos EstadosPartes os <strong>de</strong>veres fundamentais <strong>de</strong> respeito e <strong>de</strong> garantia, <strong>de</strong> tal modo que todo <strong>de</strong>sprezo aosdireitos humanos reconhecidos na Convenção que possa ser atribuido, segundo as regras doDireito internacional, à ação ou omissão <strong>de</strong> qualquer autorida<strong>de</strong> pública, constitui um fatoimputável ao Estado que compromete sua responsabilida<strong>de</strong> nos termos previstos pela mesmaConvenção."105. A <strong>Corte</strong> assinalou asimismo que a primeira obrigação assumida pelosEstados parte da Convenção Americana, conforme a disposição anteriormente citada, é a<strong>de</strong> "respeitar" os direitos e liberda<strong>de</strong>s nela consagrados, que implica em não violar osdireitos ali garantidos através <strong>de</strong> seus agentes; sendo que a segunda obrigação dosEstados partes é a <strong>de</strong> "garantir" o livre e pleno exercício dos direitos reconhecidos naConvenção a toda pessoa sujeita a sua jurisdição, que implicao <strong>de</strong>ver dos Estados Partes <strong>de</strong> organizar toda a máquina governamental e, em geral, todas asestruturas através das quais se manifesta o exercício do po<strong>de</strong>r público, <strong>de</strong> maneira tal quesejam capazes <strong>de</strong> assegurar juridicamente o livre e pleno exerclcio dos direitos humanos.Como consequência <strong>de</strong>sta obrigação, os Estados <strong>de</strong>vem prevenir, investigar e punir todaviolação dos direitos reconhecidos pela Convenção e procurar, a<strong>de</strong>mais, o restabelecimento,se possível, do direito violado e, se for o caso, a reparação dos danos produzidos pelaviolação dos direitos humanos.A obrigação <strong>de</strong> garantir o livre e pleno exercício dos direitos humanos não é esgotada com aexistência <strong>de</strong> um or<strong>de</strong>m normativa <strong>de</strong>stinada a possibilitar o cumprimento <strong>de</strong>sta obrigação,mas sim comporta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma conduta governamental que assegure a existência,na realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma eficaz garantia do livre e pleno exercício dos direitos humanos.,2106. Ao analisar os pressupostos que geram a responsabilida<strong>de</strong> internacional parao Estado, a <strong>Corte</strong> utilizou os princípios gerais <strong>de</strong> direito internacional, indicando queé um princípio <strong>de</strong> Direito internacional que o Estado respon<strong>de</strong> pelos atos <strong>de</strong> seus agentesrealizados sob o amparo <strong>de</strong> seu caráter oficial e pelas omissões dos mesmos quando atuemfora dos limites <strong>de</strong> sua competência ou em violação do direito interno.-a" Cone I.D.H., Caso Velásquez Rodríguez, Sentença <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1988, par. 164.'2Id, par. 166 e 167.-- .. '-~_..._---_...._,--_._.--------------------------


•29,..o mencionado principio se adapta perfeitamente à natureza da Convenção, Que po<strong>de</strong> serviolada em situação na qual o po<strong>de</strong>r público seja utilizado para lesionar os direitos humanosnela reconhecidos 1. ..).93que107. Com base nestas consi<strong>de</strong>rações, a <strong>Corte</strong> assinalou, a título <strong>de</strong> concíusão.•É. pois, claro Que, em princípio, é imputável ao Estado toda violação aos direitos reconhecidospela Convenção cometida por um ato do po<strong>de</strong>r público ou <strong>de</strong> pessoas que atuam prevalidasdos po<strong>de</strong>res Que ostentam por seu caráter oficial. Não obstante, não se esgotam ali assituações nas quais um Estado está obrigado a prevenir, investigar e punir as violações aosdireitos humanos, nem os pressupostos em que sua responsabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ver-secomprometida <strong>de</strong>vido a uma lesão a esses direitos. Com efeito, um fato i1icito violatório dosdireitos humanos que inicialmente não resulte imputável diretamente a um .estado, porexemplo, por ser obra <strong>de</strong> um particular ou por não ter-se i<strong>de</strong>ntificado o autor da transgressão.po<strong>de</strong> acarretar a responsabilida<strong>de</strong> internacional do Estado, não pelo fato em si mesmo, maspor falta da <strong>de</strong>vida diligência para prevenir a violação ou para tratá-Ia nos termos requeridospelaCcnvenção.ê"108. No marco do direito internacional, cujos princípios, corno mencionadoanteriormente, foram utilizados para <strong>de</strong>terminar a atribuição a um Estado <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> internacional no âmbito da Convenção Americana. sobre Direitos<strong>Humanos</strong>, foram estudados diversos pressupostos em que ateres "privados" pu<strong>de</strong>ssemacarretar a responsabilida<strong>de</strong> internacional para os Estados <strong>de</strong> maneira direta.109. A este respeito, a Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional da ONU,s5 aprovourecentemente um "Projeto <strong>de</strong> Artigos sobre a Responsabilida<strong>de</strong> do Estado por FatosInternacionalmente Ilícitos" (doravante <strong>de</strong>nominado "Projeto <strong>de</strong> Artigos sobreResponsabilida<strong>de</strong> do Estado"). com base nos princípios atuais <strong>de</strong> direito intemacional sobre•a matéria aplicáveis ao tema. No ano 2001, durante seu 53 0 período <strong>de</strong> sessões, .a ,mencionada Comissão aprovou o mencionado "Projeto <strong>de</strong> Artigos sobre a Aesponsabilidad.e 'do Estado por Fatos Internacionalmente Ilícitos", que foi apresentado mediante relatório àAssembléia Geral da ONU. em seu 56 0 período <strong>de</strong> sessões. Esta Comissão recomendou aAssembléia Geral da ONU que, dada a importância do assunto, consi<strong>de</strong>rara a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> convocar uma conferência internacional <strong>de</strong> plenipotenciários para examinar o projeto <strong>de</strong>artigos sobre a responsabilida<strong>de</strong> do Estado, a fim <strong>de</strong> elaborar uma convenção sobre otema.110. O mencionado Projeto <strong>de</strong> Artigos contempla o seguinte:Artigo 5.31d, par. 170e 171 .•• td, par. 172.•• A Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional foi criada pela Assembléia Geral da ONU em 1947 para promover o<strong>de</strong>senvolvimento progressivo do direito internacional e sua codificação. Está composta por 34 membros que são eleitos pelaAssembléia Geral para cobrir um período <strong>de</strong> cinco anos. Estes membros trabalham em sessão anualmente durante dozesemanas. A maior parte do trabajo da Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional envolve a preparação <strong>de</strong> projetos nos temas <strong>de</strong>direito internacional._ I m


000068530.Comportamento <strong>de</strong> uma pessoa ou entida<strong>de</strong> que exerce atribuições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r públicoSerá consi<strong>de</strong>do fato <strong>de</strong> Estado segundo o direito internacional, o comportamento <strong>de</strong> umapessoa ou entida<strong>de</strong> que não seja órgão do Estado segundo o artigo 4, mas que estejafacultada pelo direito <strong>de</strong>sse Estado para exercer atribuições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r público, sempre que apessoa ou entida<strong>de</strong> atue nessa capacida<strong>de</strong>. 96111. A Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional comenta, em relação aos artigosanteriormente mencionados, que "a norma g~ral é que o único comportamento atribuido aoEstado no plano internacional é aquele <strong>de</strong> seus órgãos <strong>de</strong> governo, ou <strong>de</strong> outros quetenham atuado sob a direção ou controle, ou por iniciativa, <strong>de</strong>sses órgãos, ou seja, comoagentes do Estado".97112. Em seus comentários específicos em relação à atuação <strong>de</strong> uma pessoa ouentida<strong>de</strong> que exerce atribuições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r público a que se refere o citado artigo 5 doProjeto <strong>de</strong> Artigos sobre Responsabilida<strong>de</strong>, a Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional enten<strong>de</strong> que"a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste artigo é ter em conta o fenômeno cada vez mais frequente das•entida<strong>de</strong>s paraestatais, que exercem atribuições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r público em lugar dos órgãos doEstado, e o caso <strong>de</strong> antigas empresas estatais que foram privatizadas mas conservamcertas funções públicas ou normativas",98 e queo termo genérico "entida<strong>de</strong>" engloba a gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos que, embora nãosejam órgãos, po<strong>de</strong>m estar facultados pelo direito interno <strong>de</strong> um Estado para exerceratribuições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r público e compreen<strong>de</strong>m empresas públicas, as entida<strong>de</strong>s semipúblicas, osorganismos públicos <strong>de</strong> diversa classe e inclusive, em casos especiais, empresas privadas, queem <strong>de</strong>terminados casos estejam facultadas pelo direito interno para exercer funções <strong>de</strong> ..carácter público que normalmente <strong>de</strong>sempenham órgãos do Estado, e sempre que as atuaçõesda entida<strong>de</strong> guar<strong>de</strong> relação com o exercfcio das atribuições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r público que lhecorrespon<strong>de</strong>m.ê"113. Estes comentários também assinalam que a característica queverda<strong>de</strong>iramente <strong>de</strong>fine as entida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>riam fazer o Estado. incorrer emresponsabilida<strong>de</strong> internacional é que estas estão facultadas, ainda que somente em certamedida ou em contexto preciso, para exercer atribuições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r público. A este respeito,se enten<strong>de</strong> que são critérios <strong>de</strong>cisivos para atribuir ao Estado o comportamento daentida<strong>de</strong> "o fato <strong>de</strong> que uma entida<strong>de</strong> esteja classificada como pública ou privada numor<strong>de</strong>namento jurídico, a existência <strong>de</strong> uma participação maior ou menor do Estado em seu.. ONU, Relatório da Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional (53 0 período <strong>de</strong> sessões, 23 <strong>de</strong> abril a 10 <strong>de</strong> junho e 2 <strong>de</strong>julho a 10 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2001). Assembléia Geral. Documentos Oficiais. 56 0 periodo <strong>de</strong> sessões. Suplemento No. A tO(A/56/10).97 Id.. pág. 64.9. ld, pág. 78.99 Id. A Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional afimra que "por exemplo, em alguns países, é possivel contratarempresas <strong>de</strong> segurança privada para que se encarreguem da vigilância nas prisões e, nesta qualida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m exercerfaculda<strong>de</strong>s públicas como as <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção e disciplina <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma con<strong>de</strong>nação judicial ou em cumprimento daregulamentação penitenciária". Id."._"__._..",, ,,",._, , ,.. _._0- _ .._. _•


, . ,.310000686,capital ou, mais geralmente.. na proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu ativo e o fato <strong>de</strong> que não esteja sujeitaao controle do po<strong>de</strong>r executivo".'00114. Com relação à responsabilida<strong>de</strong> internacional do Estado, a <strong>Corte</strong><strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> enten<strong>de</strong> que:A <strong>Corte</strong> consi<strong>de</strong>ra. com base no artigo 1.1 da Convenção Americana. que o 'Estado estáobrigado a respeitar os direitos e liberda<strong>de</strong>s reconhecidos nela e a organizar o po<strong>de</strong>r públicopara garantir as pessoas sob sua jurisdição o livre e pleno exercício dos direitos humanos. Istose impõe in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> que os responsáveis pelas violações <strong>de</strong>stes direitos sejamagentes do po<strong>de</strong>r público, particulares. ou grupos <strong>de</strong>les, já que segundo as regras <strong>de</strong> DireitoInternacional dos Direitos <strong>Humanos</strong>, a ação ou omissão <strong>de</strong> qualquer autorida<strong>de</strong> públicaconstitui um fato imputável ao Estado e compromete sua responsabilida<strong>de</strong> nos termosprevistos pela mesma Convenção."?'115. Desta forma, o aspecto fundamental que <strong>de</strong>ve-se levar em consi<strong>de</strong>ração para<strong>de</strong>terminar no presente caso específico se os atos dos enfermeiros da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes po<strong>de</strong>m ser atribuíveis <strong>de</strong> maneira direta ao Estado brasileiro é ,<strong>de</strong>terminar se oEstado conferiu a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes certas atribuições do po<strong>de</strong>r público.Conforme enfatiza a Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional,,Em direito internacional, a razão que justifica a atribuição <strong>de</strong> um comportamento <strong>de</strong> umaentida<strong>de</strong> "paraestatel" ao Estado é que o direito interno do Estado tenha conferido a essa,entida<strong>de</strong> o exercício <strong>de</strong> certas atribuições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r público. Para que se consi<strong>de</strong>re um fato doEstado como tendo responsabilida<strong>de</strong> internacional. o comportamento. ,<strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>staclasse <strong>de</strong>ve então correspon<strong>de</strong>r à ativida<strong>de</strong> pública prevista e não a outra ativida<strong>de</strong> privadaou comercial que a entida<strong>de</strong> exerça.I...1O artigo 5 não preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar exatamente o alcance <strong>de</strong> "po<strong>de</strong>r público" para efeitos <strong>de</strong>atribuir o comportamento <strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> ao Estado. Com certos limites. o que se consi<strong>de</strong>ra"po<strong>de</strong>r público" <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> sua história e tradições. Tem particularimportância, não somente o conteúdo das atribuições, mas também a maneira em que seconfere a uma entida<strong>de</strong>, os fins exercidos e em que medida a entida<strong>de</strong> é responsável pelo seuexercício perante o Estado, Estas são essencialmente questões <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> uma normageral a diferentes tipos <strong>de</strong> circunstâncias. .116. Do mesmo modo, o autor James Crawford, ao comentar a mencionadadisposição, afirma que um Estado po<strong>de</strong> ser responsável se autorizou alguma ação porparte <strong>de</strong> um particular, ou se não provi<strong>de</strong>ncia a <strong>de</strong>vida proteção contra o abuso por parte<strong>de</strong> particulares em relação a pessoas que necessitam cuidado especial. 102117. Tendo em vista as consi<strong>de</strong>rações anteriormente expostas, a Comissãoestabelecerá a seguir se o comportamento dos enfermeiros da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes é atribuível <strong>de</strong> maneira direta ao Estado brasileiro para efeitos <strong>de</strong> sua'00 ld, pág. 79.101 Cone I.D.H,. Caso Juan Humberto Sánchez, sentença <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2003, par. '42.('9991.10' James Crawtord, Revising lhe õrett Artictes on Stete Responsibiliry. European Journal of International Law, , OI. "...~-~-_. _.---,--_.,_.. *---~_._ ...- ._~---------------------


000068132responsabilida<strong>de</strong> internacional. Para isto <strong>de</strong>ve ter em consi<strong>de</strong>ração que "incumbe a cadaEstado <strong>de</strong>cidir como estruturar sua administração e quais as funções <strong>de</strong>ve assumir ogoverno",103 e "<strong>de</strong>terminar o que constitui um órgão <strong>de</strong> Estado para efeitos <strong>de</strong> suaresponsabilida<strong>de</strong>, o direito interno e a prática <strong>de</strong> cada Estado são <strong>de</strong> primordialimportância" .104118. A Comissão observa que a Constituição brasileira estabelece em seu artigo196 que "a saú<strong>de</strong> é um direito <strong>de</strong> todos e um <strong>de</strong>ver do Estado, garantido mediantepolfticas sociais e económicas que ten<strong>de</strong>m à redução do risco <strong>de</strong> doença e <strong>de</strong> outros riscose ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção erecuperação" .119. Conforme o artigo antes mencionado, o Estado brasileiro assumiuconstitucionalmente, como política pública, a atenção da saú<strong>de</strong> das pessoas sujeitas a suajurisdição, seja <strong>de</strong> forma direta ou através <strong>de</strong> terceiros.120. O artigo 197 da Constituição brasileira consagra, a sua vez, que são <strong>de</strong>relevância pública as ações e os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,correspon<strong>de</strong>ndo ao po<strong>de</strong>r público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,fiscalização e controle, <strong>de</strong>vendo ser executado diretamente ou através <strong>de</strong> terceiros e,também, por pessoa flsica ou juridicá <strong>de</strong> direito privado.121. A Constituição brasileira consagra também, em seu artigo 199, que "aassistência hospitalar é livre para a iniciativa privada", e que1° As instituições privadas po<strong>de</strong>rão participar <strong>de</strong> forma complementar ao sistema único <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, segundo as diretrizes <strong>de</strong>ste, mediante contrato <strong>de</strong> direito público ou convênio, tendopreferência as entida<strong>de</strong>s filantrópicas e as que não tenham fins lucrativos.2° Está proibido o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> recursos públicos para auxílio ou subv.enções às instituiçõesprivadas com fins lucrativos.3° Está proibida a participação direta ou indireta <strong>de</strong> empresas ou capital estrangeiro naassistência hospitalar no pais, salvo nos casos previstos em lei.122. De conformida<strong>de</strong> com as disposições constitucionais anteriormentemencionadas, existem dois gran<strong>de</strong>s sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Brasil: o primeiro é público,•oferecido pelo Estado através do "Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>". Dentro <strong>de</strong>ste sistema, oEstado oferece os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a todas as pessoas sob sua jurisdição, <strong>de</strong> maneiragratuita, através <strong>de</strong> hospitais públicos. Em casos excepcionais o Estado oferece os serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> através <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s privadas, em cujo caso celebra "contratos <strong>de</strong> direitopúblico" ou "convênios", para que entida<strong>de</strong>s privadas prestem serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, massempre em nome e por conta do Estado.103 ONU, Relatório da Comissão <strong>de</strong> Direito Internacional, ob. cit, pág. 66.,o< Id ..."...... W =....0.' • P '"_._-------_._..•


,.OOOOG8S33,..123. O outro sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Brasil é o privado, que é aberto à iniciativaprivada nacional, e no qual as pessoas pagam às entida<strong>de</strong>s privadas com fins lucrativospelos serviços que lhes são prestados.124. Em relação aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> prestados pelo Estado brasileiro, através <strong>de</strong>hospitais públicos e <strong>de</strong> outras instituições com quem celebra, em caráter excepcional,"contratos <strong>de</strong> direito público" ou "convênios", a Constituição brasileira contempla em seuartigo 198, o seguinte:As ações e os serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> integram uma re<strong>de</strong> regionalizada e hierarquizada econstituem um sistema único, organizado <strong>de</strong> acordo com as seguintes diretrizes:I. <strong>de</strong>scentralização, com direção em cada esfera <strong>de</strong> governo;II. atenção integral. com priorida<strong>de</strong> para as ativida<strong>de</strong>s preventivas, sem prejulzo dosservicos assistenciais;•III. participação da comunida<strong>de</strong>.Parágrafo único. O sistema .único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> será financiado, nos termos do artigo 195, comrecursos do orçamento da Previdéncia Social, da União, dos Estados, do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e dosMuniclpios. além <strong>de</strong> outras fontes.. -125. No que concerne as atribuições conferidas ao sistema público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>•brasileiro (Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>), a Constituição brasileira contempla em seu artigo 200que.Cabe ao sistema único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> outras atribuições, nos termos da lei:•I.II.III.controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias <strong>de</strong> interesse para a saú<strong>de</strong> eparticipação na produção <strong>de</strong> medicamentos, equipamentos imunobiológicos,hemo<strong>de</strong>rivados e outros equipamentos;executar as ações <strong>de</strong> vigilância sanitária e epi<strong>de</strong>mológica, bem como as da saú<strong>de</strong> dotrabalhador;or<strong>de</strong>nar a formação <strong>de</strong> recursos humanos na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;IV, participar na formulação da politica e da execução das ações <strong>de</strong> saneamento básico(... ).126. As disposições constitucionais brasileiras foram regulamentadas pela LeiFe<strong>de</strong>ral No. 8.080, <strong>de</strong> 1990, a qual, conforme o seu artigo 1 0 , "regula, ern todo oterritório nacional, as ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, executados <strong>de</strong> maneira isolada ouconjunta, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas <strong>de</strong> direitopúblico ou privado". O artigo 4 o <strong>de</strong>sta lei <strong>de</strong>fine que "o conjunto das ações e serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, prestado por órgãos e instituições públicas fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais, daadministração pública direta e indireta e das fundações mantidas pelo po<strong>de</strong>r público,•constituem o Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS (oo.) A iniciativa privada po<strong>de</strong>rá participar doSistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS, em caráter complementar"...- ..-- .. ., '" _. =e -•.-.--._..._~._~ _


000068934127. Conforme o artigo 6.VII <strong>de</strong>sta lei, cabe ao Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS "ocontrole e a fiscalização <strong>de</strong> serviços, produtos e substãncias <strong>de</strong> interesse para a saú<strong>de</strong>". Amencionada lei consagra igualmente em seu artigo 7.1 o princípio <strong>de</strong> "universalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em todos os níveis <strong>de</strong> assistência", que se aplica "às ações eserviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e os serviços privados contratados ou conveniados que integram•o Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS".128. O artigo 24 <strong>de</strong>sta lei dispõe que "quando suas disponibilida<strong>de</strong>s foreminsuficientes para garantir a cobertura <strong>de</strong> assistência à população numa área <strong>de</strong>terminada, ooSistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS po<strong>de</strong>rá recorrer aos serviços oferecidos pela iniciativaprivada. Parágrafo único: A participação complementar dos serviços privados seráformalizada mediante contrato ou convênio, observadas as normas <strong>de</strong> direito público".129. De acordo com o estabelecido no artigo 16 da referida lei No. 8.080,o ,compete ao Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS "elaborar normas para regular as relações entre•o Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS e os serviços privados contratados <strong>de</strong> assistência àsaú<strong>de</strong>". Por sua vez, o artigo 18.X <strong>de</strong>sta lei dispõe que cabe à Direção Municipal doSistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS "celebrar contratos ou 'Convênios com entida<strong>de</strong>sprestadoras <strong>de</strong> serviços privados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem como controlar e avaliar sua execução".•130. A mencionada lei assinala igualmente em seu artigo 26 que "os critérios evalores para a remuneração dos serviços e os parãmetros <strong>de</strong> cobertura assistencial serão•estabelecidos pela Direção Nacional do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS", e que "osservicos contratados serão submetidos às normas técnicas e administrativas e aos•oprincípios e diretrizes do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS, mantido o equilíbrio econõmico efinanceiro do contrato".•131. Quando excepcionalmente o Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS recorre,mediante contratos <strong>de</strong> direito público, à contratação <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s privadas para queprestem serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em nome e por conta do Estado brasileiro, esta contratação éefetuada <strong>de</strong> acordo com normas gerais previamente estipuladas pelo Estado brasileiro.Depois <strong>de</strong> feito o contrato respectivo, o Estado brasileiro controla e supervisa os serviçosprestados em seu nome pelas entida<strong>de</strong>s privadas.132. As pessoas têm acesso universal a estes serviços prestados, <strong>de</strong> maneiraexcepcional, por entes privados em nome do Estado brasileiro, o qual não somente pagadiretamente o provedor contratado, mas também fixa o valor que pagará pelos serviços,sendo que tais serviços ficam submetidos a todas as normas técnicas, administrativas,•princípios e diretrizes do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS. Se o Estado não está satisfeitocom a forma em que o ente privado presta os serviços em seu nome, está facultado paracancelar a autorização do ente privado como prestador <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em nome doEstado.133. Segundo a constituição brasileira e a legislação que a regula, não existediferença prática nem jurídica quando o Estado brasileiro cumpre com as obrigações que.. -. -'~---"._~.__.---_._----• ,


'.,...,350000690•assumiu constitucionalmente em matéria <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, visto que a prestação <strong>de</strong>•tais servicos através do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS, utiliza para isto entida<strong>de</strong>s•públicas, ou excepcionalmente, entida<strong>de</strong>s privadas que contrata, regula, controla,supervisiona e paga. Sob a perspectiva do beneficiário <strong>de</strong> tais serviços tampouco existem•diferenças, naSaú<strong>de</strong> -prática, entre receber os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> através do Sistema Unico <strong>de</strong>SUS, seja <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s públicas integrantes do sistema ou <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s privadasque o Estado tenha contratado para este efeito. Em ambos casos, o paciente ingressa aohospital, por exemplo, sem pagar nenhum montante nem antes nem <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seutratamento; e sem ter que acreditar-se como membro do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> -SUS.Pelo mero fato <strong>de</strong> encontrarem-se no Brasil, as pessoas têm direito universal a ingressar•nos estabelecimentos integrantes do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS e a receber atenção etratamentomédico neles..'134. Em relação à situação específi


000069136omissões <strong>de</strong> seus agentes mesmo quando estes tenham atuado fora dos limites <strong>de</strong> suacompetência ou em violação do direito interno.''"C. Direito à integrida<strong>de</strong> pessoal138. O artigo 5 da Convenção Americana, entitulado "direito àpessoal, contempla o seguinte:,integrida<strong>de</strong>1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integrida<strong>de</strong> física, psíquica e moral.2. Ninguém <strong>de</strong>ve ser submetido a torturas nem a penas ou tratamentos cruéis, <strong>de</strong>sumanos ou<strong>de</strong>gradantes. Toda pessoa privada <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> será tratada com o respeito <strong>de</strong>vido à dignida<strong>de</strong>inerente ao ser humano (...).139. Os mencionados Princípios para a Proteção dos Doentes Mentais e a Melhoriada Atenção da Saú<strong>de</strong> Mental (Princípios <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 'Mental), contemplam que <strong>de</strong>ntre osdireitos mais importantes das pessoas com doenças mentais estão o direito à at-ençãomédica (Princípio 1.1) e o direito a ser tratado com dignida<strong>de</strong> e respeito (Prindpio 1.2). ACIDH assinalou anteriormente que a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar tais padrões especiais "ao<strong>de</strong>terminar se foram cumpridas as normas convencionais em casos que envolvem pessoasque pa<strong>de</strong>cem <strong>de</strong> doenças mentais".'06140. Tendo <strong>de</strong>terminado (supra par. 56) que na Casa <strong>de</strong> Repouso <strong>de</strong> Guararapesexistia uma situação <strong>de</strong> extrema violência, em que os enfermeiros <strong>de</strong>sta cllnica exerciamviolência física contra os doentes mentais que estava internados nela, mediante golpescom as mãos e com objetos contun<strong>de</strong>ntes que produziam feridas nos doentes, e até amorte <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>les; que os funcionarios da mencionada Casa <strong>de</strong> Repouso instavam osdoentes a começar brigas <strong>de</strong> socos entre eles; e que os funcionários da Casa <strong>de</strong> Repousoutilizavam doentes mentais para conter fisicamente outros doentes mentais, a Comissão, '<strong>Interamericana</strong> conclui que as condições <strong>de</strong> hospitalização na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapeseram per se incompatíveis com o direito ao respeito e à dignida<strong>de</strong> da pessoa humana. Istoimplica que pelo mero fato <strong>de</strong> ter sido internado nesta instituição como paciente do•Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> -SUS, o senhor Damião Ximenes Lopes foi submetido atratamento <strong>de</strong>sumano e <strong>de</strong>gradante. Sendo assim, o Estado brasileiro violou em <strong>de</strong>trimentodo senhor Damião Ximenes Lopes o artigo 5 da Convenção Americana.141. Também ficou estabelecido que o senhor Damião Ximenes Lopes foigolpeado por enfermeiros da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. com punhos ou com objetos'0' <strong>Corte</strong> I.O.H., Caso Velásquez Rodriguez, ob. cit, pár. 170. Tal princípio <strong>de</strong> direito internacional é consagrado noartigo 7 do Projeto <strong>de</strong> Artigos sobre Responsabilida<strong>de</strong>, conforme o qual ·0 comportamento <strong>de</strong> um órgão do Estado ou <strong>de</strong> umapessoa ou entida<strong>de</strong> facultada para exercer atribuições do po<strong>de</strong>r público será consi<strong>de</strong>rado fato do Estado segudo o direitointernacional se tal órgão. pessoa ou entida<strong>de</strong> atúa nessa condição, ainda que exceda em sua competência ou viole suasinstruções" .106 CIOH, Relatório Anual 1998, Relatório No. '63/99, Victor Rosario Congo, ob. cit., par. 53.".- ".'-'_."-_. "".._,-----__~., ~_,- .. -- pu...


••37 0000692contun<strong>de</strong>ntes, que, conforme consta da respectiva necrópsia, lhe produziram excoriaçõeslocalizadas na região nasal, ombro direito, parte anterior dos joelhos e o pé esquerdo,equimoses localizadas na região "orbitária" esquerda, ombro homolateral e punhos(compatíveis com contenção)". 107 Tais fatos evi<strong>de</strong>nciam que o Estado <strong>de</strong>srespeitou aintegrida<strong>de</strong> física, psíquica e moral <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes.142. A Comissão <strong>de</strong>ve ressaltar a gravida<strong>de</strong> das violações anteriormentemencionadas, posto que as pessoas com doenças mantais estão em uma situação <strong>de</strong>especial vulnerabilida<strong>de</strong>. Golpear uma pessoa em tais condições constitui um ato <strong>de</strong>particular cruelda<strong>de</strong> e perversida<strong>de</strong>, agravada pelo fato <strong>de</strong> que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da natureza,grau e momento da doença, os agressores com certeza saberiam que a vítima po<strong>de</strong>ría nãoestar em condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar sobre os fatos, ou caso pu<strong>de</strong>sse fazer seu' <strong>de</strong>poimentopo<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong> discutível valor probatório, justamente <strong>de</strong>vido à doença da pessoa.'43. É importante <strong>de</strong>stacar que existem padrões internacionais a respeito daconduta que se <strong>de</strong>ve seguir perante um paciente mental com um quadro psicótico querecusa a receber o tratamento médico que lhe foi prescrito. A OPS ensina queA administração <strong>de</strong> medicamentos psicotrópicos é um dos tratamentos utilizados para otratamento <strong>de</strong> transtornos mentais. Os medicamentos antipsicóticos são aqueles utilizadosem quadros caracterizados por sintomas psicóticos.•.'-,Todas as pessoas que estejam recebendo atenção psiquiátrica têm direito a receber umtratamento médico que corresponda a suas necessida<strong>de</strong>s fundamentais,<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. (Princlpiospara a proteção dos doentes mentais e a melhoria da atenção da saú<strong>de</strong> mental, A.G. res.46/119, 46 ONU GAOR Supp. (No. 49), p. 189, ONU Doc. A/46/49 (1991 I. Ver Princípios 1e 91. Não obstante, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a pessoa se negue a receber o tratamento e<strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com os padrões internacionais aplicáveis não seria ético administrar umtratamento contra os <strong>de</strong>sejos e a vonta<strong>de</strong> do paciente ("Essential Treatments in Psvchiatry",Division of Mental Health, World Health Organization, Geneva, 1993, p. 621. com exceção <strong>de</strong>situações muito especificas (...).'08, ,•, 44. Os padrões médicos estabelecidos pela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>(OMS) com relacão às acões e atitu<strong>de</strong> dos funcinários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental frente a uma• •pessoa que se recusa a receber ou tratamento em questão, assinalam que:aI Debe-se evitar um exerclcio <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> injustificado que tenha como fim aadministração do tratamento;b) A in<strong>de</strong>pendência pessoal do paciente <strong>de</strong>ve ser respeitada e esta in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>vecaracterizar todas as etapas do tratamento;c) O fato <strong>de</strong> que uma pessoa esteja internada em uma instituição psiquiátrica ou em umcentro penitenciário não significa que é necessariamente incapaz para aceitar ou rejeitar umtratamento;107 Ver expediente. Necrópsia e/etuada em Damião Ximenes Lopes em 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999.10S Ver expediente. Opinião técnica da OPS._...,......._.---_....--_........... --_... --.._._.._------------------


380000693dI O consentimento ou rejeição a um tratamento somente po<strong>de</strong> ser feito por uma pessoain<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. que tenha recebido por parte dos funcionários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental informaçãosuficiente em uma linguagem simples com relação ao propósito. método. duração provável eos benefícios que se espera obter <strong>de</strong>ste tratamento;el Os funcionários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental tem a responsabilida<strong>de</strong> sobre o estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dapessoa e <strong>de</strong>ve assumir a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solicitar o consentimento do paciente emintervalos periódicos;f) O direito do paciente a rejeitar o tratamento em questão em principio somente po<strong>de</strong>ser ignorado pelos funcionários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental quando o paciente está incapacitadomentalmente ou carece <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência pessoal (por exemplo: perda da consciência ou dojuízo necessário para reconhecer que está doente); e simultaneamente. quando a ausência <strong>de</strong>tratamento po<strong>de</strong> levar a situações <strong>de</strong> grave perigo para o paciente ou para outras pessoas oua situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração grave <strong>de</strong> seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.g) É importante que o funcionário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental esteja consciente <strong>de</strong> que o fato <strong>de</strong><strong>de</strong>clarar uma pessoa com transtorno mental como incompetente não implica que esta pessoacareça <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> permanente e para todo ato jurídico;h) Em casos <strong>de</strong> emergência. geralmente reconhecidos pela legislação nacional oupadrões internacionais <strong>de</strong> direitos humanos. o funcionário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental po<strong>de</strong> utilizar seupróprio critério. sempre e quando possa <strong>de</strong>monstrar verda<strong>de</strong>iramente que sua ação estevefundamentada na boa-fé e para salvaguardar a vida ou integrida<strong>de</strong> pessoal do paciente;i) O funcionário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>ve fazer todo o posslvel para satisfazer os <strong>de</strong>sejosdo paciente e não seus próprios interesses;jl A regra geral a seguir pelo funcionário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental é utilizar a minima força ouobrigatorieda<strong>de</strong> possível e utilizá-Ia somente naqueles casos que sejam essenciais parasalvaguardar a vida ou integrida<strong>de</strong> do paciente; respeitando sua <strong>de</strong>cisão com relação a todosaqueles aspectos nos quais este po<strong>de</strong> continuar outorgando seu consentimento ou negação;k] Diante <strong>de</strong> uma situação na qual uma pessoa se recusa a receber um <strong>de</strong>terminadotratamento. o funcionário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>ve ter em consi<strong>de</strong>ração não somente o bemestardo paciente mas também o da coletivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve tratar <strong>de</strong> evitar um dano à socieda<strong>de</strong>em geral e um uso in<strong>de</strong>vido dos recursos públicos. 109, 45. Em relação à contenção física obrigatória efetuada em Damião XimenesLópes, a Comissão <strong>de</strong>ve ressaltar que<strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com os padrões internacionais seguidos pela OPS. em princípio um pacienteque apresenta um quadro psicótico não <strong>de</strong>ve ser submetido a uma contenção física obrigatóriaou a restrições físicas. Não obstante. esta prática po<strong>de</strong>ria ser efetuada uni


'.,39 0000694o paciente será mantido em condições dignas; di O paciente será mantido sob o cuidado e asupervisão imediata e regular <strong>de</strong> pessoal qualificado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental; e el Deve-se avisar <strong>de</strong>imediato sobre a contenção física aos representantes pessoais do paciente, 110146. Deve-se <strong>de</strong>stacar que as diretrizes aprovadas pela OMS com referência àcontenção física obrigatória <strong>de</strong> pessoas com transtornos mentais recomendam que o,funcionário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental analise certas perguntas, com o fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar seefetivamente estão sendo cumpridos os requisitos acima mencionados para proce<strong>de</strong>r com areferida contenção. As perguntas são as seguintes:a) Quais são os objetivos específicos que se quer com o uso da contençãofísica obrigatória? b) Por quanto tempo permanece um paciente sob estascondições?; c) Existe um documento em que se registre cada uma dascontenções praticadas com um paciente, sua justificação, sua natureza e asua duração? ; d) On<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> encontrar o documento acima mencionado?;e) As condições sob as quais se pratica a contenção satisfazem os padrõesinternacionais <strong>de</strong> direitos humanos, sobretudo a proibição <strong>de</strong> submeter a umapessoa a tratamento <strong>de</strong>sumano e <strong>de</strong>gradante? f) Quem <strong>de</strong>verá sercomunicado se um paciente está sendo submetido a uma contenção físicaobrigatória e com qual frequência se leva a cabo esta comunicação?'"•-. 147. Conforme as padrões anteriormente mencionados, a Comissão consi<strong>de</strong>ra.,----evi<strong>de</strong>me-queainda-que-f)amião-Ximenes-t.-õpes-tivesse-negado-se-a-r-eeeber--o-tr-atameAfe--­'prescrito, isto não justifica <strong>de</strong> nenhuma maneira a violência exercida contra sua pessoa. A, -Comissão observa que a contenção física efetuada em Damião Ximenes Lópes não tomouem conta os mencionados padrões internacionais sobre a matéria, dado que sua contençãofoi além do período estritamente necessário para alcançar o eventual propósito <strong>de</strong> evitar-lheum dano irreparável, imediato ou iminente; o Estado não registrou os motivos, ceráter e ,duracão da contencão <strong>de</strong> Damião no seu histórico clínico; e a vítima não foi mantida em.• •condições dignas, nem sob o cuidado e a supervisão imediata e regular <strong>de</strong> pessoalqualificado em saú<strong>de</strong> mental.148. Por todas as razões anteriormente expostas, a Comissão conclui que emrelacão aos fatos ocorridos na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes entre 1 o <strong>de</strong> outubro e 4 <strong>de</strong>•outubro do mesmo ano, o Estado brasileiro violou o artigo 5 da Convenção Americanasobre Direitos <strong>Humanos</strong>, em <strong>de</strong>trimento do senhor Damião Ximenes Lopes, ao submetê-lo acondições <strong>de</strong> hospitalização <strong>de</strong>sumanas e <strong>de</strong>gradantes, e ao <strong>de</strong>sferir-lhe golpes compunhos e com objetos contun<strong>de</strong>ntes, através dos enfermeiros da Casa <strong>de</strong> 'RepousoGuararapes.110 Ver expediente. Opinião técnica da OPS, citando: "Gui<strong>de</strong>lines lor the Promotion 01 Human Rights 01 Personswith Mental Disor<strong>de</strong>rs', Div/s/on 01 Mental Health and Prevent/on 01 Substance Abuse. World Health Organization. Geneva.1996. p. 26 (WHO/NMH/MND/95.4/)111 Ver expediente. Opinião técnica da OPS..._- _-- ,._--_.------ '-0 ._. .O~----_._. _


400000695D. Direito à vida149. O artigo 4 da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong> estabelece que"toda pessoa tem direito a que se respeite sua vida. Este direito estará protegido pela leie, em geral, a partir do momento da concepção. Ninguém po<strong>de</strong> ser privado da vidaarbitrariamente".150. O direito humano à vida é um direito humano fundamental, base para oexercício dos <strong>de</strong>mais direitos humanos. A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>enten<strong>de</strong> que o gozo do direito à vidaé um pré-requisito para o gozo <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais direitos humanos. Se não for respeitado,todos os direitos carecem <strong>de</strong> sentido. Devido ao caráter fundamental do direito à vida, nãosão admissíveis enfoques restritivos ao mesmo. Isto é, o direito fundamental à vidacompreen<strong>de</strong>. não somente o direito <strong>de</strong> todo ser humano <strong>de</strong> não ser privado da vidaarbitrariamente, mas também o direito a que não lhe seja impedido o acesso às condições quelhe garantam uma existência digna. Os Estados têm obrigação <strong>de</strong> garantir a criação dascondições necessárias para Que não ocorram violações <strong>de</strong>sse direito básico e, em particular. o<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> impedir que seus agentes atentem contra ele." 2151 . O artigo 1.1 da Convenção Americana estabelece obrigações gerais para osEstados em matéria <strong>de</strong> direitos humanos. A primeira <strong>de</strong>las é respeitar os direitosconsagrados na Convenção, e a segunda <strong>de</strong>las é garantir o exercício <strong>de</strong> tais direitos. Noque se refere ao direito à vida. a obrigação do Estado <strong>de</strong> "respeitar" tal direito implica,entre outros aspectos, que o Estado <strong>de</strong>ve abster-se <strong>de</strong> privar da vida as pessoas através <strong>de</strong>seus agentes. A obrigação do Estado <strong>de</strong> "garantir" o direito humano à vida implica emprevenir violações a tal direitorÓ, investigar as violações ao direito à vida. punir osresponsáveis, e reparar aos familiares da vítima. quando os responsáveis tenham sidoagentes do Estado.152. O Estado não somente incorre em responsabilida<strong>de</strong> internacional por violaçãoao direito à vida quando seus agentes privam alguém <strong>de</strong> tal direito;"? mas tambémquando, apesar <strong>de</strong> não ter violado diretamente tal direito, não adota as medidas <strong>de</strong>prevenção necessária elou não efetua uma investigação séria. por um 6r~ão in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,autónomo e imparcial, <strong>de</strong> privações do direito à vida cometidas seja por seus agentes oupor particulares.153. No presente caso ficou estabelecido que Damião Ximenes Lopes morreu emconsequência <strong>de</strong> golpes com punhos ou com objetos contun<strong>de</strong>ntes que lhe foram<strong>de</strong>sferidos <strong>de</strong> maneira intencional por enfermeiros da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. AComissão enten<strong>de</strong> que o Estado brasileiro violou o direito à vida do senhor DamiãoXimenes Lopes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a perspectiva <strong>de</strong> sua obrigação <strong>de</strong> respeitar tal direito, uma vez que"' Cone I.D.H., Caso Villagrán Morales e Outros (Caso dos "Crianças <strong>de</strong> Rua"). sentença <strong>de</strong> t 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong>1999, par. 144.113 Isto sem prejuízo <strong>de</strong> algumas exceções, como por exemplo, e sob <strong>de</strong>terminadas circunstâncias, a aplicação dapena <strong>de</strong> mone.--"-----~."_."_ --...._._. -_._-__.._...... I-,., ..- -'~~-_·_· • ~l__ "o ...... _•--".-


,.•410000696,Damião foi assassinado por enfermeiros da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, cujos atos, comomencionado supra, são atribuíveis ao Estado brasileiro e geram responsabilida<strong>de</strong>internacional para este.154. A Comissão <strong>de</strong>seja <strong>de</strong>stacar as condições em que ocorreu a morte <strong>de</strong> DamiãoXimenes Lopes, que morreu no chão, com as mãos atadas para trás, e sem que houvesse,no momento um médico na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes que lhe prestasse assistênciamédica. Damião Ximenes Lopes foi internado por sua mãe numa sexta-feira, pois nãoestava dormindobem e não queria tomar os medicamentos que necessitava. Certamente,a expectativa <strong>de</strong> ambos era que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns dias <strong>de</strong> hospitalização se normalizara aalteração temporária pelaqual estava passando Damião <strong>de</strong>vido a sua doença, e em vezdisto o que ocorreu foi que na segunda-feira seguinte Damião foi golpeado e morto pelosmesmos que <strong>de</strong>veriam colaborar com a recuperação <strong>de</strong> sua saú<strong>de</strong>.155. Em relação à obrigação do Estado <strong>de</strong> garantir o direito à vida, a <strong>Corte</strong><strong>Interamericana</strong> enten<strong>de</strong> queo cumprimento do artigo 4, em conjunção com o artigo 1.1 da Convenção Americana. nãosomente pressupõe que nenhuma pessoa seja privada <strong>de</strong> sua vida arbitrariamente (obrigaçãonegativa). mas também requer que os Estados tomem todas as medidas apropriadas paraproteger e preservar o direito à vida (obrigação positivaI"', tendo em vista o seu <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>garantir o pleno e livre exercício dos direitos <strong>de</strong> todas as pessoas sob sua jurisdição"5. €staproteção ativa do direito à vida por parte do Estado envolve seus legisladores e toda amáquina estatal \...1."·156. A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> já opinou sobre a obrigação do Estado <strong>de</strong> garantir odireito à vida, e enten<strong>de</strong> que o Estado <strong>de</strong>ve prevenir situações que, por ação ou omissão,possam conduzir à "supressão da inviolabilida<strong>de</strong> do direito à vida", A este respeito, a <strong>Corte</strong>•assinalou textualmente que: , ,Em terceiro lugar, o Estado é responsável pela observância do direito à vida <strong>de</strong> toda pessoasob sua custódia na sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantidor dos direitos consagrados na ConvençãoAmericana. Como já assinalado por este Tribunal "embora o Estado tenha o direito e aobrigação <strong>de</strong> garantir sua segurança e manter a or<strong>de</strong>m pública, seu po<strong>de</strong>r não é ilimitado, poistem o <strong>de</strong>ver. a todo momento, <strong>de</strong> aplicar procedimentos conformes o Direito e que respeitemos direitos fundamentais, a todo individuo que esteja sob sua jurisdição·. O -Estado comogarantidor <strong>de</strong>ste direito <strong>de</strong>ve prevenir aquelas situações -corno no caso sub judice- quepossam conduzir, por ação ou omissão, a supressão da inviolabilida<strong>de</strong> do direito à vida. Nestesentido, se uma pessoa for <strong>de</strong>tida em bom estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e posteriormente, morre, recaesobre o Estado a obrigacão <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>nciar uma explicação satisfatória e convincente sobre oocorrido e <strong>de</strong>svirtuar as alegacões sobre sua responsabilida<strong>de</strong>, mediante elementosprobatórios válidos, dado que em sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantidor do Estado tem tanto a\14 Caso tias ·Crianças oe Rue" IVillagrán Mora/es e outros), par. 139.116 Ctr. Caso Cantoral Benavities. ReparaçfJes. supra nota 103, par. 69 Caso tios ··Crianças oe Rua (Vil/agránMorales e outros). ReparaçfJes (art, 63.1 Convenção Americana sobre Oireitos <strong>Humanos</strong>). Sentença <strong>de</strong> .26 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2001.Serie C No. 77, par. 99; e Caso tia ·Panel Blanca" (Paniagua Mora/es e outros). Bepereções (art. 63.1 Convenção Americanasobre Direitos <strong>Humanos</strong>). Sentença <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2001. Serie C No. 76, par. 199.116 Cone I.D.H., Caso Juan Humberto Sánchez, ob, clt, par. 111._~~... ~.__•....". =__ . •• .. _0...• _.'


0001)69742responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir os direitos do indivIduo sob sua custódia como a <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>nciara informação e as provas relacionadas com o <strong>de</strong>stino que teve a pessoa <strong>de</strong>üda."?157. Ao aplicar as consi<strong>de</strong>rações acima ao presente caso,a Comissão observa,por um lado, que o Estado brasileiro falhou na sua obrigação <strong>de</strong> proteger e preservar a vida<strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, uma vez que não adotou medidas preventivas que pu<strong>de</strong>ssemimpedir eventualmente que ocorrera sua morte.158. A Comissão observa que o Estado brasileiro não exerceu


.,,430000698.,"também uma violação por parte do Estado brasileiro <strong>de</strong> sua obriqaçêo <strong>de</strong> garantir o direito àvida, conforme os artigos 4 e 1(1) da Convenção Americana.164. A Comissão conclui que com o assassinato <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopescometido por enfermeiros da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, bemcomo a falta <strong>de</strong> prevenção das condições que propiciaram sua morte, o Estado brasileiroviolou em <strong>de</strong>trimento do senhor Damião Ximenes Lopes o artigo 4 da ConvençãoAmericana sobre Direitos <strong>Humanos</strong> em concordância com O estabelecido no artigo 1.1<strong>de</strong>sta Convenção.F. Obrigação <strong>de</strong> investigar. direito a um recurso efetivo e direito a garantiasjudiciais (artigos 1.1. 25 e 8 da Convenção Americana)165. O artigo 1(1) da Convenção Americana, estabelece que•Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos eliberda<strong>de</strong>s nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que estejasujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma por motivo <strong>de</strong> raça, cor, sexo, idioma, r.eligião,opiniões politicas ou <strong>de</strong> qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição económica,nascimento ou qualquer outra condição social.166. O artigo 25 da Convenção Americana dispõe queToda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer outro recursoefetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seusdireitos fundamentais reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente Convenção,mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando no exerclcio <strong>de</strong> suasfunções oficiais,•2. Os Estados Partes comprometem-se:a) a assegurar que a autorida<strong>de</strong> competente prevista pelo sistema legal do Estado <strong>de</strong>cida sobreos direitos <strong>de</strong> toda pessoa que interpuser tal recurso;b) a <strong>de</strong>senvolver as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recurso judicial; ec) a assegurar o cumprimento, pelas autorida<strong>de</strong>s competentes, <strong>de</strong> toda <strong>de</strong>cisão em que se tenhaconsi<strong>de</strong>rado proce<strong>de</strong>nte o recurso167. O artigo 8 da Convenção <strong>de</strong>termina queToda pessoa tem direito a ser ouvida, com as <strong>de</strong>vidas garantias e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prazorazoável, por um juiz ou tribunal competente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e imparcial, estabelecidoanteriormente por lei, na apuração <strong>de</strong> qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para quese <strong>de</strong>terminem seus direitos ou obrigações <strong>de</strong> natureza civil, trabalhista. fiscal ou <strong>de</strong> qualqueroutra natureza.168, Os Estados parte do sistema interamericano <strong>de</strong> direitos humanos temobrigação <strong>de</strong> investigar e sancionar os responsáveis por violações a direitos humanos, e <strong>de</strong>-..'---_._._-----------------._--_.------.. • •; =


000069944in<strong>de</strong>nizar as vítimas <strong>de</strong> tais violações, ou seus familiares. O artigo 1 da ConvençãoAmericana estabelece a obrigacão . dos Estados <strong>de</strong> garantir a todas as pessoas sob sua,jurisdição o livre e pleno exercício dos direitos e liberda<strong>de</strong>s reconhecidos nesta Convenção.A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> enten<strong>de</strong> que, como consequência <strong>de</strong>staobrigação, os Estados <strong>de</strong>vem "prevenir, investigar e sancionar toda violação dos direitosreconhecidos pela Convenção e procurar, a<strong>de</strong>mais, o restabelecimento do direito violado e,ose for o caso, a reparação dos danos produzidos pela violação dos direitos humanos" .118Nomesmo sentido, a <strong>Corte</strong> assinalou que "do artigo 1.1, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se claramente aobrigação estatal <strong>de</strong> investigar e sancionar toda violação dos direitos reconhecidos naConvenção como meio para garantir tais direitos" .119169. A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> também enten<strong>de</strong>,normas convencionais anteriormente transcritas, queem relacão as•o artigo 25 em conjunção com o artigo 1.1 da Convenção Americana, obriga o Estado agarantir a toda pessoa o acesso à administração <strong>de</strong> justiça e. em particular. a um recursorápido e simples para alcançar. entre outros resultados. que os responsáveis pelas violaçõesdos direitos humanos sejam julgados e para obter uma reparação pelo dano sofrido. Comodito por esta <strong>Corte</strong>, o artigo 25 "constitui um dos pilares básicos, não somente da ConvençãoAmericana. mas também do próprio Estado <strong>de</strong> Direito numa socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática•..", Esteartigo guarda relação direta com o artigo 8.1 da Convenção Americana que consagra o direito<strong>de</strong> toda pessoa a ser ouvida com as <strong>de</strong>vidas garantias e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prazo , razoável. por umjuiz ou tribunal in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e imparcial. para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> seus direitos <strong>de</strong> qualquernatureza.Portanto. o Estado tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> investigar as violações dos direitos humanos, processar osresponsáveis e evitar a impunida<strong>de</strong>. A -<strong>Corte</strong> <strong>de</strong>finiu a impunida<strong>de</strong> -corno "a falta em seuconjunto <strong>de</strong> investigação, perseguição, captura. julgamento e con<strong>de</strong>nação dos responsáveispelas violações dos direitos protegidos pela Convenção Americana" e assinalou que ·0 Estadotem a obrigação <strong>de</strong> combater tal situação por todos os meios legais disponíveis. visto que aimpunida<strong>de</strong> propicia a repetição crónica das violações <strong>de</strong> direitos humanos e a põe as vítimase seus familiares in<strong>de</strong>fesos.170. A obrigação estatal <strong>de</strong> investigar e punir as violações <strong>de</strong> direitos humanos<strong>de</strong>ve ser empreendida pelosEstados <strong>de</strong> maneira séria. A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> enten<strong>de</strong> queEm certas circunstâncias po<strong>de</strong> resultar difícil a investigação <strong>de</strong> fatos que atentem contradireitos da pessoa. A obrigação <strong>de</strong> investigar é. como a <strong>de</strong> prevenir, uma obrigação <strong>de</strong> meioou comportamento que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scumprida não somente quando a investigação não produzum resultado satisfatório. Também <strong>de</strong>ve ser empreendida com serieda<strong>de</strong> e não como umasimples formalida<strong>de</strong> con<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> antemão a ser infrutífera. Deve ter um sentido e serassumida pelo Estado como um <strong>de</strong>ver juridico próprio e não como uma simples gestão <strong>de</strong>interesses particulares. que <strong>de</strong>penda da iniciativa processual da vitima ou <strong>de</strong> seus familiaresou do aporte privado <strong>de</strong> elementos probatórios. sem que a autorida<strong>de</strong> pública busqueefetivamente a verda<strong>de</strong>. Esta apreciação é válida qualquer que seja o agente ao qual se possa118 <strong>Corte</strong> I.D.H., Caso Velásquez Rodriguez. Sentença <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1988. par.166119 <strong>Corte</strong> I.D.H., Caso Villagrán Morales e outros (Caso dos "Crianças <strong>de</strong> Rua"), sentença <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong>1999, par. 225._-------._---,"''"''"" ."_ - ' __n_


...__"000070045,eventualmente atribuir a violação, ainda que sejam particulares, pois, se seus fatos não sãoinvestigados com serieda<strong>de</strong>, resultariam, <strong>de</strong> certo modo, auxiliados pelo po<strong>de</strong>r público, o quecomprometeria a responsabilida<strong>de</strong> internacional do Estado.'20171 . Com relação à obrigação que tem os Estados <strong>de</strong> investigar seriamente, aComissão <strong>Interamericana</strong> enten<strong>de</strong> queA obrigação <strong>de</strong> investigar não é <strong>de</strong>scumprida somente porque não exista uma pessoacon<strong>de</strong>nada na causa ou pela circunstância <strong>de</strong> que, apesar dos esforços realizados, sejaimposslvel a acreditação dos fatos. Contudo, para estabelecer <strong>de</strong> forma convincente eversosslmel que este resultado não tenha sido produto da execução mecânica <strong>de</strong> certasformalida<strong>de</strong>s processuais sem que o Estado busque efetivamente a verda<strong>de</strong>, este <strong>de</strong>ve<strong>de</strong>monstrar que realizou uma investigação imediata, exaustiva, séria e imparcial.I"172. A mencionada obrigação <strong>de</strong> investigar e sancionar todo fato que impliqueviolação dos direitos protegidos pelaConvenção requer que se puna não somente osautores materiais dos fatos violatórios <strong>de</strong> direitos humanos, mas também os autoresintelectuais <strong>de</strong> tais fatos. 122 O Estado incorre em responsabilida<strong>de</strong> internacional quandoseus órgãos judiciais não investigam seriamente e não punem os autores materiais eintelectuais <strong>de</strong> violações aos direitos humanos.,173. A Comissão observa que no presente caso, o Estado brasileiro não<strong>de</strong>monstrou a realização <strong>de</strong> uma investigação imediata, exaustiva e séria em relação àmorte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes. A este respeito, nosfatos estabelecidos no presente'caso foi <strong>de</strong>terminado que em 17 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, <strong>de</strong>u-se inícic à investigação dosfatos relacionados com a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, e até a presente data, apósquase quatro anos <strong>de</strong> investigação, o que se fez foi apenas interrogar as testemunhas, maso Estado não promoveu diligentemente outros meios probatórios que possam esclarecer osfatos, tais como a reconstrução dos fatos, a exumação do cadáver na eção penal" a ,i<strong>de</strong>ntificação e interrogatório do enfermeiro "Cosmo", a respeito do qual há diversos 'indlcios no expediente <strong>de</strong> ter sido um enfermeiro particularmente violento com osdoentes, e que foi <strong>de</strong>spedido da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes justamente <strong>de</strong>pois da morte<strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes. Tampouco foi i<strong>de</strong>ntificada nem interrogada a senhora quelimpava o chão da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, e que <strong>de</strong>clarou à mãe da vítima queDamião tinha sido golpeado por enfermeiros. O Estado também não investigou asresponsabilida<strong>de</strong>s das pessoas que estavam na obrigação <strong>de</strong> supervisionar e controlar a•Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, conforme as normas do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS, quepo<strong>de</strong>riam ter responsabilida<strong>de</strong> por não teremprevenido e tomado as ações necessárias120 <strong>Corte</strong> I.D.H., Caso Velásquez Rodríguez, oo. Cito par. 177.121 CIDH, Relatório Anual 1997, Relatório N° 55/97, Caso N° 11.137 IJuan Carlos Abella e outros). Argentina, par.412. Sobre o mesmo tema, ver também: CIOH, Relatório Anual 1997, Relatório N° 52/97, Caso N° 11.21 B tArges SequeiraMangasl, Nicaragua, par. 96 e 97.122 A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> assinalou, por exemplo, que'A Convenção Americana garante a toda pessoa o acesso àjustiça para fazer valer seus direitos, recaindo sobre os Estados Partes os <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> prevenir, investigar. i<strong>de</strong>ntifica, e puni'os autores intelectuais e encobridores <strong>de</strong> violações dos direitos humanos'. <strong>Corte</strong> I.O.H., Caso do Tribunal Constitucional,sentença do 29 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1999. Série C No. 71, par. 123. Ver também Cone I.O.H., Caso Blake, Reparações,Sentença <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1999, Serie C No. 48, par. ti5.· ~_".m_',.~,..._,...~......... ~_---................_.._._._--------_. ~,--_.,--------------------- ~ •••


4'60000701para tratar <strong>de</strong> evitar as circunstâncias namorte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes.Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes que conduziram à174. Após quase quatro anos <strong>de</strong> processo interno, o Estado não <strong>de</strong>monstrou aCIDH que a investigação dos fatos foi efetuada com a rapi<strong>de</strong>z, serieda<strong>de</strong> e exaustivida<strong>de</strong>requerida pela Convenção Americana. Ao não investigar a<strong>de</strong>quadamente os fatosconcernentes à morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, o Estado violou os artigos 1.1, 25 e' 8 daConvenção Americana, relacionados com a obrigação <strong>de</strong> investigar, o direito a um recursoefetivo e o direito a garantias judiciais.175. A Comissão conclui que a falta <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>vida investigação dos fatosrelacionados com a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, nos termos anteriormenteexplicados, constitui violação pelo Estado brasileiro das obrigações contidas nos artigos25 e 8 da Convenção Americana, em concordância com o estabelecido no artigo 1(1)<strong>de</strong>ste tratado.E. Obrigação <strong>de</strong> reparar, incluindo a in<strong>de</strong>ni2;ação176. Tomando em consi<strong>de</strong>ração que no presente caso o Estado brasileiro nãoin<strong>de</strong>nizou os familiares da vítima, a Comissão <strong>de</strong>ve ressaltar que esta obrigaçãocorrespon<strong>de</strong> ao Estado brasileiro mesmo quando seus tribunais internos não tenham<strong>de</strong>terminado as responsabilida<strong>de</strong>s penais individuais por tais fatos.177. Em adição à obrigação <strong>de</strong> investigar e punir toda violação <strong>de</strong> direitoshumanos cometidas por seus agentes; o Estado tem, a<strong>de</strong>mais, a obrigação <strong>de</strong> reparar asvítimas <strong>de</strong> tais violações, ou seus familiares, se for o caso. A este respeito, "uma normaconsuetudinária que constitui um dos princípios fundamentais do atual direito internacionalda responsabilida<strong>de</strong> dos Estados" é aquela conforme a qual, "ao ocorrer um fato ilícitoimputável a um Estado, surge a responsabilida<strong>de</strong> internacional <strong>de</strong>ste pela violação <strong>de</strong> umanorma internacional, com o consequente <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> reparação". t23178. A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> enten<strong>de</strong>, em relação ao conceito <strong>de</strong> reparação, queA reparação é o termo genérico que compreen<strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> um Estado lidar com aresponsabilida<strong>de</strong> internacional em que ocorreu. Os modos especlficos <strong>de</strong> reparar variamsegundo a lesão produzida: po<strong>de</strong>rá consistir na restitutio in integrum dos direitos afetados. ,um tratamento médico para recuperar a saú<strong>de</strong> física da pessoa lesionada, na obrigação doEstado <strong>de</strong> anular certas medidas administrativas, na <strong>de</strong>volução da honra ou dignida<strong>de</strong> queforam ilegitimamente afetadas. no pagamento <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>nização. etc. No que se refere aviolações ao direito à vida. como neste caso, a reparação, dada a natureza do bem atetado,adquire sobretudo a forma <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>nização pecuniária, segundo a prática jurispru<strong>de</strong>ncial<strong>de</strong>sta <strong>Corte</strong> (...1. A reparação po<strong>de</strong> ter também o caráter <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>stinadas a evitar arepetição dos fatos lesivos.V""3 Cone IDH. Caso Castillo Páez - Reparações. Sentença <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998. par. 50.". Cone IDH, Caso Garrido e Baigorria - Reparações, sentença <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998. par. 41.--·~·-·-"",_y.·"_,,,._. ...'.... ~.~ ...·.....ú. T .. I __o--._--


470000702179. A <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> assinalou que a in<strong>de</strong>nização "tem carátercompensatório e, portanto, <strong>de</strong>ve ser concedida na extensão e na medida suficientes pararessarcir os danos materiais e morais sofridos" ,125 e indicou que a reparação consiste emAs medidas que ten<strong>de</strong>m a fazer <strong>de</strong>saparecer os efeitos da violação cometida. Sua qualida<strong>de</strong> eseu valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do dano ocasionado tanto no plano material como no moral. Areparação não po<strong>de</strong> implicar nem um enriquecimento nem um empobrecimento para a vítimaou seus sucessores. 126180. Não obstante a <strong>Corte</strong> Permanente <strong>de</strong> Justiça Internacional tenha <strong>de</strong>cidido quea reparação é um complemento indispensável ao <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> uma Convenção, enão é necessário que esteja prevista na Convenção.!" a Convenção Americana contemplaas reparações, tanto em seu artigo 1(1) como em seu artigo 63(1). No artigo 1(11.conforme mencionado supra, a obrigação dos Estados em garantir a todas as pessoas sobsua jurisdição o livre e pleno exercício dos direitos .e liberda<strong>de</strong>s reconhecidos nestaConvenção traduz-se na obrigação <strong>de</strong> .. prevenir, investigar e punir toda violação dosdireitos reconhecidos pela Convenção e procurar, a<strong>de</strong>mais, o restabelecimento do direitoviolado e, se for o caso, a reparação dos danos produzidos pela violação dos direitoshumanos".'28181. Conforme o direito internacional, a obrigação do Estado <strong>de</strong> reparar as•violações aos direitos humanos cometidas por lXlUS agentes correspon<strong>de</strong> ao Estado cornotal, e não a seus agentes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do que possa dispor a respeito o direitointerno. A este respeito, <strong>de</strong>ve-se ter em conta que conforme o artigo 27 da Convenção <strong>de</strong>Viena sobre Tratados Internacionais, "uma parte não po<strong>de</strong>rá invocar as disposições <strong>de</strong> seudireito interno como justificação do <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> um tratado". A CIDH assinaloutambém queA obrigação internacional que tem o Estado <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar as vítimas <strong>de</strong> violações a direitoshumanos cometidas por seus agentes constitui então uma responsabilida<strong>de</strong> direta e principal,isto é, correspon<strong>de</strong> diretamente ao Estado, e não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da interposição prévia pelas vitimas<strong>de</strong> ações pessoais contra tais agentes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do que possa dispor a legislaçãointerna. 129tzs Cone rDH, Caso Garrido e 8aigorr;a, ob cit., par. 47.". Cone IOH, Caso Castillo Páez - Reparações, ob. cit, par. 53. Ver também caso Chorz6w Fectorv, em que aCone Internacional <strong>de</strong> Justiça referiu-se aos princípios básicos no direito internacional a respeito da reparação por violação <strong>de</strong>obrigações internacionais. assinalando que "O princípio fundamemal contido na noção atual <strong>de</strong> um ato ilícito -um princípioque parece estar estabelecido pela prática internacional e em panicular pelas <strong>de</strong>cisões dos tribunais arbitrais- é que umareparação <strong>de</strong>ve, na medida do possível, apagar todas as consequências do ato ilícito e restabelecer a situação anterior queexistiria com toda probabilida<strong>de</strong> se o ato não tivesse sido cometido. A restituição <strong>de</strong>ve ser em espécie, ou, se não forpossível, mediame o pagamento <strong>de</strong> uma soma correspon<strong>de</strong>nte a seu valor. A in<strong>de</strong>nízação, quando for necessária, será porperdas não cobenas pela restituição da coisa em espécie ou pelo pagamento <strong>de</strong> seu valor. -Esse são os princípios que <strong>de</strong>vem<strong>de</strong>terminar a quantia da compensação <strong>de</strong>vida pelo ato contrário ao direito internacional". P.C./.J. Co/leclion of Judgmerns,Series A. No. 17. Pág. 47. (Tradução livre ao espanholl", Ver por exemplo, caso Fectorv et Chorzàw, Jurisdiction, Judgment N° 8, 1927, Series A, No. 9, pág. 21.(Tradução livre ao espanholl,'" Cone I.D.H., Caso Velásquez Rodríguez. ob. cit., par.166..:~12. CIOH. Relatório N° 83/01, Petição 11.581, 2ulema Tarazona Arriate, Norma Teresa Pérez Chávez e Luis AlbenoBejarano Laura (Peru). par. 27.-----. -,._- "-""'_ ..... n........... ._#... ~.. .,__..~ . ..... '.....:"'.~'r....__• __, _._,_ .......... _••.... _" __ , _


..480000703•..182. A Comissão conclui que o Brasil tem a obrigação internacional <strong>de</strong> reparar osfamiliares <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes pelas violações a seus direitos humanos relacionadascom sua hospitalização na Casa <strong>de</strong> Repouso "Guararapes e as violações cometidas .ern seu<strong>de</strong>trimento pelos enfermeiros <strong>de</strong>sta entida<strong>de</strong>. A reparação inclui a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> umain<strong>de</strong>nização, a ser paga pelo Estado brasileiro, que <strong>de</strong>ve ser calculada conforme ospadrõesinternacionais, e <strong>de</strong>ve ser correspon<strong>de</strong>nte a um montante suficiente para ressarcirtanto os danos materiais como os danos morais sofridos pelos familiares <strong>de</strong> DamiãoXimenes Lopes <strong>de</strong>vido ao seu assassinato e <strong>de</strong>mais violações a seus direitos humanos aque se refere este relatório.,V. CONCLUSÕES183. Com base na análise prece<strong>de</strong>nte, a Comissão conclui que o Estado brasileiroé responsável pela violação ao direito à integrida<strong>de</strong> pessoal, à vida, à proteção judicial e asgarantias judiciais, consagrados nos artigos 5, 4, 25 e 8, respectivamente, da ConvençãoAmericana, <strong>de</strong>vido à hospitalização <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes em condições <strong>de</strong>sumanas e<strong>de</strong>gradantes, as violações a sua inteqrida<strong>de</strong> pessoal, seu assassinato; e as violações daobrigação <strong>de</strong> investigar, do direito a um recurso efetivo e das garantias judiciaisrelacionadas com a investigação dos fatos. A Comissão conclui igualmente que <strong>de</strong>vido àviolação <strong>de</strong>stes artigos, o Estado violou também o seu <strong>de</strong>ver genérico <strong>de</strong> respeitar egarantir os direitos consagrados na Convenção Americana a que se refere o artigo 1(11<strong>de</strong>ste tratado.VI.RECOMENDAçõES•184. Com base na análise e as conclusões do presente relatório,A COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS RECOMENDA AOESTADO BRASILEIRO:1. Realizar uma investigação completa, imparcial e efetiva dos fatosrelacionados com a morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes ocorrida na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes em 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999. Tal investigação <strong>de</strong>ve ser conduzida <strong>de</strong> modo a<strong>de</strong>terminar a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os responsáveis, sejam essas responsabilida<strong>de</strong>s poração ou por omissão, e a punição efetiva dos responsáveis.2. Reparar a<strong>de</strong>quadamente os familiares <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes pelasviolações <strong>de</strong> direitos humanos estabelecidas noefetivo <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>nizacão.•presente relatório, incluindo o pagamento•• -•• -_•••••••••• __ ••••••_' c • pI _, ._.... ._. _. _----- ....__.-----_._----_.--------------------II


000070449futuro.3.Adotar as medidas necessárias para evitar que ocorram fatos similares noVII.NOTIFICACÃO•185. A Comissão <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> transmitir este relatório ao Estado brasileiro e conce<strong>de</strong>r- ,lhe um prazo <strong>de</strong> dois meses para dar cumprimento as recomendações aqui formuladas.Esteprazo será contado a partir da data <strong>de</strong> encaminhamento do presente relatório aoEstado, o qual não está facultado a publicá-lo. Adicionalmente, a Comissão <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> notificara peticionária da adoção <strong>de</strong> um relatório <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com o artigo 50 da Convenção... I r..,..


,.00007U550,Passado e assinado na se<strong>de</strong> da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Oireitos <strong>Humanos</strong>, nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Washington, D.C., aos 8 dias <strong>de</strong> outubro do ano <strong>de</strong> 2003.(Assinado): José Zalaquett, Presi<strong>de</strong>nte; Clare K. Roberts, Primeiro Vice-presi<strong>de</strong>nte;Susana Villarán, Segunda Vice-presi<strong>de</strong>nta; Comissionados: Robert K. Goldman, Julio PradoVallejo.o ebaixo-assinado.. Ariel E. Dulitzky, Encarregado da Secretaria Executiva daComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (CIDH), <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com o disposto noartigo 47 <strong>de</strong> seu Regulamento, certica que este documento é uma ·cópia fiel do original<strong>de</strong>positado nos arquivos da Secretaria da CIDH./..Ariel E. DulitkzyEncarregado da Secretaria Exe•.-" . --,-_...-


- - 4 _,-------~._----------------••••0000706INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOSWASHINGTON, D.C. 2 o o o 6EUA12 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003REF:Damião Ximenes Lopes12.237BrasilPrezada senhora:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Senhoria em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> a fim <strong>de</strong> acusar o recebimento <strong>de</strong> suacomunicação <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, recebida nesta Secretaria Executiva.em 17<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, em relação ao assunto em referência.A referida comunicacão foi <strong>de</strong>vidamente anotada e será levada ao•conhecimento da Comissão para os <strong>de</strong>vidos fins.tenci samente,'anl1ago A.airtonSecretár" E cutivoSenhoraIrene Ximenes Lopes MirandaRua Pe. Angelim, 168 Centro62230-000 Ipueiras/CearáBrasilTel.: 5521-88-685-1281•1211 212003-ci-1 599


~ -_ ~ ~.-' .._. ·.r.... _.. " ',........ ' :.J'_' '..:.:C1nf""l""... - --.-- -'- -,TO:~•,,,..ISobrnlfcr;, J(i <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003,/'»,,..,;./" ..."'i..'j ,c~..'• ,/ .....,, . ,.'. -, -. .. ,.-..t,".' /.?11000707..0\.o Sr. &;.o.ntia!;Q CantO.lSecretario Executivo da Comissão Intcremoricuna <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da OEAllUI9 F Street, NW e II" andarWashington, De 2000(,Por Fax: 001 -202-458-3992Ref.:Caso no. 12.237 - Damião Xlmenes - BrasilPrezado Senhor Camon;Irene Ximetles Lopes Mimnda, Peticionáno no caso acima errado, vem respestosamcmesolicitar a esta Honorável Comissão quc o Centro <strong>de</strong> Justiça Global, organização <strong>de</strong>direilos human


TEL:P:l2l1'. -,.......0000708",., - ~. I .'" : .;- ~ "• .J.' . .'. .. ;... .-..- .. ,.-' . r·.. .'ustiç~" . '. ., "...lobalOfício no. JG/RJ 135/03Rio <strong>de</strong> Janeiro, 29 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003Ao Santiago CantouSecretário Executivo da Comissão lnteramericano <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>1889 F Strcet NWWashington, n,c. EUAPor fax: 1 (202) 458-3992_.. __....--.-------_.-_ .._. -- .. -._-'... -.-Prezado Sr. Canton:.. '- ._-,->--_._~_._ ~---._._.------_._-._---_ .'---- o ,._._.".-.- .........-,O Centro <strong>de</strong> Justiça Global, co-peticionárlo no caso cm epígrafe, vem através <strong>de</strong>sta solicitara esta Honorável Comissão que toda a correspondência emitida nesse caso sejaencamlnhada ao seguinte en<strong>de</strong>reço:Centro <strong>de</strong> Justiça GlobalAv. NoS. <strong>de</strong> Copacabana, 540/402Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - BrasilCEP: 22020-00ClAtenciosamente,Emily SchafferAdvogadaCentro <strong>de</strong> Justiça GlobalAv. No",,, Scnh",·" <strong>de</strong> Copeeabana, ~40/402 Rio <strong>de</strong> Janeiro - kJ. Brasil 22020-000Tel.: 55·21·2547·7:l'l 1/.11116-2766 FIt>


•..••..•INTER - AMER1CAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA os DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTfRAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION OF AMERICAN STATES0000709WASHINGTON,D.C. 2 Oo O 6 U.S.A.SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> tem a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil a fim <strong>de</strong>transmitir uma nota dirigida ao Ministério das Relações Exteriores <strong>de</strong> Brasil.A Secretaria Executiva da Comissão Interameri


•INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DE'RECHOS HUMANOSCOMiSSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATES0000710WASHINGTON,D.C. 2 O O 06 U.S.A.23 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237- BrasilDamião Ximenes LopesSenhor Ministro:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (CIDH) a respeito da petição acima mencionada.,Nesse sentido, a CIDH informa a Vossa Excelência que em 6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> -2003 aCIDH solicitou à Organização Panamericana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OPS) opinião técnica sobre .estandaresmédicos internacionais relacionados ao tratamento <strong>de</strong> pessoas com enfermida<strong>de</strong>s mentais, aqual foi contestada pela OPS em 2 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003.Ao observar que a referida opinião, ainda quando solicitada e respondida em termosgerais, po<strong>de</strong>ria ser utilizada na <strong>de</strong>cisão do presente caso, a CIDH <strong>de</strong>cidiu enviar cópia daopinião técnica a ambas as partes para seu conhecimento. Em virtu<strong>de</strong> do exposto, se anexaà presente, cópia da referida opinião técnica.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Excelência os protestos da minhaalta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.Excelentfssimo SenhorCelso AmorimMinistro <strong>de</strong> Estado das Relações Exteriores do BrasilMinistério das Relações ExterioresBrasflla, BrasilAnexo! II ." '}4. C~tonUSantta'Secretá io Executivo


•lNTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTS,COMISION INTERAMERICANA 01: DERECHOS HUMANOS'.••COMISSÃO INT1:RAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME,ORGANIZATION Of AMERICAN STATES0000111WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6 U.S.A.23 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamilo Ximenes LopesPrezada senhora:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Senhoria em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (CIDH) a respeito da petição acima mencionada.Nesse sentido, a CIDH informa a Vossa Senhoria que em 6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003 a CIDHsolicitou à Organização Panamericana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> fOPS) opinião técnica sobreestandares médicosinternacionais relacionados ao tratamento <strong>de</strong> pessoas com enfermida<strong>de</strong>s mentais, a qual foi'contestada pela OPS em 2 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2003.•Ao observar que a referida opinião, ainda quando solicitada e respondida em termosgerais, po<strong>de</strong>ria ser utilizada na <strong>de</strong>cisão do presente caso, a CIDH <strong>de</strong>cidiu-enviar cópia da opinião,técnica a ambas as partes para seu conhecimento. Em virtu<strong>de</strong> do exposto, se anexa à presente, 'cópia da referida opinião técnica.Aten . losamen I ,SenhoraIrene Ximenes Lopes MirandaRua Pe. Angelim, 168 Centro62230-000 lpueiras/CearáBrasil-S~ntio: A. CantoúSecre ériO Executiv(; , , i,JII,i,! ,;,Tel.: 5521-88-685-1281".......----.~....._ I _ '. • .. _ ....__ . _- -- .....• .. ... ••


... , OD•~o•OrganizaciánPanamericana<strong>de</strong> la SaludOficina RegolaJ dr laOr q a m zació n MUndial <strong>de</strong> la veruoCelebr •• do 100 aiios<strong>de</strong>S.lud. ." ,"," .' ,....../ '"" '. . .."- ". "' '" . .-", ,,. "'..'. . I. .. .I"•.c . i :".r: ?,Q'v0000712'. ".~:.":REFERENCIA:LEGIL/839-032 <strong>de</strong> septiembre <strong>de</strong> 2003Dr. Santiago CantónSecretario EjecutivoComisión <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> <strong>Derechos</strong> <strong>Humanos</strong>Organización <strong>de</strong> los Estados Americanos1889 F Street, N.W.Washington D.C. 20006Estimado Dr. Cantón:Tengo el agrado <strong>de</strong> dirigirme a usted en respuesta a su atenta carta <strong>de</strong>I 6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>2003 mediante la cual la Comisión <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> <strong>Derechos</strong> <strong>Humanos</strong> ("CIDH") <strong>de</strong> laOrganización <strong>de</strong> Estados Americanos ("OEA") solicita a la Organización Panamericana <strong>de</strong> laSalud, Oficina Regional <strong>de</strong> la Organización Mundial <strong>de</strong> la Salud ("OPS/OMS"), en su carácter <strong>de</strong>agencia interamericana especializada en salud pública, una opinión técnica sobre los estándaresinternacionales aplicables al tratamiento <strong>de</strong> personas con discapacida<strong>de</strong>s mentales y otrosaspectos relacionados.Como usted bien <strong>de</strong>staca, durante los últimos aãos nuestras instituciones han venidocooperando en la ejecución <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s técnicas dirigidas a promover los <strong>de</strong>rechos humanos<strong>de</strong> personas con discapacida<strong>de</strong>s mentales, tales como la participación <strong>de</strong> la OPS/OMS enaudiencias ante la CIDH, la convocatoria <strong>de</strong> talleres especializados en la región y la participación<strong>de</strong> la OPS/OMS en visitas en loco efectuadas por la CIDH.enrnarca en el Acuerdo entre la Organización <strong>de</strong> los Estados Americanos yEsta cooperación institucional sela OrganizaciónPanamericana <strong>de</strong> la Salud, suscrito el 23 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 1950, que faculta a la OPS/OMS a prestarasesoramiento técnico a la OEA en temas <strong>de</strong> salud pública..,,En esta oportunidad, la OPS/oM'$' se complace en la adjuntar una opinión técnicapreparada conjuntamente por su Unídad<strong>de</strong> Salud Mental y Programas Especializados y suOficina <strong>de</strong> Asuntos Jurídicos, respondiendo a los puntos específicos contenidos en su consulta.Ol....oos:cua..Agra<strong>de</strong>zco la oportunidad <strong>de</strong> seguir ceoperando con la CIDH y quedo a su disposiciónpara cualquier consulta o documentación adicional que usted consi<strong>de</strong>re necesaria,/f-tentamente,,I \~: 11Mi Roses Pe .•• •5o


•"•OPINION TECNICA DE LA ORGANIZACION PANAMERlCANA DE LA•SALUD (OPS) SOBRE.LOS ESTANDARES INTERNACIONALES Y OTROSASPECTOS ESPECIALIZADOS REFERENTES AL TRATAMIENTO DEPERSONSAS QUE PADECEN DE UNA ENFERMEDAD MENTALOOOO1131) (,En qué consiste un cuadro psicótico?Un c uadro "psicótico", como s u n ombre lo i ndica, h ace referencia a una s ituaciónclínica caracterizada por la existencia <strong>de</strong> sintomas psicóticos, y se encuentra asociadogeneralmente a a lgunos <strong>de</strong> ·los trastornos mentales severos. Antes <strong>de</strong> analizar qué seentien<strong>de</strong> por psicosis y en qué consiste un "cuadro psicótico", la OPS consi<strong>de</strong>raimportante <strong>de</strong>finir, <strong>de</strong> acuerdo a estándares internacionales <strong>de</strong> salud mental, qué -seentien<strong>de</strong> por un trastorno mental.De acuerdo al "Informe sobre la Salud en el Mundo 2001", los trastomos mentales" ...se consi<strong>de</strong>ran afecciones <strong>de</strong> importancia clínica, caracterizadas por alteraciones<strong>de</strong> losprocesos <strong>de</strong> pensamiento, <strong>de</strong>.la afectividad (emociones) o <strong>de</strong>i comportamiento asociadasa angustia personal, alteraciones <strong>de</strong>I funcionamiento o a ambos".' De acuerdo a -esteinforme, los trastomos mentales "[n]o son sólo variaciones <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> la normalidad, sinofenómenos claramente anormales o patológicos't.iLos trastornos psicóticos, por su parte, <strong>de</strong> acuerdo a la "Clasificación EstadísticaInternacional <strong>de</strong> Enfermeda<strong>de</strong>s y Problemas Relacionados conla Salud"3, son un grupoheterogéneo <strong>de</strong> trastornos caracterizados por la presentación <strong>de</strong> sintomas psicóticos, talescomo i<strong>de</strong>as <strong>de</strong>lirantes (i<strong>de</strong>as falsas o alejadas <strong>de</strong> la realidad), otras perturbaciones <strong>de</strong>I,pensamiento y perturbaciones <strong>de</strong> la percepción, corno son las alucinaciones.Frecuentemente, pero no obligatoriamente, son acompafiados <strong>de</strong> agitación psicomotora yotras alteraciones <strong>de</strong>i comportamiento. Lo que verda<strong>de</strong>ramente distingue los cuadrospsicóticos <strong>de</strong> otros cuadros clínicos es el alejamiento <strong>de</strong> la realidad, Muchas veces -éstoscuadros están asociados a la esquizofrenia, no obstante también aparecen en trastomosafectivos severos como serían el trastorno afectivo bipolar y otros trastornos mentales."2) De conformidad con los estándares médicos aplicables (,cuál es la acción indicadaante una persona con un cuadro psicótico que se niegue a ingerir losmedicamentos que le hayan sido prescritos?--I Informe sobre la Salud en el Mundo 2001, "Salud Mental: Nuevos conocimientos, Nuevas esperanzas",Organización Mundial <strong>de</strong> la Salud (OMS), p. 21.2Id.3 "Clasificación Estadística Internacional <strong>de</strong> Enfermeda<strong>de</strong>s y Problemas Relacionados con la Salud",Décima Revisión, Volumen I, Gínebra, OMS, 1992, p. 314.• U.S. Department ofHealth and Human Services, "Mental Health: A Report of the Surgeon General".Rockville, MO: D.S. Department ofHealth and Human Servíces, Substance Abuse and Mental HealthServices Administration, Center for Mental Health Services, National Institure ofHealth, NationallnstilUteofMental Health, p.41.1


•'" '" "u 7J l:U !) \;'tA•La administración <strong>de</strong> medicamentos psicotrópicos es uno <strong>de</strong> los tratamientosutilizados para el manejo <strong>de</strong> los trastomos mentales. Especificamente, los medicamentosantipsicóticos son aquellos que se utilizan en aqueIlos cuadros que se caracterizan porsíntomas psicóticos'', Para efectos <strong>de</strong> la presente opinión técnica, "tratamiento" se refierea la administración <strong>de</strong> medicamentos antipsicóticos.Todas las personas que están recibiendo atención psiquiátrica tienen <strong>de</strong>recho a recibirun tratamiento médico que corresponda a sus necesida<strong>de</strong>s fundamentales <strong>de</strong> saiud. 6 Noobstante, existe la posibilidad <strong>de</strong> que la persona se niegue a recibir el tratamiento y <strong>de</strong>conformidad con los estándares intemacionales aplicables no seria ético administrar untratamiento en contra <strong>de</strong> los <strong>de</strong>seos y la voluntad <strong>de</strong>I paciente", con excepción <strong>de</strong>situaciones muy especificas que posteriormente se presentan en <strong>de</strong>taIle.Estándares médicos establecidos por la OMS s con re1ación a ias acciones y actitud <strong>de</strong>Ipersonal <strong>de</strong> salud mental frente a una persona que se rehusa a recibir el tratamiento encuestión, seüalan que:a) Se <strong>de</strong>be evitar un ejercicio <strong>de</strong> autoridad injustificado que tenga como fin laadministración <strong>de</strong>I tratamiento;b) La in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia personal <strong>de</strong>I paciente <strong>de</strong>be ser respetada y esta in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia<strong>de</strong>be caracterizar todas las etapas <strong>de</strong>I tratamiento;c) EI hecho <strong>de</strong> que una persona se encuentre internada en una institución psiquiátricao en un centro penitenciario no significa que es necesariamenteaceptar o rechazar un tratamiento;incapaz parad) EI consentimiento o rechazo a un tratamiento sólo pue<strong>de</strong>ser suministrado por unapersona in<strong>de</strong>pendiente que haya recibido por parte <strong>de</strong>I personal <strong>de</strong> salud mentalinformación suficiente y en un lenguaje sencillo con relación aI propósito,método, duración probable y los beneficios que se espera obtener <strong>de</strong> dichotratamiento;e) EI personal <strong>de</strong> salud mental tiene la responsabilidad sobre el estado <strong>de</strong> salud <strong>de</strong> lapersona y <strong>de</strong>be asumir la responsabilidad <strong>de</strong> solicitar elconsentimiento <strong>de</strong>!paciente a intervalos periódicos;f) EI d erecho <strong>de</strong>i paciente a r echazar e I t ratamiento e n c uestión e n principio s ólopue<strong>de</strong> ser ignorado por el personal <strong>de</strong> salud mental cuando el paciente estáincapacitado mentalmente o carece <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia personal (ejemplo: pérdida


, ,•0000715'.••<strong>de</strong> la conciencia o <strong>de</strong>I juicio necesario para reconocer que se está enfermo); ysimultáneamente, cuando la ausencia <strong>de</strong> tratamiento pu<strong>de</strong> lIevar a situaciones <strong>de</strong> ograve peligro para el paciente o para otras personas o a situaciones <strong>de</strong> <strong>de</strong>teriorograve <strong>de</strong> su estado <strong>de</strong> salud.g) Es importante que el personal <strong>de</strong> salud mental este consciente <strong>de</strong> que el hecho <strong>de</strong><strong>de</strong>clarar a una persona con un trastorno mental como incompetente no implica quedicha persona carece <strong>de</strong> capacidad permanentemente y para todo acto jurídico;h) En casos <strong>de</strong> emergencia, generalmente reconocidos por la legislación nacional oestándares internacionales <strong>de</strong> <strong>de</strong>rechos humanos, el personal <strong>de</strong> salud mentalpue<strong>de</strong> utilizar su propio criterio, siempre ycuando pueda fehacientemente<strong>de</strong>mostrar que su acción estuvo fundamentada en buena fe y para salvaguardar lavida o integridad personal <strong>de</strong>l paciente;i) EI personal <strong>de</strong> salud mental <strong>de</strong>be hacer todo lo posible por satisfacer los <strong>de</strong>seos<strong>de</strong>I paciente y no sus propios intereses;,j) La regIa general a seguir por el personal <strong>de</strong> salud mental es el utilizar la mínimafuerza u obligatoriedad posible y utilizarIa sólo en aquellos casos que seanesenciales para salvaguardar la vida o integridad <strong>de</strong>I paciente; respetando su<strong>de</strong>cisión con relación a todos aquellos aspectos en los cuales éste pue<strong>de</strong> continuarotorgando su consentimiento o negación; y,k) Ante una situación en la que una persona se rehusa a recibir un <strong>de</strong>terminadotratamiento, el personal <strong>de</strong> salud mental <strong>de</strong>be tener en consi<strong>de</strong>ración no sólo elbienestar <strong>de</strong>I paciente sino el <strong>de</strong> la colectividad y <strong>de</strong>be tratar <strong>de</strong> evitar un dano a lasociedad en general y un uso in<strong>de</strong>bido <strong>de</strong> los recursos públicos.•3) De acuerdo a los estándares médicos aplicables, l.pue<strong>de</strong> efectuarse contenciónfísica obligatoria <strong>de</strong> un paciente con un cuadro psicótico que se encuentre enestado <strong>de</strong> agresividad? En tal caso, l.cómo <strong>de</strong>be efectuarse la contención?De conformidad con los estándares internacionales seguidos por la OPS, enprincipio un paciente que presenta un cuadro psicótico no <strong>de</strong>be ser sometido a unacontención física obligatoria o a restricciones físicas." No obstante ésta práctica podríallevarse a cabo única y exclusivamente cuando sea el único medio disponible para evitarun dano irreparable, inmediato o inminente ai paciente o a terceras personas.!"9 Supra, Nota 1, p. 50 Y51.la Supra, Nota 6. Ver Principio 11 (11).3••....•_....,.,....._."--_.....__.__..---------- •


•••0000'116•De acuerdo a los estándares internacionales aprobados en esta material! existenciertos requisitos que siempre <strong>de</strong>ben acompaãar a una contención tisica obligatoria, loscuales se mencionan a continuación:a) Dicha práctica no se prolongará más alIá <strong>de</strong>I período que sea estrictamenteneeesario para alcanzar los propósitos <strong>de</strong>seados (evitar un dano irreparable,inmediato o inminente al paciente);b) Los motivos, carácter y duración d e Ia c ontención s e r egistrarán e n e I historialclínico <strong>de</strong>l paciente;c) EI paciente será mantenido en condiciones dignas;d) EI paciente será mantenido bajo el cuidado y la supervisión inmediata y regular <strong>de</strong>personal calificado <strong>de</strong> salud mental; ye) Se proce<strong>de</strong>rá a dar pronto a viso s obre I a contención física a los representantespersonales <strong>de</strong>l paciente.Por último, los lineamientos aprobados por la OMS con relación a la contención fisicaobligatoria <strong>de</strong> personas con trastornos mentales'f, recomiendan que el personal <strong>de</strong> saludmental analice ciertas preguntas con el fin <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar si efectivamente se cumplen losrequisitos arriba mencionados para proce<strong>de</strong>r con la referida contención. Algunas <strong>de</strong>estas preguntas se <strong>de</strong>tallan a continuación:a) i,Cuáles son los objetivos específicos que se persiguen con el uso <strong>de</strong> la contencióntisica obligatoria?b) i,Por cuánto tiempo permanece un paciente bajo estas condiciones?c) i,Existe un documento en el que se registre: cada una <strong>de</strong> las contencionespracticadas a un paciente, su justificación, su naturaleza yel término <strong>de</strong> duración?d) i,Dón<strong>de</strong> se pue<strong>de</strong> encontrar el documento arriba mencionado?e) i,Satisfacen las condiciones bajo las cuales se practica una contención losestándares internacionales <strong>de</strong> <strong>de</strong>rechos humanos, sobre todo la prohibición <strong>de</strong>someter a una persona a tratamiento inhumano y <strong>de</strong>gradante?1) i,A quién se comunica que un paciente está siendo sometido a una contenciónfísica obligatoria y con qué frecuencia se IIeva a cabo esta comunicaci6n?II "Gui<strong>de</strong>lines for lhe Promotion ofHuman Rights ofPersons with Mental Disor<strong>de</strong>rs", Division OfMentalHealth and Prevention of Substance Abuse, World Health Organization, Geneva, 1996, p. 26(WHO195.4f)'2Id. p. 27.4-~--_..._--_._-"...... - ---- T'.' I.'" ".TL--~.-'~-'----'••


,-...,)INTEfl - AMERICAN COMMlSSION ON HUMAN fHGHTS•COMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMER1CANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉ'RICAINE DES DROITS DE L'HOMME..•..ORGANIZATION OF AMERICAN STATES0000717WASHINGTON,D.e. 2 O O O 6U.S.A.21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesPrezada Senhora:..... )Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Senhoria em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>. a fim <strong>de</strong> trasmitir cópia do amicus curiee sobre o referidocaso. apresentado em 1° <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003 à CIDH pelo Centro <strong>de</strong> Justiça Global, Ropes &'Gray y o Fórum Cearense da Luta Antimanicomial. .•Atenciosamente,•Ariel E. Dulitzkyfncarregado da Secretaria ExecutivaSenhoraIrene Ximenes Lopes MirandaRua Pe. Angelim. 168 Centro62230-000 Ipueiras/CearáBrasilTel.: 5521-88-685-1281.,........


)INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME•,ORGANIZATION Of AMERICAN STATES0000718WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>tem a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil a fim <strong>de</strong> transmitir uma)nota dirigida ao Ministério das Relações Exteriores <strong>de</strong> Brasil.A Secretaria Executiva da 'Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>aproveita a oportunida<strong>de</strong> para reiterar à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil os• • •protestos <strong>de</strong> alta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.Washington, D.C., 21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003----.-..- ......... -__.. "iI_.__• *_'1• ._.... '" ! .... ~.-'--


INTER-AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTS,COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS OE L'HOMM'EORGANIZACÃO DOS ESTADOS AMERICANOS•WASHINGTON, D.C. 2 O O O 6 U.S.A.000071921 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237. BrasilDamiio Ximenes LopesSenhor Ministro:Em nome da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-mea Vossa Excelência para trasmitir a Seu Ilustre Governo cópia do amicus curiee sobre o referidocaso, apresentado em 1° <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003 à CIDH pelo Centro <strong>de</strong> Justiça Global, Ropes &Gray y o Fórum Cearense da Luta Antimanicomial.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para expressar a Vossa Excelência o protesto <strong>de</strong> minha mais altae distinta consi<strong>de</strong>racão.•Ariel E. DulitzkEncarregado da SecrxecutivaExcelentíssimo SenhorCelso AmorimMinistro <strong>de</strong> Estado das Relacões Exteriores do Brasil•Ministério das Relações ExterioresBrasnia, Brasil·· ~_._,.· '_c J~" _. ~ V "_ -----'~-"-.M'H.---- 'T--.------------ _


~OT, r-••.I~"", ;;..-...ustiçq0000720 ",..lobal,filiado àf idh- .Oficio n° JG·RJ 091/2003.. -;- -I0---,..,_... -.0/'-.-..Rio <strong>de</strong> Janeiro. 1 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003Mr. Santiago A. CantonExecutive Secretary af the Inler American Cammission on Human Rights1889 F Streel. NWWashington,O.C. 20006United States of Arnerica.By F.x: 001-202"'58·3992Rei.: Amlcul Curte. brlef ln Petition 12.237, Demito Xlmen•• Lopee. Brez"Dear Secretary Canton:Following this cover sheet. please find an amicuB curi" brief by lhe -Global Justice Center,Rapes & Gray LlP, and the Fórum Cf1arense <strong>de</strong> Luta AntimBnicomla/. We respecttul/y submit•this brief to lhe (nter-American Commisslon on Human Rlghts ín 8Upport ofthe petitloner, IreneXimenes Lopes Miranda,with reference to Commission Report No. 38102, Admisslbllity, f'etillon12.237 Oamillo Xlrnenes Lopes, 8razll (October 9, 2002). Please note that the originaldocurnent, including annexes. will be sent un<strong>de</strong>r separate caver. ' .We respectfully request that the Inler-American Commission admit this amicus C1JlÍ8e brief aOOthank you ln advance for YOUt attentlon to this maltet.Sincerely,Emily J. SchafferGlobal Justice CenterAv. N. S. <strong>de</strong> Cop3Cabana, 540 I 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro. RJ - Brasil - 22020-000Te\.: (55-21) 2547-7391 • 3816-2766 • Fax.: {55-21) 2549·)599 - g(obakllJglobal.org.br • www.glQbal.org-.. -..._'--~...._..,~_.=-------._._ .. -'" t..- -------...,.---- - " -, i --- .-- --.--.---- _


TT"-••It.L:ustiç~loba]filiado àf idhoooU72'1I.Intereslle 11011 IIttrlclo Centro <strong>de</strong> Justiça Global é uma nrgani:l8çAo nlo-governamental <strong>de</strong>dicada àpromoção da justiça social e dos direitos humanos no Brasil cujo trabalho estábaseado no uso dos mecanismos intemacionais <strong>de</strong> pro\cçlo dos direitoshumanos. O Centro <strong>de</strong> Justiça Global tem um forte interesse nesse caso por seuenfoquc na realização plena dos direitos garantidos na ConvençAo Amerieena <strong>de</strong>Dirt:itlls Ilumanos no Brasil,Rnres & Ciray I.LP é um escritório <strong>de</strong> advocacia com filiais em Boston, NovaYork, São Francisco e Washington D.e." ESlados Unidos, que tem um gran<strong>de</strong>:comprometimento social, seja através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s p1'O bana. seja através <strong>de</strong>:ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> s..rviço social, u que inclui representa.;.o do interesse público ou<strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> IIvogadus através <strong>de</strong> o""ic; curiae,o Fórum Cearense da Luta Antimanicomial reúne entida<strong>de</strong>s e pessoas queconstroem II Movimento da Luta Anlimanicomia\ no Brasil, que: vemacompanhando o caso da morte: <strong>de</strong> Damilln Ximenes Lopes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras<strong>de</strong>núncias da sua litmllia, <strong>de</strong> que ele: morrera em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> violência emaus tratos diversos no interior da Casa <strong>de</strong> Repouso Ouararapes, em 1999.II.Em 9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002, a Comissão lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong><strong>de</strong>clarou B admissibilida<strong>de</strong> da petiçlo <strong>de</strong> Irene Xirnene:s !-Opc:li sobre a morte: <strong>de</strong>Damillo Ximenes Lopes. (Relatório N° 38 /02, Admissibilida<strong>de</strong>, Petição 12.237,Damião Xirnenes Lopes, Brasil).o resumo dos fatos revela dois pontos <strong>de</strong> discussâc neste caso: (1) se o Brasilviolou os direitos estabelecidos na Convenção Americanll <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>("CnnvenfVlIu Americana"), em relaçâo a Damião Ximenes Lopes, por meio <strong>de</strong>atos <strong>de</strong> seus agentes, a Casa <strong>de</strong> Repouso Guerarapes, seus médicos e <strong>de</strong>maisJAv. N. S. <strong>de</strong> -Ccpacabana, 540 I 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ . Brasil - 22020-000Tel.: (55-21) 2547-7391 • 3816-2766 • Fax.: (55-21)2549·3599 • gtobal@globaLorg.br • www.global.org.br.. _ ~ """ r ... '",",_....... _~_._ ••" ... ~ ..-


II:..L:ustiç~"lobalfiliado àfidh0000722funcionários; e (2) se estas violações <strong>de</strong>correrem dll falha -ern prevenir,investiger e punir os atos que resu\laram na morte <strong>de</strong> Damião.111. ~A- Da morte <strong>de</strong> Paamlto Ximeop LIlPe!l1Em ln <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> '1999, sexta-feira, Albertina Ximenes internou seu filho,OamiAo Ximenes Lopes, portador <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência mental, na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes - II única cllnica psiquiátrica da regillu <strong>de</strong> Sobral.!'assado o final <strong>de</strong> semana, Albertina retornou à ellnica a fim <strong>de</strong> visité-Io e comsurpresa foi iníormada pelo porteiro do local que OamiAo "";;0 eslu,.;u emcondiçiJes <strong>de</strong> receber II;.'·;'os ''. Inconformada, a<strong>de</strong>ntrou ii clinica gritando pelonome do filho, vindo este em sua presença em estado altamente <strong>de</strong>plorável,sangrando bastante, com diversas esccriações e hematomas.Vendo olilho naquele estado, Albertina solicitou aos funcionérias que olevassem para tornar um banho, indo cm seguida procurar por um médicu quepu<strong>de</strong>sse atendê-lo na cllnicu. Encontrou tinalmente o Dr. Francisee Ivo <strong>de</strong>•Vasconcelos -diretor da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapcs e legista do IML <strong>de</strong>• •Sobral - que se limitou a prescrever alguns remédios, sem sequer examiná-lo.Em seguida, pôs-se novamente a proc.:urar pelo filho, quando UI11fl servente daclínica lhe informou que havia ocorrido uma forte luta entre Damião e osenfermeiros, e que cm virtu<strong>de</strong> dlsso ele teria perdido muito sangue, -Encontmll-oao lado <strong>de</strong> umu cama, completamente nu e ainda com as mlos amarradas. I.ogofoi evisada, <strong>de</strong>sse vez por um enfermeiro, que seu filho estaria bem "calmo"naquele momento e que por isso não seria bom incomodá-lo.I E"~lu quando RSsinalBdas. tnelas as informaçllcs utiliudas constam da (:omisslo tntc:rameriçuna <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong>, Relalório N" 311/02 i\dmlsslhilidlldc, Peliçlo 12.237, Dllmilo Ximeneo; Lopes, Brasil. 9 <strong>de</strong> nutubro <strong>de</strong>2002.2Av. N. S. <strong>de</strong> Copacabana, 540 1 402 Rio <strong>de</strong> JaneIro· RJ . Brasil· 22020·000Tel.: (55·21) 2547·7391 • 3816·2766 • Fax.: (55·21) 2549-3599 • globat@global.org.br • www.!llobal.org.br---._ .._., ,--~- -..~,_P"--_'_'--'_.__. ... _- ·····r •• _I ~ "•


, n.- .It:..LIustiçqobamiado àfidh0000723Tendo em vista o ocorrido, Albertina retomou à sua residência, e quando lê.chegou, já havia um comunicado da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapcs informando-a<strong>de</strong> que seu /ilho havia falecido. () laudo emitido no mesmo dia pela eHnic:a enssinado pelo Ur. Francisco Ivo dc Vasconeelos atestava a morte <strong>de</strong> Damillo por"paroda cardlo respiratôrla ".Dianre das clrcunstâncias, os familiares <strong>de</strong> Damillo levarum seu corpo paranecropsia na capital. lima vez que o legista do IMI.. <strong>de</strong> Sobral também ocupavao cargo <strong>de</strong> diretor do cllnica on<strong>de</strong> Dernião havia falecido. Porém, mesmo emface <strong>de</strong> todas as evidências <strong>de</strong> violência e <strong>de</strong> maus tratos, o laudo emitido peloIMI. du capital atestou que se tratou <strong>de</strong> "morte real <strong>de</strong> causa in<strong>de</strong>terminada ".Assim, li peticionária entrou em contato com as autorida<strong>de</strong>s cornpesentes -,Policia Civil, Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral e Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> daAssembléia l.egislatlva do Ceara - para formular sua <strong>de</strong>núncia, na qual anexouuma série <strong>de</strong> documentos que atestavam a culpa da ellnicll.Ocorre, porém, que as autorida<strong>de</strong>s competentes mantêm-se: inertes às <strong>de</strong>vidasprovidências legais sobre a responsabilieaçãc do crime. Isto porque os processosmovidos pela peticionária nas áreas cível e criminal, passaécs mais <strong>de</strong> doisanos, sequer superaram II ,. instiincia 2 •Ilá também uma forte oposiçio <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do Estado no tocante à produção <strong>de</strong>provas. Conforme <strong>de</strong>núncia documentada na Comisslo <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> daAssembléia Legislativa do Ceurá no dia 31101/00, a peticionária observou nodossiê remetido pela <strong>de</strong>legacia ao Ministério Público 8falta <strong>de</strong> importantes<strong>de</strong>poimentos que incriminariam a cltniea.' Ao questionar" <strong>de</strong>legado sobre ofato, este alegou que a documentação po<strong>de</strong>ria estar em sua residência, no que sedirigiu até ti mesmu trazendo <strong>de</strong> volta para II <strong>de</strong>legacia a porte que Ialtava.• • .. _L: _....··.0 ~.•__,.._. ' 11_' ~.". ._._, ,__"-'-'--- •0_. -----_.._--._..._--


.'.,."-c: í." ,"O''~.,,,,"';.:t-F,~,,";".-', .1::'-"""".'."'7~..;,;....""'.'..".~'"" - ....-,'rf'-'I,obaIàf idhfiliado'.0000724...• ·f4,Acrescenta-se a tudu isto o fato <strong>de</strong> que a peticiunária foi informada <strong>de</strong> que nAot.cria acesso ao processe referente à auditoria da clínica, mas tio somente 80relatério, e que o processo serio entregue ou prefeito, euja família ~ aproprietária da Caso <strong>de</strong> Repouso Guarerapes.B. U@ liituaglomanicom,ial no BrasilI) Evoluçlo históriclIA tutela estatal em relação aos portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ticitincia men181 no Brasilremonta II meados do século XIX, quando o Estado Imperial <strong>de</strong>terminou, sobfortes pressões do corpo social, a criaçêo <strong>de</strong> instituições asilares eujo objetivoseria II recolhimento. e tratamento <strong>de</strong> "alienados e inoportunos.... É bomressaltar que, antes do envolvimento do Estado, este tipo <strong>de</strong> "serviço" cnJprc3todo <strong>de</strong> forma leiga pela Igreja Calillica. embora sua influéneio tenhapersistido pur um longo tempo nesta seara.Com o advento da RepúbliCli em 18R9, a separaçlo entre Estado e Igreja natutelll dos <strong>de</strong>ficientes mentais tomou-se mais nítida. principalmente nu que serefere: à administraçlo dos hospícios, que paSS81'l1m para a fCsp()nsabilida<strong>de</strong> dosmédicos.•o público alvo <strong>de</strong>stas nOVDSinSlilUi'ilõcs ccnstava, geralmente, <strong>de</strong> SelOI'CScarentes da socieda<strong>de</strong>, vistos em sua maioria C(lmo seres in<strong>de</strong>sejáveis que<strong>de</strong>veriam ser alíjados do convívio social. Assim, d~c n inicio dainstituciunalizaçio manicomial. a i<strong>de</strong>ologia presente é!a da eontençio, doisolamentc e do preconceito - fato que niu se observava nas poucas c1fnice..'1----------,-------- •.----------------~ ComissDo Into:rBlIlericBna <strong>de</strong> Din:itn~ Humallos, Pcth;lo 12.2.17, Damilo XimcJ*s l.opcs, flruil, Obscrvaç&sAdicionais da Peticiunaria cn"lllda.~cm 13/12103.) Carla <strong>de</strong> Irene Ximcnes Lopcl' Miraml" an Deputado JoAn AllTc:dn Teles. em J I <strong>de</strong> jallc:irn <strong>de</strong>: 2000, IInc"o I.• AMAIlANTf., "aulo U. Carvalhn. L'"I":"" /H!la vida - A Irqj/!/,Iria da R~f(Jrmu"Riq"'ú/rit:a '''' 8rWli/. 2' e:diçlo.Rin <strong>de</strong> Janeiro: Ed. I'IOCRLJ7., 1991.4Av. N. S. <strong>de</strong> Copacabana, 540 I '102 Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ . Brasil - 22020-000Te\.: (55-21) 2547·7391 • 3816-2766 • Fax.: (55·21) 15


-- ." .. ,- ~~ ,..... ...... - .. '" -'0 ........_-,~_:o _._.~. -- ~_.--.•It:..L: I .........usticalobalfiliado isfidh0000725realmente privadas da época, <strong>de</strong>stinadas ao atendimento dos mais aba.'ltadns efora da re<strong>de</strong> assistencial pública.Este mo<strong>de</strong>lo regulador, centrado em um caráter isolacional-punitivn, ganhaforça com a chegada <strong>de</strong> Getúlio Vergas ao po<strong>de</strong>r em 1930. Ao editor n Decreto24.559 <strong>de</strong> 1'J34, Gctúllo colocou a questão dil saú<strong>de</strong> mental como "ClIsn <strong>de</strong>polida e or<strong>de</strong>m pública?". Em conseqüência, os portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiênciamental tiverem sua cidadania perdida. se viram diunte da compulsorieda<strong>de</strong> dotratamento psiquiátrico e presenciaram a explosão <strong>de</strong> novas ellnicas privadas ­em virtu<strong>de</strong>, principalmente, da nova relaçlo entre estas e o po<strong>de</strong>r judiciário·...soh os ausplcios privatizantes do Executivo,Nilo é: por mera coincidência que ao crescirnente das instituiçOc:s psiquiátricaspri vadas, uo Icmgn dos IInos subseqüentes, se seguiu também um vertiginosocrescimento da população manicomial. pautado pela banalizaçlo dasinternações, Este mo<strong>de</strong>lo atingiu seu ápice durante a ditadura militar inauguradaem1964, cujo comprometimento com interesses privados em lar.ga escalatambém se retletiu no âmbito do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. Dessa forme, oJ:::stadu brasileiro passou para as milos do setor privado 1 a tarefa <strong>de</strong> proporeionaro atendimento psiquiétricn à pupulação 8 , sem no entanto ;r.clar pela idoneida<strong>de</strong><strong>de</strong>sta opção. Sem exageros, a consolidaçllo da supremacia privada no sistema <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental brasileiro obe<strong>de</strong>ceu a princípio« meramente mercadolcígicos - <strong>de</strong>•, AVllli"I"'j" d«.• i..;";,.,j"".":I,, ""r,lIlam"n'oçlJn do I~i n. ~ /(1.1161111 Q po,.,i,. dn Min;'"é,.iu riu Saúd!!o Won.ahopIlIc/II...'!Jn IJ Lu'o An'imonic:wnio/. AUIlUSIo Cesar <strong>de</strong> Fari.. Costa, Cuor<strong>de</strong>nlldor do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.NESP/CEAM/UnlJ. 19104/02, cm htlJJ:/íWW\V,l!!!!,.brlliV'au


H.. _,__ .__ .•• , ~..."- _ ,. , , ... __ , ~ ....' ....... a.-_.. . --ustiçalobal,filiado àfidh...",ww.gloi>.ll.org.br0000726amp\iação <strong>de</strong> mercado -- cujo lucm se ergueu à custa <strong>de</strong> intemaçõe5 sempropósito, subsidiada5 pelo governo, bem come graças ao baixo custo <strong>de</strong>munuten!riu das clínicas, que encontravam-se muito longe dos requisitosrninirnos <strong>de</strong> funcionamento. Eis aí o nascimento da indústria da loucura. cujapaternida<strong>de</strong>, sem dúvidas, po<strong>de</strong> ser alribulda ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoadotado li partir <strong>de</strong> 1964, com uma intensiva politica <strong>de</strong> priv81izaçOc:s.Foi assim que o número <strong>de</strong> instituições psiquiátricas 00 Brasil aumentou <strong>de</strong> 54hospitais público» e RI privados em 1961 para 73 públicos e 357 privados vinteanos <strong>de</strong>pois", sem, nn entanto, talcrescimento ter sido acompanhado <strong>de</strong>,manifestações a<strong>de</strong>quadas por parte do Estado no sentido <strong>de</strong> monitoré-Io emrazio do cumprimento <strong>de</strong> suas obrigaçOes.Por certo que, se <strong>de</strong> um lado I) <strong>de</strong>terioramento das condiçftes dos custodiadosem virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências mentais arrefeceu, a movimentaçAn em prol dosdireitos humanos e do fortalecimento da secieda<strong>de</strong> eivll se aprofundou, nadécada <strong>de</strong> 80, o que também transpareceu nos i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> luta pelos direitos dosportadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências mentais, dando origem a grupos como o Movimento•dos Trabalhadores <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e o Movimento Nacional da LutaAntimanicomial. Tais grupos surgiram da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alençAo à ampla eantigo <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias envolvendo instituiçõe" psiquiátricas e (Itratamento <strong>de</strong>sumano e <strong>de</strong>gradante dispensado aos seus usuárioslU._______0"__'J E.""di.,lir:"~'<strong>de</strong> So/ud <strong>de</strong> lus Amertcas: Pan American Health Organiptlon. 2003.lO A. <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> maus tl'Dtns cm instittliçllcs psiquiátricas no 8ruil nlo silo uma novida<strong>de</strong> c remontam aoséculc I'). cnnfnnnc u esludo "'" "0 pnílic:u p8iquitilric:u Ilro.•iI (11147-/947) ", Tese <strong>de</strong> doutoramento <strong>de</strong> RonaldoJncobin•• Fiol:rllzlRN~r, 2001. I\mplamcnlC doeumcntndns lambém .10 05 l:RSO" <strong>de</strong> mDr1es em instituiç6csPsí1luí!llrÍ


~- r~-.l' .. ,;:,_.. :~-: 7'7 ' ., .~.., ."1." , r- •. - -.It:..l-=•ustiçalobalfiliado àfidh",ww,qlobal...,r~)rol'Finalmente, com a promulgação da Lei10.216/01, que institui importamesmudanças no âmbito da saú<strong>de</strong> mental. abre-se uma nova perspectiva em relaçãoao tratamento psiquiátrico no Brasil. muito embora seja patente ainda a falta <strong>de</strong>parida<strong>de</strong> entre n mundo jur!dicn-formal c a dura reallda<strong>de</strong> das Instituiçõespsiquiátricas nacionaisII.2) O Brallil <strong>de</strong>' hojeo Brasil é um país continental que conta com um contingente populacional <strong>de</strong>quase 170 milhões <strong>de</strong> hahitantes. Desse total. cerca <strong>de</strong> 20% da população12apresenta algum tipo <strong>de</strong> transtorno mental» o que representa a quarta colocaçlo•nadonal cm termos <strong>de</strong> gastos com inlem~lI() do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. oSlJS IJ .Em termos numéricos, tais gastos alcançam a cifra <strong>de</strong> 460 milhi\es <strong>de</strong> reais ­algo em turno dos ISO milhões <strong>de</strong> dólares - sendo que, <strong>de</strong>sse montante, somentetoolu é aplicado conforme o novo mo<strong>de</strong>lo assistencial p~ni7.adopela ReformaPsiquiátrica14.Soma-se a essa situaçã«, n fato <strong>de</strong> que, dos 61 .393 leitos constantes do parquemanicomial hrasileiro, distribuído por 260 cllnit:8S psíqulãtrlees, SOO/apertencem à re<strong>de</strong> privada ls contratada pelo SUS. absorvendo,proporcionalmente. sua parte nesses gastos.A discrepância entre o número <strong>de</strong> hospitais particulares c públicos <strong>de</strong>ve-se emgran<strong>de</strong> pune ii n~itndo Estudo brasileiro em <strong>de</strong>legar II quase exclusivida<strong>de</strong>:II Vi<strong>de</strong> a <strong>de</strong>claraçllo da Dm. Lldia Dias COSfA, alle"o 2. II 19·27.., D.dos fem""ido. pelo Insfilulu Bra.ileifo <strong>de</strong>: Gcugralill c Eslall~lica (IBOe). 110 ano <strong>de</strong> 2000.'-' A. intemaçlles por prohlema" men,,,i. posleienem-se, cm 10'",,0' <strong>de</strong> gaslOS. somellte atrás da. ducnçll5cardiovasculares: Ilra"i<strong>de</strong>it. pano e puerpúio e, por fim, dnc~u do aistema respiral6rio. Dados fornecidos peloMinisltrie da Saú<strong>de</strong>:, r.:rerenles ao ano <strong>de</strong> 2000.,. COSTA. Augusto C....ar <strong>de</strong> Farh••. Avnlinç(}.. d".• i...";",io,,•.• ti" ~"RtJn...""'aç"()' da I•ei /n.2/tS/(J/ u purtir t/(JMi"i.cltirio da Saú<strong>de</strong>, Workshop promovido p.:la Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ESllldos Sociais ApliClldos da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Brasilia. cm 19 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002, ano"o J.7Av. N. S. <strong>de</strong> Copacabana, 540 I "402 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - Brasil - 22020-000Te!.: (55,21) 2547·7391 • 381'6-2766 • Fax.: (55-21) 2549-3599 • global@.!il1obal.org.br • www.!llobZll.orl.br.. -.-,_~. .'" .50> .... , ........~_~~ ...." ...."'._ •. _....


~-~- ....,,-._.------_.~_.-._~~_._-------------------01-AUG-200·';' FR I 14-: 41 1D:I~"":ustiçalobal,.filiado àfidh0000728<strong>de</strong>ste serviço ao setor privado, no lugar <strong>de</strong>: <strong>de</strong>senvolver uma re<strong>de</strong> assistencialprópriaI ('. Porém, não é li exorbitlinciu numérica das instituições privadas 4::m<strong>de</strong>trimento das púhlicas o real problema, mas sim II fonna com que tais serviçossilo prestados.A falta <strong>de</strong> fiscalização das autorida<strong>de</strong>s públicas em relação IiU cumprimentu das<strong>de</strong>terminações legais que envolvem o convênio com u SUS, bem como a inércia. .<strong>de</strong>ssas mesmas autorida<strong>de</strong>s tTc:nte às <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> violaçAo <strong>de</strong> direitos, têmfavorecido um clima <strong>de</strong> impunida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scaso nessas instituiçOes. 17 •Temos cnUlu um contexto que: alia a upçllo do Estado em repassar sua obrigaçAoeonstitucinnal la cm prover a saú<strong>de</strong> para o setor privado, concomitante ao poucoou nenhum interesse <strong>de</strong>sse mesmo Estado em fiscalizar o cumprimento <strong>de</strong> suaspróprlas <strong>de</strong>terminações. Dessa forma, observamos um vertiginoso crescimentoda indústria da loucura nos últimos 30 anos, marcado por uma óticlI carcerária,, .atentetérta dos direitos fundamentais <strong>de</strong> seus usuários e dotado <strong>de</strong> uma falta <strong>de</strong>transparência que recor<strong>de</strong>m, sem exagero, os anos vividos sob II restriçlu dosdireitos civis impc)stns pelos ditadores militares durante seu pcrfodo <strong>de</strong> governo•no Brasil.C. Da CI!I! <strong>de</strong> Repouso GU81'8fllD!lA Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes foi criada em 1974. durante: 8 época quando ogoverno mllitar consolidou "a articulllçlo entre internaçAo asilar c privptiZllÇAo" I""m.,. Ainda que privadas, ulis insliluiçõ"" disp/lem. em 5U8 moiori8. "1'C8 <strong>de</strong> 70 a 90% <strong>de</strong> seus leitns parll n SUS. Seuatendimentn, ao conlrériu, c ballanle diferenciado das çllni


,~ .Ic..L:usticalobalfiliado àfirlh0000729da assistência com a crescente contretação <strong>de</strong>: leitC'l5 nas c1lnicas e hospitaisconveniados."!" Na época da intemação <strong>de</strong> Ilamião Ximc:nes Lopes, a Casa <strong>de</strong>Repmrsn Ouararapes, proprieda<strong>de</strong> particular pertencente ao Sr. Sérgio AntunesFerreira Gomes 20 , integrava a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> insthuições privadas conveniadas ao SIJSpara prestar serviços <strong>de</strong> atendimento às pessoas com transtornos mentais. Cahcressaltar que, além <strong>de</strong> ser a única insliluiçDo hospitalar com Ieitos paraintemuçãn <strong>de</strong> pessoas com transtornos mentais em toda 8regilo <strong>de</strong> Sobral,Ceará, município que dista 200 quil6metrus da capital, a Casa <strong>de</strong> Repoulio"lJllrnrllpel' era A (mica npçftn para receber qualquer tipo <strong>de</strong> atendimentopsiquiátrico naquela regiêo, pois não existiam inslilujçOes <strong>de</strong> caráterambulatório, nem serviços abertos, sejam ~lúhlicos ou particulares, paraatendimento às pessoas com transtornos mentais'l,,No final <strong>de</strong> 1999, a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes contava cum 54 leitos <strong>de</strong>internação operacionais", divididos em duas unida<strong>de</strong>s. sendo todos convenia<strong>de</strong>sao SIJS, pois II insliluiçfto não registrava nenhum outro cCUlvénio 2J • Istosignifica que toda.. as internações feitas nessa instituiçlo eram custeadas peloGoverno 24 . Este repassava os recursos financeims mediante verbas fe<strong>de</strong>rais doSistema <strong>de</strong> lnformeções l lospitulares (SIH), inicialmente remetidas ao FundoMunicipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sohral, e <strong>de</strong>pois repassadas ao proprietário <strong>de</strong> CelUl <strong>de</strong>Repouso Guararapes 2 ' .------_..I~ TfiNÓkIO, Fernandn. A r"l:{urma psiquiátrica brasileira, da dt!cnJu ,. 1(J8f1 ao« Jira utullis: hi,,'dria ti'-',.,cei'''''. Hisl. cienc, Saú<strong>de</strong>, jan. 2002, vul.9, no.1. 1I.25.S9, in Declaraçlo da Dra. Lldia Dia. COita. anelln 2. liII.'0 E..I~ t conhecldn na regillo como parente C':id FCfTeira Oemes, enllo Prefeito do Municlpio <strong>de</strong> Sohral." Dcclaraçllu da Oro. Lldia DiaA r.....la, ane",o 2, § 9.1: No lotai. a inslituilooilo possui. 110 leilu. conven;adoslcontratados an SUS. mls samenle .54 funeianava", naépoca, conforme cansla nu relal6rio elahnradu pelo (jruro <strong>de</strong> Acompllhhamento dA ASsisllncia psiqullllriclI(GAP), relativo i'l vlsln'ia roAlizad.. em 0.5111199.,.' Relalóriu ch.borsdo relo Grupo ele ACClIn""nhamc:nlo da Il.sistência psiquijlri"" (GAP). relalivO) ii vistoriarealizada cm US/I II...,.2. DcclRI'AÇAn da O.... Lídia DillS Costa, ..nexe 2, § 12."•. /uem. I9Av. N. S. <strong>de</strong> Copecebana. S40 I 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ - arasH • 22020-000Tel.: (55-21) 2547-7391 • 3816-2766 • Fax.: (55-21) 2549·3599 • global@alobal.org.br • www.globlll.org.br-.._~- .. .. SI 1 . 2"....." ..." •. _ _-..- ._


TEL:\0-": .llOustiçaloba]filiado àf jdh••www.gk>l>~1.1.'>1'9.1->,·0000730Apesar da capacida<strong>de</strong> máxima ser <strong>de</strong> S4 leitos, na data da vistorie havia 63pacientes internados na instituição, ou seja, 9 pessoas a mais do que us Ic:il.osdisponiveís1t>. Cabe salientar que (!SSQ. superlotação já persistia há vários anos. 27Funcionava também sob a gerência da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes um"hospital dia". com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 30 leitos. localizado na frente das unida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> intemaçllu 2K •Quanto às instalações flsicas, as <strong>de</strong>zenove enfermarias <strong>de</strong> internaçAn na Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapcs encontravam-se em péssimas condiçí'ics na época daintemaçllo <strong>de</strong>: DamiJÇl. apresentando as mesmas várias irregularida<strong>de</strong>s...-,estruturais e <strong>de</strong> equipamento. A equipe que: realizou II visteria ern 5 <strong>de</strong>. .novcmhro <strong>de</strong> 1999 verificou, <strong>de</strong>ntre Várias outras anomalias, que os unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>internação /Iii" possufam condições <strong>de</strong> higienizaçJo, ccnservação,ou iluminaçêc, Neste sentido, foi constatado que:•arejamentoAlguns colchões não apresentavam c:ondições <strong>de</strong> uso. Aenfermaria Alice Ferreira Gomes nlo apresenta condições <strong>de</strong>uso. (...)•Os banheiros, pias c lavatórios encontravam-se em péssimascondições <strong>de</strong> uso (torneiras c chuveiros quebrados; ralos abertos;vazamentos diversos; <strong>de</strong>scargas enferrujadas e quebradas:pare<strong>de</strong>s mofadas; odores fctidus; sem qualquer privacjdlt~1:: purfalta <strong>de</strong> portas: ausência <strong>de</strong> cesta" e papel higiênico)19.Quanto à equipe técnica e: auxiliar, foi verificado, na ocaslâo da vistoriacm 5 <strong>de</strong>novembro <strong>de</strong> 1999, o atendimento por UIIIpsiquiatra I, '''11m. wc falo levou ~ equipe <strong>de</strong> auditoria a c-oncluir ~que alllulI~ plleienl"s estio utili:


• '" ~_-._~. '.J.Jo.......... o• 0 ... _ustiç~lobalfiliado isfidh0000731semanais); um médico (aten<strong>de</strong>ndo tanto os pacientes na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inlernaçAoquanto os pacientes do hospital dia): um número nAo especificado <strong>de</strong>enfermeiros; urna assistente social; c vórios "monitores <strong>de</strong> pátio".Vale <strong>de</strong>stacar que esse número <strong>de</strong> profissionais à disposlçAo da casa <strong>de</strong> Repousonão respeita o número mínimo estabelecido nas normas utili7.adas pelaSecretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> c Assistência Social <strong>de</strong> Sobral, que, <strong>de</strong> acordo com onúmero <strong>de</strong> internados na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, exigiriam: doispsiquiatras; um médico plantonista 24 horas por .dia; um clínico geral; doiseh ferrnciros durante o dia, I! um enfermeiro à noite; dois psicólogos "(com 20horas semanais); dois assistentes sociais (com 20 horas semanais); doisterapeutas ocupacionais (com 2() horas semanais); um farmacêutico; umnutricionista; dois auxlllares; e oito técnicos <strong>de</strong> enfermagem 24 horas por dia. l oEm relação ao atendimento <strong>de</strong>ssa equipe. foi constatado que:o psicólogo nlo se encontrava presente: no momento da visita.Os paciente (sic) referiram <strong>de</strong>sconhecimento do trabalho <strong>de</strong>sseprofissional. (...)A assistente social existente (que <strong>de</strong>veriam ser duas) assumiurecentemente e exerce funçilo também, no hospital dia. (...)Apesar da informação do existência da nutrlcionista, nAoconseguimos i<strong>de</strong>nriflca-la (sic) <strong>de</strong> fato,"Monitor <strong>de</strong> pálio" - categoria funcional que nlo i<strong>de</strong>ntificamoscm outros hospitais do gênero. Entrevistamos um <strong>de</strong>stesfuncionários c perguntamos 11 sua funçAo e: o treinamentorecebido e obtivemos como resposta: "ajudo os auxilares (sle)nos CilSOS <strong>de</strong>: briga", "minha funçlo é apartar, conter o paciente e:dar gravatas lforma <strong>de</strong> incapacitar o sujeito 11 traves daestrangulaçâo]"... "LeDo <strong>de</strong> chãcare"ll.Merece comentário <strong>de</strong>stacado a conclusão preocupante da Comissão <strong>de</strong>:Sindiciincia sobre as evidências <strong>de</strong> maus tratos ao paciente praticados por.1° /dt!m..1. I<strong>de</strong>",.\IAv. N. S. <strong>de</strong> Copacabana, 540 f 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - Brasil· 22020-000Tel.: (55,21) 2547-7391 • 3816-2766 ' Fax.: (55·21) 2549·3599 • globak!S'global.org.br • www.global.org.br,~- "'-"'_.. _ .......,- .........,-' .....--......_.... ,._.__ u.',.- -...__.,...._..._--_.__.------------------_.~ .. -


-_. '~', '-:'._ - ........... -~ ~~ ~ ~.n_. r..~. T ......."-"--' -'tt:.L: ...........ustiç'l".lobalfiliado àf irih0000732membros <strong>de</strong>ssa equipe. Neste sentido, (J próprio I>iretor Clínico do Ilospital, Dr.Francisco Ivo Vasconcelos, que também aten<strong>de</strong>u Damilo Ximcncs no dia <strong>de</strong>seu falecimento. tinha conhecimento <strong>de</strong> tais práticas. Conforme r~latadopelaComissBo <strong>de</strong> SindicAneia:Quanto à ocorrência <strong>de</strong> agressões fisicas e abusos sexuais <strong>de</strong>pacientes, os relatos são concordantes em que os mesmosacontecem. O Diretnr Clínico do l lospital, Dr. Francisco IvoVasconcelos, afirma que tem -conheclmentc <strong>de</strong> sua ocorrência,inclusive envolvendo o Sr. f;líé~r e o Sr. Carllo, eitados pelaSra. Irene, e que "ultimamente isso eslá se agravando cada vezmais, virou uma verda<strong>de</strong>ira epi<strong>de</strong>mia". Em outra passagem, o Dr.Ivo informa que tomou conhecimento <strong>de</strong> um caso "<strong>de</strong> umpaciente quc foi espancedc att a <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>, ficou tododisforme o roslo <strong>de</strong>le, era um paciente orientado, quebraram obraço <strong>de</strong>le em dois lugares", Segundo ele, o agreslõOr era umfunciomírio da in:o;tituiçlo32 .É mister salientar, ainda, a inércia da direção da instituiçBo frente às condiçõesucima citadas. Segundo oDiretor Clínica do Hospital, a direçAo não crureeeptive às solicitações <strong>de</strong> melhoria, afirmando que "se nós pedimos, a direçllnnlln conce<strong>de</strong>, sea enfermeira pe<strong>de</strong>, a direçlo nl10 conce<strong>de</strong>...falto 8presença dadireçilo do hospital no próprio hospital").'.•,D. Da (al.8 <strong>de</strong> n.e81ir.fe<strong>de</strong>rai!:taduM"eNão obstante a obrigeção do município <strong>de</strong> "celebrar contrates e convênios comentida<strong>de</strong>s prestadoras <strong>de</strong> serviços privados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem ClJmn controlar eavaliar sua execução..34,nenhum contrato pormenorizando a relaçãn entre aCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes e o Município <strong>de</strong> Sobral roi encontrado quando,: Relatório <strong>de</strong> Slndlc:Ancln Referente an Processo 002199, Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assisten,,;.. So.:ial <strong>de</strong> Snhral,Cnor<strong>de</strong>nRçln MlInici"nl <strong>de</strong> Cnntrnle e AvaliaçlD, Si.lem" Municipal <strong>de</strong> Auditnrla, p, 12." Id~m.. p. 16.,. An. 18. inciso X. I.ei II" RORO. <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990.12Av. N. S. <strong>de</strong> Copacabana, 5"10 I 4D2 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - Brasil· 22020-000"~l.: (55-21)2547-7391 • 3816·2766 • Fax.: (55-21) 2549-3599 • global@global.org.t:lr • www.globaLorg.bl_ ...._.~..-- ..._-----,----- - ..-.........'_.•.... ~.._... .. - -


ustiç~loba Ifiliado àfidhdas vistorias <strong>de</strong> controle realizluJas em1999, posteriormente às <strong>de</strong>núnc:iasrelativas à morte <strong>de</strong> Oamillo Ximenelli l 5 .Neste sentido, a Ora. Lídia Dias Costa, psiquiatra que acompanha o caso doDamião <strong>de</strong>s<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> J999, e que participou <strong>de</strong> uma visita à Casa <strong>de</strong>Repouso Guerarapes realizada pelo Fórum Cearense da Luta Antimonieomial ea Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativa em 17 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>2000, testemunhou que:cm não hevcndc um contrato préviu, somos levados II crer que: aspessoas eram internadas em um lugar un<strong>de</strong> o sistema públicomantinha convênio mas nlo exercia qualquer influencia. nloflsealisava e nin <strong>de</strong>sempenhava as funções <strong>de</strong> controle ercguiação preconizadas pela Constitu~(J,pela Lei Orgãnica doSUS. ncm pela NOITllII Operaeional !lásiea <strong>de</strong> 1996 (1'108-96)3".Saliente-se, aindu. que nos snos prece<strong>de</strong>ntes â morte <strong>de</strong> Damilo, apenas umavistoria da Caso <strong>de</strong> Repouso Guararapes tcra reelizeda, com data <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>l'JlJb, pelo Liruro <strong>de</strong> Acompanhamento da assistência psiquiátrice (GAP) criadopela Portaria145/94, constatando a superlotaçao e as condições tisicas cestruturais precárias, <strong>de</strong>ntre várias outras irregularida<strong>de</strong>s no Iunclonemento daínstituiç.lol 1 ,Apesar <strong>de</strong>ssas observações terem sido <strong>de</strong>vidamente apresentadas naquela épocaDOS órgãos governamentais responsáveis pela JiscaliZ89lio e controle dosestabelecimentos <strong>de</strong> saúdc J8 • a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararupes continuoufuncionando normalmente, sem que 1i.I!isem tomadas as providênciasrecomendadas pela Comissão, Inclusive, no relatório elaborado pelaCoor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Conrrole e AvlfliaçAo du Secretaria <strong>de</strong> Saü<strong>de</strong> eJ' Dcchlr~loda Dre. Lldill Dias C':nste, ene,.o 2. § 13.3D Idt!m.J7 I<strong>de</strong>m" § 14.J. I<strong>de</strong>m.13Av. N. s. <strong>de</strong> Copacabana, 540 I 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro' RJ - Brasil' 22020-000Te!.: (55-21) 2547-7391 • 3816·2766 • Fax.: (55-21) 2549-3599 • global@glob2l1.org.br • www.glob2lLorg.br• - .••_. '.__•. ,~ __..,, ._.. _Or' _,~ ._~....- -~....~..... ,.-~,_._-----_._..-.._-------.--------------_._---


I~L..II,"ustiç~lobal•Assistência Soci..) <strong>de</strong> Sobral três anos <strong>de</strong>pois, 11 então coor<strong>de</strong>nadcr afirma que"estranhamos que o serviço <strong>de</strong> controle e avaliaçAo da SESA [Secretaria <strong>de</strong>Sl\ú<strong>de</strong> do Estado) nlo tenha tomado as provi<strong>de</strong>ncias no sentido dR <strong>de</strong>slltivaçliodo pevilhão lJl.ISSES PEltNAMBUCANOjá <strong>de</strong>nurrçiado em relatôrio amerior<strong>de</strong> ISIfISI96",)Q (grifo nosso).Constata-se, assim, que muito embora haja leis fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipaisregulando o funcionamento <strong>de</strong> estabelecimentos çomo a Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, na pratica, li Estado nlo exercia o controle necessário dalnsthuição,E. ,Da. ol!rj&JUõ~CIl do Estado brlt!.illliro <strong>de</strong> aco.rcJo..J:!!ID. a Ici b~1) Da Con.titulçlo Fe<strong>de</strong>nll Bra.i1eiro <strong>de</strong> 19118De acordo com o art, 196. da Constltulção Brasileira <strong>de</strong> 19111 (C"'), "a saú<strong>de</strong> édireito <strong>de</strong> tndos e <strong>de</strong>ver do Estado". Nesse sentido, sen<strong>de</strong> a saú<strong>de</strong> um direitoindividual, verifica-se o <strong>de</strong>ver do Estado brasileiro nlo apenas <strong>de</strong> garantir oacesso à saú<strong>de</strong>, mlls também <strong>de</strong> provê-to a<strong>de</strong>qua<strong>de</strong>mente.Ainda, "as 3ÇÔCS e serviços públicos <strong>de</strong> sllú<strong>de</strong> integram uma re<strong>de</strong> regionalizadafilIado àfidh0000734, ,•e hierarqui:zudll e constituem um sistema único" (art. 198, CF). Isto significa queo sistema único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> será regido por um conjunto <strong>de</strong> diretrizes. Dentreestas. <strong>de</strong>staque-se t) princípio da <strong>de</strong>scentrallzaçãc das ações e serviços públicos,fazendo com que cada esfera <strong>de</strong> governo lenha sua dircçDo única. Sendo assim,compete ii I Jnião, ao Estado e ao Município o fornecimento <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quados em seu âmhito... Relatorio elaboradu peru Grupo <strong>de</strong> Aenml"'nhamentn da a.'si5t~neia psiqui'triea (GAP). relatiyo • yjAlnriarealizada em 0'/11/9'1.14Av. N. S. <strong>de</strong> Ccpecabana, 5...0 / "'02 Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ . Brasil - 22020-000Tel.: (55-21) 2547-7391 • 3816-2766 • Fax.: (55·21) 25"'9·3599 • slobal@global.org.br • www.globlll.orSl.br•.__•.• ,.,..........,."....._,..... , ...."'. .••• .._._, ~_ o." • -. _'...._._••_••--,. ~.~. _•


-,- .~..' ,.... - -- ......--.. -....... -_ - - - - - ~..c. "'-'".~.'t::..L:ustiç~obafiliado àfidh0000735Ressalte-se, tembém, que II assistência à saú<strong>de</strong> é, a principio. pública, po<strong>de</strong>ndoas instituições privadas participar <strong>de</strong> forma complementar ao sisteme uni


fiU~o àfirlh•000073&•..Assim. constata-se que tois Dlribuiçm:s da União são <strong>de</strong>correntes du princípio dahierarquização do sistema único. Sendo assim. os Estados. o Distrito Fe<strong>de</strong>ral eos Municípios <strong>de</strong>verlo assistir a<strong>de</strong>quadamemte os indivlduos <strong>de</strong> sua regilJo,cabendo à União flscalizur os serviços prestados.Em se trotundo da comperêncie do Município, saliente-se a capacida<strong>de</strong> paracelebrar contratos com instituições privadas (arl. 18, X), bem como o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>controlar a execução dos mesmos. As institujçães privadas, por sua vez, estãosujeitas às normas e aos princlpins do SUS (art. 26. parágrafo 2"). Aindll, emcontormida<strong>de</strong> eom o principio da complementarida<strong>de</strong> dos serviços prestados purinstituiçõcs privadas, displ5e I> art. 24 que o SUS pu<strong>de</strong>rá recorrer às mesmas nafalta <strong>de</strong> instituições públicos paro uma <strong>de</strong>terminada área.•A Constituição do Estado do Ceará reproduziu um dos reflexos dll tendênciacidlldl 42 da Cl>nstjtui~oFe<strong>de</strong>ral em matéria dos <strong>de</strong>veres do estado em relaçlo à,saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>talhando-os ao impor: "Compele ao sistema úniL:O estadual <strong>de</strong> saúd'c,além <strong>de</strong> outras atrlbuições. I - gerir, planejer, coor<strong>de</strong>nar. controlar e avaliar Bpolítica estadual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, estabelecida cm consonância com os níveis fe<strong>de</strong>ral cmunicipal; (...) XI - estabelecer normas, fiscalizar e controlar estabelecimentos,produtos, substâncias e equipamentos utiJi7ados na assistência à saú<strong>de</strong>,,43., ,4) Da Lei Municipal <strong>de</strong> Sobralo Município <strong>de</strong> Sobral, Estado LIli Ceará, foi habilitado para participar daGestão Plena do Si!\temu Municipal (art. 10. da Portaria do Ministério da Saú<strong>de</strong>na 2422. <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 19l}8). Dessa lilrma, o mesmo faz jus a uma parcela


'ii_'•.•••.", .~.,' J .... '-' • ., u. .......... , ~-' ~I I:..L :,r ;. ..........ustiçqlobalfiliado àfjdh0000131mensal concedida pelo Fundo Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. a fim <strong>de</strong> permiti-lo a prestarassistência ii saú<strong>de</strong> aos indivlduus cm seu temtório,Saliente-se, também, qlle sendo o MunicJpio <strong>de</strong> Sobral parte 4.ln SUS. ele po<strong>de</strong>,na ausência <strong>de</strong> instituiçl\cs públicas em sua área que prestem serviços ligados àsaú<strong>de</strong>. contratar institulções privadas para tais fins. Foi com base nisto que omunicípio <strong>de</strong> Sohral leria contratado a instituição privada Casa <strong>de</strong>: RepousoGuarerapes para prestllçllo <strong>de</strong> serviços psiquiátricos, uma ve1. que: a regiêocarecia <strong>de</strong> tais serviços44.Dessa forma, o município <strong>de</strong> Sobral tinha o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> controlar a exeeueão dosserviços por .elu prestados. Ainda, cabia iiUnião, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta estarrepassando verbas fe<strong>de</strong>rais para o MunicJpio, o controle dos serviços prestadospelo mesmo.IV.A.Como Estado Parte da Convenção Americana <strong>de</strong> Direitos 1·lumanos (ConvençãoAmericana), (1 BrBsil <strong>de</strong>scumpriu suas obriglllFõcs no que tange o respeito egarantia dos direuos tutelados nu artigo 4° (direito à vida), artigo 5° (direito iiintegrida<strong>de</strong> pessoal), artigo II (protcçllo da honra e da dignida<strong>de</strong>) e artigo 2S(proteção judicial) em relaçl10 ao cidadlio Demião Ximenes Lopes. O artigu 1°,§ I. da Convenção Americana estipula duas obrigações contraídas pelos EswdosPartes em relaçã« aos direitus e liberda<strong>de</strong>s nela reconhecidos. Primeiro. osEstado~Partes se comprometem li respeitar estes direitos e liberda<strong>de</strong>s noexercício <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> pública. Segundo, os Estados Partes se comprometem agarantir I) livre c pleml exercício <strong>de</strong>stes direitos tomando as medidas cabíveis na••• C.onfnrme eKpnslu. se IIlI ennlnlll' exlsliR. nlu pô<strong>de</strong> ser 1nc:1l1i'7.Ildo pc:los(••) representante. da in.r1tuiçllo qUllnd"da \>i.tori•• em 17 <strong>de</strong> Inalu <strong>de</strong> 2000.17Av, N. 5. <strong>de</strong> Copllc


-'_..--'-"-""~"--"-"'~ .......... .l.-;_' 1"-'_I ..........usttcalobal••filiado àfidh"0000738prevenção, ínvcstigeção e punição <strong>de</strong> \Iiol~Oes4s. O <strong>de</strong>scumprimento dasobrlgações estabelecidas nn urligo 1°, § I, enseja a Responsabilida<strong>de</strong> do Estadoconforme o direito internacional.B. O nsil violou II Conve Ao Amerh:Ao <strong>de</strong>1) O corpo médico e auxiliar da Casa <strong>de</strong> Repou.o CuararapesIItuou como agente do Ii:lIhado brasileiro. <strong>de</strong> acordo com o direitointernacional.Â<strong>Corte</strong> Internacional <strong>de</strong> Justiça ("CU") pon<strong>de</strong>ra que <strong>de</strong> acordo com o direitointemacionlllcostumciro, consi<strong>de</strong>ram-se atos do próprio Estado aquelespraticados por quaisquer <strong>de</strong> seus agentes 46 . Os agentes do Estado nlo 510somente indivlduus ou entida<strong>de</strong>s com o status formal nu com posto <strong>de</strong> oficial doEstudu estipulado pelo direito doméstico. Na realida<strong>de</strong>, as cortes internacionais•têm <strong>de</strong>ixado elam que o Estado não se esquiva da responsabilida<strong>de</strong> por atas <strong>de</strong>entida<strong>de</strong>s privadas que <strong>de</strong>senvolvem funçô~!) públicas 47 Desta forma, a Casa <strong>de</strong>Repouso Guurarapes era, <strong>de</strong> facto, agente do Estado brasileiro, já que este<strong>de</strong>legou elementos <strong>de</strong> sua auturida<strong>de</strong> ii instituição que exercia nesta cnndiçAo ­.'exerciclo <strong>de</strong> runçOc:s públicas para o alcance <strong>de</strong> objetivos estatais. O fato daCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes ser uma instituiçlo privada. nAo afasia suacondtção <strong>de</strong> facto dc órgão púhlicu. Pelo contrério, a jurisprudênciainternacional e o direito internacional costumeiro endossam II conclusêo <strong>de</strong> quea Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes efetívamente operou como um veiculo pelo qualo Governo brasileiro exerceu sua autorida<strong>de</strong>.Os Projetes <strong>de</strong> Artigos sohre B Responsabilida<strong>de</strong> dos Estados por AtosInternacionalmente Con<strong>de</strong>náveis da Comissão <strong>de</strong> Direito lnternecional imputam" Casa V"lusq/ll!. I(""'ill"'·.' Cort" InlLTBlneri"unu <strong>de</strong> l.lirciln. Ilunll'"'''' (SerX) n D • 4, ( 1111111)' 16'·172... Im"lImityf"'... '""Rul /',.""••s 'ira Speci," Rupporteu, "J",he (.'om'"'ss/"" "" II"""", RiRItI.'. CIJ. (l911'J1) § 62.18Av. N. S. <strong>de</strong> Cooacebana, 540 I 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ - Brasil - 22020-000Te!.: (55-21) 2547·7391 • 3816-2766 • Fax.: (55,21) 25


1t:.L.:e- õ J.Cu5tiç~lobalfiliado àfidh0000739responsabilida<strong>de</strong> ao Estado em casos on<strong>de</strong> a pessea ou entida<strong>de</strong> "é autorizadapela legislaçllo do Estado a exercer elementos da autorida<strong>de</strong> Kovemamental" e"o fazem como agentes nestes casos especificas''''. Na verda<strong>de</strong>, qualquer ato dopo<strong>de</strong>r público que viole os direitos reconhecidos na Convençêo Americana éimputável ao EstlldoJl~.Quando um Estado confere autorida<strong>de</strong>, direl.a ou indiretamentc, a um indivíduoou entida<strong>de</strong>. cria-se uma extensão do exercicio do po<strong>de</strong>r público. O E!>tlldl1 éentão responsável por qualquer IIt(1que este individuo ou entida<strong>de</strong> venha apraticar no US(1 das atribuições inerentes ao po<strong>de</strong>r público!lI. Dessa forma, oestado brasileiro ó responsável pelos atos dos empregados da Casa <strong>de</strong> RepousoGuererapes. vez que <strong>de</strong>legou sua autorida<strong>de</strong> para pf'estar atendimento médico ­funçilo e <strong>de</strong>ver do Estado, constitucionalmente tutelado - na região <strong>de</strong> Sobral,Ceará. e conferiu autorida<strong>de</strong> à Casa <strong>de</strong> Repouso Ciuararapes para que operasseem nome do po<strong>de</strong>r público.Para que se estabeleça a responsabilida<strong>de</strong> do F_"tado por violaçAo do direitointernacional. quando este utiliza uma entida<strong>de</strong> privada como veiculo paraalcançar fins públicos, a lei consi<strong>de</strong>ra mais o propósito e objetivos dll entida<strong>de</strong>,do que sua proprieda<strong>de</strong>, No caso M~fff!z;ni V.f. SpoJn, por exemplo, o Tribunul.lu, lhe International Cemre for Srmlement ofl",'ernu/;unul Dispute» (Tribunaldo Centro Internacional <strong>de</strong> Soluçilo <strong>de</strong> Controvérslas Internacionais) utrihuiuresponsebltlda<strong>de</strong> ali Estado pelas ações <strong>de</strong> uma agincia privada criada purapatrocinar o <strong>de</strong>senvolvimento econõmico regional na Espanha. A <strong>Corte</strong>observou IItendência histórica da Espanha em usar agências privadas para., Ver Cll."" ""qUe%lnl Y8. Spnin. C"'Tllru 'n."'Tn"";",,,.1 <strong>de</strong> Saluç" da llillJ'lIl"" <strong>de</strong> Il1ycaimento. n..:isllo, do Tribunal "'"E~coçao<strong>de</strong> In""mp"l~nuill, 12 <strong>de</strong>: jlln"lr.. <strong>de</strong> 201111.•, "ni ~o d". P"li"I'" <strong>de</strong> "nlllno sebre II kcspon...milida<strong>de</strong> dos I~'llldo. por AI,," Inle,nacionalmenle Cnn,lcJ16vcio dae..mi <strong>de</strong> Dirello Inlcrn""ion.l. t I.N. 1")0",. "15",111. .•• Caso ""/08Q""Z RUI/r/x""i, Curte IIIICrameriCllna ele Direil... 1I111ll1ll1"" (Scr.C) na. 4 (1981).11 Ir.."'.'" (C.......f .... II."TI>"'I>. IN'Il""NA""NAI. 1.,0",. Oxr~",n lJ"'Vlik'I'I'Y I'M.:5s, t)Xl'nlln 21lO1. p. 118. V"'f l>omlX!m ClIS


~,- _ 6' 'r::; _ -.""1/\"" -::- '="'=' T ... ~_ • d'=:> , ..,.I t:.L :u5tiç~...•lob~1filiado àfidh•0000740alcançar fins públicos, e <strong>de</strong>cidiu que nos casos em que tais agencias exerciamfunções cornurncnte assumidas por órgãos estatais, elas efetivamcnte atuavamcorno tal. t\ <strong>Corte</strong> examinou também a intenção do Governo espanhol.evi<strong>de</strong>nciada em discursos ministeriais a respeito da finalida<strong>de</strong> público doentida<strong>de</strong> e o envolvimento <strong>de</strong> órglos púhlicos em sua criaçllo, a qual concluiuser a criaçêo dc uma entida<strong>de</strong> que exercia funções governameruais'".o conjunto <strong>de</strong> normas brllsileira."l que regulam a relsção entre o Governo e asinstituições privados evi<strong>de</strong>ncia que o Estado tinha a intençlo e 1\ carucidlldc <strong>de</strong><strong>de</strong>legar funções estatais a entida<strong>de</strong>s como a Casa <strong>de</strong> Repuuso Guararape« na•busca <strong>de</strong> objetivos públicos, A Consrituiçilo brasileiru garante u direitoindividual à saú<strong>de</strong> e estipule que o Estadn tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> prover serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>. AConstituiçlh.l aduz ainda 'Iue o Estado ro<strong>de</strong> valer-se dos serviços <strong>de</strong>instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> priva<strong>de</strong>s para o cumprimento <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>ver S2 • Estes serviços<strong>de</strong>vem ser presluulIs <strong>de</strong> ucordo com os parlimctros legais, e <strong>de</strong> acordo com asnormas técnicas e administrativas do sistema público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>S).•o po<strong>de</strong>r público licenciou a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes para proverassistência psiquiátrica, nos termos da \egi1'laçlo brasileira do Sistema Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> (USlJS"), que criou uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong>seentralize<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços operando emâmbito fe<strong>de</strong>ral, estedual e municipal para a lmplernentaçã« da normaconsntuelonal'". O estatuto do SUS. corroborando com o!' preceitosconstitucionais, dispõe que "quando as suas disponibilida<strong>de</strong>s foreminsuficientes para garantir a cobertura assistencial à populaçAo <strong>de</strong> uma•,,., Caso MujJez;,,; •s. Spa;", ~ 8~.'Z O nJ1igu 1?6 d. C:un.liluiçllu da RL'Pl,ltlicu fL-<strong>de</strong>nolivn e.."hele"" que: "/\ ...u<strong>de</strong> e di",llo 01" lodo. c d".er dn 1~'lodn.Bornnlidu medi,m'" I,,,llIi"". "''''ÍHi. c L..'''ni.rni........". II orti(\n IY7 da l.:onsliluiçao Fc"'e",l. "'"X"" vee, dl.pIIc: "SR. <strong>de</strong>",1".Aucio "uhllco...."" c ...rviço.. <strong>de</strong> ""u..... co""ndo ." I'odL"T l'iI!tIl"" di X"",. m" tenllns .da lei. sob", .lIn n:1I111_nIQt;llo.IiscalllOnçAQ e L'Onlmlc. "'w"nd" 5118 ".""11\1lo ser fcila direl..nente nu ulro"" <strong>de</strong> hlrCCiru. e. Inmhl!m. J'l'lr pos!Oglobal.org.br • www.gLobal.org.br.---- - ........__. _._w ··._..__""'_,_".~__·_--_.__.._---_._-----------------• .. i


... _ .0 ••.,. ""''''''',,= C-C .. ... ..".• 411::'-,._.----e.T"""J .. •.1t:.L.:ustiçqlobêllWWw.~JIah.l'.m9.b,fUiado àfjrlh0000741<strong>de</strong>terminada área, o Sistema Únicu <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) po<strong>de</strong>rá recorrer aos serviçosofertados pela iniciativa privada·,s·~./\ Constituição Brasileira e a legislação que autorlza a ulilizaçAo <strong>de</strong> lnstuuiçôesprivadas quando o Estudo 1110 cump", seu <strong>de</strong>ver público <strong>de</strong> prover assistênciamédica por meio <strong>de</strong> instituições públicas, confirma que o Brasil pretendiarecrutar tais instituições para o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s púhlicall. Os fatosconfirmam que oBrasil tem contado enormemente com estas lnstituições,particularmente nu campo da "ssisténcia psiquiátrica. Dos 60.000 leitosdisponíveis para pacientes psiquiátricns no Brasil, aproximadamenh: oitenta por•cento pertencem ii re<strong>de</strong> privada <strong>de</strong> IISsi~tênc:iumédica 56 .Neste contexto. DamiAo Ximenes Lopes sofreu Bgrcsslies fisieas. tili uatado <strong>de</strong>,forma <strong>de</strong>gradante c morto nas mãos do corpo médico e auxiliar da Casa <strong>de</strong>Repouso Guarerapes. Sendo assim, o estado brasileiro nlio po<strong>de</strong> se esquivar <strong>de</strong>sua responsubilida<strong>de</strong> pela violação dos direitos <strong>de</strong> Damiãu pelo simples fato <strong>de</strong>ter <strong>de</strong>legado n exercíeic <strong>de</strong> funções públicas. pois tal situaçlo afrontariadiretamente com os princlpios tutelados na Convencão Americana. Estasituação acarretaria o enfraquecimento da efICácia da Convenção e criaria ummecanismo pelo qual O!lir:.I'lados evitarilllTl SQl' responsabilizndos por violações<strong>de</strong> direitos humanos.2) O Corpo Médieo e Auxiliar da c.... <strong>de</strong> Repouso GuarllrapesllhloU como agente do estado bra!lileiro. <strong>de</strong> .cordll eumjurisprudência interna dn~ Estados Parta d. OEA.o Artigo 38 (4) do Estatutn da <strong>Corte</strong> lnternacional <strong>de</strong> Justi.;a enumera "osprincípios .gerais do direito reconhecidos pelas nações cívilize<strong>de</strong>s" como fonte" /lni!!u 24.


It:..L: .... : &:. ..-ustiçalobalfiliado àfidhwww'4Iob~1.01"


...._.._,. :-....,,'. - --. . ..........- , ."-"'c..I-. , .........ustiçqlobalfiliado àfirlh".I0000743que "apesar dos beneflclos <strong>de</strong>stes serviços serem prestados e administrados porinstituições privadas...é o Governo, e nAo os hospitais, que <strong>de</strong>fine o furma comoesse serviço é prestado e a quem ele se dirige,.f>l. A <strong>Corte</strong> enfatizou que oshospitais privados que provêm "serviços médicos necessários" e formam parte,da implementação <strong>de</strong> um programa social abrangente, carecterlzem-se comohospitais <strong>de</strong> "mero veículo escolhidos pela legisll'Ç1o para implementar esteprograma" r'l. A <strong>Corte</strong> ressaltou também que os hospitais não possuemdlscricionaricda<strong>de</strong> paro gastar as verbas públical"'. Assim, <strong>de</strong>cidiu-se queapesar <strong>de</strong> serem autênomcs em sua!! ativida<strong>de</strong>s diárias, os hospitai!' a\uam comoagentes do Governo na promoçAo <strong>de</strong> serviçn!' médicos especlficos estipuladospelo sistema normativo lo'.A noção <strong>de</strong> UlI:ente enunciada pelas jurisdições domésticas, vinculada mais àfunção do que à forma. apresenta-se apropriada no imhitu dos Direitosl lumanos, vez que se adotendo tal critério evito-se que o t::lltado esquive-se <strong>de</strong>suas responsabilida<strong>de</strong>s elementares. Neste caso, é evi<strong>de</strong>nte que a CaSB <strong>de</strong>Repouso Guerarapes era tAo somente o veiculo empre&ado pelo Brasil paradi!ltribuir um programa <strong>de</strong> assistência médica estabelecido pelas legislações•fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal. Ape.~ar <strong>de</strong> ser uma inslituiçAo privada. a Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes nlo tinha pacientes particulares; todas as pessoas sobtrotamento nesta instltulção eram atendidas pelo SlJS. ou seja, seus tratamentoseram custeados com fundos públicos"", Sendo assim, embora a instituiçlo fosseautónoma em suas ativi<strong>de</strong>dcs diárias. o sistema legal pelo qual operava asubmetia diretamente ao controle estatal. Realmente. o anilO 24 do instrumentonormativo que regula o SUS uduz que as autorida<strong>de</strong>s em cada nlvel <strong>de</strong> gov-ernosão responsáveis pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> "mecanismos <strong>de</strong> controle, evalieção., I<strong>de</strong>".. • 49.., IJrm. • !O."I<strong>de</strong>m,' 49.•, I<strong>de</strong>m• • ,I.N. DeclerU\;ll.. "'"llra. I.IdillDill' Cnsla. enc~.. 2,. III,23Av. N. S. <strong>de</strong> CopZlclIbana, 540 I "102 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - Brasil - 22020-000Teí .: (55-21) 2547·7391 • 3816-2766 • Fax.: (55-21) 2549·3599 • gtobal@llobal.org.br • WWW.§llobZll.org.br--.--._,-0,.- _. 'h '4 ....' _.._oe ..--------_.-_.._--------,.,,,," ........-------".- -----" ..e


? ......- - It:.L:ustiçqlobalfiliado àf idhc inspeçêo" <strong>de</strong> todos os serviços médicos'", O fato do Governo ter podidointervir na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararepes <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong> Damião<strong>de</strong>monstrou o grau <strong>de</strong> controle exercido pelas autorida<strong>de</strong>s públic;Ds sobre ainstituição.o próprio cr<strong>de</strong>namento jurídico brasileiro reconhece a responsebilida<strong>de</strong> doEstado por danos causados por instituições privadas que exercem serviçospúblicos, que são consi<strong>de</strong>radas agentes do Estad0 61 • Neste sentido, o juristaKiyoshi Hirada'" afirme que;A expressão funcionário público, emprega<strong>de</strong> pelas diversasCartas .PlIlíliCllS, <strong>de</strong>ve ser interpretada em seu sentido maisamplo. Abarca, para fins <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil objeliva dol~stRdo, qualquer pessoa incumbida da execução <strong>de</strong> qualquer ohraou serviço público, É sinê'lnimo <strong>de</strong> agente administrativo ouagente público, isto é, todo aquele que presta serviços àAdministral;'Íio I>ública, direta ou indircta lll •Assim, a própria lei brasileira conduz à conclusão <strong>de</strong> que a Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes atuou como agente do Estado ao empreen<strong>de</strong>r uma função públicaconforme exposto acima.c. O Brasil violou a Conveoçlo AmericaDLJ!2[ 010 Ild.2l!L...llJsd1necessárias par. prevenir. invl!!!!&er e Ruolr a privaslo dos di!l!ÜSll!Ddi\lidUl!d <strong>de</strong> QJ!mW' Xim.enes Lu.l!5:l!.A falha do Brasil cm garantir os direitos individuais <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes,mesmo que não se consi<strong>de</strong>rem os médicos e <strong>de</strong>mais funcionários da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes como agentes <strong>de</strong> jacto do Governo, é suficiente para se.7 l


. - ., ..~'. ~ ', .•.•• _'..,,- '-dirrftz Cruz. Curte I".erameli "" dr: l>irc:ilOS ~Iomano. ( 1989), li 184.,. ÜlSO V.I"~lf"'. /lmJrig""." Curte lolenuneri"""" d~ Di""il... lIumllJ"," (Ser.r.) o" 4 (1988).1173.7JoIc/rrn.2SAv. N. S. <strong>de</strong> Copacabana , 540 I 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ - Brasil - 22020-000rei.: (55-21) 2547-7391 D 3816-2766 D Fll,x.: {55-21) 2549-3599 • global1!'ilobal.org.br • www.!llobal.or!l.br---._._---------. .. _..~.. ......, .


-Ór .c"... -. -'"..........TEL:ustiçaÍoba]fil;ado àfidh0000746Nos lermos da Convenção Americana e <strong>de</strong> acordo com os principias gerais <strong>de</strong>direito internacional dos direitos humanos, o Brasil tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> tomarmedidas para assegurar que os direitos individuais <strong>de</strong> seus cidadãos sejamrespeitados". A mera existência <strong>de</strong> um sistema normativo ou <strong>de</strong> medidasoperacionais <strong>de</strong>stinada.s a possibilitar o cumprimento do <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> assegurar (lrespeito aos direitos individuais não é suficiente para que o Estado satisfaça SUBobrigação dc atuar ativamente. IS10 significa que "o Estado <strong>de</strong>ve se direeionarpara efetivamente assegurar 'lue tais violações não ocorram"n. Isto inclui aimplementação <strong>de</strong> medidas preventivos em todas as estruturas un<strong>de</strong> o po<strong>de</strong>rpúblico é exercido -medidas que sejam impingidas por um sistema legal<strong>de</strong>l'lignado e autorizado a investigar e punir violações dos direitos humonos 7A •Neste caso, embora o conjunto <strong>de</strong> normas internas que tutelam Il assistênciamédica pu<strong>de</strong>ssem ler possibilitado que o Brasil assegurasse a, proteçlo dosdireitos individuais <strong>de</strong> DamiÊin Ximenes Lopes, seu Fracasso cm cfetivamentecompelir aquelas normas resultou na vinlaçio.A<strong>Corte</strong> Européia dos Direitos <strong>Humanos</strong> (<strong>Corte</strong> Européia) tem tomado umaposição consistente e tem consi<strong>de</strong>rado que segundo D Convençlo Européia <strong>de</strong>Direitos Ilumanns (Convenção Européia), os êstados têm o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> adotarmedidas para assegurar que "indivlduos sob a sua juriscJi~o n/lo sejamsubmetidos a tratamento <strong>de</strong>sumano ou dcgradante mesmo quando administradopOl' individuo prlvadc.. 79 . No caso Calvelli and Ciglin \/.'. IIU/y, 8 <strong>Corte</strong> Europtiftt.lelineulI esrecilicamenle II extensão do <strong>de</strong>ver do Estado <strong>de</strong> regular a ativida<strong>de</strong><strong>de</strong> sujeitos privados no âmbito du saú<strong>de</strong> pública lO • Neste caso, que -envolveu anegligência <strong>de</strong> um médieo em um hospital privado, a <strong>Corte</strong> <strong>de</strong>terminou que osEstados silo obrigados ft. "fazer regulamentos que obriguem hospitais, públicos,. F.. " ..tr... os.N,·ln.. Unido. t-:CHk 33218196 t2oo2); I.CH. os. Nei"o U"ido. 27 E.lI.I(.H.. 2t2 (1998). 'II. Iwnhém """'"V'/U&q'''1Z Nndrllt"e:. Cone Inle",,,,,,ri"lI,," <strong>de</strong> Direitos Ilunl.nua (Sl:r.C) n° 4 ( 191111)." C"''OO Vrin,qlle. RmiriR""" Curie Imeromericano <strong>de</strong> Dirdt... II"mon... (Ser.C) nO" (1988). fi '''7.,. leI.m.. § 1('fJ.'0/, c outros 1". R.i"" lI"itl... ECIIR 332111""" (20021. § 811.•" O.lv.lIi. r.'igl/.. "5. I/dlh•• El:HK ;l2Q67/9fi (2002).26Av. N. S. (~e Copacabana, 54{) I 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ - Brasil - 22020-000Tet.: (55-21) 2547·7)91 • 3816·2766 • Fax.: (55-21) 2549-3599 • globalG'global.org.br • www.gtobal.org.br-.... '.-'.. '."'-~",",,"........._ a MP .= "'... 'Ih.. _ ............. _._~~ •._--_ ..._-_._-.--.- --_.._---------------------~~---_..._,


...,. - . I.f::..L=ustiç'llobalfiliado iiifidh..wWW.cj Illb~l.orq. 1>,.0000747ou privados, a adctar medidas apropriadas para a proteçâo da vida dospacientes" e assegurar 11 participaçAo em um sistema judicial in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte tantona invesligaçllo da causa da morte quanto parll processar os respnmlilvc:is l l .As legislações fe<strong>de</strong>ral, estadusl e municipal <strong>de</strong> Sobral, Ceará, regula,teoricamente, a prestaçãe <strong>de</strong> serviços médicos e tratamentos reeliz.ados eminstituições como a Casa <strong>de</strong> Repouso Guerarepes. Todavia. na prática, asautorida<strong>de</strong>s do F.~tadoeslivel'8m sempre à parte <strong>de</strong> sua udministraçlo. Na,realida<strong>de</strong>, nos últirnns 5 anos <strong>de</strong> funcionamento da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, as autorida<strong>de</strong>s públicas do municfpin inspc:cionaram o locel,•somente <strong>de</strong>pois das alegações públicas <strong>de</strong> Irene Xirnenes <strong>de</strong> que a morte <strong>de</strong>Damião Ximenes Lopes <strong>de</strong>correra <strong>de</strong> sbusos dos funcionârios do hospital l %.Destaque-se. ainda. que segundo o relatório da segunda lnspeçãc, as autorida<strong>de</strong>sdo Estadn nllo temeram qualquer medida para colocar um fim às violaçõesrelatadas após a primeirll visita, três anos mais cedo.Tlinto u legislaçllo brasileira quanto a jurisprudência internau::ionul estabelecemclaramente o <strong>de</strong>ver do r.stado em assegurar que a Casa <strong>de</strong> Repnu:o;o Ouararapc:s•operasse <strong>de</strong> acordo com as normas locais e em l::lJnfonnidadc: com o que estipula8 Convenção Americana. Falhando na imposiçlo da lei que <strong>de</strong>termina ocontrole estatal sobre as condições que operam as instituiçoes privadas, como aCasa <strong>de</strong> Repouso Guerarapes, e em tomer as <strong>de</strong>vidas providêncip.o; paro retificaras violaçõe» observadas por "rglos do Estado. o Brasil infringiu obrlgeçõesestabelecidas na Convenção Americana.2) O Brasil vinlnu B c.onven~Ao Americana ao <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> investigar epunir a<strong>de</strong>quadamente 08 indivíduOA responséveis pela morte <strong>de</strong>IlamiJo Xhnenell Lopes," I<strong>de</strong>m. fi 4'1. v. Iamn.\m I·;"jb.v"" V.v. Mil", lil:\m 37911111'17 1199'l)~ r ..w~/1 v.'. R~j",. ""IIJ... ('.CIII!. "~30~1'l'l nono)... 1l


, .-."~'- "-- - ~ ..... "'- -.. ..... .'..... ~ '"":>r. , 1..-' :Iustiçqlobalfiliado àfidh0000748o Brasil <strong>de</strong>scumpriu também a obrigaçllo contida no artigo lU. § I. daConvenção Americanu, <strong>de</strong> investigar supostas violações <strong>de</strong> direitos humanoscometldas soh sua jurisdiçilo l 3 . C) <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> um Estado Parte <strong>de</strong> investigarqualquer violação dos direitos protcgidos pela Convençio está claramenteestabelecido R4 • A<strong>de</strong>mais, a obrigaçlo <strong>de</strong> diligência do estado requer que asinvestigações sejam realizadas "<strong>de</strong> maneira séria e não como mera tonnalidndcpre<strong>de</strong>stinada.ii ineficiência..a~.Os Estados <strong>de</strong>vem ser proativos ao reali7.ar uma invesligaçll.o e nâo po<strong>de</strong>mconter com 11 "iniciativtt da 'Vítima ou seus familiares ou que as provas sejum poreles oferecidas, sem uma busca efetivll da verda<strong>de</strong> pelo governo" Mr•• EstaobrigaçAn inrJepen<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem os perpetradores agentes do estado ouparticulares. Este principio foi <strong>de</strong>stacado por <strong>de</strong>cido <strong>Corte</strong> Interamcricana nocaso (Judínl!z Cruz:"Quando os atos <strong>de</strong> partes privadas que violaram aConvençAo nllo forem seriamente investigados. estas partes estarãe sendoajudadas <strong>de</strong> alguma forma pelo governo, testando o Estado responsável noplano internacional"M7.Prlncípios similares têm sido reconhecidos pela <strong>Corte</strong> Européia". Osprece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sta <strong>Corte</strong> interpretam e <strong>de</strong>tinem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> diligência no quetange a investigução e puniçRn <strong>de</strong> supostas viclações, <strong>de</strong>lineando requisitos <strong>de</strong>in<strong>de</strong>pendência, efetivida<strong>de</strong> e pre..teza. As aUlorida<strong>de</strong>s brasileiras falharam•• (~llll" ",I,,"'IWZ H..,I';KIlI!l. Curie Inlen,merl6 • F1tIl.: {55-ln 2549-3599 • global@global.org.br • www.gtobal.org.br21- ._--------~ .-----.__.p.,_ ....- ..-~.-,-_._______"._. ._.__........ 0_.'.' ~v. - _. _....., -,


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... -,....... _-.- .......... ~ .... --..~.~~ "-'~..-....ustiçqlobalfiliado àfirlh0000750clínico e do próprill Casa <strong>de</strong> Repouso Guerarapes. Contudo. até o momento, nãohouve qualquer <strong>de</strong>cislio II respeito~2.Enquanto durar ainérc;ia dos procedimentos judiciais. a 11m <strong>de</strong> punir osresponsáveis pcla morte <strong>de</strong> Damilo Ximenes Lopes, o Brasil estarlí faltandocom o scu <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> punir as violações dos direitos humanos. Esta situaçãoafronta com os ditames da Convenção Americana <strong>de</strong> que o Estado <strong>de</strong>ve serdiligente em i<strong>de</strong>ntificar os responsáveis por violaç&s <strong>de</strong> direitos humanos.impor a <strong>de</strong>vida pena c garantir à vitima a compensação a<strong>de</strong>quada Q ) .b, Btctivi<strong>de</strong><strong>de</strong>o Brasil não falhou somente em seu <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> presteza. mas também fracassouna obrigação <strong>de</strong> conduzir uma invc!õtigllçAo efetiva, A jurisprudência da <strong>Corte</strong>,Européia i<strong>de</strong>ntificou certos procedimentos a serem adotados para tomarem maisefetives as illvestigllções <strong>de</strong> supostas vlolações ao direto À vida. Como e)Kimplo,IIS autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem tomar providências para proteger evidl!ncias relacionadasu um inci<strong>de</strong>nte. incluindo testemunhas oculares. provas periciais, e. quandoapropriad», autopsia que forneça "um regilltrn completo e exato <strong>de</strong> lesllo c umaanálise objetiva dos achlldns clínicos, como a causa da morte"ll4. A<strong>de</strong>mais. a<strong>Corte</strong> Européia <strong>de</strong>clarou que "qualquer <strong>de</strong>ficiência na ínvelõtigllçAo queenfraqueça IS habilida<strong>de</strong> (do Estado) dI;: estabelecer 8 causa da morte ou a peS!ID1Inu pessnus responsáveis arrisca ficar <strong>de</strong> tora <strong>de</strong>ste padrAo·,Q~.Neste caso, Uregistro está repleto <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s que tomaram totalmenteineficazes as investigações acera da morte <strong>de</strong> DamiAo Ximenes Lopes. Asautorida<strong>de</strong>s do Estado ignoraram evidência material e testemunha ocular que., Id..m.•" Cu.., V.la.~194 (1999). li 1119: (;ul V$. H/NlU;O, ECIIR 22b7l1193 (2000).1 1111.30Av. N. S. <strong>de</strong> Copacabana. 5-40 I -402 Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ - Brasil· 22020-000Tel.: (55,21) 25-47·7391 • 3816·2766 • Fax.; (55-21) 25"'9-3599 • ~lobat@gLobal.orll.br • www.lillobal.org.br'.TI •• n.~


c-o ...,.~.•. .c:;,.,_.., ~.- .I t:..L :,ustiç~"lobalfiliado àfidl1~WW1o\·.'lk,bal.l1rq .1.,· ,0000751corroboram que a morte <strong>de</strong> Damião resultou <strong>de</strong> espancamento. Nesle caso. olegista - dlretor cllnico da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes - concluiu que Damiãomorrera <strong>de</strong> causa <strong>de</strong>sconhecida'", "Ao obstante a prova material do abusoalegado por Albertina Ximenes, mãe <strong>de</strong> DamiAo, em seu <strong>de</strong>poimento, <strong>de</strong> quepoucas horas anles <strong>de</strong> sua morte, ela o encontrou "com sinais visíveis <strong>de</strong> tortura,com SUllS mIas atadas. sangramento no nariz e com o rosto e abdêmeninchados" 'l7.. O testemunho do motorista que levou Damilo <strong>de</strong> Sobral aFortaleza para tratamento <strong>de</strong> emergência no dia <strong>de</strong> sua morte confirmou o relato<strong>de</strong> Albertina sobre o estudo <strong>de</strong>plorável no qual se encontrava seu filho. Ele<strong>de</strong>clarou que Damião 'Sangrava muito pelo ouvido e pelo nariz"', uma indicaçl10<strong>de</strong> que teria s~rridoum trauma severo na 'Cubeça. 9 0 • A <strong>de</strong>ficiência do laudo <strong>de</strong>auiepsia levanta suspeitas em relaçlo à in<strong>de</strong>pendência da investigaçllu etambém contribuiu para que (IEstado falhasse em investigar e <strong>de</strong>terminar aresponsabilida<strong>de</strong> pela morte <strong>de</strong> Damilo em um tempo razoável, pois<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rou e obscureceu fatos essenciais pura uma exala análise do CIISO.Outra dúvida foi lançada sobre a eficácia dos procedimentos para <strong>de</strong>terminar aresponsabilida<strong>de</strong> pela morte <strong>de</strong> Damilo Ximenes Lopes em razlCl do•testemunho <strong>de</strong> sua irmã, Irene. que relatou que durante uma visita ao MinistérioPúblico, dcscobriu que evidências importantes contra os agentes da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes haviam <strong>de</strong>saparecido. Irene disse ainda que o <strong>de</strong>legadoresponsável pela investigaçãc da morte <strong>de</strong> DamiAo, que alegara ter remetido BDPromotor lodos os documentos relativos à investigeçâo, mais tar<strong>de</strong> admitiu quetais documentos haviam sido omitidos e que estavam em sua casal/MI. S~ia esta., F..J"urrkt r. maro V.v. ne;"" /lnldo. ECIlIt 4114771'19 (21M12). I 71. V. lIUnhtm 1/111110 JorrJu" VI'. R"I"o Unido. II RllRC. I(200111 127... 1I••,iluiç{lu Sln/."," • Mort~s ,·'io/""1r1S cm 1i....,.I'";', l'siqUilJlr/"o" "0 IJrasil. Mlrcu~ vi"icius <strong>de</strong> Olivei'll Silvll .....11.)l:""...lh., I'ClCl.....1<strong>de</strong> l'si",.lullia. 2110 I.O') Olne InI"ramcricollo <strong>de</strong> Oirciln5 IIUln"""•• kclatc\rin II" 311102. Admissihllhludo:, PeUçAn 12.237. I'llllnill... XimcllCJ 1.",-. §2... 'let:ItK1.\'ilfl da I)ro. 1.I.Hn Dias l~n'''lI.lIIlc~O 3. 1 5.•,., vsI""M.100 V,., "ll1a da SrA. Irene Ximcnc5 L",p"" Mirando cnelmlnhada IICl Presi<strong>de</strong>nte da Comi5sDo <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>" CidRdRni... Sr, Jollo Alfredo Tetefi. em 31 .... janeiro <strong>de</strong> 2000, 8"""0 I.31Av. N. S. <strong>de</strong> Copecebana, 540 I 402 Rio <strong>de</strong> Janeiro· RJ • B.-asll - 22020-000Tet.: (55-21) 2547-7391 • 3816·2766 • Fax.: 155-21) 2549-3599 • gtobal


,"." " _ _ "".' -; -'""":' . ... '-:-.. ~;r.'" .. ·-r,",_:-':"~"'"It:..L: r,;='.Lustiçalobalfitiado àfidh0000752omissão, na melhor do:'! hipóteses, um engano, ou umo tentativa <strong>de</strong>liberada <strong>de</strong>manipulação do CIISOpor uma autorida<strong>de</strong>, certamente nlo se alclIl1çou umainvestigação séria conforme estipulado na Cnnvcnçllo Americana.c. In<strong>de</strong>pendênciaPor fim, o Brasil <strong>de</strong>scumpriu seu <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> diligancia, pois suo investigllçlo nlofoi in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. A <strong>Corte</strong> européia enten<strong>de</strong>u que pera que uma investigaçi\oseja efetlva, geralmente é necessário que IISpt;:ssOas que a ecnduzam sejamin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes daquelas envolvidas nos fatos lnvestlgadcs'?'. Isto signifiea nãos6 a lIusêncill <strong>de</strong> uma conexão hierárquica nu institucional, mas também anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência prática (<strong>de</strong> fato)\Ol. No caso Hugh Jurda", vs.United Ki,,~dom. a <strong>Corte</strong> Européia <strong>de</strong>terminou que as investigações eonduzi<strong>de</strong>s,,por autorida<strong>de</strong>s públicas não otendiam DO requisito <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência. No caso, ainvestigação do homicídio praticado por um ofidal da Royul UlsterCO".flulouJury foi conduzida por outro oficial do mesma corporação; havia umuligação hierárquice entre investigadores einvestigados e todos os oficiaisenvolvido:'! estavam sob a responsabilida<strong>de</strong> do chefe <strong>de</strong> policia da Ruyal UI.flerConstabulary, Por estas e outras razões, a <strong>Corte</strong> ~uropéiu concluiu que faltou,nesta investigoçilo, a in<strong>de</strong>pendência necessária.Neste caso, o médico legiSla que elaborou () laudo da autopsia <strong>de</strong> Damilin eratambém quem o medicou sem examinâ-lo no dia <strong>de</strong> SUB morte, e ainda o dirctorda Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. Longe <strong>de</strong> serem in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, asinvestigações começaram com o exame post-mortem, Feito oficialmente peloindividuo com maior interesse em seu resultado, Tais circunstâncias <strong>de</strong>ixaramnitidameute <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r aos requisitos estipulados em Jordan. Certamente, nliolU1 f:d,.",ds e ""''''' vs. N~'n" /ln;dt'. ECHI( 4"41719Cl (21102)•• 70. V. Iumbém Oulee: va. r""'I"icl. ECHR 21 '\/JI'I3 ( I""M);c~.cr VM. r",.,,.in. 1;l:IIR 21'94/93 ( I \/\/11). .lU Vc:jlL por c:xemfll... loj'/fi v.', T"""..i,.. (;(;111( 2311111194 (1998) (nnlkl n rn.motor <strong>de</strong>monstMu U'mI fH'''' dI: indcpcncKln.:ill 'IIIinvGS1ilD'Io UQ mnnQ <strong>de</strong> uum menina quant.ln ""unfiuu n8 in'nr,"~' c....m:cdido pcla.~ rc~"(ltL'" L"flvulvidas no inl,'::idcnl\:).V.Illmhém AnR"elllwl ".'. IIII/Rt/rla. HCIIR 38)(,1/\/7 (21102).' 138.32Av. N. S. <strong>de</strong> Copacabana, 540 I 402 RIo <strong>de</strong> Janeiro· RJ - Bra5il - 22020-000Te!.: (55-21) 2547-7391 • 381'6·2766 • Fax.: (55-21) 2549-3599 • gtobal-@lIlobaLorg_br • www.global.orl.br.... n •• _ __ ._._,__•__, ... • _,._ ....... " , ='TO-----_.~-_._---------


•• -'.~.' 'r::: _ '.~G""-'-::' • v 1 •. .ItL:ustiça,.•,..lobalWlI\'W. ~Ivr.~I.",~.1·,filiado àfldh0000753se po<strong>de</strong> vislumbrar violação mltis clara do artigo 1°, §1, que <strong>de</strong>termina o <strong>de</strong>verdo Estado <strong>de</strong> conduzir uma investigação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.V. Co_aio =Pelo acima exposto, os amici afirmam que o Estado brasileiro é responsável, poreção e omissão, pelos atos corneridos pelos funcionários da CRsa <strong>de</strong> RepoU'SoGusrarapes que violam os preceitos contidos na Convençâc Americana <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong>._ ..ames Louis al/amLecturer on l.aw, Harvard Law SchoolDiretnr <strong>de</strong> Relações Internacionais, Centro <strong>de</strong> JUl'tiça


•..•~,INTE'R - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION ItJTERAMÉRtCAIN'E DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATES0000754WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.11 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237. BrasilDamllio Xlmenes LopesEstimados sefiores:Tengo el agrado <strong>de</strong> dirigirme a uste<strong>de</strong>s en la oportunidad <strong>de</strong> acusar recibo <strong>de</strong> su escrito<strong>de</strong> amicus curiee, <strong>de</strong> fecha 1° <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003. presentado a la Comisi6n Interamerk:ana <strong>de</strong>,<strong>Derechos</strong> <strong>Humanos</strong> en el caso 12.237 (Damiao Ximenes Lopesl, Brasil.AI respecto, la Comisi6n agra<strong>de</strong>ce su interés en el caso y la preparaci6n <strong>de</strong>i mencionadoescrito <strong>de</strong> amicus curiee, que será <strong>de</strong> mucha utilidad en los trabajos <strong>de</strong> la Comisi6n.Aprovecho la oportunidad para saludar a uste<strong>de</strong>s muy atentame e,Ariel E. DulitzA cargo <strong>de</strong> la Secrerta EjecutivaSefioresCentro <strong>de</strong> Justiça Global;Ropes & Gray LLP eF6rum Cearense da Luta Antimanicomial no BrasilAv. Nossa Senhora <strong>de</strong> Copacabana, 540/402 Rio <strong>de</strong> JaneiroRJ. Brasil 22020-000Fax: 5521-2549-3599


1'.•"'~ .INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISIDN INTERAMERICANA .DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION 'INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME--------------------------o~~ORGANIZATION DF AMERICANSTATESWASHINGTON,D.e. 2 O O O 6U.S.A.SG/CIDH, ,A Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> tem a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil a fim<strong>de</strong> transmitir nota dirigida ao Ministério das Relações Exteriores <strong>de</strong> Brasil.•A Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> aproveita a oportunida<strong>de</strong> para reiterar à Missão Permanente <strong>de</strong>Brasil os protestos <strong>de</strong> alta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.Washington, D.C., 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003- -~--""""'·_·II__'._'__, .- .__. . ,. .. _


•INTER - AMERICAN COMM~SSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME0000756ORGANIZATION OF AMERICAN STATESWASHINGTON,D.e. 2 O O O 6U.S.A.29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237- BrasilDamião Ximenes LopesSenhor Ministro:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência, em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> (CIOH), com referencia ao caso em epigrafe.A propósito e em conformida<strong>de</strong> com o disposto no artigo 48(1 He) da ConvençãoAmericana sobre Direitos <strong>Humanos</strong>, a CIDH solicita ao ilustre Governo <strong>de</strong> VonaExcelência que haja por bem fornecer à Comissão cópia do contrato <strong>de</strong> direito público•ou do convênio que tenha sido celebrado entre o Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) e aCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, localizada no Municlpio <strong>de</strong> Sobral, Estado do Ceará, e emconformida<strong>de</strong> com o qual a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes esteve cre<strong>de</strong>nciada para•prestar serviços médicos em nome do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUSI.Muito grato ficarei por seus bons oficios no sentido <strong>de</strong> tomar as providênciasnecessárias para que a CIDH disponha da informação solk:itada no prazo <strong>de</strong> trinta dias,contados a partir da data <strong>de</strong>sta comunicação.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para renovar a Vossa Excelênciamais alta e distinta consi<strong>de</strong>racão.•srotestos da minhaSanti go A. antonSecr tario EkcutivoExcelentíssimo SenhorCelso AmorimMinistro <strong>de</strong> Estado das Relacões Exteriores do Brasil•Ministério das Relações ExterioresBrasília, Brasil- - --.----.~.-. • ......ta 'rCo"'"'' " ,_. ....H _~."' ,..... ' ...


..INTER - AMERtcAN COMMISSION ON HUMAN 'RIGHTS•COMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS,..•COMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME00757ORGANIZATION Of AMERICAN STATESWASHINGTON,D.e. 2 a a ai) U.S.A.1'6 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237. BrasilDamião Ximenes Lopes-•Prezada Senhora:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Senhoria em nome da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, a fim <strong>de</strong> acusar o recebimento <strong>de</strong> sua recebida nestaSecretaria Executiva em 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003, mediante a qual apresenta informações adicionaissobre ao caso acima mencionado.A referida comunicação foi <strong>de</strong>vidamente anotada e será incorporada ao expediente para os<strong>de</strong>vidos fins.•Atenciosamente,Ariel E. DulitzEncarregado da Secretaria ExecutivaSenhoraIrene Ximenes Lopes MirandaRua Pe. Angelim, 168 Centro62230-000 Ipueiras/CearáBrasilTel.: 5521-88-685-1281•...,,--'-------- . -------- '. ; •,.. . _....._- ••


_o~ o_o1'.........VJ"-1\.~~" - - -j'_.!'---.•Ipueiras-Ceará-Brasil, 28 <strong>de</strong>/maio <strong>de</strong> 2003. --,, o-\..." ......o-,I,A: COMISSAO INTERAMEiUCANA DE DIREITOS HUMANOS,_-'r--_-- ....'"----~____ - 000 ---Réf.: f'ettç-ló-NO 12.237· Srasil \I "." J\ 00 OamtloXimenes Lopes /. " ~r~ r.. t. " .. 'J' . ~.. . " "o o •• /. r, ­'", , "~',,! .- ='"'"" __ o ,"- ..........._._._----..-,..------------------- ,


•INTER - AMERICAN 'COMMISSION ON HUMAN RIGHTSICOMISION tNTERAME'RICA~A DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERleANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAM€R1CAINE DES DROITS DE L'HOMME'.•IORGANIZATION OF AMERICAN STATESWASHINGTON,D.C. 2 O OO 6U.S.A.00007598 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesPrezada Senhora:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Senhoria com relação ao caso em~pígrafe. Deconformida<strong>de</strong> com o estipulado no artigo 48(1 " t, da Convenção Americana sobre Direitos<strong>Humanos</strong>, a Comissão está à sua disposição para procurar chegar' a uma solução amistosa doassunto, com base no respeito aos direitos humanos reconhecidos na aludida Convenção. Nestesentido. muito lhe agra<strong>de</strong>cerei que no prazo <strong>de</strong> 30 dias contados a partir da data <strong>de</strong>stacomunicação, nos informe se estariam interessados em iniciar um procedimento <strong>de</strong> soluçãoamistosa.~nc' amen e,"\ I ~\ . I'" \..SJntiago\~. CantonSecretarió ExecutivoSenhoraIrene Ximenes lopes MirandaRua Pe. Angelim. 168 Centro62230-000 Ipueiras/CearáBrasilTel.: 5521-88-685-1281- ------'._- -_... _--~---_._.,-,-----, •• • ' _ ......... __ o.' ...,


'-'I•INTER . AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATES0000760WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>tem a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil a fim <strong>de</strong> transmitir umanota dirigida ao Ministério das Relações Exteriores <strong>de</strong> Brasil.A Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>aproveita a oportunida<strong>de</strong> para reiterar à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil osprotestos <strong>de</strong> alta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.! .IL,.....'. ashinçton, D.e., 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003I :- - ----.--.-.-.---" o _."_fIlO-TO_'0"_.' ~'........... '_~_._"a.• ~ me ...."n .rr . ~ _


I•INTER-AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISSÃO INTERAMERICANA OE DIREITOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME,ORGANIZACÃO DOS ESTADOS AMERICANOS•WASHINGTON, D.e. 2 O O O 6 U.S.A.00007618 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesSenhor Ministro:Em nome da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-mea Vossa Excelência em relação ao caso em epIgrafe.Em conformida<strong>de</strong> com o estipulado no artigo 48(1 I, f, da Convenção Americana sobre-Direitos <strong>Humanos</strong>, a Comissão está à disposição do Governo <strong>de</strong> Vossa Excelência para procurarchegar a uma solução amistosa do assunto, com base no respeito aos direitos humanosreconhecidos na aludida Convenção.Muito agra<strong>de</strong>cerei a Vossa Excelência tomar as medidas que consi<strong>de</strong>rar convenientes paraque a Comissão possa dispor tanto da resposta do Governo brasileiro a respeito <strong>de</strong> sua disposição<strong>de</strong> iniciar um procedimento <strong>de</strong> solução amistosa num prazo <strong>de</strong> 30 dias contados a partir da data<strong>de</strong>sta comunicação.",Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para expressar a Vossa Exce~ência o protesi0


INTE'R - AM'ERICAN COMMlSSION ON HUMAN RtGHTSCOMISION INTERAMERICA'NA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMCR~CANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATES0000762WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237. BrasilDamião Ximenes LopesPrezado Senhor Rocha Brito:Cumpre-me acusar o recebimento <strong>de</strong> sua atenciosa comunicação <strong>de</strong> Hl <strong>de</strong> março <strong>de</strong>2003, mediante a qual fornece observações sobre o fundo relacionadas com o caso emepigrafe.Conforme ao artigo 38(1) do Regulamento da CIDH, o Estado Brasileiro recebeu copiadas suas observações, com um prazo <strong>de</strong> 60 dias, a partir <strong>de</strong>sta data, para apresentarobservacões. .•,Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentata Vpssa Se~oria os protestos da minhaconsi<strong>de</strong>ração. ! I 1\;. , ~' -," ..• • •~antiago A. Canton ,Secretário ExecutivoSenhorJosé Arimá Rocha BritoAv. Dom Lufs, 500, sala 1619, Al<strong>de</strong>otaFortaleza, CearáBrasilCEP 60.160-230,II.. _-.~--_._~ ... '''4 ".- 1M'''' M...... _._._.~ M • Te • "',


-•..-INTEfl - AMfRICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMfRICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMM1SSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION OF AMERICAN STATESWASHINGTON,D.e. 2 O O O 6 U.S.A.0000763"SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> tem a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil a fim <strong>de</strong>Itransmitir cópia <strong>de</strong> uma nota dirigida ao Ministério das Relações Exteriores <strong>de</strong>Brasil.A Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos•<strong>Humanos</strong> aproveita a oportunida<strong>de</strong> para reiterar à Missão Permanente <strong>de</strong>Brasil os protestos <strong>de</strong> alta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração., ,'\, \ Washington, O.C., 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003, :\'~LI v' I; ",._-_._---------" , " I. U.••


INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES OROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATESWASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.,., "I ,-o l" 76 Al!\jlj j ,.30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003Ref.:•Caso N° 12.237- BrasilDamião Ximenes LopesSenhor Ministro:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência para transmitir-lhe, em nome daComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, informações adicionais enviadas pelopeticionário a respeito do mérito do caso em epígrafe.Rogo atenciosamente os bons ofícios <strong>de</strong> Vossa Excelência no sentido <strong>de</strong> que o ilustreGoverno do Brasil apresente as observações sobre o fundo que consi<strong>de</strong>rar oportunas no prazo<strong>de</strong> 60 dias, a partir da data <strong>de</strong>sta nota.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para renovar «Voss' Ex


",•...•••oooo7.6 5ATT: Dr. Ignácio AJvare7.../)Caso N°]2.237 - DAMIÃO XIMENES LOPES I (Brasil)•JRENE Xll\·fENES LOPES MIRANDA, brasileira, casada, ,resi<strong>de</strong>nte e domiciliada à Rua Pe. Angelim, 168, Centro, Município <strong>de</strong> ,Ipueiras, Estado do Ceará, Brasil, CEP N o 62230-000, vem, com o<strong>de</strong>vido e costumeiro acatamento, perante Vossa Excelência, por.• •intermédio <strong>de</strong> -seu advogado in fine firmado, expor e requerer o quesegue:Inicialmente faz a juntada <strong>de</strong> documentos que dizem respeito àAÇÃO DE lNDENlZAÇÃO que sua genitora - e <strong>de</strong> Damião XimenesLopes - a Sra. Albertina Viana Lopes, ingressou junto aS· Vara Cívelda Comarca <strong>de</strong> Sobral -. -Estado do Ceará - Brasil. - AÇAO DEINDENIZACÃO POR DANOS MORAIS contra a CASA DEREPOUSO GU ES. o Sr. SÉRGIO S FERREIRA\'-'-' --_~.dI",...'., oe: __ '. ,._~ .. _'"--.. . .... '"'


•00007662••GOMES e contra o Sr. FRANCISCO IVO DE VASCONCELOS, que atéa presente data encontra-se na fase <strong>de</strong> instrução, apesar <strong>de</strong> ter sido acitada ação interposta no mês <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2.000, ou seja, a mais <strong>de</strong> doisanos, sem que tenha sido a mesma sequer concluída em fase <strong>de</strong> primeirainstância frente ao Po<strong>de</strong>r Judiciário do Estado do Ceará,Faz, também, juntada <strong>de</strong> cópia da Ação Penal que tramita na 3 •Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral - Estado do Ceará - Brasil, a qual apura aresponsabilida<strong>de</strong> penal pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, ação estaacompanhada pela família da vítima <strong>de</strong>vidamente habilitada nos autos(tendo como advogado o causídico que subscreve esta petição). Tambémse encontra, ainda, em fase <strong>de</strong> instrução processual em primeirainstância, ou seja, passado mais <strong>de</strong> três QJlOSda morte violenta <strong>de</strong>Damião Ximenes Lopes, sequer a instrução do processo criminal emprimeira instância foi concluída..Junta a peticionante, outros documentos que po<strong>de</strong>m contribuir parao presente procedimento, bem como requer <strong>de</strong> V. Exa., a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong>nova data para a realização da audiência para exposição do caso DamiãoXimenes Lopes (<strong>de</strong>poimento da Sra. Irene Ximenes Lopes Miranda).rogando que seja intimada da audiência - caso seja <strong>de</strong>ferido o pedido ­com antecedência para que possa provi<strong>de</strong>nciar passagens e hospedagem.Nestes termos pe<strong>de</strong> e espera <strong>de</strong>ferimento. por Justiça.Fortaleza- CE.• 10 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2.003.p.p Jos A • fRoc a BritoAdvooOAR- .•. 9092.Escritório Profissional à Av. Dom Luís. 500,sala 1619. AMemo.Fonaleza- Ceará - Brasil. CEP N °60.160-230.PABX (Oxx85) 458.1009 - Cei. (Oxx85) 9984.6093F.-mail: arimarrochaili!uol.com.br=-- '-- ~~ .....,------ ... ~ .._.... _'.'._--.....-._._.---- ---------- -'~.'. ,-" .._ ..._._-_. . .


•- , ••"•"•0000767 . .. ',~''''',), )..•-•SECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTtNCIA SOCIAL,PORTARIAlCCA N.113, DE 10 DE JULHO DE 2000•• , .Disp6e sobre o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamentoda Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes comoinstltulçlo contratada para prestaçlo <strong>de</strong>serviços ao SUS e dA outras providências•O SECRETÁRIO DE SAÚDE '€ASSISrt:NCIA SOCIAl,no uso <strong>de</strong> suas atribuições, e .,,,,.'


••."- ••... '0000768,j", ,)•-••CONSIDERANDO e re<strong>de</strong>fmiçêo das abordagensterapêuticas dos usuários da re<strong>de</strong> assistencial psiquiátrica do Município por parte daEquipe Interdisciplinar <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> Sobral e da Junta Interventora da Casa .<strong>de</strong> Repouso Guararapes; ,. CONSIDERANDO o cre<strong>de</strong>nciamento do Hospital Dr.Estevão Ponte para prestação <strong>de</strong> serviços ao SUS, envolvendo as urgênciaspsiquiátricas;CONSIDERANDO a estruturação da ResidênciaTerapêutica no Município <strong>de</strong> Sobral como alternativa assistencial aos pacientescroniticados e àqueles com perda do vínculo familiar;COSIDERANDO a estruturação do CAPS <strong>de</strong> Sobral paraassistência intêrdisciplinar especializada aos pacientes psiquiátricos resi<strong>de</strong>ntes noMunicípio no nível ambulalorial, e à adscrição <strong>de</strong>stes às Equipes do Programa <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> da familia; e .CONSIDERANDO a vinculação <strong>de</strong> pacientes psiquiátricosproce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> outros municípios que necessitem <strong>de</strong> assistência psiquiétrica nonível ambulatorial ao Ambulatório Especializado em Psiqui~ do centro <strong>de</strong>. . ......~.Especialida<strong>de</strong>s Médicas. ..'... ,RESOLVE: . : .j;(\.


'.•, .• #•C000769"o .,., I-•lr••\M. 5.- ~ Caberé à Coor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Controle eAvaliação e ao Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria proce<strong>de</strong>rem à avaliaçAo da estrutura,dos processos e dos resultados da re<strong>de</strong> assistencial à saú<strong>de</strong> mental do Municipio,propondo, <strong>de</strong>ntro dos Conceitos <strong>de</strong> eficécia, efetivida<strong>de</strong> e eficiência, medidasnecessárias à excelência da qualida<strong>de</strong> dos serviços pertinentes.. M. 6.- • Os casos omissos serêo resolvidos peloSecretário <strong>de</strong>. Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong> Sobral.M. 5.° • Esta portaria entra em vigor na data da suapublicação e revoga todas as disposiçOes em contrário.•--_.- _..- .. " .•SECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTêNCtA SOCIAL DE SOBRAL, em 10 <strong>de</strong> julho<strong>de</strong> 2000..' ....".': :•'".­",.... -.-.. •.' .,.' '., ."1'1 . ,~. ," .• ::..~. •. ".~ I ,_. .. .~....Publique-se, registre••• cumpra-s.:-'~ -• '~;tj," 'I."h.~'" ,,:,:"" _ .~.... .~: ,I,. ~.' .• 'l:.' ~ • ...... •..A~" • -"~ . o."" •, ;. '~,,l!~ ..;'~'~'t--,.' ~. -..... .":. '.' o'., ,. ' .... . "':~ •• •.o , .11 .• , :. - .. ,.-.. ~ ~ .. -. ,;o:i:t~"" ..&l, ~ •• ~.,."'••.• 1 -~_. ._" • ...,..-.~.'I' ~..~~'''I>-~'';I- ~- .. :.. -,- - ' "., .'lo" '. . • '."~ ," "'..., . ';." ..•.i ........ .. . ........~ __, ..'. . ..".-,••. i:' -"'"", .l'"""'i o e. I; • .,.".... •..• ~,,, ~ •.":' ~ , '. ..., •... r. •.. ~ .•~ •.. -:L...... ,' •••• - ._.,.~. ~"" ;;'L:.~.~.'\~-»,,~~l·,. ".:..:"•.. .l'-~ .. ,.~.,':~""'... .... . i'~."· ,. ..~ ... -,' .., ••••• :'>".• , '~.'''·o'··. '.... ---~•.•• '!" ~~.",,,,,,,- ...,:.:·r~,,,,~~,,,,,'.:" '.~':"? .' ~"""" .......'·'/,.:·,,!,,;.t:~., ··~i.l :;. ... . .. ~_ ....;!I.. . ..,,~ ~~ . ,"~ J-' J'I~~,' .• ... ........', I" '~,,' o~· J " .1""... .; .., "'f'i ,..' " ....['~ , ..:::: '. ::~ .::":')..~ '.'~':"":.": í~ .J ~.; ':[r:.:~'.,'.,::. ~.....,:. . .~f.'.: ~. ~':-'" \, ':'."_·"I'~t~··':i;" r, '~ ">.. . ... .·,i .,~..~;,. '.....: ....!::~~'. ,)""L.... ç.I',~'i'e: 1 - . ~~... .Ii'f', . ". ''''''',"'0;: ..r ' ., ... I :. ~~"ffllP"...... o ' ••'. :;... ~,-..: ..' .. ..::i,"'~"";" .:~·.,ji=\l'~'~'~'.·'~·;., ~ l a " .•--.:' . . !:,,..t:...," :0 ,...............j,._ 1',•..r . ••... r,".' ..· • :""··'.ol ,."'." '." . .' ". • . .' .•.•.,.' "II"~' •... .: ~ •'. W"·


Sec


f?".,t'«: Sobral-Ce. sâbado, 15 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2000F'~-""-- ._,_ ..- .....- ..., ,v)•Antigamente. II Lei n-·o. J.05lJIIl!, Que ttll18 dos Juâadosfspeela/s C/yels e Crlmlna/s,somente 8dmi1ia as pessoas tiSicascape2es parll proporem eçees ereclamaç6es eseme do Jui~.doEsPK"'. e:lletuindo c::ornpIetamen­. te Quaisquer tipos <strong>de</strong> pessoasjuridicas. CCIIlforme o An. ..., § 1-·d8 cil&da lei.por'm. um dOS e51edosteee-euves ereeuenes. (I RJoGran<strong>de</strong> do Sul. <strong>de</strong>u c primeiropasso para reverler tal siluaçloInjusta pere com empresas <strong>de</strong>menor porte financetro. tais tomO.11'5 microemprefõ8S. 8S enlid8GeStilantrópicas, benenceraee e.sistentiaise. por fim. os COIlOOmionios represemados petos slnclieoS.Os legisladores geúctlos. ·5emesroe,e, o I,em "'.15"-, cri.uem IIL.'EsladUa/".. 5,••6111, NI QUeIem seu Arf. 5", § '-', reze. ipsislitfeoris. o se-gulnte: "'S""(I admJfI.dos a "ropor 8('0 pe,a"•• oJubado •• p....o.s 'i.'ca•••m/cro.mp'•••• a .n'lcfad."n.licen'. ou ••sls.enclal. ocondomlnlo. cruando r.p,e•••'U."o p ....o."nen.e peloalradlcoUIMmisr4rio PublicfJ"'.Entre1enlO, e'lIm CIISOS",oladOS <strong>de</strong> elguns esl8do! tupintoQuina Que eplieevem li lei1e<strong>de</strong>l1l1emprol <strong>de</strong> penDes jurlCliCIIs com~dO wPO'1efll'\8nceiro. bf.oneflCl-­IIndO·lls com II meior jusle211juri$dicionlll.Recentemente. em fins <strong>de</strong>maio <strong>de</strong>ste ano. os Goor<strong>de</strong>neóoJeSdos Jubados Especiais eh'eis eCrirninaisdo Bta". no VII Ent:O'\lroN.clOn8l. resolver.m finelmente IIquesllto.emitindo o parK.el adientl'lran$Crilo: o.Relfef8" por Ion;. dos•'."0. d. Lei N-' 1.1.1/91.(ODtSIO CUNHA FILHO..dvog.doem Soblal-Ce.• lo,,,,..do".181JN1F0R)•,,ALUGAM·SE APARTAMENTOS E SALASCOMERCIAIS NO EDIFíCIO HELENA IBIAPINA,- .-...... - •• "' ,""." ..... ,.,." U'6 DIOcrOn 1'110. "f)~


•,••••0000772,.r.-...... "ISecretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Asslsttncia Social•OfIcio Circular N.· 23212000lS5ASRef. Processo N.· 002199/50--_._----.. --...- .••." . _.•. --:--:--...... . .-.Sobr~l. 03 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000,Prezado Senhor(a),•. . ._. .....À vista do resultado da apur8Çlo cIu <strong>de</strong>núnciaproferidas pelas Sres, Albertina Viana Lopes e .Irene Ximenea Lopes MIrw*,­concernentes ao óbito <strong>de</strong> Oamilo XImenea Lopes na C... <strong>de</strong> RepousoGuararapes. consubstanciado no Relatório <strong>de</strong> Sindicênc:ia Ref8!8nte ao Promao002/99, e consi<strong>de</strong>rando a. • nele cOntidas, 88tM'lOIa V. Sra, uma cópia do referido relatório pant conhecimento e provid6nci..cabfveis. '.•Outrossim, informemos que, com base nas .e recomendações da Comis. <strong>de</strong> SindicAnáa qUe 8p11OU os fatos constantes do•."'--• •Processo N.o 002/99, o Conselho Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobrei, atr8v6a <strong>de</strong>Resolução/CMSS N.· 00112000, <strong>de</strong>terminou ê Sea~taria Municipe! <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> eAssistência Social,. que interviesse gerencialmente naquele nosocllmio por 90(noventa) dias, com o ,~.. <strong>de</strong> admi~ • saneé-lo, gerindo 08 reanoarepassados pelo Si8tem8'lJnico <strong>de</strong> S&ú<strong>de</strong>·- SUS; recidando e coor<strong>de</strong>nando 08recursos' humanos existentes; aferindo a conveniência dos métodos eequipamentos tnilizadoli ni:)'1mbito terapêutico e psioossocial. Tal <strong>de</strong>terminaçAofoi efetivada pela publicaçIO. da Port8iaISSAS N.· 26, <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000,também anexa 80~. .• #. .-•••~~.~#...••_.."' ---- -~o.". :-:,;:.:.::.-...;:. ". " •.•• ;...... •. c. . •..... ~ ..." .._.. -- ..._ ---"-- ...-. .. ,"~. . . - .. r se.,;,..~:"~~"~'';_ .....~.. ~:'z~ "i~."'411!'1l!",,~~.' ..' .....;,i. ." ... ~~: ~~ .~:. • ••'W .. • ....:....... _ •: ~>#.:.:~... ~: -_-~~. ;f,i. ~J.:';:".. ,":'.'. . ~ ~'... ~ ....".....:..-,:..~'n"!. . ..)~ .: ~.~ •..:-•~.o4#!.:.:lo" :l_'" r • • :'(;.. . ~.'f'!:.... I tfF4.• ~ ..•....,.=."" -....·'....•. -:.t."'·'.'.•. "••...:i. '~'~"-. 'o'__________ - _.'.' ·..··0' '.' • ........,; ~ .....- _,~,,,..:.,,.,- . 'il-oeo-SQIIW oa*•_..-Ii-*~-.:... - .. .... ....-,-_.-----.... _.._. --...--.. ....----..... " ,'= ' =_.u _,.__,,__ •"'---.,.'. w...."" ......,.,..... _ _I P II


• •••0000173_.•fr~M~""~ íú~oAo/Sendo o que se apresenta para o momento, servimonosda oportunida<strong>de</strong> para expressar a V. Sra. protestos <strong>de</strong> considaraçiO eapreço...,• ,..1.··/. ~. ...../.__ o _'. '.__•.d•.Sobral-.-•J, \EXMO. SR.DEPUTADO JOÃO ALFREDOM.D. PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ALECAV. DESEMBARGADOR MOREIRA, 2~7. DIONlslO TORRES, FORTALEZA-CE,•••• •" . •, ,•••- . . .--- ..- ...... _. _..' . . ,." . -" ...-- ..,... __.........._~--------- ,". -- . -·---·--·_·_~·_'N__' '_':1__"••_._.~.~.~. _


1"1·0I:!-D.: esa&111"1'114••.''''')•I, •ESTADO DO CEARAMUNiCípIO DE SOBRALSECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL•PORTARIA N° 026 DE 02 DE MARÇO DE 2000•Decreta uma Junta InterventofB naCASA' DE REPOUSO GUARARAPES,unida<strong>de</strong> privada <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> prestadora <strong>de</strong>serviços sob direção do Sistema Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> - SUS, na forma que indica e dáoutras providências.•- -- -J , ,o SECRETÁRIO MUNICIPAL DESAÜDE E•ASSISTENCIA SOCIAL, no uso <strong>de</strong> suas atribuições que lhe confereos incisos \I e V do art, 68, da lei Orgânica do Município, e,.'0- • ..••• ••CONSIDERANDO, o que dispõe o "caput" do Art. 196Oê GOnstituic;no Fe<strong>de</strong>m!. oQual imOOYrpes!'oOn üsica ou juridica <strong>de</strong> cueuo ~"VélUO : / I i \ ..... /. .,~ I',, \. . ,(; " - , ; ,> ~ ." \-\/1/ /''-. ~\. \t' •mOIl: epovol!VOl.ce.gov.or • nn(".J:"wWW.UU,;':!·YUV.l."-". . .. .


•••. ,I'"- .JESTADO DO CEARÁoOOO775'. , . ;- .J..••MUNiCípIO DE SOBRALSECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTENCIA SOCIALCONSIDERANDO, ainda, os dispositivosoon"tituc;ionoi". repoul'edol' no Art. 2QO, oe quai& assegurem quecompete ao Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS, alél'!1 <strong>de</strong> outrasatribuições. o controle e fiscalização <strong>de</strong> procedimentos, produtos esubstências <strong>de</strong> interesae pare e saú<strong>de</strong> e participar da produção <strong>de</strong>-,medicamentos. equipamentos. imunobiológicos, hemo<strong>de</strong>rivados eoutros <strong>de</strong>rivados; a execução das acões <strong>de</strong> vigilânCia sanitária eepi<strong>de</strong>miológica. bem como as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do trabalhador: a or<strong>de</strong>nBçlIo daformação <strong>de</strong> recursos humanos da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: fiscalizer einspecionar alimentos. compreendido o controle <strong>de</strong> seu teor nutricional.-bem como bebidas e águas para consumo humano;•. CONSIDERANDO, o conceito <strong>de</strong> Sistema Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> - SUS <strong>de</strong>lineado pelo Art. 4" da lei Fe<strong>de</strong>ral, n" e.080 <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong>setembro <strong>de</strong> 1990, <strong>de</strong>scrito como o conjunto <strong>de</strong> açôes e serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>. prestados por órgãos e instituições públicas fe<strong>de</strong>rais. estaduais-''") ,ê munieiDai~. da Admini~traeáo Dirêta ê lndirêla ê das fundacÕêsmantidas pelo Po<strong>de</strong>r Público, constitui o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> -•SUS, assegurando. ainda, em seu § 2 , que é e iniCiativa privada po<strong>de</strong>ráparticipar do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS. em caráter complementar;.....••...• ••.CONSIDERANDO} u Art. O· da Lei FeCleral n" 0.000<strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990, no qual se inclui no campo <strong>de</strong> atuação do•Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS. a execução <strong>de</strong> aÇÔ8s <strong>de</strong> vigilãnciasanitária. vigilância epi<strong>de</strong>miológica. <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do trabalhador, e. emespecial. o. controle e a fiscahzacào <strong>de</strong> serviços. produtos e substâncias<strong>de</strong>- ,ntercs$.(' ptu.o :" ~ih·!.:f,:·: o o ••• _ ••, ,•eÔNSI{j~l{ÀNúO, a expianaç&o Jurldlca do Án. ,fda Lei Fe<strong>de</strong>ral n" 8.080 <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990. a qual asseguraque as acões e servrços publlCoS <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e OSserviços privados•c;ontretodoG ou oonvcniodoc que ,ntesrem o Si-.iem8 Unico <strong>de</strong> S ..ú<strong>de</strong> -(\,SUS são <strong>de</strong>senvolvl~OS <strong>de</strong> acordo com as diretr~es. ~revistas no Art \.19t:! da Constmnçao fe<strong>de</strong>ral. ooeoecendo alguns prmcunos. entre os \-""..-·-"'7 ~.. ~ .~\).• _ / a. .".,.... ,. ~.~ "",".,.. , ,,/,, ,\. ".._._ .. - -.' • •,


•,0_L•,r!" . : ,~.' ".,,-:,,·:n·.'1:·1 'H.1ff' R.~:o:.'l~, no-.c ,.(). : 088611101


••"'.'..'. , ,"':W' .~,,~. 02 2B00 ~:49F'M P4'.0000777•. ,;:'~.- • •..J••IIr•ESTADO DO CEARÁMUNIClplO DE SOBRALSECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL. . ....-..- ._ ...* CONSIDERANDO, <strong>de</strong>núncia15 efetuadse pela.Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativa do Estado doCeará: pela Comissão Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental - SESA: e Processon° 08105.001068199-62(3) da Procuradoria Regional dos Direitos doCidadão. ente do Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral; e Relatório <strong>de</strong> Sindicãncia.- -•n° 002199, confeccionado pelo Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria.resultante <strong>de</strong> apuração circunstanciada' sobre os cr;mes <strong>de</strong> ioriura ehomicidio do paciente DAMIÃO XIMENES LOPES, com o fito <strong>de</strong> .-",::aguilatar responsabilida<strong>de</strong> civil e penal, no qual se conclui\.!, "que 8CASA DE REPOUSO GUARARAPES, não oferece condições <strong>de</strong>funcionamento consoante à legislação sanitária pet1inente e que háeviOéncia oe maus tratos oe ICnUlei e <strong>de</strong> abuso sfJ)Cual <strong>de</strong> pacialllas.";-CONSIDERANDO, <strong>de</strong>cisão do CONSELHOMUNICIPAL DE SAÚDE, em reunião extraordinária datada <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong>fevereiro do ano em curso, <strong>de</strong>cidiu na RESOLUÇAo N° 001/00, pelaINTERVENÇÃO, por pane (10 orgao gestor municipal Oe saeoe, naCASA DE REPOUSO GUARARAPES, através <strong>de</strong> uma JUNTAINTERVENTORA;•• ••• •• •••R E S O L V E:Art. 1° • Fica instituida uma JUNTA INT:ERVENTORA,pelo periodo <strong>de</strong> 90 movemaj dias. com a finalida<strong>de</strong> do gerenciamentotécnico Q MminiQtHHivo dg CASA DE ~E~OUSO GUAPARA~ES.. ,Art.2 • A JUNTA INTERVEN10RA prevista no art. 1<strong>de</strong>sta Portaria. será composta pelos seguintes membros:a) WALTER ROBERTO P. DA SILVA, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>lí)I·TF · r .· ;,(:'nip: _ • __ ' .....1 . '"1'''1('''0.0. J' . '- 'IIi r ,b) RAIMUNDA NONATA DO N. SILVA. na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ~D'rf~lOr;:; Tecmca <strong>de</strong> Enlermôgé'm; .


•,••...,..• , -el'• -..~.'• •0000778•-• o•,,ESTADO DO CEARÁ•MUNiCípIO DE SOBRALSECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIALc) CINTHIA B. CARNEIRO. na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> DiretoraClínica:d) FRANCISCA LOPES DE SOUSA, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>•mlE:grenle;e) MAYURI HASSANO, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrante. - . -<strong>de</strong>An. 3· • A JUNTA INTERVENTORA t9r6 oe atribuiçõocadministrar e sanear a Casa <strong>de</strong> Repouso Gurarapes, gerindo os• •rçç~r§9; r;~{l;§i1Q9~ ~1g Giôtçma ÚniGO 00 Bélú<strong>de</strong> - BUB: reClcl8000 ~coor<strong>de</strong>nando os recursos humanos existentes: aferindo a conveniênciados métodos. e equipamentos utilizados no âmbito terapêutico epsicosoclal.-Art.4• - Estao •Portaria entra em vIgor na data <strong>de</strong> suapublicação. revogadas as disposições em contrário.---_. __ .SECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIALDI: SOBRAL, em 02 ele MaF50 ele 2000•~I.'.s --~-" ; .. ' - --;,1:--" • .../ - -' ..' ç":.... . .. '~.' ~.-...: / ............- . ............ ..... .. /-i.'1' ~_ ........ "... '7..", .",'.: - ._.-'-.-LtUtLk'" ~RíêÔ"1Vl~m-f~~ooj ANDRADESecretario <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assisténcia Social••••••• •••••., ".._.-- / Jir;..-- ._-- I~ \.. o .' • ) ', Jo" o" • /,- , ... -.... - .... -"-'':'''--.... ....-..." t 1.:1' "'. ! lo , ._-_-f:...-..:...-.....:......:...__--:.._------_..rnou: epovuú''Uol.ce.Çlov.bl - hf1r.J:I/www.ol.ce.Qov : ,- . __ . _.. ._ .•_ • __,........ • ._.• .•.- - - . o. _"_.' ',~ • .,_. ._-.-..-.- _ai


•· ~;•" ..''''••'.Diãrio do Nor<strong>de</strong>ste, '".0000779 ,••..,oteU1e•KiloucuraREGIONALPrêmio•" .'•· •'. \• •· . RalIy .. .,!' "I' ,o' ,r .t {)ia·II <strong>de</strong> julho, Quixn­CUIrlpt'lição. CI ~uell")N'';nl'"pnllr.n,"n.f~1IFérias<strong>de</strong> ""',..11 dI!Eun.po. Afrim .. ÂII;". UI


•• •A.- • PREFEITURA MUNICIPAL DE SOBRALSECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTtNCIA SOCIAL•"0000780 ••Oficio N." 46 Sobral, IO<strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999•DE: Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assisténcia Social <strong>de</strong> SoJnIPARA: Comisslo <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania da ALECASSUNTO:~•o•-Exmo. Sr. Presi<strong>de</strong>nte:Face a <strong>de</strong>núncia proferida pela Sra. Albertina Viana Lopes, mie <strong>de</strong> usuário do SUScu' internamento em ho ital si uiátrico <strong>de</strong>ste muni ., r em exJtconsi<strong>de</strong>rando o convite fonnulado por V. Exa. Para participar da Audiéncia PUblica paradiscutir sobre a "Saú<strong>de</strong> Mental e Direitos <strong>Humanos</strong>: A. Realida<strong>de</strong> do Ceari", julgamosoponuno esclarecer as providéncias tomadas por esta Secretaria, até o mamemo. no sentido<strong>de</strong> du seqüéncia i mesma confonne dispõem as nonnas e dispositivos legais do SUS. asaber;•1. lnstauraçio <strong>de</strong> Comisslo <strong>de</strong> Incjuérito Administrativo da Saú<strong>de</strong> para apuraros fatos constantes da <strong>de</strong>núncia proferida pela Sra. Albertina Viana Lopes, conformePortaria N." 00l/CCAA, anexa, cujos uabalhosjá se encontram em andamento.2. Consecuçio <strong>de</strong> visitas <strong>de</strong> inspeçlo da equipe da Coor<strong>de</strong>naçlo <strong>de</strong> Controle,Avaliaçio e Auditoria, cujos <strong>de</strong>sdobramentos e:ncontram-se no Oficio N.'" 10241SSAS e norelatório <strong>de</strong> lnspeçio da Vigilincia Sanitária, anexos.3. lntervençio funcional na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes para a<strong>de</strong>quá-Ia aositens da Proposta para Implantaçio da Re<strong>de</strong> Municipal <strong>de</strong> Assisténcia à Saú<strong>de</strong>, tambémanexa, a qual está sendo perpetrada a partir <strong>de</strong> negociações com o proprietàrio dainstituiçio.Sendo o que se apresenta para o rnomemo. apresentamos protestos <strong>de</strong> elevadaestima e consi<strong>de</strong>raçio.-::t--_. -:>-0. 0---•.ANDRADEisténcia Social. .. .~._....--Exmo. Sr. Deputado Joio AlfjedoDO Presi<strong>de</strong>nte da Comisslo <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania da ALECFortaIeza-eE--.-~....• • o ••__ • -.. •• __.. _$. •""H • I OAA


Para: Irene Ximenes0000781Prezada Sra.,Conforme a solicitação que me foi feita, procedo a seguir a <strong>de</strong>scrição doentendimento que tenho acerca do quadro psicopatológico e diagnóstico <strong>de</strong> seuirmão, o sr. Damião Ximenes, falecido nas circunstâncias trágicas que vem sendo<strong>de</strong>nunciadas e investigadas.o entendimento que tenho acerca <strong>de</strong> sua solicitação é <strong>de</strong> que há um <strong>de</strong>sejoda família e do advogado contratado por vocês, em compreen<strong>de</strong>r o que aconteciaa Damião antes <strong>de</strong> seu falecimento, <strong>de</strong> qual era sua doença e <strong>de</strong> como essadoença interferiu na sua morte. Com esse entendimento, procedo a seguir a<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> comentários aos fatos narrados sobre Damião, sobre a doença <strong>de</strong>le,sobre os relacionamentos e a dinâmica da sua família no livro InstituiçõesSinistras: Mortes Violentas em Hospitais Psiquiátricos.'\:.;c, Antes <strong>de</strong> tudo, preciso lhe pedir que não veja nestas consi<strong>de</strong>rações quefaço se revestem na elaboração <strong>de</strong>' um diagnóstico médico, pois isso nfio seriapossível. tampouco seria correto, uma vez que não conheci nem atendi Damião.Contudo, tenho satisfação em prestar.. a vocês os esclarecimentos que mesolicitam acerca da doença <strong>de</strong>le, <strong>de</strong> como esta po<strong>de</strong> ler interferido na vida <strong>de</strong>le, ecomo po<strong>de</strong> ter contribuído com sua morte.SOBRE OS ANTECEDENTES PESSOAIS DE DAMIÃO~.Ó:É digno <strong>de</strong> nota, sua pontuação no capítulo do referido livro, que Damião 'teve infância sem quaisquer sinais <strong>de</strong> alterações <strong>de</strong> comportamento. Oe gran<strong>de</strong>importância também é o fato <strong>de</strong>le ser gêmeo <strong>de</strong> Cosme, e da amiza<strong>de</strong> ,e carinhoque um <strong>de</strong>monstrava pelo outro, conforme entendi.Acentuo ainda como importante sua <strong>de</strong>scrições acerca da astúcia eesperteza <strong>de</strong> Damiâo, além das habilida<strong>de</strong>s com cálculos matemáticos. Como omesmo evoluiu sem manifestação <strong>de</strong> alterações <strong>de</strong> comportamento até seus 17anos, e só <strong>de</strong>senvolveu os primeiros sinais <strong>de</strong> alteração comportamental apóstraumatismo crânio-encefálico e após castigos fisicos do pai enquanto dormia, soulevada a fazer a primeira suposição <strong>de</strong> que ele possa ter <strong>de</strong>senvolvido transtornomental conhecido como <strong>de</strong> origem orgãnica, ou <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> alguma doençaorgânica. Pois foi a partir daí que a família <strong>de</strong> vocês começou a notar que eleapresentava sonambulismo e que passou a apresentar episódios em que parecia


-,I••0000782Pelo seu relato, Damiã1:> ficou em casa <strong>de</strong> 1995, ano <strong>de</strong>sse primeiro internamento,até meados <strong>de</strong> 1998, quando voltou a piorar, apresentando gran<strong>de</strong> agitaçãopsicomotora na viagem <strong>de</strong> volta <strong>de</strong> fortaleza a Varjota, sob efeito colateral <strong>de</strong>medicamentos, <strong>de</strong>scrito em seu relato como • impregnaÇáo·. Neste dia, há a<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> que Damião chegou a <strong>de</strong>sorientar-se totalmente sair andando semrumo tendo sido trazido até sua mãe amarrado em um carrinho, quando foinovamente internado no Guararapes, on<strong>de</strong> ao chegar apresentou quadro <strong>de</strong>agitação, rolando, <strong>de</strong>batendo-se pelo chão e <strong>de</strong>sorientado, Ó que sugere algumtipo <strong>de</strong> alteração neurológica. Pelo que entendi, quando Damião foi levado em1999, para urna consulta e foi internado por receio <strong>de</strong> que piorasse, foi após umano em que não vinha bem, sem melhoras, mas foi levado calmo e sem alteraçõesoutras no seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou outras doenças ao Guararapes.o ÚLTIMO INTERNAMENTOTanto é que nos registros do hospital, <strong>de</strong>sse internamento <strong>de</strong> 1999, <strong>de</strong>scritos nosrelatórios <strong>de</strong> sindicãncia, não há referências às lesões tisicas encontradas nanecropsia. No relatório do Conselho Regional <strong>de</strong> Enfermagem há referênciasimportantes do corpo <strong>de</strong> auxiliares <strong>de</strong> enfermagem, on<strong>de</strong> por exemplo, o auxiliarFRANCISCO ANTONIO NASCIMENTO FREIRE, <strong>de</strong>screve que na manhã do diaem que faleceu, e antes <strong>de</strong> sua mãe vê-lo, Damião pediu para lhe retirarem ascontenções, postas durante a noite' do dia 3 <strong>de</strong> outubro, quando o auxiliar<strong>de</strong>screve ter encontrado Damião agressivo, com lesão no supercilio esquerdo esangrando, e que após ser (naquele estado e naquele momento) contido, sem sermedicado, pois não havia prescrição, ficou-calmo.•Ainda segundo este auxiliar <strong>de</strong> enfermagem havia relatos <strong>de</strong> que na tar<strong>de</strong>daquele dia 3 <strong>de</strong> outubro, Damião havia caído no banheiro, pela manhã do dia 4ele pediu a retirada da contenção e segundo o profISsional, saiu andando ao pátiocom os outros pacientes, segundo o auxiliar, sem recordar ter estado agressivo nodia anterior.Acentuo aqui a gravida<strong>de</strong> do relato <strong>de</strong> ANTONIO VITORINO S. RUFINO, que<strong>de</strong>screve ter encontrado Damião na manhã do dia -4 <strong>de</strong> outubro, contido, com asmãos para trás, no pátio e ainda com sangramento nasal e lesão no supercílioesquerdo, já referidas por auxiliares em registras <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> outubro. Não dá paraafirmar se nessa terceira internação, Damião apresentava-se com novo episódio<strong>de</strong> quadro psic6tico, até acredito que sim, pela recusa em usar os medicamentos,mas, a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong> parece confusa nos registros da enfermagem,on<strong>de</strong> ora há referência a brigas, ora há referência a que a lesão no supercílioesquerdo era <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> queda no banheiro. O que me leva a refletir acerca daausência <strong>de</strong> envolvimento <strong>de</strong> Damião em brigas nos registras da enfermagemnaqueles dois primeiros dias <strong>de</strong> internação.Consi<strong>de</strong>ro da maior importância que seja dado muita atenção ás <strong>de</strong>scrições dosauxiliares <strong>de</strong> enfermagem, on<strong>de</strong> está registrado que na manhã <strong>de</strong> -4 <strong>de</strong> outubro,Damião encontrava-se no pátio, contido, com mãos para trás, com sangramento.. -----_......, ..,. .,. ...... .


I••••estar fora <strong>de</strong> si, ou <strong>de</strong>sorientado? O que reforça a hipótese <strong>de</strong> que ele estivesse<strong>de</strong>senvolvendo um quadro <strong>de</strong> origem orgânica, <strong>de</strong> origem em alterações nofuncionamento do cérebro, que po<strong>de</strong>m provocar alterações no comportamento daspessoas, mesmo sem outras conseqüências no funcionamento dos <strong>de</strong>mais órgãosdo corpo.'.Contudo, é também digno <strong>de</strong> nota, o fato que Cosme, gêmeo <strong>de</strong> Damião terapresentado alterações <strong>de</strong> comportamento quando <strong>de</strong> seu afastamento do lar e daconvivência com a família, ao viajar para o Rio <strong>de</strong> Janeiro, sendo inclusiveinternado no que é <strong>de</strong>scrito no livro como um manicômio. E que ao retomar para oCeará, alternava crises, <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão (?) com Damião.Em seu relato, seu irmão Damião antes conhecido por sua esperteza e astúcia,passou a apresentar episódios em que era visto chorando, foi ficando retraído,sem hábito <strong>de</strong> conversar sobre os próprios sentimentos, sem relacionamentosafetivos, apesar <strong>de</strong> exibir rigor na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> critérios e qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mulherespor quem se interessaria, por exemplo. Além disso, ainda mantinha-se comsonhos <strong>de</strong> adquirir maior po<strong>de</strong>r aquisitivo, era afeito ás artes, à música e eracriativo. Mas, ainda apresentava períodos em que se apresentava sem alteraçõesno comportamento.•Diante <strong>de</strong>sse quadro sou levada a pon<strong>de</strong>rar se Damião, como Cosme, nflo teriam<strong>de</strong>senvolvido quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão, que àquela época, po<strong>de</strong>ria ter levado Cosmea um internamento.Mas, no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> seu relato no livro, há a forte referência à evoluçio <strong>de</strong>•Damião com progressiva piora, aumento da freqüência .dos sintomas e diminuiçãodo tempo entre os episódios em que apresenteva crises, que duravam maistempo. Além disso, no seu relato há referência às mudanças nas alteraçõesapresentadas por Damião, on<strong>de</strong> ele passou a apresentar-se mais retraído, aprocurar mais isolamento, alheamento ao que ocorria a seu redor e episódios <strong>de</strong>sorrisos sem motivo aparente, além <strong>de</strong> discurso <strong>de</strong>sconexo em algumas ocasiões,o que sugere ser um quadro <strong>de</strong>finido pela psiquiatria como quadro psicótico,habitualmente Causador <strong>de</strong> mais sofrimento e afastamento das pessoas <strong>de</strong> seus "padrões <strong>de</strong> comportamento.o PRIMEIRO INTERNAMENTODe fato, a gravida<strong>de</strong> do quadro <strong>de</strong> Damião foi aumentando com o tempo, a ponto<strong>de</strong>le ser levado a essa época ao seu primeiro internamento, em 1995, on<strong>de</strong> ficoucerca <strong>de</strong> dois meses e retornou <strong>de</strong>screvendo ter visto muita violência, mas compouco <strong>de</strong>talhamento disto e sem <strong>de</strong>screver as emoções sentidas. Mas, éimportante notar que voltou melhorado, com o uso <strong>de</strong> medicamentosprovavelmente psicoativos, conhecidos como· controlados·- ..- ......~.- ,"""'~- ,,-.,- .....,-.----_~ ·m~ .. __ •


•••0000784J..••anotado também no plantão noturno <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> outubro, e que não há registro <strong>de</strong>exame e investigação das lesões e <strong>de</strong>sse sangramento. Além disso, também estéanotado que na noite <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> outubro, Damião fora encontrado agressivo e fOicontido, sangrando pelo nariz, e que ficou calmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser contie/o.Consi<strong>de</strong>ro tudo isso <strong>de</strong> enorme importância, pois indícios <strong>de</strong> que essesangramento foi <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> um trauma craniano, durante brigas(!) ou queda eque po<strong>de</strong> ter sido o que causou o óbito <strong>de</strong> Damião. E que além disso, foinegligenciado, apesar <strong>de</strong> ter sido registrado por dois auxiliares <strong>de</strong> enfermagem.No mais, a referência ao fato <strong>de</strong> Damião não recordar <strong>de</strong> ter estado agitado e oquadro <strong>de</strong>scrito por sua mãe, <strong>de</strong> quando o vira <strong>de</strong>batendo-se e rolando pélo chão,me leva a pensar se alguma alteração neurológica não estava dando sucessivossinais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras alterações <strong>de</strong> comportamento que Damião apresentouapós o traumatismo craniano que o <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong>sacordado na adolescência..Diante <strong>de</strong> tudo isso, sou levada a afirmar no mínimo que Damião não receberaassistência a<strong>de</strong>quada á sua saú<strong>de</strong>, e que sem dúvida houve uma gran<strong>de</strong>negligência no atendimento que ele recebeu nas últimas horas em que viveu, eque fica uma gran<strong>de</strong> lacuna a ser preenchida em relação ao que <strong>de</strong> fato causou alesão no supercilio esquerdo e o sangramento nasal que persistiu, e queprovavelmente teriam relação com os hematomas da face <strong>de</strong> Damião <strong>de</strong>scritos nanecropsla.o...~CONSIDERAÇOES FINAISAssim, o quadro <strong>de</strong> Damião PODE SER INDICATIVO DE UM TRANSTORNOMENTAL ORGÂNICO COM MANIFE5TAÇOES PSICÓTICAS OU EM SEGUNDOLUGAR DE UM QUADRO PSICOTICO SEM RELÇÃO COM O TRAUMATISMOCRÂNIQ-ENCEFÁLICO(TCE) QUE SOFREU.MAS, SUA MORTE FOI PROVAVELMENTE DECORRENTE DE UM NOVOTRAUMATISMO CRANIANO, QUE PODE TER CAUSADO A LESÃO NOSUPERCíuo E O SANGRAMENTO NASAL QUE PERSISTIU E FOI VISTO NANOITE DE 3 DE OUTUBRO E CONTINUAVA NA MANHÃ DE 4 DE OUTUBRO.Aqui finalizo estas consi<strong>de</strong>rações, <strong>de</strong>sejando que a justiça seja feita e queeu possa ter contribuido para isso <strong>de</strong> algum modo.idi ias CostaPsiquiatraCRM: 5839Fortaleza, 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002


••-•"0000785,.J •.F~ - .;rMédica - Especialista em Psiquiatria - Mestre em Saú<strong>de</strong> PúblicalIDIA DIAS COSTACREMEC:5839CASO DAMIÃO XIMENES LOPESRELATÓRIO DA EXUMAÇÃO DO CORPO DE DAMIÃO - 06 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> ~002Na condição <strong>de</strong> médica observadora, a convite da família <strong>de</strong> DamiãoXimenes Lopes e como representante dos Fóruns Cearenses <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> e da Luta Antimanicomial, acompanhei a exumação do corpo <strong>de</strong>Damião, realizada no cemitério da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Varjota-CE, na manhã do dia 06<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002.PREÃMBULO•Damião Ximenes Lopes faleceu aos trinta anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, no interior daCasa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, em Sobral-CE, instituição <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>,privada, que funcionava como hospital psiquiátrico conveniado ao Sistema•••Unico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, para on<strong>de</strong> Damião fora levado para internamento, por sua ,.genitora em 04 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999.HISTÓRICOSegundo o relato da família, Damião fora levado naquele dia ao hospitalpor estar recusando usar os medicamentos psicoativos que fazia uso regular. E(APS <strong>de</strong> Aracali - Rua (ofOnel Aloanzilo - 657 - fone: 0·'88- 446-7450 - e-mail:


,•por receio <strong>de</strong> sua piora, a família <strong>de</strong>cidiu interná-lo.Devido a Ji~fi~78 6circunstâncias envolvendo seu falecimento, a família <strong>de</strong> Damiâo <strong>de</strong>nuncioujunto a diversos órgãos e autorida<strong>de</strong>s estaduais, nacionais e internacionais,que sua morte ocorrera em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> violência cometida contra ele nointerior daquele hospital.Após três dias, na manhã do quarto dia <strong>de</strong> internamento, a mãe <strong>de</strong>Damião afirmou em audiência da Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> daAssembléia Legislativa do Estado do Ceará e em seu <strong>de</strong>poimento à comissão<strong>de</strong> sindicância constituída pela secretaria <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> Sobral,<strong>de</strong>scrito no relatório <strong>de</strong>sta sindicância na página 2, a sra. Albertina VianaLopes revela que foi visitá-lo e o encontrou sangrando pelo nariz, com asmãos amarradas para trás, com roupas rasgadas, com higiene corporalprecária e ao encontrá-Ia só pronunciava a palavra polícia algumas vezes. Agenitora <strong>de</strong> Damião <strong>de</strong>screve ainda que neste momento seu filho caiu a seuspés e foi levado pelos funcionários do Hospital. Ao procurar o médico presenteno hospital, a sra, Albertina refere ter sido tratada com <strong>de</strong>sdém e que emseguida, ao voltar para perto do filho, encontrou-o caído ao chão, totalmente<strong>de</strong>spido, ainda com as mãos amarradas. para trás. A genitora <strong>de</strong> Damião diz emseu <strong>de</strong>poimento à comissão <strong>de</strong> sindicância que urna mulher que estavalimpando o chão disse-lhe que Maquilo tudo era pisa", Logo em seguida, apóster sido banhado pelos funcionários relata que o filho recebera medicamento,administrado por via intramuscular por um dos funcionários do hospital. foipara casa, e ao chegar recebeu a notícia <strong>de</strong> que o filho havia falecido.o LAUDO DA NECRÓPSIANo mesmo em que Damião faleceu, seu corpo foi levado para necropsiano Instituto Médico Legal <strong>de</strong> fortaleza. O laudo da necropsía conclui tratar-se<strong>de</strong> morte real <strong>de</strong> causa in<strong>de</strong>terminada. Consi<strong>de</strong>ro importante <strong>de</strong>screver que nolaudo da necropsia consta que havia escoriações na região nasal, ombrodireito, face anterior dos joelhos, pé esquerdo, além <strong>de</strong> equimose na reqiãoorbitária, ombro e punhos, o que fora apontado no laudo como sendo "marcasCAPS d. Ata


,,..• <strong>de</strong> contenção", No laudo ainda há a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma, congestão e"hemorragia pulmonar, discreta esteatose hepática mo<strong>de</strong>rada, vistas no examehistopatológico <strong>de</strong> pulmão, coração, .estómago, fígado e rim. O laudo aindacontém a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> que não foram encontradas lesões <strong>de</strong> naturezatraumática internamente e que não havia outras alterações macroscópicas <strong>de</strong>interesse médico-legal.A EXUMAÇÃO0000781Após as <strong>de</strong>núncias da família <strong>de</strong> Damião, com apoio <strong>de</strong> diversasentida<strong>de</strong>s ligadas à <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos, a promotoria <strong>de</strong> Sobral, napessoa do Dr. Alexandre <strong>de</strong> Oliveira Alcântara, acatou a <strong>de</strong>núncia da família esolicitou o indiciamento <strong>de</strong> quatro pessoas, como o proprietário do hospital etrês funcionários daquela instituição.Houve abertura <strong>de</strong> processo criminal e a exumação do corpo foisolicitada pelos advogados <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do proprietário do hospital e foi<strong>de</strong>terminada pelo juiz que respon<strong>de</strong> pela jurisdição do caso, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> elucidar a causa monis <strong>de</strong> Damião.Esta exumação foi realizada então na data <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002, doisanos e seis meses após a morte <strong>de</strong> Damião. Os peritos do Instituto MédicoLegal ( IML), em número <strong>de</strong> dois, proce<strong>de</strong>ram a realização da exumação a qualacompanhamos passo a passo. Em seus laudos, os peritos afirmaram que osachados da exumação não permitem elucidar a causa monis <strong>de</strong> Damião e<strong>de</strong>ram laudo também com causa in<strong>de</strong>terminada da morte.•Contudo, minha atenção foi gran<strong>de</strong> ao fato <strong>de</strong> ter visto a calota cranianaaberta do modo como tradicionalmente é feito nas necropsias, para exame doencéfalo. Este fato po<strong>de</strong> atestar que <strong>de</strong> fato o encéfalo fora examinado, masnão há referência a este exame no laudo da necropsia. O que talv.ez elucidassea origem do sangramento nasal observado pela genitora <strong>de</strong> Damião poucoantes <strong>de</strong> sua morte e o fato do lençol no qual o corpo <strong>de</strong> Damião foi envoltoter saído do hospital com alqum sanqramento e cheqar em Fortaleza bastanteensangüentado, uma mudança que chamou a atenção do motorista, o sr. João, ,CAI'S <strong>de</strong> Aratati - Rua Coronel Aluanzito - 657 - Fone: 0"88- ~~6-1450 - e-mail: tapsarauti«Dig.tom.br- Consult6rio: lra~essaJoIoAdolfo - 957 - Aratatl-CE - Fone: 0"'88-~11-1~33 - Resldrncia: 0""85-151­1578 - CeI. 0"85-9115-3494 - e-mail: lidjadiasftrnailbr.tom.br. _._-._-------- ,-~...... ..._-" T ce "Q _'•--.._"._._._'...._.-,,_o_o ....- --_.-.--_~' _


..•0000788•••Alves da Silva, que transportou o corpo até o IMl, conforme consta no<strong>de</strong>poimento oue este motorista <strong>de</strong>u ao <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> polícia <strong>de</strong> Sobral quandoda realização <strong>de</strong> inquérito policial sobre o caso, <strong>de</strong> número 404.99, SENDOQUE ESTE DEPOIMENTO FORA APENSADO AO INQUÉRITO EM REMBSA Á PARTE,enviada com o número 584.99, em 09 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, conforme ooficio 1928.99, da <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> polícia civil <strong>de</strong> Sobral, Bel. Francisco <strong>de</strong> Assis•Ribeiro Macedo, enviado ao promotor <strong>de</strong> justiça, Dr. Alexandre OliveiraAlcântara, após requerimento da família <strong>de</strong> Damião que sentira falta do<strong>de</strong>poimento do motorista, e <strong>de</strong> outras pessoas,remetido ao promotor.no processo inicialmenteSe o sangramento observado era proveniente do cérebro, nãonecessariamente este sangramento seria <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> alguma fratura ósseaque pu<strong>de</strong>sse ser encontrada dois anos e seis meses <strong>de</strong>pois na exumação. Masé fato, que um sangramento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> monta encontrado no 'Cérebro tambémpo<strong>de</strong>ria ser um indício <strong>de</strong> traumatismo crânio-encefálico, mesmo na ausência<strong>de</strong> fratura óssea, e se assim houvesse ocorrido, a causa mortis seria atribuída atraumatismo crânio-encefálico.PARECER,;.......Acredito que diante da auséncia <strong>de</strong> registros médicos na admissão <strong>de</strong>,Damião, dando conta <strong>de</strong> outras doenças ou agravos físicos, diante dos relatosda genitora <strong>de</strong> Damião, dos achados <strong>de</strong> escoriações e equimoses <strong>de</strong>scritos nanecropsla, do <strong>de</strong>poimento do motorista que transportou o corpo <strong>de</strong> Oamiãoatestando gran<strong>de</strong> sangramento no lençol que envolvia seu corpo e diante dos<strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> funcionários do hospital Guararapes, <strong>de</strong>scritos ao longo dorelatório da sindicáncia feita pelo governo municipal <strong>de</strong> Sobral, através <strong>de</strong> suasecretaria municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> o próprio médico diretor c1ínko dainstituição, e outros funcionários, afirmam ter conhecimento ou terem sidoinformados <strong>de</strong> que alguns funcionários violentavam pacientes internados,inclusive com abuso sexual e espancamento (<strong>de</strong>scritos com <strong>de</strong>talhes naspáqinas 12 e 13 do relatório), é imperativo concordarmos com as conclusõesda equipe da secretaria estadual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que realizou uma sindicãncia nohospital, e concluiu ter havido negligéncia e maus tratos infligidos a Damião. .CAPS dr Ara


••[-000789,............,•E assim, diante <strong>de</strong> tudo que foi exposto, acredito que o fato do laudo da "exumação manter a in<strong>de</strong>terminação da causa da morte <strong>de</strong> Damião, não refutaas acusações da família e as conclusões das sindicãncias acerca <strong>de</strong> maus tratose negligência..Finalmente, também é imperativo que reconheçamos aqui, a omissãodos po<strong>de</strong>res públicos, nas diversas instâncias, principalmente <strong>de</strong> controle eregulação do Sistema Público <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Em vários momentos as autorida<strong>de</strong>s. .admitem, como nos relatórios <strong>de</strong> sindicância, que violência, incluindo abusosexual, era cometido contra pacientes internados. E chama a atenção o fato <strong>de</strong> .que três anos antes, em 1996, uma outra sindicãncia já havia dado conta dofuncionamento irregular e precário da instituição, inclusive <strong>de</strong>liberando pela(não cumprida) <strong>de</strong>sativação <strong>de</strong> alas, como consta no relatório da sindicãnciafeita pela secretaria estadual, em 05 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999.CONSIDERAÇOES FINAIS,.-Sem mais o que acrescentar no momento, finalizo este relatório <strong>de</strong>,observação da exumação do corpo <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes e doacompanhamento ao caso, o que venho <strong>de</strong>senvolvendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> novembro<strong>de</strong> 1999. Envio este documento ao advogado da família <strong>de</strong> Damião, Dr. ArimáRocha, â Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Assembléia Legislativa do estadodo Ceará, à família <strong>de</strong> Damião e aos Fóruns Cearense <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> eda Luta Antimanicomial, permanecendo à disposiçá.o para quaisqueresclarecimentos.•=------•Lidi Dias CostaPsiquiatra e SanitaristaCREMEC: S839, ,Fortaleza, 09 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2002CAPS dr Arauli - Rua CorDMI Aluanzilo - 657 - Fonr: 0""88- 446-2450 - r-mail: .apsara(alillig.(om.br- (onsullório: lravrssa João Adollo - 957 - Ara(ali-([ - Fonr: 0""88-421 -2433 - Rrsid~n(ia: 0""85-251·1578 - Cri. 0""85-9115-3494 - r-mail: Iidiadia~mailbl.(om.br.-~, '• I. I


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•I"PlESSD ESPEnALCOIIUATD'"'__11-"_.F10CRUZ•RADISReunIOo. 111_e DllusOO<strong>de</strong> InfOI' ooçOO lObte _IIt/Ol/U.u.....'A."...... (••,A...enida Brasil 4036/51 515IoIanguinhos. Rio <strong>de</strong> JaneiroRJ UP: 21040-361N" 85 - Janeiro <strong>de</strong> 2002Visite o site do Radh: www.ensp.fiocruz.br/publi/radis/prgradis.htm.._.'1".• rIII Conferênda Nadonal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental CO;)0791--ctitulo llidar ,.Or9alli Ilro~~ ~~Olo\s)~ ~


II r II~I'-'Il'~ T',..,..P......."'hI....q... 1'.. :a.. , _•.., ,,..,,.•>. '. ., :.::.. ..".-.--.• ,.--.=..-.,,'UMA lDUCAÇ;'O POPULAROUO!rio oglad«el o envio do'msto Tema sable CducDfela Pa­'ulal em Saúdt. Mas queria mesnoela agra<strong>de</strong>ceI o que vocés fi­Tlom. A II1VÍsto estã simplesmenteindo! J6 sablomos que vocés são:ompl!lenles e ludo mais, mas nãoDod/omos SObel o quonlo soo se..l/veis e cuidadosos. Os le.rto.s sãobtom escrilos, clNiios <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong>humol e tlazem as e.periéncios.os <strong>de</strong>bales mais teóricos. poesia.fiquei emocionado em vel nossasconvenos tela bem IIoduzidas. Oencomlo. a lislo e o t,obolho dosmunic1pios daqui <strong>de</strong> hrnombuco.CSpl!1O quo! todos os quo! s. intelessompaI Cducoçõo Populol oestejam recebendo.A.... Cláulfia Figueiró - AsseSSOfllda Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><strong>de</strong> Recife e coor<strong>de</strong>nadora daRe<strong>de</strong> Pap.PROCEDIMEN10S/lri<strong>de</strong>nlolnlfmle, em visito ouma pleJeitlllo Otllli do estado doPiOlJ/, entonttei soble o mesa <strong>de</strong>nosso lelJOiiJo o ,evisto 5úmulo.Comeui o JolhelJ-lo, gostandoimellJtJmente do:leu conleúdo peloriqueza e o c/atera das injormo­,ões a/i conlidos. }Slo. lea/menle.me <strong>de</strong>spet/ou glan<strong>de</strong> intelesseem lerebel esJe periódico. PMan·lo. gostaria <strong>de</strong> ser injOTmodo sabrequais são os plocedimentosporo '1-10 em mOOs.Janduy Araújo <strong>de</strong> Azevedo­'erente 'eral do Banco do Nor<strong>de</strong>ste,PI• Ari<strong>de</strong>ntn acontecem, Jonduy,e nem sempre SÕD mm, não I?'DtO /ozet umo assinaturo - t.lolmente 9rolullo - e ,«elHt,as publhlJfóe5 do Rodis mic_, \ ..I sd envilJt ° no_ e enduerocamplelos.EmD~-----------------------~------Instituto OswatdoCruz (IOe)o Instituto Oswaldo (ruz<strong>de</strong>sempenha importante papelna formação <strong>de</strong> pesquisadores.lecnólogos e técnicos na áreadas Ciências Biolõglcas eBIomédlcas e Medicina Trepicalatravés <strong>de</strong> seus programas<strong>de</strong> pós·Graduação. 5tticto eLoto sensu, e <strong>de</strong> seus cursos<strong>de</strong> nlvel técnico.Atualmente. estão abertasas Inscrições para dois cursos:• Até 28/fev - Mestrado e doutoradoem Biologia Celular eMolecular 2002 (5lrictu semu)• oe 01 a 31/ma. - Atualização.aperfeiçoamento e especializa·ção em Educação Cientifica emBiologia e Saü<strong>de</strong> (Loto _>'I :: f ' "", ,"'~ _ormaç~6.;::~': .;.....>::.{t : : .,... '... ..'Jnstltuto Oswaldo (r ,~,.. .. . •


Nova politica <strong>de</strong> recursos humanos<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais investimentos 0000793"Formar trabalhadore~ com capacida<strong>de</strong> terapêutica. <strong>de</strong> cu­"", reabiUtar, <strong>de</strong> .organizar o sistema<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e promover saú<strong>de</strong>'.Alaia do sec:retário municipal<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas, Gast~o. Wagner <strong>de</strong> Souza Campos, expressaa luta dos usu~rios e trabalhadore~da saú<strong>de</strong> mental. presentesna 111 Conferência Nacional <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental pela (onlratação e(apacitação <strong>de</strong> pessoal.O encontro repre~entou umimportante espaço para ~ analisar.discutir e elaborar preposlase mptas para a (onstrução<strong>de</strong> uma polltiu <strong>de</strong> recursos humanose <strong>de</strong> financiamenlo quetenha em vista a (onstrução <strong>de</strong>um novo mo<strong>de</strong>lo assistencial nasaú<strong>de</strong> mental em lugar do aluaimo<strong>de</strong>lo hospitaloc~ntrico.Na frrea dos recursos humanos,a priorida<strong>de</strong> t a "gestão compessoas". OU se~, buscar a ínserção<strong>de</strong> trabalhadores nos pro­


•Sk1ÍDE MENTAL - f


--------------------------------~J.'"""J•••.. E possivel criar espaços <strong>de</strong> controlenoNo erasil, estima-se que 12"4da população necessitahoje <strong>de</strong> alguma forma <strong>de</strong> atendimentoem saú<strong>de</strong> mental.Consi<strong>de</strong>rando apenas 05'transtornos mentais severos epersistentes', que precisam <strong>de</strong>atendimento cDntínuo e permanente.como 05 casos <strong>de</strong>psicose, neuroses graves, <strong>de</strong>ficiénciamental acompanhada<strong>de</strong> problemas psico51ociaisgraves e <strong>de</strong>méncia, a estimativapo<strong>de</strong> alcançar a 3"44.,.dapopulação. Além disso dapopulaçáo brasileira precisa <strong>de</strong>tlatamento por causa do usoprejudicial <strong>de</strong> álcool. Estes númerosestão muito elevados emcomparação aos serviços alereci<strong>de</strong>sem sau<strong>de</strong> mental.~ acordo com o quadroapresentado no Brasil. a III{onferéncia Nacional <strong>de</strong> Sau<strong>de</strong>Mental levantou uma importantequestão: como garantiraos cidadãos o acesso ãsaú<strong>de</strong> como estabelece a Cons­Iituição? Uma unica respostase impõe: saber e.ercer o controlesocial. "Não o controlesocial proposto pela sociologia.que procura ser fiscal <strong>de</strong>uma pretensa normalida<strong>de</strong>. documprimento <strong>de</strong> algumas normassociais lonvencionadas,sabe lá quando e por que motivo".esclarece o proqJlador daRepública Humberto Jac.'l.Ue5 <strong>de</strong>Me<strong>de</strong>iros. Para ele, esta prática• extremamente perversa.pois geralmente !>li levaem tonta 05 mecanismosque estabelecem aor<strong>de</strong>m social disciplinandoa socieda<strong>de</strong>,submetendo os indivíduosa <strong>de</strong>terminadospadrões sociais e prin­


·-C···_"---/..•••ApolTOKlJM0000796•••E s p e c i a I -Tribunal dos Crimes da Paz.Oqueé?AgendaInformaçõesNovida<strong>de</strong>s.. Duvidas..ContatosConfira Iodas as inlormaçiles sobre o evoenlo.:'Ü'timasNol/elaso Tribunal dos Crimes da Paz, realizado em Brasília nesta terça-feira, reuniupessoas em tomo do tema "O Hospital Psiquiétrico no Banco dos Réus". Numsimbólico julgamento, usuarios. parentes <strong>de</strong> vitimas, e ativistas da lutaantimanicomial formaram jurados, <strong>de</strong>fesa e acusaçllo. Confira os melhoresmomentos.17:18 - Por unanimida<strong>de</strong>, os jurados do Tribunal dos Crimes da Paz ecabam <strong>de</strong>con<strong>de</strong>nar os Hospitais Psiquiãtricos. 17:17 - Agora acontecera o lançamento dolivro "Instituição Sinistra - Mortes Violentas em Hospitais Psiquiãlricos no Brasil."17:10 - Neste momento os jurados estao lendo o veredicto.16:57 • O advogado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, AntOnio Carlos <strong>de</strong> Almeida, afirma que asituaçao atua' dos Hospitais Psiquiãlricos no Brasil é culpa do po<strong>de</strong>r executivo,pois nAo cumpre com rigor as leis <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> no Pais.••16:45 - Segundo a acusaçao, com o conteUdo dos <strong>de</strong>poimentos foramcometidos cerca <strong>de</strong> 14 crimes diferentes, <strong>de</strong> acordo com o COdigo penal.A1émdisso, ainda acontecem milhares <strong>de</strong> mortes nos mais <strong>de</strong> 60 mil leitos ..psiquiétricos em ativida<strong>de</strong> no Pais.16:30 - O <strong>de</strong>poente neste momento é Millon Freire - Diretor do IFB (InstitutoFranco Basaglia)IRJ. Logo epós, acusaçAo e <strong>de</strong>fesa terAo a palavra. Por fim ojúri ira <strong>de</strong>clarar o veredicto.15:44 - Durante os <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> ex-usuarios, a violência e o <strong>de</strong>srespeito aosDireitos <strong>Humanos</strong> foram bastante <strong>de</strong>stacados pelos <strong>de</strong>poentes. Ficou expostotambém que é possivel a reintegraçAo <strong>de</strong>stas pessoas na socieda<strong>de</strong>.15:15 - O ex-usuáro Gilberto Pio conta que passou por inúmeras instituiçllespsiquatricas no BrasH. Sua primeira internBçao foi aos 14 anos. Ele disse aindaque ao passar pelo Juqueri, em SP, on<strong>de</strong> fICOU intemadoGOm centenas <strong>de</strong>pessoas, morriam 25 pessoas por dia, <strong>de</strong>vido aos maus tratos.15:05 - O procurador da república, Luiz Francisco <strong>de</strong> sousa questiona nestemomento o papel do governo no hospitais psiquiãtricos. segundo ele, o governoé omisso ao nAo criar regulamentaçOes sobre estas instituiçOes. "O ministérioda saú<strong>de</strong> gasta R$ 500 milhOes para manter essas instituiçoes sinistras."afirmou luiz Francisco.lile:/lA:\ Pol - Tribunal dos Crimes da Paz.htm-29/()S/02- . --- ··._n_.__ ~ n'_,-~";_,,, ...... .....__._. ._._-----_..._....-._ .._---------------------•_.-. --. - ......--.


~_~"f-..O·•-,.r•000079711l:W - Irene J\lmene5 oenul1Cla OUtrOS ca50S oe VIOIeIlClB. ~unooel8, nacasos em que internas foram estupradas por pacientes e funcionários.•,14:47 • Damião Ximenes Lopes, morreu em 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, <strong>de</strong> causain<strong>de</strong>terminada, na casa <strong>de</strong> repouso Guararapes, em SobraI-CE. Sua irml. IreneXimene5, afirma que Oamilo foi espancado e logo <strong>de</strong>pois assassinato.• 14:30 • A sessão recomeça com o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Irene Ximenes Lopes,parente <strong>de</strong> Damilo Ximenes. ex-uswlirio. morto em um leito <strong>de</strong> hospitalpsiquíétrico. O caso <strong>de</strong> Damilo é contado no Livro "InstituiçAo Si,nislra • Morteem hospitais psiquitltricos no Brasir, que será lançado no fim do Tnbunal dosCrimes da paz.12:40 - A sessão do Tribunal dos Crimes da paz é interrompidl! para almoço.!!previsto o retomo para 14:1512:17· A palavra agora pertence é José Elias Aiex, ex-dono <strong>de</strong> HospitalPsiquiétrico. José Elias expOe outro problema da Saú<strong>de</strong> Mental no BrasIJ, ométodo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> profissionias da area. Ele cita sua prOpria experiência.na qual as suas aulas <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong> eram aplicadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> manicOmios. José<strong>de</strong>nuncia o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sistema dos Hospitais Psiquiétricos no Brasil, no qualpacientes são vistos como "Faturas".12:00 - Pedro Gabriel Delgado afll'ma ainda. que o governo tem planos parareduzir o número <strong>de</strong> leitos psiquiétricos no Brasil. 50 em 5ao Paulo é esperadauma redução <strong>de</strong> 4000 leitos em 2002.11:30 • Termina o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Helvécio Ratton. entre os jurados que oquestionaram sobre sua experiência com Hospitais Psiquitltricos, estavam oprocurador da república Luiz Francisco Fernan<strong>de</strong>s e o autor da leiantimanicomial, Dep. Paulo Delgado.11:37 - A próxíma testemunha a ser ouvida é Pedro Gabriel Delgado --Coord. <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental do Ministério da Saú<strong>de</strong>.11:30 • Termina o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Helvécio Ratton, entre os jurados que oquestionaram sobre sua experiência com Hospitais Psiquitltricos. estavam oprocurador da república Luiz Francisco Feman<strong>de</strong>s e o autor da leiantimanicomial, Dep.·Paulo Delgaclo.10:57 - Começa a InquiriBÇao das testemunhas. A primeira testemunha a <strong>de</strong>poré o Cineasta HelvéCio Ratton. diretor do filme "Em nome da razio" (imagensabaixo), que conta com extremo realismo a situaçAo dos ManicOmios no Brasil.t: mostrado trechos do fdme corno tética da acusaçao. .•• ••10:52· O advogado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, AntOnio Carlos <strong>de</strong> Almeida Castro· JuristaCriminaVDF, discursa e afirma que, antes <strong>de</strong> tudo, é necessério mudar osistema psiquitltrico no Brasil. Segundo ele, os <strong>de</strong>bates 50 serão úteis se houveruma participaçêo efetiva na mudança do sistema.10:41 - O advogado <strong>de</strong> acusação, Marcus Dionlsio - AdvogadolRN. fala sobreDe :=ItrnrirtDt"Ioc: c",f,.iIoh~c nnr i"tcarnnc CIo"" hncnitDtc r'\c .....lli06trirnc iD fDID nllA AfiJe:/IA:'l.-Pol - Tribunal dos Crimes da Paz.htm 29/05/02----_.._---_.--_.-""'iS_......" ••• " ••""'_.... _..._-----_. __ o __ ~_~. • _•


.. -e··..- - -- .,••• ••- _ _ _ 1 .. '_"II"" " _ _ - "1"'''' '"posslvel a reinlegraçêo dos pacientes na socieda<strong>de</strong>.••••000079t") •, •.. •10:26 - .: iniciada a sessão que julgartl o hospital psquitltrico. que não enviourepresentanles. O julgamento é comandado por Luis Fernando Barros <strong>de</strong>Carnargo Vida/o jurista criminal <strong>de</strong> sao Paulo. .: dada a palavra aos advogados<strong>de</strong> acusaçAo.10:06 - O <strong>de</strong>p. Padre Roque. primeiro presi<strong>de</strong>nte da comis&ao <strong>de</strong> direitoshumanos da camsra dos Deputados. fala agora no tribunal. Ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que°fim dos manicomios só será posslvel com <strong>de</strong>bates sérios. como os promovidospelo CFP.09:54 • O tribunal dos crimes da paz. promovido pelo CFP. acaba <strong>de</strong> ser aberto.Estllo presentes o presi<strong>de</strong>nte do Conselho fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> psicologia Marcus Vinicius<strong>de</strong> oliveira. o coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental do ministério da saú<strong>de</strong>. PauloDelgado. o cineasta Helvécio Ratton e o procurador da república. LuizFrancisco. entre outros. A famllia C!e usutlrios <strong>de</strong> hospitais psiquiatricos tambémestAo presentes."O Tribunal dos Crimes da paz • O Hospital Psiquiátrico no Banco dOllRéus"Revelar as atrocida<strong>de</strong>s e a violência cometidas em nome da or<strong>de</strong>m peloshospitais psiquitltricoscontra os internos. Este é o objetivo do Tribunal dosCrimes da Paz, que será promovido pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Psicologia eparceiros. Todas as entida<strong>de</strong>s ligadas aos direitos humanos no Brasil po<strong>de</strong>m e<strong>de</strong>vem comparecer a este Tribunal. Leia mais.O Tribul\IIlA intençao é criar um tribunal, no qual as açOes dos hospitais psiquitltricos serãojulgadas por um corpo <strong>de</strong> jurados formado por juristas, usuários. familiares.<strong>de</strong>putados e autorida<strong>de</strong>s. leia maisLançamento do livroDurante o Tribunal dos Crimes da Paz será lançado o livro InstituiçAo Sinistra- Mortes Violentas nos Hospitais Psiquitltricos no Brasil. Leia mais.•••Visite o site da Luta Antlmanicoml.1O site da Luta Anümanicomial pOssui um conteúdo colhido especialmente parainformar aos visitantes tUdo sobre a causa. Detalhes sobre a organizaçllo.novida<strong>de</strong>s sobre eventos e pesquisas. além <strong>de</strong> bibliografia e en<strong>de</strong>reços dacampanha em todos os Estados do pais. Acesse o site noen<strong>de</strong>reçohltp:/Iwww.lutaanlimanicomial.org.br/e faça parte <strong>de</strong>ssa luta.ALeiLeia o projeto <strong>de</strong> lei do Deputado Paulo Delgado. sancionado pelo Presi<strong>de</strong>nte daRepublica no dia 06 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001. <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 12 anos tramitando noCongresso.Confirafile:IIA:\ Pol- Tribunal dos Crimes da Paz.htm-29/05/02",-- -""" "'~."__ '" .~-.~....~.L._. ._._ ...._._.._- ._.- -'----_ .._.-----_. --~----------------------, *••


.'~ --- _..- -_ _ -- .. - - -ç---- ..'r•i••.~...J•Pol - Psicologia online é o portal elo Conselho Fe<strong>de</strong>ral ele Psicologia, CFPpara contatas : contato(llpol.org.br, (61) 429010000U0799••CFP I Normalização I Atualida<strong>de</strong>s I Biblioteca I Agenda I Jornal I Revista I Central <strong>de</strong> Mídia ILinks I FórumSarau Psicológico I Cadastro I Colunistas I Contatos•, ••file:/IA:\]ol - Tribunal dos Crimes da Paz.htm29105102.; g (. _.._._------._------------ - 'g=-~._.- ~•=•


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J ••o- .-- - .-o·__•_• ESTADO DO CEARÁPODER JUDICIÁRIO0000802••Comarca <strong>de</strong> 5vh):;.A:~.... _ISecretaria da .3:... .Vara.Dlrotor(a):--1l..-•!).J JI)TOMBO GERAL(; :PfI (;()FLS. ---"3......!V)t{;,-,_•UVRO NR__-"--" CJ'- --1 -..i. . _•_,•- .,VITIMA.". ----•. -,\ )0- ;/'.... ~.J (~..o/,....>.:...'""-.__._ ......._'.~'•.' .' '.: .. ,11\ >, ,.,( t ••. /1 ~ , .....~I...____que adiante segue(m).i •II•;.'•IJ•I ,•It__ o__ ••....._-------------------.._-•-.. ..- _ .._.. .•.• -- •..~_._--•.#•••__.;_._._--------_••• •_ •••.•.._--------------m"


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,• ,GQ\j o8O4 .•.•ATT: Dr. Ienácio AJvarez..,- •Caso N o 12.237 - DAMIÃO XIMENES LOPESI (Brasil)IRENE XIMENES LOPES MIRANDA, brasileira, casada, ,•resi<strong>de</strong>nte e domiciliada à Rua Pe. Angelim, 168, Centro, Município <strong>de</strong>Ipueiras, Estado do Ceará, Brasil, CEP N o 62230-000,vem, com o<strong>de</strong>vido e costumeiro aeatamento, perante Vossa Excelência, porintermédio <strong>de</strong> seu advogado in fine firmado, expor e requerer o quesegue:Inicialmente faz a juntada <strong>de</strong> documentos que dizem respeito àAÇÃO DE INDENIZAÇÃO que sua genitora - e <strong>de</strong> Damião XirnenesLopes - a Sra. Albertina Viana Lopes, ingressou junto a 5 a Vara Cível•da Comarca <strong>de</strong> Sobral --Estado do Ceará - Brasil. - AÇÃO DEINDENIZACAO POR DANOS MORAIS contra a CASA DEREPOUSO GU ES, o Sr. SÉRGIO S FERREIRA.- \,"-- .---. _...._._-- ._.... J' '>1'" .__ "._ _ __'_.".'_..._-----_._------------'-._'-'. •


•OO,p080S-••GOMES e contra o Sr. FRANCISCO IVO DE VASCONCELOS, que atéa presente data encontra-se na fase <strong>de</strong> instrução, apesar <strong>de</strong> ter sido acitada ação interposta no mês <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2.000, ou seja, a mais <strong>de</strong> doisanos, sem que tenha sido a mesma sequer concluída em fase <strong>de</strong> primeirainstância frente ao Po<strong>de</strong>r Judiciário do Estado do Ceará.Faz, também, juntada <strong>de</strong> cópia da Ação Penal que tramita na 3 aVara da Comarca <strong>de</strong> Sobral - Estado do Ceará - Brasil, a qual apura aresponsabilida<strong>de</strong> penal pela morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, ação estaacompanhada pela família da vítima <strong>de</strong>vidamente habilitada nos autos(tendo como advogado o causídico que subscreve esta petição). Tambémse encontra, ainda, em fase<strong>de</strong> instrução processual em primeirainstância, ou seja, passado mais <strong>de</strong> três anos da morte violenta <strong>de</strong>Damião Ximenes Lopes, sequer a instrução do processo criminal emprimeira instância foi concluída..•Junta a peticionante, outros documentos que po<strong>de</strong>m contribuir parao presente procedimento, bem como requer <strong>de</strong> V. Exa., a<strong>de</strong>signação <strong>de</strong>nova data para a realização da audiência para exposição do caso DamiãoXimenes Lopes (<strong>de</strong>poimento da Sra. Irene Ximenes Lopes Miranda),rogando que seja intimada da audiência - caso seja <strong>de</strong>ferido o pedido ­com antecedência para que possa provi<strong>de</strong>nciar passagens e hospedagem.Nestes termos pe<strong>de</strong> e espera <strong>de</strong>ferimento, por JustiçaFortaleza - CE., IO<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2.003.p.p José A . (Ror a BritoAdvo o ~_/..OAR - ... 9092.Escritório Profissional à Av. Dom Luis. 500. sala 1619, Al<strong>de</strong>ota.•Fortaleza - Ceará - Brasil. CEP N° 60.160-230.PABX (Oxx85) 458.1009 - Cei. (Oxx85) 9984.6093R-mail: arimarrocharâ!uol.com.brc::"


-, •,.••~0000806 . '" .••,•SECRETARIA DE SAÚDE E ASSIST~NCIA SOCIALPORTARIAlCCA N.113, DE 10 DE JULHO DE 2000•Dispõe sobre o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamentoda Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes comoInstltulçlo contratada para prestaçlo <strong>de</strong>serviços ao SUS e dA outras providências•o SECRETÁRIO DE SAÚDE ·E·ASSIST~NCIA SOCIAL,• no uso <strong>de</strong> suas atribuições, e . "" 0.';'-.,." ".j,-.' '0';;;'. CONSIDERANDO o disposto no incisO X do artigo 1a dalei 8.080, <strong>de</strong> 19.9.90, que <strong>de</strong>fine comoatribuiçlodos municípios celebrar contratose convênios com entida<strong>de</strong>s prestadoras<strong>de</strong>;serviços privados <strong>de</strong> saCl<strong>de</strong>,'bem comocontrolar e avaliar sua execução:: ;";".' ;t;",'",:.;>". :,:.. .' '.'" :.' '\"~~" ".: .'CONSIDERANDO s Lei Estadual N:~


.'••0000807,., .-•CONSIDERANDO a re<strong>de</strong>finição das abordagensterapêuticas dos usuários da re<strong>de</strong> assistencial psiquiátrica do Município por parte daEquipe Interdisciplinar <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> Sobral e da Junta Interventora da Casa,'-••<strong>de</strong> Repouso Guararapes; fCONSIDERANDO o cre<strong>de</strong>nciamento do Hospital Dr.Estevão Ponte para prestação <strong>de</strong> serviços ao SUS,psiquiátricas;RESOLVE: .envolvendo as urgênciasCONSIDERANDO a estruturação da ResidênciaTerapêutica no Município <strong>de</strong> Sobral como altemativa assistencial aos pacientescronificados e àqueles com perda do vínculo familiar;COSIDERANDO a estrut\Jração do CAPS <strong>de</strong> Sobral paraassistência intêrdisciplinar especializada aos pacientes psiquiátricos resi<strong>de</strong>ntes noMunicípio no nível ambulatorial, e à adscrição <strong>de</strong>stes às Equipes do Programa <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> da Família; eCONSIDERANDO a vinculação <strong>de</strong> pacientes psiquiátricosproce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> outros municípios que necessitem <strong>de</strong> assistência psiquiátrica nonível ambulatorial ao Ambulatório Especializado em Psiquiatria do centro <strong>de</strong>Especialida<strong>de</strong>s Médicas.. .,0_.. .'. , . .~I. . . • • • ,"-, •Art. 1. o - Descre<strong>de</strong>nciar a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapescomo instituição contratada para.prestar '8EIi'VÍ9OS' ao SUS na·área<strong>de</strong>':assistênciahospitalar em psiquiatria; . ':.'," ',' .: •. '. .M. 2. 0 :'; Fica estabe!eddo que a assistência hospitalar àsurgências psiquiátricas concentrar-sEHio"~no : hospital Dr. 'EstevAo Ponte, sobsupervisão da Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do MUnícipo..'Art 3.O.,Ficaestebelecido que o seguimento ambulatorialdos pacientes psiquiátricos estarêo a cargo do'CAPS <strong>de</strong> Sobral, no nívelespecializado, e do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Famrlia. no níver da atenção básica, paraos pacientes proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Sobral; e a cargo do Ambulatório Especializado <strong>de</strong>Psiquiatria do Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Médicas, para os pacientes proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>outros municípios.M. 4. 0 - A Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong>Sobral encampará as açOes <strong>de</strong>senvoMdas pelo Hospita/-dia, cabendo-lhe<strong>de</strong>sincumbir-se daS- providências necessárias à sua implementação, provi<strong>de</strong>nciandosua estruturação e o seu cre<strong>de</strong>nciamento junto ao Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> {SUS).Parágrafo único - A equipe inter-discip/inar do Hospitaf-diaserá <strong>de</strong>signada' pelo Gestor do Sistema Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, estandooperacionalmente subordinada ali Coor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental doMunicípio, e integrando-se às ações <strong>de</strong>senvolvidas pela re<strong>de</strong> assistencial <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental <strong>de</strong> Sobral.Rue VII1alo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>Iros. 1250 - Fone: (88)617.1100· F= (88)677.1101 • ceP 62011-060 - SOBRAL-CEARÁ1nIernet: www.sobral.ce.gov.brE-moI:PI8IeIlUro@sabn:lI.ce.gov.br•- ---''' ..- _.... _~,._-_... 'Ii'''' ,__ "·'M"......... ..._-• •• •


,.~•,.•,0000808", .~~.'.-••M. 5. o - Caberé à Coor<strong>de</strong>naçAo Municipal <strong>de</strong> Controle eAvaliação e ao Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria proce<strong>de</strong>rem à avaliaçAo da .estrutura,dos processos e dos re~ultadosda re<strong>de</strong> assistencial à saú<strong>de</strong> mental do Município,propondo, <strong>de</strong>ntro dos conceitos <strong>de</strong> efICácia, efetivida<strong>de</strong> e eficiência, medidasnecessárias à excelência da qualida<strong>de</strong> dos serviços pertinentes.M. 6.o - Os casos omissos serão r.esolvidos peloSecretário <strong>de</strong>, Saú<strong>de</strong> e Assistência Social <strong>de</strong> Sobral.M. 5. 0 - Esta portaria entra em vigor na data da suapublicação e revoga todas as disposições em contrério.•, ' .ISECRETARIA DE SAÚDE E ASSISTêNCIA SOCIAL DE SOBRAL, em 10 <strong>de</strong> julho<strong>de</strong> 2000••.,.'[ ".: ~'., '~ , . . ., 'IRO E ANDRADE,'., Seaetário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>"e as' tência Social,., ,,: . ,:.. ,..Publique-se, registre...e cu~ra...f;·{·:'·" '"',- -" . o." •_.," ':1...... ,"' :-" ", .' .~I.· ....,',. ~ .."':-!' -.; ",~" . ',', ". - ..... • .~. -',.' ",- ... , .. ~,,' ...... ~~..;... r:".-.:./~>- ,: f;.>~2·~:::·.:·. :. ," :.: '.. '. '... .. •• ".r.~;" .t~ ., ·1 _ •• ~.. • "I,. .~>•..• :"iC~ .'.' .\ •. >, •. '.","....-(. ',' .~, , " .,.,. " .. .~...:,.~:.;..;, :'". 7'~' .:~,. :,";,. ... '. '~! '~'~:'...'--", .'. "..., ,... .. '...... .":.;..'.:::" ..,.: .,;,~.:." .~. " ..' ':' ,-t.~~~!- :.o': ". ' ." ~ ..'. iC- --l>III' •• • •'l';,'- i'·' , ... ".. .. .,. " .';.:':"...:~, " ..' .)".'....':V''''.~,.!,.. , •.. ". ' ,, . '. '.' " ."-r--.:.., I ," .,.;~.' ..; .. ,".' .. ..;/r~' -.(. ':.;."'.: ....,~. I~"~ .. ;...~' .. ."; '...".~..., ..' ". :,-,:.. r... \~,.'(: ...•-Rua VMaIo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>Iros, 1250· fale, 1881 677.1100· Fac 188/677.1101 • C:eP 62011-()60. SOBRAI..aMÁ1nIemet: W\NW.soblaI.C8.QO\'br E-mail: llIllIelluo@Sobrol.ce-oov.br- .•... _.- -.. --_ ... - ~.. - =---- ._ ....._--,_.,••_....-,----_._----_ • __ .....,...... , .. _u..,'"---,-------------..,


_.~-.iNTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN R1GHTSCOMISION INTfRAMER1CANA OE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA OE DIREITOS HUMANOSCOMM1SSION INTERAMÉRiCAINE OES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATESC'J00809WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.3 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237. BrasilDamião Ximenes LopesPrezada Senhora:Tenho a satisfação <strong>de</strong> dirigir-me ao senhora para transmitir-lhe as partes pertinentes dainformação adicional enviada pelo Estado brasileiro relacionada 'Com a petição em epigrafe.,Esperando que as gestões da Comissão contribuam para a solução da situação emreferência, aproveito a oportunida<strong>de</strong> para renovar-lhe os protestos da minha distintaconsi<strong>de</strong>ração.\ ,,SantiagSecretáriA.


I•INT-EA - AMEfllCAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMIStON INTERAMERICANA OE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA OE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS OE L'HOMME~--------------------------------ORGANIZATION OF AMERICAN STATES0000810WASHINGTON,O.C. 2 O O O 6U.S.A.SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> cumprimenta muito atenciosamente a Missão Permanente do Brasiljunto à Organização dos Estados Americanos e tem a honra <strong>de</strong> acusarrecebimento <strong>de</strong> sua nota N° 066 <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 20003, referente ao caso12.237, Damião Ximenes Lopes.•A Secretaria Executiva da CIDH informa a Missão Permanente do Brasil, ,que o conteúdo da mencionada nota será levado ao conhecimento da Comissãopara os <strong>de</strong>vidos fins e que as partes pertinentes <strong>de</strong>ssa nota serão comunicadasao peticionário.Washington, O.C., 3 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003.'•JJ"P'. • ",._------_......._------------


•·-/TE CE:/'/ ....[t::.D200] NA!?- 21 4MISSAO PERMANENTE DO 8AASIL lO: 2JUNTO À ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS A~~fA~P7 2VOOOB li0'1/CID/iA Missão Permanente do Brasil junto à Organização dos EstadosAmericanos cumprimenta a Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> e tem a honra <strong>de</strong> encaminhar informações relacionadas ao caso 12,237 ( DamiãoXimenes Lopes ).2. Segundo informações recebidas do Fórum <strong>de</strong> Sobral, Ceará, a ação penal queinvestiga a responsabilida<strong>de</strong> dos donos da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes e <strong>de</strong>mais médicosalegadamente responsáveis pela morte do paciente tramita perante a 3a Vara Criminal e se,encontra em última fase <strong>de</strong> diligências, requerida pelo Ministério Público com base noArtigo 499 do Código <strong>de</strong> Processo Penal. O passo seguinte seria o encaminhamento doprocesso aos advogados <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa para alegações finais e posterior julgamento pelo juiz. Oandamento do referida processo foi inicialmente lento, mas hoje segue um cursoconsi<strong>de</strong>rado regular.3. Conforme informação do mesmo Fórum, a ação cível com pedido <strong>de</strong>in<strong>de</strong>nização tramita perante a 5a Vara <strong>de</strong> Sobral e encontra-se com a autorida<strong>de</strong> judicial,que apreciará a ata <strong>de</strong> interdição da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes. A Secretaria Especial <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong> realizará gestões junto ao STJ solicitando maior celerida<strong>de</strong> noandamento do caso.4. A Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do estado do Ceará enviou documentos (vi<strong>de</strong> anexo)que p ennitem sustentar aposição <strong>de</strong> que mudanças e m vários níveis o correram o u vêmocorrendo no sentido <strong>de</strong> impossibilitar a repetição <strong>de</strong> situações como a da Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes tanto local como nacionalmente.5. No que diz respeito ao funcionamento da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, estapassou por sindicância e intervenção e posterior <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento pelo SUS.'-, _.__._-'--_•.••._~~--__• 'T • _- ._.. .______ - ..__.,_. ••_. ,_~.~--- _•"


1°•••••0000812No nível municipal, a partir do <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes,iniciou-se a implantação da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atenção Integral à Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Sobral, marco noprocesso <strong>de</strong> mudança do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mental no Município. O processoiniciou-se antes mesmo do <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento da clínica, com a realização da I Oficina <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental do Conselho <strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Ceará (COSEMS/CE)naquele município.Tais mudanças estão inseridas em processo mais amplo <strong>de</strong> revisão domo<strong>de</strong>lo d e atenção à saú<strong>de</strong> mental q ue o corre no B rasil, O processo i nclui experiênciaslocais inovadoras, com <strong>de</strong>sdobramentos hoje <strong>de</strong> escopo nacional, cuja expressão legal <strong>de</strong>maior escopo é a Lei No. 10.216, <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001, conhecida como Lei <strong>de</strong> ReformaPsiquiátrica6. Em anexo, segue cópia dos seguintes documentos fornecidos pela Secretaria<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado do Ceará:.-a) Portaria 026 <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000: Decreta intervenção na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes.b) Portaria CCA n. 113 <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000: Descre<strong>de</strong>ncia a Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes como instituição contratada para prestação <strong>de</strong> serviços ao SUS.•c) Relatório <strong>de</strong> Sindicãncia Referente ao Processo 002/99 - Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e 'Assistência Social <strong>de</strong> Sobral - Coor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Controle e Avaliação - SistemaMunicipal <strong>de</strong>Auditoria.d) Relatório Relativo à Intervenção na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes (conforme Resolução0I/2000, do Conselho Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral, e Portaria 026/20ü04e.()2 <strong>de</strong> março<strong>de</strong> 2000, da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social) - Período <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2Q00 a02 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2000.e) Relatório da Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Estado do Ceará em 05<strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999.-..Jf) Relatório da Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Estado do Ceará em 12<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000.• oe


...0000813g) Informações sobre a I Oficina <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Conselho <strong>de</strong> Secretários Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Ceará (COSEMS/CE), realizada em Sobral em 26 e 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000, comapoio da Prefeitura Municipal.h) Relatório <strong>de</strong> Gestão 2000-2ü02 - Re<strong>de</strong> Integral <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Sobral ­CE.i) Oficio do Ministério da Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001, que informa o Coor<strong>de</strong>nadorda Re<strong>de</strong> Integral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Município <strong>de</strong> Sobral, Sr. Alexandre Pereira, <strong>de</strong> que otrabalho "Re<strong>de</strong> Integral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Município <strong>de</strong> Sobral" foi premiado no• •concurso E xperiências E xitosas n a A rea <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental noS istema U nico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> -Prêmio David Capistrano da Costa Filho, na III Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.A Missão do Brasil aproveita a oportunida<strong>de</strong> para renovar à Secretaria,,Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> os protestos da sua mais altaconsi<strong>de</strong>ração.""_". "-o. '. ~ ~.Cf",' .~ I .", "j " . :. , .... I ". .. ,.,.... ~.~••>....~... "


._-ESTADO DO..ceARASECRETARIA DA SAÚDE.GABINETE 00 secRETARIO..0000814•01. nJ2. 123/ 2oo3-SESAfCEFortaleza-CE, 21 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2003.•..•Prezado Senhor,•Estamos encaminhando em anexo, conforme solicitação <strong>de</strong> V.S!, documentação relativo ao casodo paciente Damião Ximenes Lopes, ocorrido na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, <strong>de</strong> Sobral/CE.Permanecendo ao inteiro dispor <strong>de</strong> V. S!. para quaisquer provi<strong>de</strong>ncias adicionais sobre o assunto,subscrevendo-nos•••,;•••1I1Tl2. Sr.Dr. Mário Mame<strong>de</strong>Secretário Especial Adjunto dos Direitos <strong>Humanos</strong>•Ministério da JustiçaBrasílialDF........--Av. Almirante Barroso. 600 - Praia <strong>de</strong> Iracema - 60060-440 - Fortaleza/CeFone: 468 2011 - Fax: 488 2201 • e-maü: sau<strong>de</strong>@sau<strong>de</strong>.ce.gov.br - www.sau<strong>de</strong>.ce.gov.br....._----_.-"._-----------------------•. .~'"


I,INTER - AMERICAN COMM1SS10N ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA OE OERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATESOOú0815WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.6 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamiio Ximenes LopesPrezada Senhora:Tenho a satisfação <strong>de</strong> acusar o recebimento <strong>de</strong> sua atenciosa comunicação recebida naCIDH em 2 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003, mediante a qual fornece informação adiclonel relacionada com," ao caso em epigrafe.Tomou-se a <strong>de</strong>vida nota <strong>de</strong>ssa informação, a qual foi incorporada ao expediente.consi<strong>de</strong>ração.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Senhoria os protestos da minha,g? f\. Cant.onno ExecutivoSenhoraIrene Ximenes Lopes MirandaRua Pe. Angelim, 168 Centro62230-000 Ipueiras/CearáBrasilTel.: 5521-88-685-1281---------------- -- ------------ - - - ."""'."''''- - - --_..Q•


•,..rINTER - AMERICAN COMM1SSION ON HUMAN RK3HTSCOMIS10N INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉR1CAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION OF AMERICAN STATES"0000816WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos,<strong>Humanos</strong> tem a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil a fim <strong>de</strong>transmitir nota dirigida ao Ministério das Relações Exteriores <strong>de</strong> Brasil.A Secretaria Executiva da Comissão lnterarnericana <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> aproveita a oportunida<strong>de</strong> para reiterar àMissão Permanente <strong>de</strong>•Brasil os protestos <strong>de</strong> alta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.Washington, D.e., 6 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003- -.-.----~-.-.-~-.........-,,.. I 7 , _~__. _• •........- --.. ...-' 4 , F' • • ..


,, , INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS OE L'HOMMEORGANIZATION OF AMERICAN STATES0000817WASHINGTON,O.e. 2 O O O 6U.S.A.6 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003Ref.:Caso N° 12.237- BrasilDamilo Ximenes LopesSenhor Ministro:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência para transmitir-lhe, em nome daComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, as partes pertinentes <strong>de</strong> observaçõesadicionais sobre o fundo enviada pelo peticionário a respeito ao caso em epfgrafe.Rogo ao ilustre Governo do Brasil apresentar as observações que 'Consi<strong>de</strong>rar oportunasno prazo <strong>de</strong> 30 dias, a partir da data <strong>de</strong>sta nota.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para renovar a Vossa Excelência os protestos da minha maisalta e distinta consi<strong>de</strong>ração. r \ '\ ('\iSantia~oAL CantonSecretario ExecutivoExcelentrssimo SenhorCelso AmorimMinistro <strong>de</strong> Estado das Relacões Exteriores do Brasil•Ministério das Relações ExterioresBrasnia, BrasilAnexo, ... ..... . ~--_.--------------,...lO' ..__ ..•._~--._._.~.~----_.-----_._--_._---n"_.~._


••• 0000818I IEXMO. SR. SECRETÁRIO EXECUTIVO DA COMISSÃOINTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS ­I•ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA).(.")(.-....-c:::>c:::> ~....,tt'.....'~ rn...., ",..- :z: O,,," ,n rn- ---r N ṉ rn- oCJ--• •r:a:,""",.,"A quem pretenda fazer um exame <strong>de</strong>spreconceituoso do<strong>de</strong>senvolvimento dos Direitos <strong>Humanos</strong> (...) aconselho estesalutar exercício: ler a Declaração Universal e <strong>de</strong>pois olharem tomo <strong>de</strong> si. Será obrigado a reconhecer que, apesar dasantecipações iluminadas dos filósofos, das corajosasformulações dos juristas, dos esforços dos políticos <strong>de</strong> boavonta<strong>de</strong>, o caminho a percorrer é ainda' longo.•...E ele terá a impressão <strong>de</strong> que a história humana, emboravelha <strong>de</strong> milênios, Quando comparada às enormes tarefas queestão diante <strong>de</strong> nós, talvez tenha apenas "COmeçado."(Norberto Bobbio, "A Era dos Direitos").'OBSERVAÇÕESAJlICIONAIS, ••....•...••.Caso N o 12.237 - DAMIÃO XIMENES LOPES / (Brasil)IRENE XIMENES LOPES MIRANDA, brasileira, casada, ,resi<strong>de</strong>nte e domiciliada à Rua Pe. AngeIim, 168, Centro, Município <strong>de</strong>Ipueiras, Estado do Ceará, Brasil, CEP N o 62230-000,vem, com o<strong>de</strong>vido e costumeiro acatamento, perante Vossa Excelência, porintermédio <strong>de</strong> seu advogado (procuração anexa) in fine firmado,apresentar suas observações adicionais na forma que segue:--•._. --. _._._-------- - "-~_._-----,,=.._-._-----------------


•••,,,....-,•2·0000819••1. Informa que a AÇÃO DE INDENIZAÇÃO que sua genitora - e <strong>de</strong>Damião Ximenes Lopes - a Sra. Albertina Viana Lopes, ingressou juntoa 5 a Vara Cível da Comarca <strong>de</strong> Sobral - CE. - AÇÃO DEIl'i'DENIZACÃO POR DANOS MORAIS contra a CASA DEREPOUSO GUARARAPES, o Sr. SÉRGIO ANTIJNES FERREIRAGOMES e contra o Sr. FRANCISCO IVO DE VASCONCELOS. até a•presente data encontra-se na fase <strong>de</strong> instrução, apesar <strong>de</strong> ter sido a citadaação interposta no mês <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2.000, ou seja, a mais <strong>de</strong> dois anos,sem que tenha sido a mesma sequer concluida em fase <strong>de</strong> primeirainstância frente ao Po<strong>de</strong>r Judiciário do Estado do Ceará. (Cópia dapetição inicial em anexo).•2. Informa também, que a Ação Penal que tramita na 3 a Vara daComarca <strong>de</strong> Sobral - CE., a qual apura a responsabilida<strong>de</strong> penal pelamorte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, ação esta acompanhada pela famíliada vítima <strong>de</strong>vidamente habilitada nos autos (tendo como advogado ocausídico que subscreve esta petição), também se encontra, ainda, emfase <strong>de</strong> instrução processual em primeira instância, ou seja, passado mais<strong>de</strong> três anos da morte violenta <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes, sequer ainstrução do processo criminal em primeira instância foi concluída (cópiada <strong>de</strong>nuncia em anexo).•3. Assim, informa que as ações judiciais que po<strong>de</strong>riam por fim aimpunida<strong>de</strong> no caso Damião Ximenes Lopes, encontram-se em se<strong>de</strong> <strong>de</strong>primeira instância judicial, perante a Comarca da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral ­CE., e tramitam as referidas ações judiciais <strong>de</strong> forma lenta e morosa,aliás, como tem sido comum em nosso país, daí a impunida<strong>de</strong> quecampeia no Brasil e <strong>de</strong>ixa às vítimas e seus familiares entregues a própriasorte.4. O Estado brasileiro não tem sido capaz <strong>de</strong> por fim a impunida<strong>de</strong> nocaso Damião Ximenes Lopes, pelo contrário, é o Estado responsáveldireto por esta impunida<strong>de</strong>. Nesse sentido, somente uma sançãointernacional po<strong>de</strong>rá impor ao Estado brasileiro o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> agilizar osprocessos supraelencados e fazer com que o Estado ampare e in<strong>de</strong>nize afamília <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes.•__ ._. _._0 ----.-~ ... '"" ...__•__' .I __•• ' ~_._ ,._..' _. _ .~_~_~_'_," .~ _


••••30000820Sobre os fatos que vitimaram Damião Ximenes Lopes, valelembrar como estão os mesmos narrados na Ação <strong>de</strong> In<strong>de</strong>nização•promovida pela genitora da vítima, assim transcorreram os mesmos inverbis:"No dia 1°. <strong>de</strong> outubro do ano <strong>de</strong> 1.999, a autora resolveu internarseu filho DAMiÃO X1MENES LOPES, <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. que tinhaproblemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, na CASA DE REPOUSO GUARARAPES,localizada neste município. Constatado a existência <strong>de</strong> uma vaga e aanuência do médico plantonista, o filho da autora foi internado ficandoaos cuidados da mencionada Casa <strong>de</strong> Repouso.Na data <strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> outubro do ano <strong>de</strong> 1.999, uma segunda - feira,por volta <strong>de</strong> 09:00hs., a autora retornou a Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes, com o objetivo <strong>de</strong> visitar e obter informações sobre oestado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu filho Damião. Inicialmente, para sua surpresa, aautora foi informada por funcionário daquela instituição, <strong>de</strong> que seu.filho não estava em condições <strong>de</strong> receber visitas, mesmo sendo aqueleum dia <strong>de</strong> visita normal.•A autora, já preocupada com a negativa <strong>de</strong> funcionários da Casa<strong>de</strong> Repouso. passou a chamar pelo filho. Pior não po<strong>de</strong>ria ser a suasurpresa. Damião Ximenes Lopes apareceu, andando semforças, com asmãos amarradas para trás, completamente maltrapilho, com as vestessujas <strong>de</strong> fezes e urina, imundo e sangrando no rosto, o filho da alitoracaiu aos seus pés chorando incontrolavelmente e gritando "polícia,polícia. polícia ".Desesperada diante o estado do filho, a autora comprou-lhe umrefrigerante, o qual Damião bebeu aparentando uma se<strong>de</strong> in<strong>de</strong>scritível,<strong>de</strong>monstrando assim, que a muito tempo não lhe davam água. Depois <strong>de</strong>implorar a funcionários da Casa <strong>de</strong> Repouso para que <strong>de</strong>ssem um banhoem Damião, que se encontrava em estado <strong>de</strong>plorável, o mesmo foilevado por enfermeiros e <strong>de</strong>ixado ao chão daquela unida<strong>de</strong> hospitalar.Sofrendo diante o imenso sofrimento do filho, agravadoincomensuravelmente pela forma <strong>de</strong>sumana com que omesmo era•, , '.'.-"=. '""'.''',._--.._-_.---------. ···-....-~_""'"""....., '_'_4_.. _


••••4·0000821",•tratado, a autora saiu ao encontro <strong>de</strong> um médico que pu<strong>de</strong>sse assisti-lo.Encontrou na Casa <strong>de</strong> Repouso o Dr. Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, quediante o apelo e choro da autora, que lhe pedia para quefosse socorrerseu filho senão o mesmo po<strong>de</strong>ria morrer, se limitou a respon<strong>de</strong>r amesma <strong>de</strong> forma grosseira, dizem que "<strong>de</strong>ixa morrer, pois quem nasce épara morrer". A autora, nesse momento, vendo seu filho agonizando,implorou chorando ao Dr. Ivo que o ajudasse, tendo como resposta <strong>de</strong>stea seguinte grosseria: "Para <strong>de</strong> chorar, que eu não gosto <strong>de</strong> choro, poiseu não assisto novela porque novela tem choro. "o mais grave Exa., foi que o citado médico,<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seucomportamento grosseiro e <strong>de</strong>sumano, sem sequer examinar o filho daautora, receitou-lhe uma medicação, or<strong>de</strong>nando a sua aplicação. Apósesse episódio, dois enfermeiros levaram seu filho para o banho sempermitir que a autora os acompanhassem. Momentos <strong>de</strong>pois a Sra.Albertina Viana Lopes consegui avistar seu filho em um quarto daquelaCasa <strong>de</strong> Repouso jogado ao chão e ainda nu com as mãos amarradaspara trás. Diante a inércia e irresponsabilida<strong>de</strong> dos funcionários,enfermeiros e médicos da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes em aten<strong>de</strong>r ofilho da autora, esta diante enorme sofrimento e dor que via seu filho•passar, sofrimento e dor que também lhe atingiam como mãe e serhumano, resolveu voltar para casa para pedir auxilio a familiares.•Ao chegar em sua residência, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Varjota, on<strong>de</strong> pretendiapedir ajuda aos seus familiares para proce<strong>de</strong>r a transferência <strong>de</strong>Damião para outro hospital, foi surpreendida ao saber por uma vizinha,que tinham ligado do hospital solicitando a sua presença urgentenaquela Casa <strong>de</strong> Repouso. Já antevendo o pior, pediu ajuda a suafilha ea seu cunhado e voltou a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral. No inicio da tar<strong>de</strong>já <strong>de</strong> voltaa Casa <strong>de</strong> Repousofoi comunicada por um médico que seufilho DamiãoXimenes Lopes haviafalecido.A autora, que confiando na capacida<strong>de</strong> médica da Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes - aqui requerida - <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> do Sr. SérgioAntunes Ferreira Gomes, que também é seu diretor administrativo ­nesta ação também requerido - bem como, confiando no corpo médico<strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong> hospitalar, o qual era a época dirigido pejo Dr.•. ".-.,.,•..•----'-.~......".. ,-. m, ' ....__ ,.. _ I .. .. _~_....-......_ ........_._.'.__• , ~. _, _ ... _


"0 •• _" ~ _•••••ooCiso 822••Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos - também ora requerido - entregou seufilho aos cuidados <strong>de</strong>sta instituição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. <strong>de</strong> logo aos•cuidados <strong>de</strong> seu corpo médico e <strong>de</strong> funcionários, ambos sob aresponsabilida<strong>de</strong> do Sr.Sérgio Antunes Ferreira Gomes e do Dr.Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos.Encontrou como resposta a sua confiança em entregar seu filho ­que apesar <strong>de</strong> ter problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, não se tratava <strong>de</strong> umapessoa violenta ou agressiva, ao contrário, era conhecido pela suadocilida<strong>de</strong> para com todos - aos cuidados dos requeridos, a completavitimização <strong>de</strong> Damião, que foi irresponsável e violentamente tratadopelos funcionários da Casa <strong>de</strong> Repouso, bem como, pelo próprio médicodiretorclínico do hospital. Tratado pior do que um animal, mesmogozando <strong>de</strong> boa saú<strong>de</strong>flsica antes <strong>de</strong> ser internado naquele nosocõmio, ediante tanta violência e irresponsabilida<strong>de</strong> dolosa,Damião v.eio afalecer vitima <strong>de</strong> maus tratados e <strong>de</strong> toda sorte <strong>de</strong> violênciaimplementado contra si naqueles 4 (quatro) dias <strong>de</strong> suplício que ficousob a custódia e responsabilida<strong>de</strong> dos ora requeridos. .A dor, sofrimento, angustia, tristeza ... em fim, tudo que passou e•vem passando a requerente diante do que presenciou e do que fizeramcom seu filho. bem como, com a sua morte, é inestimável. Não po<strong>de</strong>mosdimensionar o sofrimento e dor porque passou e passa a autora,po<strong>de</strong>mos até tentar imaginar, mas certamente tal tentativa nos colocarájá em uma condição psicológica <strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero diante o imaginável quepara a autorafoi e é a mais dura realida<strong>de</strong>.Outra informação relevante, é que a Casa <strong>de</strong> Repouso Guarrapes,on<strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes foi violentamente vitimado, era mantida,por verbas do Sistema Unica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS, sistema (instituto) fe<strong>de</strong>ralque mantém a re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, havendo assim, umaresponsabilida<strong>de</strong> direta do Estado brasileiro no caso Damião XimenesLopes, principalmente em facedas péssimas condições dadas noshospitais <strong>de</strong> nosso país as pessoas portadoras <strong>de</strong> doença mental, como sevê no caso Damião Ximenes Lopes.•


•••••E o mais grave, é que os procedimentos judiciais no caso DamiãoIXimenes Lopes, encontram-se todos tramitando <strong>de</strong> forma lenta e morosa,•sendo os mesmos procrastinados pelos próprios atos judiciais dosAgentes do Estado, que <strong>de</strong>veriam dar celerida<strong>de</strong> aos processos, e em vezdisso, toma-os infinitos e repleto <strong>de</strong> atos procrastinadores, o que aumentao sofrimento e a dor da família da vítima e ofen<strong>de</strong> a socieda<strong>de</strong> e os .direitos humanos.Diante estas informações adicionais, requer <strong>de</strong>sta DD. Comissão <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong>:1. A juntada ao processo N o 12.237 (Brasil) da presente petição e dadocumentação que segue em anexo.2. A realização <strong>de</strong> uma audiência para exposição do caso DamiãoXimenes Lopes (<strong>de</strong>poimento da Sra. Irene Ximenes Lopes Miranda).3. A con<strong>de</strong>nação do Estado brasileiro a in<strong>de</strong>nizar a família da vítimaDamião Ximenes Lopes, bem como que o mesmo dê agilida<strong>de</strong> aoso.processos cível e penal que tratam do caso Damião Ximenes Lopes.4. O <strong>de</strong>ferimento dos pedidos requeridos pela autora nesta e nas <strong>de</strong>mais•peças processuaIs.•Nestes termos pe<strong>de</strong> e espera <strong>de</strong>ferimento, por Justiça.Fortaleza - CE., IO<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2.002.p.p José A c. oe ritoAd1JogadoOAB - CE. 9092.Escritório Profissional à Av. Dom Luís. 500. sala 1619, Al<strong>de</strong>ota.Fortaleza - Ceará - Brasil. CEP N° 60.160-230.PABX (Oxx85J 458.1009 - CeI. (Oxx85J 9984.6093•E-mail: arimarrocharcv.uol.com.br=•_ '''__,. ... IR p_......I••• _ -_. ...... ..,... I I "W" ·_---------------------- _•..,................_..__. .; •


•••PROCURAÇAO0000824IRENE XIMENES LOPESMIRANDA, bras., casada, resi<strong>de</strong>nte à Rua Padre•Angelim, NO 168, Centro, Municípío <strong>de</strong> Ipueiras, Estado do Ceará, Brasil, CEP N°62230-000. pelo presente instrumento <strong>de</strong> procuraçãO ao final assinada,nomeia(m} e constitui(m} seu(s} bastantes(s} procurador(s) o(s) Sr.(s) Dr.(s)José Arimá Rocha Brito. bras., solteiro, advogado, com inscrição na Or<strong>de</strong>m dosAdvogados do Brasil, seção Ceará, N° 9.092,en<strong>de</strong>reço para intimações à Av.Dom Luís, N° 500. sala 1619, Al<strong>de</strong>ota, Fortaleza - Ceará, CEP N° 60.160 - 230,PABX: (Oxx85) 458.1009 - CeI. (Oxx85) 99846093. A quem confere(m)amplos e ilimitados po<strong>de</strong>res, para o foro em geral, com a cláusula "ad-judicia" afim <strong>de</strong> que agindo em conjunto ou separadamente possam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r osinteresses cots) outorgante(s) perante qualquer juizo, instância ou tribunal,repartiçãopública, autarquia ou entida<strong>de</strong> peraestatal, propondo ação competenteem que ots) outorgante(s) seja(m) autor(es) ou reclamante(s), e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-osquando for(em) réu(s), interessadc(s) ou requerido(s), po<strong>de</strong>ndo reclamar,conciliar, <strong>de</strong>sistir, transigir, fazer acordo, recorrer, confessar, bem comosubstabelecer a presente. com ou sem reservas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res, se assim Ihe{s)convier. e praticando todos os atos necessários para o bom, firme e valioso.Outorga também a outorgante amplos e especiais po<strong>de</strong>res ao outorgado pararepresenta-Ia junto a Comissão lnteramericana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> daOrganização dos Estados Americanos (OEA) em face do processo <strong>de</strong> Petição•N° 12.237 - Brasil, <strong>de</strong> Damião Ximenes LopesFortaleza, 05 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002II•........_._---------------------,~-..... .........._ .. ....


•INTER - AMERiCAN COMMiSSION ON HUMAN R1GHTSCOMIS10N INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMER1CANA DE OIREITOS HUMANOSCOMMiSSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME"IORGANIZATION Of AMERICANSTATES0000825•WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamiiio Ximenes LopesPrezada Senhora:Tenho a satisfação <strong>de</strong> acusar o recebimento <strong>de</strong> sua atenciosa comunicação recebida naCIDH em 19 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2002, mediante a qual fornece informação adicional relacionadacom ao caso em epigrafe.Tomou-se a <strong>de</strong>vida nota <strong>de</strong>ssa informação, a qual foi incorporada ao expediente.consi<strong>de</strong>ração.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Senhoria oprotestos da minha• •I //anti o A. C .tonSecret rio ExecutivoSenhoraIrene Ximenes Lopes MirandaRua Pe. Angelim, 168 Centro62230-000 Ipueiras/CearáBrasilTel.: 5521-88-685-1281• 'e----.., ...-----.---- .'_ao" ....••_._ ••••• '-0 _.,...._._'0_'_....... • ._._ ..., _


•INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMcRICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME•ORGANIZATION OF AMERICANWASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.STATES0000826SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos<strong>Humanos</strong> tem a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão .Permanente <strong>de</strong> Brasil a fim <strong>de</strong>transmitir cópia <strong>de</strong> uma nota dirigida ao Ministério das Relações Exteriores <strong>de</strong>Brasil.A Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos•<strong>Humanos</strong> aproveita a oportunida<strong>de</strong> para reiterar à Missão Permanente <strong>de</strong>Brasil os protestos <strong>de</strong> alta estima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.,"1 Washington. O.C., 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002--_•.__._._--------_._--r ........ ,,.." ... _.' ,......... __ . ..... ',",-....------------------


,•INTER - AMERICAN COMMISSmN ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSfON INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATESWASHINGTON/D.C. 2 O O O 6 U.S.A. 00008273 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002Ref.:Caso N° 12.237- BrasilDamiio Ximenes LopesSenhor Ministro:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência para transmitir-lhe, em nome daComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, as partes pertinentes <strong>de</strong> observações sobre o,- fundo enviada pelo peticionário a respeito ao caso em epigrafe.Rogo os bons oficias <strong>de</strong> Vossa Excelência no sentido' <strong>de</strong> télirer presente ao ilustreGoverno do Brasil as observações sobre o fundo que consi<strong>de</strong>rar oportunas no prazo <strong>de</strong> 60dias, a partir da data <strong>de</strong>sta nota.••Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para renovar a Vossa Excelência os protestos da minha maisalta e distinta consi<strong>de</strong>racão.•I• 1.: ."~ant~agõ Aca;;-;onSecrktario E~ecutivoExcelentlssimo SenhorCelso laterMinistro <strong>de</strong> Estado das Relações Exteriores do BrasilMinistério das Relações ExterioresBrasllia, Brasil!(Anexo..... •.......... __' .. rt .._ • """" m',",_._......... ~ ,,* _--_. ---~---- .... - ". -------------_._-----------------


•••.~•,•loueiras-Ceará-Brasü. 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002• •0000828Ref.:Petição N° 12.237 - BrasilDamião Ximenes LopesApraz-me saber que a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> examinouminha petição e aprovou Relatório <strong>de</strong> Admissibilida<strong>de</strong>.As observações adicionais sobre o fundo do assunto, que tenhosobre o caso são as seguintes:para apresentarI - A Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> Sobral-Ceará, por conta do crime quevitimou Damião Ximenes Lopes, e outras irregularida<strong>de</strong>s , <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>ciou a Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes do SUS -Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, sendo que a tal casa <strong>de</strong>repouso, por falta <strong>de</strong> recursos, veio a falir. (Porém, nunca foi julgada e punida)U - A morte <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes continua na impunida<strong>de</strong>, perante aos quetêm o <strong>de</strong>ver o direto e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fazer JUSTiÇA:,""'"""",1 - CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA - Rua FIoriano Peixoto, 2021-8airro JoséBonffácio CEP 60025-131 FortaleztHJeará TeI.: 5521-85-221.6607 ,E-maH: cremeC@fortalnet.com.br,Não puniu o médico assistente e Diretor Clínico Dr. Francisco Ivo <strong>de</strong>Vasconcelos CREMEC 3374, principal responsável pelo óbito <strong>de</strong> DamiãoXimenes Lopes:2 - MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ - Rua Assunção. nO 1.100- JoséBonifácio - Fortaleza-GE. CEP 60050-011, tJJ!p:lIwwwJ!!1i.ce.gov.Br- secgeraJ@.2gj.ce.goy.br pormotivo <strong>de</strong>sconhecido e inconcebível, a Promotoria <strong>de</strong> Justiça do Ceará,Comarca <strong>de</strong> Sobral, não <strong>de</strong>nunciou o médico criminoso Dr. Francisco Ivo<strong>de</strong> Vasconcelos CREMEC 3374. O Centro <strong>de</strong> Apoio Operacional dos-GruposSocialmente Discriminados da Procuradoria Geral <strong>de</strong> Justiça do Estado doCeará, reconhecendo a omissão, falha da Promotoria <strong>de</strong> Justiça da Comarca<strong>de</strong> Sobral-Ceará, pediu no dia 25 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000, o ADITAMENTO DADENUNCIA, cópia anexa. Todo esforço fiz <strong>de</strong> minha parte, para que oAditamento da Denúncia fosse incluso nos autos do processo, mas foi inútil,nenhuma resposta obtive, A justiça inerte, favorece e protege o criminoso.PROCESSO N° 674/2000 - 3 8 Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral-CearáPROCESSO N° 200.028.022439-3 - 58 Vara da Comarca <strong>de</strong> Sobral-CearáPROCESSO N° 08105.001068/99-62 • Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral - Estesprocessos estão em trâmites há três anos, se a justiça daqui funcionasse, osréus já teriam sido julgados e con<strong>de</strong>nados.____._._.~~.__.•_... "_'.__••__._••_._'_,_. r._. ._. ~'''OU ""a ••,." ,_• I ••


••••••r . ., '-.., 2J Ql': Li l.' L J3 - GOVERNO FEDERAL - MINISTÉRIO DA SAÚDE - SUS, sistema do qualmeu irmão era usuário no momento <strong>de</strong> sua morte. O Estado nada fez parareparar os danos que causou ao meu irmão. e a nós tarniíiares. dizendomelhor, o Estado foi insensível, e absolutamente irresponsável.cc:III· O Livro "A Instituição Sinistra" - Mortes Violentas em Hospitais psiquiátricos noBrasil - Este livro prova a veracida<strong>de</strong> e gravida<strong>de</strong> do crime cometido contra DamiãoXimenes Lopes e outros pacientes, <strong>de</strong>nuncia a precarieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scaso pela viGahumana <strong>de</strong>ntro do Sistema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Brasil.Mo ensejo, coloco-me a inteira disposição da Nobre Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong>Direitos <strong>Humanos</strong>, tanto para prestar esclarecimentos como para <strong>de</strong>por comotestemunha se for o caso..Irene Xirnenés Lopes MirandaPetiéionéria '•.,-.- .~.~~----,- ......_.,.".._-_.-,---_u ~ "_",1> ......_-,,~._..."'_._.---------------- -~---.. •


•~.... "//"'':-:1 :.='.. ::'-J .~.." .... . ,,_. \ -..... ...-/•••eSTADO 00 CEARAOOOO83OMINISTERIO PÚBLICOPROCURADORIA-GERAl DE JUSTIÇACENTRO DE APOIO OPERACIONAL DOS GRUPOS SOCIALMENTE DISCRIMINADOSAv. S.ntoe Dumont, 168703° And.r. S.,•• 8051806 - CEP 811.150.181 Fone:ZlS8-2038-R.14li•Of. n° 56/2000t•••Exm" Sr. Promotor <strong>de</strong> Justiça da Comarca <strong>de</strong> Sobral- Dr. AlexandrePinto Moreira•",'_.o Centro <strong>de</strong> Apoio Operacional dos GruposSocialmente Discriminados da Procuradoria Oeral <strong>de</strong> Justiça, no<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas atribuições, por <strong>de</strong>terminação do Exm o Sr.Procurador Geral da Justiça, tem acompanhado o procedimentoinstaurado pela Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> da Câmara dosDeputados, protocolado na Procuradoria Geral da Justiça através doSistema <strong>de</strong> Protocolo Único sob o NU 99.307278-8, alusivo aofalecimento <strong>de</strong> DAMIAO XIMENES LOPES, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> maus tratosnas <strong>de</strong>pendências da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, ocorrido em {)4 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 1999.Inicialmente participamos <strong>de</strong> audiência públicarealizada' no dia 10 <strong>de</strong> novembro do ano <strong>de</strong>1999 na AssembléiaLegislativa, na qual igualmente se fizeram presentes representantes doConselho Estadual e dos Conselhos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza eAracatí, do Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral, da Or<strong>de</strong>m dos Advogados doBrasil, da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cascavel/Ce., da Associação dosFamiliares e Usuários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> Aracati/Ce., do Centro <strong>de</strong>Atenção Psicossocial (CAPS) do Ceará, e do ex-<strong>de</strong>putado Mario Mame<strong>de</strong>Filho, autor do projeto que resultou na promulgação da Lei N°12.151/93.O Centro <strong>de</strong> Apoio dos Grupos SocialmenteDiscriminados, recebeu relatórios elaborados pelas entida<strong>de</strong>s a saber:,-....._._------------------------.,_ 4 ••.,


••••1- Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Enfennagem, e 2- Comissão <strong>de</strong> Sin~ic~nc~&.instaurada por <strong>de</strong>terminação da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e AS~'1?t~n:la,Social <strong>de</strong> Sobral- Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria, este, com atnbUlçoes<strong>de</strong>senvolvidas no período <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 a 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong>. 2000, e que culminou na edição da Portaria N° 026 <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>2000, pela Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social, que após váriosconsi<strong>de</strong>randos, e no exercido do seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> polícia administrativa<strong>de</strong>cretou a INTERVENÇAO da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes,<strong>de</strong>signando uma Junta lnterventora para no prazo <strong>de</strong> 90 dia gerenciaraquela unida<strong>de</strong> psiquiátrica consoante se <strong>de</strong>nota da transcrição <strong>de</strong>parte do Oficio Circular da lavra do Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e :~.~~i~êJlçÍJlSocial : v ~ h (j j 1"Outrossím, informamos que, com base nas conclusões erecomendaçõesda Comissão <strong>de</strong> Sindicância que apurou os fatosconstantes do Processo W 002/99, o Ocnselhc Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>Sobral, .atravee .da Resoluçêo/CMSS N" 001/2000, <strong>de</strong>tenninou àSecretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência Social, que interviessegerencíalmente naquele nosocômio por 90 (noventa) dias, com o fito <strong>de</strong>administrá-lo e saneá-lo, gerindo os recursos repassados pelo SistemaÚnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SUS; reciclando e coor<strong>de</strong>nando os recursos humanosexistentes; aferindo a conveniência dos métodos e equipamentosutilizados no âmbito terapêutico e psicossocial. Tal <strong>de</strong>termínaçãc foiefetivada 'pela publicação da Portaria/SSAS N" 26, <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>2Q00, também anexa ao presente." .•Examinando <strong>de</strong>tidamente o teor dos relatóriosacima mencionados, corroborado com as <strong>de</strong>mais provas até entãocolacionadas no procedimento instaurado neste centro <strong>de</strong> Apoio, .<strong>de</strong>nota-se que as condutas dos. médicos FRANCISCO IVO' /'VASCONCELOS e MARCELO MESSIAS BARROS, e da enfermeiraMARIA VERÓNICA MIRANDA BEZERRA, e do empregado JOSÉELIESER SILVA PROCÓPIO, foram fundamentalmente relevantes para aconsumação do resultado "morte" do paciente DAMIAO XIMENESLOPES, apesar <strong>de</strong> não <strong>de</strong>nunciados no libelo ministerial, senãovejamos.Consta do relatório da Comissão <strong>de</strong> Síndicânciasubscrito pelos Drs, José Cláudio Aguiar e Geison Vasconcelos Lima,Auditores-Médicos do Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria <strong>de</strong> Sobral, aenfermeira Luiza Maria Gomes, Enfenneira-Auditora do SistemaMunicipal <strong>de</strong> Auditoria <strong>de</strong> Sobral, aEnfermeira Raimunda NonataNascimento Silva e a Assistente Social Francisca Lopes <strong>de</strong>Souza,ambas da equipe do Centro <strong>de</strong> Atenção Psk::ossocial <strong>de</strong> Sobral(CAPS),que DAMIAo XIMENES LOPES portador <strong>de</strong> transtorno mental forainternado na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes no dia {lI <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>I999, uma Sexta feira.- - - - -- -------------='•- _.-.__ ....- .--


•••••. No momento da internação segundo relato dagenitora <strong>de</strong> "DAMIAo" não tinha médico no hospital, contudo <strong>de</strong> a~or{jocom a documentação do hospital o médico responsável pela adm~ssãodo paciente foi o Dr. Marcelo Messias Barros, qu~ prescreveu no dia 02. a seguinte medicação que foi regularmente aphcada: DIAZEPAN -01AMPOLA IM.(FLS. 19)De acordo com as opiniões médicas consentêneoo entendimento <strong>de</strong> que a prescrição médica acima mencionada eraina<strong>de</strong>quada para o quadro sindrômico do paciente:OOOO832- Conforme pareces solicitado ao Dr. Carlos Magno, psiquiatra do CAPS<strong>de</strong> Quixadá, foi a admissão regularmente justificada, po<strong>de</strong>ndo-sediasno.ticar um", síndrome psicótica, <strong>de</strong>vido aos achados <strong>de</strong><strong>de</strong>sorientação e agressivida<strong>de</strong> (-corpo qreallivo", na. pAlavra. domédico -responsâvel pela admissão, Dr. Marcelo Messias Barros).lnobstante, a partir do parecer do Dr. Carlos Magno, com base noquadro sindrõmíco, aerla prefemel o u.o <strong>de</strong> antlp.lc6ticos, e que odiazepam por via latramuscu1ar, neste caso, nlo .erta a melhorescolha:quanto àefic'cla e I.via .<strong>de</strong> admlafstraçlo. Ob.enraçlotambém perpetrada pelo Duetor Clúüco do Ho.pltal, Dr. FranciscoIvo Vasconcelos em seu <strong>de</strong>poimento "pelo que diz ai lo primeiroquadro clínico, on<strong>de</strong> havia evolução médica' o diazepam Dlo é ummedicamento i<strong>de</strong>al, prlacipalmente 1M ele tem multo poucaabsorção lafra-muscular, ou se faz oral ou se for um quadro <strong>de</strong> criseconvulsiva, <strong>de</strong> <strong>de</strong>lirlum fremens se faz. EV com gUcoselentamente". Outro fatodo relato do médico que admitiu opaciente digno <strong>de</strong> nota é a ausência <strong>de</strong> lesões externa. no paciente,sugerindo que as lesões <strong>de</strong>scritas no Laudo Cadavérico e citadasnos <strong>de</strong>poimentos colhidos por esta Comissão <strong>de</strong>ram..e notranscurso do iaternameato. Grifos. Fls, 8Consta do Livro <strong>de</strong> Ocorrências da Enfermagem,datado do dia 03 <strong>de</strong> outubro/99, a seguinte anotação: "não (palavrarasurada) foi administrado haldol mais fenergan 1 amp 1M <strong>de</strong> cada".Contudo os médicos acima nominados e a enfermeira MARIAVERÓNICA MIRANDA BEZERRA, em seus confusos -<strong>de</strong>poimentos<strong>de</strong>monstram claramente contradições e confusões em seus<strong>de</strong>poimentos:No Livro <strong>de</strong> Ocorrência da Enfermagem não foram relatadas quaisquerintercorrêncías clinicas referentes ao paciente Damião Ximenes Lopesno dia 02 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999. No dia seguinte, 03 <strong>de</strong> outubro, hárelato, às sete horas, <strong>de</strong> que o referido paciente havia caído nobanheiro, tendo cortado o supereílio, comunicando-se o fato ao Dr.Marcelo Barros, o qual, por seu turno prescreveu medicação. Às vintehoras e cinqüenta minutos há outros pacientes, tendo sido posto emc.....-/ '..----- ..,,"-......_..~---._---------_.",._-.. ,__..=_'w... P .....-.........' ••,,, _ -.....-~._-------------------• •


I, ••. " •• •!'... ,,~ [palavrcontenção e, conforme consta do livro, com rasuras, na~.I .rasurada) foi administrado haldol + fenergn 1 amp 1M <strong>de</strong> cad~.. '•No prontuário do paciente não constam, nem a evolução do médicassistente nem a do médico plantonista, bem como não constnenhuma prescrição médica, fato confirmado pela checagern domedicamentos no Relatório <strong>de</strong> Enfermagem anexo ao prontuário. NevoluçAo d. enfeMllA8~m, já no dia 03 <strong>de</strong> outubro. ~gnAtA qu~paciente achava-se agressivo e <strong>de</strong>sorientado, tendo sido o fatcomunicado ao Dr. Marcelo Barros que prescreveu medicação injetáveEmbora não se tenha discriminado a hora da ocorrência, <strong>de</strong>duz-se pelchecagern dos medicamentos que tal fato se <strong>de</strong>u por volta das <strong>de</strong>z horada manhã. Na evolução medicação não consta nenhuma <strong>de</strong>scrição dquadroíntercorrente, discriminando-se apenas a medicação prescrín("aldol .. fenergan 1M"), faltando <strong>de</strong>talhar outros cuidados e oríentaçõequando ao uso da medicação,a'comunicação <strong>de</strong> outros quadrointercorrentes ao plantonista e à contenção do paciente.•Em seu <strong>de</strong>poimento, o Dr. Marcelo Barros afirma que Dão exaJ.PinOlnem prescreveu o Raciente no sábado porgue cabia ao médjgp,ssistente. Dr. Ivo <strong>de</strong>sincumbir-se <strong>de</strong>sse mister. Tal não ocorreu, com


• •..........,•,Já na segunda-feira, conforme <strong>de</strong>poimento da Sra. Albertina VianaLopes, ao visitar o seu filho, foi-lhe dito que o mesmo não se encontravaem "condições <strong>de</strong> visita". Não enten<strong>de</strong>mos o porque <strong>de</strong>ssa afirmação.Dever-se-ia ao estado em que se encontrava, "com as mãos amarradaspra trás, todo rasgado, sujo, caindo, (...) estava muito fedido, parecia tersaldo <strong>de</strong> um curral", e com sangue no nariz, "(...) 8angu~Beco, ecorrendo vivo e os olhos inchados, que não podia abrir"? Ao ve-Io nesseestado, corista que ela pediu que seu filho fosse visto por um médico.Em seu relato, a Sra. Albertina sustenta que o médico aque seapresentou, Dr. Ivo, foi <strong>de</strong>satencioso consigo e com o filho, furtando-sea examiná-lo. Segundo ela, prescreveu o medicamento ("injeção") semexaminar o Sr. Dam~o que estava a sua vista. Nas suas palavras, "omédico só fez passar o medicamento e sumiu". O Dr. Ivo, em seu<strong>de</strong>poimento, diz textualmente: "nesse momento, cheguei perto dopaciente e tentei conversar, virei <strong>de</strong> frente' em <strong>de</strong>cúbito dorsal e tenteimanter conversa com ele". Nenhuma referência a um exame físico,ainda que sumário. Grifos 11s. 90000834•..• •,O relato assim prossegue:, ,Ao ser comunicado <strong>de</strong> que o paciente havia caído da cama por umaauxiliar <strong>de</strong> limpeza, assim ocorreu: "nós o viramos em <strong>de</strong>cúbito dorsal,ele continuava <strong>de</strong>sorientado, gritando, <strong>de</strong>lirando, apr-esentava o mesmoquadro com que ele tinha sido trazido pra mim, se ele tivesse ficadotorporoso ou semiconsciente ou com sangramento nasal ou se ti~sseaumentado ouapresentado hemorragia, ai sim teriamos condições <strong>de</strong>transferir o paciente, mas como ele apresentava o mesmo quadro queteve da evolução, não Unhamos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer encaminhamento".Ao ser perguntado se tinha consi<strong>de</strong>rado a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o Sr.Damião tivesse sofrido um Traumatismo Crãnioencefájico, Q,uer ao seṟi}gredido por outros pacientes. como <strong>de</strong>scrito em relatos <strong>de</strong> auxiliares <strong>de</strong>~nfermaBem, ou na queda que sofreu, respon<strong>de</strong>u que Sim,•contradizendo o <strong>de</strong>poimento que tivera dado à Equipe da SESA, on<strong>de</strong>havia re~ondido que não. Ao ínsístírmos • • • na questão do exame,perguntando se ele havia examinado o paciente, respon<strong>de</strong>u: "examinei op'aciente, respon<strong>de</strong>u: "no óbito". É interessante notar que mesmo esseexame, feito no "óbito", encerra um Raradoxo. Assim o Dr. Ivo <strong>de</strong>screve- o exame: "ele nao @resentava nenhuma lesão externa nenhuma-escoriação, o sangramento tinha <strong>de</strong>saparecido não apresentava nenhum- hematoma a nível <strong>de</strong> couro cabeludo, nao W2,resentava• •sm81S <strong>de</strong>estrangulamento. a cavida<strong>de</strong> bucal nós abrimos, ver se encontrávªmos!!!gum objeto". Com base nesses achados ele Neencheu ymaDeclaração <strong>de</strong> Óbito, tendo como causa imediata do óbito "paradªcárdio-respiratória". Se compararmos tal <strong>de</strong>scric.ãocom aquela doperitos do IML Dr. Walter Porto confrontamo-nos çom o contraditório.Assim <strong>de</strong>screvem os peritos: "Exame externo: escoriações localizadas na.-..•-_·····-·~·...........''''n____ ' _____o_.•_._--~


I,Ir•• •."••~ l)a§§l, ombrQ direito. face anterior dos joelhos e ,Ré esquenio•~imºse8 l~ regiQo orbitário esgyerda. ombro hG~ol~terale punhos (compatível com conten.cáoJ". AJ) Dr. Francl§co. IvoVasconcelos. médico legista do IML <strong>de</strong> Sobral. não seria <strong>de</strong> se esperarQue escapas§.em. ao exame externo. \ais lesões. constituindo-se emfatos anómalo e bizarro essa divergência,. Grifos fis.lO.•Os subscritores do relatório ora estudado, emtrabalho isento e imparcial, eticamente assim se posicionaram quantoàs condutas dos profissionais acima mencionados:OJ Ú0835tNão nos cabe nem divagar, nem opinar sobre a conduta médica do Dr.Prancísco Ivo Vasconcelos, nem sobre a 'do Dr. Marcelo Messias Barros,n"ate caso especifico, tarefa da qual ê competente o egrêglo ConselhoRegional <strong>de</strong> Medicina do E.tado do Ceamo Entretanto, gostaríamos <strong>de</strong>finalizar este tópico com um breve comentAria extralda d. pbn dpProfessor Celmn Celeno Porto: ~A perda da c:a.Qacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pa.lpaçjQ,.percussão e. auscultação pelo psiquiatra po<strong>de</strong> ser iustificada. mas não ada sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observacâo. Assim como a aQreensão <strong>de</strong> dadospsicológicos não-verbais. a percepção <strong>de</strong> indicias <strong>de</strong> doenca somática.dos mais claros aos mais sutís, é parte fundamental <strong>de</strong> sua função"!,Grifos ns. 11,..........Em síntese, po<strong>de</strong>-se inferir que não há registras fi<strong>de</strong>dignos que atestemassistência a<strong>de</strong>guaga ao Sr. Damião Ximenes Lopes, estando os<strong>de</strong>poimentos, em alguns pontos contraditórios, e que Q....Paciente achavase,por conta <strong>de</strong> uma possível e factível falta <strong>de</strong> cuidados. à mercê <strong>de</strong>todª sorte <strong>de</strong> agressões e aci<strong>de</strong>ntes que po<strong>de</strong>riam colocar em risco suavida....•Outros inúmeros trechos do relatório<strong>de</strong>monstram com clareza meridiana a <strong>de</strong>scura profissional dos médicose enfermeira acima nominados, que merece por certo a ,<strong>de</strong>vidapersecução penal.o relato da genitora <strong>de</strong> "DAMlÃ.O" por si só ésuficiente para aferir-se a responsabilida<strong>de</strong> dos médicos que aten<strong>de</strong>ramseu filho, in litteris:No dia )0 <strong>de</strong> outubro vim internar meu filho DAMIÃO XlMENES,LOPES, pois o mesmo tinha problemas <strong>de</strong> nervos, ele não queria comernem dormir, tomava medicamento, mas no momento não estavatomando, não chegou no hospital amarrado. No hospital falaram queI PORTO. c.c. Semiologia médica, 3" edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Guanabara Koogan 1997, p. 1081•-----,p """-_._~------- I ••. __ ..II....... ._. _... _..---'-·--~"_·u."_'_-,


- ------- --- - ------ ------~•conseguiuprovarr: " ')8 3"l': '..J u' L oÀ 'guisa <strong>de</strong> ilustração, e sem a pretensão <strong>de</strong>esgotarmos o exame da matéria que imputa responsabilida<strong>de</strong> à todos osque concorreram para a morte <strong>de</strong> "DAMIÃO', transcrevemos maisalguns trechos do citado relatório:•


COúJ837-_._-----,-,Por volta das nove horas da manhã do dia 04 <strong>de</strong> outubro do mesmo mese ano, a Sra. Albertina Viana Lopes, mãe do Sr. Damião X~menç.sLo~s,compareceu ao hospital para visitá-lo tendo-o en~ont~ado com ~s maosamarradas pra trás, todo rasgado, sujo, camdo. A seguir, algoapreensiva, solicitou a funcionãrios que recompusessem e que olevassem à presença do médico, que, segundo ela, prescreveumedicação sem examiná-lo. Às onze horas da manhã, ela recebeu umtelefonema informando que seu filhointernado naquele nosocõmíohavia falecido....o Laudo <strong>de</strong> Exame Cadavérico N." 04046/1999, assinado pelos médicoslegistas José Albertino Souza e Almir Gomes <strong>de</strong> Castro registra comocausa mortis "lnlleterminada".É lícito, pois, observar que há no Laudo Cadavérico sinais <strong>de</strong> que opaciente Damião Ximenes Lopes sofreu traumatismos em seu corpo,mas não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir que ele tenha sido espancado. Inobstante nãoexistirem provas incontestáveis <strong>de</strong> espancamento, há relatos <strong>de</strong> que oSr. Damião'Ximenes Lopes tenha se envolvido, em conseqüência <strong>de</strong> seuquadro sindrõmico, em brigas com outros pacientes, bem como que eletenha sofrido uma queda no banheiro e "rolado pelo chão",circunstâncias que nos obrigam a admitir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que tenhahavido um meio direto ou indireto <strong>de</strong> trauma, provocado pela vitima oupor terceiros. A esse respeito é reconhecido, especialmente por aquelesque convivem em hospitais, "que muitos <strong>de</strong>stes pacientes psiquiátricos,principalmente quando apresentam comportamento violento, agitaçãomotora, impulsivida<strong>de</strong> e heteroagressão, não estão isentos <strong>de</strong> sofreremtraumatismos por queda <strong>de</strong> leito, choque contra móveis e utensílios ou,até mesmo, por atritos com os outros ínternados.'?Pelo exposto, cabe comentar que não há elementos' médico-legais paraconcluir-se que o óbito <strong>de</strong>veu-se a evento <strong>de</strong>lituoso, como sugere a<strong>de</strong>núncia proferida pela usuárias, embora não se possa excluir comabsoluta segurança a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que ele tenha ocorrido.Outrossim, há evidências <strong>de</strong> Que o paciente tenha sofrido,traumatismos, que se por si só não tenham contribuido para o eventonefasto, certamente sugere uma má assistência ao paciente, uma vezque, como veremos mais á frente, não foi o mesmo colocado em~urança por meio <strong>de</strong> medidas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> contenção e cuidadosQue o protegessem.No que concerne às circunstãncias do óbito, cabe-nos reportar ao<strong>de</strong>poimento do Sr. Carlos Alberto Rodrigues: "Estava no posto, sempreestava indo lá olhar <strong>de</strong> <strong>de</strong>z em <strong>de</strong>z minutos e na última vez que fui olhar1 FRANçA. G. v. Pareceres II: esclarecimentos sobre questões <strong>de</strong> Medicina Legal e <strong>de</strong> Direito Médico.Rio <strong>de</strong> laneiro: Guanabara Koogan, 1999. P. 103.


•<strong>de</strong>le estava falecendo. foi rápido <strong>de</strong>mais. não <strong>de</strong>t;' tempo para na a.Segue o seu ielato dizendo que chamou a enfermeira Salete. a qual: p~rseu turno. comunícou o fato ao Dr. Ivo. que. segundo o seu RroI?no"',........<strong>de</strong>poimento. não se encontrava no hospitall"assi~que ~aí lo~o <strong>de</strong>J!Ol~ aenfermeira chefe me telefonlll, a Salete, que o Ilac!ente tInha Ido a Qblto,êretomo ao hos12.ital"). não havendo médico plantonista .{!arB aten<strong>de</strong>r àsIntercorrêncías. A enfermeira Salete, segundo seu próprio <strong>de</strong>poimento,disse que encontrou o paciente bastante cianótica e sem pulso, tendotelefonado para o Dr. Ivo que veio ao hospit.al imediatamente. Do .re1a!Qinferimos que o paciente. por alguma causa não <strong>de</strong>finida, apresentouparada cárdio-respiratória. não se tendo tomado nenhuma iniciativa nosentido <strong>de</strong> se <strong>de</strong>tuarem manobras <strong>de</strong> ressuscitação que pu<strong>de</strong>ssem<strong>de</strong>ixá-lo em condiçéJes <strong>de</strong> ser transferido para um hospital geral. on<strong>de</strong> sepu<strong>de</strong>ssem instituir medidas di~nósticase terapêuticas a<strong>de</strong>9Y.adü.Tais manobras não foram efetuadas. a.nosso ver, quer pela fal1a <strong>de</strong>profissional gualificadQ para tal (nãQ havia médico no hQs'pita! nomomento do <strong>de</strong>senlace fatal, estando o único ao alcance da eguille <strong>de</strong>enferm~m, <strong>de</strong> sobreaviso, como reconhece o próprio Dr. Ivo). oumesmo pela falta <strong>de</strong> material a<strong>de</strong>quado na sala <strong>de</strong> inter.corrência, ÇQmoreconhecem. em seus <strong>de</strong>poimentos. o Diretor Clínico do hospital, Dr.Francisc6 Ivo. Vasconcelos, a Diretora Técnica <strong>de</strong> Enfermagem, aenfermeira Maria Salete Marias Mesquita e o auxiliar <strong>de</strong> enfermagem. Carlos Alberto Rodrigues. Este, ao ser pergyntado se havia material4 •a<strong>de</strong>quado l2.ara reanimar um paciente respon<strong>de</strong>u @e "aqui tudo ~precário (...LPorque está trancado e não tem". A<strong>de</strong>mais, não havianinguém na intercorrência iunto ao paciente. fato que soe acontecer,conforme o <strong>de</strong>clara a Diretora Técnica <strong>de</strong> Enfermagem. O Sr. Carlos,Alberto, vinha a cada <strong>de</strong>z minutos, segundo o seu relato, observar opaciente <strong>de</strong>clarando que "tudo foi muito rápido", e infelizmente,conforme se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> dos fatos, não havia uma estrutura <strong>de</strong> atençãoa<strong>de</strong>quada que pu<strong>de</strong>sse, em tempo hábil, reverter a emergência com quese <strong>de</strong>frontou o Sr. Damião Ximenes Lopes, nos seus últimos estertores,tomando inexorável o seu amargo <strong>de</strong>stino. Grifos 11s. 11Reportando-se ainda às <strong>de</strong>núncias formuladas pejosfamiliares da vitima assim dispõe a comissão:Em sua carta-<strong>de</strong>núncia dirigida a Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> daAssembléia Legislativa do Estado do Ceará, a Sra. Irene Ximenes LopesMiranda, afirma que o Sr. Damiaõ Xirnenes Lopes "havia sidoimpiedosamente espancado, estava com as mãos amarradas para trás eseu corpo coberto <strong>de</strong> sangue". E que na Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes"reina a humilhaçio e a cl"1e1da<strong>de</strong>. Seres humanos são tratados comobichos. As famílias das vitimas, são pessoas pobres, sem voz e sem vez.E a impunida<strong>de</strong> continua". Afirma ainda que "as mulheres sãoigualmente agredidas e estupradas".._.•00;)0838•- .~. " ' CP ,_''''~. • _


,.. ,• r,r••Tais fatos sugeridos pela <strong>de</strong>nunciante merecem comentãrio.s.d:-ti


_.,fI •••paciente", contrastando com o <strong>de</strong>ppimentodo Dr. Ivo que diz que a meslna tomou•conhecimento dos casos a que ele teve acesso.Grifos Os. 12•1e....,"•Consta ainda a transcrição do registro <strong>de</strong> uma•ocorrência assinada pelo enfermeiro FRANCISCO DE SOUSA SANTANA,no Livro <strong>de</strong> Ocorrência da Enfermagem datado <strong>de</strong> 22.12.99, nosseguintes termos: t•• •9:00 Fui convocado para um <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> umpaciente com o nome Van<strong>de</strong>rley, on<strong>de</strong> estava presentedona Erandlr, GOTeIe, Brigida, DT. Ivo, Valéria T. O.,on<strong>de</strong> o paciente relatou as agressões que algunsauxiliares voltam Igrifo nosso} a praticar. Falousobre o paciente Adauto, que estava agressivo,quebro.u lambadas, cortou os <strong>de</strong>dos, e nada osauxiliares faliam, que colocavam os própriospacientes para conter o paciente agressivo. Citoutambém que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cantido; <strong>de</strong> mãos para tra:auxiliares tacavam as mãos no rosto do paciente,citou também que amarram com uma corrente. Citouque o paciente Francisco Silva que é penitenciariamagredi os pacientes, <strong>de</strong>u uma surra no COSÚl e Silvaque no rosto (olho) está roxo, que entra a hora quequer no posto.Os nomes dos funcionaram queagrediram o paciente Adauto foram: Nonato, Carlos,André. Citou também que o pessoal do pátio dizem:nós não po<strong>de</strong>mos bater mas vocês po<strong>de</strong>m, comecemque nós terminam, palavras do Vanâerley.Os repugnantes e inaceitáveis fatos oraapreciados, foram avaliados pela comissão da seguinte forma:Este é um <strong>de</strong>poimento escrito que bem sugere os maus tratos e a tortura aque estariam submetidos os pacientes internados na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes. Fatos que <strong>de</strong>vem ser esclarecidos pela autorida<strong>de</strong> policial etratadas com a maior diligência pelo Ministério Público, a fim <strong>de</strong> que se--•,.•- _n • ~_,...-.. _.•-'--_.•_._.-.------------


• 15•I, .••••••Restou cabalmente <strong>de</strong>monstrado consoante seinfere doa <strong>de</strong>poimentos colhidos e das informações constantes dORrelatórios, conduta criminosa, praticada por FRANCISCO IVOVASCONCELOS e MARCELO MESSIAS BARROS, e da enfermeira"MARIA VERONICA MIRANDA BEZERRA, e do empregado JOSÉELIESER SILVA PROCÚPIO, razão pela qual submetemos os fatos àlúcida apreciação <strong>de</strong> Vossa Excelência, máxime, consi<strong>de</strong>rando vossoentendimento externado no bojo da peça <strong>de</strong>nunciatória quanto a umpossível aditamento, o que no momento afigura-se-nos como imposiçãoinstitucional e legal. .0000841tNa certeza <strong>de</strong> que Vossa Excelência adotará asmedidas ministeriais necessárias, vísanlemente à efetiva promoção dajURtiÇI'l. subscrevemo-nos atenciosamente.•Fortaleza, 25 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000•.,,.U; ,f-/ L.dia Celeste homaz <strong>de</strong> AragãoProcuradora <strong>de</strong> JustiçaIe•


•, .•••. apurem a autoria e as responsabilida<strong>de</strong>s por tais atos ilícitos, nos termos da••.Lei N° 9.455, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1997, a qual <strong>de</strong>fine os cnmes <strong>de</strong> tortura e dáoutras rovidências.( fls. 13)•Aspecto que robustece mais ainda a persecuçãopenal com relação aos profissionais que concorreram para o fenecimento <strong>de</strong>"DAMIÃO", é bem traçado no relato abaixo:.(i OO(1842Um outro fato marcante, que bem atesta a ocorrência <strong>de</strong> maus tratos nonosocômio, é o modus operandi da contenção, prática adotada parapreservar a segurança do paciente agitado, e que se fundamenta emindicações precisas, e implica em métodos a<strong>de</strong>quados para não ferir nem adiamida<strong>de</strong>, nem os. direitos da pessoa do doente. Não há no prontuárioprescrição <strong>de</strong> contençae, li <strong>de</strong>.peito <strong>de</strong> que .. mellm" tenha sido aplicada aopaciente, conforme <strong>de</strong>poimentos colhidos e Laudo Cadavérico do lML.Pela <strong>de</strong>scrição obtida, a mesma foi feita <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada ficando opaciente <strong>de</strong> mãos para trás e no chão, estando sujeito a toda sorte <strong>de</strong>agressões -e traumas. O paciente, enquanto estava contido, não se achavaem local seguro, dai ter-se machucado da forma como apresentada noLaudo Cadavérico. Relativamente á tal prática, é esclarecedor os.-.<strong>de</strong>poimentos dos auxiliares <strong>de</strong> enfermagem: "Antes chamava a chefe doplantão ela olhava a paciente e mandava fazer a contenção se estivessemuito agitada" (Maria Gorete Lima): "A contenção é. feita com or<strong>de</strong>m daenfermeira chefe" (Antônia Maria Sampaio).Mesmo que não tenha sofrido um traumatismo que <strong>de</strong> per si se constituísseem causa inequívoca do óbito, havia risco <strong>de</strong> sofrê-lo. Epara estaComissão é o quanto basta para atestar uma má assistência e a ausência <strong>de</strong>cuidados básicos ao paciente psiquiátrico. Outro fato que bem o <strong>de</strong>monstra,é a presença <strong>de</strong> lesões nos punhos do Sr. Damião, compatíveis, segundo oLaudo Cadavérico, com contenção. Para que tal ocorresse era necessárioque houvesse um mínimo <strong>de</strong> negligência ou imperícia na sua prática (hárelatos <strong>de</strong> que a contenção é feita por pacientes da instituição, e não porprofissionais a<strong>de</strong>quadamente treinados e <strong>de</strong> que quando não há médico osenfermeiros or<strong>de</strong>nam a contenção) e acompanhamento, a ponto <strong>de</strong>traumatizar os punhos do paciente. A situação em que ele se achava, "nochão <strong>de</strong> mãos amarradas para trás", não é compatível com a dignida<strong>de</strong>humana e com os Direitos <strong>Humanos</strong>, e se não se enquadra na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>tortura contida na Lei N° 9.455/97, no mínimo configura humilhação emaus tratos.Desnecessário colacíonar mais provas inequívocas <strong>de</strong>que FRANCISCO IVO VASCONCELOS, MARCELO MESSIAS BARROS,- .'rA' ...... "~'_'_''''_T'II _-"_a'" _._ .. -..~.- ..._.........---~,-,..------- ------------. ~.L_~


• • •••••• Uníssona a opinião dos profissionais d.. ~"'..•{ ,., iI'psiquiatria quanto ao <strong>de</strong>scaso dispensado aos pacientes internados 11Caea <strong>de</strong> Repouso Ouararapes, conforme a transcrição abaixo:00;]0843Do relatório apresentado pela equipe chefiada pela psiquiatra DnLucíana R.ato, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se, a partir dos dados colhidos da amostrestudada, que hã, no que concerne à assistência médícsimproprieda<strong>de</strong>s diagnosticas e terapêuticas, que, segundo ela, sugerer"a falta <strong>de</strong> conhecimento técnico da e ui e médica." Grifos fis. 17.Despiciendo listar outras incontáveis provas d:<strong>de</strong>scura dos profissionais já mencionados, contudo para melhoevi<strong>de</strong>nciar o dolo nas condutas dos agentes, temos que:••As condições <strong>de</strong> higiene da maioria dos pacientes ers<strong>de</strong> péssima a precária. Havia pacientes andandcseminus ou completamente nus pelas <strong>de</strong>pendência!do hospital, sem que, a enfermagem mostrassequalquer reação a ta] fato. Alguns pacientelvestindo vestes do hospital apresentavam aimesmas rasgadas. Quando averiguados, disseramque as tinham recebido assim. Havia, inclusive,pacientes que pediam· <strong>de</strong>sculpas pelo seu estado<strong>de</strong> higiene, pois sabiam que estavam sujos, mashá águas em poucos horários no hospital. Umpaciente muito se<strong>de</strong>nto bebeu muita águadurante a entrevista pois disse que no pátio faltaágua, e a noite, na enfermaria, quando ospacientes reclamam pedindo água, são agredidospela enfermagem: "Batem na gente, pisam nospés" (P.R., rnasc., 33 anos).Importa igualmente perquirir acerca daresponsabilida<strong>de</strong>, inclusive <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m criminal, quanto a 'Conduta do"profissional" Delegado FRANCISCO DE ASSIS RIBE]RO MACHADO,então reitor do Inquérito Policial, contra o qual imputa-se acusação <strong>de</strong>omissão, manipulação do laudo do exame do corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito e ausência<strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos que somente foram remetidos ao Ministério Público,. após intervenção da família que exigiu da aludida autorida<strong>de</strong> policial oencaminhamento daspeças que encontravam-se na residência doDelegado <strong>de</strong> Policia, segundo relato do próprio miliciano." ,•._--_.._--------------•••• __~ _ ..... 3


.'il",• • ••••, •••MARIA VERONICA MIRANDA BEZERRA, e JOSÉ ELIESER SILVA,PROCOPIO, concorreram <strong>de</strong> maneira inconteste e contun<strong>de</strong>nte ,.p~1"~ aprematura morte <strong>de</strong> *DAMIAo", seja no que toca à conduta cormssivaou omissiva dos reportados profissionais:,,-~~.-"É mister, ainda, reportarmo-nos aos <strong>de</strong>poimentos do J?iretor Clínico eda Diretora Técnica <strong>de</strong> Enfermagem, quando opmam sobre as<strong>de</strong>ficiências do hospital. O Dr. Francisco Ivo Vasconcelos. ao serperguntado se. na sua avaliacão como Dire10t Clinico do H.Q§Pital. hªcondiçõ.es <strong>de</strong> prestar uma assistência a<strong>de</strong>quada a pacienteshos itaI ·atualmente está <strong>de</strong>ix odo muito<strong>de</strong>se·ar". Reconheceue hê. <strong>de</strong>ficiencinteresse da direC:ão do hospital. pelo contrârio. por f~tamesmo <strong>de</strong>colegas. que não Q1Ierem vir trabalhar aqlli"; fato que certamente o<strong>de</strong>ixa em condicões inaceitáveis para um prática digna <strong>de</strong> sua profissão.Tanto que, em seu relato, ao ser abordado pelo Dr. Raimundo AlonsoBatist!! <strong>de</strong> Aquino. da equipe da SESA, indagando-o se era sabedor <strong>de</strong>gue ele não podia [IÇar sozin{lo com oitenta pacientes. respon<strong>de</strong>u que"sabia. agora não diga para mim. diga para a família do Q...aciente quenão vão. aceitar o paciente porque não tem médico. ~ora estou fazendo'o que posso". Faz ainda graves <strong>de</strong>núncias, em tom <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabafo, sobrefalta <strong>de</strong> medicamentos, a qual chega a afetar a qualida<strong>de</strong> da assistência,<strong>de</strong> infração as leis trabalhistas e <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> material hospitalar. Outraconstatação reconhecida pelo Díretor Clínico do hospital é a falta <strong>de</strong>multidisciplinarieda<strong>de</strong> na atenção aos pacientes ali internados, emflagrante <strong>de</strong>scumprimento ás normatízações da Portana/SAS N°147/94, que amplia o item 42 da Portaria/SNAS W 22.•A Diretora Técnica <strong>de</strong> Enfermagem, por seu turno, também concordaque na instituição não há condicões pata o exercício digno da profissão<strong>de</strong> enfermagem. tendo iá chegado a cogitar <strong>de</strong>nunciá-lo ao CQREN, nãotendo entretanto concluído esse intento. Em seu relato diz que faltamcolchões, a ponto <strong>de</strong> impossibilitar a admissão <strong>de</strong> pacientes. rou,pa <strong>de</strong>cama {às vezes o paciente chega a dormir sem rouRa <strong>de</strong> cama) ematerial hospitalar.Depreen<strong>de</strong>-se <strong>de</strong> todo o contexto, o registro <strong>de</strong> umalúcida e responsável ocorrência anotada pelo enfermeiro FRANSCICODE SOUSA SANTANA, o qual consignou no Livro <strong>de</strong> Ocorrência <strong>de</strong>Enfermagem algumas <strong>de</strong>ficiências do hospital, <strong>de</strong>ntre elas:1. Falta <strong>de</strong> médico plantonista; OOOO84 42. falta <strong>de</strong> medicamentos;3. Falta <strong>de</strong> material e <strong>de</strong> estrutura;4. Falta <strong>de</strong> pessoal e sacrificio dos profissionais;•5. Evidência <strong>de</strong> adulteração <strong>de</strong> prontuários.,.".- I.r......... r.. '_.__.__, ._.__._,.,~_.__.-..._._"_"._.__,__._..'" .._.._. _•


..........•••.;.-" -...:.,.-·t' 11/,""i~Jj ..: ~ ". .••••- -• • • •ESTADO 00 CEARAMINIS~RIO PÚBLICOPROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇACENTRO DE APOIO OPERACIONAL DOS GRUPOS SOClALMeNTI: DISCRIMINADOSAv. s.nto. Oumont, 1687..• AndiIr. $a". 8051806· CEP 60.150.161 Fone:H8--20~1


,••',a.'•••sofrido até então quaísquerhospitalar não tendodisciplinar, o que a principio nos parece "estranho"."sanção <strong>de</strong> or<strong>de</strong>..~...,•onoo84~Não obstante milite em favor Oó reponacempregado o principio constitucional da presunção <strong>de</strong> inocência, tem-ecomo inconteste a certeza <strong>de</strong> sua efetiva participação para que o resultaddo crime ocorresse, ante a robustez da prova carreada aos autos da açãpenal que ora tramita perante o juízo criminal nessa comarca.Nesse diapasão, o Ministério Público,instituiçãlpermanente e essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido ds<strong>de</strong>feaa dA or<strong>de</strong>m jurtdíca, dos interesses sociais e individuilÍlíndíepontveíâ, ãssim como dos interesses difusos e coletivosa teor <strong>de</strong>'1ispgsto nós arte, 127 ele o 129 II eHl da Constituição da Repúbl~çaFe<strong>de</strong>rativa do &1"8.811 é/e o an. 3 8e S8 da Lei N· 1.8~3/89, que legitima aíntêrvençâo do Ministério Público para tutelar os interesses das pessoasportadot"aa <strong>de</strong> <strong>de</strong>flclêncía, RECOMENDA EM CARA.TBR PREVENTIVO àdireção da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, que <strong>de</strong>mita por Justa causa <strong>de</strong>suas funções o empregado CARLOS ALBERTO RODRIGUES DOSAr SANTOS. cOIll fulcro no art. 482 alineas &Ob", AC " e da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, medida esta que igualmente <strong>de</strong>verá ser adotadacom relação a outros empregados mencionados nos relatórioselaborados pelo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Enfermagem, e Comiuio <strong>de</strong>Slndicância Instaurada por <strong>de</strong>terminação da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> eAssistência Social <strong>de</strong> Sobral· Sistema Municipal <strong>de</strong> Auditoria, nosquais sio <strong>de</strong>scritas condutas ilícitas praticadas por empregados <strong>de</strong>sseestabelecimento psiquiátrico.'.Recomendamos outrossim, o pronto cumprimentodo imperativo legal contido no art, 4° da Lei N° 12.151/93, impondo-se acomunicação no prazo <strong>de</strong> 24h ao Ministério Público <strong>de</strong> todainternação compulsória.Enfatize-se que o <strong>de</strong>scumprimento imotivado ao•presente instrumento recomendatório po<strong>de</strong>rá resultar naresponsabilização do infrator pela prática, em tese, <strong>de</strong> ilícito penal, semprejuízo <strong>de</strong> sua responsabilização civil.Na certeza do efetivo cumprimento àpresenterecomendação, subscrevemo-nos atenciosamente.Je/'t lCl- ._~ ~ í ~ )R.lC"'ll L.C( X. c;\t: . . ~.(·rl.a Celesteomaz <strong>de</strong> AragãoProcuradora <strong>de</strong> Justiça- .•I


-. ",.#14"#:. se,•INTER - AMERICAN COMMIS~ON ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMER1CANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME--- 000084 7ORGANIZATION Of AMERICAN STATESWASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002Ref.:Petição N° 12.237- BrasilDamião Xlmenes LopesPrezada senhora Lopes:Dirijo-me a Vossa Senhoria a fim <strong>de</strong> informar-lhe que, em seu 116o Perlodo Ordinário<strong>de</strong> Sessões, a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> examinou o petição acimamencionada e aprovou o Relatório <strong>de</strong> Admissibilida<strong>de</strong> N° 38to2, cuja cópia segue anexada àpresente correspondência.Em conformida<strong>de</strong> com o artigo 37.2, do Regulamento da Comissão, sua petição foiregistrada como caso, com o N°12.237, como aparece acima indicado.De acordo com o disposto no artigo 38.1, do mesmo Regulamento da Comissão, estáha fixado o prazo <strong>de</strong> dois meses, contados a partir <strong>de</strong>sta data, para que Vossa Senhoriaapresente suas observações adicionais sobre o fundo do assunto.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para cumprimentá-la atenciosamente,1 ,, ,r, ,,c' , ,/?,---, 'Santiágo A. CantonSecretário Exeeutivo'vSenhoraIrene Ximenes Lopes MirandaRua Pe. Angelim, 168 Centro62230-000 Ipueiras/CearáBrasili.__ .Tel.: 5521-88-685-1281, ---...... -._~._-... ~,.--~_....... ' .'.... " 00. •,......_-,----- .-...•. U __ '__-"._"_, __ t.


• "INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERéCHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSICOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMfORGANIZATION OF AMERICAN STATESWASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.0000848SG/CIDHA Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos,<strong>Humanos</strong> tem a honra <strong>de</strong> dirigir-se à Missão Permanente <strong>de</strong> Brasil a fim <strong>de</strong>transmitir cópia <strong>de</strong> uma nota dirigida ao Ministério das Relações Exteriores <strong>de</strong>Brasil.A Secretaria Executiva da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos•<strong>Humanos</strong> aproveita a oportunida<strong>de</strong> para reiterar à Missão Permanente


l__.....-.._nr~_i=_._••INTER • AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION lNTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMM€ORGANIZATION Of AMERICAN STATES0000849WASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002Ref.:Petição N° 12.237· BrasilDamião Ximenes LopesSenhor Ministro:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência a fim <strong>de</strong> informar-lhe que, em seu116° Perlodo Ordinário <strong>de</strong> Sessões, a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>,examinou a petição acima mencionada e aprovou o Relatório <strong>de</strong> Admlssibilida<strong>de</strong> N° 38102,cuja cópia segue anexada à esta correspondência.Em conformida<strong>de</strong> com o artigo 37.2, do Regulamento da Comissão, a mencionadapetição foi registrada como caso, com o N° 12.237, como aparece acima indicado.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para renovar a Vossa Excelência os protestos da minha altaestima e mui distinta consi<strong>de</strong>ração.Excelentlssimo SenhorCelso LaferMinistro <strong>de</strong> Estado das Relações Exteriores do BrasilMinistério das Relações ExterioresBrasOia, Brasil..., • ,••,•,I"• • •sa~t.ag~ A. Ja~nSecretarlQ Executivo, ,vAnexo-.--._-_...--"__"_,,---------_ ..,,., '1. 4.. '- -~ -- ......_.-----------------•.... • •.......... .


. ---ORGANIZACAÕ DOS ESTADOS AMERICANOS•.--.-:""--.COMISSAÕ INTERAMERICANA DOS DIREITOS HUMANOS..0000850,OEA/SerILN111.116Doc.99 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002Originm: Português116 0 Período Ordinário <strong>de</strong> SessõesRELATÓRIO N° 38/02PETIÇÃO 12.237DAMIÃO XIMEN€S LOPESBRASIL•Aprovado pela Comissão em sua sessão N° 1561celebrada em 9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002. , ..• RI _ I L • •.,_. .SECRETARIA-GERAl DA ORGANIZAÇAO DOS ESTADOS AMERICANOS. WASHINGTON, O.C. 20006Internet: http://www.cidh.org_...-.....-....._...,..----, ------------ ----~ ••4 I


-.- -.'"~_._"-----------_._----$ I•RELATÓRIO DE ADMISSIBILIDADE N° 38 /020000851PETiÇÃO 12.237DAMIÃO XIMENES LOPESBRASIL9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002I. RESUMO1. No dia 22 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999, a senhora Irene Ximenes Lopes Miranda,apresentou ante a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> {doravante "a Comissão"ou "a CIDH") uma petição contra a República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil, (doravante "Brasil", "oEstado" ou "o Estado Brasileiro"). A referida petição <strong>de</strong>nunciava a violação dos artigos 4,5, 11 e 25 da Convenção Americana sobre Direitos <strong>Humanos</strong> (doravante "a Convenção"ou Na Convenção Americana"), sobre direito à vida, direito à integrida<strong>de</strong> pessoal, proteçãoda honra e dignida<strong>de</strong> e direito à recurso judicial, todos em conexão com o <strong>de</strong>ver genéricodo Estado <strong>de</strong> respeitar e garantir os direitos consagrados na Convenção Americana, comoestabelecido no artigo 1.1 da Convenção, em prejuízo do senhor Damião Ximenes Lopes,seu irmão, morto <strong>de</strong>ntro das <strong>de</strong>pendências da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes, em Sobral,Ceará (doravante "Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes" ou "Casa <strong>de</strong> Repouso"), quando aliestava internado para receber tratamento psiquiátrico..'.'"2. A peticionária <strong>de</strong>nunciou o Estado Brasileiro pela morte <strong>de</strong> seu irmão,Damião Ximenes Lopes, nas <strong>de</strong>pendências da Casa <strong>de</strong> Repouso 'Guararapes, no dia 4 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 1999. Segundo a peticionária, seu. irmão foi internado na referida Casa <strong>de</strong>Repouso para receber tratamento psiquiátrico uma vez que era portador <strong>de</strong> doença mentale dois dias <strong>de</strong>pois do internamento, sua genitora foi visitá-lo e o encontrou com marcasvislveis <strong>de</strong> tortura, com as mãos amarradas, o nariz sangrando, rosto e abdômen inchadose pedindo-lhe que chamasse a policia. Horas mais tar<strong>de</strong>, após ter sido medicado, veio afalecer.3. A peticionária alegou que, apesar do acima <strong>de</strong>scrito, o resultado da auMpsiafeita no corpo do seu irmão, somente mencionou as lesões aparentes e silenciou sobre acausa <strong>de</strong> sua morte informando em sua conclusão "diante do exposto acima, inferimostratar-se <strong>de</strong> morte real <strong>de</strong> causa in<strong>de</strong>terminada". Segundo a peticionária, a referida 'Casa <strong>de</strong>Repouso é conhecida pela forma <strong>de</strong>sumana com que trata seus pacientes. Para tanto, apeticionária trouxe à colação <strong>de</strong>clarações prestadas por ex-internos e matérias <strong>de</strong> jornais.4. O Estado quedou-se inerte ante o pedido <strong>de</strong> informação feito pela Comissão.,o'i""'"5. A Comissão. em conformida<strong>de</strong> com o estabelecido nos artigos 46 e 47 daConvenção Americana, <strong>de</strong>cidiu admitir a petição, à respeito das eventuais violações dosartigos 4, 5, 11 e 25 todos em conexão com o artigo 1 (1) da Convenção. A Comissão<strong>de</strong>cidiu notificar as partes <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão, publicá-Ia e incluir-Ia em seu Relatório Anual paraa Assembléia Geral da OEA.


•..." ,.'.20000852II.TRÂMITE ANTE A COMISSÃO6. No dia 22 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999 a Comissão acusou o recebimento <strong>de</strong><strong>de</strong>núncia feita pela senhora Irene Ximenes Lopes Miranda. Em 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999 aCIDH remeteu ao Estado a petição ora em comento e conce<strong>de</strong>u-lhe o prazo <strong>de</strong> 90 dias pararespon<strong>de</strong>r. Em 14 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000 a Comissão recebeu petição da <strong>de</strong>mandante on<strong>de</strong>'informava que até aquela data as autorida<strong>de</strong>s locais não tinham tomado nenhumaprovidência sobre o caso e dava conta que um outro paciente' tinha sido vitima <strong>de</strong> torturasnessa mesma Casa <strong>de</strong> Repouso. Em 17 <strong>de</strong> fevereiro a CIOH acusou o recebimento dainformação adicional da <strong>de</strong>nunciante datada <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2{)OO on<strong>de</strong> esta adjuntouinformações e trouxe à colação novos documentos. Nessa mesma data a Comissãotransmitiu ao Estado Brasileiro as informações adicionais recebidas e con<strong>de</strong>ceu o prazo <strong>de</strong>60 dias para que este prestasse as informações que enten<strong>de</strong>sse necessárias. Em 10 <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 2000 a Comissão remeteu ao Estado outra nota pedindo-lhe que prestasse asinformações necessárias no prazo <strong>de</strong> 30 dias sob pena <strong>de</strong> aplicação do estabelecido noartigo 42 do Regulamento da Comissão, então vigente. Até o momento da análise <strong>de</strong>steInforme o Estado não havia prestado qualquer informação sobre as violações aqui<strong>de</strong>nunciadas.III.POSiÇÃO DAS PARTESA. A Peticionária•7. A peticionária trouxe para a apreciação <strong>de</strong>ssa Comissão a <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> queseu irmão, o senhor Damião Ximenes Lopes, 30 anos, portador <strong>de</strong> doença mental,morto no dia 4 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, <strong>de</strong>ntro das <strong>de</strong>pendências da Casa <strong>de</strong> RepousoGurarapes", quando ali se encontrava em tratamento médico. De acordo com a <strong>de</strong>núncia, o ,senhor Damião Ximenes, sofreu maus tratos, tortura e foi atendido <strong>de</strong> forma imperita e'negligente pelos médicos e enfermeiros da referida Casa <strong>de</strong> Repouso, o que ocasionou a'sua morte prematura.foi8. Segundo <strong>de</strong>claração prestada pela genitora <strong>de</strong> Damião Ximenes. senhoraAlbertina Ximenes, ao Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral, por ocasião <strong>de</strong> sua oitiva nos autos doProcedimento Administrativo aberto para apurar as <strong>de</strong>núncias aqui lançadas, aquelainformou que internou o filho na sexta-feira, 0111 0/99 e quando voltou para visitá-lo nasegunda-feira seguinte, o porteiro da referida Casa <strong>de</strong> Repouso informou-lhe que seu filhonão estava em condicões <strong>de</strong> receber visitas. Inconformada, a senhora Albertina entrou na•Casa chamando seu filho pelo nome seguidamente Nele veio até ela caindo e com as mãos, Trata-se do senhor Adauto. paciente que foi citado no Boletim <strong>de</strong> Ocorrência da .casa <strong>de</strong> Repouso. como tendosido vitima <strong>de</strong> agressão pelos enfermeiros da referida Casa <strong>de</strong> Repouso. A peticionária não trouxe li colação nenhum dadoque pu<strong>de</strong>sse i<strong>de</strong>ntificar a vItima. além <strong>de</strong> seu primeiro nome.,'~-"2 Segundo relatório juntado pela peticionária, feito pelo GAPH (Grupo <strong>de</strong> Acompanhamento e Avaliação da•Assistência Psiquiátrica Hospitalar). a Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes estava. li êpoca. cre<strong>de</strong>nciada ao Sistema Unico <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>·SUS. sistema mantido pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral. Depreen<strong>de</strong>-se dos autos que o senhor Damião Ximenes po<strong>de</strong>ria ter sido•internado na referida Casa <strong>de</strong> Repouso através do Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>· SUS.ti ,-.'". •-----"-'---' ._------- ----------_._---, "'-........ "---


•........'3 0000853amarradas para traz, sangrando pelo nariz, com a cabeça toda inchada e com os olhos atéfechados, vindo a cair a seus pés, todo sujo, rasgado com cheiro <strong>de</strong> côco e urina, Quequando ele caiu nos seus pés chamando polícia, polícia, polfcia, e que. ela não sabia o quefazer, pedindo Que fosse <strong>de</strong>samarrado,cabeça tão inchada parecendo Que não fosse <strong>de</strong>le... " .todo cheio <strong>de</strong> mancha roxa pelo corpo, com a9. A genitora do senhor Damião relatou que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> pedir que <strong>de</strong>ssem umbanho no filho, foi procurar um médico e, encontrando-o em um balcão, pediu-lhe quesocorresse seu filho pois <strong>de</strong> outra forma este iria morrer. O médico, segundo a peticionária,era o senhor Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, diretor da Casa <strong>de</strong> Repouso e legista do IML­Instituto Médico legal <strong>de</strong> Sobral, quem teria respondido: "Deixa morrer, pois quem nasce épara morrer" e dito que a mencionada senhora parasse <strong>de</strong> chorar pois <strong>de</strong>testava choro. Oeon<strong>de</strong> estava e sem examinar o paciente, o referido médico prescreveu-lhe medicamentos .10. Depois do acima mencionado a senhora Albertina saiu à procura do filho. Nocaminho encontrou uma "mulher da iirnoeza" que lhe disse que "o filho da <strong>de</strong>poente havialutado muito com os enfermeiros e havia perdido muito sangue". logo <strong>de</strong>pois encontrouseu filho "<strong>de</strong>itado no chão <strong>de</strong> um dos Quartos, completamente nu, e ainda com as mãosamarradas para trás, Que nesse momento o enfermeiro disse Que ele já tinha se acalmadoQue não era para mexer nele pois agora estava calminho... " .11 . Ainda segundo a peticionária, <strong>de</strong>pois que <strong>de</strong>ixou seu filho com vida na Casa<strong>de</strong> Repouso e pouco tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> chegar em casa, já havia à sua espera um recado•<strong>de</strong>sta Casa informando-lhe do óbito do filho. Nesse mesmo dia o médico Francisco Ivo <strong>de</strong>Vasconcelos <strong>de</strong>ixou na Casa <strong>de</strong> Repouso um laudo Médico assinando que a causa damorte havia sido parada cardio-respiratória. Os médicos da referida Casa silenciaram àrespeito das torturas e maus tratos sofridos pelo senhor Damião, bem como com relaçãoaos medicamentos ingeridos.12. Aduziu que os familiares <strong>de</strong> Damião, sem confiar na perfcia que podia serfeita no IMl <strong>de</strong> Sobral, uma vez que o diretor <strong>de</strong>sse Instituto era o mesmo da Casa <strong>de</strong>Repouso, senhor Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos, transladaram seu corpo para a capital a fim <strong>de</strong> quefosse lá necropsiado. Para a surpresa e <strong>de</strong>sespero <strong>de</strong> todos e diante <strong>de</strong> todas asevidências flsicas <strong>de</strong> tortura, o laudo não apontou a causa da morte do irmão dapeticionária, concluindo somente que "diante do exposto acima, inferimos tratar-se <strong>de</strong>morte real <strong>de</strong> causa in<strong>de</strong>terminada".13. A peticionária alegou na petição que <strong>de</strong>nunciou o caso às autorida<strong>de</strong>scompetentes, pediu instauração <strong>de</strong> inquérito na Polícia Civil e Procedimento Administrativono Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral", Trouxe à colacão várias <strong>de</strong>claracões <strong>de</strong> vitimas da referida• •Casa <strong>de</strong> Hepouso", bem como juntou Relatório feito pelo 'Grupo <strong>de</strong> Acompanhamento e,........3 Processo Administrativo n. 08105.001068/99·1;2• Declarações leites no Inquérito n 404/99- --, - 0 __ ••••• • __....."-"'"__ ..... ...""._. _-_. -- ", o,...... ._••__••__._. _


-• "40000854Avaliação da Assistência PsiquiátricaHospital - GAPH-CE s quando <strong>de</strong> sua visita à Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes, a pedido da Comissão <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> e Cidadania daAssembléia Legislativa do Ceará, após <strong>de</strong>núncia da peticionária a essa Comissão e, nãoobstante isso, segundo a peticionária, o caso não foi <strong>de</strong>vidamente investigado, não foiinstaurada nenhuma ação. a Casa <strong>de</strong> Repouso continuava em funcionamento e os culpados. . ~continuavam sem purnçao.14. O Grupo <strong>de</strong> Acompanhamento e Avaliação da Assistência PsiquiátricaHospital - GAPH-CE, quando <strong>de</strong> sua visita à Casa <strong>de</strong> Repouso em novembro <strong>de</strong> 1999, logoapós o fato aqui <strong>de</strong>nunciado, colheu informações acerca das <strong>de</strong>núncias sobre a morte <strong>de</strong>,Damião Ximenes. Relativamente a esse fato, concluíram o seguinte:..O "Caso Dami§o" evidência assistência médica precária, maus tratos, <strong>de</strong>ficiênciasdiversos listadas neste relatório o que <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>nunciados nos diversos conselhos <strong>de</strong>categorias ligadas à assistência psiquiátrica e ao Ministério Público para as providênciascablveis".15. O relatório feito pelo grupo <strong>de</strong> especialistas em psiquiatria e assinado pelodoutor Raimundo Alonso Batista <strong>de</strong> Aquino, Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do ~stado doCeará, concluiu o explicitado pela peticionária, ou seja, que a referida Casa <strong>de</strong> 'Repouso eraina<strong>de</strong>quada para os fins a que se <strong>de</strong>stinava:'''A clínica n§o apresenta condições <strong>de</strong> funcionamento por todos os comentários suprareferidos. Pela sua localização estratégica sugerimos a sua intervenção ou medida similar,caracterizando a mudança <strong>de</strong> gerência, ou seu <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nclemento pelo SUS/. Providênciasa serem tomadas pelo municlpio <strong>de</strong> sobral ou em conjunto com a SESA"•• ,16. Não obstante a peticionária tenha <strong>de</strong>monstrado a existência <strong>de</strong> um Inquérito 'Policial e <strong>de</strong> um Pro<strong>de</strong>dimento Administrativo, não há nos autos notícia sobre a evolução'<strong>de</strong>sses procedimentos. Por outro lado, o Estado abriu mão <strong>de</strong> informar a essa Comissão o<strong>de</strong>senvolvimento e resultado <strong>de</strong> tais procedimentos.17. A peticionária alegou que o Estado não está cumprindo a sua obrigação <strong>de</strong>levar a cabo a investigação judicial com o fim <strong>de</strong> estabelecer a respcnsebilida<strong>de</strong> peta morte<strong>de</strong> seu irmão, bem como sustentou a responsabilida<strong>de</strong> do Estado que permitiu e permite ­uma vez que ainda se encontra em ativida<strong>de</strong>, o funcionamento da referida Casa <strong>de</strong>Repouso que, através <strong>de</strong> seus funcionários - médicos, enfermeiros e monitores - dispensatratamento cruel e <strong>de</strong>sumano aos seus pacientes, o que causou a morte <strong>de</strong> seu irmãoDamião Ximenes Lopes., Relatório datado <strong>de</strong> 02112199......,...~---. NO._>._.._ .., _o .... _"",,"m,',;,.,'"' ..... -_... -"'-.-"--------------------


•, .!tIl'..5000D855B. Do Estado18. A Comissão, <strong>de</strong> acordo com o seu Regulamento, notificou o Estado Brasileiropara que prestasse informações que julgasse pertinente à <strong>de</strong>núncia ora em comento,procedimento esse reiterado em três oportunida<strong>de</strong>s. Não obstante isso, o Estado <strong>de</strong>ixouescoar seus prazos e até a análise <strong>de</strong>sse Informe, não apresentou nenhuma resposta aosfatos alegados pela peticionária e tampouco questionou a admissibilida<strong>de</strong> da petição oraem comento.IV.ANALISE SOBRE A ADMISSIBILIDADEA. Competência ratione personee» ratione materiae, ratione temposis» rationeloei.19. De acordo com o artigo 44 da Convenção Americana e 23 do Regulamento,a peticionária tem legitimida<strong>de</strong> para apresentar petição ante a Comissão, referente apresumidas violações dos direitos humanos estabelecidos na Convenção Americana.Relativamente ao Estado, o Brasil é Estado parte da Convenção Americana. A peticionáriaaponta como presumida vItima o seu irmão, Damião Ximenes lopes, a quem o -EstadoBrasileiro se comprometeu a respeitar e garantir os direitos constantes, na Convenção.Dessa forma, a Comissão tem competência retione personae para examinar a <strong>de</strong>núncia.Outrossim, do cotejo dos documentos juntados pela peticionária, nota-se que a Casa <strong>de</strong>•Repouso era entida<strong>de</strong> privada que estava cre<strong>de</strong>ncida ao Sistema Unico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do,Governo Fe<strong>de</strong>ral e, nessa condição, po<strong>de</strong>ria haver prestado atendimento ao senhor Damião.Entretanto, a CIDH <strong>de</strong>cidirá sobre a alegada responsabilida<strong>de</strong> do Estado .pelos atosalegados no Informe <strong>de</strong> Mérito.20. A Comissão tem competência ratione meteriee pois a petição refere-se a<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> violações a direitos humanos protegidos pela Convenção Americana nos seusartigos 4, 5 (1) e (2), 11 e 25, em prejuízo <strong>de</strong> Damião Ximenes lopes.21. A Comissão tem competência ratione temporis porquanto os fatos alegadosaconteceram quando a obrigação <strong>de</strong> respeitar e garantir os direitos estabelecidos pelaConvenção já se encontrava em vigor para o Estado, uma vez que este ratificou aConvenção em 25 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1992.22. A Comissão tem competência retione loei porque os fatos alegadosocorreram na República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil, país que ratificou a Convenção Americana.-. ...-.,,-------"_~·_".F ,.~_I , ....


•,..00008566IB. Requisitos <strong>de</strong> Admissibilida<strong>de</strong> da petição <strong>de</strong> acordo com o artigo 46 daConvenção Americanaa. Esgotamento dos recursos internos23. No presente caso. o Estado não alegou a falta <strong>de</strong> esgotamento dos recursos'internos e por isso se po<strong>de</strong> presumir a renúncia tácita a valer-se da exceção <strong>de</strong> nãoesgotamento dos recursos internos.24. A respeito a <strong>Corte</strong> <strong>Interamericana</strong> tem assinalado que "a exceção <strong>de</strong> nãoesgotamento dos recursos internos. para ser oportuna. <strong>de</strong>ve plentear-se nas primeirasetapas do procedimento, a falta do qual po<strong>de</strong>rá presumir-se a renúncia tácita a valer-se damesma por parte do Estado lnteressadc'". Dessa forma, a CIDH enten<strong>de</strong> que o Estadorenunciou tacitamente a esta exceção.b. Prazo para Apresentação•25. Na petição sob estudo, a Comissão estabeleceu a renúncia tácita do tstado. ,Brasileiro ao seu direito <strong>de</strong> interpor a excecão <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> esgotamento dos recursosinternos. Sendo os requisitos convencionais <strong>de</strong> esgotamento dos recursos internos e <strong>de</strong>apresentação <strong>de</strong>ntro do prazo <strong>de</strong> seis meses da sentença que esgota a [urisdição internain<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. a Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>terminar se a petição sob estudo foi'apresentada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prazo razoável. Isso em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> que. ao haver-se estabelecido, ,a renúncia tácita por parte do Estado do requisito <strong>de</strong> esgotamento prévio dos recursosinternos. não se conta com a data <strong>de</strong>terminada a partir da qual contar o prazo <strong>de</strong> seismeses. A falta da data <strong>de</strong>terminada não releva ao peticionário do requisito <strong>de</strong> umaapresentação oportuna. Em tal sentido. a Comissão, em virtu<strong>de</strong> das circunstân


•0000857.""'IIr!t-.7d. Natureza das Violações27. A Comissão consi<strong>de</strong>ra que prima tecie os fatos alegados pela peticionáriapo<strong>de</strong>m vir a caracterizar violação à Convenção Americana nos seus artigos 4, 5, 11 e 25,por eventuais violações ao direito à vida, direito à integrida<strong>de</strong> pessoal, proteção da honrae dignida<strong>de</strong> e direito à recurso judicial, todos em conexão com o <strong>de</strong>ver genérico do Estado<strong>de</strong> respeitar e garantir os direitos como estabelecido no artigo 1.1 da ConvençãoAmericana, em prejulzo do senhor Damião Ximenes Lopes.V. CONCLUSÃO28. A Comissão conclui que é competente para tomar conhecimento <strong>de</strong>ste casoe que a petição cumpre com os requisitos <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com os artigos 46e 47 da Convencão Americana.•A COMISSÃO INTERAMERICANA DE DtREITOS HUMANOS,DECIDE:1. Declarar, sem pré-julgar sobre o mérito do presente caso,. que a presente,petição é admissivel em relação aos fatos <strong>de</strong>nunciados e a respeito dos artigos 4 (direito àvida); 5 (direito à integrida<strong>de</strong> tisica); 11 (proteção da honra e da dignida<strong>de</strong>); 25 {direito àrecurso judicial) em conjunto com o artigo 1.1 (obrigação <strong>de</strong> respeitar os direitos contidosna Convenção)2. Transmitir este Informe ao Estado e a peticionária.Geral da OEA.3. Publicar 'essa <strong>de</strong>cisão e inclui-Ia em seu Informe Anual para a Assembléia,..... '.'".."' . •


•...OOOD8588Passado e assinado na se<strong>de</strong> da Comissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Washington, D.C., aos 9 dias do mês <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002.(Assinado): Juan Mén<strong>de</strong>z, Presi<strong>de</strong>nte; Marta Altolaguirre, Primeira Vice-Presl<strong>de</strong>nte: JoséZalaquett, Segundo Vice-Presi<strong>de</strong>nte; Comissionados Robert K. Goldman, Julio PradoVallejo, Clare Kamau Roberts e Susana Villarán.o abaixo-assinado, Santiago A. Canton, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Secretário Executivo daComissão <strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> ICIDH), <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com o disposto noartigo 47 <strong>de</strong> seu Regulamento, certica que este documento é uma cópia fiel do original<strong>de</strong>positado nos arquivos da Secretaria da CIO~. /,, .. , • •,•Ii ; , ./ISantiagoSecretariI-_+'_~J . '.... CantonExecutivo•-----------_011_' ·_ . ...• b••~ ~.... '*_, _


,"• ..,-....,,INTER - AMER1CAN COMMI5510N ON HUMAN R~GH~SCOMI510N INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMtRICANA OE DIREITOS HUMANOSCOMMISS10N INTERAMÉRICA~NE DES DROITS DE l'HOMME,,1-.-- _ORGANIZATION Of AMERICAN STATES00008,59WASHINGTON,O.C. 2 Q O O 6U.S.A.ReJ.:Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesA Secretaria Executiva da Comissão Imer-Americana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> cumprimentaa Missão Permanente do Brasil e remete-lhe, em anexo, cópia da nota dirigida a Sua Excelência,- o Senhor Ministro <strong>de</strong> Estado das Relações Exteriores do Brasil, Embaixador Luís FelipeLampreia, com relação ao caso indicado acima em andamento nesta Comissão.Washington, D. C. IO<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000'_, I I • • 1ft '" '"..... • • -"li_.-._.-...~~,


.. ;-.,:,=; - ,:,v·:. 0,'':.A ,,",' co IV' rv" 88" C'f': C' t\l U UIV' A 1\' RIGr'TSCOM1SION lN r :.RAMERICANA elE DERECH05 HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES OROITS DE L'H{)MMf".•I(---------------------ORGANIZATION OF AMERICAN STATESOOütJ860WASHINGTON,D.C. 2 O O 0"6U.S.A.1 0 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesSenhor Ministro:Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência, em nome da Comissão <strong>Interamericana</strong><strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, para reiterar o pedido formulado pela Comissão ao Governo do Brasil, ensua nota <strong>de</strong> 17<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, da qual segue cópia em anexo, no sentido <strong>de</strong> que houvessepor bem proporcionar a informação que julgasse conveniente com respeito ao caso acimaindicado.Cumpre-me informar que, se não for recebida a mencionada informação <strong>de</strong>ntro do prazo<strong>de</strong> 30 dias, a Comissão consi<strong>de</strong>rará a aplicação do artigo 42 do Regulamento, transcrito a seguir:,Artigo 42:Presumir-se-ão verda<strong>de</strong>iros os fatos relatados na petição, cujas panespertinentes hajam sido transmitidas ao Governo do Estado aludido, se, no prazo máximofixado•pela Comissiio <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com o artigo 31, parágrafo 5, o mencionado Governo nãoproporcionar a informação respectiva, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, <strong>de</strong> outros elementos <strong>de</strong> convicção, não resulteconclusão diversa.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Excelência os protestos da minha altaestima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.rge E. Taianaretário ExecutivoExcelentíssimo SenhorLuís Felipe LampreiaMinistro <strong>de</strong> Estado das Relações ExterioresMinistério das Relações ExterioresBrasilia, Brasil_......--,~'.__.---_._... _.~ ...._-,-""'--- - • ..u ..._"..,,-~ ...._._.=_ ••__'._ .._ .. __._.."Ir_


INTER - AMERICAN COMMiSSiON ON HUMAN R1


"INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOM/S/ON INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOS,COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEOOOOS62ORGANIZATION Of AMERICAN STATESWASHINGTON, D.e. 2 O O O 6U.S.A.17 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2.()()OReJ.:Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesSenhor Ministro:Ị,.......'~Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência, em nome da Comissão lnteramericana<strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, afim e transmitir-lhe, em anexo, informação adicional proporcionada pelo,reclamante a respeito do caso acima indicado.Rogo ao egrégio Governo <strong>de</strong> Vossa Excelência se digne <strong>de</strong> proporcionar-nos a informaçãorelacionada com esta <strong>de</strong>núncia, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 60 dias, a partir da data <strong>de</strong>sta nota, para levá-la aoconhecimento da Comissão.•Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Excelência os protestos da minha altaestima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.ge E. TaiaiiãSec etário ExecutivoExcelentíssimo SenhorLuís Felipe LampreiaMinistro <strong>de</strong> Estado das Relações ExterioresMinistério das Relações ExterioresBrasília, Brasil--.--.------ ~_,_~_._w_.....~,_._.:_.__._w; _,


INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION lNTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMME,.,"~",,~-------------------ORGANIZATION OF AMERICAN STATESWASHINGTON,D.C. 2 O O O 6U.S.A.000086317 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2000•Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesPrezada Senhora:Cumpre-me acusar o recebimento da comunicação <strong>de</strong> Vossa Senhoria, datada <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong>janeiro <strong>de</strong> 2000, relativa à situação da pessoa envolta no caso acima indicado no Brasil.• •Informo a Vossa Senhoria que a Comissão, mediante nota <strong>de</strong>sta mesma data, transmitiuas panes pertinentes <strong>de</strong> sua comunicação ao Governo do Brasil, solicitando-lhe a informaçãopertineme. Assim que seja recebida a resposta do mencionado Governo, esta será comunicadaa Vossa Senhoria, afim <strong>de</strong> que possam formular suas observações.Nesse ínterim, solicito a Vossa Senhoria que enviem qualquer informação adicional quepossa comprovar os fatos <strong>de</strong>nunciados.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Senhoria os protestos da minhaconsi<strong>de</strong>ração.ge E. Taianatário ExecutivoSenhoraIrene Ximenes Lopes MirandaRua Pe. Angelim, 168 Centro Ipueiras/CearáBrasil.-. - . -----~,--_ .• '.-'" :1I'.m " .. '_" '''''''__'= «_, . n••__L, . _ ••, .... • __._. _


• •- ~• ? • '-'.•-.. ~ ,r... '.- -- ,. _tpuetras-ceera Brasil, 31 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000. . .,., .',. .' '-'- i 1-·0000864limo. Sr.Jorge E. Taiana,Secretário Executivo,Senhor Secretário,Em referência ao Caso NO 12.237, Brasil - DamiãoXimenes Lopes,e, aten<strong>de</strong>ndo solicitação <strong>de</strong> V. S., encaminho anexo,informações adicionais que confirmam torturas na Casa <strong>de</strong> RepousoGuararapes e homicídio <strong>de</strong> Damião Ximenes Lopes. A seguir:• Cópia dos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> Testemunhas, prestados a_.Delegacia <strong>de</strong> Polícia<strong>de</strong> Sobral-Ceará;• Cópia <strong>de</strong> Exame <strong>de</strong> Corpo <strong>de</strong> Delito <strong>de</strong> DamiãoXimenes Lopes;• Depoimento da mãe <strong>de</strong> Damião ao Ministério PúblicoFe<strong>de</strong>ral;•• Cópia do Jornal Diário do Nor<strong>de</strong>ste, sobre o fato.• Cópia das páginas 10 e 11 do Relatório <strong>de</strong> Avaliaçãoda Assistência psiquiátrica Hospitalar, à Casa <strong>de</strong>Repouso Guararapes <strong>de</strong> Sobral-Ceará.No ensejo, comunico que qualquer documento <strong>de</strong>steCaso em que eu tiver acesso, será enviado a Comissão lnteramericana<strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para solicitar o empenhoveemente <strong>de</strong>sta Comissão no Caso, visto que aqui no Brasil a justiçanão funciona como <strong>de</strong>ve. E com certeza não funcionará no homicídio<strong>de</strong> Damião, posto que, do outro lado está envolvido pessoas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>Po<strong>de</strong>r Político.Só para confirmar que pessoas estão trabalhando paraque este Caso seja Arquivado,adianto que foi manipulado o resultadodo Corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito, e recentemente<strong>de</strong>paramo-nos com omissão <strong>de</strong>provlIs..•._..._------_.._------------------ . ..-.......... ~ ,


- '" # ~I0000865Sem mais para o momento,agra<strong>de</strong>cer a .essa Comissão o interessevalo-me do ensejo para<strong>de</strong> nos' ajudar contra ~3impunida<strong>de</strong> do referido crime.Irene rrnen opes MirandaRua Pe. A gelim, 168 Centro62230-000 Ipueiras-CeTelefone: (02188) 685.12.81E-mail: MjJªnºª.@çr.ªt.~y~,_Ç.Q.mJ:H:-'.- --.-.-_.~......._._.----q... ,. .. '" --


•• " 1--,•I••,(iOVHI?NO /)0 I:S'l"AO() oo CI:AI?A .•/'OUClA CHn IJ/:L /(U i. /JL"'(}/jUAI. C/:·.0000866OFícIO IJ/:' No: 192899.Sohral, 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999.l:XMU sn. l'/?OMO'lVN OH.JlISnçA,(Central <strong>de</strong> Inquéritos}.•",,,""",I,,,"I'III-Requisitamos sejam apensados ao inquérito policial tombado sob No: -I{J·l99,tendo como Remessa o No: 58-1/99 datada <strong>de</strong> 09 129lJ, o ASSHN1'AIJA PANAINQUllUÇÀO DA.\' S/:"Cunun« I'/:·S.WJAS:01) -..João Alves da Silva,02) - Francisco das Chagas Melo;03) - Mairton Paiva <strong>de</strong> Oliveira;04) - Sebastião Vieira Filho.Excelência o inquisitivo, relere-se ao procedimento que apura a morte <strong>de</strong>IJAMIÀO XIMHNI::'-.' /'()P/:'S. no interior da Casa <strong>de</strong> Repouso Guararapes,em data <strong>de</strong> (J.f'10'99 em Sohrat/Cearâ.Salientamos que. referenciada inquirição fora realizada na presença do Sr.Francisco da Ponte Lopes. OAB-52-12-H-C/:', indtcado que fora pelo Dr.•Deodato Ramalho Jú tior, 'onselheiro da OAH-C!: e Presi<strong>de</strong>nte da Comissãodos Di eitos Humon JS.Atenc osamcnte .../'.' I '( I i ..' ~ , , \J(((f(:1 '"'' "-?(t., . .Bel Francisco <strong>de</strong>'A.~.(;.~ Ribeiro Macêdu./) egado <strong>de</strong> l'ullcia ·J?egional.•..AoExmo. Senhor.Dr. Alexandre <strong>de</strong> Oliveira A/câmara.Dr. Prcnnonn: <strong>de</strong> Justiça.Comarca <strong>de</strong> Sobrai (:earó.--_..-.._---_._.------------• • •


••• •• -'__'._. .' " ..,., L ,.. oe ••!....ASSENTADA PARA lN UIRI ÃO DE TESTEMUNQ~ SE!;lIot_-.1",~-ec.SOBRAl_""":c-e.- 1 1:sAos nove (09) dias do mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro do ano <strong>de</strong> mil OOOO867novecentos e noventa e nove (1999), nesta cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Varjota-Ce., 110Escritório <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Informativo, situado na Rua FranciscaRodrigues <strong>de</strong> Farias numero 842. Centro. On<strong>de</strong> por volta <strong>de</strong> 16:00 horas,presente o Bel. Francisco <strong>de</strong> Assis Ribeiro Macedo, <strong>de</strong>legado Regional <strong>de</strong>Polícia Civil da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral- Ce., comigo escrivão <strong>de</strong> seu cargo aofinal assinado, ai compareceu as testemunhas infra arroladas as quais apóscompromissados na forma da lei e inquiridas pela autorida<strong>de</strong> policial,disseram o que adiante se segue, também na presença do Sr. Dr. Franciscoda Ponte Lopes, OAB -5242-B-Ce., indicado que fora pelo Dr. DeodatoRamalho Júnior, Conselheiro da OAB-Ce., e Presi<strong>de</strong>nte da Comissão dosDireitos <strong>Humanos</strong>. Do que para constar. Eu, Mário Hugo Campos Martins,escrivão o digitei e assino.PRIMEIRA TESTEMUNHA: JOÃO ALVES DA SILVA, brasilei ,casado, motorista da Prefeitura Municipal da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ipueiras-......Tnatural <strong>de</strong> lpueiras-Ce., nascido aos 1811 0/1947, filho <strong>de</strong> João AlvSilva e <strong>de</strong> Rosa Pereira <strong>de</strong> Sousa, resi<strong>de</strong>nte na Rua CeI. Manoel Monumero:465. Centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lpueiras- Ce. Com RO/CInumero:l0.541.367-SSP-Ce. Com nivel fundamental. Aos costumes nadisse. Prestado o compromisso na forma da Lei e inquirido pela autorida<strong>de</strong>policial, disse que: na realida<strong>de</strong> como já falou acima, é motorista daambulância da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lpueiras-Ce., e que em data certa que não serecorda, <strong>de</strong>vido as várias viagens que faz, foi sim convocado pelaPrefeitura <strong>de</strong> referida cida<strong>de</strong>, para se <strong>de</strong>slocar até a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral-Ce.,mais precisamente a casa <strong>de</strong> repouso Guararapes, para ali pegar um corpo<strong>de</strong> uma pessoa que era o cunhado <strong>de</strong> Airton Miranda, com o objetivo <strong>de</strong>conduzir referido corpo até o IML da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza-Ce., aon<strong>de</strong> serianecropciado; que chegou na capital cearense, por volta <strong>de</strong> 00h30min., e emlá chegando, <strong>de</strong> logo proce<strong>de</strong>ram a necropsia no corpo da pessoa conduzidapelo <strong>de</strong>poente; que, ao receber o corpo na casa <strong>de</strong> repouso Guararapes emSobral, o inquirido recebera já fora daquele hospital, sendo que na ocasiãoo corpo apresentava um pouco <strong>de</strong> sangue no lençol no qual cobria o corpodo mesmo, porém ao chegar em Fortaleza o lençol estava ensopado <strong>de</strong>•-rI,(--01-,.­',....~_'_. _-._,.~,.-,",--.-,---------------------------. •


-. -c '1",,"--••.~~"lJ"-4",:.- ~~ -e... c......W ,., r


,c , -__ •__ ~. __'0 __ •. ... • " ...~ _• •••• ••••'",,, -.''0.CONTINUAÇÃO:TESTEMUNHAS.ASSENTADAPARAINQUIRiÇÃO,,••,'.•••II,IIIII \


i-,'::.'~'o.'-:,.,: .1' ,'.c.' " ...., 'I. ,.: "t. , ",_,o,: r-",' i''~-'! -•,I•-04-.,-CONTINUAÇÃO:ASSENTADAPARArNQUlRIÇÃOTESTEMUNHAS..._". - 1Il\"I.-G E. aSOéi-);>


," .JI- • ,"=.,.-..,CONTINUAÇÃO:TESTEMUNHAS.ASSENTADAPARAINQUIRIÇÃO•havia passado alguns dias sem tomar comprimidos. Que, a própria mãe <strong>de</strong>••Damião falou para o <strong>de</strong>poente o seguinte: PARA QUE EU FUl LEVAR OMEU FILHO PARA AQUELE INFERNO, SE EU SOUBESSE QUE O0000871TRATAMENTO ERA DAQUELA FORMA EU NÃO TERIA LEVADOO MEU FILHO PARA AQUELE INFERNO. Que, a mãe <strong>de</strong> Damião ainda, .o falou que quando entrou naquele hospital e o viu em estado tão crítico,espancado, judiado, ensangüentado, passou a ficar <strong>de</strong>sesperada e falandoque o filho <strong>de</strong>la havia morrido, e ninguém fazia nada. Que, por outraoportunida<strong>de</strong> o funcionário Eliésio, ao ver um paciente balançando o portãoprincipal que dá acesso ao pátio, então o paciente ao ver o Eliésio, afastousedo portão ficou em pé caladinho próximo a pare<strong>de</strong>, o Eliésio chegou, <strong>de</strong>uum murro na cara do paciente, on<strong>de</strong> ele caiu no chão e em seguida <strong>de</strong>uvários chutes no paciente, na barriga e em toda parte do corpo; que o•<strong>de</strong>poente porém não recorda-se o nome <strong>de</strong>sse paciente, mas que é da cida<strong>de</strong><strong>de</strong> Nova Russas, sendo que o paciente não recebeu qualquer tipo <strong>de</strong>socorro, permanecendo caído e <strong>de</strong>clarava que agora morri e dizia ÃJ, Al,.AI", gemendo; Sendo rotineira as ameaças <strong>de</strong> Eliésio aos pacientes; Que,•não conhece o proprietário do hospital e se o viu não foi apresentado comosendo o dono; que tomava água em uma torneira e' nem sabão ali naquelehospital tinha e às 06:00 horas da manhã eram jato <strong>de</strong> água fria. E que otratamento naquele h pital era o pior p ível. E nada mais havendo adizer, foi encerrado presente d poi! nto, que-r-após lido e achado•conforme, vai <strong>de</strong>vid mente assina o. E , Mári6 }J.Ullo Campos Martins,Escrivão que o digit i e assin.6. (,~ j . l: ,DELEGADO:


. ./j;CONTINUAÇÃO:ASSENTADAPARAINQUIRIÇÃOTESTEMUNHAS.•DELEGADO: ---f~~•ADVOGADO REPRESE~. - ./-. .'--_ . _ ~__..._,_. -....•0-- _._~_.... ~ I ••_


.'CONTINUAÇÃO:TESTEMUNHAS.ASSENTADAPARAINQUIRIÇÃO~~sabe quem seja. Que, diz que ao invés <strong>de</strong> serem bem tratados 0TJài, .~t""·.lIl\r .~"'v't' .,


•,~.~ SC,u'1 •'_ 1+,'" ~ (),,- ./ -e~ ..,CONCLUSÃO: ; í -:-~~CHAL_ce i;Aos treze (13) dias do IIlh M i1aeUlhl"o <strong>de</strong> 1999, f:I\'o estes au"Õ\-- ' F•Condusos ao Sr. Delegado. 1)0 que para constar lavro o preseqt "termo. Eq, Mário lIugo (',,,upos Muniu" Esni\'ãtl <strong>de</strong> I'olicia Civil, II",. r \0 c."''''assino. OOOo874alI


_-II"'i ....,.l--:. ......vr: .}'..... ~~ l ,~"Je' 00 ÇEA~l\:;iECHt:'OARIA CE ~jl:GURANÇA PÚBLICA E DEFESA DA CIDADANIAINSTTl.IO MÉDICO LEGAL Dr. WALTER PORTO-----------------------------------------i.. -fiRegistro No. 04046 I 1999 Digitado em::21/10/1999-. Livro.: 618 Pág.: 041 Digitado por RONEYEnviar para DELEGACIA REG. OE SOBRAL - 2' ViaVisto. :Parte Interessada•••/70 OO:) o '" 5_ .-J/. ,/ .•~. e ( t.v::,.AI rrur ' G o as :i/Oe C, astro- Gerente do IML ••AUTO DE EXAME DE CORPO DE DELITO - CADAVERICO,Em 04 <strong>de</strong> Outubro do ano <strong>de</strong> 1999InstitLlto Médico Legal Walter Porto, peloForam <strong>de</strong>signados os peritos:nesta cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, eGerente Dr. (a) Almir Gomes De Castronase<strong>de</strong> do:josé Albert~noSouzaAlmir.Gomes.De Castro. .Para proce<strong>de</strong>rem a exame <strong>de</strong> corpoNecrotério às 23:40 <strong>de</strong> 04/10/1999<strong>de</strong> <strong>de</strong>lito (cadavérico) eme i<strong>de</strong>ntificado como sendo <strong>de</strong>:umcorporecebidono~; IDamiâoXimenes'Lopesna Guia Policial <strong>de</strong> n° 796/1999emitida pelaconforme informações contidasDELEGACIA REG. DE SOBRALe que o acompanhava, após <strong>de</strong>screverem com a verda<strong>de</strong> e com todas as circunstâncias, o queencontrarem, <strong>de</strong>scobrirem e observarem, respon<strong>de</strong>rem aos seguintes quesitos:PRIMEIRO - Houve morte?; SEGUNDO - Qual a causa da morte?; TERCEIRO - Qual o InstrumentoI • ou meio que produziu a morte?; QUARTO - Foi produzida por meio <strong>de</strong> veneno, fogo, explosivo,asfixia ou tortura ou por outro meio insidioso ou cruel?; (Resposta Especificada) .•Em consequência, às 22:40 <strong>de</strong> 04/10/1999 passaram os peritos a fazer o exame or<strong>de</strong>nado e asinvestigações que julgarem necessárias findo os quais <strong>de</strong>claram:As 22:40 horas <strong>de</strong> 04/10/1999 <strong>de</strong>u entrada no necrotério do IML o corpo <strong>de</strong> um homemacompanhado da guia policial <strong>de</strong> n° 796/99 da Delegacia Regional <strong>de</strong> Sobral - Ce,_~formando que " o mesmo encontrava-se internado no hospital Guararapes <strong>de</strong> dOê:nte mental~ 03 dias e hoje pela manhã a sua mãe foi visitá-lo em crise nervosa, com narizngrando e com sinais <strong>de</strong> espancamento, tendo falecido, às 11 :,30 horas <strong>de</strong> hoje no~eferido Hospital em Sobral - Ce ".\\ Trata-se <strong>de</strong> um çorpo do sexo masculill0, cor parda,cabelos,pretos, bigo<strong>de</strong> cultivado, baroa por fazer, envolto em lençol branco. \\ Apresentarigi<strong>de</strong>z cadavérica generalizada, pupilas dilatadas, hipóstases <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito dorsal eausência <strong>de</strong> quaisquer manifestações vitais. II Exame Externo: Escoriações localizadas naregião nasal, ombro direito, face anterior dos joelhos e pé esquerdo; equimoseslocalizadas na região orbitário esquerda, ombro homolateral e punhos (compa t íaudo que,<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> lido e achado____ """"" ~~r-__Escrivão <strong>de</strong> Polícia dou fé eveI.comcontenção). Exame Interno: não observamos sinais <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong> nature;:a traumáticainternamente; tem e<strong>de</strong>ma pumonar e congestão, sem outras alterações macroscópicas <strong>de</strong>interesse médico legal nos <strong>de</strong>mais órgãos <strong>de</strong>stas cavida<strong>de</strong>s .. Enviamos fragmentos <strong>de</strong>pulmão, coração, estômago, fígado, rim, para exame histopatológico, que concluiu pore<strong>de</strong>ma e congestão pulmonar mo<strong>de</strong>rado, hemorragia pulmonar e discreta esteatose hepáticamo<strong>de</strong>rada. \ \ CONCLUsAO: diante do exposto acima, inferimos tratar-se <strong>de</strong> morte real <strong>de</strong>causa in<strong>de</strong>terminada. \\RESPOSTAS AOS QUESITOS:1- Sim" \\2 - In<strong>de</strong>terminada. \ \3- Sem elementos para respon<strong>de</strong>r. \\4 - Sem elementos para respon<strong>de</strong>r. \ \E nada mais havendo, mandou a autorida<strong>de</strong> encerconforme, vai <strong>de</strong>vidamente assinado. Eu,assJ.no.•• ""0" "'0>"'.';lo peritó::.>'": José Aloertino Souzal'" ,:.' .:•..: " .".': >::",c:'", :." .. ' . ," . "", .: ..perito"-:,:' Almir' Gomes De' Castro', .. .... .'.. '. .. "..... ..... ,,, .'"i-:Emitido por: llLMA Emitido em: 26/10/1999 12:33 Pág.: 1


·,•••••'f' '••0000876•MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA REGIONAL DOS DIREITOS DO CIDADÃOTERMO DE DECLARAÇOESAóS24:dias "'fllês''tJe~janeiro·<strong>de</strong> 2000, às 14:24h,nesta Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão c~mpar-eceu a senhora•ALBERTtNA VIANA .. LOPES, aten<strong>de</strong>ndo notificação do oficio034IPRDC/2000, do Processo Administrativo 08W5.00I068/99-62, prestandoas seguintes <strong>de</strong>clarações, Que, internou o filho numa Sexta-feira por volta <strong>de</strong>seis horas, voltando a visitá-lo na Segunda -feira, Que quando chegou para avisita, as nove horas, entrou para a visita e quando chegou no portão estavamchamando os pacientes e pediu que chamassem seu filhO, o porteiro falou queo filho <strong>de</strong>la não estava em condições <strong>de</strong> visita, que não estava bem, entãotentou entrar e entrou chamando Damião, e que ele veio até ela'caindo e-comas mão amarradas para trás, sangrando pelo nariz. com a cabeça toda inchadae com os olhos até fechados, vindo a cair a seus pés, todo sujo e rasgado comcheiro <strong>de</strong> cocô e urina, Que quando ele caiu nos seus pés chamando polícia,polícia, polícia, e que ela não sabia o que fazer, pedindo que fosse<strong>de</strong>samarrado, todo cheio-roxa-pelo corpo, com a cabeça tãoinchada parecendo que'I1fto -{osse <strong>de</strong>le, Que ela não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>samarrá-lo emrazão dos nós em tiras <strong>de</strong> pano necessitaria <strong>de</strong> uma tesoura, Que então o<strong>de</strong>ixou no chão para tentar encontrar um refrigerante para que ele pu<strong>de</strong>ssetomar, Que ele tomou o refrigerante com muita rapi<strong>de</strong>z como se estivesse com .'*.muita se<strong>de</strong> ou fome, Que então . '-que'~ -,mra'.~'-'tomasse um banho, e tentou procurar um médico, Que o filho foi <strong>de</strong>ixado no li•'&"'''' •• , .... , ..... :........~..!• •


-_'._0__ - .._-----_..~..... ........• 0 -


•••0000878chão pois não ficava mais <strong>de</strong> pé e que no local que se encontrava o médico•não tinha local para <strong>de</strong>itar o paciente, Que o médico estava <strong>de</strong>ntro do balcão eQue pediu socorro para o filho dizendo : Doutor socorra meu filho senão elevai morrer", ao que o médico respon<strong>de</strong>u dizendo "Deixa morrer, pois quemnasce é para morrer", Que o filho estava com o abdome subindo e <strong>de</strong>scendocom muita rapi<strong>de</strong>z e que o médico disse para ela não chorar, pois ele<strong>de</strong>testavachoro, que não assistia a novela por <strong>de</strong>testar choro, que em novelas só temchoro. Que o médico perguntou quantas vezes o filho já havia sido internado equais os remédios estava tomando, mas que não saiu do local , nem foi vercomo estava o paciente; Que tinha uns funcionários que estavam em pé aquem ela pediu que levassem o rapaz para ser banhado; Que saiu para esperarque os enfermeiros o banhassem voltando instantes <strong>de</strong>pois para ver procuroupelo filOOperguntando a uma mulher da limpeza, que estava limpando o chão,e qye.~'pon<strong>de</strong>u dizendo o filho da <strong>de</strong>poente havia lutado muito com osenf~-e .' lLlIllliUl..sangue, Que ao encontrar o rapaz ele esta<strong>de</strong>itado no chão <strong>de</strong> um dos quartos, completamente nu, e ainda com as mãosamarradas para trás, Que neste momento o enfermeiro disse que ele já tinha seacalmado que não era para mexer nele pois agora estava calminho, Que entãoa <strong>de</strong>poente resolveu ir até a casa para chamar alguém que pu<strong>de</strong>sse ajudá-lacom aquela situação, pois já não sabia o que fazer; Que ao sair encontrou uma•enfermeira que disse a senhora vai saindo com o coração na mão; Que a<strong>de</strong>poente saiu correndo pois estava com muito medo <strong>de</strong> que alguém tentassecontra a sua vida por Ter visto que tinham matado seu filho; Que ela ficou tãonervosa que se per<strong>de</strong>u sem saber o rumo que tomar; Que chegando em casaencontrou com a sogra que lhe <strong>de</strong>u um recado dizendo que haviam ligado dohospital-que-"remto-i'aIar''COJJl ela; Que quando chegaram no hospital outro•médico lhes disse que sentia muito mas teria que dizer que o seu filho estava,morto. Que a partir daí ficou em <strong>de</strong>sespero ficando todas as providências acargo do genro. Que sabe dizer que <strong>de</strong> uma outra vez que seu filho havia sidointernado a <strong>de</strong>poente teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> presenciar uma cena igual a queaconteceu com seu filho, tendo como vítima um rapaz <strong>de</strong> Camocim, Que nestavez um dos pacientes que tivera alta daquele hospital tomando o ônibus comela, pois era seu vizinho, disse que quem espancava os pacientes daquelaunida<strong>de</strong> eram os próprios enfermeiros, nunca os pacientes, pois além <strong>de</strong> os queestão melhor protegerem os que estão pior eles não têm nenhuma arma parabater em ninguém, só se fosse <strong>de</strong> mão mesmo, e que <strong>de</strong> mão não faz aquele ,estrago. Que tem uma vizinha da <strong>de</strong>poente que já foi internada por sete meses \neste hospital e que esta vizinha disse que um enfermeiro pegou um cacete eIbatia nas costas <strong>de</strong> uma paciente e que ela pediu para ele não fazer aquilo e \•que o dito enfermeiro <strong>de</strong>u nela uma cacetada que quase lhe quebrou os <strong>de</strong>dos; /~(. . '.~-'._ ..... • __........._ ,, __o o·,- _.0 ._~_._. __ • ••__., _


..•• • •0000879'Que a paciente que estava sendo es ancada, no dia seguinte, segundo a•vizinha, estava com as costas roxas,ue ela disse que o nome do enfermeiroera Carlão; _E co~ nada mai~ foi. ~: ~em p~rguntado.vai o presente termo<strong>de</strong>. <strong>de</strong>claraçoes assmado por mim, / i) J .' Mana Aparecida 00 Carmo Lopes,que o digitei e pela <strong>de</strong>clarante.'-


laS'. :f'."\t·-"' lJJV 1I,,;1!"Jl.,....I\."IV-RI


,XIX --CO;"II:r,T"HIOS fiNAIS [CONCLlJSAU, --ForaIII t·.nII"(,,\·i~:ladQ~Ig l2aci~Jlle5 {()I~I~'o do sexo IIIRsculinu e 38,9 % do sexo leminillO)rum a ~inJe.sc. ,h.lS_[!~,sult~H.!.º~!Jl a!J~X"CONCLl IsM \ GEHAIS-. li / ,.', ,. i: /: .. ,Il{,.'4• ••Pelas emrcvrstas do paciente cuncluimos entre outros que existem maus tralos.'principalmente para com lIS pacientes masculinos que já' se iniciam em seut ecrutamcnto, quando sã, tmzipacientes recém ingressos!iciais ( evidências <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma em um dosr.S\l nnhamos 'I"" o serviç» <strong>de</strong> controle e avaliação da SESA não tenha lomall"pr'" idências n.. semiilo da <strong>de</strong>sativação do pavilhão ULISSES PERNAMBUCANOiú dl'IUII". iado em rclarori, anterior <strong>de</strong> IS/OS/ll(1As uuidr<strong>de</strong> /11;('1: l-errcu a Gomes e Ulisses Pernanbucano <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sativadastfechada-,.\ unida<strong>de</strong> Raquel Antunes , com algumas adaptações • po<strong>de</strong>rio funcionar COIll omáximo <strong>de</strong> 40 leitosE evi<strong>de</strong>nte a ausênciafunção nãn tem po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório<strong>de</strong> gerenciamento na clínica , As pessoas que assumem lale o seu proprietário não tem presença assídua ( umesmo I'llssui outras arivida<strong>de</strong>s empresariais. inclusive <strong>de</strong>clarou que a clinica .. só dádor <strong>de</strong> cnbeca I: prejuízos ")Quanu li <strong>de</strong>nuncia feita por familiares tio paciente, Damião Ximenes Lopes. que foia óhif(1 n" dia 114illJ.'l)q. colhemos informações do médico assistente da enfermeira, <strong>de</strong>UIII iI!!elllt: <strong>de</strong> portaria Cil:Jllo na <strong>de</strong>uuncia e <strong>de</strong> UIII monitor <strong>de</strong> pátio que transportou opaciente para atendimento IIIW;Ctl ( <strong>de</strong>poimemos em anexo) .., endo ('OIllU conclusões I',t"iilllillares'dala <strong>de</strong> inll"I'IIO\:à'.l d.. pacieure ~ U11I0/99 ( (l"leira ) pur volta das 18:]0115,Vist.. 1'01 médico 1'10"IOni510 I Dr. Marcelo ) que eslava chegando <strong>de</strong> Fortaleza para aassumir o plantão e prescrever lima ampola <strong>de</strong> DIAZEI'AN I. M.Não há prescriçãe 110 dia U2/IOI'l'lNlI dia I).l/ION'J 1" escriçãu <strong>de</strong> Haldol e Fenergan 1. 1\1,). sem, especificar aOuantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampolas e nem o motivo da prescrição. No relatório da enfermagemconsta n·,' dia U.1!I O'lJll. lima ampola <strong>de</strong> Haldol e 01 <strong>de</strong> fenergan ás IO:OOhs, Q1}lma,_ alen~'ãll_~mil' i,lclltiliea\'H" do médic\ll. sem carimbo e sem CRM), Na prescriçã»No livlo <strong>de</strong> ocorrência da enfermagem \Jl~ 27 verso) consta o admissão <strong>de</strong> Damiâoas_T ......., ..,_._. _._'~"_ • An__• • _.. ti_"'SI '"R •


-' "/."-,/•I•diz('m111 I(ue lIàn hit :l fuedic(t.


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•OCORRÊNCIA UJÁRlA••0000884"• --(mmscrito do Livro <strong>de</strong> Ocorrênctas <strong>de</strong> Elifemagem do Hospital Psiqlliátrico <strong>de</strong>Grllurut.lJl'!s. SobrClI, Cel1rá)29.12.99" W P3 44' R.A. 26 ~ 70• 7:00 - Chegada ao plantão.... comparecerem todos os 8u"i1iarcs da escala.Realizado Evolução <strong>de</strong> enfermagem nos dois setores,ALTA SIMBÓLICA - lrIizabcte MarinheiroALTA IiHOSPITAI,AR - Anastácio Ferreira <strong>de</strong> AguiarADM .: 10:50 - Raimundo Nonato <strong>de</strong> Matos Paiva, já medicado, mãe relata que o t1Iho éepilético.VAJIIDERLEY - tem solicitação <strong>de</strong> RX do pé esquerdo.•29.12.99r .-•.......9:00 Fui convocado para um <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> um paciente com o nome Van<strong>de</strong>rley on<strong>de</strong>mestavam presente Dona Brandir, Gorete, 6rigida, Dr. Ivo, Valéria T.O., on<strong>de</strong>m O pacienterelatou as agressões que alguns auKiliares voltam a praticar. Fa\I)U sobre o pacienteAdauto, que estava agressivo, quebrou lambadas, cortou 08 <strong>de</strong>dos e nadam os auxiliaresfaziam, que colocavam os próprios pacien~es pi conter o paciente agressivo. Citou tambémque <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> contido, <strong>de</strong> mãos para traz auKiliares tacavam as milos 110 rosto do paciente,citou também que amarram com uma corrente.Citou que o paciente Fco Silva que é penitenciaram agredi os pacientes <strong>de</strong>u umasurra no Costa e Silva que o rosto (olho) está roxo, que entra a hora que quer no posto. Osnomes dos funcionários que awediram O paciente Adauto foram: Nonato, Carlos,André.CitOLl também que o pessoal do pátio dizem: nos não po<strong>de</strong>mos bater mas vocêspo<strong>de</strong>m, comecem que nés tenninam, palavra do Van<strong>de</strong>rley. Procurarei 1,1'" meio piconvocar reuoilo com () pessoal para esclarecimento.Deixe já tudo certo para realizar .RX do paciente VaneJerley.II:20 Saio do plantio.••,,-, _., ..~ - -, ..- -- ',--~--_- ','.- --•...__. -.-.-,.__.-._.-'.. --~_.- ...-._---------------------


, "•,""F'-IAEC'L•0684211328••PAG. :010000885-1r--,....,\. 't:401lfllnC(. J /fi nUL. .. __. __ ,;;(~,~,~' ! l. ~ .-w. f?: !iJí" --'·....fi_~=:


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,'.OOOU887. -C .., r-Óe-:. ~ - . '.·...JI-·.I_. ; "lpueires-Ceará-Brasil, 03 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, . .", ". ..~ . -','........... , '.... , ~: \I.. I ' -Ref.: Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesvSenhor Secretário.Tomada pelo maior grau <strong>de</strong> indignação que um serhumano po<strong>de</strong> atingir,recorro as Forças Internacionais para clamar justiça.Posto que, já se passaram04 (quatro) meses e as autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> meu paísnada fizeram para punir a morte <strong>de</strong> meu irmão, Damião Ximenes.o Hospital Guararapes,continua maltratando seuspacientes. Recentemente houve outro caso <strong>de</strong> tortura, a vítima teve maissalte que meu irmão, pois este não foi a óbito. O Livro <strong>de</strong> Ocorrência daquelehospital, relata este novo caso, cópia em anexo.o Hospital Guararapes, precisa ser FECHADOURGENTE. Há 25 anos que ele funciona, e mal trata pessoas inocentes.Acreditonasprovidências da Comissão<strong>Interamericana</strong> <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>.Respeitosamente,Irene XimeILMO. SR.JORGE E. TAIANA•SECRETARlü EXECUTIVO. .. ......-_....- ._--_....._-----_.._--- -----------------------_ . _._ .. _" ··' __ Hd_".'.~_ ,_•


INTER - AME'RICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMEmCANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISS10N INTERAMÉR~CAINE DES DROITS DE L'HOMME.,,,IirORGANIZATIONOf AMERICAN STATESCiO ,l0888WASHINGTON,O.C. 2 O O O 6U.S.A.Ref.:Caso N° 12.237, BrasüDamião Ximenes LopesA Secretaria Executiva da Comissão Inter-Americana <strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong> cumprimenta-a Missão Permanente do Brasil e remete-lhe, em anexo, côpia da nota dirigida a Sua Excelência,o Senhor Ministro <strong>de</strong> Estado das Relações Exteriores do Brasil, Embaixador Luís FelipeLampreia, com relação ao caso indicado acima em andamento nesta Comissão.•, ,Washi1l€ton, D.C. 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999--...'," .- ... '._...~--- _._.. ~--._-_.._._- _.-.__.~-...--g-._-,_ _'-""'.• "hU,_..'_" ._,.....TC '''_~,..._._. ......... _. _


·-_·, ~" ,....._·~._. __,.. _.._o.~.,.~__.. -•• __ .__' _•INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTSCOMISION INTERAMERICANA OE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMER1CANA DE DIREITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Of AMERICAN STATES0000889WASHINGTON,D.e. 2 O O O 6U.S.A.14 <strong>de</strong> âeeembro <strong>de</strong> 1999Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamü:io Ximenes LopesSenhor Ministro:•Tenho a honra <strong>de</strong> dirigir-me a Vossa Excelência, em nome da Comissão Inieramericana<strong>de</strong> Direitos <strong>Humanos</strong>, a fim e transmitir-lhe, <strong>de</strong> acordo com o artigo 34 do Regulamento daComissão, copia das partes pertinentes <strong>de</strong> comunicação sobre direitos humanos, em que seJazreferencia ao seu país. .cRogo ao egrégio Governo <strong>de</strong> Vossa Excelência se digne <strong>de</strong> proporcionar-nos a iriformaçãorelacionada com esta <strong>de</strong>núncia, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 90 dias, a partir da data <strong>de</strong>sta nota, para levá-la aoconhecimento da Comissão.A fim <strong>de</strong> que a comissão possa dar à supracitada comunicação a tramitação pertinentepara qualificá-la, <strong>de</strong> acordo com o previsto no artigo 37 do Regulamento, consi<strong>de</strong>ra-se da maiorimportância que, juntamente com a informação referente aos fatos, egrégio Governo <strong>de</strong> VossaExcelência se digne <strong>de</strong> proporcionar-nos qualquer elemento <strong>de</strong> juí,o que permita à Comissãoverificar-se, no caso referente a esta nota, foram esgotados ou não os recursos <strong>de</strong> jurisdiçãointerna.Desejo <strong>de</strong>clarar a Vossa Excelência que, <strong>de</strong> acordo como o parágrafo 3 do artigo 34 doRegulamento, este pedido <strong>de</strong> informação não implica prejulgamenio da admissibilida<strong>de</strong> da<strong>de</strong>núncia.cExcelenüssimo SenhorLuís Felipe LampreiaMinistro <strong>de</strong> Estado das Relações ExterioresMinistério das Relações ExterioresBrasília, Brasil


..Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Excelência os protestos da minha altaestima e mais distinta consi<strong>de</strong>ração.0000890Ir\.-r':' .: orge E. Taianaretário Executivo•.'.-" '-"-_..-._-'_.~_.. ~-_... -.- - -- .__._._..._....-..._-_.._-,.. .. -.' ._----.__._..._-------_..----------------


INTER - AMERICAN COMMISSION ON HUMAN RIGHTS,COMISION INTERAMERICANA DE DERECHOS HUMANOSCOMISSÃO INTERAMERICANA DE D1REITOS HUMANOSCOMMISSION INTERAMÉRICAINE DES DROITS DE L'HOMMEORGANIZATION Df AMERICAN STATES0000891WASHINGTON,O.C. 2 O O O 6U.S.A.14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999Ref.:Caso N° 12.237, BrasilDamião Ximenes LopesPrezada Senhora:Cumpre-me acusar o recebimento da comunicação <strong>de</strong> Vossa Senhoria, datada <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong>novembro <strong>de</strong> 1999, relativa à situação da pessoas envoltas no caso acima indicado no Brasil.1nfonno a Vossa Senhoria que foi dado início à tramitação <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>núncia, <strong>de</strong> acordo como Regulamento da Comissão. Com esse fim, sua <strong>de</strong>núncia foi i<strong>de</strong>ntificada pelo número indicadoacima, ao qual rogo fazer referência em sua futura correspondência com a Comissão.A Comissão, mediante nota <strong>de</strong>sta mesma data, transmitiu as partes pertinentes <strong>de</strong> suacomunicação ao Governo do Brasil, solicitando-lhe a informação pertinente. Assim que sejarecebida a resposta do mencionado Governo, esta será comunicada a Vossa Senhoria, a fim <strong>de</strong>que possam formular suas observações.Nesse ínterim, solicito a Vossa Senhoria que enviem qualquer informação adicional quepossa comprovar os fatos <strong>de</strong>nunciados.Aproveito a oportunida<strong>de</strong> para apresentar a Vossa Senhoria os protestos da minhaconsi<strong>de</strong>ração.rge E. Taiana 1.­./ue retário ExecutivoSenhoraIrene ximenes Lopes MirandIJRua Pe. Angelim, 168 Centro Ipueiras-CearáBrasil...•>--_.•~_...__ ffi ._.. _ ....._. __•••._-.....__• __.._._._--_._-- .- '.~--'--"" " , II I •


•••Hageman, Gabriela....~m:....mt:_To:Subjeet:•Hansen, -GloriaMonday, November 22,19998:27 AMCIDH DenunciasFW: DENÚNCIA0000892-Original Message,-From:Miranda Contabilida<strong>de</strong> [5MTP:Miranda@crateus.com.br]sent:Monday, November 22, 19994:10 AMTo:Subjec:t:gh8n~n@08s.orgDENUNCTAEstou enviando minha <strong>de</strong>núncia por este.e-mail, porquew não consegui acessar o E-mail <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias.DENÚNCIACLAMO JUSTiÇA!Meu irmão Damião Xlmenes Lopes, foi morto segunda-feira dia 04/10/99. em Sobral-CE. na "Casa <strong>de</strong>,..·~epouso... digo melhor. Casa <strong>de</strong> Torturas. Guararapes••• ',Damllo tinha 30 anos. e sua saú<strong>de</strong> mental não era perfeita. Fisicamente era saudável. quando nãoestava em crise, levava uma vida normal a base <strong>de</strong> remédios controlados, era extremamente pacato. gen~1I edócil. Era amado pela famflla e benquisto em toda a vizinhança. Ele já havia sido internado duas vezes noGuararapes, e. em ambas as vezes voltou com cicatrizes que nlo possula antes. Ele reclamou: lá <strong>de</strong>ntro existemulta violência, e maus tratos, se o paciente nlo quer tomar o remédio, os enfermeiros batem até o doenteper<strong>de</strong>r as forças e aceitar o medicamento.'Nestas últimas semanas meu irmão resolvera <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> tomar os remédios, como <strong>de</strong> costume.-DIsseele. já estar farto <strong>de</strong> tantos remédios. disse com firmeza que nunca mais tomaria medicamento algum. ~sta<strong>de</strong>cisão afetou novamente sua saú<strong>de</strong>. Estava sem dormir há algumas noites e ficando inquieto. Nossa mãe, comreceio que ele entrasse em crise, na tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> sexta-feira. 01/10/99. levou-o ao hospital acima mencionado, e o<strong>de</strong>ixou Internado para receber cuidados médicos.Segunda-feira pela manhã. quando ela voltou para fazer visita. encontrou o Damilo quase morto.Ele havia sido Impiedosamente espancado, estava com as mãos amarradas para trás e seu corpo coberto <strong>de</strong>sangue. podre. fedia a urina. a fezes e a sangue podre. Ele ainda conseguiu falar. numa expr.essão <strong>de</strong> pedido <strong>de</strong>socorro dizia: policia, policia, policia...Uma faxineira do hospital contou para mamãe que presenciou tudo, os autores da violência, foramos auxiliares <strong>de</strong> enfermagem e monitores <strong>de</strong> pátio.Mamãe pediu que lhe limpassem o sangue. Eles "<strong>de</strong>ram um banho nele. sem sequer. <strong>de</strong>samarrar asmãos e o <strong>de</strong>ixaram nu. Neste intersticio. ela foi procurar o médico <strong>de</strong>le. que até o momento não havia lhe dadoassistência médica. Aflita e chorando. (reação normal <strong>de</strong> uma mãe, neste caso) fez reclamações ao Dr. Ivo epediu para ele aten<strong>de</strong>r meu irmão. Ele grosseiramente mandou ela, e que parasse <strong>de</strong> chorar que alinão era lugar <strong>de</strong> novela. Lá <strong>de</strong> on<strong>de</strong> ele estava receitou um medicamento injetável. sem ao menos ver o paciente.1..,_. _u,_o". __,. ,--~,•• ~~_ •. _ .. _ ,.-",""",""", ("11__ _ ........."_• ,e


•••Vale ressaltar, que,Dr. Ivo (Francisco Ivo <strong>de</strong> Vasconcelos CRM·3374) é também o Diretor Clínico do Guararapes.Ela saiu, e foi até ao Damião novamente. Ele estava jogado no chão, ao lado <strong>de</strong> uma cama,.""""completamente nu e ainda com mãos amarradas. Um enfermeiro veio e lhe aplícou uma injeção. Ela foi embora.\,. logo que ela chegou em casa, o hospital telefonou comunicando o falecimento <strong>de</strong> Damião.Fomos a policia civil dar queixa, e pedir laudo pericial, mas nada adiantou, porque o médico-legista dapolícia era também o Dr. Ivo.Mandamos o corpo para fazer autópsia no IMl <strong>de</strong> Fortaleza-Ce. Resultado: malar foi a nossa revolta e<strong>de</strong>cepção com a justiça <strong>de</strong>ste pais. O IMl não é confiável. Veja, prova <strong>de</strong> corrupção do IMl no Jornal Diário doNor<strong>de</strong>ste, publicaçlo <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999.Assim, também foi com meu irmão, no laudo pericial <strong>de</strong>le <strong>de</strong>ram causa da morte in<strong>de</strong>terminada, esem elementos para respon<strong>de</strong>r. Este resultado é mais uma evidência da cumplicida<strong>de</strong> do IMl com oGuararapes, é a máfia branca em ação.PERGUNTO: Como po<strong>de</strong> um ser humano in<strong>de</strong>feso, ser violentamente espancado, receber medicaçãosem ser examinado pelo médico, morrer <strong>de</strong>stas conseqüências, e no exame cadavérico não existir elementospara respon<strong>de</strong>r a causa da morte?Já houve <strong>de</strong>núncia contra o Guararapes <strong>de</strong> casos iguais e piores que do meu Irmlo, mas foramarquivados por falta <strong>de</strong> prova. Ninguém até hoje conseguiu provar nada. Dr. Ivo é um homem influente nasocieda<strong>de</strong> sobralense. E o médico legista do IMl <strong>de</strong> Sobral-CE e.se relaciona multo bem com a Policia Civil.,Neste sistema, inocentes perecem, per<strong>de</strong>m a vida e tudo fica no anonimato. Provas nunca existem.Assim como eu, multas clamam por justiça e estão prontos a dar seu <strong>de</strong>poimento.,• Quero tornar público, que no Guararapes, reina a humilhaçlo e a cruelda<strong>de</strong>. Seres humanos 1510..""" tratados como bichos. As famillas das vitimas, são pessoas PObNS, sem voz e sem vez. E a impunida<strong>de</strong>~continua.Conheço pessoas que já passaram por lar, hoje com saú<strong>de</strong> recuperada, relatam casos horrendos•.elasdizem ser um verda<strong>de</strong>iro inferno. Os principais agressores são os funcionários: monitores <strong>de</strong> pátio callCereiro eauxiliares <strong>de</strong> enfermagem. Eles esnobam valentia e domlnio. Elléser, Carllo, Ivanildo e Cosme, slo alguns dosmais temidos, o terror dos pacientes. Eles têm como entretenimento, botar os pacientes para lutar, e aplau<strong>de</strong>mquando um surra a ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar seu oponente imobilizado.A direção do Hospital, tem conhecimento <strong>de</strong> todos estes fatos, no entanto, não toma nenhumaprovidência, prefere ser cúmplice.000(1893Em nome da JUSTiÇA, e dos DIREITOS HUMANO,AJUDEM-ME IIrene Ximenes Lopes Miranda2- -~ -._,._... •__." ...•_. - o·· _•.. ~__• _. ._.. .•••• • •• _,


•• ..CPF • 285.698.303-00ENDEREÇO - Rua Pe. Angelim, 1ii8 Centro Ipueiras-Ceará.0000894FONE FAX: (088) 825.12.81,E -mail:P.s.DAMIÃO NÃO FOI PRIMEIRA E ÚNICA VíTIMA, E PODERÁNÃO SER A ÚLTIMA.."""'"o3_,_ . ,,'---- .. '._,---' ---'_o._,. . _------ ... .~•-~---_.-.__...__. --_.

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