73Com relação à pergunta <strong>de</strong> número <strong>de</strong>z, quando indagados <strong>de</strong> que forma ateoria bakhtiniana que norteia as Diretrizes Curriculares Estaduais se reflete na prática<strong>de</strong>les, percebeu-se que seis professores apontaram aspectos relevantes da referidateoria, <strong>de</strong>monstrando intimida<strong>de</strong> com o autor e suas propostas.Por outro lado, três professoras não respon<strong>de</strong>ram e duas, por meio <strong>de</strong> suasrespostas, não <strong>de</strong>ixaram claro se conheciam ou não a proposta das Diretrizes e assimse posicionaram:Teoria e idéias são muito bonitas no papel, cada turma ou educando é único enão se po<strong>de</strong> dizer que se utiliza um único pensador e que ele dá conta <strong>de</strong> explicar tudo.(Set<strong>em</strong>bro)Acredito que <strong>em</strong> diferentes momentos, mas muito particularmente na leitura enos diálogos, que procuro valorizar <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula. (Janeiro)Em resposta à pergunta <strong>de</strong> número onze, quando indagados sobre quais ospressupostos <strong>de</strong> Bakhtin consi<strong>de</strong>ram mais significativos, houve coerência por parte dosprofessores, pois os seis que <strong>de</strong>monstraram conhecimento da proposta das DiretrizesCurriculares Estaduais e que respon<strong>de</strong>ram a pergunta <strong>de</strong>z, evi<strong>de</strong>nciaram pontosimportantes da teoria <strong>de</strong> Bakhtin como mais significativos, tais como: o discurso comoprática social, o caráter social da linguag<strong>em</strong>, gêneros discursivos, a língua comodiscurso (espaço <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sentidos), dialogismo, e relações sociais comoformadoras <strong>de</strong> sentido. Três professores <strong>de</strong>ixaram a referida pergunta <strong>em</strong> branco eduas não esclareceram se consi<strong>de</strong>ram algum pressuposto significativo para sua prática.Perguntados sobre a eficácia dos cursos <strong>de</strong> capacitações oferecidos pelaSecretaria Estadual <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> modificar e <strong>em</strong>basar as práticas <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula,onze professores afirmaram que os cursos oferecidos não têm sido suficientes paraelucidar dúvidas que enfrentam na prática.Transcrever-se-á algumas opiniões qu<strong>em</strong>elhor expressaram esse ponto <strong>de</strong> vista:Não são suficientes e as capacitações precisam ser mais práticas, menosteóricas e confusas e parar com tanto onanismo mental. (Janeiro)Não, a teoria é fácil, mas a prática é diferente. Muitos falam, porém poucosconhec<strong>em</strong> a verda<strong>de</strong>ira realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma a sala <strong>de</strong> aula. (Maio)
74Fazendo críticas mais contun<strong>de</strong>ntes um professor assim se manifestou:Não, <strong>de</strong> forma alguma, pois na maioria dos encontros dos quaisparticipei, os palestrantes não dominam a própria língua, e, como seensina senão pelo ex<strong>em</strong>plo? Os encontros são um <strong>de</strong>sastre e não sópor isso, mas por total ausência <strong>de</strong> planejamento! (Junho)Notou-se por meio das respostas a essa questão, que os professores <strong>em</strong> geralestão <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> informações mais pragmáticas e capacitações somente teóricaspara eles têm pouco a ver com o cotidiano da sala <strong>de</strong> aula, o que se evi<strong>de</strong>ncia na fala<strong>de</strong> Maio: “Não, a teoria é fácil, mas a prática é diferente”.A esse respeito observa Tardif (2000 p.13) que os saberes profissionais dosprofessores são variados, heterogêneos, ecléticos e sincréticos e, segundo ele, osprofessores no seu cotidiano não eleg<strong>em</strong> uma teoria específica para orientar o seutrabalho e sim uma soma <strong>de</strong> várias, conforme a sua necessida<strong>de</strong>, por mais que muitasvezes pareçam contraditórias, pois estão pautadas na vivência escolar e social <strong>de</strong>les,b<strong>em</strong> como <strong>em</strong> suas crenças pessoais.O autor argumenta que as teorias serv<strong>em</strong> somente para ancorar a prática diáriado professor, integrando-se ao trabalho e aos objetivos que eles quer<strong>em</strong> atingir.Entretanto, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre é fácil para eles a teorização da prática e a formalização <strong>de</strong>saberes, pois eles os vê<strong>em</strong> como pessoais e íntimosDaí à reflexão <strong>de</strong> que se os saberes dos professores estão centrados mais na“base da tentativa e erro, nas situações que se criam <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula e nas suasexperiências pessoais” (TARDIFF, 2000, p.13), os cursos <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong>v<strong>em</strong>observar esses aspectos para realmente ser<strong>em</strong> interessantes aos olhos do professor.Ainda levando-se <strong>em</strong> conta as respostas dos docentes com relação aoaproveitamento <strong>de</strong>les nas capacitações profissionais, concorda-se com Kramer (1983)quando esta <strong>de</strong>nuncia que estes cursos negam a oportunida<strong>de</strong> ao professor <strong>de</strong>,partindo <strong>de</strong> sua própria história <strong>de</strong> vida e dos conhecimentos adquiridos durante a suatrajetória docente, transformar-se <strong>em</strong> um pesquisador. Desse modo, ao invés <strong>de</strong> ajudáloa cruzar a ponte entre teoria e prática, reforçam a idéia do ensino partindo <strong>de</strong> um
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